Sei sulla pagina 1di 488

Rua das Mercês, 8 Email: ceha@madeira-edu.

pt
9000-420 – Funchal
Telef (+351291)214970
alberto.vieira@madeira-edu.pt
Fax (+351291)223002 http://www.madeira-edu.pt/ceha/

VIEIRA, Alberto (1998),

Do Éden à Arca de Noé na Madeira.


Guia para a história Natural e do Meio
ambiente- Projecto de Investigação e
guia de Referências

COMO REFERENCIAR ESTE TEXTO:

VIEIRA, Alberto (1998), Do Éden à Arca de Noé na Madeira. Guia para a história Natural e do Meio
ambiente- Projecto de Investigação e guia de Referências, Funchal, CEHA-Biblioteca Digital, disponível
em: http://www.madeira-edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/avieira/1998-hist-ambiente-projecto.pdf, data da
visita: / /

RECOMENDAÇÕES
O utilizador pode usar os livros digitais aqui apresentados como fonte das suas próprias obras,
usando a norma de referência acima apresentada, assumindo as responsabilidades inerentes ao
rigoroso respeito pelas normas do Direito de Autor. O utilizador obriga-se, ainda, a cumprir
escrupulosamente a legislação aplicável, nomeadamente, em matéria de criminalidade informática,
de direitos de propriedade intelectual e de direitos de propriedade industrial, sendo exclusivamente
responsável pela infracção aos comandos aplicáveis.
Formatada:
Direita: 65.9
pto, Inferior:
secção: contí
pto, Altura: 8
CENTRO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA DO ATLÂNTICO cabeçalho a p
35.45 pto, Dis
partir do limit

DO EDEN À ARCA DE NOÉ NA MADEIRA

GUIA PARA A HISTÓRIA NATURAL E DO MEIO


AMBIENTE

PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO E GUIA DE REFERÊNCIAS

ALBERTO VIEIRA

Funchal, 1998
INTRODUÇÃO - A HISTÓRIA

ANEXO:

CRONOLOGIA DAS EDIÇÕES MAIS CÉLEBRES

LITERATURA: OS CLÁSSICOS

GUIA BIBLIOGRÁFICO
INTRODUÇÃO

BIOBIBLIOGRAFIAS

BIBLIOGRAFIA GERAL

BIBLIOGRAFIA POR TEMAS FUNDAMENTAIS: História da Ciência, Religião, A Arte eo


Ambiente, Ecofeminismo, Agricultura.

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

1. HISTÓRIA DA CIENCIA E DOMEIO AMBIENTE NA MADEIRA

Bibliografia
Bibliografia temática
TEXTOS LITERÁRIOS
GRAVURAS
MADEIRA
INDICE

INTRODUÇÃO:

A ECONOMIA DA MADEIRA E A EVOLUÇÃO DO QUADRO NATURAL


Cientistas Estrangeiros na Madeira séculos XVI- XX

O MADEIRENSE E A DEFESA DO MEIO NATURAL


Cronologia
Bibliografia

A DOCUMENTAÇÃO

AGUARELAS, ESTAMPAS E DESENHOS DA MADEIRA SÉCS. XVIII-


XIX

Bibliografia
Listagem Aguarelas, Estampas e Desenhos Da Madeira
Colecções Disponíveis no Museu Frederico de Freitas (Funchal)

COLECTÂNEA DE DOCUMENTOS E ESTUDOS

INTRODUÇÃO

COLECTÂNEA DE TEXTOS E DOCUMENTOS:

Francisco Alcoforado[séc. Xv]


Regimento Novo das Madeiras para a Ilha da Madeira[1562]
Gaspar Frutuoso[1522-1591]
Alvará pelo qual Sua Magestade Manda dar os Meios e Modos de
Estabelecer o Povo e Conservar o Dominio da Ilha do Porto Santo[1770]
Regimento da Agricultura[1771]
Instruções de Agricultura do Corregedor Antonio Roiz Velozo de
Oliveira, 1792
Paulo Dias de Almeida [1817]
Projecto sobre o Restabelecimento dos Arvoredos e sua Competente
Economia na Madeira(1822)
Correio da Madeira (1849)
Isabella de França [1853-1854]
Manuel Braz Sequeira [1913]
J. Henriques Camacho [1919]
Regime Pastoril Ilha da Madeira
Fernando Augusto da Silva: O Revestimento Florestal do Arquipélago
da Madeira[1946]
Eduardo de Campos Andrada [1954]
Eduardo de Campos Andrada: memorandum [1955]

A LITERATURA E O MEIO NATURAL: PROSA


Introdução
Bibliografia

COLECTÂNEA DE TEXTOS LITERÁRIOS:


Francisco Travassos Valdez [1825-1892]
Raimundo António Bulhão Pato [1829-1912]
António da Costa de Sousa Macedo [1824-1892]
Acúrcio Garcia Ramos [1834-?]
Joaquim Guilherme Gomes Coelho (Júlio Dinis)[1839-1871]
Manuel Teixeira Gomes [1860-1941]
Raul Germano Brandão [1867- 1931]
Virginia Castro e Almeida [1874-1946]

Marquez de Jacome Correia [1882/1937]


José Maria Ferreira de Castro [1898-1974]
António Assis Esperança [1892-1975]
Fernando Augusto d Silva [1863-1949]
Hugo Rocha [1906-?]
Luis Teixeira [1904-1978]
Henrique Galvão [1895-1970]
Edmundo Tavares [1892-1983]
Eduardo Nunes [1910-1957]
J. Vieira Natividade [1899-1968]
Maria Lamas [1893-1983]
Horácio Bento de Gouveia [1901-1983]

A LITERATURA E O MEIO NATURAL: POESIA

Introdução

COLECTÂNEA DE POEMAS:
Manuel Thomas [1635]
Troilo de Vasconcelos da Cunha [1654-1729]
Francisco Manuel Álvares de Nóbrega[1804]
Manuel Gomes Pais(gomes Pais)[?-1890]
João Fortunato de Oliveira [1828-l878]
João da Câmara Leme Homem de Vasconcelos (João da Câmara Leme) [1829-
1902]
Carlos Olavo Correia Azevedo Bulhão Pato [1870]
Luís António Gonçalves de Freitas [1858 1904]
Pe Jacinto da Conceição Nunes. [1860-1954]
Eugénio Rego Pereira [1875-1947]
António Pimenta de França
Augusto Correia de Gouveia (A. Correia de Gouveia) [1880]
Pe Eduardo Clemente Nunes Pereira [1887]
João Vieira da Luz [1896]
Julia Graça de França e Sousa (Uma Mulher) [1897]
Carlos Maria de Oliveira [1898- ]
Edmundo Alberto de Bettencourt [1899-]
Armando Santos
Fernando Acácio de Gouveia
Leandro de Sousa
Gertrudes Marceliana Rodrigues Câmara (Germa) [1910]
Alberto Figueira Gomes [1912]
Secundino Teixeira (Dino) [1926]
Manuel Gonçalves
Baptista dos Santos
Ana Bela A. Pita da Silva
A ECOMONIA DA MADEIRA

E A EVOLUÇÃO DO QUADRO NATURAL

Nos primeiros momentos de ocupação do solo, o vinho, o trigo, e, depois, o açúcar,


surgem como elementos aglutinadores desta peculiar vivência com inevitáveis implicações
políticas e urbanísticas. Os primeiros materializaram a necessária garantia das condições de
subsistência e do ritual cristão, enquanto o ultimo encerrou a ambição e voracidade mercantil
da nova burguesia europeia que fez da Madeira o principal pilar para afirmação na economia
atlântica e mundial. O processo é irreversível de modo que, em consonância com os
movimentos económicos sucede-se uma catadupa de produtos, com valor utilitário para a
sociedade insular, ou com capacidade adequada para activarem as trocas com o mercado
externo. Se na primeira fase o domínio pertenceu à economia agrícola, no segundo, que se
aproxima da nossa vivência, ele reparte-se em serviços, industrias artesanais (vimes e
bordado) e de novo produtos agrícolas.

O enquadramento e afirmação económica não é pacífico, sendo feito de embates


permanentes entre essa necessária manutenção de subsistência e da animação comercial
externa. Desse afrontamento resultou a afirmação, num ou noutro momento, do produto que
adquire maior pujança e numero de defensores nessa dinâmica. É nesta luta permanente de
produtos de uma subsistência familiar, local e insular com os impostos pela permanente
solicitação externa que se alicerçou a economia da ilha até ao limiar do século XIX. Deste
modo esses produtos serão os pilares mais destacados para a compreensão da realidade socio-
economica madeirense, ao longo destes quinhentos anos, com reflexos inevitáveis na
actualidade. Por isso proponho uma breve reflexão sobre a sua importância no devir e
quotidiano madeirense.

UMA ECONOMIA DE EQUILIBRIO ENTRE A SUBSISTÊNCIA E O


MERCADO. A tradição mediterranio-atlantica, que define a realidade peninsular, repercute-
se, inevitavelmente na estrutura agraria do Novo Mundo e por consequência no impacto
ecológico que acompanha a expansão atlântica. Da Europa saíram as sementes, utensílios e
homens que lançaram as bases da nova vivência insular e atlântico., mas também aí se
situavam as principais solicitações e orientações. A par disso o confronto com as novas
realidades civilizacionais americanas e indicas contribuiu para um paulatino desencravamento
planetário da ecologia e cardápio dos séculos XVI e XVII, com inevitáveis repercussões na
economia e hábitos alimentares do europeu.

A Europa contribuiu com os cereais (centeio, cevada e trigo), as videiras e as socas de


cana, enquanto da América e Índia aportaram ao velho continente o milho, a batata, o inhame.
o arroz e uma variada gama de árvores de fruto. Nesse contexto as ilhas atlânticas, pela sua
posição charneira no relacionamento entre esses mundos, surgem como viveiros da
aclimatação desses produtos às novas condições eco-sistémicas que se acolhem. A Madeira
deteve uma posição importante, afirmando-se no século XV como o viveiro experimental das
culturas que a Europa pretendia implantar no Novo Mundo - os cereais, o pastel, a vinha e a
cana de açúcar.

A expansão europeia, que desde o século XV veio revolucionar o cardápio europeu,


enriqueceu-se, aumentando a gama de produtos e condimentos. A tradição culinária europeia
foi destronada pelo exotismo das novas sensações gustativas que acabaram por afeiçoar o
paladar. Mas ate que isso se generalizasse tornava-se necessário conduzir aos locais mais
recônditos o cereal e o vinho. Assim, as embarcações que sulcavam o oceano levavam nos
seus porões, para alem das manufacturas e bugigangas aliciadoras das populações autóctones,
inúmeras pipas de vinho e barris de farinha ou biscoito.

Se o cereal poderá encontrar similar, como o milho e a mandioca, o mesmo não


acontecia com o vinho que era desconhecido e incapaz de se adaptar as novas condições
mesológicas oferecidas pela colónias europeias. Desta forma o vinho foi conduzido da Europa
ou das ilhas, onde ele se afirma com essa finalidade aos mais recônditos espaços em que se
fixou o europeu. Este era o inseparável companheiro dos mareantes, expedicionários,
bandeirantes e colonizadores. Aos primeiros servia de antídoto ao escorbuto, aos segundos
saciava a sede, enquanto aos últimos servia como recordação ou devaneio hilariante da terra-
mãe. 0 vinho é assim um dos principais traços de união das gentes europeias na gesta de
expansão além-Atlântico.

No imaginário e devir histórico madeirense paira sempre essa visão tripartida da faina
agrícola: o vinho e o cereal que a tradição impõe como necessários ao quotidiano espiritual e
alimentar, o açúcar que se afirma como provento excedentario capaz de atrair a atenção dos
mercados europeus e de trazer a ilha as manufacturas que necessita. Esta harmónica
trifuncionalidade produtiva pela extrema dependência as dinâmicas e directrizes europeias
esteve sujeita a diversos sobressaltos que contribuirão para uma desmesurada desarticulação
do quotidiano e economia madeirenses. Assim, a concorrência do aguçar americano lança o
pânico na ilha e obriga a uma necessária afirmação da cultura da vinha, cujo derivado, o
vinho, se afirmou como a moeda de troca, substitutiva do açúcar.

A precariedade da economia madeirense não deriva apenas da posição dependente em


relação ao velho continente, mas também radica-se nas diminutas possibilidades de usufruto
dos 741 Km2 de superfície da ilha. O lançamento e afirmação de uma sociedade em moldes
europeus depende sempre das possibilidades de afirmação simultânea deste conjunto de
produtos; motores da expansão atlântica e da europeização do espaço insular. E todos os
autores coevos são unânimes em afirmar a apetência da ilha para satisfazer as expectativas
dos primeiros povoadores. Assim o enuncia Gaspar Frutuoso que "a terra foi mostrando seus
frutos e dando a fama deles no regno, e enobrecendo-se com moradores ricos" 1. Esta inaudita
riqueza foi o motor do sucesso do povoamento da ilha, tal como nos elucida o mesmo autor:
"crescendo e multiplicando seus frutos, assim iam crescendo as povoações e moradores com a
fama de sua fertilidade." 2

Neste processo de labuta, mais do que uma revolução ecológica, assiste-se a uma
humana e técnica. Se as condições eco-sistemicas favoreceram a transplantação das primeiras
sementes, ao homem estava reservada a mais espinhosa e hábil tarefa. Primeiro ergueram os
socalcos (poios), depois adaptaram as técnicas e as alfaias agrícolas às condicionantes do
novo espaço cultivado. A testemunhar tudo isso perduram os poios, ladeados de levadas, que
bem podem ser considerados entre as principais realizações do homem sobre a terra. Esta
homenagem deverá ser concedida ao cabouqueiro, colono que recebe das principais gentes da
ilha o encargo de valorizar economicamente as parcelas que estas receberam como benesse. O
investimento da sua capacidade de trabalho terá justificação jurídica nas chamadas

1
. Livro segundo das Saudades da Terra, P. Delgada, 1979, p.96.
2
. Ibidem, p.97
benfeitorias, que englobavam paredes, casas de habitação, lagares ou lagariças, arvores de
fruto, latadas, etc. é, assim, o colono que lança as bases dessa revolução técnica e agrícola e
um dos principais obreiros dessa harmoniosa paisagem rural os proprietários preferiam os
bulício ribeirinhos da cidade ou do burgo que tentam erguer, fazendo com que a arquitectura
e viver quotidiano se adaptassem a medida volume dos reditos acumulados com o comércio
do açúcar e vinho; estava-lhes reservado o usufruto da vida no espaço urbano, empenhados
nas lides administrativas ou ocupados nos jogos de pela e canas.

Um dos aspectos mais salientes das ilhas é estamos perante espaços limitados, que
condicionam e são influenciados de forma evidente pela presença humana. Aqui o processo
económico quando assume uma posição de sucesso mercê da sua inserção no mercado
mundial provoca obrigatoriamente uma forma de exploração intensiva que acabe
inevitavelmente por provocar o desequilíbrio entre aquilo que possibilita o quadro natural e o
que o Homem exige dele.

A exploração económica faz-se de forma intensiva e de acordo com as solicitações de


um mercado exterior, agravando o afrontamento com o quadro natural e arrastando este para
uma situação de total degradação. Um breve relance pelos testemunhos historiográficos dos
séculos XV e XVI reforça esta realidade. O primeiro testemunho desta deterioração dos solos
frutos de um cultivo intensivo, surgem já em meados do século XV com Cadamosto: "As suas
terras costumavam dar a princípio, sessenta por um, o que presentemente está reduzido a
trinta e quarenta, porque se vão deteriorando dia a dia " 3. A situação resultou da solicitação
do cereal para abastecer as cidades do reino e praças africanas.

Rapidamente o cereal cedeu lugar aos canaviais que em pouco tempo dominaram todo
o espaço agrícola. A indústria que se promoveu na rectaguarda para o fabrico do açúcar
exigiu muito do quadro natural, lançando a ilha para um processo de desflorestação de
consequências imprevisíveis. Esta situação arrastou o solo agrícola da ilha para a quase total
exaustão. Em 1689 John Ovington testemunha de forma lapidar a realidade: "A fertilidade da
ilha decaiu muito relativamente ao período das primeiras culturas. A cultura sem descanso
dos terrenos tornou os fracos espaços em muitos lugares e de tal modo que os abandonam
periodicamente, tendo de ficar de posio três ou quatro anos. Depois desse tempo, se não
crescer nenhuma giesta como sinal de fertilidade futura, abandonam-nos, com estéreis. A
actual aridez de muitas das suas terras atribuem-na simploriamente ao aumento dos seus
pecados" 4.

A vinha e o vinho assumem particular destaque na caracterização do processo


histórico madeirense ao longo destes quase seiscentos anos de labuta. Desde os primórdios da
ocupação da ilha até a actualidade este produto manteve a mesma vivacidade na vida agrícola
e comercio da ilha. Dos mais não houve capacidade suficiente para resistir a concorrência
desenfreada de novos e potenciais mercados Fornecedores de aquém e além-mar. Os cereais
tiveram saque fácil nos Açores, Canárias, Europa e, depois América, sofrendo, mais tarde, a
concorrência do abundante fornecedor americano. Apenas o vinho resistiu a concorrência do
dos Açores, Canárias, Europa e Cabo da Boa Esperança, mantendo o tradicional grupo de
apreciadores no velho e novo Mundo.

3
A. Aragão, A Madeira vista por Estrangeiros, pp.36-37
4
Ibidem, p.201.
AS DOMINANTES DA ECONOMIA AGRÍCOLA. No principio da ocupação da ilha
as necessidades do cardápio e ritual cristão comandaram a selecção das sementes que
acompanharam os primeiros povoadores. As do precioso cereal acompanharam os primeiros
cavalos de cepas peninsulares nesse processo de transmigração vegetativa. A fertilidade do
solo, resultante do seu estado virgem e das cinzas fertilizadoras das queimadas, fizeram elevar
a produção a níveis inatingíveis, criando excedentes que supriram as necessidades de
mercados carentes, como foi o caso de Lisboa e praças do norte de África.

Até a década de setenta a Madeira firma a sua posição de celeiro atlântico, perdendo-
a, depois em favor dos Açores que emergem desde então, com uma posição dominante na
política e economia frumentaria do Atlântico. Na Madeira inverte-se a situação; a ilha de área
excedentaria passa a uma posição de dependência em relação ao celeiro açoriano, canário e
europeu. O estabelecimento de uma rota obrigatória, a partir do fornecimento de cereal
açoriano à Madeira, criará as condições necessárias à afirmação da cultura da cana sacarina,
produto tão insistentemente solicitado no mercado europeu. O empenho do senhorio e coroa
na cultura deste novo produto conduziu a afirmação preferencial de uma nova vertente da
economia atlantico-insular. A partir de então os interesses mercantis dominam a dinâmica
agraria madeirense. Na ilha as searas deram lugar aos canaviais, enquanto as vinhas mantém-
se de modo insistente numa posição de destaque.

Se o cereal pouco contribuía para aumentar os reditos dos seus intervenientes o


mesmo não se poderá dizer em relação ao açúcar e vinho que, a seu tempo contribuíram para
o enriquecimento das gentes da ilha. A própria coroa e senhorio fizeram depender grande
parte das suas despesas ordinárias desta fonte de receita. A par disso o enobrecimento da vila,
mais tarde, cidade do Funchal fez-se à custa desses dinheiros. O Funchal avançou para poente
e adquiriu fama de novos e potenciais mercados. Todavia esta opulência foi de vida efémera.
Desde a terceira década do século XVI o açúcar madeirense é destronado da posição cimeira
no mercado europeu, perdendo a preferencia em favor do canário ou brasileiro, de menor
qualidade, mas que ai aparecem com preços mais baratos.

A persistência de alguns lavradores, a celebridade da superior qualidade e a


solicitação pela doçaria e casquinha madeirenses fizeram com que a cultura dos canaviais se
mantivesse por largos anos atingindo, em momentos de crise nos mercados americanos,
alguma pujança. Mas, irremediavelmente condenada a sua cultura, o madeirense foi forçado a
canalizar todas as suas atenções nas vinhas, fazendo-as assumir o espaço abandonado pelas
socas de cana. Desta forma os canaviais deram lugar às latadas, enquanto os engenhos dão
lugar aos lagares e armazéns.

Esta mudança na estrutura produtiva provocou alterações na dinâmica económica da


ilha. O açúcar definia apenas um complexo industrial, o engenho, onde decorria a respectiva
safra. O vinho necessitara de dois espaços distintos. O lagar onde as uvas dão lugar ao
saboroso mosto e os armazéns da cidade onde este fermenta e é preparado para atingir o
necessário aroma e bouquet. Deste modo o agricultor, colono ou não, detém apenas o controle
da viticultura, ficando reservado ao mercador o moroso processo de vinificação. Por mais de
dois séculos a vinha e o vinho surgem como os principais aglutinadores das actividades
económicas da ilha; dando ao meio rural e urbano desusada animação; o Funchal cresce em
monumentalidade e as principais famílias reforçam a sua posição económica.

A conjuntura da primeira metade de oitocentos. demarcada pelos conflitos europeus,


guerra de independência das colónias, associada aos factores de origem botânica (oidio-1852,
filoxera-1872) conduziram ao paulatino degenerescimento da pujança económica do vinho.
Como corolário, desse inevitável processo, sucedem-se as fomes, nos anos quarenta, e a
sangria emigratória nas décadas de 50 e 80, para o continente americano, onde o madeirense
vai substituir o escravo nas plantações. Por um período de mais de setenta anos a confusão
institucional e económica alarga-se ao domínio social e alimentar. Assim sucedem-se novos
produtos de importação do Novo Mundo que ganham uma posição de relevo na culinária
madeirense. Destes destacam-se o inhame e a batata. A par disso definem-se políticas de
reconversão e ensaios de novos produtos com valor comercial (tabaco, chá,...).

A emigração oitocentista e no período post-segunda Guerra Mundial foi responsável


pela por um acentuado processo de desertificação do interior da ilha, o que arrastou muitas
terras para o abandono. Era o início de um pousio necessário para as terras já de si esgotadas
com a exploração intensiva das culturas de subsistência e exportação. As políticas de
reflorestação em ambos os momentos irão permitir o fácil aumento da mancha florestal, sem
conflito com a actividade agrícola.

Em pleno apogeu da indústria vinhateira tivemos a paulatina afirmação de um novo


sector de serviços. Na segunda metade do século XVIII a ilha assumiu um outro papel.
Alguém terá dito que os iniciais promotores do turismo insular foram os gregos, mas os
primeiros turistas foram, sem dúvida, ingleses. Os gregos celebraram, na sua prolixa criação
literária, as delícias das ilhas situadas além das colunas de Hércules. Os arquipélagos da
Madeira e Canárias, são mitologicamente considerados a mansão dos deuses, o seu jardim das
delícias, onde eles convivem com os heróis da mitologia. Todavia foram os ingleses, ainda
que muito mais tarde, a desfrutar desta ambiência paradisíaca, reservada aos deuses e heróis,
escolhendo-as como rincão de permanência, breve ou prolongada. Diz-se até que a primeira
viagem de núpcias, embora ocasional, terá sido protagonizada por um casal inglês. Mais uma
vez a lenda que ficou conhecida como de Machim. Na verdade, foi esta visão mítica,
perpetuada nos relatos antigos ou reavivada nos testemunhos coevos, que motivou o desusado
interesse do inglês pelas belezas aprazíveis da Madeira. A Europa oferecia ao aristocrata
britânico demasiados motivos para o "grand tour" cultural.

O ilhéu, autêntico cabouqueiro e jardineiro deste rincão, estava por demais


embrenhado na árdua tarefa de erguer paredes e arrotear os poios, e por isso mantinha-se
alheio às suas delícias. Para ele a beleza agreste dos declives não passava de mais um entrave
na luta contra a natureza. Enquanto o madeirense cavava e traçava os poios o inglês
entretinha-se nos passeios a cavalo ou em rede pelos mais recônditos locais da ilha. A
verdadeira descoberta da Madeira foi obra dos ingleses. Mas foi o português descobriu apenas
o caminho para cá chegar.

AS ROTAS DE MIGRAÇÃO DE HOMENS, PLANTAS E MERCADORIAS. A


valorização do Atlântico nos séculos XV e XVI conduziu a um intrincado traçado de rotas de
navegação e comércio que ligavam o Velho Continente ao litoral atlântico. Esta
multiplicidade de rotas resultou das complementaridades económicas e de formas de
exploração adoptadas. Se é certo que estes vectores geraram as referidas rotas, não é menos
certo que as condições mesológicas do oceano, dominadas pelas correntes, ventos e
tempestades, delinearam o seu rumo. As mais importantes e duradouras de todas as traçadas
neste mar foram sem dúvida a da Índia e a das Índias que galvanizaram as atenções dos
monarcas, da população europeia e insular, dos piratas e corsários. A par disso a Madeira
surge, nos alvores do século XV, como a primeira experiência de ocupação em que se
ensaiaram produtos, técnicas e estruturas institucionais. Tudo isto foi, depois, utilizado, em
larga escala, noutras ilhas e no litoral africano e americano. O arquipélago foi, assim, o centro
de divergência dos sustentáculos da nova sociedade e economia do mundo atlântico: primeiro
os Açores, depois os demais arquipélagos e regiões costeiras onde os portugueses aportaram.

No traçado das rotas oceânicas situava-se o Mediterrâneo Atlântico com uma actuação
primordial na manutenção e apoio à navegação atlântica. As ilhas da Madeira e das Canárias
surgem nos séculos XV e XVI como entreposto para o comércio no litoral africano,
americano e asiático. Os portos principais da ilha da Madeira, Gran Canaria, La Gomera,
Hierro, Tenerife e Lanzarote animavam-se de forma diversa com o apoio a esta navegação e
comércio nas rotas da ida, enquanto nos Açores, com as ilhas de Flores, Corvo, Terceira, e S.
Miguel, surgem como a escala necessária e fundamental da rota de retorno.

A posição demarcada do Mediterrâneo Atlântico no comércio e na navegação atlântica


fez com que as coroas peninsulares investissem aí todas as tarefas de apoio, defesa e controle
do trato comercial. As ilhas eram os bastiões avançados, suportes e símbolos da hegemonia
peninsular no Atlântico. A disputa pela riqueza em movimento neste oceano será feita na área
definida por elas, pois para aí incidiam piratas e corsários ingleses, franceses e holandeses,
ávidos das riquezas em circulação nas rotas americanas e indicas. Uma das maiores
preocupações das coroas peninsulares terá sido a defesa das embarcações que sulcavam o
Atlântico em relação às investidas dos corsários europeus. A área definida pela Península
Ibérica, Canárias e Açores era o foco principal de intervenção do corso europeu sobre os
navios que transportavam açúcar ou pastel ao velho continente.

O papel da Madeira resulta muito do facto de ter sido o início da presença portuguesa
no Atlântico, e o primeiro e mais proveitoso resultado desta aventura. Gaspar Frutuoso 5
testemunha esse papel de âncora atlântico quando afirma "... que Deus põs no mar oceano
ocidental para escala, refúgio, colheita e remédio dos navegantes..."

Vários são os factores que se conjugaram para esta situação. A inexistência de


população, em consonância com a extrema necessidade de valorização para o avanço das
navegações ao longo da costa africana, favoreceram a rápida ocupação e crescimento
económico da Madeira. Por isso, a afirmação do arquipélago madeirense, nos primeiros anos
dos descobrimentos, foi evidente: porto de escala ou apoio para as precárias embarcações
quatrocentistas, que sulcavam o oceano; importante área económica, fornecedora de cereais,
vinho e açúcar; modelo económico, social e político para as demais intervenções portuguesas
no Atlântico 6.

A juntar a tudo isso temos que o rápido progresso social, resultado do porvir
económico, condicionou o aparecimento de uma aristocracia-terratenente que, imbuída do
ideal cavalheiresco e do espírito de aventura, se embrenhou na defesa das praças marroquinas,
na disputa pela posse das Canárias e viagens de exploração e comércio ao longo da costa
africana e, até mesmo, para Ocidente.

A proximidade da Madeira ao vizinho arquipélago das Canárias, em conjugação com


o rápido surto do povoamento e valorização sócio-económica do solo, orientaram as atenções
do madeirense para as ilhas. Assim, decorridos apenas vinte e seis anos sob a ocupação, os
5
Livro primeiro das Saudades da Terra, Ponta Delgada, 1979, p.98.
6
Esta ultima ideia ficou expressa no nosso estudo sobre "A Madeira na rota dos descobrimentos e expansão atlântica", in Revista da
Universidade de Coimbra, vol. XXXIV, 1988, pp. 571-580.
moradores da Madeira empenharam-se na disputa pela posse das Canárias, ao serviço do
infante D. Henrique. Em 1446 João Gonçalves Zarco, foi enviado a Lanzarote, como
plenipotenciário para afirmar o contrato de compra da ilha. Acompanham-no as caravelas de
Tristão Vaz, capitão do donatário em Machico e de Garcia Homem de Sousa, genro de
Zarco 7. Mais tarde em 1451, o infante enviou nova armada, em que participaram gentes de
Lagos, Lisboa e Madeira, sendo de salientar, no último caso, Rui Gonçalves filho do capitão
do donatário do Funchal 8.

A presença de gentes da Madeira continuará por todo o século XV em três frentes:


Marrocos 9, litoral africano além do Bojador e terras Ocidentais. Na primeira e última a
presença dos madeirenses foi fundamental. A tradição refere que o primeiro homem a lançar-
se à aventura do descobrimento das terras Ocidentais foi Diogo de Teive, que em 1451 terá
saído do Faial à procura da ilha das Sete Cidades, mas que no regresso apenas descobriu as
ilhas de Flores e Corvo 10. Seguiram o seu exemplo outros madeirenses que gastaram muito de
sua fazenda para abrir o caminho, mais tarde, trilhado por Colombo.

Mesmo assim a valorização da Madeira no contexto da expansão europeia tem sido


diversa. A historiografia nacional considera-a um simples episódio de todo o processo e, em
face da posição geográfica, hesita no seu enquadramento, sendo levada, por vezes ao
esquecimento. A historiografia europeia, ao invés, não duvida em realçar a singularidade do
seu processo neste contexto. A Madeira afirma-se no processo da expansão europeia pela
singularidade do seu protagonismo. Vários são os factores que o propiciaram, no momento de
abertura do mundo atlântico, e que fizeram com que ela fosse, no século XV, uma das peças-
chave para a afirmação da hegemonia portuguesa no Novo Mundo. O Funchal foi uma
encruzilhada de opções e meios que iam ao encontro da Europa em expansão. além disso ela é
considerada a primeira pedra do projecto, que lançou Portugal para os anais da História do
oceano que abraça o seu litoral abrupto. A fundamentação de tudo isto está patente acção da
ilha e das suas gentes.

À função de porta-estandarte do Atlântico, a Madeira associou outras, como "farol"


Atlântico, o guia orientador e apoio para as delongas incursões oceânicas. Por isso nos
séculos que nos antecederam, ela foi um espaço privilegiado de comunicações, tendo a seu
favor as vias traçadas no oceano que a circunda e as condições económicas internas,
propiciadas pelas culturas da cana sacarina e vinha. Uma e outra condições contribuíram para
que o isolamento definido pelo oceano fosse quebrado e se mantivesse um permanente
contacto com o velho continente europeu e o Novo Mundo.

Como corolário desta ambiencia a Madeira firmou uma posição de relevo nas
navegações e descobrimentos no Atlântico. O rápido desenvolvimento da economia de
mercado, em uníssono com o empenhamento dos principais povoadores em dar continuidade
à gesta de reconhecimento do Atlântico, reforçaram a posição da Ilha e fizeram avolumar os
serviços prestados pelos madeirenses. Aqui surgiu uma nova aristocracia dos descobrimentos,

7
José PEREZ VIDAL, "Aportación portuguesa a la población de Canarias. Datos", in Anuario de Estudios Atlânticos, nº 14, 1968;
A. SARMENTO, "Madeira & Canárias", in Fasquias e Ripas da Madeira, Funchal, 1931, 13-14.
8
Monumenta Henricina, Vol. XI, 172-179.
9
Veja-se a resenha de feitos em Alberto Artur SARMENTO, A Madeira e as praças de África, Funchal, 1932; João José de Abreu e
SOUSA, "emigração madeirense nos séculos XV a XVII", in Atlântico, nº.1, Funchal, 1985, pp. 46-52.
10
Sobre esta figura veja-se o que diz Ernesto GONÇALVES, Portugal e a ilha, Funchal, 1992, pp.85-118.
cumulada de títulos e benesses pelos serviços prestados no reconhecimento da costa africana,
defesa das praças marroquinas, ou nas campanhas brasileiras e Indicas 11.

A par disso a Madeira surge, nos alvores do século XV, como a primeira experiência
de ocupação em que se ensaiaram produtos, técnicas e estruturas institucionais. Tudo isto foi,
depois, utilizado, em larga escala, noutras ilhas e no litoral africano e americano. O
arquipélago foi, assim, o centro de divergência dos sustentáculos da nova sociedade e
economia do mundo atlântico: primeiro os Açores, depois os demais arquipélagos e regiões
costeiras onde os portugueses aportaram. João de Melo da Câmara, irmão do capitão da ilha
de S. Miguel, resumia em 1532 12 de uma forma perspicaz a acção madeirense no espaço
atlântico. Segundo ele a sua família era portadora de uma longa e vasta experiência "porque a
ilha da Madeira meu bisavô a povoou, e meu avô a de São Miguel, e meu tio a de São Tomé,
e com muito trabalho, e todas do feito que vê...". Isso dava-lhe o alento necessário e abri-lhe
perspectivas para uma sua iniciativa no Brasil. Ele reclamava o protagonismo do seu ancestral
Rui Gonçalves da Câmara que em 1474 comprara a ilha de S. Miguel, dando início ao seu
verdadeiro povoamento. A mesma percepção surge em Gilberto Freire que em 1952 não
hesita em afirmar o seguinte: A irmã mais velha do Brasil é o que foi verdadeiramente a
Madeira. E irmã que se estremou em termos de mãe para com a terra bárbara que as artes dos
seus homens,... concorreram para transformar rápida e solidamente em nova Lusitânia"13. Na
verdade tudo o concretizado em termos do mundo atlântico português teve por matriz o
sucedido na Madeira. A Madeira foi ao nível social, político e económico, o ponto de partida
para o "mundo que o português criou..." nos trópicos. Neste contexto é sumamente importante
o conhecimento do sucedido na Madeira quando pretendemos estudar e compreender as
outras situações.

O protagonismo das ilhas não se fica só pelos séculos XV e XVI, pois as navegações e
explorações oceânicas nos séculos XVIII e XIX levam-nas a assumir uma nova função para
os Europeus. De primeiras terras descobertas passam a campos de experimentação e a escalas
retemperadoras da navegação na rota de ida e regresso. Finalmente, no século XVIII
desvendou-se uma nova vocação: as ilhas como campo de ensaio das técnicas de
experimentação e observação directa, que comandam a ciência das "luzes", e escala das
constantes expedições científicas dos europeus. O enciclopedismo e as classificações de
Linneo(1735) têm nas ilhas um bom campo de experimentação.

O homem do século XVIII perdeu o medo ao mundo circundante e passou a olhá-lo


com maior curiosidade, deste modo como dono da criação estava-lhe atribuída a missão de
perscrutar os seus segredos. É esse impulso que justifica todo o afã científico que explode
nesta centúria. A insaciável procura e descoberta da natureza circundante cativou toda a
Europa, mas foram os ingleses quem entre nós marcaram presença, sendo menor a de
franceses e alemães 14. Aqui são protagonistas as Canárias e a Madeira. Tudo isto é resultado
da função das mesmas como escala à navegação e comércio no Atlântico e para fora deste.
Foi também aqui que a Inglaterra estabeleceu a sua base para a guerra de corso no Atlântico.
Se as embarcações de comércio, as expedições militares cá tinham escala obrigatória, mais

11
Confronte-se João José Abreu de SOUSA, "Emigração madeirense nos Séculos XV a XVII", in Atlântico, nº.1, Funchal, 1985, pp.
46-52.
12
História da colonização Portuguesa do Brasil, vol. III, p.90; cf Vera Jane GILBERT, "Os primeiros engenhos de açúcar"in
Sacharum, nº.3, São Paulo, 1978, pp. 5-12.
13
Aventura e Rotina, 2ªed., pp 440-446, 448-449
14
Cf. "Algumas das Figuras Ilustres Estrangeiras que Visitaram a Madeira", in Revista Portuguesa, 72, 1953; A. Lopes de Oliveira,
Arquipélago da Madeira. Epopeia Humana, Braga, 1969, pp. 132-134.
razões assistem às científicas para esta paragem obrigatória. As ilhas pelo seu endemismo,
própria história geo-botânica, levavam obrigatoriamente a esse primeiro ensaio das técnicas
de pesquisa a seguir noutras longínquas paragens. Também as ilhas foram um meio revelador
dessa incessante busca do conhecimento da geologia e botânica. Instituições seculares, como
o British Museum, Linean Society, e Kew Gardens, chegam a enviar especialistas a proceder à
recolha das espécies. Os estudos no domínio da geologia, botânica e flora são resultado deste
presença fortuita ou intencional dos cientistas europeus.

Esta foi uma moda, no decurso do século XVIII, que levou a que algumas instituições
científicas europeias ficassem depositárias de algumas dessas Colecções: o Museu Britânico,
a Universidade de Kiel, Universidade de Cambridge, Museu de História Natural de Paris. E,
por cá, passaram destacados especialistas da época, sendo de destacar John Byron, James
Cook, Humbolt, John Forster. A lista é infindável, contando-se, entre 1751 e 1900, quase uma
centena de cientista. Está aqui uma riqueza historial que ainda não foi devidamente explorada.
James Cook escalou a Madeira por duas vezes(1768 e 2772), numa réplica da viagem de
circum-navegação, mas desta feita apenas com interesse científico. Os cientistas que o
acompanharam intrometeram-se no interior da ilha à busca das raridades botânicas para a sua
classificação e depois revelação à comunidade científica.

A tudo isto é de referenciar a função de hospital para a cura da tísica pulmonar ou de


quarentena na passagem do calor tórrido das colónias para os dias frios e nebulosos da vetusta
cidade de Londres. Esta função catapultou a ilha para um evidente afirmação. O debate das
potencialidades terapêuticas da climatologia propiciou um numeroso grupo de estudos e criou
uma escala de estudiosos, dentro e fora da ilha. Mais do que estes é de salientar os demais que
correspondem, ao seu apelo. As filas intermináveis de aristocratas, escritores, cientistas
desembarca no calhau e vão encosta fora à procura do ar benfazejo da ilha. Vem daqui muito
do espólio hoje disponível na Casa Museu Frederico de Freitas e Biblioteca Municipal.

A Madeira recriava os mitos antigos e reserva-lhe um ambiente paradisíaco e calmo


para o descanso, ou, como sucede no século dezoito, o laboratório ideal para os estudos
científicos; o endemismo insular propiciava esta última situação. De acordo com isso as ilhas
tornaram-se no principal alvo de atenção de botânicos, ictiólogos, geólogos, o que levou
Alfredo Herrera Piqué a considera-las "a escala científica do Atlântico". Por isso foram os
ingleses os primeiros a descobrir as infindáveis qualidades de clima e paisagem e a divulga-
las junto dos seus compatriotas.

É esta quase esquecida dimensão da ilha como motivo despertador da ciência e cultura
europeia desde o século XVIII que importa realçar. Ela partiu de campo experimental dos
descobrimentos a sua afirmação, com a filosofia das luzes, como novo campo experimental
de nova ciência que desabrocha, mercê da sua nova função de escala das expedições
científicas. Mais uma vez fica demonstrado o activo protagonismo da Madeira no devir
histórico ocidental. A sua acção não se resume apenas aos planos político-económico e social,
pois se alarga ao científico, como acabamos de constatar.

Para os navegadores do século XV aquilo que mais os emocionou foi o denso


arvoredo, já para os cientistas, escritores e demais visitantes da ilha a partir do século XVIII
aquilo que mais chama à atenção é, sem duvida, o aspecto exótico dos jardins e quintas que
povoam a cidade. O Funchal se transformou assim num verdadeiro jardim botânico. Na
Europa desde o século XVI que começaram a surgir os jardins botânicos. Em 1545 temos o
de Pádua, seguindo-se o de Oxford em 1621. Em 1635 o de Paris preludia a arte de Versailles
em 1662. Em todos é patente a intenção de fazer recuar o paraíso 15. As ilhas não tinham
necessidade disso pois já o eram.
Diferente é a atitude do homem do século XVIII. Aliás, desde a segunda metade do
século XVII que a atitude do homem perante as plantas mudou. Em 1669 Robert Morison
publica Praeludia Botanica, considerada como o principio do sistema de classificação das
plantas, que tem em Carl Von Linné (Linnaeus) (1707-1778) o seu principal protagonista. A
partir daqui a visão do mundo das plantas nunca será a mesma. Contemporâneo dele é o
Comte de Buffon que publica entre 1749 e 1804 a "Histoire Naturelle, générale et
particuliére" em 44 volumes. Os jardins botânicos do século XVIII deixam de ser uma
recriação do paraíso e passam a espaços de investigação botânica. O Kew gardens em 1759 é
a verdadeira expressão disso. Note-se que Hans Sloane(1660-1753), presidente do Royal
college of physicians, da Royal Society of London e fundador do British Museum, esteve na
Madeira no decurso das expedições que o levaram às Antilhas inglesas 16.

Por outro lado a aclimatação das plantas com valor económico, medicinal ou
ornamental adquire cada vez mais importância. Aliás, foi fundamentalmente o seu interesse
medicinal que desde o século XVII provocou o desusado empenho 17. Assim em 1757 o inglês
Ricardo Carlos Smith funda no Funchal um desses jardins onde reúne várias espécies com
valor comercial. Já em 1797 Domingos Vandelli (1735-1816) e João Francisco de Oliveira no
estudo sobre a flora apresentam no ano imediato um projecto para um viveiro de plantas. O
viveiro foi criado no Monte e manteve-se até 1828. O Naturalista francês, Jean Joseph
d'Orquigny, que em 1789 se fixou no Funchal foi o principal mentor da criação da Sociedade
Patriótica, Económica, de Comércio, Agricultura Ciências e Artes. Mas este foi um projecto
efémero, uma vez que a sua condenação como maçon em 1792 desfez todos os seus projectos.
Aqui a ideia de progresso alia-se com o conhecimento do meio natural que nos rodeia 18.

De acordo com Elizabeth B. Keeney19 na América do Norte a partir de 1820 a


Botânica tornou-se muito popular, fazendo surgir a figura do "botanizers", isto aqueles que
por passatempo dedicavam-se à colecção, identificação e preservação das espécies botânicas.
Afirma-se até que a História Natural é um bom exercício para a mente dos jovens 20. Passados
vinte anos o espectro muda no sentido da especialização surgindo as associações
especializadas como Smithsonian Institution(1846) e American Association for the
Advancement of Science(1848). Entretanto em Londres havia surgido em 1838 a Botanical
Society Club.

Em França, por iniciativa de G. Saint-Hilaire(1805-1861), foi criada em 1854 a


Societé Nationale de Protection de la Nature et D'acclimatation. Os franceses a partir da obra
de Buffon e Lamarckian foram os principais difusores da noção e prática de aclimatização.
Tudo isto liga-se directamente com o processo de colonização africana, no caso francês
assinala-se o processo em curso na Argélia 21. Auguste Hardy é peremptório nesta
aproximação: "it may be said that the whole of colonization is a vast deed of

15
. Richard Grove, Ecology, climate and Empire. Studies in colonial enviromental. History 1400-1940, Cambridge, 1997, p. 46; J.
Prest, The Garden of Eden: The Botanic Garden and the Re-creation of Paradise, New Haven, 1981.
16
Raymond R. Stearns, Science in the British Colonies of America, Urban, 1970
17
K. Thomas, Man and the Natural World. Changing attitudes in England. 1500-1800, Oxford, 1983, p. 27, 65-67.
18
Francisco Contente Domingues, "Jean Joseph d'Orquigny e a Sociedade Patriótica do Funchal", in Actas do II Colóquio
Internacional de História da Madeira, Funchal, 1990, pp.231-245
19
The Botanizers-amateur scientits in nineteenth century America, Chapel Hill, 1992.
20
. Ibidem, p.45
21
Michael Osborne, Nature, the exotic, and the Science of French Colonialism, Bloomington, 1994
acclimatization" 22. Esta opção ganhou adeptos em toda a Europa, merecendo o seguinte
comentário de Michael Osborne 23: "The proliferation of accliatization societies and its
empires at midcentury indicates that acclimatization studies were tied to the pan-European
phenomenon of settler colonies".
Em 1850 José Silvestre Ribeiro, então governador civil da Madeira, avançou com um
plano de criação do Gabinete de História Natural, a partir da exposição inaugurada a 4 de
Abril no Palácio de S. Lourenço. Mas foi tudo em vão, uma vez que à sua partida em 1852
tudo se desfez. Note-se que nesse mesmo ano, a 23 de Setembro, surge a proposta de
Frederico Welwistsch 24 para a criação de um jardim de aclimatação no Funchal e em
Luanda 25. A Madeira cumpriria o papel de ligação das colónias aos jardins de Lisboa,
Coimbra e Porto. Note-se que este botânico alemão que fez alguns estudos em Portugal,
passou em 1853 pelo Funchal com destino a Angola. A presença na Madeira do Padre
Ernesto João Schmitz, como professor do seminário diocesano, levou à criação em 1882 um
Museu de História Natural, que hoje se encontra integrado no actual Jardim botânico.

Só passado um século o tema voltou a merecer a atenção dos especialistas. São várias
as vozes que se ergueram em favor da criação de um jardim botânico na Madeira. Em 1936
refere-se uma tentativa frustrada de criação de um Jardim Zoológico e de Aclimatação nas
Quintas Bianchi, Pavão e Vigia, que contava com o apoio do Zoo de Hamburgo 26. Em 1946
António de Sousa da Câmara recomenda a criação de um jardim colonial. Apelo que se refere
em António C. Teixeira de Sousa e ganha grande alento em 1950 com a realização no
Funchal da "I Conferência da liga para a protecção da natureza"". O apelo de J. de Azevedo
Pereira 27 lançado neste evento teve repercussão nas autoridades da Junta Geral que souberam
criar em 1960 o tão desejado jardim botânico.

A criação do Jardim Botânico por deliberação da Junta Geral do Distrito Autónomo


do Funchal a 30 de Abril de 1960 é o corolário dessa defesa secular das condições da ilha
para a sua criação e a demonstração da sua importância científica revelada por destacados
investigadores botânicos que procederam a estudos 28. Tenha-se em consideração que esta
iniciativa só foi possível graças à pertinaz acção de António Teixeira de Sousa como
Presidente da Junta Geral. Assim em 1952 adquiriu-se a Quinta do Bom Sucesso onde
ficaram os serviços da Estação Agrária, mas o objectivo era a criação do Jardim Botânico.

Em qualquer dos momentos assinalados as ilhas cumprem de novo o papel de ponte e


adaptação da flora colonial. Os jardins de aclimatação são a moda do momento, que entre nós
tem por palco as amplas e paradisíacas quintas. O Marquez de Jácome Correia29 identifica as
quintas do Palheiro Ferreiro e Magnólia como jardins botânicos. Estas são viveiros de plantas,
hospital para acolher os doentes da tísica pulmonar e outros visitantes. O deslumbramento
acompanha o interesse científico e convivem lado a lado nas inúmeras publicações que o
testemunham no século XIX.

22
L'Algerie Agricole, Commerciale, Industrielle, Paris, 1860, p.7
23
Ibidem, p.176
24
Cf. Ebarhard Axel Wilhelm, "Visitantes de língua Alemã na Madeira(1815-1915)", in Islenha, 6, 1990, pp.48-67.
25
. "um Jardim de Aclimatação na ilha da Madeira", in Das Artes e da História da Madeira, nº. 2, 1950, pp.15-16
26
César A. Pestana, A Madeira Cultura e Paisagem, Funchal, 1985, p.65
27
. "Um jardim botânico na Madeira", in Das Artes e da História da Madeira, Vol. 2, n? 3, 1950, 24-26.
28
Cf Boletim da Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal, Abril de 1960; Rui Vieira, "Sobre o 'Jardim Botânico' da Madeira ",
in Atlântico, 2, 1985, pp.101-109.
29
A Ilha da Madeira, Coimbra, 1927, p.173, 178
Os jardins, através da harmonia do frondoso arvoredo e das garridas cores das flores
têm nos séculos XVII e XVIII um avanço evidente. Os bosques deixam de ser espaços de
maldição e as árvores entram no quotidiano das classes altas, alinhando-se em filas para dar
acesso à casa de moradia. Os jardins adquirem a dimensão de paraíso bíblico e como tal
espaço espiritual. Eles são a expressão do poder humano sobre a Natureza30. Na Inglaterra do
século XIX os jardins e as flores tornam-se muito populares 31. Essa ambiência chegou à ilha
através dos mesmos súbditos de Sua Majestade. As ilhas exerceram assim um fascínio
especial sobre todos os visitantes e parece que nunca perderam a sua imortal característica de
jardins à beira do oceano. Deste modo poderemos afirmar, com propriedade, que estas foram
as ilhas jardins e que os seus jardins continuam a ser o encanto dos que a procuram, sejam
eles turistas ou cientistas.

A História do Meio Ambiente e Ecológica veio fazer apelo de novo ao pioneirismo da


Madeira, naquilo que o devir mostra a gesta europeia destruidora do meio envolvente. O
processo de expansão europeia não se afirma apenas pela novidade de descoberta de novos
mundos, mas também pelos efeitos destrutivos da presença do europeu sobre a fauna e flora
dos novos espaços. Tudo isto foi conseguido por exigências das leis do mercado de então que
definiu uma estrutura de monoculturas e exploração intensiva do solo, através de culturas
com elevado rendimento económico, como foi o caso da cana de açúcar. Da leitura dos
clássicos e da produção bibliográfica recente releva-se uma situação particular que toca de
novo o arquipélago da Madeira. A Madeira não se posiciona apenas nos anais da História
Universal como a primeira área de ocupação atlântica, pioneira na cultura e divulgação do
açúcar ao Novo Mundo, mas também como o primeiro exemplo dos efeitos nefastos de uma
exploração intensiva 32.

A expansão europeia não se resume apenas ao encontro e desencontro de Culturas,


mas também marca o início de um processo de transformação ou degradação do meio. O
europeu carrega consigo a fauna e flora do seu convívio e com valor económico, que irão
provocar profundas mudanças nos novos ecossistemas. Com isto acontece que o espaço
vivido e natureza se universalizam. Nos séculos XV e XVI foram as viagens de
descobrimento, enquanto no século XVIII sucederam as de exploração e descoberta da
natureza, comandadas por ingleses e franceses.

A Madeira foi o viveiro de aclimatação nos dois sentidos. Da Europa propiciou a


transmigração da fauna e flora identificada com a cultura ocidental. No retorno foram as
plantas do Novo Mundo que tiveram de novo passagem obrigatória pela ilha. A riqueza
botânica do Funchal resulta disso. O processo de imposição da chamada biota portátil
europeia, no dizer de Alfred Crosby 33, foi responsável por alguns dos primeiros e problemas
ecológicos mais importantes. Quem não se lembra da praga dos coelhos do Porto Santo34?
Que dizer do incêndio que lavrou na ilha durante sete anos ? Estas situações são assiduamente
referenciadas pela actual historiografia norte americana que se dedica ao estudo da História

30
Peter j. Bowler, Fontana History of environmental Sciences. N. Y., 1993.,p.111.
31
. Cf. K. Thomas, ibidem, pp.207-209, 210-260
32
, Madeira. Pearl of Atlantic, London, 1959 Veja-se Richard GROVE, Green Imperialism, N York, 1995, pp. 5-29; idem, Ecology,
climate and empire, Cambridge, 1997, p. 45; John PERLIN, A forest journey, N. York, 1989.
33
Imperialismo ecológico. A expansão biológica da Europa. 900-1900, S. Paulo, 1993.
34
Tenha-se em atenção que estes foram motivo de um estudo do botânico alemão Ernest Haeckel(1834-1919 publicado em 1868. Foi
ele quem em 1866 em "Generalle Morphologie" usou a palavra Oecologie. Cf. Eberhard Axel Wilhelm, "Visitantes de Língua Alemã
na Madeira(1815-1915)", in Islenha, 6, 1990, 48-67.
do meio ambiente, sendo o seu ponto de partida e alento para esta incursão temática
inovadora.

Outro facto também insistentemente referido é o da própria ilha da Madeira. O nome


foi o atributo para referenciar a abundância e aspecto luxuriante do seu bosque. Mas em
pouco tempo, as queimadas para abrir clareiras de cultura e habitação, o desbaste para fruição
das lenhas e madeiras, fizeram-na desmerecer tal epíteto. Da Madeira quase só ficou o
nome…!

A tradição refere que os navegadores portugueses atearam um incêndio à floresta


densa para poder penetrar, mas este ganhou tais proporções que os atemorizou. Foram sete
anos de chama acesa, diz a tradição. Todavia, hoje ninguém acredita nesta versão divulgada
por Francisco Alcoforado e repetida em Cadamosto e outros autores da época. Hoje ninguém
acredita nesta História, que a ser verdade teria reduzido a ilha a carvão… Esta situação
expressa uma realidade que pautará a expansão europeia e que só nos últimos anos tem
cativado a atenção do historiador. Tudo isto tem origem num produto devorador que
conquista a economia de mercado e que pautou a evolução da economia atlântica a partir do
século XV. O carrasco é o açúcar. A sua disponibilidade só é possível com esse processo de
degradação do meio que viu nascer os canaviais.

A Europa parte no século XV à procura do Eden bíblico ou descrito na literatura


clássica greco-romana. Foi este um dos motivos do empenho de Colombo, mas também dos
navegadores portugueses. O seu reencontro era encarado como uma conciliação com Deus o
apagar do pecado original de Adão e Eva. Esta imagem persegue quase todos os navegadores
quinhentistas e deverá estar por detrás do empenho daquelas que aportaram à Madeira .
Tenha-se em conta que as duas primeiras crianças nascidas na ilha, filhas de Gonçalo Aires
Ferreira tiveram nomes bíblicos de Adão e Eva 35. Era o retorno ao Eden, que aos poucos foi
sendo perdido, tal como sucedera aos primogénitos Adão e Eva. A recuperação desta imagem
acontecerá mais tarde no século XVIII em que a ilha é de novo o paraíso redescoberto para o
viajante ou tísico ingleses, recuperado e revelado ao cientista, seja ele inglês, alemão ou
francês, através das recolhas ou da recriação através dos jardins botânicos.

A cana de açúcar poderá ser considerada como a cultura agrícola mais importante da
História da Humanidade, pois provocou o maior fenómeno em termos de mobilidade humana,
económica, comercial e ecológica. A sua afirmação como cultura agrícola é milenar e abrange
vários quadrantes do planeta. É de todas as plantas domesticadas pelo Homem aquela que
acarreta maiores exigências. Ela quase que escraviza o homem, esgota o solo, devora a
floresta e dessedenta os cursos de água. A sua exploração intensiva desde o século XV gerou
grandes exigências em termos de mão-de-obra, sendo responsável pelo maior fenómeno
migratório à escala mundial que teve por palco o Atlântico: a escravatura de milhões de
africanos. Ligado a tudo isso está também um conjunto variado de manifestações culturais
que vão desde a literatura à música e à dança.

Foi o Oriente quem descobriu a sua doçura, tendo a Papua Nova Guiné como Berço.
Os árabes fizeram-no chegar ao ocidente e foram os arautos principais da sua expansão.
Genoveses e venezianos encarregaram-se do seu comércio e Europa. Mas é nas ilhas que ela
encontrou um dos principais viveiros da sua afirmação e divulgação no Ocidente: Creta e

35
Ernesto Gonçalves, "Adão e Eva", in Portugal e a ilha, Funchal, 1992, pp.13-18.
Sicília no Mediterrâneo, Madeira, Açores, Canárias, Cabo Verde e S. Tomé no Atlântico
Oriental Puerto Rico, Cuba, Jamaica, Demerara(…) nas Antilhas.

A realidade sócio-económica que serve de suporte ao açúcar diferencia-se no seu


percurso do Pacífico/Índico para o Mediterrâneo/Atlântico. Assim, no primeiro caso não
assume a posição dominante na economia, primando pelo carácter secundário, enquanto no
segundo é patente o seu efeito dominador na economia e sociedade/associação ao escravo,
que começa no Mediterrâneo e se reforça no Atlântico. As ilhas, pela limitação do seu espaço,
são as primeiras a ressentir-se desta realidade.

A consciência ecológica do homem hodierno serve de apelo a esta viragem regressiva


à História da Humanidade. O presente actua assim com expressão mediática para a descoberta
desse passado que pode ter algum efeito pragmático nas actuais políticas de defesa do meio-
ambiente, para que se alcance o limiar do século XIX com mais e melhor ambiente,
preservando aquilo que os nossos antepassados nos legaram.

O TURISMO E A DESCOBERTA DA NATUREZA.A partir da segunda metade do


século dezoito foi a revelação da Madeira como estância para o turismo terapêutico, mercê
das então consideradas qualidades profiláticas do seu clima na cura da tuberculose, o que
cativou a atenção de novos forasteiros. A tísica propiciou-nos, ao longo do século dezanove, o
convívio com poetas, escritores, políticos e aristocratas. Não obstante a polémica causada em
torno das possibilidades deste sistema de cura a ilha permaneceu por muito tempo como local
de acolhimento destes doentes, sendo considerada a primeira e principal estância de cura e
convalescença do velho continente.

Foi a presença, cada vez mais assídua, deste doentes que provocou a necessidade de
criação de infra-estruturas de apoio: sanatórios, hospedagens e agentes, que serviam de
intermediários entre estes forasteiros e os proprietários de tais espaços de acolhimento. Este
último é o prelúdio do actual agente de viagens. Então o turismo, tal como hoje o
entendemos, dava os seus primeiros passos. E foi como corolário disso que se estabeleceram
as primeiras infra-estruturas hoteleiras e que o turismo passou a ser uma actividade
organizada e com uma função relevante na economia da ilha. E mais uma vez o inglês é o
principal protagonista.

Tenha-se em conta que este momento de forte afluência de estrangeiros coincide com
a época de euforia da Ciência nas Academias e Universidades europeias. Desde finais do
século XVII as expedições científicas tornaram-se comuns e o Funchal foi um porto
fundamental de escala, para ingleses, franceses e alemãs. Esta função do Funchal como porto
de escala das navegações oceânicas e estância de turismo terapêutico contribuiu para este
valorizar do papel da ilha e justifica os inúmeros estudos científicos ou de viagem que se
dedicam ou fazem referência à Madeira.

O Turismo caminhou lado a lado com o vinho e o aparecimento de novas actividades.


A vinha persistiu nas latadas e fez-se companheiros dos vimeiros e bordadeiras. Esta
harmonia marchava a favor da ilha e tornava possível a existência de várias formas de
actividade que garantiam a sobrevivência. A variedade foi a receita certa para manter de pé
por algum tempo a frágil economia insular. Na década de quarenta define-se o "comércio, a
navegação o turismo, os grandes propulsores do desenvolvimento insular". As actividades em
torno da obra de vimes e bordados tiveram nos estrangeiros, principalmente ingleses os seus
principais promotores.

A primeira metade da presente centúria foi marcada por profundas mudanças na


economia madeirense. É para aqueles que a viveram um momento para esquecer. Primeiro as
guerras mundiais(1914-19 e 1939-45) e depois os problemas políticos e económicos
marcaram este como um momento negro da vida madeirense. A guerra evidenciou a
fragilidade da economia da ilha e evidenciou a sua extrema dependência do mercado externo.
Os problemas económicos arrastam convulsões sociais que se misturam com as políticas.
Assim tivemos em Fevereiro de 1931 a Revolta das Farinhas, a que se seguiu em 1936 a
Revolta do Leite.

Para muitos madeirenses a solução foi a emigração para o Brasil, Venezuela, USA,
Curaçau. O Brasil continua a ser o nosso El Dourado. Assim só em 1939 dos 1259 emigrantes
temos 2235 para o Brasil. A emigração funciona em todos os tempos com válvula de escape
para a miséria da sociedade. As medidas do governo, com a Comissão de Aproveitamentos
Hidraulicos e as suas iniciativas atenuaram para algumas famílias os efeitos da crise.
Começava aqui um plano de fomento de infra estruturas consideradas primordiais para o
progresso da ilha. A reorganização do sistema de regadio, que através de novas levadas iria
permitir um maior aproveitamento agrícola, o delinear de um plano viário, que permitiu a
aproximação das diversas localidades da ilha e a possibilidade de um progresso harmonioso

No passado foram as condições do meio que fizeram da ilha um dos principais


motivos de atracção turística. Hoje o turista é outro e por isso também as exigências são
diferentes. Assim aos motivos ambientais aliam-se os culturais, passando os dois a andar de
braço dado. No fundo é a simbiose do "grand tour" europeu com o turismo terapêutico
insular.

A ilha continua a fascinar cientistas e visitantes. O clima, o endemismo, as


particularidades do processo histórico, a evidência na História do Atlântico fazem dela, ontem
como hoje, um pólo chave para o conhecimento científico. Hoje a ilha é tema de debate nos
diversos areópagos científicos e cada vez mais se sentem o apelo da comunidade cientifica
para o seu conhecimento e divulgação.

Em certa medida esta próxima realidade vai ao encontro daquilo que foi a História do
arquipélago. Na verdade, o passado histórico da ilha, relevado quase sempre pelos aspectos
económicos e sociais, esquece uma componente fundamental da nossa aportação: a inovação
e divulgação tecnológica que transformou a rotina das tarefas económicas e revolucionou o
quotidiano dos nossos avoengos. Mais do que isso, o madeirense, além de exímio inventor -
na inevitável tarefa de encontrar solução para as questões e dificuldades do dia a dia -, foi
também um eficaz divulgador da sua tecnologia.

A Madeira foi a primeira terra revelada do novo mundo, escala para a navegação e
expansão dos produtos europeus no mundo atlântico. Com o século XVIII a ilha transforma-
se em escala obrigatória das expedições cientificas que fizeram saciar a curiosidade inata do
Homem das Luzes.

Este evidente protagonismo da Madeira condicionou a evolução do quadro natural e a


relação do madeirense com ele. No primeiro momento a ganância do lucro atirou os colonos
para uma exploração intensiva do solo, procurando exaurir o máximo das suas riquezas. O
desequilíbrio entre a permanente solicitação de um cada vez mais vasto mercado externo e as
limitadas capacidades dos recursos naturais da ilha eram evidentes e arrastaram-na
rapidamente para uma situação de rotura. Primeiro foi a crise da produção ceralifera a que se
seguiu a da cana sacarina, todas elas em ultima estância resultado do esgotamento dos solos.
Perante isto, num ápice a floresta deu lugar aos poios e as culturas que depois fizeram surgir o
espectáculo desolador dos terrenos inférteis abandonados.

A viragem ocorre a partir do século XVIII, servindo-se mais uma vez da íntima
aliança da ilha aos ingleses. As embarcações deste reino trouxeram-nos as plantas exóticas
para recobrir o solo e os visitantes ávidos de conhece-las. Assim se avançou rapidamente para
uma política de reflorestação que embelezou a cidade e arredores de espécies exóticas e
povoou as escarpas escalvadas de pinheiros, eucaliptos e castanheiros.

Também a curiosidade e espírito científico que marcou o mundo britânico desde o


século XVIII teve os seus reflexos na ilha, provocando uma procura, descoberta e estudo do
mundo vegetal e animal da ilha. Este espírito científico cativou também os madeirenses e
levou-os a considerarem o quadro natural de forma diferente, fazendo frutificar o actual
espírito ecológico, que rapidamente se transformou numa moda do mundo actual.
CIENTISTAS ESTRANGEIROS NA MADEIRA
SÉCS. XVI-XX 36

1601: Jean Mocquet[1575-?], viajante francês, que deixou impressões da sua viagem em Voyages en
Afrique, Asie, Indes Orientales et Occidentales(1617)
1687: Dr. Hans Sloane[1660 1753], médico e naturalista britânico
1696: Rev. John Ovington, capelão Real e escritor britânico

1720: John Atkins, médico naval e escritor britânico


1740: George Anson[1697-1762], corsário, navegador britânico. Autor do livro: Voyage Round the
World (1748)
1751: Dr. Thom. Heberden, cientista britânico
1755: J. de Bory, cientista, explorador e escritor
1764: Comodoro John Byron, navegador e explorador britânico
1766: Samuel Wallis[1728 95], oficial de marinha, cientista. Entre 1766 e 1768 fez viagem de circun-
navegação no HMS Dolphin
Capitain Philip Carteret[?--1796], célebre navegador e cientista britânico que acompanhou a viagem de
John Byron em (1764--6)
1768: Ch. Green, astrónomo britânico
. Setembro.13. Ancorou ao Funchal James Cook[1728 79], em viagem de circum-navegação a
bordo do navio Endeavour
Joseph Banks, botânico inglês
Dr. Daniel Solander, naturalista sueco
1772: Segunda passagem de James Cook[1728 79] pela Madeira, sendo a descrição da Viagem da
Autoria de George Forster em Voyage rounde the World(1797)
Johann Reinhold Forster e George Adam Forster, cientistas alemães. São pai e filho e iniciaram as
explorações botânicas na ilha.
John George, naturalista britânico
1776: Francis Mason, botânico inglês
Prof. Downe, botânico inglês
1785: J. F. Galaup de la Perouse, navegador e cientista francês
Eng. Maneron, cientista francês
Lepante Dagete, astrónomo francês
Prof. Lamanon, físico francês
Prof. Collignon, botânico francês

36
Lista elaborada com base nos seguintes estudos: "Algumas Figuras Ilustres Estrangeiras que Visitaram a Madeira", in Revista
Portuguesa, nº.72, 1953; A Lopes de Oliveira, "Cientistas e Tecnicistas Nacionais e Estrangeiros", in Arquipélago da Madeira
Epopeia Humana, Braga, 1969; Fernando Augusto da Silva, Elucidário Madeirense, 3 vols, Funchal, 1984; Eberhard Axel Wilhelm,
Visitantes e Escritos Germânicos da Madeira.1815-1915, Funchal, 1997.
Prof. Monge, cientista francês
1789: Dr. J. J. de Orquigny, médico e naturalista francês
1792: John Barrow[1764 1848], administrador naval e aventureiro britânico
Dr. Willian Gourlay, médico, meteorologista, escritor britânico
1799: Pascoal de Avezac Macaya, geógrafo francês
Gabriel de Gorat, cientista
Oscar Marc Carthy, cientista

1800: Turnbull, navegador britânico


1802: Robert Brow, botânico britânico
Lieut. Colonel Roberts, oficial, escritor britânico
J. Adams, médico, escritor britânico
1805: Dr. F. Spilsbury, médico naval, escritor britânico
1809: Robert Brown[1773 1858], botânico britânico
1815: Cristiano Leopoldo de Buch[1774-1853], geólogo, botânico, escritor alemão
Chetien Smith, botânico norueguês
1816: Cap. J. K. Tuckey, cientista britânico
1817: Karl Friederich Philip von Martius[1794-1868], botânico germânico. Na sua obra Reise in
Brasilien(1823) refere algumas espécies botânicas.
João Baptista Emanuel Pohl[1782-1834], botânico e explorador austríaco publicou livro com
referências à Madeira: Reise im Innern von Brasilien(1832)
1820: João Conrado de Hasselt[1797-1823], alemão, fez estudos de Ciencias naturais no arquipélago,
deixando desenhos das Desertas, P. Santo e costa da Madeira.
Henrique Kuhl[1797-1821], ornitólogo alemão, recolheu plantas na ilha como se vê do seu
trabalho: Flora oder Botanische Zeitung(1821)
1821: Giuseppe Raddi, botânico italiano
1822: Dr. Tiarks, cientista britânico
1823: Prof. Karl Mayer, geólogo germanico
T. E. Bodwich, naturalista britânico
1824: Dr. Ch. Heineken, especialista pulmonar britânico
1825: Kirvan, naturalista, meteorologista
H. Nelson Coleridge, escritor britânico
1826: Dr. Renton, Médico, escritor britânico
Rev. Thomas Lowe, sábio naturalista britânico
1827: Christian Frederic Holl[1794-1821], botânico germânico. Com vários estudos osbre a botânica da
Madeira
Rev. James Bulwer, desenhista britânico
1828: Philip Baker Webb[1793-1853], botânico britânico
W. P. Canning, oficial marinha britânica
1834: M. Raymond Brucker, escritor francês
Dr. J. Manson, médico e escritor britânico
1835: Conte de Bedmar, geólogo dinamarquês
1836: Sir W. Jardin, aristocrata e ormtologista britânico
1837:Dr. Charles Lemann, botânico britânico
1838: J. D. Dane, geólogo britânico
John Driver, escritor britânico
Dr. Júlio F. Lippold[1788-1852], botânico alemão, fez recolha de plantas para herbário
Tenente Charles Wilkes [1798--1877], oficial de Marinha norte americana e cientista
1839: Sir James Clarck Ross[1800 62], cientista e oficial da Marinha britânica
Dr. James Macaulay, cientista e escritor britânico
1840: James Smith, geólogo britânico
W. White Cooper, escritor britânico
Zwinko Joksimowilsch, paleontologista polaco
1841: Dr. Carlos Guilherme Emílio Kampfer[1803-1848], cientista e escritor alemão
Dr. George Carl Friederioch Tams[1813-1863], médico e escritor alemão
Júlio Rodolfo Teodoro Vogel[1812-1841], botânico alemão, recolheu plantas para herbário em
expedição ao Rio Níger.
1842:Cap. Vidal, oficial da Marinha e escritor britânico
Andrew Picken, artista britânico
1844: Duncan Maclaren, escritor britânico
Charles de Tryon Montalemberte, político e escritor
1845: Jeane Wallas Penfold, botânica britânica
Dr. Schmeller, escritor alemão
Rev. John Mason Neale[1818-1866], imunologista e pastor britânico
Guilherme Frederico Jorge BEHN, médico e naturalista alemão
1846: Tito Omboni, escritor italiano
John Osborne, escritor britânico
1847: T. Vermon Wallaston, naturalista britânico
Rev. W. Harcourt, meteorologista britânico
Eduardo Hildebrandt[1817-1868], pintor alemão. Registou alguns motivos da Madeira.
1848: Charles Mac Euen, meteorologista americano
Frank Dillon, escritor e artista britânico
A. Few, escritor britânico
F. Kenworthy Brown, escritor britânico
Dr George Peacock[1791-1858], teólogo e astrónomo germânico, publicou em 1850 o livro: On the
Agriculture and Tenure of land in Madeira
1849: Duc de Leuchtenberg, Princípe e oficial da Marinha alemã
Sebastião Fischer[1806-1871], medico naturalista alemão. Fez alguns estudos sobre os crustáceos da
Madeira.
1850:Prof. Joam Crist. Albers, naturalista alemão Robert White, escritor britânico
Eduard Vernon d'Harcourt, ornitologista e escritor britânico
Dr. Oswald Heer[1809-1883], botânico e paleontologo suiço, fez vários estudos sobre a fauna e
geologia da ilha
James Yate Johnson, naturalista britânico
Eugene E. G. Jones, escritor britânico
John Dix, escritor americano
Dr. P. Garnier,médico e escritor francês
D. Ramon Masferrer y Arquinbau, médico espanhol
Joam Christoph Albers[1795-1857], médico e naturalista alemão. Publicou Malacographia
Maderensis(1854).
Carlos Jorge Frederico Hartung, geólogo alemão. Fez várias investigações geológicas de que resultou a
publicação de três livros.
1851: João António Schmidt[1823-1905], botânico alemão
1852: Dr. Karl Mittermaier, médico e meteorologista alemão
1853: Dr. Friedrich Martin Joseph. Welwitsch[1806-1872], médico e botânico austríaco. Pertence-lhe a
proposta de criação de uma jardim de aclimatação de plantas para o Funchal
Charles Lyell, geólogo britânico
Dr. George Hartung, geólogo alemão
James Mackenzie Bloxam, escritor britânico
Charles Bunbury, botânico e paleontologista britânico
1854: Robert Mac Andrew, cientista e escritor britânico
T. S. Dyster, escritor britânico
William Hadfield, escritor britânico
Charles Perreymond, escritor francês
Jacob Melchior Ziegler[1801-1883], cartógrafo suíço. Publicou em 1856 dois mapas sobre a Madeira.
1855: Dr. S. Fiocher, médico alemão
Dr. S. Lund, médico meteorologista britânico
Hermann Schacht [1814-1864], botânico alemão, publicou em 1859 um estudo botânico: Madeira
under Tenerife mit ihrer vegetation
João Guilherme Reisz [1838-1908], geólogo alemão, procedeu à recolha de fósseis marinhos de que
publicou em estudos.
Augusto David Krohn[1803-1891], zoólogo alemão
1856. J. M. Ziegler,geólogo britânico
D. Archibald Colquham Ross, médico britânico
1857: N. Haslop Manson, botânico britânico
Comod. Welleratorf Urbair,cientista austríaco
Dr. Ferdinand Ritter von Hochstetter, geólogo austríaco, publicou em 1861 o livro Madeira
Vortrag.
Richard C. Smith, botânico britânico
1858: George Busk , professor e naturalista britânico
João Jacob Noeggerath[1788-1877], engenheiro de minas alemão
1859: Hermann Schacht, escritor alemão
Eduardo de Martens[1831-1904] zoólogo alemão
1860: Max Ernesto Wichura[1817-1866], botânico alemão
1861: Sigor van Siver, cientista
Dr. O. Hagem, escritor alemão
1862. Dr. Liebetruth, botânico austríaco, recolha algas marinhas
Ludwig Storch, escritor alemão
Carlos Guilherme Jorge de Fritsch[1838-1906], geólogo e paleontólogo alemão
Maurício Afonso Stubel[1835-1904], geólogo e explorador alemão
1864: Dr. Robert Boog Watson, cientista britânico
Josephine de Neuville, escritora francesa
Hermano Cochius[1837-1905], geólogo alemão
1865: E. Cosson, naturalista francês
Dr. Carlos Inácio Leopold Kny[1841-1916], botânico alemão
1866: J. Juratzka, cientista polaco
Ernest Haeckel[1834-1919], zoólogo e filósofo alemão
J. N. Quintus, escritor britânico
Cap. F. Norman, botânico britânico
Carlos Augusto Júlio Milde[1824-1871], botânico alemão especialista em fetos
Ricardo Greeff[1829-1892], médico e zoólogo alemão
Jorge Matias de Martens [1788-1872], botânico alemão
1868: Richard H. Major, geólogo e escritor britânico
Dr. Richard Greeff, Doutor em Medicina e Filosofia, alemão
E. Cosson, cientista
C. Ph. Kerhallet, cientista francês
Augusto Krempelhuber[1813-1882], botânico alemão
1870:Fred. du Cane Godmann, botânico britânico
Conte de Goimpy,escritor e cientista francês
Dr. Michael Grabham, médico, escritor britânico, fixou-se
1871:Júlio Fernando de Hann[1839-1921],físico e metereólogo alemão
1872.. Jacob Ricardo Senfter[1841-1887], físico alemão
Aloísio Pokorny[1826-1886], botânico alemão
1873: Filipe Guilherme Adolfo Bastian[1826-1905], expedicionista alemão
Hermano Henrique Augusto Luís Soyaux[1852-], botânico alemão
1874: Sir William Tompson-Lord Kelvin, cientista britânico
Pe. Ernest João Schmitz[ 1845 - 1922], ornitólogo alemão. Fundou em 1882 o museu de História
Natural no Seminário Diocesano do Funchal
Carlos António Werner Huesker[1849-1928], medico e ornitólogo alemão
1875: Paulo Langerhans[1847-1888], médico e zoólogo alemão. Publicou Handbuch fur
Madeira(1885)
1877: Green, astrónomo britânico
1878: D. Ventura Callejon, escritor e diplomata espanhol
1879: H. Grey, escritor britânico
Ricardo Fritze[1841-1900], botânico alemão, recolha plantas para herbário
Gaston Lemay, escritor francês
Dr. Paul Lagerhans, cientista
Príncipe. Alberto do Monaco, escritor e cientista oceanógrafo
1880: Julius Goldschmidt,médico e escritor alemão
Dennis Embleton, escritor britânico
Dr. Spencer Wells, médico e escritor britânico
Gilherme Jorge Ritter[1850-1926], paisagista e litógrafo alemão. Visitou a Madeira em 1880-82, 1908
e 1909
1881: Dr. Jacoud, médico francês especialista pulmonar
J. M. Rendell, escritor britânico
1882: Cap. Enrico Albertis, naturalista italiano
E. Gardner, zoólogo e escritor
C. Piazzi Smyth, meteorologista
Alice Baker, artista britânica
Helene Taulor, escritora e pintora britânica
Bertoldo Stein[1847-1899], botânico alemão
Frederico Carlos João Scmitz[1850-1895], botânico alemão
1883:Alphonse Milne Edwards, cientista britânico
1884: José Schroter[1837-1894], botânico alemão
1885: Dr. Karl Lindmann, botânico sueco
Henrique Óscar Lenz[1848-1925], geógrafo e explorador austríaco
1886: Prof. Robert Collet, cientista francês
Valdemar Hartwig[1851-1901], ornitólogo alemão com vários estudos sobre a Madeira
Adalberto Geheeb[1842-1909], briólogo alemão
1887: José Ernesto Stizenberger[1827-1895], botânico alemão especializado em líquenes
I. Tompson, escritor britânico
L. Manchon, escritor francês
1888: A. Samler Erown, escritor britânico
Dr. Charles Omnes, médico especialista francês
Dr. Eugénio Fernando Christmann[1863-1894], médico alemão. Publicou em 1889: Funchal
auf Madeira und sein Clima
Alexandre Fernando Koenig[1858-1940], ornitólogo alemão
1890:Robert Collet, ictiologo Director do Museu de Cristiania
Baron van Beneden, escritor belga
1891. Marquis degli Albizi, diplomata, escritor italiano
1892: Albert Girard, naturalista, oceanografo, francês
1893: Lothar Roediger, estudioso dos miriápodes da Madeira
1894: C. A. Gordon, escritor britânico
Lorde Walsinghem, cientista ingês
P. Murray, botânico inglês
Emilio Kraepelin[1856-1926], botânico e zoólogo alemão
1895: Friedrich Wilhelm Bosenberg[1841-1902], zoólogo alemão
Dr. Roberto Latzel[1845-1919], zoólogo austríaco
Augusto Henrique Forel[1848-1931] entomólogo suíço
1896: W. Hartwing, ornitologista austríaco
Heclor Leveillé, botânico francês
Ernesto João Otão Hartert[1859-1933], ornitólogo alemão
Paulo Gerhard Teodoro Grosser[1864- ?], mineralogista alemão
1897: Dr. Alfred Merle Normon, zoólogo britânico
L. Cardol, escritor britânico
Albert Fauvel, entomologista francês
Edmond Fulgairolle, escritor francês
W. Grant, ornitologista britânico
Cap. Adrien Gerlache, comandante da expedição belga à reg. Artica
Tenente Danco, cientista belga
Dr. Artoski, meteorologista oceanógrafo
Dr. Racsvitze, zoólogo e botânico
1898: Dr. Joannes August Bohm[1857-2938], paleontólogo alemão
1899: Dr. Reland Krohn, médico britânico
V. Kulezynski, cientista polaco
A. W. Waters, cientista britânico
18..: Rev. Thomas Hinks, naturalista britânico
Dr. Douglas, médico e escritor britânico
William Hooker, cientista britânico
Dr. Forel, cientista francês
R. Fowler, cientista e escrita britânico
M. Greshoff, cientista e escritor
Profes. Guillin,geólogo francês
Albert Gunther, ictiólogo britânico

1900: Friedrich. Nicolaus Joseph Bornmuller [1862-1948], botânico alemão. Procedeu a recolha de
plantas para herbário
A. Lorenzen[1862-1942], naturalista
Anthony Drexel Biddle, escritor americano
Vitor de Tschusi de Scmidhoffen[1847-1924], ornitólogo austríaco
1901: Robert Scott, navegador e cientista britânico
Viktor Ferdinand. Schiffner, botânico alemão, que se dedicou ao estudo dos musgos
Samuel Brow, escritor britânico
Dr. Erich v. Drygalski, cientista alemão explorador do Antártico
Dr. Martim Vahl, botânico dinamarquês
1902: Cap. Calbeck, comandante do barco britânico "Morning" ao Antártico
Dr. Wilson, cientista britânico, explorador do Antártico
Ewal Ricardo Henrique Alberto Rubsamen[1857-1919], entomólogo alemão
1903: Jean Charcot, navegador e cientista francês
Frederico Augusto Guilherme Curt GAGEL[1865-1927], geólogo e paleontólogo prussiano
1904: Dr. Júlio José. Steiner[1844-1918], botânico austríaco
James Britten, escritor britânico
João Guilherme Teodoro Becker[1840-1928], dipterólogo alemão
1905: Paul Mantegazza, escritor italiano
1906: William Mitten, biologista britânico
Johs Sfenzel, escritor alemão
Gustav Monz, escritor alemão
1907: Prof. Pe. Alphonse Luisir S. J., botânico suíço
João Jacob Geyr de Schweppenburg[1884-1963], ornitólogo alemão
1908: Th. Becher, naturalista alemão
Ponsan By, cientista britânico
Eugene Simon, cientista francês
Maurício Leo Daniel de Komorowicz[1881-?], geólogo alemão
1909. W. H. Koebel, escritor britânico
H. N. Dixon, botânico britânico
Florençe do Cane, artista, aguarelista
Anatale France, escritor francês
Pe. Camil Forrend S. J., cientista francês
Carlos Zimmermann[1871--], botânico alemão
1910: Robert Scott, explorador das regiões antárticas
Cap. Amundsen, explorador das regiões antárticas
Pe. Longinos Navas S. J.; Liquenólogo espanhol
Eugene Ackermann, desenhador britânico
Adolfo Gustavo Henrique Engler[1844-1930], botânico alemão
Walter Adolfo Bergt[1864-1941], geólogo alemão
1911: R. Kirkpatrik, naturalista do Museu de Londres
Dr. Louis Gain, Naturalista francês
Paulo Luis Finckh[1871-1930], geólogo alemão
1912: Dr. Hermam Winter, cientista germânico, recolha plantas para herbário
Dr. Leonhard Lindinger, cientista germânico
Martinho Alberto Rikli[1868-1951], botânico alemão
1914: F. Nansen, cientista norueguês
Cap. Worsley, oficial da Marinha britânica, explorador pelo sul
Cap. Somerville, cientista britânico
Carlos Hermano Leonardo Lindinger[1879-1965], zoólogo alemão
1915: Eugene Ackermann, cientista
1920: Dr. Johannes Schmidt; ictiólogo e biologista dinamarquês
1921: Dr. C. Gagel, geólogo germânico
1922: Dr. Guida Paoli, fitopologista Director Observatório da Liguria
1937: Ernesto Walther Boesser [-1986], pintor e botânico. Nos anos de 1949 e 1950 trabalhou na
Direcção Geral de Serviços Florestais, apoiando projectos reflorestação.
O MADEIRENSE E A DEFESA DO MEIO NATURAL

Quereis água de rega para fertilizardes vossos campos, para cultivardes terrenos
áridos, até hoje incultos?
Quereis conservar e aumentar as fontes que existem e fazer aparecer outras novas?
Quereis chuvas mais frequentes , mais igualmente distribuídas?
Quereis melhor o clima ?
Quereis mais igualdade nas estações?
Conservai como objectos sagrados os arvoredos que existem; plantai, semeai, criai
novos arvoredos."
[CORREIO DA MADEIRA, Nº. 32 , sabbado 8 de Setembro de 1849, p.1]

No início era o denso arvoredo, que assim deu nome à ilha. Mas a acção do homem
contribuiu para a sua total transformação. Foi um esforço hercúleo por parte do colono tal
como nos descreve de forma poética Vieira Natividade(1947). Esta mudança é assim
interpretada por Ferreira de Castro: "A ilha deixara de ser apenas bosque, para ser bosque,
horta e jardim" 37

No século XIX o manto florestal da vertente sul da Madeira havia atingido o limite.
As encostas estavam totalmente escalvadas. A política de protecção das florestas que se havia
incrementado desde o século XV não surtiu efeito ou incapaz de corresponder à cada vez
mais incessante procura de lenhas e madeiras. Foram os efeitos devastadores das aluviões de
1803 e 1815 no Funchal que fizeram com que as autoridades despertassem para um conjunto
de medidas mais eficazes de reposição florestal. De acordo com o relator da aluvião de 1815 a
"natureza [estava] cansada de ser liberal" 38

Este quadro é percebido e testemunhado desde muito cedo pelos estrangeiros. Estes
sem dúvida que não se cansam em considerar a ilha, fundamentalmente a área da cidade e
norte da ilha, como um jardim, um paraíso39. Mas esta opinião, habitualmente consignada aos
guias de turismo, contraste com o testemunho atento dos botânicos que no decurso dos
séculos XVIII e XIX frequentaram a ilha. A primeira e abalizada opinião é de John Barrow
em finais do século XVIII. É ele o primeiro a dar conta do desaparecimento de algumas
espécies como é o caso do cedro 40. Um dos factos que chama à sua atenção prende-se com a
permanente azáfama de mulheres, jovens e idosas na colheita de lenhas para a venda na
cidade 41. Estes lenhadores sem escrúpulos, segundo Isabella de França, cortam o seu e alheio
sem qualquer critério: "encontram-se com frequência, naquelas imediações, homens e
mulheres com carregamentos de troncos de pinho à cabeça; vêm vendê-los ao Funchal…"42.
Já em finais do século XIX John A. Dix 43 descreve o processo de aquisição das lenhas e
dificuldade da colheita: "Vivem nas montanhas, onde cortam a sua lenha, começando o seu
trabalho logo ao amanhecer. Preparam a lenha, e trazem-nas à cabeça para a cidade, às vezes
duma distância de 3, 5, 7 e 8 milhas e vendem-nos a 14 e 18 cents(7 e 9 vinténs) quando
37
Cf. Colectânea de Textos: prosa
38
Cf. Colectânea de textos
39
Cf. H. Coleridge(1826), D. Embleton(1880), C. Thomas(1910), J. Hutcheon(1928), M. Graham(1942).
40
. A Voyage to Cochinchina in the years 1792 and 1793, London, 1806, p.18.
41
Ibidem, pp.11-12
42
Journal of a Visit to Madeira…, Funchal, 1970, p.139
43
. Um Inverno na Madeira, California, 1896,
acham quem lhos comprem" 44. A visita à feira semanal da cidade leva-o a concluir que "a
qualidade mostra a pouca abundância de lenha na Madeira " 45.

O Visconde do Porto da Cruz num estudo florestal de 1950 dá conta do consumo de


carvão como combustível no Funchal, apontando a necessidade anual de 720 toneladas, se
tivermos em conta que para cem toneladas deste são precisas 1000 toneladas de lenha é fácil
de adivinhar o volume do desbaste necessário para abastecer a cidade. Ainda de acordo com o
mesmo a destruição das matas madeirenses foi resultado:"1º o fabrico clandestino de carvão;
2º. Os abastecimentos for a da lei, de material para as construções; 3º. A escassez de
pastagens para gado." 46

A par do usufruto da floresta como fonte de combustível é de assinalar o


aproveitamento das madeiras, consideradas a primeira riqueza dos povoadores, a fazer fé
naquilo que referem Zurara, Valentim Fernandes e Gaspar Frutuoso. As madeiras de til,
vinhático, aderno, barbuzano, cativaram a atenção do colonos e forasteiros. As serras de água
proliferaram por toda a ilha, com maior incidência da encosta norte e podem ser consideradas
o símbolo da busca desenfreada de árvores para abate.

É certo que a necessidade de lenhas como combustível para o dia à dia caseiro, para a
indústria de panificação, forjas e engenhos de açúcar levaram paulatinamente à diminuição
das reservas florestais. Mas foi sem dúvida o desbaste para a agricultura que conduziu
inevitavelmente a este processo destrutivo. A sentença estava dada: " In all new countries
covered with forests the setlers are apt to consider trees as their enemy. They wage an
implacable warfare agians them, until the whole face the land becomes naked, the streams
driedun, the summers made hotter, and the winters colder, by opening the earth to the sun and
winds. The succeedin generation labors as as industriously to produce shade as its
predecessors did to destroyed it" 47

Perante esta contingência do processo de aproveitamento económico da ilha, o espaço


florestal desaparece a olhos vistos perante olhar atónito das autoridades e dos cientistas de
passagem pela ilha. Daqui resultou uma situação particular da ilha que é insistentemente
evidenciada por todos os visitantes. O Sul escalvado contrasta com o Norte, onde ainda
persiste a floresta indígena48. Com isto é evidente o perigo de desaparecimento de algumas
espécies da flora indígena. Em 1792 J. Barrow refere nesta situação o cedro, enquanto em
meados do século J. Mason junta também o dragoeiro, folhado e vinhático.

O processo de desflorestação é evidente a todos os observadores, sejam locais ou


visitantes, e mereceu alguns reparos. Em 1817 Paulo Dias de Almeida aponta o dedo
acusador aos carvoeiros ao ser confrontado com "as montanhas que não há muitos anos vi
cobertos de arvoredos, hoje os vejo reduzidas a um esqueleto. O Centro da ilha se acha, todo
descoberto de arvoredo, com apenas algumas árvores dispersas, e isto em lugares onde os
carvoeiros não tem chegado" 49.

44
. Ibidem, p.191.
45
. Ibidem, p.60
46
O Problema Florestal no Arquipélago da Madeira, 1950, pp.4-6
47
. A Winter in Madeira…, N. York, 1850, p.125
48
Rambles in Madeira…, 1827, p.147; R. White, Madeira, 1859, p.69; W. Cooper, The Invalid's Guide to Madeira, 1840, p.13
49
.Confronte-se texto na selecção de prosa
A par deste grito, face à ameaça de extinção de algumas espécies, é evidente o
regozijo dos cientistas com o espectáculo que se deparam nas quintas do Funchal e arredores,
e na exuberante floresta da encosta norte. Em 1812 o madeirense N. C. Pitta chamava a
atenção para a abundância de espécies indígenas ou oriundas das Índias Orientais e
Ocidentais em tão grande variedade que o levam a afirmar que a Madeira é o Jardim do
Mundo 50.

Os jardins do Funchal são os locais de adoração para forasteiros e cientistas. Alguns


não se cansam em exaltar esta riqueza e variedade. Em 1888 o Marquis degli Albizzi
considera-os verdadeiros dicionários de Botânica, enquanto C. Stanford não hesita em
comparar o Funchal ao Éden Bíblico, pois alguns dos seus jardins "are remarkable especially
for thea collections of trees and shrubs from many countries and many climes…" 51. Esta
situação atinge também as áreas de floresta, onde segundo Bulhão Pato "os ramos de flora
europeia abraçam e beijam as árvores dos trópicos…" 52.

Vários são os factores que contribuíram para esta situação. E isto também foi alvo da
atenção dos cientistas visitantes. W. Combe(1821) diz-nos que o clima e solo permitem o
cultivo de qualquer cultura. Já j. Johson(1885) releva o papel do clima, responsável pela
rápida naturalização das plantas o que conduz os menos atentos a confundi-las com as
indígenas:"…and there can be no doubt that many of the plants which seem to be indigenous
in the lower region have seen introduced since the advent of man." 53

Foi esta situação que levou Frederico Welwitsch a propor em 1853 a criação de um
jardim de aclimação de plantas tropicais no Funchal. A ideia não era nova e foi alvo de
sugestão de vários especialistas, sendo repetida em 1855 pelo Barão de Castelo de Paiva no
relatório que fez sobre a situação da agricultura da ilha. Aqui é proposta a criação de um
horto de aclimatação na cerca do extinto convento de S. Francisco. Tudo isto leva M.
d'Avezac a considerar a ilha como o "jardim botânico experimental de todo o mundo"54 Este
conjunto de condições terá propiciado a afirmação da Madeira como uma estância de
aclimatação de plantas que se pretendia fazer chegar à Europa55. Opinião discordante tem C.
Azevedo Menezes: "Dizem alguns auctores que na Madeira podem viver e frutificar ao ar
livre na mais familiar companhia e illuminadas pelo mesmo sol, as pantas de todas as regiões
do globo, mas isto não é rigorosamente exacto" 56.

Esta riqueza e particularidades da flora madeirense fizeram com que a ilha se


transforma-se num local de permanente investigação para os cientistas europeus. A ilha era
um local ideal para herborizar e um verdadeiro laboratório: "La botanique l'entomologie la
météorologie sont les occupations favorites des savants pendant leur séjour dans l'île; mais
cette étude atant d'attrait et de charme qu'elle entraine souvent au de là du but." 57 Esta ideia é
corroborada por E. Taylor(1882) e A. Drexel Biddle(1900). Este último considera a ilha "um
paraíso para os naturalistas". E, na verdade foi isso que aconteceu, uma vez que desde muito

50
. Account of the Island of Madeira, 1812, p.59.
51
. Leaves from a Madeira Garden, 1909, pp.27, 270
52
Cf. Colectânea de textos
53
. Madeira…, 1885, p.225
54
. W. Wilde, Narrative of a Voyage to Madeira, 1840, p.104
55
. Îles de l'Afrique, 1848, p.107
56
. A propaga e o ananaz na Madeira, Sep. Brotéria, XXIII, fasc. II, 1927, pp.78-80
57
. P. Jaunier, Itinéraire de Paris à Madère, 1859
cedo a atenção dos naturalistas fizeram da Madeira um dos recintos predilectos para
herborizar 58. Os Jardins Botânicos da Europa encheram-se de plantas e herbários da ilha.
Tudo isto começou em 1687 com Hans Sloane e manteve-se até a actualidade.

Se a atenção e preocupação do cientistas estava na descoberta e classificação das


novas espécies, o empenho das autoridades estava na preservação do parco manto florestal,
tão necessário à sobrevivência humana e ao equilíbrio da sua economia. Deste modo, logo
desde o século XV até ao presente, é interminável o conjunto de regulamentos, ordenações e
posturas sobre o assunto. A legislação florestal madeirense é prolixa, sendo de destacar o
regimento das Madeiras de 1562, o mais antigo que se conhece pois faltam notícias sobre o de
1515, o regimento das matas e arvoredos de 1839, o plano de organização dos Serviços
Florestais de 1886 e o Regimento do Serviço de Polícia Rural e Florestal de 1913 Estas
regulamentações genéricas tiveram réplica nas posturas Municipais 59 e nas recomendações
dos corregedores lavradas nas correições 60 completam o quadro das medidas protectoras do
nosso manto florestal. Daqui se conclui que não houve esquecimento e falta de
regulamentação. As contingências de cada época ditaram, sem dúvida, a ineficácia destas
medidas.

Estas medidas poderão resumir-se a duas situações: preservação daquilo que existe
através de medidas limitativas do abate de árvores e recuperação do coberto florestal através
de uma política de reflorestação das zonas ermas ou em abate. A salvaguarda da floresta
passava não só pelo estabelecimento de medidas rigorosas que controlassem o seu abate, que
deveria estar sujeito a licenças camarárias, mas também ao ataque em todas as frentes aos
agentes devastadores, onde se incluíam o fogo e o gado solto. As queimadas, tão comuns
desde o povoamento, são um dos principais agentes devastadores e por isso foram
insistentemente proibidas. O gado é obrigatoriamente acantonado a espaços circundados por
um bardo. Todavia a floresta não era para os nossos avoengos um espaço de diversão pois que
adquiria um papel fundamental na economia da ilha. Vedar-lhe o seu acesso era impossível.
Daí as medidas disciplinadoras do seu uso de acordo com um processo económico
harmonioso.

Foi com um violento incêndio que os povoadores, segundo Cadamosto, "varreram


grande parte da dita madeira, fazendo terra de lavoura". As queimadas sucederam-se
infinitamente e levaram a coroa a obstar esta situação. Outros violentos incêndios se
sucederam. Os que ficaram para a História, fruto da acção humana, são de 180761 e depois em
1910 e 1919 62. Em 1593 documenta-se o fogo do céu que causam elevados danos na cidade e
manto florestal.

Note-se que muitos dos incêndios na floresta eram resultado da incúria ou malévola
iniciativa dos carvoeiros. Estes são considerados em finais do século passado como os

58
. M Graham, Madeira…, 1942, pp.4-6.
59
, ARM, C. M. Santa Cruz, nº291, novo caderno de posturas; Posturas do Concelho de Santa Anna, Funchal, 1837; ARM, Governo
Civil, nº.155, Posturas(1840); Posturas da Câmara Municipal da Cidade do Funchal, 1849 e 1895; Posturas da Câmara Municipal
da Villa de Machico, 1856; ARM, C. M. Funchal, nº.239, Registo de posturas(1869-1885); Código de Posturas da Câmara
Municipal do Concelho do Porto Moniz, 1890.
60
. ARM, C. M. Machico, nº.5-6, livro de correições 1768-1808; ARM, C. M. Funchal, nº168(1768); ARM, C. M. Porto Santo,
nº.54(1780-1829); ARM, C. M. Santa Cruz, nº.171(1808-1832).
61
Paulo Dias Almeida, ob.cit.
62
M. B. Sequeira(1910); Visconde do Porto da Cruz(1960).Cf. testemunho de Assis Esperança, in Ilustração, 1929, publ. Cabral do
Nascimento, Lugares Selectos dos autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1949, p.185.
principais inimigos da floresta 63.Sobre eles recaiam todas as culpas dos diversos incêndios
que se ateavam com insistência nas serras da ilha. Paulo Perestrelo da Câmara é incisivo nas
suas acusações: "os bárbaros carvoeiros cortão e queimão desapiedadamente, as árvores mais
robustas e úteis e quazi todos os annos deixão atear fogos, que por dias e mezes consomem às
vezes legoas de mato" 64.

A luta não permitia tréguas. Dum lado as medidas que procuravam assegurar a
preservação da floresta, do outro a reposição do coberto vegetal. A política de reflorestamento
da ilha só assumiu uma dimensão adequada na segunda metade do século XIX. A primeira
indicação é de 1677, altura em que se recomendava o plantio de amoreiras em Machico, Santa
Cruz e Porto Santo 65. Mas o grande promotor desta política deverá ter sido o corregedor
Francisco Moreira de Matos. Em 1769 o corregedor dava conta dos infractores de Santa Cruz
quanto à fiscalização das medidas que determinavam a obrigatoriedade de plantar árvores nas
terras baldias, o que prova estar já em execução 66. Na Ponta de Sol em 1789 explicita-se que
esse plantio deveria ser de árvores silvestres e de fruto 67. Esta solução tornou-se extensiva a
toda a ilha através da carta circular de 25 de Dezembro de 1770 68.

Ainda em Santa Cruz sabemos que esta medida era fiscalizada pelos próprios
moradores, nomeando a vereação dois homens por cada localidade. Aos baldios juntam-se as
escarpas montanhosas e as áreas de cultivo. Assim em 1791 recomendava-se aos lavradores
das meias terras acima são obrigados a plantar meio alqueire ou uma quarta, dependendo da
extensão das terras, de castanheiros, enquanto os outros deveriam plantar pelo menos duas
laranjeiras e um limoeiro. Por outro lado as terras escalvadas e do interior seriam semeadas
no decurso do mês de Setembro de pinheiros. Outra das propostas era a amoreira, pois que
"alimenta bicho da seda e distraem lagartixas não comam uvas" 69. Note-se que só nos dois
anos que antecederam a visita do corregedor em 1795 a Ponta de Sol plantaram-se 35000
árvores 70. Esta salutar medida teve diversas formas de concretização. Assim em 1800 aquele
que cortava uma árvore era obrigado a plantar outra no seu lugar 71. Esta é aliás testemunhada
por W. Combe em 1821 72.

Estas medidas passaram no imediato para o articulado das posturas 73. Assim em
Machico(1840) e Funchal(1849) reclamava-se que aqueles que viviam da serra com a lenha e
carvão deveriam plantar em Janeiro seis árvores na terra. José Silvestre Ribeiro, como
governador(1846-1851) teve uma actuação exemplar na defesa das florestas e de reposição do
seu coberto 74. Em 1849 apostou na distribuição de sementes de pinhão e no ano imediato
propor à Junta Geral a criação de um viveiro geral para toda a ilha. Nesta sua proposta

63
.J. Freitas Branco, Camponeses da Madeira, Liboa, 1987, pp.133-137; A. Marques da Silva, " Preocupações Ecológicas do Estrela
do Norte", in Atlântico, 19(1989), 203-206.
64
. Breve Noticia sobre a Ilha da Madeira, Lisboa, 1841, 34-35.
65
. Excursão na Madeira, 1891, p.83.
66
. ARM, C: M. Machico, nº.6, fl. 5vº, 7 de Abril de 1769.
67
.ARM, C. M. Ponta Sol, nº.220, fl. 68vº-69, 19 Novembro 1789.
68
. ARM, C: M. Machico, nº.5, fl. 16vº, 11 de Maio de 1771.
69
. ARM, C. M. Machico, nº.5, fl.72, 22 de Novembro de 1791.
70
. ARM. C. M. Ponta Sol, nº.220, fl.80vº, 29 de Agosto 1795.
71
. ARM, C. M. Machico, nº.5, fl.83vº, 11 de Dezembro 1792.
72
.A History of Madeira, p.23
73
Veja-se a compilação da documentação e textos mais importantes de Fernando Augusto da Silva, Manuel Braz Sequeira, João
Henriques Camacho e Visconde do Porto da Cruz.
74
. Uma Época Administrativa da Madeira e Porto Santo, 3 vols, Funchal, 1850-1856.
recomendava-se o plantio de árvores indígenas: vinhático, loureiro, aderno e perado. Uma das
formas de incentivo desta política de reflorestamento estava na atribuição de prémios aos que
mais se distinguiam nesta tarefa. A esta luta aderiu a Sociedade Agrícola Madeirense(1849-
1880), promotora de sementeiras e legislação adequada.

O Porto Santo é um caso extremo desta necessidade de rearborização, dependendo


disso a reanimação agrícola da ilha, pelo menos assim se entendeu em 1771 com o Regimento
de Agricultura, onde se insistia no plantio, nas montanhas, de pinheiros, zimbreiros,
castanheiros e junto das áreas de cultura, de amoreiras e espinheiros. A razão disso estava em
que elas faziam "sombra à terra e attrahião a umidade da gião de que a mesma terra hé
sumamente estéril" 75.

Os resultados desta política são visíveis e testemunhados pelos estrangeiros. Em 1851


Robert White 76 destaca a expansão do pinheiro face à floresta indígena. Dois anos após
Isabella de França 77 depara-se com uma floresta de castanheiros, loureiros e pinheiros: "no
cimo dos montes plantaram uma infinidade de pinheiros, a mais parte nas duas últimas
décadas.". Já em 1854 E. Wateley destaca esse trabalho e a presença de espécies da China,
Austrália e Japão, nomeadamente no Jardim da Serra 78. Já no nosso século o Marques de
Jácome Correia destaca o esforço de plantio de árvores, de iniciativa pública e privada. Neste
último caso temos o Visconde Cacongo e Luiz de Ornelas e Vasconcelos. De acordo com o
mesmo em 1823 foram distribuídas por toda a ilha vinte mil árvores de eucaliptos, acácias,
carvalhos e pinheiros 79.

Na verdade as décadas de quarenta e cinquenta foram tempos de reflorestação 80. Tal


como referia a Junta Geral no seu relatório de 1864 " a necessidade da arborização nas serras
da Madeira, não se demonstra- sente-se"81. Daqui resulta a necessidade desta aposta
seguindo-se o exemplo dos franceses(1860) e espanhóis(1863). Várias medidas sucederam-se
para fazer desta política uma realidade na Madeira como foi o caso do alvará de 31 de Agosto
de 1863 e o decreto de 21 de Setembro de 1867 82. A aposta continuou no nosso século,
tornando-se mais evidente a sua aposta com o avanço das encostas escalvadas fruto de
desbastes ou dos incêndios que ocorreram. Face isto a aposta estava na arborização com o
testemunho os estudos de Manuel Braz Sequeira(1913) e João Henriques Camacho(1920). A
própria câmara do Funchal apostou forte nesta acção com o montado do Barreiro 83.

Cronologia

• 1419-1420. Reconhecimento do arquipélago e início da ocupação

75
. cf. Textos em anexo
76
. Madeira…, p.69.
77
. Journal of a Visit to Madeira…, pp.48-49, 63, 76, 138-139.
78
. A Visit to Portugal and Madeira, 1864, p.30.
79
A ilha da Madeira…, Coimbra, 1927, pp.155, 173
80
. Manuel Braz Sequeira, 1913, p.15
81
. Relatório…, Funchal, 1864, p.30.
82
. A. c. Heredia, Observações sobre a situação económica da ilha da Madeira, Lisboa, 1888, p.26.
83
Abílio Barros e Sousa, Plano de Arborização do Montado do Barreiro, Funchal, 1946.
• 1461. O infante D. Fernando em respostas as reclamações dos madeirenses revela
preocupação pelo despovoamento florestal, não obstante concede liberdade para o seu
corte .
• 1485. Primeira referência à falta de lenhas no Funchal, proibindo-se a doação de novas
terras a Norte
• 1489. Medidas no sentido de proibir as queimadas para abrir frentes de arroteamento

• 1514. D. Manuel autoriza o transporte de tabuado e madeira da jurisdição de Machico


para o Funchal.
• 1515. Primeiro regimento das madeiras
• 1562.Agosto.27. Regimento das madeiras, considerado por Álvaro Rodrigues de Azevedo
com o primeiro código florestal da Madeira .
• 1593. Outubro.28. alvará Régio sobre o aproveitamento das madeiras
• 1596. Janeiro.26. alvará Régio sobre o aproveitamento das madeiras

• 1737. Junho.1. Postura da câmara de Ponta de Sol em que proíbe o corte de madeiras sem
licença.
• 1770.Dezembro.25. Carta circular determinando o plantio de árvores nas terras baldias.
• 1771. Maio.4. Portaria do Governador e Capitão General autoriza o comércio de madeiras
e lenhas da capitania de Machico com o Porto Santo
• 1760.Dezembro.13. Ordem do Corregedor Pedro António Faria, em observância ao
alvará de 29 de Maio de 1633, para se plantarem amoreiras.
• 1783.Agosto.8. Carta ao juiz e oficiais da câmara de S. Vicente para se proceder ao
lançamento de bardos nas serras.
• 1789.Novembro.16. Correição em Ponta de Sol: ordem para plantio de árvores silvestres
e de fruto nos terrenos baldios
• 1791. Maio 31. O Desembargador D. António Rodrigues de Oliveira em Correição no
Porto Santo, recomenda o plantio de pinhões.
• 1791.Novembro.22. Correição em Santa Cruz. Determina-se que os lavradores das meias
terras acima devem plantar meio alqueire ou uma quarta de castanheiros.
• 1792.Outubro.18. Instruções respeitantes ao bem geral da Agricultura do Desembargador
D. António Rodrigues de Oliveira à Câmara da Calheta.

• 1804.Outubro.15. Circular do Governador Ascenso de Oliveira Freire recomendando às


câmara de Ponta de Sol, Calheta e S. Vicente a arborização e limpeza das ribeiras.
• 1834. Introdução da cultura da tamargueira no Porto Santo
• 1835.Janeiro.2. Edital da Câmara do Funchal ordenando a retirado dos porcos da serra,
devido aos danos que causavam às raízes da feiteira
• 1836.Julho.12. Postura da Câmara do Funchal proibindo a venda de lenha verde colhida
junto às fontes e nascentes.
• 1839. Projecto de Regimento das Matas e Arvoredos da ilha da Madeira.
• 1841.Novembro 12. Lei que torna extensível às ilhas o alvará de 11 de Abril de 1815
• 1845.Agosto.25. Postura da câmara do Funchal: proibição da entrada na cidade de lenha
verde ou seca de vinhático e loureiro
• 1849.Setembro.5. Carta do Governador civil, José Silvestre Ribeiro, para o Ministério do
Reino para que fosse criado no Funchal um jardim botânico.
• 1850.Junho.14. Carta do Governador civil, José Silvestre Ribeiro, à Junta Geral
recomendando a criação de um viveiro geral de plantas para toda a ilha
• 1850.Agosto.20. Proposta do Governador civil, José Silvestre Ribeiro, às câmaras
Municipais, para atribuição de prémios aos proprietários que mais se distingam na
arborização.
• 1851.Março.15. Postura da câmara de Machico: proibição de uso de lenha no fabrico de
aguardente e fornos de cal.
• 1855. Doença dos Castanheiros
• 1886.Novembro.25. Decreto que aprova o Plano de Organização dos Serviços Florestais
• 1891.Outubro.29. Decreto de organização dos Serviços Agrícolas

• 1911. Março.11. Criação da Junta Agrícola da Madeira, que tinha como objectivo
promover ao povoamento florestal das serras
• 1913. Março.8. Decreto que aprova o regulamento do serviço de policia rural e florestal
da Madeira.
• 1913. Julho.23. Lei que regulamenta o serviço de concessão de licenças para a pastagem
de gado suíno e caprino na serra
• 1919. Junho.12. Extinção da Junta Agrícola da Madeira
• 1958. A Câmara Municipal do Funchal compra o montado do Barreiro.
• 1982. Criação do Parque Natural da Madeira
A DOCUMENTAÇÃO

Para o estudo da temática em questão é difícil assinalar núcleos específicos de documentação


que possa merecer a atenção do investigador, uma vez que de todos eles é possível extrair as
informações desejadas. A documentação madeirense encontra-se dispersa entre o Arquivo
Nacional da Torre do Tombo, Arquivo Histórico Ultramarino e Arquivo Regional da
Madeira 84.

Aqui apenas assinalamos os núcleos documentais que abordam directamente temas


relacionados com o meio ntural. Em primeiro lugar temos as vereações camarárias,
associadas às posturas e correições como fontes inesgotáveis de informação.

1. ARQUIVO REGIONAL DA MADEIRA

1.1. Camaras Municipais

1.1.1.FUNCHAL.
Registo de sinal de gado(1762-1815), n.456-457
Alvarás para Cortes de Madeiras(1739-1861), nº.558-560
Despesas com os consertos dasw Ribeiras(1587-1596), n.1236
Posturas(1598-1634, 1805-1839), nº.684-685
Actas da Direcção da Sociedade Agrícola(1860-1862), nº.1247
Vereações(1470-1909), nº.1296-1389

1.1.2. MACHICO
Livro do Registo dos Capitulos de Correição(1769-1821), nº.5-6
Livro do Registo dos Sinais de Gado(1727-1788), nº.73-75
Livro do Registo de Licenças de Corte das Madeiras(1737-1827), nº.147 e 77
Vereações(1606-1895), nº.98-144

1.1.3 PORTO SANTO


Actas das Sessões da Câmara(1771-1926), nº.1-8
Capitulos da Correição e Posturas Reformadas(1780-1829), nº.54
Livro Primeiro das Posturas(1780-1781), nº.130
Livro 3 e 4 das Posturas(1791-1827), nº.131
Livro de Vereações(1706-1836), nº.65-76

1.1.4. PONTA DE SOL


Actas das Sessões(1825-1913), nº.162-177
Correição(1737-1892), nº.219-222
Livro de Registo de Sinais de Gado(1808-1911), nº.288-294
Livro das Vereações(1595-1825), nº.489-510
1.1.5. CALHETA
Livro primeiro de licenças de Caça(1924-1930), nº.124

84
. Confronte-se Guia do Arquivo Regional da Madeira, in Arquivo Histórico da Madeira, vol. XX, 1997.
Livro quarto do Registo de Sinais de Gado(1900-1944), nº175
Livro de Vereações(1794-1922), nº.419-450

1.1.6.SANTA CRUZ
Livro de Registo dos Capitulos das Correições(1808-1852), nº.171
Livro da Receita e Despesa de Venatória(1913-1926), nº342
Livro de Vereações(1515-1900), nº.343-358

1.2.GOVERNO CIVIL
Alvarás, provisões e regulamentos sobre a Agricultura na ilha da Madeira (1779), nº.70
Actas da Comissão de Auxílio à Lavoura(1888-1890), nº.149
Posturas da Câmara Municipal de Machico(1840), nº.155
Actas da Junta Geral(1837-1882), nº.567-578
Actas da Sociedade Agricola Madeirense(1849-1876), nº.1016-1017

2. OUTROS ARQUIVOS

Dos arquivos nacionais que se apresentam com documentação sobre a Madeira 85 temos a
assinalar os núcleos documentais madeirenses do Arquivo Histórico Ultramarino, já
devidamente organizado por Eduardo Castro e Almeida 86. No caso dos Arquivos
Nacionais//Torre do Tombo os núcleos da Alfândega e Provedoria e Junta da Real Fazenda
do Funchal não se revelam de grande interesse.

JORNAIS

A imprensa é um testemunho fiel da intervenção do homem no quadro natural. As suas


páginas enchem-se de manifestos em sua defesa em contraste com a noticia ou referência aos
constantes atentados perpetrados pelos madeirenses. Carvoeiros, lenhadores e pastores são o
alvo principal desta campanha, como se poderá verificar com a leitura do Patriota
Funchalense(1821-1823) ou do Correio da Madeira(1849-1851). Desde a primeira publicação
em 1821 é valioso o espólio da imprensa madeirens dispondo, quer o Arquivo Regional da
Madeira, quer a Biblioteca Municipal do Funchal, de colecções que se completam 87.

85
. Isabel Branquinho, Alguns Núcleos Documentais Relacionados com os Arquipélagos dos Açores e da Madeira existentes em
Arquivos e Bibliotecas de Lisboa", in Arquivos Insulares, Funchal, 1997, pp.227-274.
86
. Archivo da Marinha e Ultramar. Inventário, 2 vols, Coimbra, 1907-909.
87
. Consulte-se as resenhas de jornais publicados: Resenha Chronologica do Jornalismo Madeirense, sd., A. R. Azevedo(ed.),
Saudades da Terra, Funchal, 1873, 800-821; F. A. Silva, Elucidário Madeirense, Funchal, 1978, vol. II, 183-184; A. Lopes de
Oliveira, Arquipélago da Madeira. Epopeia Humana, Braga, 1969, 192-211.
BIBLIOGRAFIA

ACKERMANN, Eugène. L'ile de Madère. Considéree au Point de Vue Scientifique et Economique. Rixheim,
1910.

ALEXANDER, James Edward. Narrative of a Voyage of Observation Among the Colonies of Western Africa. In
the Flag-ship Thalia: and of a Campaign in Kaffir Land, on the Staff of the Commander-in-chief, London, 1837.

ANSON, George. A Voyage Round the World in the Years MDCCXL, London, 1748.

ATKINS, John. A Voyage to Guinea, Brazil and the West Indias, Madeira, Cap Verde, Londres, 1735.
A Voyage do Guinea, Brasil and the West-Indies, London, 1737.

AVEZAC MACAYA, Mário Armando Pascal. Iles de l'Afrique, Paris, 1848.

BARROW, John. A Voyage to Conchinchina in the years 1792 and 1793, London, 1806.
Voyage à la Conchinchina par les Iles de Madère, de Téneriffe et du Cap Verde, le Brésil et l'ile de
Java, Paris, 1807.

BARROS DE SOUSA, Abílio de. Plano de Arborização do Montado dos Barreiros, Funchal 1946.

BARROW, John. A Voyage to Cochinchina, in the Years 1792 and 1793, London, 1806.

BENJAMIN, S. W. G. The Atlantic Islands as Resorts of Health and Pleasure, London, 1878.

BENSON, W. J. P. Marocco Canary Islands and Madeira, 1910.

BERKELEY-COTTER, Jorge Cândido, Alberto A. Girard. Notícia de Alguns Fosseis Terciários do Archipelago
da Madeira, 1892.

BERTRAND, Arthur. Lettres sur l'Expédition de Sainte-Hélène en 1840, Paris, 1841.

BETTENCOURT PITA, Nicolau Caetano. Account of the Island of Madeira, London, 1812.

BIDDLE, Anthony J. Drexel. The Land of the Wine Being an Account of the Madeira Island at the Beginning of
the Twentieth Century, Philadelphia and San Francisco, 1901.

BIDDLE, Anthony J. Drexel, The Madeira Islands, London, 1900

BOWDICH, Thomas Edward, Excursions in Madeira and Porto Santo, During the Auton of 1823, London,
1825.

BRASSEY, Lady Annie, A Voyage in the "Sunbeam" our Home on the Ocean for Eleven Months, London 1896.
In the Trades, the Tropics, & the Roaring Forties, London, 1885.
A Voyage in the Sunbeam our Home on the Ocean for Eleven Months, London 1881.

BRIDGE, Ann, Susan Lowndes, The Selective Traveller in Portugal, London, 1949.

CAMACHO, João Henriques, Notas para o Estudo da Rearborização da Ilha da Madeira, Lisboa, 1920.

CASTELLO DE PAIVA, Barão de (António da Costa Paiva), Relatório do Barão de Catello de Paiva
Encarregado pelo Governo de Estudar o Estado da Ilha da Madeira.

CASTILHO, Alexandre Magno, Descrição e Roteiro da Costa Ocidental de Africa desde o Cabo de Espartel até
o das Agulhas, Lisboa, 1866.

CÉSAR, Oldemiro, Terras de Maravilha. Os Açores e a Madeira, Lisboa, 1924.


CHURCHILL, Randolph S., Men, Mines and Animals in South Africa, London, 1892.

CLAUSS, Max Walter, Voyage en Atlantide, Lisbonne, 1949.

COLERIGE, Henry Nelson, Six Mounths in the West Indies in 1825, London, 1826.

COMBE, William, A History of Madeira, London, 1821.

COOPER, William White, The Iinvalid's Guide to Madeira, with a Description of Tenerife, Lisbon, Cintra,
Mafra, etc., London 1840.

DEGLI ALBIZZI, Marquis, Six Mois a Madère, 1888.

DEWAR, Alfred. The Voyages and Travels of Captain Nathaniel Uring, London 1928.

DILLON, Frank, Sketches in the Island of Madeira, London, 1850.

DIONISIO, Rodrigues, Riqueza Insular. Fragmentos Valiosos das Primitivas Matas da Ilha da Madeira,
Funchal, 1950.

DIX, John Adams, J. de Menezes, Trad. Um Inverno na Madeira, California, 1896.

DIXON, George, A Voyage Round the World Performed in 1785, 1786, 1787 and 1788, London, 1789.

DRIVER, John, Letters from Madeira in 1834, London, 1838.

DU CANE, Florence, Ella du Cane. The Flowers and Gardens of Madeira, London, 1909.

EMBLETON, Dennis. A Visit to Madeira in the Winter 1880-81, London, 1882.

ERVEDAL DA BEIRA, Visconde. Narrativas Insulares, Lisboa, 1894.

ESCULÁPIO. A Plantação de Amoreiras e a Criação do Bicho da Seda na Madeira, Funchal, 1950.

EXCURSÕES na Madeira, Funchal, 1891.

FARIA, Carlos de. Recordações da Ilha da Madeira no Tempo da Minha Mocidade, Coimbra, 1945.

FARIA, José Cupertino de. O Archipelago da Madeira. Guia Descritivo Illustrado com Photogravuras, Setúbal,
1901.

FORSTER, George. A Voyage Round the World in his Britannic Majesty's Sloop, London, 1777.

FRANÇA, Isabella de, João Cabral do Nascimento. Journal of a visit to Madeira and Portugal (1853-1954),
Funchal, 1970.
Jornal de uma Visita à Madeira e a Portugal (1853-1854), Funchal, 1969.

GARNIER, P. Itinéraire de Paris à Madère, Paris, 1859.

GALLAGHER, Robert E. Byron's Journal of his Circumnavigation, 1764-1766, Cambridge, 1964.

GALVÃO, Henrique Carlos da Mota. Outras gentes, Porto, 1941.

GIRALDES, Joaquim Pedro Cardoso Casado. Tratado Completo de Cosmographia e Geographia Historica,
Physica e Commercial Antiga e Moderna, Paris, 1825.

GODMAN, Frederick du Cane. Natural History of the Azores or Western Islands, London 1870.

GOMES, Bernardino António. Relatório sobre o Herbario da Madeira e das lhas Canárias, Lisboa, 1863.
GORDON-BROWN, A., A Madeira. A Concise Guide for the Visitor, 1951.

GRABHAM, Michael Comport. Matéria Atlantica. Fragmentada e Disseminada, London, 1901.


Plants Seen in Madeira, London, 1934.
Madeira its Flowering Plants and Ferns, London, 1942.
The Garden Interests of Madeira, London, 1926.
The Climate and Resources of Madeira, London 1870.

HADFIELD, William. Brazil the River Plate and the Falkland Island, London, 1854.

HARCOURT, Edward Vernon. A Sketch of Madeira, London 1851.

HOPKINS, F. S. An Historical Sketch of the Island of Madeira, London, 1819.

HOLIDAY, Tours in Portugal and Madeira, Liverpool, 1905.

HOLMAN, James, Travels in Madeira, Sierra Leone, Teneriffe, St. Iago, Cape Coast, Fernando Pó, Princes
Island, etc., London, 1840.

HUDGSON, Studholme. Truths the West Indies, London, 1838.

HUTCHEON, J. Edith. Things Seen in Madeira, London, 1928.

JARDIM, Alberto Figeura, Jacinto Inácio de Brito Rebelo. Madeira the Pearl of the Atlantic, Lisbon, 1914.

JOHSON, James Yate. Madeira its Climate and Scenery, London, 1885.

JONES, Eugene E. G. A Handy Guide to Madeira, London, 1909.

KERHALLET, M. C. Philippe de. Madère les iles Salvages et les l'Iles Canaries, França, 1880.

KOEBEL, W. H. Madeira: Old and New, London 1909.

LEAL, Oscar. Atravez da Europa e da Africa. Viagens, Lisboa, 1901.

LEMAY, Gaston. A Bord de la Junon, Paris, 1881.

LETHBRIDGE, Alan. Madeira. Impressions and Associations, London, 1924.

LONDONDERRY, Marchidness of. A Journal of a Three Months' Tour in Portugal, Spain, Africa, London,
1843.

LOWE, Richard Thomas. A Manual Flora of Madeira and the Adjacent Islands of Porto Santo and the
Desertas, London, 1868.
Florulae Salvagicae Tentamen: or a List of Plants, London, 1869.

LYALL. Rambles in Madeira and in Portugal in the Early part of 1826, London, 1827.

MAIS, S. P. B., Gilliam Mais. Madeira Holiday, London, 1951.

MANTEGAZZA, Paulo, G . Thiry, Trad. Une Journée a Madère, Paris, 1882.

MARINE, Ultra. The Contents of a Madeira Mail-baig, os Island Etchings, London,

MARSH, A. E. W. Holiday Wanderings in Madeira, London, 1892.


MASON, J. A. A Treatise on the Climate and Meteorology of Madeira, London, 1850.

MENEZES, Carlos Azevedo de. As Zonas Botanicas da Madeira e Porto Santo, 1901.
Notas Acerca de Algumas Plantas daFlora do Archipelago da Madeira, Lisboa, 1926.
Subsídios para o Estudo da Flora do Archipelago da Madeira, Braga, 1922.
Novos Subsídios para o Estudo da Flora do Archipelago da Madeira, Caminha, 1926.
A Flora dos mais Altos Picos da Ilha da Madeira, Caminha, 1926.
Subsídios para o Conhecimento da Flora das Ilhas Selvagens, Lisboa, 1923.
Arvores e Arbustos Madeirenses, Funchal, 1904.
Uma Antiga Lista de Plantas da Madeira, Braga, 1922.
Flora do Archipelago da Madeira, Funchal, 1914.
Contribution à l'Étude de la Flore de la Grande Déserte, Lisbonne, 1911.

METCALF, Jess, Robert Cushman Murphy. Wandering Among Forgotten Isles, New York, 1926.

MÓNACO, Albert 1.er Principe de, Louis Tinayre. La Carrière d'un Navigateur, Paris, 1913.

MOSELEY, H. N., Notes by a Naturalist an Account of Observations Made During the Voyage of H. M. S.
"Challenger" Round the World in the Yyears 1872-1876, London, 1944.

NASCIMENTO, João Cabral do. A Arquiduquesa Carlota e as suas Impressões de Viagem, Funchal, 1951.
Compil.. Autores que Escreveram sobre a Madeira, Funchal, 1951.

NATIVIDADE, J. Vieira. Fomento da Fruticultura na Madeira, 1947.

NEUVILLE, Josephine. Memorias da Minha Vida. Recordações de Minhas Viagens, Lisboa, 1864.

NICHOLAS, Elizabeth. Madeira and the Canaries, London, 1953.

NORONHA, Eduardo de. O Passado... Reminiscencias Anedoticas dos Tempos Idos, Porto, 1912.
Da Madeira ao Alto Zambeze. Viagem Dramatica Através de Angola e Moçambique, Porto, 1907.

ORSEY, Alexander J. D., Colloquial Portuguese or the Words and Phrases of Every-day Life , London, 1868.

OSBORNE, John. Guide to the West Indies, Madeira, México, Northern South-America, etc., London, 1845.

OVINGTON, J., A Voyage to Suratt in the Year 1689, London, 1696.

PASSOS FREITAS, Humberto dos. Vinte e um Dias num Bote, Funchal, 1924.

PENFOLD, Jane Wallas. Madeira Flowers, Fruits, and Ferns, London, 1845.

PEREIRA, Jaime A. Azevedo. Um Jardim Botanico na Madeira, Funchal, 1950.

PERRY, M. C., Francis L. Hawks. Narrative of the Expedition of an American Squadron to the China Seas and
Japan, New York, 1856.

PICKEN, Andrew. Madeira Illustrated with a Description of the Island, London, 1840.

PINHEIRO, Francisco Alves, Madeira e Açores. Excursão às Ilhas Adjacentes em 23.7.1938, Braga, 1950.

PORTO DA CRUZ, Visconde do. O Problema Florestal no Arquipélago da Madeira, Lisboa, 1950.

POWER, Charles Alexandre Le Poer, Compil. Power's Guide to the Island of Madeira, London, 1927.

PROENÇA, Raul, Portugal, Madère: Iles Açores, Paris, 1935.

QUINTINHA, Julião, Vizinhos do Mar, Lisboa, 1923.


RAMBLES, in Madeira, and in Portugal in the Eearly Part of MDCCCXXVI, London 1827.

RAMOS, Acúrcio Garcia. Ilha da Madeira, Lisboa, 1879.

REID, William, Alfred Reid. Madeira. A Guide Book of Useful Information, London
REI, Manuel Alberto, Como eu vi a Madeira sob o Aspecto Florestal, Figueira da Foz, 1939.

RENDELL, J. M., Concise Handbook of the Island of Madeira with Plan of Funchal and Map of the Island,
London, 1881.

RIBEIRO PEREIRA, João Óscar. Recordando uma Viagem, Funchal, 1952.

RIBEIRO, Emanuel Paulo Vitorino. Terra Nossa, Porto, 1936.

RIDDELL, Maria. Voyages to the Madeira and Leeward Caribbean Isles, Edimburgo, 1792.

ROCHA, Hugo. Primavera nas Ilhas. Crónicas dos Açores e da Madeira, Angra do Heroísmo, 1936.

ROUNDELL, Charles. A Visit to the Azores with a Chapter on Madeira, London, 1889.

S., F. R. G. Wanderings in West Africa, Londres, 1863.

SARMENTO, Alberto Artur. A Proposito do Grande Brotero, 194?

SCHODDUYN, René. Contribution pour l'Hydrobiologie des Iles de Funchal et Porto Santo, Caminha, 1927.

SEQUEIRA, Manuel Braz. Argumento a Favor da Arborização Obrigatoria das Serras da Ilha da Madeira,
Funchal, 1913.

SERPA, António Ferreira de. Mónaco e Portugal, Porto, 1925.

SILVA, Fernando Augusto da. O Revestimento Florestal do Arquipélago da Madeira, Funchal, 1946.

SILVA, Mariana Xavier da. Na Madeira. Offerendas, Lisboa, 1884.

SMITH, Emily Geneviève. A Panoramic View of the City of Funchal, in the Island of Madeira, Weymouth,
1844.

SMYTH, Piazzi. Madeira Meteorologic, Edinburgh, 1882.

SPILSBURY, F. B. Accont of a Voyage to the Western Coast of Africa, London, 1807.

SPRINGETT, W. S. Pitt. Recollections of Madeira, London 1843.

STANFORD, Charles Thomas. Leaves from a Madeira Garden, London 1909.

STAUNTON, George-Thomas. An Authhentic Account of an Eembassy from the King of Great Britain to the
Emperor of China, London, 1797.

STEELE, Robert. A tour Through Part of the Atlantic, London, 1810.

TAYLOR, Ellen M. Madeira, its Scenery, and how to See it, London 1882.

TAYLOR, Fitch W. The Flag Ship or a Voyage Around the World in the United States Frigate Columbia, New-
York, 1840.

TEIXEIRA, Luiz. Reportagem, 1932.

THOMAS-STANFORD, Charles. Leaves from a Madeira Garden, London, 1910.

TRIGO, Adriano A., Annibal A. Trigo. Roteiro e Guia do Funchal, Funchal, 1910.

VALDEZ, Francisco Travaços. Africa Occidental. Noticias e Considerações, Lisboa, 1864.


Six Years of a Traveller's Life in Western Africa, Londres, 1861.
VELOZA, José Ezequiel. "O Fogo nas Serras foi de todos os Tempos", in Das Artes e da História da Madeira,
Funchal, 1948-1949.

WHITE, Robert, James Yate Johnson. Madeira. Its Climate and Scenery, Edimburgh, 1857.

WHITE, Robert. Madeira. Its Climate and Scenery, London, 1851.

WILDE, W. R. Narrative of a Voyage to Madeira, Dublin, 1840.


Narrative of a Voyage to Madeira, Teneriffe and Along the Shores of the Mediterranean, Including a
Visit to Algiers, Egypt, Palestine, Tyre, Rhodes, Telmessus, Cyprus and Greece, Dubin, 1840.

WINTER, A Winter in Madeira and a Summer in Spain and Florence, New York, 1850.

WORTLEY, Lady Emmeline Stuart. A Visit to Portugal and Madeira, London, 1854.
Aguarelas, estampas e desenhos da Madeira
sécs. XVIII-XIX

As gravuras madeirenses são maioritariamente do século do século XIX e de mão inglesa.


Note-se que de centúrias anteriores são apenas registadas seis. A maioria situa-se no período
curto de pouco mais de trinta anos (1821-1858). As gravuras fazem parte de registos de
viagem ou de tratados científicos. Tudo isto porque a Madeira apresenta-se neste momento
como um eixo fundamental para a navegação e contactos entre a Inglaterra e as suas colónias
na América e no Índico. Também a ilha se transformou rapidamente numa estância de
turismo terapêutico que acolhe doentes de tísica de diversas proveniências. Aristocratas,
cientistas e aventureiros acodem à ilha à procura do seu clima ameno para alívio e cura das
doenças. Neste intervalo procuram descobri-la nas suas paisagens, na riqueza e variedade da
sua flora. A posição da Madeira justifica esta desmesurada valorização inglesa que excede
muitas vezes a das suas colónias das Caraíbas.

Perante estas evidências a Madeira entrou rapidamente no universo da ciência europeia dos
séculos XVIII e XIX. Ambas as centúrias são momentos assinaláveis de descoberta do mundo
através de um estudo sistemático da fauna e flora 88. Daqui resultará dois tipos de literatura
com públicos e incidências temáticas distintas. Os textos turísticos, guias e memórias de
viagem, apelam ao leitor para esta viagem de sonho à redescoberta deste recanto do paraíso
que se demarca dos demais pela beleza incomparável da paisagem, variedade de flores e
plantas.

Tenha-se em conta que algumas colecções são feitas para deleite de alguns dos seus
apreciadores, que figuram em lista que as antecede. Assim sucede com os desenhos de James
Bulwer (1827), Andrew Picken (1842), W. S. Pitt Springett (1843), Frank Dillon (1850), J.
Eckersberg (1853-1855) 89.

Já os tratados científicos aportam na divulgação deste recanto através daquilo que o


identifica. As técnicas de classificação das espécies da fauna e flora têm aqui um espaço ideal
de trabalho. Hoje a riqueza pictórica da ilha é devedora desta situação, existindo valiosas
colecções separadas ou em livro. No primeiro grupo enquadra-se a maioria e riqueza da
colecção de gravuras inglesas. De entre estas podemos destacar as de Andrew Picken (1840),
Rev. James Bulwer (1927), P. H. Springett(1843), J. Selleny, Susan V. Harcourt (1851),
Frank Dillon (1856), R. Innes, Joahn F. Eckersberg. Os temas são comuns a todos os
intervenientes. O Funchal apresenta-se através da sua baía e o deslumbramento do casario da
encosta tudo em várias perspectivas ou nos pormenores mais característicos de sua
arquitectura - A Sé, Os Conventos de Sta. Clara e S. Francisco

O interior da ilha mantém a mesma insistência em algumas localidades que mais chamam à
atenção do visitante e se encontram no traçado nas rotas de visita: Cabo Girão, Curral das
Freiras, Encumeada, Boaventura, Rabaçal. O quadro natural tem em Rev. W. V. Harcourt
(1851), John F. Eckersberg e Rev. James Bulwer (1827) os seus mais fieis e atentos
observadores.

88
. Mary L. Pratt (19--), Stafford (1984), pp. 565-634.

89
. Estampas, Aguarelas e desenhos da Madeira Romântica, Funchal, 1988.
A visão é atente e em alguns casos parece-se com um registo fotográfico. As perspectivas
aproximam-se da realidade e o quadro enche-se com dados de observação directa. A
vegetação é rainha logo seguida das quedas de água. Em quase todos o homem é uma
presença obrigatória a sua pose é de contemplação, de êxtase face as belezas que o rodeiam, e
raramente de total integração no conjunto. Mesmo assim esta presença, a pé ou cavalo, é
secundária e anicha-se quase sempre no canto esquecido 90

Através de algumas estampas e gravuras é possível descortinar a presença de algumas


espécies arbóreas. Aquelas que assumem valor alimentar- como a vinha e a bananeira-
assumem algum destaque, seguindo-se o dragoeiro. Todavia toda a tenção está desviada para
a natureza selvagem que se afirma como o cumulo da beleza 91.

Os retratos do quadro natural madeirense não são tão variados nos temas, mas sim nos
motivos e pormenores que enquadram e dão harmonia ao conjunto. A grande atenção está nas
encostas onde o casario se entrelaça ou não com o arvoredo. O céu, a luz92, não pertencem ao
universo destes artistas, pois aquilo que mais clama pela sua atenção são as encostas e o
litoral abruptos, onde se anicham as quedas de água, o homem, o casario e o variado
arvoredo. este último quase que parece ausente das encostas e vistas próximas à cidade do
Funchal. Aqui as encostas apresentam-se escalvadas. Os efeitos da acção do homem são
notórios. Só quando se penetra no interior, em Encumeada, Curral das Freiras, Boaventura e
S. Vicente se redescobre a exuberância da floresta. Aliás, é este o motivo fundamental que
domina o pincel do artista. O sul está cheio de motivos e dominado sempre pela presença do
homem e dos registos da sua acção como o casario, pontes, etc.

No grupo de textos científicos a atenção reparte-se entre a flora, destacando-se a variedade de


flores, e as formações geológicas. Estas últimas surgem com grande evidencia em Edward
Bowdich (1825).

BIBLIOGRAFIA

Estampas, Aguarelas e Desenhos da Madeira Romântica. Julho-Dezembro de 1988, Casa Museu Frederico de
Freitas (Organização e textos Dr. Paulo de Freitas e Francisco Clode), Funchal, 1988.

NASCIMENTO, João Cabral do, Estampas Antigas da Madeira: Paisagem-costumes-traje-edifícios-marinhas,


Funchal, 1935.
-- Estampas Antigas com Assuntos Madeirenses, in Arquivo Histórico da Madeira[AHM], Vol. II
1933, IV, 1934-1935.

MACEDO, Diogo de, Notas sobre Pintores Portugueses que Estiveram na Madeira, in AHM, VII, 1949.

PEREIRA, João Camacho, Colecção de Gravuras Portuguesas, V Série: Ilha da Madeira, Lisboa, 1948.

VIEIRA, Augusto Elmano, A Madeira nas Estampas da 1ª metade do Século XIX, Das Artes e Da História da
Madeira [DAHM], Vol. I, n1 2, 1950.

90
. Esta ideia vai ao encontro do que sucede na Europa. Confronte-se Barbara Novak (1980), pp. 184-189.

91
. Confronte-se K. Thomas (1980), pp. 260.

92
. Confronte-se B. Novak (1980), p. 23 e 233, Angella Miller (1993)
LISTAGEM Aguarelas, estampas e desenhos da Madeira

LIVROS ILUSTRADOS
ASTLEY, General Collection of Voyages and Travels, London, 1745-1747,
Xilografia a preto: the dragon tree.

BOWDICH, T. Edward, Excursions in Madeira nd Porto Santo During the Autumn of 1823, While on
his Third Voyage to Africa, London, 1925.
Estampas sobre a Madeira: Franciscano, Vilões, Viloas, Garapas, Canarios-Ruivo-Torrinhas-Sidrão,
Cabo Girão e Jardim da Serra, Curral das Freiras, Serras da Madeira, segmentos geológicos.

BOWLES, Wm Lisle, the Spirit of Discovery. A Descriptive and Historical Poem, London, 1804.
Gravura de I. Neagle: the tomb of Anna d'Arfet in the island of Madeira.

BRASSEY, Lady, In the Trades, the Tropics & the Roaring, London, 1885.
23 ilustrações alusivas à Madeira.

BULWER, Rev. James, Views in the Madeiras. Executed on Stone by ;esrs Westace, Nicholson,
Harding, Nash, Villeneuve, Gancy & after Drawings made from Nature, London, 1827.
Colecção de 26 estampas
Litografias a preto: The Loo Rock; Funchal from the Chapel of Santa Catharina; The Peak Fort; View
among the Moinhos; The District of Funchal, from the Mountains-path above the Alegria; The Waterfall;
Ribeiro dos Socorridos; Jardin de Serra; Descent into the Curral; The Church of Nossa Senhora do Livramento
in the Curral; Ribeira Brava; Calheta; Pico Ruivo, the Torrinhas from the Paul da Serra; Encommiade of St.
Vicente; The Church of Ponta Delgada; Pico Ruivo from the high grounds of St. Jorge; Ribeiro de St. Jorge;
Ribeiro Meyo-Metade; Santa Cruz; Machico, Cliffs on the North East Side of Point Lorenzo; The Valley of
Porto-Cruz, from the Portella; The town of Porto Santo; Interior of Porto Santo, Fayal.

COMBE, William (?). A History of Madeira, London, 1821.


Gravuras - 26 a cores: Inside of a Cottage; Rural Toil; Peasants going to the Marcket; Manner of
Cultivating the Ground; A Farmer and his Daughter going to Town; Rural Occupations; Peasants in usual
Costume, Costume peculiar to some of the Western Inhabitants of the Island; Fishermen; Country Musicians;
Manner of bringing Wine to Town when clear; Manner of drawing Pipes &c. by means of the Sledge; An
accident upon the Road; A Prior of the Order of St. Francis, & a Lay Brother; A Franciscan Friar Collecting
Donations for his Convent; A Franciscan Father on a Journey; Priest in different Attire; Lay Sisters of the Order
of the Lady of Mount Carmel; A Nun and her Attendant; A Lady & her Servant going to Church; Usual Manner
of Travelling in Hammocks; Manner of Visiting among the Ladies at Funchal; Members of the Senate; Official
Dress of the Members of the Camera or Senate on the Death of the King and Accession of his Successor; An
Officer & Private of the Garnison of Funchal; Drilling; West View of Loo Fort.

DILLON, Frank, Scketches in the Island of Madeira, London, 1850-1856.


Colecção de 14 estampas a cores e p/b: Robert Machim's Cahpel, Machico-portuguese Cemetery,
Funchal; View looking up the Santa Luzia River; Town of Funchal (from the East); The Pontinha from the
West; View Near the Grand Curral; Convent da Encarnação from the Ponte Novo - View near the Praça da
Constituição; Cama de Lobos; The Governor's House; Fort St. Yago; Funchal Cathedral from the Beach;
Franciscane Convento, Funchal; Convento de Santa Clara.

DIX, John A. (?), A Winter in Madeira and a Summer in Spain and Florence, New York, 1850
Litografias de H. Vanostrand: Ravine east of Funchal; Funchal from St. John's; House of Colombus.

ECKERSBERG, Johan E. Assichten von derIinsel Madeira, Dusseldorf, 1840


Litografias - partir de pinturas: Penha d'Águia (Adlerfels), Funchal von Ostern, Funchal von
Western, Rabaçal, Wasserfall bei S. Vicente, Curral, das Thal von S. Jorge, thal von S. Vicente, thal von Boa
Ventura, Kabo Girão.

FRANÇA, Isabella de, Jornal de uma Visita à Madeira e a Portugal 1853-1854, Funchal, 1970 (edição
também em inglês).
Colecção de 24 gravuras.

GRABHAM, Michael C., the Climate and Resources of Madeira, London, 1870.
Ilustrações de T.A.K.: Funchal from the Palheiro Road, the Hammock, the bullock-car, from the
fountain.

HARCOURT, Lady Susan Vermon, Scketches in Madeira Drawn from Nature & ou Stone, London,
1851.
Colecção de 14 desenhos a cores e preto e branco: Funchal from the West-Funchal from the East;
The Penha d'Aguia from the vista of Faial, Fort St. Thiago, Funchal - Ribeira Brava; Near Santa-Cruz-On the
Palheiro Road; View on the road from Funchal to St. Anne's; View of Funchal from the Sea; Fruit Market-
Washer-women; Street in Funchal-Ribeiro de Santa Luzia; Quinta at Santa Cruz; View in Funchal; View from
Pico Arriero; View behind the Jesuits'College; View from the Deanery; On the Ribeira St. João-View from St.
Martinho; Machico, Quinta at Santa Cruz, View from Pico Arieiro.
Gravuras : Group of peasants, english burial ground, Funchal from the sea, oxen car, view of Funchal
from Hollways cottage

HOCHSTETTER, Dr. Ferdinand von, Madeira ein Vortag, Wien, 1861, 1871.
Litografia de E. Hotzel: Ausicht des Pico do Gato (as Tows) vom Encumiada alta aus gegum gud,
Vila Davies.

MICNER, Rev. Thomas, The Gallery of Nature, London, 18...


Litografias a preto de J. Dryton: Estroza, Pass Madeira, descent of the Curral. Madeira.

PENFOLD , Jane Wallas, Madeira, Fruits and Ferns, London, 1845


Desenhado e colorido por Jane Wallas Penfold. The belladona lily, the custard apple, the banana
fruit, the septre isoplexis, Omiltrofalum arabicum, the castor oil plant, the guava fruit tomato or love aple, the
Eltriopian sichardia.

PICKEN, Andrew, Madeira Ilustrated, London, 1840-1842


Oito estampas: Funchal from the East, Ravine of St. SJorge, Penha d'Águia, Câmara de Lobos.
- História da Ilha pelo sr. James Macaulay e general information
Litografias a cor: Ravina of Camara de Lobos, Curral, the Curral Madeira, Quinta do Monte Funchal
from the bay, Funchal from São Lázaro , Rabaçal.
Aguarelas: Fajã do Mar, Near the file, Ribeiro Socorridos, on the road to the Courals the Ribeiro Frio,
on the Ravina of the cold river, Penha d'Águia, Bella vista, um vilão nas montanhas, Achada-Campanário

PITTA, N. C., Account of the Island of Madeira, London, 1802.


Litografia de E. Mitchell: Dress of the country people in Madeira.

ROUNDELL, Mrs Charles, A Visit to the Azores with a Chapter on Madeira, London, 1889.
4 ilustrações de Madeira: Porto Santo: aproach to Madeira, Cape Stramer leaving Madeira, View
from Quinta Sarmento.

S., W. S. P., Recollections of Madeira, London, 1843.


Gravuras: feriado na serra, moinho na serra

SCHACHT, Dr. Hermann, Madeira und Tenerife mit ihrer Vegetation, Berlim, 1859.
Litografias: Funchal, gesehen von den wage nach den Angustias, Haide, Krauter auf Madeira.

SMITH, Richard, Madeira and its Associations, London, 1869(?)


Cinco xilogravuras de Swain: entrance to the island, centre of Funchal, Penha d'Águia, the Eagle's
Rock, The Rabaçal, Blasting for A Levada or Watercourse.

SPRINGETT, W. S. Pitt, Recollections of Madeira Dedicated to Mrs Geo Stoddart, London, 1843
Colecção de 15 estampas a cores e preto e branco: The Promessa or Wow; Waiting for Daybreak on
the Serra; Belfry attached to the chapel of N. S. do faial, "The Signal"; Stranger's Grave; Mill at the Serra;
English Chapel, Funchal; Interior of a "Venda" in the Serra of St. Antonio; The Lagar or Wine Press; Girl
grinding corn; The Palanquin-The Hammock; The Xerola; A Portrait-Shepherds recolling cattle by the Buzio;
Roman Catholic Priest- A Nun of the Convent of Santa Clara; Madeira Peasant Girl; Madeira Peasant Boy., the
xerola.
VALDEZ, Francisco Travassos, Six years of a travellers life in Western Africa, 2 volumes, London,
1861.
Gravura: Pontal da Cruz. Isle of Madeira.
-Africa Ocidental. Notícias e considerações, Lisboa, 1864.
Estampas de Madeira: Vista da Cidade do Funchal, Palheiro (vista da casa tirada da Horta) na ilha de
Madeira.

VIZETELLY, Henry, Facts About Port and Madeira. With Notices of the Wines Vintaged Around
Lisbon and the wines of Tenerife, London, 1880.
22 estampas sobre a Madeira. Tema dominante a vinha e o vinho.

WHITE, Robert, Madeira, its Climate and Scenery Containing Medical and General Information
forIinvalids and Visitors; a Tour of theIisland, etc.; and an Appendix, London, 1851.
Gravuras a partir de desenhos de John Botcherby: Penha d'Aguia (eagles rock) from the
Lamaceiros, Pontinha and Bay of Funchal from the west, village of Cama de Lobos and Cape Giram, Coast
view, From Heights above the fossil-bed, Rocks and Cliffs near the fossil-bed, Funchal from above São
Gonçalves.

WOLLASTON, T, Vernon, Insecta Madeirensia, Being an Account of the Insects of the Islands of
Madeira Group, London, 1894.
Litografia.
COLECÇÕES DISPONÍVEIS NO MUSEU FREDERICO DE FREITAS (FUNCHAL) 93

BIGGE, F. E., 1855


Aguarelas: Loo rock, Desertas of Madeira, little loural

GELLATLY, J.
Cinco litografias: Costumes of Madeira - Melada Boy, Villão or Peasant, Villoa or Country-girl,
Burroqueiro or Male teer, Woman spinning.

INNES, J. R.
Cinco litografias: Madeira sledge, Madeira hammock, Palácio de S. Lourenço, Palanquim e vista do
Funchal. Machico, Cliffs on the north east side of point Lourenzo, the valley of Porto da Cruz from Portella,
interior of Porto Santo.

MAY ,W., séc. XIX


Aguarelas: sunshine on the rock (form below the new road), salto do Cavalo, Curral dos Romeiros, A
Country men-bananas

ROBLEY, Cap. J. H., 1845


Desenho: Cheias de uma ribeira

SELLENY, séc. XIX


Litografia: Bucke riber den Ribeiro Secco, Curral dos frades.
Editadas em Viena por L. T. Neuman.
Litografias: Catedrale in Funchal, Buckliber den Ribeiro Secco (Ponte do Torreão na Ribeira de Santa
Luzia) Curral dos Fraies, Funchal.

THORMAN, C., séc. XIX


Litografia: Prospect mellen Rio Frio of St. Anna, Rio Frio, Portrait of en Flores,

WESTALL, R.
Gravuras a cores e preto e branco - the Paúl da Serra, mountains above the river St. Vicente, view in
the mountains between Funchal and Fayal.

93
Consideram-se apenas as estampas soltas
INTRODUÇÃO

É evidente o interesse pelo meio-ambiente nos textos narrativos históricos e na


documentação que faz fé a esse princípio. O primeiro texto conhecido sobre os primórdios da
História da Madeira é a Relação de Francisco Alcoforado. Nele faz-se o relato da chegada dos
navegadores à ilha através das primeiras impressões face ao que se lhes depara diante dos
olhos. Ao desembarque em Machico e sagração do espaço sucedeu a busca dos vestígios da
realidade. Assim, logo após a missa João Gonçalves Zarco "mandou ver se aparecem animais
ou bichos e só viam aves" e estas eram "tam mansas por não terem visto omes que as tomavão
da mão". Depois foram "descobrir a terra" e deparam-se com água límpida e cristalina, um
vale cheio de funcho, uma colónia de lobos marinhos e uma densa e intransponível floresta
que tiveram de atear fogo para abrir clareiras.
Esta visão completa-se com o texto de Gaspar Frutuoso (1522-1591) que nos dá conta
da primeira viagem de ocupação da ilha que deu início ao transplante de animais e plantas.
Diz o cronista que "levaram estes capitães, gado e aves, animais domésticos e coelhos para
lançar na terra".
Aquilo que mais tarde continuará a impressionar os europeus era a densidade de
floresta existente na ilha. Aliàs, foi este o motivo que esteve na origem do seu nome. Pois
como comenta o historiador das ilhas foi assim designada "por causa do muito, espesso e
grande arvoredo que era coberta...". Mas também poderia ter sido nomeada de ilha das pedras:
" é alta, com montes e rochedos mui fragosos, que por ser muito fragosa, dizem que seu nome
próprio era, ou deverá ser, ilha das Pedras."
Na descrição da ilha o cronista açoriano interessa-se pela acção humanizadora do
homem, dando principal destaque às serranias que considera "muito ásperas", sendo o interior
muito fragoso mas que mesmo assim dão muito proveito das suas madeiras de til, vinhático,
aderno, folhado, barbuzano. A esta flora indígena junta-se a transplantada do continente
europeu e que apresenta interesse económico. É o caso das árvores de fruta, dos castanheiros e
nogueiras.
Desta visão inicial dá-se o salto para a constatação da realidade no século XIX.
Haviam passado quatro séculos e a fruição por parte dos homem dos recursos deste rincão
levaram a uma total transformação do espectro da ilha. A verdadeira consciência desta
mudança só sucedeu quando se atingiu a situação limite e sucederam-se as catástrofes. Neste
caso é de salientar a aluvião de 1803, que pelos seus efeitos devastadores nas culturas e
espaços urbanos gerou ou tornou premente essa consciência pré-ecológica.
Nesta época, para além da prolixa documentação oficial, podemos assinalar o texto de
Paulo Dias de Almeida, um engenheiro militar que veio em comissão de serviço com o
objectivo de atacar os males da aluvião. Na memória descritiva que fez em 1817 traça-nos de
forma clarividente o panorama desolador da ilha. O seu dedo acusador é apontado à acção
devastadora dos carvoeiros, principais responsáveis pela destruição geral dos arvoredos. A sua
visão é a vários níveis desoladora. Primeiro constata que "as montanhas que não há muitos
anos vi cobertas de arvoredos, hoje as vejo reduzidas a um esqueleto". Até mesmo o "Centro
da ilha se acha todo descoberto de arvoredo, com apenas algumas árvores dispersas e isto em
lugares onde os carvoeiros não têm chegado".
Outro testemunho atento do meio natural surge em meados do século XIX pela pena
de Isabella de França, uma jovem donzela inglesa casada com um madeirense em viagem pela
ilha. O seu olhar atento debruça-se sobre as diversas espécies botânicas como ao variado
mundo animal terrestre e marinho. Oferece-lhe particular interesse a flora do Palheiro Ferreiro
e Camacha, locais onde a mão do homem contribuiu para recuperar a paisagem através do
plantio de pinheiros e espécies exóticas. Aqui o principal depredador não é o carvoeiro, mas o
vendedor de lenha na cidade. estes "saqueiam-nas sem remorsos" de modo que todas as
árvores crescem apenas para que as roubem, quando lhes chega a vez".
O ataque aos carvoeiros não ficou impune pois em opúsculo de Manuel Braz Sequeira
(1913) resultante do panorama vivido no Verão de 1910 com um incêndio de grandes
proporções nas serras, volta de novo o dedo acusador. Os principais responsáveis pelo
espectáculo desolador das florestas da ilha são os pastores de gado, os lenhadores e os
carvoeiros. Confrontado perante este selvático "vandalismo que se está cometendo nas serras
desta ilha" o autor clama por medidas e uma campanha em prol da sua arborização.
Na verdade, a grande preocupação nos inícios do nosso século prendiam-se com a
necessidade de preservar o pouco manto florestal existente e pugnar pela a recuperação dos
espaços ermos. A necessidade de regulamentação do pastoreio conduziu à lei das pastagens de
23 de Julho de 1913. depois são as vozes que clamam por um reordenamento dos pastos é o
caso de José Maria Carvalho em 1942 ou de arborização defendida por J. Henriques Camacho
(1919) e posta em prática por Eduardo Campos Andrade na década de cinquenta.
O texto de Fernando Augusto da Silva (1946) é revelador da forma como evoluiu o
panorama florestal ao longo dos séculos e das insistentes medidas ordenadas pelas
autoridades. Daqui se prova que uma valiosa riqueza natural se não for devidamente
acautelada prontamente desaparece deixando efeitos nefastos sobre o meio.
A lenda do incêndio de Alfredo Vieira de Freitas remete-nos às origens da ilha e
coloca-nos perante o seu efeito regenerador ou distribuidor do quadro natural. Mas ontem
como hoje, a imagem do fogo está sempre associada a destruição.
Do conjunto de medidas reclamadas e postas em prática relevam-se os regimentos que
vão no sentido de estabelecer um equilíbrio do quadro natural e penar o impulso devastador do
homem. Em 1562 o chamado "regimento novo das madeiras" procurou estabelecer um travão
ao uso desmesurado da floresta. Todavia a pior situação ocorreu no Porto Santo, onde para
travar a marcha irreversível da sua desertificação se tomou medidas com o regimento de
Agricultura de 1771 que recomenda o plantio nos montados de pinheiros, zimbreiros e tis e
nas terras de cultura as amoreiras e espinheiros.
Na Madeira a maior preocupação das autoridades ocorreu em 1804 aquando da
aluvião. Na carta régia de 14 de Maio de 1804 estão bem expressas as razões do sucedido e a
pouca atenção dada à carta de 17 de Junho de 1800 que recomendava o lançamento de
sementes nos cumes da ilha. Neste contexto é de realçar a actividade da Junta de
Melhoramentos de Agricultura, criada em 18 de Setembro de 1821.
Tal como se expressava em 1815 a natureza estava " cansada de ser liberal" e clamaria
por outra atitude por parte do ilhéu.
COLECTÂNEA DE TEXTOS E DOCUMENTOS

FRANCISCO ALCOFORADO [séc. XV]

A Relação de Francisco Alcoforado, embora seja considerada por muitos apócrifa, é o mais antigo texto que
relata a primeira intervenção dos povoadores europeus no arquipélago.

... ao outro dia pla menham mamdou o capitão hum batel de que deu o carreguo a Ruy paez que fosem a
terra a vela e lhe trouxese loguo Recado do que vyem por não av[er] outro lluguar forão desembarcar na Rocha
omde desembarcarão os jmgreses e forão entre o arvoredo e o mar acharão lenha cortada e outro Rasto de jete
forão asy ter ao toco do paso gramde omde acharão a mesa e crusyfixo que os jmgreses deixarão e as sepulturas
cõ as cruzes. ha cabeçeyra de que Ficarão espamtados aimda que tudo tinhão ouuydo hao pilloto tornarão se
lloguo aos naujos com este Recado ao capitão Sabydo jsto detremynou sair é terra e levar com sygo dous padres
que trazia. saimdo em terra deu graças a deos. mamdou bemzer aguoa e espargella pello ar. foi ao toco omde
estavão as sepullturas mamdou dizer mysa na mesa com Respomso sobre suas sepullturas e esta Foy a prymeyra
mysa que se dise que foy em dia da vysytação de samta Ysabel acabada a mysa mamdou v[er] amtre o mar e o
arvoredo se paresyão allgums anymaes ou bichos e não vyrão cousa vyua senão muytas aves de muytas maneyras
e tam mamsas por não terem vysto omes que as tomauão ha mão tomou lenha e aguoa e tornou se aos naujos no
mesmo dia ouue cõselho p[er]a descobryr a terra p[er]a baixo se hyrya nos naujos se nos bateys dise lhe o pilloto
que vya terra de muyta penedia que asy a poderya aver no maar e av[er] baixos e corremtes que lhe pareçya
mylhor hirem v[er] a costa nos bateys e deixar os nauyos aly pareseo este cõselho bem ao capitão ao outro dia pla
menham mamdou cõcertar os bateys de mamtymento e jete que lhe pareçeo ele meteo se no batel do naujo e do
outro deu carreguo ha allvaro afomso/ e fomos corremdo pasada huma pomta p[er]a ha bamda do poente vymos
que ao pe de huma Rocha se fazia huma pedra que emtra no maar e ao pe daquella Rocha sahiao della quoatro
canos daguoa muyto fermosa ouue o capitão de seio de saber o tal hera aguoa tam fermosa mamdou por ella e
vyo que hera estremada de boã Frya e leue Emcomemdou lhe ho jfamte que lhe leuase certas vasylhas daguoa
tomou daquy huma p[er]a lhe leuar corremos maes abaixo sempre peguados com arvoredo achamos num vale
hum Ribeyro que vem dar no mar aly mamdou sajr em terra os que la forão acharão outra fomte a par do mar
estremada tomou aly outra vasylha p[er]a levar ao Jfamte e chamou a esta a fomte do seyxo fomos mais abaixo
demos num vale de fermoso arvoredo achamos ally hums cedros velhos derrybados do tempo mamdou fazer
deles huma cruz e chamou ally samta cruz pasamos mais abaixo a huma pomta grosa em que achamos tamtos
guarajaaos que nos cobryão os bateys e punham se sobre nosas cabeças e nos Remos porque numca vyrão jemte
ouuemos com jsto muyto prazer e chamamos aly a pomta dos guarajaaos dally descobrymos outra pomta abaixo
que seryão dally duas leguoas . e faziase amtre estas pomtas . huma fermosa eseada de terra mais bramda e toda
vynha beber na aguoa toda cuberta de muyto fermoso arvoredo e todo por cyma tam yguoall que parecya feyto a
mão sem av[er] arvores mais alltas humas que as outras senão os cedros que ja tinhamos exprememtado que
omde estão sempre são mais alltos que as outras arvores derredor fomos corremdo a costa p[er]a este vale demos
é huam Rybeyra que botaua pedra ao mar é que podem desembarcar como é caez aly mamdou seu cryado g°
ayres que sayse é terra e com çertos companheyros que emtrasem hum espaso pla terra a v[er] se auja allgumas
alymaryas . ou bichos e não se afastasem na corremte da aguoa p[er]a sab[er] tornar ao mar e aos bateys forão e
tardarão la tres oras . tornarão erramados folyamdo cõ muyto prazer que não acharão cousa vyua senão aves/
Fomos mais avamte achamos hum vale muyto fermoso todo de seyxos não avya nele arvoredo nenhum e hera
todo cuberto de fumcho muyto fermoso a que chamamos o fumchal sahião deste vale ao mar tres Rybeyras
muyto fermosas . no cabo deste vale estão dous jlheos fomo nos abryguar a eles por s[er] ja tarde tomamos em
terra aguoa e lenha fizemos de cear em hum dos jlheos de muytas aves que tomamos e tornamos a dormyr aos
bateys ao outro dia pasamos mais abaixo e cheguamdo ha pomta que vyramos o dia damtes pos nella huma cruz e
chamou ally a pôta da cruz . dobramdo esta põta demos é huma praya a quoall chamou a praya fermosa pasamdo
abaixo amtre duas pomtas vymos emtrar no mar huma Rybeyra muyto poderosa pedirão lhe allgums licemca
p[er]a sajr em terra v[er] aquella Rybeyra e ele estaua no mar nos bateys forão hums dous mamçebos de llaguos
p[er]a pasar a Rybeyra a vaao e a aguoa corrya tam poderosa que os leuou ambos . bradou o capytão do mar que
acorresem aqueles moços que ele trazia nos olhos . acodirão lhe os de terra e tyrarão nos ambos vyuos . e chamou
aquella Rybeyra dos acorridos pasamos maes abaixo demos e huma Rocha dellguada que emtra muyto no maar e
emtre aquella Rocha e outra fica hum braço de mar é Remamço metemonos aly cos bateys achamos tamtos lobos
marynhos que hera espamto com que tyuemos muyto prazer chamou haquele Remamço camara de lobos da terra
não podemos v[er] pera baixo bem a costa cõ o muyto arvoredo da pomta do mar vymos humas Rochas muyto
alltas e arrebemtar o mar em huma pomta abayxo dally nos tornamos aquele dia dormir aos Jlheos da noyte
damtes e aos outro dia fomos dormir aos naujos com detremynacão e nos tornar p[er]a o Reyno e o capitão
tomou çertas vazilhas de terra e aguoa a paaos nao conhecydos no Reyno p[er]a levar ao Ifamte que lhe mamdou
que leuase partymos p[er]a o Reyno cheguamos a lixboa no fim dagosto leuou ellRey muyto præer do que tynha
joão gllz feyto Recebeo com muyto prazer e fez procysões em lixboa e muytas festas e damças com
detremynação de no v[er]ão syguymte mamdar joão gllz pouoar aquella jlha a que joão gllz chamou da madeyra
por o fermoso arvoredo que tem.- no verão syguimte na emtrada de mayo mamdou elRey fazer prestes tres
naujos e joão gllz que com sua molher costamça Rojz dallmeyda molher samta e cõ seus fylhos q herão joão gllz
e jlena e bryatriz mynynas e com a gemte [que] quysesem fosem pouar a jlha da madeyra e as que ouuese
derredor mamdou lhe ellRey dar os omeziados e comdenados que ouuese polas cadeas e Reyno João gllz não
quis levar nenhuns dos omyziados por cullpas de fee ou de treyçao ou ladrão dos outros cullpados leuou todos os
que ouue e forão dele bem tratados da outra jete forão muytos e os mais do allguarve cheguamos a jlha da
madeyra ao porto dos jmgreses a que ele pos nome machim por amor do jmgres que aly estaua Emterrado
Saymos em terra a prymeyra cousa que fez foy traçar huma jgreja de Emvocação de xpo como o jmgres pedia e
mamdou cortar ha aruore que estaua sobre a sepulltura e traçou a igreyja de manta que ficou a capella sobre a
sepulltura dahi fomos ao fumchal abryguamos os naujos aos jlheos determynou de fazer morada em terra de
madeyra e fella omde despois a capitoa costamça Rojz fez a jgreyja de samta cateryna e dally fumdou a igreyja
de nosa sõra do calhaao que foi a prymeyra casa de jgreyja que se fez na jlha daquy acordou o capitão que não se
podia cõ trabalho domems desfazer tamto arvoredo que estaua desde começo do mundo e pera a comsumjr que
hera forçado por lhe o foguo e pollo e cõo muyto arvoredo cõ a muyta amtyguidade estaua dela derrubado pollo
chão e outro seco em pee apeguou o foguo de maneira por todo e hera tam brauo que quoamdo vemtaua de sobre
terra não se podia sofrer a chama e quetura e muytas vezes nos acolhiamos aos jlheos e aos naujos ate o tempo
mudar durou o foguo por a terra sete anos em que destrohio muyta madeyra./ EllRey cada verão mamdaua
naujos e ferro e aço e se memtes e guados que tudo forteficaua muito de cada allqueyre que semeauão pello
menos colhião seseta e as Reses ajmda mamavão e ja paryão e tudo se daua asy avya gramde camtydade de
madeyra e fermosa e a levauão p[er]a muytas partes. e começauão co ela a fazer naujos de guaves e castello
davamte por que damtes não nos avya no Reyno nem tynhão pera omde naueguar não avya mais que caravellas
no alguarue e baryneis é lixboa e no porto/ despois que o foguo despejou de arvoredo costa do maar determynou
o capitão mudar sua morada em hum allto que esta sobre o fumchal e loguo defromte fez huma jgreyja da
comçeyção p[er]a seu jaziguo e a capitoa fez a casa de samta cateryna e a par della fez muytas casas. p[er]a
guasalhado de molheres de boa vyda e pobres a que deixou esmollas p[er]a sempre terem cuydado de alimparem
e s[er]vyrem aquella casa determynou o capitão correr toda a costa da jlha por que o foguo tynha ja despejado
luguar pera jso e a Repartyr a terra com quem ha aproveytase mamdou fazer prestes certos bateys. que avyão de
jr por maar e ele com allgums de cauallo e gemte de pe por terra hirem sempre ha vysta hums dos outros e por
nao av[er] caminhos e fazer detemça em partyr as terras amdavão pouco cada dia e cada dia hiamos dormir a
cabo do mar e dos bateys. cheguamdo em hum allto sobre camara de llobos traçou ally omde se fizese huma
jgreja do espryto samto pasamos abaixo a humas serras muyto alltas. ally traçou outra jgreyja da vera cruz e estes
alltos tomou pera seus Erdeyros. pasou abaixo ate cheguar a huma Rybeira muyto furiosa a que chamou a
Rybeira brauua aquy se meteo nos bateys p[er]a v[er] ha terra do maar e cheguou ate huma pomta que se faaz
abaixo que emtra no maar e na Rocha que esta sobre a pomta esta huma vea Redomda na Rocha com huns
Rayos. poslhe nome pomta do sol. dahi tornou a desebarcar omde attas deixara os bateys./ pasamdo huma
Rybeyra que esta alem desta pomta traçou huma Jgreyja em huma ladram/ do apostollo samtyaguo e alem
achamos ho aruoredo ajmda muyto cerrado porque o Foguo amdaua aimda em parte dele decemos a huma
Rybeira sempre ao som daguoa viemos dar no mar omde achamos os bateys deyxamos ally as bestas. e quem as
leuase como pudese. e metemonos nos bateys e fomos desembarcar a hum bom desembarcadouro amtre huns
penedos a que ele chamou a calheta . sobre esta calheta tomou huma lomba da gramde que lloguo nomeou pera
seu filho joão gllz e ao llomguo da Rybeira p[er]a o poemte. tomou outra p[er]a sua filha bryatiz glls E nesta
outra llombada da mesma filha é hum luguar allto de boã vysta do mar e da terra traçou por sua mão huma
Jgreyja de nosa senhora da estrella e dise que esta jgreyja avya de deyxar muyto emcomemdada a todos seus
fylhos porque avya muyto tempo que desejava fumdar huma jgreyja desta auocação dahi pasamos abaixo ate a
derradeira pomta sobre o mar de onde pareçe que não ha mais terrra estamdo aquy lhe trouxerão os dous bateys
hum peyxe que pareçya parguo de maravylhosa gramdeza e por amor deste peyxe ficou nome aquella pomta do
parguo desta pomta vyra a terra p[er]a o norte ate outra pomta que ele dally pera tras traçou ha capitanya de
machico e pos nome a esta pomta de trystão asi chamaua ele sempre trystão e hera lhe muyto afeyçoado daquy
nos tornamos p[er]a o fumchal o mais do caminho por maar por a terra ajmda s[er] muyto trabalhosa e começou a
por e obra a Edeficação das jgreyjas e llavramça da terra/
[Jean Fontvieille, "A lenda de Machim- une découverte bibliographique à la Bibliothèque-Musée du Palais de
Bragance à Vila Viçosa(Portugal)...", in Actas do Congresso Internacional de História dos Descobrimentos, III,
Lisboa, 1961, pp.197-238]

REGIMENTO NOVO DAS MADEIRAS PARA A


ILHA DA MADEIRA[1562]
Eu El-rei faço saber a Vós Ouvidores Juizes Vereadores Procuradores e homens bons das Câmaras da
Cidade do Funchal e Villa de Machico e das outras Villas das ditas Jurisdições na ilha da Madeira, que el-rei D.
Manuel meu Bisavô, que Santa Gloria haja, sendo informado do grande damno e prejuízo, que aos povos da dita
ilha se poderá seguir por falta das lenhas, e madeiras, e que não olhando os moradores d'ella antes por seus
particulares proveitos contra o bem commum e seu serviço, cortavam as ditas madeiras e lenhas em muito mais
quantidade, da que lhe era necessária, e muitos levavam para fora da dita ilha, e outras se perdiam sem se
aproveitarem pelas pessoas, que as cortavam; pelo que vinham em muita diminuição, proveu sobre as ditas
cousas por seu Regimento e Provisões para que as ditas madeiras se não cortassem, senão em esta maneira, que
para isso ordenou, e porque Eu sou ora Informado, que no cortar das ditas madeiras ha grande devassidão, não
temendo as pessoas, que as cortam as penas do dito Regimento por serem de dinheiro s6mente, e por não haver
quem as accuse e que por esse respeito, se cortam devassamente, muito em prejuízo do bem commum, e proveito
dos moradores da dita ilha, e contra Meu Serviço, querendo n'isso prover, conformando-me com o Regimento
antigo, e com o. que mais pareceu necessário pela variedade dos tempos: ordenei que d'aqui em deante se tenha a
maneira seguinte no cortar das ditas madeiras, e na defeza e guarda d'ellas:
Primeiramente Mando e Defendo, a todas as pessoas de qualquer estado, e condição que sejam, que em
toda a dita ilha não cortem madeira alguma, nem lenha para seus assucaraes, e fazendas, nem para outra cousa
alguma, sem pedirem licença aos Juizes, Vereadores, Procuradores da Cidade, ou Villas, em cujo termo a
quizerem cortar, aos quaes Officiaes Mundo, que olhem muito bem, com muito cuidado, e diligencia as pessoas,
que lhe as ditas licenças pedem, e vejam as necessidades que dellas teem, e segundo virem, que lhe é necessário
para seus assucares, e bemfeitorias e despesas de suas casas, lhes darão as taes licenças, uma só vez no anno, sem
lhes mais dentro d'um anno depois da tal licença ser dada outra, e quando lh'a assim derem lhe darão juramento
dos Santos Evangelhos, que não cortem lenha, nem madeira alguma mais da que lhe for necessária para seus
assucares, e bemfeitorias, e despesa de sua casa conforme a licença, que lhes for dada. E logo no Alvará da dita
licença se declarará o tempo porque lhe foi dada, que hade ser o dito anno, e de como houve o dito juramento, e
sejam as taes licenças assignadas, por todos os ditos Officiaes que lh'as derem, (e se na dita ilha estiverem os
Capitães ou seus Logares Tenentes de Capitão as taes licenças serão também assignadas pelos ditos Capitães ou
logares-Tenentes, cada um em sua Capitania), os quaes serão com os ditos Officiaes no dar das taes licenças.
2º E qualquer pessoa, que for achada cortando ou trazendo a dita madeira, ou lenha, se se provar que a
cortou ou trouxe sem a dita licença, ou que cortou ou trouxe mais da que lhe era necessária conforme as ditas
licenças, se for peão será publicamente açoitado e condemnado em dois annos de degredo para a África, e vinte
cruzados, e sendo de qualidade em que não caiba pena de açoites, será degradado quatro annos para a África e
condemnado em cincoenta cruzados, e nas mesmas penas incorrerão as pessoas que as mandarem cortar, ou
trazer por seus creados, ou outras pessoas, ou seus escravos, alem das ditas pessoas, creados e escravos, haverem
as ditas penas de açoites, e degredo como dito é.
3º E sob as mesmas penas Defendo e Mando que nenhuma pessoa corte os paus-brancos, porquanto sou
informado, que estes paus podem servir para os engenhos dos assucares, e Defendo os ditos Officiaes, que não
dêem licença alguma para se cortarem os taes paus, antes logo nas licenças, que derem declarem porque os não
hão-de cortar; sendo porem os taes paus necessários a algumas pessoas para seus engenhos, os poderão cortar
com licença dos ditos Officiaes, que para tal necessidade lhes darão a tal licença informando-se primeiro se lhe
são necessários e dando-lhes sobre isso juramento, e de outra maneira não.
4.º Outrosim Mando aos ditos Officiaes, que não dêem as ditas licenças para se cortarem as ditas
madeiras em parte que faça prejuízo ás aguas da dita ilha, nem as poderão dar para se cortarem a menos de cento
e cincoenta passos em redor das Ribeiras e aguas, pelo muito prejuízo que d'isso lhes vem, e as pessoas que
cortarem as ditas madeiras dentro dos ditos cento e cincoenta passos incorrerão nas mesmas penas, dos que as
cortam sem licença, e para melhor guarda do sobredito: Mando aos ditos Officiaes, que logo nas licenças que
derem, declarem Como não hão-de cortar as taes madeiras, se não arredados cento e cincoenta passos das ditas
aguas.
5ª Outrosim Defendo e Mando, que pessoa alguma não ponha fogo na serra onde as ditas madeiras e
lenhas estão, nem em parte d'onde se lhe possa atear, nem descasque as arvores que estiverem na dita ilha;
porquanto pelas ditas maneiras se secca e destroe muita parte das ditas madeiras, e sendo pessoa alguma achada,
ou sendo lhe provado que põz alguém fogo, que fez damno, e prejuízo nas ditas madeiras, ou que descascou
algumas arvores, incorrem em pena de vinte cruzados, e um anno de degredo fora da dita ilha, e os que pozerem
fogo, alem da dita pena haverão a que por minhas Ordenações é determinado, aos que põem fogos.
6 º E querendo alguma pessoa cortar rama para mantimento de gados, ou para outra alguma coisa,
cortará da rama de cima das arvores, e não cortará arvore alguma pelo pé, sob pena de incorrer nas mesmas
penas, em que incorrem os que cortam as madeiras e lenhas, sem licença da Câmara, e querendo esmoutar
alguma terra na dita ilha, será avisado que não a esmoute senão com machado, e não com outra alguma
ferramenta, ou outro ferro, e será obrigado a aproveitar toda a lenha que tirar sem lhe p6r todo, e sendo-lhe
provado, que não esmoutou com machado, ou que não aproveitou toda a lenha que tirou, pagará vinte cruzados
da cadea
7 º E porque Eu sou informado, que na dita ilha ha muitas pessoas, que tratam em tabuados e madeiras,
e por não serem arreigados cortam mais da que devem e deixam perder muita d'ella, sem a aproveitarem: Hei por
bem e Mando que as pessoas que assim cortarem, no fazer dos ditos tabuados, e madeiras, sejam casados e
moradores na dita ilha, e abonados n'ella, e nenhuma outra pessoa que não for das ditas qualidades poderá tratar
em tal negociação, e aos que forem taes, darão os ditos Officiaes licença para cortarem as madeiras que virem
que lhes são necessárias, segundo o trato, e maneio que tem, os quaes fiança darão segura aos ditos Officiaes
;porque se obriguem a aproveitar toda a madeira, que costarem, pelas licenças que lhes forem dadas que
aproveitarão o pau todo até ao cabo, sem deixarem cousa alguma d'elle, posto que o tabuado fique curto, sob
pena de cincoenta cruzados de cadea; a qual fiança outrosim darão e que os tabuados e madeiras que assim
fizerem, se gastarão todos na dita ilha, sem se levarem, nem mandarem fora d'ella, sob pena de cincoenta
cruzados, as quaes penas se haverão pelas ditas fianças que se registarão nos Livros das Câmaras, quando as taes
pessoas as derem. E alem da dita pena de cincoenta cruzados, em que assim incorrerão, levando-as, ou
mandando-as levar f6radallha, incorrerão nas mais penas em que por este meu Regimento incorrem as pessoas,
que levam ou mandam levar madeiras, ou lenhas fora da ilha, como adeante será declarado.
8º- E assim os ditos tratantes, como qualquer outra pessoa, que por licença dos ditos Oficiaes, cortar
arvore, ou seja para fazer serra d'agua, ou para madeira, ou para qualquer outra cousa, será obrigado a aproveitar
todo o dito pau, como dito é, e pol-o em carregadouro nos portos onde os navios vão carregar as madeiras e
lenhas, e aproveitar assim o toco do pau, como as ramas, sob a pena atraz declarada
9ª - E porque muitas Vezes acontece irem à serra os fragoeiros, e outras pessoas a cortar arvores para
fazerem madeiras e tabuados, e depois de as terem cortadas, ou começadas a cortar pelas acharem ocas e não
servirem para o que as haviam mister, as deixam perder, e não aproveitam Hei por bem e mando, que estes taes
sejam obrigados a aproveitar as ditas arvores, que assim cortam, ou começam a cortar, assim o toco como a rama
dentro do anno em que assim cortarem, ou começarem a cortar, e as levarão a carregadouro, aos portos do mar,
onde os navios e barcos as vão carregar, para se não perderem e apodrecerem na serra, e as pessoas que as ditas
arvores cortarem, ou comesarem a cortar, e as não aproveitarem, como acima 6 declarado, incorrerão na pena de
vinte cruzados da cadêa
10º E alem dos sobreditos haverem a dita pena de vinte cruzados, Hei por bem, que passado o anno em
que assim cortaram, ou começaram a cortar os paus, e lenhas sobreditas, Aquém os ditos paus e lenhas, e
madeiras devolutas para as despezas, e obras das Câmaras, onde forem cortadas; e os oficiaes dos ditos logares
terão cuidado de saber, emandar ver, nos tempos que mais conveniente lhes parecer se ha na serra e outras terras,
das ditas madeiras e as mandarão aproveitar, e além d'isso se informarão das pessoas, que as cortaram para
procederem contra ellas, pelas penas em que por este Regimento incorreram, pelas assim cortarem, ou
começarem a cortar, sem as aproveitarem como eram Obrigados e especialmente Mando aos ditos Officiaes das
Jurisdições, que uma vez cada anno se Juntem nos tempos que lhes parecer mais conveniente e vissem a serra,
sendo mui diligentemente e com muito cuidado se acham algumas das madeiras cortadas, sem serem
aproveitadas, ou algum damno feito na serra para procederem contra as pessoas, que assim as cortaram ou
começaram a cortar, ou fazeram os taes damnos conforme este meu Regimento, e será presente com elles o
Escrivão da Câmara & sua jurisdição, ao qual Mando que tenha um Livro encadernado, e assignado, e contado
conforme a ordenação, em que escreverei todas as achadas das madeiras, e damnos, que forem feitos, e sendo
achados plos ditos Officiaes, ou meirinho, ou por outra qualquer pessoa do povo, que faca saber á Câmara das
Cidades e Vilas, e querendo cada um dos ditos Capitaes, ou seus Logar-Tenentes ir á serra com os ditos
Officiaes, o poderão fazer e se os ditos Officiaes não fizerem a tal visitação cada anno, incorrerão na pena de dez
cruzados e um anno de degredo para a África, em Devassa geral de cada anno serão obrigados os ditos Ouvidores
a perguntar, por este Capitulo .
11º- E porque também sou informado, que se se guardarem os trondas arvores que se cortam se cortam
delles outras, e a pouco tempo se tornam a reformar ao menos para lenhas Hei por bem e Mando, que nenhuma
pessoa ponha fogo nos ditos troncos, nem os acabe de cortar pelo pé sem ter licença para o poder fazer sob pena
de incorrer nas penas e; que incorrem os que põem fogo, ou cortam madeiras e lenhas, sem licença dos Officiaes
como atraz declarado
12º- E porquanto sou informado que muitas das madeiras, se cortam e levam para fora da dita ilha, Hei
por bem e Mando que nenhuma pessoa de qualquer estado e condição que seja, leve, nem mande levar as ditas
madeiras, e lenhas fora da dita ilha para parte alguma, nem os Mestres dos Navios as carreguem n'elles para levar
para fora, como dito é, sob pena de qualquer pessoa, que as levar, ou mandar levar para fora da dita ilha, incorrer
nas penas sobreditas, em que incorrem por esta minha Pro9;s§o, os que as cortam sem licença dos Officiaes das
Câmaras, como dito é; e alem das penas incorrerão os Mestres dos taes Navios, em que assim forem levadas para
fora, ou se embarcarem para isso, em perdimento dos ditos Navios, a metade para quem os accusar, e a outra
metade para a Câmara das Capitanias em que carregarem
13º- E para melhor guarda do sobredito, Mando, que nenhum Navio parta dos Portos da dita ilha, sem
primeiro o Mestre d'elle o fazer Saber aos Officiaes das Câmaras dos logares d'onde partirem, e haverem delles
licença para fazerem sua viagem; e Mando aos ditos Officiaes, que quando lh'o assim fazerem saber; antes de lhe
darem a tal licença, os mandes ser por um Official da Câmara, que para isso terem juramento, para ser se levam
algumas das ditas madeiras, e lenhas para fora da ilha, e achando que as não. levam lhe passarão Alvará de
licença para partirem, e partindo os ditos Navios sem as das licenças incorrerão nas sobreditas penas em que
incorreriam se levassem as das madeiras, e lenhas para fora da dita ilha, e isto se não entenderá em alguma lenha
que os taes Navios levassem para gasto, e despeza dos mesmos Navios, e terso além d'isto os ditos Officiaes
muito bom cuidado de vigiarem, e proverem de maneira que nos ditos Navios não se alguma das madeiras e
lenhas.
14º--Outro sim, He; por bem e Mando que nenhuma pessoa faça Náos, ou Navios alguns na dita ilha,
nem nella se renovem nem concertem na maneira seguinte Não se poderão as ditas Náos, e Navios renovar na
dita ilha tirandolhes a liação velha, e pondo lhes outra peca e peca nem tirando-lhe o tabuado tirando tabua e
pondo outra nem se lhes farão as cobertas, ou castellos, posto que o mais seja feito em outra parte, sómente
vindo ter á dita ilha alguns Navios desbaratados da viagem de maneira que não possam seguir a viagem para
onde forem sem algum concerto, que seja necessário fazer-se-lhe, pedirão licença aos Officiaes das ditas
Câmaras, os quaes com o Loco-Tenente de Capitão das ditas Capitanlas verão por si a necessidade que os ditos
Navios teem de se repararem para a dita viagem, e lhes darão licença para se poderem reparar das cousas
necessárias, os quaes terão n'isso muita consideração em como dão as taes licenças, não sendo porem para refazer
os ditos Navios como dito é, nem para fazer as cabertas, ou castellos dos taes Navios; porque para as ditas
cousas, não lhes poderão dar taes licenças, posto que lhes pedidas sejam, nem as pessoas a quem forem dadas
poderão usar d'ellas, antes incorrerão nas mesmas penas d'este Capitulo como se sem licença o fizessem, o que
assim Defendo e Mando sob pena do perdimento dos ditos Navios, que se na dita ilha fizerem ou reformarem ou
a que fizerem cobertas, ou castellos. e de duzentos cruzados, e quatro annos de degredo para África, e sendo peão
será açoutado e degradado dois annos para África, alem de perder os taes Navios, e nas mesmas penas incorrerão
as Officiaes das obras dos ditos Navios e Calafates, e todas as outras pessoas, que nelles trabalharem, e os
Officiaes que derem as taes licenças, contra fórma d'este meu Regimento.
15.°- E somente poderão na dita ilha fazer bateis de pescar, e de carreto para serventia da dita ilha, os
quaes não poderão seus donos vender para fóra d'ella, sob pena de qualquer pessoa que os assim vender para f6ra
da ilha, pagar cincoenta cruzados, e ser degradado dois annos para Africa.
16.°-Outro sim Defendo e Mando, que nenhuma pessoa compre lenha na dita ilha para tornar a
revender, sob pena de paçar da cada vinte cruzados, e um anno de degredo para f6ra da ilha.
17º - E porque sou informado, que na dita ilha ha muita terra em que se bem podem plantar
castanheiros, e pinheiros, e que até ora se não cumprir o que era mandado acêrca da creação das ditas arvores,
havendo respeite á muita necessidade que d'ellas ha na dita ilha, e á falta que pode haver de madeiras ao diante.
Hei por bem e Mando aos Officiaes das Camaras da dita ilha, que mandem vir á Camara os Hereos das ditas
terras, que teem testadas nas Ribeiras d'Agua da dita ilha, e lhes mandem que cada um anno ponham certo
número das ditas arvores, taxando-lhes o numero conforme a terra que cada um tiver e possibilidade e qualidade
de cada uma pessoa, que cada um anno plantem o numero das ditas árvores. que lhes assim for taxado, até as
ditas terras serem de todo aproveitadas, e povoadas das ditas arvores, e de como lhes assim fôr mandado, e do
numero das ditas arvores, que cada anno hão-de pôr se fará assento no Livro das Camaras, assignado pelos ditos
Officias e pelas ditas pessoas. E Mamdo aos Ouvidores e Officiaes dos ditas Jurisdições que cada anno tomem
conta pelos ditos assentos as pessoas a quem foi mandado prantar as ditas arvores se as plantaram as que eram
obrigadas, o tal anno a põr. E não cumprindo em tudo o que lhes sssim fôr mandado pagarão de cadea vinte
cruzados, pela primeira vêz, e pela segunda vez trinta cruzados e pela terceira vêz que em tudo não cumprirem,
alem dos trinta cruzados de pena serão degradados dois annos fora da dita ilha, e não cumprindo em parte o que
lhes assim fôr mandado pagarão por cada arvore que menos plantarem das que lhes foi mandado, um cruzado até
quantia dos ditos trinta cruzados sómente e os Officiaes das ditas Camaras, terão cuidado e muita diligencia em
mandar guardar as ditas arvores que assim forem plantadas, e para a dita guarda lhes porão as penas que lhes
parecerem convenientes para que os gados dos moradores da dita ilha, as não comam, nem se percam por outra
alguma maneira, antes se criem, e aproveitem para ao deante.
18º. E para melhor guarda das couzas contidas n'este Regimento, Hei por bem e Mando que os
Ouvidores das ditas Jurisdições devassem em cada um anno no mez de Janeiro de todos os casos acima
declarados fazendo toda a diligencia que lhes fôr possivel para se saber quem commetteu as couzas que por este
Regimento são defezas e prenderão os culpados, e procederão contra elles, como for justiça, dando appellação, e
agravo nos casos em que couber para Minha Fazenda, perante o juiz dos Meus Peitos d'ella, e nos casos em que
alem da pena de dinheiro ha pena de degredo por este meu Regimento, appellarão por parte da Justiça, posto que
as partes sejam absolutas, e nos casos em que não houver mais que pena de dinheiro, se as partes condemnadas
quizerem appellar receber-1hes hão sua appellação para a dita Fazenda, e sendo absolutas não appellarão por
parte da Justiça, antes darão livramento as partes para escusar longas prisões, e gastos das partes, e os Officiaes
das Camaras terão muito cuidado de requerer aos ditos Ouvidores, que tirem as ditas devassas, como dito e, e não
as tirando os ditos Ouvidores posto que lhes não seja requerido no tempo atraz declarado, incorrerrão na pena de
cincoenta cruzados, a metade para as obras e despesas dos Concelhos, e a outra metade para os Captivos, e dois
annos de degredo para Africa.
19.° E alem das ditas devassas geraes que assim Mando tirar cada anno, poderão os Meirinhos da serra,
ou quaesquer outras pessoas do povo denunciar os casos d'este Regimento às Justiças da dita ilha, as quaes lhes
receberão as taes denunciações dando-lhes juramento dos Santos Evangelhos se denunciam bem e
verdadeiramente, e nomearão testemunhas, e as ditas Justiças tirar devassa pelos Autos das ditas denunciações e
procederão contra os culpados conforme a este Regimento, e nos taes casos serão os ditos Meirinhos e
denunciadores obrigados, a accusar as pessoas de que assim denunciaram e haverão a metade das penas em que
forem condemnadas, que Hei por applicados para os ditos accusadores, e não accusando os taes denunciadores,
como dito é, pagarão vinte cruzados para os Captivos, tanto que da accusação desistirem, e proceder-se-ha no
caso por parte da Justiça, e sendo as taes accusações e denunciações feitas perante os Juizes das ditas Cidade e
Villas, darão os ditos Juizes sentenças no caso como lhes parecer justiça e appellarão para os Ouvidores das ditas
Jurisdições, e os Ouvidores para a minha Fszenda, no modo acima declarado; e Mando aos Meirinhos da serra,
que sejam muito diligentes, na guarda das ditas madeiras e lenhas, porquanto o Hei assim por muito Meu
Serviço, e proveito da dita ilha, os quaes Meirinhos correrão a dita serra, e achando pessoa alguma que corte as
ditas madeiras, e lenhas contra forma d'este Regiimento ou que commetta alguma das ditas cousas defezas,
acérca de cortar, esmoutar, ou cortar a rama d'ellas; acoimala-ha, e alem das ditas penas atraz declaradas, pagarão
as taes pessoas quinhentos réis de coima pela primeira vez, e mil réis pela segunda e mais vezes, pela qual pena
de coima serão os ditos Meirinhos cridos por seu Juramento sómente, e por elle se fará execução da dita coima
nas pessoas que elle jurar que achou, e serão obrigados a vir assentar as ditas coimas dentro de dois dias depois
de tal achado, e d'ahi por deante as não poderão mais assentar, nem se fará obra por ellas, pela condemnação da
dita coima não serão escusas as taes pessoas das mais penas d'este Regimento sendo culpados em alguns dos
casos n'elle contidos, sendo legitimamente provado que foram contra elles.
20º - E porque a guarda e conservação das ditas madeiras cumpre muito ao bem commum e Meu
Serviço, e pode acontecer que Eu algumas vezes a instancia de algumas pessoas conceda provisões para na dita
ilha se fazerem algumas Náos, ou Navios, e para se tirarem as ditas madeiras, e lenhas para fora d'ella, sem
embargo d'este Regimento, Hei por bem e Mando, que sendo-vos apresentadas algumas Provisões minhas, para
na dita ilha se fazerem Náos, ou Navios, ou para se d'ella tirarem algumas madeiras, ou lenhas, as não cumpraes.
nem façaes por ellas obra alguma sem embargo de derogarem expressa e particularmente este Regimento ou de
quaesquer outras clausulas que tenham; e posto que n'ellas se de clare, que as concedi de meu moto proprio,
porque assim o Hei por Meu Serviço não se cumprirem, e suspendereis, a execução d'ellas, até M'o fazerdes
saber, e Me enviardes as ditas Provisões, com o vosso parecer acerca do bem commum da dita ilha e Meu
Serviço, e do prejuizo que fazem as taes Provisões, e tornardes sobre isso a haver resposta Minha, do que Eu
houver por bem, que se n'isso faça.
21.° E por este vos Mando a todos em geral, e a cada um especial, que vejaes muito bem este Alvará e
Regimento, e o mandeis notificar a cada um em vossa Jurisdição, e trasladar nos Livros das Camaras de ellas
para ser a todos notorio, e se saber o que ácêrca d'isso tenho mandado, a qual notificação se fará publicando este
Meu Alvará e Regimento nas Camaras da dita ilha, e em uma das audiencias dos Ouvidores, e de como assim foi
publicado nas ditas Camaras, e audiencias, se fará assento ao pé do registo que se ha de põr nos Livros das ditas
Camaras, assignados pelos Juizes, e mais Officiais d'ellas, e pelos Ouvidores das ditas Jurisdições, para d'ahi por
diante se cumprir inteiramente como por Mim é Mandado. E por este Mando a todos os Ouvidores, e Justiças da
dita ilha, e de Meus Reinos e Senhorios, que cumpram e guardem este Meu Alvará e Regimento como se n'elle
contem, e o façam inteiramente cumprir e guardar, e deem execução ás penas n'elle contidas: e Mando aos
Capitães, e quaesquer outros meus Officiaes, e pessoas outras, que não dêem licenças algumas para cortarem,
nem levarem as ditas madeiras e lenhas, posto que algumas tenham poder para darem as taes licenças, porque por
este Hei os taes poderes por revogados, sem embargo de quaesquer clausulas, derogatorias que tiverem, posto
que d'ellas se haja de fazer expressa menção, porqué para esta revogação as Hei aqui por expressas e declaradas,
e Commetto a dada das ditas licenças em todo e por todo ás ditas Camaras na maneira acima declarada: e Mando
aos Officiaes d'ellas que em todo o sobredito tenham especial cuidado, como d'elles Confio, e aos ditos
Ouvidores e Juizes que deem a execução as ditas penas, e de todas as pecuniarias declaradas n'este Regimento,
que especialmente nos Capitulos d'elle não são applicadas a pessoa alguma: Hei por bem que a metade seja para
quem accusar os culpados, e a outra metade para as despezas das Camaras e Concelhos onde as ditas madeiras e
lenhas forem cortadas, e sendo culpados por devassa, por serem accusados por parte da Justiça, será a metade das
ditas penas para as ditas Camaras, e a outra metade para os Captivos.
Antonio d'Abreu o fez em Lisboa, aos vinte e sete dias do mez d'agosto de mil quinhentos e sessenta e
dois.-Eu Duarte Dias o fiz escrever.-Rainha .-O Conde.

[João Henriques Camacho, Notas para o estudo da rearborização da ilha da Madeira- Dissertação inaugural
apresentada ao concelho Escolar para complemento do curso de engenheiro- silvicultor, Lisboa, 1920; Eduardo
de Campos Andrada, Repovoamento Florestal no arquipélago da Madeira(1952-1975), Lisboa, 1990, pp.85-89]

GASPAR FRUTUOSO[1522-1591]

As Saudades da Terra podem ser consideradas o testemunho da situação da Madeira em finais do século XVI,
altura em que o padre açoriano as escreveu.

CAPÍTULO SÉTIM0

COMO O CAPITÃO JOÃO GONÇALVES ZARCO DEIXANDO OS NAVIOS NO DESEMBARCADOURO


FOI DESCOBRIR A COSTA DA ILHA ATÉ CÂMARA E LOBOS DONDE TOMOU SUAS ARMAS E
VENDO A SAIDA O CABO DO GIRAO SE TORNOU A DORMIR AOS NAVIOS

Recolhidos aos navios, teve conselho o capitão para descobrir a terra dali para baixo; e assentou-se per
parecer do piloto, que deviam de deixar ali os navios e com os barcos descobrir a ilha, por lhe ver muita penedia,
dizendo que assim podia ser ao longo da costa; o que parecendo bem ao capitão, logo ao outro dia se meteu nos
batéis com os principais da frota, levando mantimentos e todo o necessário.
O capitão ia no batel do navio com o piloto, e do outro deu cargo a Alvaro Afonso; e foram, assim,
correndo a costa com brando mar, galherno (sic) tempo e manso vento, em calma a costa toda à beira da terra, e,
passada uma ponta que fazia a terra para baixo, ao Ponente, viram ao pé de uma rocha que entrava no mar, sair
dela quatro canos de água que a natureza ali fizera tão formosa, como se fora chafariz feito à mão, onde, tendo o
capitão desejo de saber que tal era aquela água, que tão clara parecia, mandou buscar dela e achou-a que era
estremada, boa e fria e leve, e daqui levou uma vasilha para o Infante, antre outras coisas que lhe encomendou.
Correndo mais abaixo, sempre apegados com terra, acharam em um fresco vale e ameno prado um
ribeiro de agua, que vinha sair ao mar com muita frescura; ali fez sair alguns em terra, onde os que saíram
acharam outra fonte, que saia debaixo de um grande e antigo e liso seixo, e era tão preciosa e fria, que mandou
dela encher outra vasilha para levar ao Infante; e põs este porto nome (por causa do que nele achou), o porto do
Seixo, como hoje se chama.
Indo assim costeando a ilha ao longo do arvoredo, que, em partes, chegava ao mar, passando uma volta
que faz a terra,. entraram em uma formosa angra, na praia da qual acharam um formoso e deleitoso vale, coberto
de arvoredo por sua ordem composto, onde acharam em terra uns cepos velhos derribados do tempo, dos quais
mandou o capitão fazer uma cruz, que logo fez arvorar em um alto de uma arvore, dando nome ao lugar Santa
Cruz, onde se depois fundou uma nobre vila, a maior, mais rica e melhor povoação de toda a parte de Machico- e
é tão nobre em seus moradores, que, a não ser Machico cabeça daquela jurdição, por ser primeiro achada, ela fora
cabeceira e a principal de toda aquela capitania, que tão bem assentada esta, onde tinha alfândega e oficiais dela.
Passados mais abaixo, em uma parte da terra saíram, por estar tudo cercado de altas rochas e arvoredo, é
não viam mais que correntes, ribeiras, fontes e regatos, que, por antre ele, vinham com grande frescura deferir ao
mar.
Chegados a uma alta e grande ponta que a terra fazia grossa e alcantilada no mar, acharam nela tantos
garajaus, aves do mar, que sem nenhum medo se punham sobre suas cabeças e sobre os remos, que eles tomavam
com a mão com que houveram muito prazer e fizeram grande festa e, por esta causa, ficou o nome à ponta do
Garajau, que está quatro léguas de Machico para o Ocidente, ou três (como outros dizem); desta ponta
descobriram outra abaixo, que seria dali duas léguas, e fazia-se antre estas duas pontas uma formosa e grande
enseada de terra mais branda e ares frescos, toda coberta de formoso arvoredo, tão igual, por cima, que parecia
feita à mão, sem haver arvore mais alta que outra, e, além de ser muito alegre à vista, vinha beber toda na água,
que parecia a Natureza meter todo seu cabedal em perfeiçoar obra tão acabada. Antre este arvoredo igual e
espaçoso iam entremetidos alguns cedros, tão altos que se divisavam por cima das outras árvores, que eles mui
bem conheciam pela experiência que deles atrás tinham, onde acharam muitos.
Antes que chegassem a este deleitoso vale, foram correndo a costa, que de altas rochas era, sem acharem
lugar onde sair, senão em uma ribeira que bota uma pedra ao mar, em que podem desembarcar como em cais; ali
mandou o capitão o seu amigo Gonçalo Aires que saísse em terra nesta ribeira, com certos companheiros, e
andassem pela terra algum espaço ver se havia nela alguns animais, ou bichos, ou serpentes e cobras venenosas, e
não se afastassem da corrente da água para se saber tornar aos batéis, que no mar deixava. Foi Gonçalo Aires
com os companheiros correndo a terra por espaço de três horas, no fim das quais se agastava já o capitão com a
tardança deles, senão quando eis que assomavam pela ribeira abaixo, com capelas na cabeça e, enramados,
vinham falando com muito prazer que não achavam coisa viva, senão aves; e daqui ficou nome à ribeira de
Gonçalo Aires.
Chegados ao formoso vale, que de lisos e alegres seixos era coberto, sem haver outro género de
arvoredo, senão muito funcho que cobria o vale até o mar por bom espaço, saíam deste deleitoso vale ao mar três
grandes e frescas ribeiras, ainda que não tão soberbas, na aparência como a de Machico; eram, porém, muito
formosas por todas virem acabar no mar, saídas deste vale. E, pelo muito funcho que nele achou, lhe pôs nome o
Funchal (onde depois fundou uma vila de seu nome, que já, neste tempo, é uma nobre e sumptuosa cidade), no
cabo do qual estão dois ilhéus, onde se foram abrigar por ser já tarde, e tomou em terra água e lenha, com que
fizeram de cear, em um deles, de muitas aves que tomaram; depois disto foram dormir aos barcos e, como foi
manhã, passaram mais abaixo. E, chegados a uma ponta, que no dia dantes tinham visto, mandou o capitão pôr
nela uma cruz, donde lhe ficou o nome Ponta da Cruz. Dobrando esta ponta, foram dar em uma formosa praia
que, pela formosura e assento dela, lhe pôs nome a Praia Formosa.
Prosseguindo João Gonçalves seu descobrimento pelo modo acima declarado, com seus batéis e
companhia, antre duas pontas viram entrar no mar uma poderosa e grande ribeira, na qual pediram uns mancebos
de Lagos licença para saírem em terra e ver a ribeira, que espaçosa e alegre parecia. E, ficando o capitão com os
outros no batel, os mandou lançar fora pelo barco de Alvaro Afonso, os quais, em terra, cometeram passar a
ribeira a vau e, como ela era soberba em suas Aguas, corria com tanto ímpeto e fúria ao mar, que na veia da agua
caíram e a ribeira os levava, onde correram sem falta perigo, se o capitão do mar não bradara ao batel de Alvaro
Afonso, que em terra estava com a gente, onde eles foram, que corressem depressa aqueles mancebos, que a
corrente da ribeira levava, às vozes do qual foram os mancebos acorridos e livres do perigo da agua, com que o
capitão ficou contente, porque os trazia nos olhos; e daqui ficou o nome ã ribeira, que hoje, este dia, se chama
Ribeira dos Acorridos, que peor pareceu àqueles mancebos de perto, do que lhe pareceu primeiro de longe.
Daqui passaram mais abaixo até dar em uma rocha delgada, a maneira de ponta baixa, que entra muito
no mar, e, entre esta rocha e outra, fica um braço de mar em remanso, onde a Natureza fez uma grande lapa, a
modo de câmara de pedra e rocha viva; aqui se meteram com os bateis, onde acharam tantos lobos marinhos, que
era espanto, e não foi pequeno refresco e passatempo para a gente, porque mataram muitos deles e tiveram na
matança muito prazer e festa, pelo que deu nome a este remanso Câmara de Lobos, donde este capitão João
Gonçalves tomou o apelido, por ser a derradeira parte que descobriu deste giro e caminho, que fez; e deste lugar
tomou suas-armas, que el-rei lhe deu, tornando ao Regno, como adiante contarei.
Deste lugar de Câmara de Lobos não passaram mais para baixo, assim porque lhe ficavam os navios
longe, como porque daqui não puderam ver bem para baixo a costa com o muito arvoredo. Contudo, quando se
saiam desta câmara e remanso, da ponta do mar viram uma rocha muito alta, logo ai apegado e arrebentar no mar
em uma ponta que ela abaixo fazia, a qual lhe ficou por meta e fim do seu descobrimento, e lhe deram nome o
Cabo de Girão por ser daquela vez a derradeira parte e cabo do giro de seu caminho. Daqui tornaram outra vez
dormir aquele dia ao ilhéu da noite passada, onde dormiram nos batéis a ele abrigados, e, ao outro dia seguinte,
foram dormir aos navios e, chegando com muito prazer, acharam com muito maior os que neles ficaram, pelos
verem tão contentes e satisfeitos da fertilidade, frescura e bondade, que lhe contavam do sitio da ilha e portos que
deixavam descobertos, fazendo todos, juntamente, muita festa e dando muitas graças ao Senhor, pela grande
mercê que lhes tinha feita.
Partidos, pois, estes capitães de Lisboa, trouxe João Gonçalves sua mulher, Constância Rodrigues de
Almeida (pessoa tão católica, como virtuosa), e três filhos que dela tinha, João Gonçalves, Helena e Breatiz,
meninos de pouca idade. E deu licença el-rei a toda a pessoa que quisesse vir com ele para povoação das ditas
ilhas, assim a do Porto Santo como da Madeira; mandou dar os homiziados e condenados, que houvesse pelas
cadeias e Regno, dos quais João Gonçalves não quis levar nenhum dos culpados por causa da fé, ou treição, ou
por ladrão; das outras culpas e homizios levou todos os que houve e foram dele bem tratados; e, da outra gente,
que por sua vontade queriam buscar vida e ventura, foram muitos, os mais deles do Algarve.
Levaram estes capitães gado e aves, animais domésticos e coelhos para lançar na terra. Chegados ao
Porto Santo, foram dar em um porto da banda de Leste, onde acharam uns frades da ordem de São Francisco, que
escaparam de um naufrágio, de que todos pereceram, senão eles, que acharam quase mortos, por não terem que
comer; donde deram nome a este porto, que se ora chama o porto dos Frades.
Saídos todos em terra, pareceu bem a Bartolomeu Palestrelo a disposição dela, por ser fresca, de bons
ares e sadia, e começou a povoa-la, tirando em terra a gente que quis ficar, e animais, galinhas e coelhos, os quais
multiplicaram depois nesta ilha do Porto Santo de tal maneira, e em tanta quantidade, que foi a maior praga que
houve na terra, porque não deixavam criar erva verde na ilha que a não comessem, e com paus e às mãos os
matavam sem os poderem desinçar; e ainda hoje em dia ha tantos, principalmente em um grande ilhéu, que
apegado com a ilha está, que, dos muitos que se nele criam, tem nome dos Coelhos, e é o melhor refresco da
terra, onde vai muita gente folgar, e dia se faz que se matam duzentos, sem os acabarem de destruir.
(…)

CAPITULO NONO

DA DESCRIÇÃO DA ILHA DO PORTO SANTO E DA ABUNDANCIA E MORADORES DELA

A ilha do Porto Santo é pequena, mas fresca, de bons ares e sadia, ainda que não tem boas águas, por ser
seca e de pouco arvoredo, e o principal (tirando os dragoeiros) é zimbro e urze. Esta no caminho, quando vão de
Lisboa para a ilha da Madeira, da qual esta vinte léguas de porto a porto, quero dizer, do porto da Vila ao porto
do Funchal, e de terra a terra são doze léguas Está em trinta e três graus de altura, da parte do Norte. É pequena e
quase redonda, de três léguas de comprido e uma e meia de largo, ou pouco mais. Está Nordeste Sudoeste sua
compridão, que começa do porto das Cagarras, que está da parte do Oriente, ao Nordeste, até o ilhéu do
Boqueirão, que está da parte do Ocidente, ao Sudoeste. E a largura pelo meio é da Vila, que está da banda do Sul,
até a Fonte da Areia, que cai da banda do Norte; e quase toda é da mesma largura. E demora esta ilha Nordeste
Sudoeste com os Cachopos e está de Lisboa cento e quarenta léguas.
No porto das Cagarras, assim chamado por haver ali na rocha muita criação delas, que está da banda do
Oriente, ao Nordeste da ilha, vem ter ao mar de longe uma ribeira salgada; dele vindo, pela banda do Sul, para o
Ocidente, perto de uma légua está uma enseada pequena, onde aboca uma ribeira de agua salgada, ainda que vem
de longe, dantre umas serras, e aqui chamam o porto dos Frades, pela razão já dita, e é bom porto.
Do porto dos Frades, pouco mais de meia légua, indo para o Ocidente pela mesma parte do Sul, está um
ilhéu grande e redondo, meia légua afastado da terra, Norte e Sul dela, e alto das rochas todo à roda, que tem em
cima grande campo, como de dois moios de terra, onde ha muitos paus de dragoeiros, e por isso lhe chamam o
ilhéu dos Dragoeiros; tem também zambujos, e criam-se nele muitas cabras, cagarras e coelhos de diversas cores.
Deste ilhéu dos Dragoeiros, a meia légua a Loeste, pela mesma banda do Sul, está um penedo grande e
redondo como ilhéu pequeno, que (parece), por ali alguém se deitar a dormir, se chamou antigamente o Penedo
do Sono, o qual está quase pegado na terra, porque de maré vazia fica em seco, e do porto das Cagarras até este
penedo são tudo rochas altas e penedia ao longo do mar
Do Penedo do Sono até ao ilhéu do Boqueirão, que será espaço pouco mais de légua e meia, que é a
ponta derradeira do Poente da ilha, é tudo areia branca, sem ter nenhuma pedra, e é baia não muito curva, nem
com grandes pontas ao mar, porque com qualquer tempo podem sair os navios do porto da Vila, que esta no meio
desta baia e praia, que, pela razão do porto já dita, se chama a Vila do Porto Santo, a qual tem a freguesia do
Salvador, sem haver outra em toda a ilha, e a ela vêm ouvir missa todos os moradores, ainda que tenham sua
habitação em diversas partes dela. E, antes de chegar à Vila, todas aquelas terras até a mesma Vila eram
povoadas de dragoeiros quando se achou a ilha; chama-se ali o Vale do Touro, por se criarem nela touros e muito
gado desde o principio, quando o deitaram na terra:
Nesta Vila do Porto Santo, que esta, da parte do Sul, no meio da praia já dita, não estão as casas perto do
mar por causa da areia, que as atupira logo, mas haverá do mar às primeiras um tiro de besta. Terá a vila, pouco
mais ou menos, quatrocentos fogos, afora outras pessoas que moram pelos montes. e, além da igreja, que é
freguesia da invocação do Salvador, que é boa, tem uma ermida de São Sebastião e outra de Santa Caterina. Esta
situada em terra chã e, pelo meio da Vila, corre ao Norte ao Sul uma ribeira, todo ano, de agua salgada, quase
como a do mar, e, ainda que tal, regam com ela muitas hortas de couves e da mais hortaliça, que é estremada no
gosto, posto que seja regada com água que o não tem. E ao longo desta costa, ainda que seja de areia, ha muitas
vinhas, que dão boas uvas; criam-se nelas muitos caracóis brancos, em tanta maneira, que, em partes. cobrem
tanto o cacho das uvas, que lhe não aparece bago. Têm estas vinhas, da banda do mar, por tapumes muito bastos
e altos espinheiros alvares, que se criam na areia, e, ainda que com o vento se atupam dela, crescem muito, por
onde é bom tapume, e neles se embarram muitos coelhos, de que toda a terra é muito povoada, e com fisgotes e
dardos os fisgam e matam nos espinheiros, onde também se criam muitas mélroas que fazem muito dano nas
uvas e nas amoras, porque há ali muitas amoreiras e figueiras, de diversas castas, cujo fruto, por a qualidade da
terra e por o deixarem bem madurecer, tem bom gosto.
Finalmente esta ilha do Porto Santo é mui sadia, de bons e frescos ares, ainda que é pequena, de três
léguas e meia de comprido e uma e meia de largo, pouco mais ou menos (como já disse); e não tem águas, por
ser seca e de pouco arvoredo, e o principal (tirando os dragoeiros) é zimbro e urze. E em muitas partes desta ilha
produziu a Natureza muitos dragoeiros, do tronco dos quais se faz muita louça, e muitos são tão grossos, que se
fabricam de um só pau barcos que hoje em dia há, que são capazes de seis, sete homens, que vão pescar neles, e
gamelas que levam um moio de trigo. Tira-se desta louça bom proveito, de que se paga dízima a el-rei, e se
aproveitam muito do sangue do dragão, muito prezado nas boticas; criam estes dragoeiros uma fruta redonda que,
madura, se faz muito amarela, e é mui doce, e no tempo que havia muitos dragoeiros engordavam os porcos com
este fruto (que são como avelãs e, assim, se chamavam maçainhas); já agora há poucos e vão faltando, pelo muito
proveito que se fazia nas gamelas deles, que são muito leves, como são secas, e também nas rodelas.
E, como já disse, pela maior parte da ilha, especialmente para a banda das serras e terras de massapez,
há muitos cardos para comer, e soia a valer um saco deles um vintém, alporcados e muito doces, em alguns
postos da terra. Tem também esta ilha, além das aves domésticas, muitas perdizes, e pombas, e coelhos, e rolas,
poupas, e francelhos, lagartixas, e ratos pequenos, dos que cá chamamos morganhos, sem haver nela dos grandes,
que quase em todas as terras vemos.
[…]

CAPITULO DECIMO QUINTO

EM QUE SE COMEÇA A DESCRIÇÃO DA ILHA DA MADEIRA, COMEÇANDO PELA BANDA DO


SUL, DA PONTA DE SÃO LOURENÇO, ATÉ À ENTRADA DA CIDADE DO FUNCHAL

A ilha da Madeira que, como tenho dito, lhe pôs nome assim o felicíssimo capitão primeiro dela, João
Gonçalves Zargo, por causa do muito, espesso e grande arvoredo de que era coberta e toda cheia de infinidade de
madeira, é alta, com montes e rochedos mui fragosos, que, por ser muito fragosa, dizem que seu nome próprio
era, ou devera ser, ilha das Pedras; tão afamada e guerreira com seus ilustres e cavaleirosos capitães, e tão
magnânimos, e com generosos e grandiosos moradores; rica com seus frutos; celebrada com seu comércio, que
Deus pôs no mar oceano ocidental para escala, refúgio, colheita e remédio dos navegantes, que de Portugal e de
outros regos vão, e de outros portos e navegações vêm para diversas partes, além dos que para ela somente
navegam, levando-lhe mercadorias estrangeiras e muito dinheiro para se aproveitar do retorno que dela levam
para suas terras; saudosa com altíssimos montes e fundos vales, povoados de alto e frondoso arvoredo de diversas
Arvores: regada com grandes e frescas ribeiras de doces e claras águas; enobrecida com muitas e grandes
povoações de soberbos e sumptuosos edifícios; esmaltada com ricas e formosas quintais; ornada de ricos e
custosos pomares de esquisitas e diversas frutas; enfeitada com artificiosos e deleitosos jardins de varias e
curiosas ervas e flores; um rubi, finalmente, que, com seu resplendor, cor e formosura, da graça a toda a
redondeza do anel do Universo em circuito, pois com seu licor e doçura, como com néctar e ambrosia, provê as
Índias ambas, a Oriental aromática e a Ocidental dourada, chegando e adoçando seus frutos, de extremo a
extremo, quase o mundo todo.
A ainda que os da ilha de Ormuz, que esta na boca do mar Perseu, lhe chamam pedra do anel do Mundo,
esta com muita mais razão, pois tem mais preeminência na boca de todalas nações, não somente pedra desse anel
grande, mas, pois o homem é um mundo pequeno, se pode com verdade chamar jóia de seu peito; que, por ser tal
e parecer nele um único horto terreal tão deleitoso, em tão bom clima situada ou criada, disse um estrangeiro que
parecia que, quando Deus descendera do Céu, a primeira terra em que pusera seus santos pés fora ela.
Está esta tão célebre ilha em altura de trinta e dois graus e dois terços desta nossa parte do Polo
Setentrional. Tem da parte de Leste o cabo de Quantim em África (perto do cabo de Gué), que esta com o cabo
de São Vicente, Norte e Sul, em distância de oitenta léguas, e com esta ilha da Madeira, Leste Oeste, cento e dez
léguas, e com o Porto Santo cem léguas. Tem figura de uma rica pirâmide, cujo bases está da parte do Ocidente,
ainda que algum tanto rombo, com que também fica toda feita como uma folha de plátano, e o cume da parte do
Oriente é a ponta de São Lourenço, a qual ilha com o Porto Santo está Nordeste Sudoeste, da mesma maneira que
está o Porto Santo com a Barra de Lisboa, ou com os Cachopos, e são doze léguas de terra a terra; e tem três
ilhas, de que adiante direi, que se chamam as Desertas e estão Norte e Sul com a mesma ponta de São Lourenço
três léguas de uma terra a outra.
A Gran Canaria está com esta ilha da Madeira ao Sul e à quarta do Sueste e, ordinariamente, quase todas
as ilhas de Canaria (como já disse acima) demoram desta ilha do Sul até o Sueste, pouco mais ou menos, e quem
for por vinte e oito graus atravessará as ilhas Canárias todas; a Palma, que é uma delas e dista da cidade do
Funchal setenta léguas, demora da mesma cidade ao Sul e quarta do Sudoeste, e, resguardando-se de irem ao
Sudoeste, porque é derrota falsa, e errando a ilha, não a poderão tornar a tomar por causa dos ventos e aguagens
que ventam naquelas partes. Tenerife esta Norte e Sul com o porto da ilha da Madeira outras setenta léguas.
Da parte do Norte não tem a ilha da Madeira carregações, para que navios possam carregar, senão no
verão, porque a terra não é para isso, nem tem portos, mas tem bons abrigos para navios, quando há tempo
contrário da parte do Sul, por ser alta.
Terá de comprido dezasseis léguas e meia e de largo quatro, pouco mais ou menos, ou, como outros
querem, dezoito de comprido e perto de seis de largo; e principalmente dizem que tem esta largura, tomando a
ilha pelo meio dela, para a parte de Loeste, que é a do Ponente, onde tem o basis rombo, mas para a parte de
Leste vai aguçando até a ponta de São Lourenço e é mais estreita e delgada.
Sua compridão é de Leste a Oeste, da parte de São Lourenço, que esta a Leste, até à ponta do largo, que
está a Oeste, onde se acaba sua compridão. Tem uma grande baia da parte do Sul, que começa da Ponta de São
Lourenço até à ponta do Pargo, que está uma légua antes de chegar à cidade, e terá de ponta a ponta cinco léguas;
em toda esta costa se pode surgir, porque e bom surgidouro, de até vinte braças, a que se podem chegar os navios
bem, sem temor dela.
Alguns dizem que a ponta de São Lourenço está a Lés-nordeste, e que demora o Porto Santo dela doze
léguas ao Nordeste. Partindo da ponta de São Lourenço (que se chamou assim por ali o primeiro capitão, João
Gonçalves Zargo, chamar por ele, acalmando-lhe o vento) pela banda do Sul para o Ocidente, uma légua da ponta
está uma povoação de perto de quinze moradores, que se chama o Caniçal; são terras rasas e de pão. Do Caniçal
até a vila de Machico há duas léguas, que são da terra muito alta, de rochas e picos e mato, e onde se emparelham
com a vila, que é à boca de uma formosa e mui crescida ribeira, ao longo da qual a mesma vila esta situada; faz a
terra uma grande enseada com huas pontas, cuja boca terá um quarto de légua de largo, e da barra para dentro
estão uns baixos no meio da enseada, sobre um dos quais (que de maré vazia descobre parte dele) está arvorada
uma cruz por marca, com que se desviam os navios, para que, entrando no porto, não vão dar neles.
Este porto de Machico, além da grande majestade que tem (como já tenho dito), é muito bom com todos
os ventos por ser a terra de uma e outra parte muito alta, e, como começam os navios a entrar da barra para
dentro, ficam como em um manso rio, salvo quando aboca por ela o Lés-sueste que, então, se é muito rijo, não
podem sair para fora e convém amarrar-se bem, porque, se se desamarram, não têm remédio senão enxorar pela
ribeira acima e enfiar-se com ela, como já aconteceu muitas vezes.
Desta soberba entrada e nobreza desta vila já tenho dito acima. Terá de quinhentos até seiscentos fogos
e uma formosa igreja, muito bem ornada com ricos ornamentos, antre os quais há uma rica charola, mais fresca e
de mais obra que a da cidade do Funchal, ainda que mais pequena, em que levam o Santíssimo Sacramento, na
procissão que se faz dia de Corpo de Deus.
Ainda que tem esta capitania de Machico outra vila. de Santa Cruz, que é maior que ela, esta foi a
primeira cabeça de toda a capitania, pois ainda agora tem o nome dela, e também parece ser a primeira povoação.
porque, como primeiro tronco e principio, ha nela muito fidalgos de geração e muita gente nobre, e ainda têm
eles antre si que Machico é a gema da fidalguia de toda a ilha.
Tem esta vila pela ribeira acima engenhos de açúcar, e vinhas e pomares de toda fruta, e boa, e bom
açúcar; mas o vinho dizem ser o pior de toda a ilha, que, por ser tal, para poucas partes se carrega. Há também
nesta vila muitas mulatas, e muito bem tratadas e de ricas vozes, que é sinal da antiga nobreza de seus moradores,
porque em todas as casas grandes e ricas ha esta multiplicação dos que as servem.
Para se regarem canas de açúcar nesta vila. e para o Caniçal, se tirou uma levada de agua de tão longe,
que do lugar, onde nasce, até ã vila serão quatro léguas e meia, ou perto de cinco, na qual se gastaram mais de
cem mil cruzados, por vir de grandes serras e funduras, e dizem que na obra dela se furaram dois picos de pedra
rija, por não haver outro remédio. Rafael Catanho, genoês, com o grande espirito que têm quase todos os
estrangeiros, e principalmente os desta nação, foi o primeiro que começou a tirar esta agua, e depois el-rei a
mandou levar ao cabo; e, pelo muito custo que fazia, já não se usa.
Saindo desta vila de Machico (de cujos capitães direi adiante) meia légua para a parte do Ponente, está
uma ribeira que se chama o Porto de Seixo, com que moinho de açúcar dos herdeiros de George de Leomellim,
ou de Mellim, como outros dizem, genoes de nação, que é muito boa fazenda, junto do caminho que vai ao longo
da costa desta banda do Sul, de que vou falando. Também há neste Porto do Seixo, pela ribeira acima, muitos
vinhos de malvasias e vidonhos melhores que os de Machico, e muita outra fruta.
Do Porto do Seixo a meia légua está outro engenho de açúcar, que é dos Freitas, acima do caminho, e
abaixo dele um moesteiro de frades franciscos, onde estão até oito religiosos de missa, que tem boa igreja, com
boas oficinas e aposentos, de que António de Leomellim, do Porto do Seixo, homem fidalgo, rico e mui generoso
é padroeiro, com quem ele reparte grandes esmolas de sua fazenda, além das que deixaram seus antepassados
para aquela casa, que fizeram.
Do mosteiro um tiro de besta está a nobre e grande vila de Santa Cruz, a melhor de toda a ilha, situada
em uma terra chã ao longo do mar, em que tem bom porto, a sua baía de um tiro de besta de largo e calhau
miúdo, onde varam os batéis. Tem esta vila como oitocentos fogos, e rica igreja, e uma ribeira de agua por meio
dela, ao redor da qual ha muitas vinhas de malvasias e de vinhos melhores que os de Machico, e muitas canas de
açúcar, e uvas ferrais, e das mais frutas de peras e pêros, e amexeas, para a terra em muita abundância.
Desta vila para o Ocidente um quarto de légua esta uma grande ribeira, de muita água, chamada de
Boaventura (pela razão já dita), em que está um engenho de açúcar, e há por ela acima muitos canaviais dele e
também muitos vinhos.
Andando mais adiante desta ribeira quase uma légua, está uma povoação de trinta vizinhos do mesmo
termo de Santa Cruz, que se chama Gaula, que tem muitas vinhas de malvasias e muitos outros vidonhos.
De Gaula um tiro de besta, indo para a cidade, está uma grande ribeira, muito funda, que se chama do
Porto Novo, por o ter muito bom para carregar os vinhos, que há nela, de boas malvasias, que são as melhores da
ilha, e de outros vidonhos, que em aquela ribeira se colhem cada ano mais de trezentas pipas de vinho; e tem
casais por ela acima, e muita fruta e muita agua boa.
Meia légua mais adiante está a fazenda de João Dornelas, do Caniço, homem fidalgo, casado com Dona
Mécia, irmã de Dom Luís de Moura, estribeiro-mor do Infante Dom Duarte e pai de Dom Cristóvão de Moura,
muito privado do grande Rei Filipe e casado com uma filha de Vasqueanes Corte-Real, com a qual lhe fez el-rei
mercê da capitania da ilha Terceira, por falecimento do capitão Manuel Corte-Real, de que não ficou herdeiro; a
fazenda de João Dornelas é uma quintã com seu engenho de açúcar e vinhas, e foi casa muito abastada .
Desta casa para o Ocidente um quinto de légua, pegado com o caminho, está a fazenda das Moças, filhas
de um João de Teives (que assim se chamaram estas nobres fêmeas, ainda que velhas morreram, por
permanecerem sempre, sem casar, na primeira limpeza, com muita honra e virtude e santo exemplo de vida), que
é um engenho de açúcar, e boas e chãs terras de canas, e tem dentro, apegado com umas grandes casarias, uma
rica igreja .
Daqui, adiante, quase meia légua está uma aldeia de duzentos fogos com uma igreja da invocação do
Espirito Santo, que se chama o Caniço, em uma ribeira que corre do Norte para o Sul, acompanhada de muitas
vinhas de muitos vidonhos e de boas malvasias; ao mar deste lugar esta a ponta da Oliveira, onde se prantou uma,
por balisa da repartição das duas capitanias, que por esta ribeira se partem, ficando a de Machico ao Nascente e a
do Funchal ao Ponente, e por ela dizem que vai a demarcação da borda do mar do Sul até ã outra banda do Norte;
porque deste Caniço até o longo do mar haverá um quarto de légua, onde está o porto onde se carrega tudo o que
há nesta parte, e chama-se Caniço de Baixo, a respeito do outro, que Caniço de Cima é chamado.
Do Caniço a um tiro de besta esta uma azenha, a par do caminho, que mói com pouca agua, que traz
para os moradores do mesmo Caniço. E mais adiante uma légua. Uma egreja de Nossa Senhora das Neves, à
vista do Funchal, sore uma ponta que se chama o Garajau, uma légua antes chegar ã cidade, na qual, ao longo do
mar, estão alguns dragoeiros, que a fazem mais formosa.
Primeiro que cheguem a esta igreja um tiro de besta, estão no caminho umas árvores altas, chamadas
barbuzanos, em cuja sombra costumam descansar os caminhantes, onde se conta que, vindo, de noite, um clérigo
de missa do Caniço sara o Funchal, debaixo das árvores achou um companheiro que lhe falou e, começando a
caminhar ambos, emparelham com uma igreja que está à borda do caminho e tem uma cerca de muro derredor,
cometeu o clérigo ao companheiro que fossem fazer oração, o qual lhe respondeu que já lá fora. Foi, contudo, o
clérigo a fazer a sua e, saindo da cerca, achou companheiro, que lhe pediu a loba e lha levou às costas, e,
começando a caminhar por uma ladeira abaixo por antre as vinhas até uma ribeira seca, que está no fim da
ladeira, onde faz um remanso como terreiro, ali o cometeu que lutasse com ele, sendo alta noite. Vendo o clérigo
tal cometimento em tal lugar e tais horas, respondeu que vinha caindo do caminho e que não fazia a caso lutar,
tendo ruim suspeita da companhia, e tornaram a andar indo ainda ladeira abaixo até chegar à rocha do mar, que é
muito alta, ao longo da qual está o caminho; chegados à rocha, o tornou a meter que lutassem, e o clérigo lhe
pediu a loba e se começou a benzer e arrenegar do diabo, e ali lhe desapareceu se deitou pela rocha abaixo com
grande ruído, vindo o clérigo ao Funchal, que é dali uma légua. Dizem alguns que, por ser grande lutador este
clérigo, o queria levar o demónio pelo erro que tinha, porque este é seu costume, e que se deixou cair, lutando
ambos à primeira queda e, quando veio , segunda, por o clérigo o achar muito rijo, vendo-se levar a a rocha, disse
«Jesus me valha», e que a esta palavra ira o demónio. Mas o que primeiro se disse se tem por mais verdadeiro.
Meia légua de Nossa Senhora das Neves esta uma grande ribeira seca, que não corre senão no Inverno,
que se chama a Ribeira do Gonçalo Aires, onde dizem que aparece uma fantasma em figura de um sapateiro,
algumas vezes com formas as costas. Ha por esta ribeira acima muitas vinhas. E um terço de légua adiante dela
está uma igreja de Santiago, um tiro de besta de outra, do Corpo Santo, que esta pegada com as primeiras casas
da cidade do Funchal; chama-se ali o cabo do Calhau.
[…]

CAPITULO DECIMO SÉTIMO

EM QUE SE VAI CONTINUANDO A DESCRIÇÃO DA ILHA DA MADEIRA PELA BANDA DA


COSTA DO SUL, DESDE A PRAIA FORMOSA, UMA LÉGUA ALÉM DA CIDADE DO FUNCHAL,
ATÉ A PONTA DO PARGO, QUE É O FIM DA ILHA DA PARTE NORTE

Indo da Praia Formosa para o Ocidente um quarto de légua, está uma grande ribeira, que se chama dos
Acorridos, pela razão já dita, que vem de montes muito altos e bravas serranias e é muito larga e chã, que, sem
falta, terá de largo um tiro de arcabuz, e toda esta largura ocupa tanto a agua quando vem cheia, que parece um
bom rio. Tem ao longo do mar uma praia de areia e, perto dele, dois engenhos de canas de açúcar, um de Manuel
da My e outro de António Mendes, muito nobre fidalgo, ambos portugueses; por esta ribeira acima ha muitas
vinhas de malvasias e bons vidonhos, e canas de açúcar.
É tão estranha ribeira, de grande e de muita água quando chove, que toda a lenha que se gasta nos dois
engenhos que estão nela e em outros dois, que tem Câmara de Lobos, que está perto, trazem por ela abaixo, que
podem ser oitenta mil carregas de azémola cada ano, antes mais que menos. E tem esta ordem para trazer esta
lenha: tendo-a cortada nos montes, a põem em lanços perto das rochas da ribeira, e cada senhorio da lenha, que a
mandou cortar, tem posto sua marca em cada rolo, que, pela maior parte, é toda lenha grossa, pondo uma mossa,
outros duas, outros três ou quatro, e tanto que chove se ajuntam como cem homens das fazendas, indo-se aos
montes e serranias, onde têm suas rumas de lenha posta, e lançam-na à ribeira pelas rochas abaixo, que são muito
altas; a agua, como é muita, traz aquela multidão de lenha e muitos daqueles homens trazem uns ganchos de ferro
metidos em umas hastes de pau compridas, com os quais desembarcam e desembaraçam a lenha, que vem toda
pela ribeira abaixo, e, se (como acontece muitas vezes) acerta de cair algum deles na ribeira, com aqueles
ganchos apegam dele por onde se acerta, ainda que o firam, com que, ou morto ou vivo, o tiram fora da agua, e
acontece algumas vezes morrerem alguns homens neste grande trabalho. Vindo com esta lenha pela ribeira
abaixo com grande arruído e pressa, e comidas e bebidas, que para este efeito ajuntam e o trabalho requer,
quando chegam junto dos engenhos, onde a ribeira espraia e faz maior largura, espalha-se a água, por ser a ribeira
muito chã, e, ficando quase em seco, dali a tiram com os mesmos ganchos, e cada um dos senhorios, por sua
marca, aparta a sua, pondo-a em rumas muito grandes para o tempo da açafra do açúcar. Mas acontece algumas
vezes, chovendo em demasia na serra, que enche a ribeira muito e leva muita cópia desta lenha ao mar, em que se
perde grande parte do custo que têm feito.
Perto da fonte, onde nasce a agua desta ribeira dos Acorridos, se tirou a levada dela para moer o
engenho de Luís de Noronha, e dizem que do lugar donde ã começaram de tirar até onde vai ao engenho e regar
os canaviais, ha bem quatro léguas, por se tirar de tão grande fundura da ribeira em voltas, que, para chegar
arriba, ã superfície da terra, para começar a caminhar, atravessando lombas, fazendo grandes rodeios per cima,
pela serra, por onde vai esta levada, tem de alto mais de seiscentas braças, da qual altura, que é muito íngreme, se
tira a agua em cales de pau, em voltas, até se pôr na terra feita; e sem falta custou chegar. O mesmo que calhas.
pô-la em tal lugar passante de vinte mil cruzados, afora o muito mais que fez de custo levada dali quatro léguas,
alem, de muitas mortes de homens, que trabalhavam nela em cestos amarrados com cordas, dependurados pela
rocha, como quem apanha urzela, porque é tão alcantilada e íngreme a rocha em muitas partes, que não se
faziam, nem se podiam fazer de outra maneira estâncias para assentar as cales sem passar por este perigo. Tem
duzentos e oitenta lanços delas, por onde vai esta agua, que, postos enfiados um diante do outro, terão um quarto
de légua de comprido. São de tavoado de madeira de til, que, pela maior parte, tem cada tavoa vinte palmos de
comprido e dois e meio de largo; e, depois de assentadas estas cales na rocha, fazem o caminho por dentro delas
os levadeiros, que continuamente têm cuidado de as remendar e consertar, alimpando-as também da sujidade e
pedras que acontece cair nelas, e fazer outras coisas necessárias à levada, pelo que têm grossos soldos, por terem
oficio de tão grande trabalho e tanto perigo.
Nesta rocha está uma furna muito grande, que serve de casa para os levadeiros e para guardar nela
munições necessárias de enxadas, alviões, barras, picões e marrões e outras ferramentas; e nela se metem cada
ano dez, doze pipas de vinho para os que trabalham na levada e outras pessoas que a vão ajudar a reformar,
quando quebram alguns lanços de cales. E é coisa monstruosa a quem vê isto com seus olhos a estranha e
aventureira invenção, que se teve para se tirar dali esta água.
Tem o senhor desta levada alvará de el-rei para que os seus levadeiros e homens, que trabalham nela,
possam tomar para comer cabras e porcos, que há muitos naquelas serras, ainda que seus não sejam, sem por isso
serem crimemente acusados, mas que os donos dos tais gados serão pagos do seu, sem crime da justiça.
Da mesma ribeira, mais abaixo para o Sul, tirou António Correia outra levada para regar as terras da
Torrinha, que estão sobre Câmara de Lobos, também de muito custo.
Indo da ribeira dos Acorridos para o Ocidente um quarto de légua, esta uma aldeia, que chamam Câmara
de Lobos, perto do mar, que tem uma calheta pequena e uma furna, onde dormiram, ou dormem ainda lobos, de
que tomou nome o lugar e os capitães da ilha, os Câmaras, pelos achar nela o primeiro capitão, João Gonçalves
Zargo, quando aí desembarcou a primeira vez, como já tenho contado. Tem esta aldeia como duzentos fogos e
uma só rua principal e muito comprida, e no cabo dela a igreja, muito boa e bem consertada. Tem mais dois
engenhos de açúcar, um, que foi Antonio Correia, e outro Duarte Mendes, e muitas nas e vinhas de boas
malvasias, e muitas frutas de toda sorte, e muita água.
Dois tiros de besta de Câmara de Lobos para o Norte, pela terra dentro, está um moesteiro da invocação
de São Bernardino, de frades franciscos, em que estão continuamente ou oito frades, bons religiosos, muito
abastado de ia a fruta e vinhos. Acima dele estão os pomares do Estreito, que têm muita castanha e noz, e pêros
de toda sorte muito doces, e vinhas e criações, e uma freguesia, que se ama o Estreito, de até trinta fogos, cuja
igreja é de Nossa Senhora do Rosairo.
De Câmara de Lobos para o Ocidente ladeira acima tá uma lombada (que assim se chamam as lombas
de terra naquela ilha), que parte com a rocha do mar e é a mais alta toda a terra, chamada Cagagirão e, por outro
nome, a Caldeira (por uma cova, que tem ali a terra, que é agora dos herdeiros de António Correia, homens mui
principais e generosos), que dá muitas e boas canas de açúcar. E parece que daqui tomaram o nome os Caldeiras
da ilha, se o não trouxeram do Regno, que nela há muitos, e gente muito honrada.
De maneira que de Câmara de Lobos a uma légua está a quinta de Luís de Noronha, senhor da levada da
ribeira dos Acorridos, que já disse, em que tem um engenho e grandes casarias de seus aposentos, e sua ermida,
perto da fazenda, com seu capelão, para que ouçam missa os que trabalham lá, para que cumpram com o precepto
da Igreja os domingos e festas, e o mesmo se ha-de entender de todas ou as mais das fazendas da ilha, que estão
fora da cidade e vilas, ou aldeias, porque todas tem suas igrejas para este efeito.
Tem esta quintã boas terras de canas e de trigo e centeio, mas vinhas poucas, por ser a terra alta, ainda
que ao longo do mar tem o mesmo Luís de Noronha uma fajã de grande pomar e vinhas de muito preço, e
passatempo, que dá cada ano quarenta, cinquenta pipas de malvasias. E esta ribeira dos Melões, que parece que
os há naquela parte muito e, sobretudo, estremados, que dá também muitas canas e, em parte, algumas vinhas.
Indo da quintã do Noronha para o mesmo Ocidente meia légua, está um lugar de cem fogos espalhados,
a que chamam o Campanário; tem a igreja junto do caminho, da invocação do Espírito Santo. São terras de
criações e lavoura de trigo e centeio, por ser gente montanhesa, dados mais a criar gado que a cultivar vinhas,
nem outras fruteiras, mas, contudo, isto se há-de entender que neste e em todos os lugares da ilha houve sempre,
e há hoje em dia, gente honrada e fidalga e de altos pensamentos.
Ao Ocidente, uma légua do Campanário, está a Ribeira Brava que por extremo tem este nome; é uma
aldeia que terá como trezentos fogos, com uma igreja de São Bento e bom porto de calhau miúdo, que, pela chã
da ribeira acima, tem as casas, e muitas canas de açúcar, e dois engenhos, e pomares muito ricos de muitos pêros
e peras, nozes e muita castanha, com que é a mais fresca aldeia que há na ilha, pelo que, e pelo merecer, por ter
bom porto e ser muito viçosa, já muitas vezes tentaram os moradores de a fazerem vila Tem também muitas
vinhas, ainda que o vinho não é tão bom como é o do Funchal. A ribeira é tão furiosa, quando enche, que
algumas vezes leva muitas casas e faz muito dano, por vir de grandes montes e altas serras, e por ser desta
maneira lhe vieram a chamar Brava.
Neste lugar nasceram os Coelhos, cónegos da Sé do Funchal, estremados homens de ricas vozes; um
deles, chamado Gaspar Coelho, foi mestre da capela da Sé muitos anos sendo cónego, e Francisco Coelho, seu
irmão mais moço, sendo cónego, foi também mestre da capela de el-rei na corte.
Da Ribeira Brava meia légua está a ribeira da Tabua, com uma freguesia de quase trinta fogos; teve já
dois engenhos e tem muitas vinhas e canas e frutas, mas o vinho é semelhante ao da Ribeira Brava, sua vizinha
Desta ribeira da Tabua são os Medeiros, gente nobre e honrada.
Da Tabua pouco mais de meia légua esta a Lombada de João Esmeraldo, de nação genoês, que chega do
mar à serra, de muitas canas de açúcar e tão grossa fazenda, que já se aconteceu fazer João Esmeraldo vinte mil
arrobas de sua lavra cada ano, e tinha como oitenta almas suas cativas antre mouros, mulatos e mulatas, negros,
negras e canários. Foi esta a maior casa da ilha e tem grandes casarias de aposento, e engenho, e casas de purgar,
e igreja. E depois do falecimento de João Esmeraldo, ficou tudo a seu filho Cristóvão Esmeraldo, que o mais do
tempo andava na cidade do Funchal sobre uma mula muito formosa, com oito homens detrás de si, quatro de
capa e quatro mancebos em corpo, filhos de homens honrados, muito bem tratados, e trazia grande contenda com
o Capitão do Funchal sobre quem seria provedor da Alfândega de el-rei, que é uma rica coisa de renda de Sua
Alteza e ricas casarias. Casou João Esmeraldo na ilha com Ágada de Abreu, filha de João Fernandes, senhor da
Lombada do Arco.
Da Lombada de João Esmeraldo um quarto de légua está a vila da Ponta do Sol, que se chama assim por
ter uma ponta ao Ocidente da vila, que tem o parecer que já disse, aonde dá também o Sol primeiro que na vila,
quando nasce. Tem esta vila como quinhentos fogos e boa igreja; é povoada de gente nobre, por ser das mais
antigas da ilha, mas os vinhos não são tão bons como são os do Funchal .
Acima da Ponta do Sol para o Norte da vila esta um 1ugar, que se chama os Calcanhos, que tem um
engenho, e muitas frutas, e ricas aguas, e vinhas, e terra de lavoura de trigo e centeio, onde há uma honrada
geração de homens nobres, que se chamam os Escovares.
Meia légua da vila da Ponta do Sol, ao longo do mar, está a freguesia da Madalena, de até trinta fogos;
tem um engenho, que foi de um Manuel Dias, e boa fazenda de boas terras de canas e muita água e fresca. Ha
nesta freguesia uma ermida de Nossa Senhora dos Anjos que, tirando ser pequena, é uma rica casa com um
retábulo pequeno e fresco e bem ornado, junto da qual está uma fresca fonte, debaixo de uns seixos, antre uns
canaviais de açúcar de mui formosas canas.
Da Madalena um quarto de légua está a Lombada que foi de Gonçalo Fernandes, marido de Dona Joana
de Sa, camareira-mor da Rainha. É muito grossa fazenda; tem engenho de açúcar e muitas terras de canas, e
grandes aposentos de casas e igreja com seu capelão.
Um quarto de légua desta Lombada de Gonçalo Fernandes está outra, que se chama o Arco, ou
Lombada do Arco, que foi de João Fernandes, irmão de Gonçalo Fernandes, fazenda também muito grossa, que
tem engenho e muitas terras de canas, e grandes aposentos de casas e igreja e capelão. E adiante direi o que em
estas duas Lombas aconteceu a um Antonio Gonçalves da Câmara, filho de Gonçalo Fernandes e de sua mulher,
a camareira-mor da Rainha.
Da Lombada do Arco, indo para o Ocidente até vila da Calheta, de que foi conde o ilustre Capitão
Simão Gonçalves da Câmara, haverá uma légua. Está esta vila por ma ribeira acima, que tem as rochas tão altas,
que acontece s vezes cairem pedras da rocha e derrubar as casas dela. era quatrocentos fogos e a igreja, da
invocação do Espírito Santo, e o porto, vindo da vila para o Nascente um quarto e légua, que é uma estrita
calheta, onde varam os arcos. Acima da vila, pela terra dentro um quarto de légua, está o engenho dos Cabrais e,
perto dele, está outro do doutor da Calheta, físico, chamado mestre Gabriel.
E logo perto de uma légua da Calheta está a fazenda e João Rodrigues Castelhano, que se chamou assim
por falar castelhano, sendo ele genoês de nação, que é grossa fazenda de canas com seu engenho e capelão; este
João Rodrigues casou duas filhas no Funchal muito ricas, e são gora as melhores fazendas da ilha. Teve muitos
escravos, cinco dos quais lhe mataram um feitor, mas ele os entregou justiça e foram enforcados na vila da
Calheta.
Da fazenda deste João Rodrigues Castelhano obra de leia légua está outro engenho, de Diogo de França,
que teve onze filhos, nobres e ricos, boa fazenda de canas e vinhas, e águas, e frutas.
Daqui a meia légua está uma freguesia, que se chama Jardim, de quarenta fogos, com uma igreja da
invocação e Nossa Senhora da Graça; também tem engenho, terras de pão e vinhas, e, abaixo do Jardim para o
mar, está uma grande fajã, que se chama o Paul, com um engenho, que é e Pero do Couto, homem muito rico e
possante, e boa fazenda de açúcar, mas tem perigoso caminho por terra, por ser a rocha muito alta para descer
abaixo.
Do Jardim para o Ocidente até chegar à Ponta do Pargo, que é o fim da ilha da banda do Sul e também é
freguesia de duzentos fogos, haverá duas léguas; a igreja é da invocação de São Pedro. São terras lavradias de
trigo e centeio e criações de gado e porcos; tem muitas frutas e águas. E por aqui acabo de dar conta da parte do
Sul desta ilha o melhor que pude saber na verdade.

CAPITULO DÉCIMO OITAVO

DA DESCRIÇÃO DA ILHA DA MADEIRA PELA COSTA DA BANDA DO NORTE, TORNANDO A


COMEÇAR DA PONTA DE SÃO LOURENÇO E ACABAR NA PONTA DO PARGO

Tornando à ponta de São Lourenço, que está da parte do Oriente, e começando andar dela para o
Ocidente da ilha pela costa da banda do Norte (que, como tenho dito, toda tem bom e seguro surgidouro e bom
abrigo para os navios, quando os ventos ventam da outra parte, por ser a terra muito alta), da mesma ponta de São
Lourenço para o Ocidente perto de duas léguas está. uma aldeia, que se chama o Porto da Cruz (pela razão que já
tenho dito), que tem junto do mar um engenho que foi de Gaspar Dias; é grossa fazenda, com boas terras de
canas e muitas águas. Haverá neste lugar trinta fogos espalhados, afora a gente da fazenda, e são os moradores
todos criadores, porque os matos são em toda a ilha gerais a todos para criarem neles.
Do Porto da Cruz a Nossa Senhora do Faial (por ali o haver grande) haverá uma légua. Terá esta
freguesia como cem fogos; a igreja está. antre duas ribeiras muito altas das rochas; tem muita fruta de espinho, de
cidras e limões, peras e pêros e maçãs, e castanha e noz. Sendo a igreja de bom grandor, dizem que toda se armou
de um grandíssimo pau de cedro, que se achou perto dela; pelo seu dia, que vem a oito de Setembro, se ajuntam
de romagem de toda a ilha passante de oito mil almas, onde se vê uma rica feira de mantimentos de muita carne
de porco e vaca, e chibarro, a qual é uma extremada carne de gostosa naquela ilha, ainda que em outras muitas
terras e ilhas seja a pior de todas. Ali se ajuntam muitos cabritos e frutas, e outras Coisas de comer, para,
comprarem os romeiros, que muitas vezes se deixam estar dois, três e mais dias em Nossa Senhora, descansando
do trabalho do caminho, porque vêm de dez e doze léguas por terra mui fragosa; e juntos fazem muitas festas de
comédias, danças e músicas de muitos instrumentos de violas, guitarras, frautas, rabis e gaitas de fole; e pelas
faldras das ribeiras, que têm grandes campos, no dia de Nossa Senhora e em seu oitavairo, se alojam os romeiros
em diversos magotes, fazendo grandes fogueiras antre aquelas serranias. Dizem que ali apareceu Nossa Senhora,
onde tem a igreja.
Tem esta freguesia dois engenhos de açúcar, um de António Fernandes das Covas, que esta perto de
Nossa Senhora, e outro de Luis Doria. No fim das ribeiras (que ambas se vão ajuntar em uma), perto do mar, tem
bom porto. Está nesta freguesia uma serra de água, que foi um grande e proveitoso engenho, em que dois ou três
homens chegam por engenho um pau de vinte palmos de comprido e dois e três de largo ã serra, e, por arte, um
só homem, que é o serrador, com um só pé (como faz o oleiro, quando faz a louça) leva o pau avante e a serra
sempre vai cortando e, como chega ao cabo com o fio, com o mesmo pé dá para trás, fazendo tornar o pau todo, e
torna a serra a tomar outro fio; de maneira que quem vir esta obra julgará por mui grande e necessária invenção a
serra de água naquela ilha, onde não era possível serrarem-se tão grandes paus, como nela á, com serra de braços,
nem tanta soma de tavoado, como se faz para caixas de açúcar, que se fazem muitas, e para outras do mais
serviço, que vem ser cada ano muito grande soma. Tem esta freguesia grandes montados de criações à muitos
proveitosas.
De Nossa Senhora para o Ocidente a uma légua está uma freguesia da invocação de Santa Ana, que terá
ate quarenta fogos. São terras de lavrança de muito pão e criações; tem muita castanha e noz, e muitas águas e
frutas de toda sorte.
De Santa Ana a meia légua esta a freguesia de São Jorge, de cento e cinquenta fogos. a par do mar, com
muito bom porto; tem muitas vinhas de bom vinho de carregação, e muitas terras de lavrança de pão e criações, e
muita fruta de toda sorte, com muitas aguas.
Adiante de São Jorge uma légua e meia está a freguesia da Ponta Delgada (assim chamada por ser ali
um passo muito perigoso, que se passa por riba de dois paus, que se atravessam de uma rocha a outra, e em tanta
altura fica o mar por baixo, que se perde a vista dos olhos, onde esta um porto, cm que desembarcam e embarcam
com vaivém, a modo de guindaste), com uma igreja da invocação de Jesu, de até sessenta fogos e bom porto, e
vinhas, e criações, e lavrança de pão e frutas de toda sorte, e muitas aguas, onde tem duas serras de agua.
Neste lugar reside António de Carvalhal, homem tão cavaleiro como esforçado por sua pessoa, nobre e
magnifico por sua condição e grande virtude, com a qual, por sua magnificência, tem acquirido tanta fama e
ganhado tanto nome com as vontades dos homens, que por isso lhe obedecem, e, se for necessário dar um brado,
ajuntará quinhentos homens da banda do Norte a seu serviço para qualquer feito de guerra, como já lhe
aconteceu, ou para qualquer outro feito; e não sem razão, porque sua casa é hospital e acolheita de todo pobre,
hospedagem de caminhantes e refúgio, finalmente, de necessitados. Assim despende sua fazenda toda (que muita
possui desta banda) nestas obras, que em sua casa se gastam cada ano trinta moios de trigo, afora outros muitos
que empresta, e com ele socorre a quem tem necessidade, que todos recolhe de sua lavoura. É filho de Duarte
Ribeiro e casado com Dona Ana Esmeralda, filha de Cristóvão Esmeraldo, provedor que foi da Fazenda de Sua
Alteza nesta ilha da Madeira e na do Porto Santo. É tão forçoso, que anda pelas serras da ilha da Madeira, que
são mui ásperas, a cavalo, sem ter corta com cilha porque as pernas lhe servem disso; é homem grande, seco,
largo das espáduas e bem proporcionado em todos os membros, pelo que tem tanta força que, indo um dia por
antre um mato a cavalo, passando por baixo de uma arvore, lançou as mãos a um ramo grosso e, cingindo o
cavalo com as pernas pela barriga, o alevantou do chão mais de um palmo.
[...]

Uma légua além da Ponta Delgada está a freguesia de S. Vicente, de duzentos e cinquenta fogos, com
grandes terras de lavranças de pão, e criações e muitas frutas de castanha, noz e de outra sorte, muitas vinhas, e
muitas aguas, e duas serras de agua.
De S. Vicente a três léguas está o Seixal, que é freguesia de ate vinte fogos, com uma igreja da
invocação de São Braz. Tem muitas terras de grandes criações, e lavrança de pão, e vinho, e fruta de toda sorte.
Do Seixal a meia légua está a Madalena, que é freguesia de trinta fogos, que tem muitas criações e
lavoura de pão, e muitas águas. Está esta freguesia, pela terra dentro, perto de meia légua na ponta de Tristão, que
se chama assim por ele a descobrir primeiro, onde se partem as capitanias pela banda do Norte, porque por esta
parte se estende mais a capitania de Machico que pela banda do Sul, onde começa na ponta da Oliveira, pela que
ali mandou prantar o capitão João Gonçalves, como tenho dito, que está ao mar do lugar do Caniço ao Sueste,
vindo dela a demarcação pelo meio da terra, que são grandes serranias do Nascente para o Poente, pela banda do
Norte, até chegar a esta ponta de Tristão, que está ao Noroeste; sendo estas duas pontas, a da Oliveira, da banda
do Sul, e a de Tristão, da parte do Norte, as balisas e extremos da repartição destas duas capitanias do Funchal e
Machico, ficando a ilha partida de Noroeste a Sueste, como estão estas pontas, e, tirando catorze léguas, da banda
do Sul, que é o melhor de toda a ilha, e três da banda do Norte, da jurdição da capitania do Funchal, todo o mais
da ilha fica da jurdição da capitania de Machico.
Desta ponta de Tristão, que está ao Noroeste, da parte do Norte, vira a costa para o Sul, fazendo a terra,
ou a figura de pirâmide dela, sua basis, ou pé, e assento por espaço de três léguas, que, segundo alguns, ha dela e
desta freguesia da Madalena, pela banda do Ocidente, até a ponta do Pargo, onde acabei a banda do Sul e acabo
agora a descrição de toda a ilha pela costa dela, com que fica com a figura de pir3mide, que já disse, um lado da
qual é da ponta de S. Lourenço, que está ao Oriente, até à ponta do Pargo, que está ao Ocidente, pela banda do
Sul, e o outro lado é da mesma ponta de S. Lourenço, do Nascente, até à ponta de Tristão, que está ao Ocidente,
pela banda do Norte; e a basis é desta ponta de Tristão até a ponta do Pargo, que outros dizem ser duas léguas,
com que fica com figura de pirâmide, mas, por nesta basis não ir a terra cortando direita, senão com algum rodeio
curva e no meio larga e na ponta aguda, fica toda esta ilha da Madeira parecendo mais folha de plátano que
pirâmide. E, ainda que, como pirâmide se acha pintada em algumas cartas de marear, em outras tem figura de
folha de álamo, porque, como esta árvore, está prantada e alevantada no meio das aguas do grande mar Oceano
Ocidental, em bom clima, e regada com muitas e frescas ribeiras e, abundantemente, dá seus frutos mui perfeitos
a seu tempo.

CAPITULO DÉCIMO NONO

DA DESCRIÇÃO DA ILHA DA MADEIRA PELO MEIO DA TERRA

(…)
Tomando a terra desta ilha pelo meio, da ponta de S. Lourenço, que esta ao Nascente, à, ponta do Pargo,
que jaz ao Ocidente, toda é terra de grandes serranias e altos montes, alta em tanta maneira, que faz abrigo aos
navios, que se chegam a ela da banda do Norte, ventando muito do Sul, até dez léguas da terra.
Toda esta ilha é fragosissima e povoada de alto e fresco arvoredo, que, por ser tal, se perdem alguns
caminhantes nos caminhos, e aconteceu já alguns, perdidos, neles morrerem. E não, tão somente, há pelo meio e
lombo da terra grandes e alevantadas serranias, mas também grotas e altas funduras, cobertas de matos e grossos
paus e arvoredo de til, que, quando o serram, dentro, no cerne, é muito preto e cheira mal; deste pau se faz muito
taboado para caixas de açúcar e solhado de casas e madres, e dele é a maior parte da lenha que se queima nos
engenhos. Também há outro pau vermelho, que se chama vinhático, de que se fazem as caixas para o serviço de
casa, que são muito boas, mas as feitas dele para o mar são muito mais prezadas.
Outros paus há de aderno, de que se faz muita madeira para pipas para vinho e mel, mas para o mel são
melhores que para o vinho, não porque a qualidade da madeira o faça ruim, mas porque é muito rijo e seco e não
revê tanto o mel nele, como o vinho, que o faz humedecer, e algumas vezes o deita pelo meio do pau, o qual pau
aderno é tão rijo, que se fende ã cunha.
Ha também muitos folhados, que crescem muito direitos e grossos, de que se faz a armação para as
casas, e muitas vezes de um pau fazem três e quatro pernas de asnas, mas não é tão rijo como o desta ilha de São
Miguel; é brando de cortar, quase como o cedro, e dele se fazem os temões para servirem na lavoura.
Há outro pau, azevinho, muito rijo, de que se fazem os cabos de machado, mas não é branco como é o
desta ilha. Também há paus de louro, e nas faldras da serra, da banda do Sul, muita giesta, que é mato baixo,
como urzes, que dá flor amarela, de que gastam nos fornos e dele se colhe a verga, que esburgam como vimes, de
que se fazem os cestos brancos, mui galantes e frescos, para serviço de mesa e oferta de baptismos e outras
coisas, por serem muito alvos e limpos, e se vendem para muitas partes fora da ilha e do reino de Portugal,
porque se fazem muitas invenções de cestos, mui polidos e custosos, armando-se, às vezes, sobre um dez e doze
diversos, ficando todos juntos em uma peça só; e para se fazerem mais alvos do que a verga é de sua natureza,
ainda que é muito branca, os defumam com enxofre.
Há também muita madeira de barbuzano, de que, pela maior parte, fazem os tanchões para as latadas,
por ser pau muito rijo e durar muito no chão. E não faltam muitas urzes, de que se faz o carvão para os ferreiros e
fogareiro.
Tem finalmente esta ilha tantos matos e rochas, tantos montes e grotas, que afirmam todos que, das dez
partes da ilha, não aproveitam as duas, porque a maior dela são serranias, terras dependuradas, rochas e grotas e
ladeiras, e não ha terra chã, senão a bocados, mas esses são tais, que valem mais que outro tamanho ouro; e,
geralmente, não tem preço a substância, que tem todas as coisas, que esta ilha de si esta produzindo, quer por
natureza, quer com arte.
É terra massapez pela maior parte, mais que terra preta, e outra, como ruiva, se chama salões; toda se
rega com a grande abundância das águas que tem, que, como veias em corpo humano, a estão humedecendo e
engrossando e mantendo, com que se faz rica, fresca, formosa e lustrosa; e com ser tão alta, não se vai com elas
ao mar (como esta de S. Miguel faz em grande quantidade, quando chove), e depois de estar a terra farta de agua,
levarão um rego dela sem se sumir duas, três e mais léguas.
Tem muita hortaliça de muitas couves murcianas, mas não espigam, pelo que sempre vem a semente
delas de Castela; cria muitas alfaces e boas, e outras muitas maneiras de hortaliça, toda regada com água, como
as canas, afora os muitos pomares que tem de fruta de espinho e ricos jardins de ervas cheirosas, em tanto que
dizem os mareantes que, mais de dez léguas ao mar, deita esta ilha de si uma fragrância e um confortativo e
suave cheiro, que parece cheirar a flor de laranja. Em muitas partes desta ilha há muitas nogueiras e castanheiros,
que dão muita noz e castanha, em tanta maneira, que vale o alqueire a três e quatro vinténs e se afirma que se
colhe em toda ela de ambas estas frutas de noz e castanha, juntamente cada ano, passante de cem moios; também
dá amêndoas, e de tudo carregam bem as árvores.
Há nesta ilha da Madeira muito sumagre, que serve para curtir couro, principalmente o cordavão, porque
o faz muito brando e alvo; este sumagre se pranta em covas pequenas, como quem pranta rosas e vinha; tem a
haste, como feito, e a rama semelhante ao mesmo feito; dá-se em terras altas e fracas; colhe-se cada ano,
cortando-se rente com a terra para não secar a soca dele e poder tornar a arrebentar, por ser planta que dura
muitos anos na terra. É novidade de muito proveito, porque multiplica tanto, que se enchem os campos dele
como enchem as roseiras, e lavra a raiz por baixo da terra, e o que se dá na ilha é muito fino e, apanhada a rama,
que é o dito sumagre. se deita ao Sol, seca, se mói em engenho de água, assim como se mói o pastel nesta ilha, e
se faz em pó, e, moído, o carregam para diversas partes em sacas e pipas.
Criam-se também na ilha da Madeira alguns gaviães e açores, que parece que vêm ali com tormentas de
alguma terra perto, que está por descobrir, bilhafres, francelhos, corujas, e há nela muitas perdizes, pavões,
galipavos, galinhas de Guiné, e as outras domésticas, pombos trocazes, pretos e brancos, patas e adens, pombas
bravas e mansas, muitos melros, canarios, pintassilgos (sic), toutinegras, lavandeiras, tentilhões, codornizes,
rolas, poupas e coelhos, cagarras, afora gaivotas, estapagados e outras aves do mar.
(…)

[Gaspar Frutuoso, Livro segundo das Saudades da Terra, Ponta Delgada, 1979, pp.45-49, 54-55. 56-58, 632-63,
99-107, 119-140.]
ALVARÁ PELO QUAL SUA MAGESTADE MANDA DAR OS MEIOS E MODOS DE
ESTABELECER O POVO E CONSERVAR O DOMINIO DA ILHA DO PORTO
SANTO[1770]

Eu ElRey faço saber aos que este Alvará virem, que em Representações da Camara da ilha do Porto
Santo, justificadas por exactas informações do Governador e Capitão General da ilha da Madeira, João António
de Sá Pereira; e qualificadas por Consulta, que em treze de Julho proximo precedente subio do Conselho da
Minha Real Fazenda, se verificou na Minha Presença que sendo a mesma ilha, e ilheos a ela adjacentes,
administrados por hum Donatario, sem meio para conservar em paz, justiça e ahundancia
E havendo-se os povos della precipitado na maior ociosidade, e inercia, por falta de quem nelles
fomentasse e progredisse o trabalho, e a industria para se sustentarem, virem por consequencia de tudo a serem
expellidos pelos poderosos, e usurarios; seguindo-se de tudo o referido precipitar-se a mesma ilha em tal
decadencia, e tão extrema necessidade, que para o povo della não padecer o flagélo da fome, tem sido necessário
em repetidas ocasiões, que pela Provedoria da ilha da Madeira ocorresse a providencia dos Reis Meus
Predecessores e a Minha ao sustento daquelles afflictos Vassallos.
E porque este remedio, que soccorre as extremas necessidades presentes, não só não he bastante para
precaver as futuras, mas antes as accrescenta, animando os vadios e preguiçosos com a esperança de serem
socorridos, como até o presente o foram nas urgencias a que se tem visto reduzidos:
Querendo obviar em commum beneficio daquelles moradores a hum mal, que se tem feito tão digno
objecto da Minha Real Clemencia, depois de haver mandado compensar por um effeito della, ao sobredito
Donatario o Dominio, que havia perdido pelas referidas causas:
Hei por bem e mando que aos ditos respeitos se observe o seguinte:
Attendendo aos estragos, que tem feito nas terras a cubiça dos Proprietarios dellas, que sam na maior
parte moradores na Cidade do Funchal, se deverão logo encabeçar as mesmas Terras, com a qualidade de
Censuárias, ficando perferidas nas mesmas Familias com o encargo de pagarem as melhores os quintos da sua
produção; e as de segunda qualidade, os oitavos; sem que estas pensões se possam alterar; e ficando só os
Dominios uteis, e alhiaveis entre os moradores da sobredita ilha, sem que se possam vender, ou voluntaria ou
necessariamente, a pessoa de fóra.
Os moradores que sahirem da referida ilha, não poderão possuir nella os referidos bens; mas serão
obrigados a vendellos ou nomeallos, em naturaes da Terra, que nella tenham o seu permanente domicílio. E por
hum effeito da Minha Real Piedade: Hei por bem perdoar todos os Dizimos e Direitos aos referidos moradores
por tempo de dez annos:
Concedendo-lhe outro sim, o Privilegio, para que ninguem lhes possa tomar os seus gados, e bestas
contra suas vontades, nem possuillos mais, que tão sómente os moradores da sobredita ilha, tendo estes os Ilheos
para pastos communs, e sen. que pelo tempo dos ditos dez annos possam ser obrigados a solução alguma.

II
E porque me foi presente, que rla mesma ilha do Porto Santo tem grassado a mal entendida vaidade, de
sorte que todos os sobreditos moradores della cuidam em allegar genealogias para fugirem do trabalho; e
obviando os estragos, que tem causado estes vadios: Sou servido declarallos por inhabeis para preferirem ao
Cargo de Juizes, Vereadores, Procuradores do Conselho e mais lugares publicos, e honorificos os lavradores,
inhabilitando os que não fizerem lavouras para os ditos cargos, e quaisquer outros de Justiça da Fazenda.

III
Hei, outro sim por bem, que o Governador e Capitão General da ilha da Madeira, mandando escolher
entre os filhos dos referidos vadios, que não fizeram lavoura, aqueles que parecerem mais aptos: a saber, no
numero de seis para o Oficio de Çapateiro; outros tantos para o de Alfaiate; dous para o de Oleiro; quatro para o
de Carpinteiro; outros quatro para o de Pedreiro; dous para o de Ferreiro; os fará entregar a Mestres dos
respectivos Officios para que os ensinem, remettendo-os, depois aos parrentes nos mesmos officios á dita ilha
para nella exercitarem as suas Artes.

IV
Prohibo que Mercador, Vendilhão, ou outro algum traficante possam fazer penhora em gados vacuns,
cavallares ou miudos, e em quaisquer instrumentos de lavouras, e serventia della por quaesquer dividas de
fazendas fiadas ou dinheiros adeantados em interesse; nem tão pouco nos frutos da mesma lavoura, que
necessários forem para as sementes das Terras e comedorias proporcionados aos que nellas trabalharem.

V
E attendendo á necessidade de madeiras que ha naquella ilha: Sou servido conceder aos moradores della
o Privilegio de que possam extrair da ilha da Madeira todas as que necessarias Ihes forem para as suas
abeguarias, e concertos das suas casas pelos preços ordinarios, estabelecendo-se para elles huma justa tarifa que
fique sempre enalteravel.

VI
Ordeno, que todos os sobreditos Lavradores, sejam obrigados a plantar arvores nos testados das suas
Terras fronteiras ao Mar, e ribeiros; com tal declaração, que aquelles, que assim o não houverem executado no
termo de trez annos, não poderão gozar dos referidos Privilegios.

VII
E ultimamente hei outro sim por bem ordenar, que o Capitão General da referida ilha da Madeira mande
logo separar e dividir pelo Corregedor da Comarca, com assistencia & Sargento Mór de Infantaria com exercicio
de Engenheiro Francisco de Alencour, as Terras, que hão de pagar quinto, e oitavo, para ficarem sempre
conhecidas por taes, indo elle Governador e Capitão General authorizar com a sua presença a execução de tudo o
referido até deixar os moradores na pacifica posse de todas as sobreditas propriedades, e Privilegios; deixando-os
na certeza de que os restituirá contra qualquer violencia, ou infracção, que contra elles seja intentada por
quaesquer pessoas de qualquer estado, e condição que sejam.
E este se cumprirá tão inteiramente como nelle se contém, sem duvida ou embargo algum. Pelo que:
Mando á Meza do Desembargo do Paço; ao Inspector do Meu Erário; ao Cardeal Regedor da Casa da
Supplicação; Conselho de Minha Fazenda; Governador e Capitão General da ilha da Madeira; Ministros,
Officiais de Justiça e mais pessoas della, a quem o conhecimento deste Alvará pertencer, o cumpram, e guardem
e façam cumprir, e guardar tão inteiramente como nelle se contém; e não obstante quaesquer Regimentos, Leis,
Foraes, Ordens, ou estillos contrarios, que todas, e todos hei por derrogados para este effeito sómente, ficando
aliás sempre em seu vigor; e valerá como Carta passada pela Chancelaria, posto que por ella não ha de passar, e o
seu effeito haja de durar mais de hum e muitos annos, sem embargo das Ordenações em contrario; e se registará
nos Livros a que pertencer, mandando-se o original para a Torre do Tombo.
Dado no Paço de Nossa Senhora da Ajuda, aos treze de Agosto de mil setecentos e setenta.
Rey
Martinho de Mello e Castro

[Publicado por Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento florestal no arquipélago da Madeira(1952-1975),


Lisboa, 1990, pp.109-111]

REGIMENTO DA AGRICULTURA [1771]

TITULO I
DA REPARTIÇÃO DAS TERRAS

Todo o lavrador que tiver hum arado será encabeçado em hum moio de terra de quinto e em quarenta
alqueires de terra d'oitavo, e a esta proporção o que tiver dois ou mais arados, será pela mesma formalidade
encabeçado como o primeiro.

TITULO VI
QUE HAVERÁ PASTORES E EM QUE TEMPO. OUE TRAGAM AGUILHADAS

Todos os Lavradores tenhão seus pastores, os quaes apresentarão em cada hum anno ao Inspector
quando Ihes houver de passar revista, e não Ihes apresentando, os porá o dito Inspector á custa do mesmos
Lavradores; e os Pastores que não cumprirem com as suas obrigações, perderão os seus sale rios e pagarão o
damno que tiverem causado, outro sim deverão trazer aguilhadas para divisa sua, çuarda do Gado.

Titulo XIV
DAS TERRAS QUE SE DEVERÃO SEMEAR HIJM ANNO POR OUTRO

As terras de inferior qualidade, ficarão hum anno por outro em pouzio, para que no seguinte se semeie
de semente que Ihe fôr mais adequada e melhor deverão pastar os gados nos taes annos de pouzio ou descanço e
em semelhante cazo não poderão ser communs os taes Pastos, mas sim pertencerão aps Lavradores e senhorios
das mesmas terras.

TITULO XIX
DA PLANTAÇÃO DAS ARVORES

O sobreditto Inspector ao mesmo tempo das visitas, examinará se todos os Lavradores têm plantado,
assim nas testadas fronteiras ao mar, como nas Ribeiras ou nos Ribeiros, as arvores a que são obrigados no
tempo de três annos, e quando assim o não tenhão feito, incorrerão na pena do § 6.° do Alvará Régio.

TITULO XX
DAS PLANTADAS NOS MONTADOS

Nos montados das serras se deverão plantar Pinheiros, Zimbreiros, Castanheiros, Tis e toda mais arvores
que se poderem produzir, para que façam sombra á terra e attrahião a umidade da gião de que a mesma terra he
sumamente esteril, como tambem para dellas tirarem madeiras e le de que os moradores tanto carecem e se
imbaginarão de jiestas dos Nortes da llha da Madeira, a para a sua propria utilidade, como de seus gados, e todos
os Lavradores á proporção das suas po serão obrigados no referido tempo de três annos, a povoar os dittos
montados, das mencionadas vores conduzidas da ditta Ilha da Madeira e todo o que se eximir de tão providente
utilidade, á c delle. o Inspector Gerah as fará conduzir e transplantar.

TITULO XXI
DO MODO DE VEDAREM AS ARÉAS PARA QUE ESTAS NÃO PREJUDIQUEM AS TERRAS
CIRCUMVISINHAS

E sendo huma grande parte e a melhor das terras que desde muitos annos até o presente se coberto
d'areias com tão notavel damno que annualmente se experimenta e vai crescendo, cada mais a sobredita ruina e
estrago: todos os lavradores da circunferencia das faldas do areal da terra sejam desde logo, e sem perda de
tempo obrigados, para obstar hum mal tão publico e tão notorio plantar em cêrca do monte donde nascem as
dittas arêas, trez, quatro, e mais ordens de espinhe o mais condensado que se possa, conforme o Inspector julgar
bastante para vedarem a ocorrencia mesmas arêas;
Outro sim, são obrigados a plantar nas ditas faldas outra ordem dos ditos espinheiros para que não
acabem de sobrecahir as mesmas areias nas terras que lhe confrontão, no entanto que todos os Lavradores
geralmente em beneficio do publico não podem cobrir como devem todo o areal de espinheiros;
Todo aquelle que se eximir de concorrer para o seu proprio beneficio incorrerá na pena do $ 8º do
Alvará Régio; como tambem incorrerão nas mesmas penas todos os Lavradores que geralmente devem plantar os
Espinheiros, se se eximirem do que neste Titulo ordeno;
E aquelle que cortar ou arruinar qualquer dos dittos Espinheiros ou Pinheiros, como também sempre-
noivas, troviscos, ou outras ervas que nascem nas arêas e impedem a dar correnteza; se fõr Lavrador não entrará
mais em lavoura dalgum Senhorio, e quando o não seja, pagará mil reis por cada vez de cadêa, e conforme o
prejuizo que do ditto danno resultar.
E igualmente quero que se entenda a mesma ordem e disposição a respeito de areal da Praia por ser
tambem muita e quasi egual a qualidade de terras que se tem perdido; tudo debaixo das referidas penas e da
eleição que o Inspector fizer do sitio da parte da Praia, em que se devem fazer as plantações das ditas arvores.

TITULO XXIV
QUE OS GADOS NOS PLANTADOS DAS ARÊAS ASSIM COMO NOS MONTADOS DAS ARÊAS,
ENQUANTO NÃO ESTIVEREM DEFENSAVEIS, DE NENHUM MÓDO SE CONSINTÃO

Defendo a todos os Lavradores o poderem trazer seus gados, assim pelos montados, como pelos arêaes
da terra e Praia em quanto as arvores e Espinheiros estiverem na sua procreação, ou em quanto não estiverem em
termos de que os gados as não prejudiquem, pois de outro modo ficará sendo inutil, o trabalho que nos dittos
montados e arêaes empregarem.
E todo aquele que nestes lançar gado incorrerá na pena estabelecida no T.° 6.° deste Regulamento; e
defendo outro sim que nas terras embaginadas, nem agora, nem em tempo algum andem gados, por ser maior a
utilidade que os moradores perceberão da sua conservação e todo o que de qualquer modo infrigir o exposto
neste T.° incorrerá nas dittas penas, sem que lhe seja admittida a escuza ou ignorancia.

TITULO XXV
DAS PLANTADAS DAS AMOREIRAS E ESPINHEIROS EM CERCA DAS FAZENDAS
Nos testados fronteiros ao mar, ribeiras ou ribeiros e do ditto sitio das Fontes se deverão plantar
amoreiras por serem assim as terras aptas para similhantes arvores, como por que déllas hade resultar
grandissima utilidade aos moradores desta Ilha, e o estabelecimento por meio da sua produção o proficuo
commercio das sêdas, mas em cerca das suas respectivas Fazendas os Lavradores serão obrigados a pôr
Espinheiros, tudo debaixo das indicações do T.° 19.°.
Ultimamente ordeno que todas as penas e coimas conteùdas neste Regimento serão aplicadas metade
para as despezas do Concelho e metade para o acusador.
Este regimento se cumprirá tão inteiramente como nelle se contém; e o Inspector Geral d'Agricultura me
deverá apresentar todos os annos hum Mappa, tanto da quantidade e qualidade dos gados, como dos Lavradores
que fabricarem as terras de toda esta Ilha e das Arvores que houverem plantado e do numero dos que produzirem
em maior ou menor quantidade, respectiva á especie de cada huma dellas:
Pelo que, ordeno ao Juiz e mais officiais da Comarca, ao Commandante das Ordenanças desta mesma
Ilha, José Freire de Noronha, e mais officiais dellas e da Justiça, cumprão e obedeção ás determinações que em
meu nome, e a bem da agricultura elle ditto Inspector Geral, pode e deve dar, sem duvida e embaraço algum se
registará na Comarca desta Villa e mais partes d'onde convier, para que em todo o tempo conste.
Dado no Porto Santo, sobre o meu signal e sello das minhas armas, aos 13 dias do mês de Junho de mil
settencentos e settenta e huma.
a) João Antonio de Sá Pereira (lugar do selo) José Anastacio da Costa

[in Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento Florestal no Arquipélago da Madeira(1952-1975), Lisboa,


1990, pp.120]

INSTRUÇÕES DE AGRICULTURA DO CORREGEDOR ANTONIO ROIZ VELOZO


DE OLIVEIRA, 1792

Copia das instrucçoens de Agricultura, que o corregedor Antonio Roiz Velozo de Oliveira deo a Camara
da Villa da Calheta para fazerem parte dos provimentos da Correição que fez naquella villa no anno de 1792

Como seja da minha particular obrigação o promover a industria pública e procurar aos povos desta
comarca todas as comodidades que elles com direito devem esperar de hum magistrado zeloso da observância
das leys e amigo da humanidade; determinei fazer estas instrucçoens relativamente a agricultura para fazerem
parte dos provimentos da minha prezente correição nesta villa da Calheta; e para que os officiaes da camara (a
cujo officio ordinario incumbe os mesmo deveres pelo que respeita aos povos sogeitos a sua particular
jurisdicção) observem, e fação observar as dittas instrucções tão enteiramente como nellas se contem. E porque
seria inutil estabelecer regras e formar planos, não havendo ao mesmo tempo quem faça guardar e por em pratica
huma e outra couza; já desde o anno passado fiz eleição do capitão António João Homem del Rey, que com tanto
acerto occupa neste concelho o cargo de juiz de orfaons, e o habilitei para que de commum acordo com os
officiaes da camara chegassem os competentes jurados e inspectores particulares da Agricultura em todos os
bairos, citios e lombos de cada huma das freguezias de que se compoem a mesma jurisdição e concelho; para que
estes, cada hum na sua repartição observassem, e fizessem executar as ordens que lhe forem cometidas; dando //
[44v ] de tudo parte ao referido juiz dos orfaons; o qual, na qualidade de directos geral, teria sobre elles a
necessaria inspecção, sendo ao mesmo tempo obrigado a participar aos mencionados officiaes da camara tudo o
que fosse digno de reflexão e de providencia a respeito das operaçoens agrarias, da criação dos gados, dos
damnos e formigueiros; para que interpondo a mesma camara toda a sua authoridade, zelo, e jurisdição, a
acautelassem os males, punissem os crimes, e promovessem a industria e fortuna publica.
Mostrou com efeito a experiencia que os meus dezejos se realisarão em grande parte; porque na
prezente correição foi cabalmente informado que no inverno passado se plantarão mais arvores que em vinte
annos atras; sendo proporcional a plantação das vinhas, assim como a cultura das searas e das semilhas; e por fim
achei quasi acabada a guerra que os gados (por andarem a montão, e sem pastor) fazião de continuo aos
lavradores; e a estes conhecendo as grandes utilidades que para o futuro lhes ha de rezultar do seu proprio
trabalho, e dos cuidados que tomei.
Animado pois por tantas lizongeiras esperanças, passo a estabelecer as regras seguintes, que servirão de
regimento ao director geral e seus subalternos debaixo da imediata inspecção da camara, aviso cuidado e
vegilancia fica pertencendo vigiar muito particularmente sobre a concervação da paz publica, sobre os abuzos
que se podem introduzir nesta importante materia; assim como sobre a condenação dos lavradores omissos e
negligentes, e finalmente sobre a arrecadação das penas em que forem multados.
Primeiramente
Das beiras dos caminhos, assim publicos como particulares deve pouco a pouco desterrar-se todo o
silvado//[45]; porque não tendo o seru fruto uzo algum, serve de perpetua morada aos ratos lagartixas, quando
mesmo silvado saem a infestar e devorar as novidades; e em lugar dos bardos de silvado, devem-se formar outros
de arvores proprias; sendo as melhores, e mais úteis os pereiros, ou macieiras de toda a qualidade, assim como as
mexieiras, romeiras e marmeleiros; e nas partes umidas as cidreiras.
Estas arvores, não occupando mais terra do que a já utilizada pelas silvas, defendem as fazendas dos
ventos; produzem abundante fruto, sendo limpas em tempo oportuno; e annoalmente sustentão os homens e os
animaes, com especialidade os porcos; e ultimamente fazem que os vadios, contentando-se com os fructos que
encontrão pelas estradas, não entrem nas fazendas a furtar o que nellas faz produzir a industria do lavrador
honrado.
E todo aquelle que o contrario practicar, sendo as terras das suas respectivas testadas aptas e proprias
para a produção das sobredittas arvores, será multado na pena de dois mil reis para as obras do concelho, e para a
pessoa que o accuzar, na forma decretada pela ordenação do reino II tit. 66 26
Em 2 lugar
De meias terras acima se devem plantar castanheiros em todos os lugares baldios ou descubertos, os
quaes ao depois oportunamente se devem enxertar: estas arvores porem não serão plantadas muito juntas; pelo
contrario he bom que estejão de tal modo dispostas, que o sol tenha livre entrada entre huma e outra; afim de que
as terras fiquem sempre aptas para produzirem o linho, a cevada, e ainda o trigo sendo possivel.//[45v ]
Estas sementeiras sem duvida hão de frutificar melhor do que aquellas que se fazem debaixo de
arvoredos densos e bastos, que não servirião de couza alguma se o excelente clima desta ilha não admittisse
huma couza tão admiravel e tão rara. Ainda que não em todos os lugares, nos estios que forem proprios para a
produção das vinhas; e são todos aquelles aonde o ar hé menos carregado de nevoeiros, devem-se plantar
parreiras junto aos castanheiros; as quaes hão de para o futuro produzir uvas que pelo menos servião para
agoardente; e sera este hum novo ramo de comercio muito util aos lavradores.
O melhor modo de se plantarem castanheiros, principalmente em partes secas, hé fazendo covas largas e
fundas logo nos mezes de oitubro e Novembro das quaes se deve tirar a terra de sorte que não seja fácil
entulharem-se: Em cada huma dellas se deve lançar huma porção de mato de qualquer espécie: Estas covas
ficando abertas ate o mez de Janeiro recebem muita agoa; e esta não se penetra o interior da terra para alimentar a
árvore no tempo do estio; mas tambem faz apodrecer o mato, o qual estrumando a mesma terra, faz que as
arvores cressão de pressa e com maior força, e principiem logo a recompençar o trabalho do agricultor: comtudo
hé de muita importância que no 1 e 2 anno de propozito se deitem abaixo os fructos produzidos pelos novos
enxertos, pera que estes não enfraqueção, e ao depois tenhão o necessario vigor para produzirem melhor e com
mais abundância.
Se os lavradores pençassem com a devida refexão nas muitas utilidades que lhes pode rezultar destas
arvores, elles sem duvida tratarião da plantação e cultura dellas com maior cuidado. São pois as ditas utilidades e
de que os //[46] mas lavradores devem ser informados, as seguintes:
1º os castanheiros produzem frutos que servem para a sustentação dos homens, ou da forma que
vulgarmente se uza das castanhas, ou reduzidas a pão da maneira qque se pratica a respeito das semilhas.
2 com as castanhas se engordão os porcos, e são estes os que tem a carne mais saboroza e melhor e da
mesma se crião aves de toda a qualidade.
3 os cavallos e os bois, tendo castanhas escuzão a ração de milho e cevada que ordinariamente se lhes
costuma dar.
4 Depois dos contemplados benefícios que rezultão dos frutos destas arvores, sempre dignas de
estimação, seguem-se as conveniências que dellas mesmas procedem. As folhas emquanto verdes, servem de
excellente pasto aos gados de toda a qualidade, e depois de seccas estrumão as terras e estas se fazem todos os
anos mais fecundas: além disto no tempo da primavera e do estio, modificão o calor do sol, e exaurindo os
vapores da terra e do ar, fazem as chuvas mais frequentes; augmentando por esta forma as agoas nas fontes e as
orvagem aos gados; concorrem para que as vinhas e todas as outras plantas que lhes ficão inferiores, não tenhão
precizão de repetidas e continuadas regas.
5 Finalmente as ditas arvores concervão as plantas e as searas, defendendo-as dos ventos e das
tempestades; seguirão as terras empinadas, e com as suas raizes as concervão e sustentão de forma que estas
jamais se precipitão e fazem quebradas, o que se deve nesta ilha evitar por todas as formas para a concervação do
paiz. A estes benefícios tão importantes ainda acressem os outros que rezultão das lenhas para o uzo diário das
cozinhas das estacas para as vinhas, e finalmente das madeiras da construção para as igrejas, para as cazas e
quaesquer outros edifícios. E para que os lavradores que cultivão terras alheias se animem com maior facilidade a
fazerem a plantação dos ditos castanheiros; serão estes aqui em diante avaluados, e pagos //[46v ] aos mesmos
lavradores a razão de cem reis cada hum, sendo bravio; e de duzentos reis sendo enxertados.
Pelo contrario; todo aquelle lavrador que tendo terras próprias para a cultura de que se trata; ou sejão do
seu particular dominio; ou de senhorios, e não plantar ao menos cincoenta castanheiros em cada hum anno, será
multado na sobreditta penna de dois mil reis, com a applicação da já citada ordem do L 1 título 66 26.
Em 3 lugar
Nos cítios e lugares em que os ventos não fazem grande impressão, e não forem muito secos, hé
importante que se plantem laranjeiras e limoeiros de toda a qualidade; e da mesma forma limeiras e cidreiras.
Nesses mesmos lugares abrigados importa muito que estas árvores sejão plantadas e dispostas entre arvoredo que
concerve a folha de inverno como o loureiro e vinhatigo: também as canas vieiras são muito úteis. Forma-se pois
hum quadrado com as árvores rústicas, e com as competentes divizoens de canas, e pelo meio se plantão em boa
ordem aquellas árvores que por mais delicadas não registem tanto aos ventos, e a marezia ou salitre levantados
pelos tempos do mar, ate quem recebem muita perda; sendo para advertir que as árvores de espinho, com
especialidade as laranjeiras, produzem a sua flor no tempo do inverno; e por isso não pode esta concervarse bem
não mediando as cautellas que ficão ponderadas.
Com as laranjas e limoens podia facilmente na Madeira fazer se hum comércio muito conciderável
sendo exportadas, assim como do reino e das ilhas dos Açores, para a Gram Bretanha e outras partes do norte e
da //[47]mesma forma para a América septentrional. O methodo mais fácil e mais proveitozo de se multiplicarem
as laranjeiras, hé plantando-se estacas de cidreira,, nos quaes anos depois se enchertão, ou de garfo como hé
prática a respeito dos castanheiros, ou de inoculação a que os rusticos chamão de porta; o que facilmente se fará
tirando da estaca da cidreira hum olho sem molestar o pão nem a casca, e pondo em lugar delle outro de
laranjeira: desta forma hé muito fácil acressentar se em pouco tempo o número das dittas laranjeiras ao infinito.
Outra forma há também admirável, que hé; cortar em largura de huma polegada a casca da pola nova das
laranjeiras e por lhe terra à roda, ou em cestos, ou pano velhos, ou qualquer outra couza que a não deixe cahir;
porque feita esta operação no principio do inverno, as dittas polas produzem no mesmo inverno muitas raízes no
lugar em que lhes falta a casca e formão excellentes árvores os mesmos ramos.
Hé da mesma forma, entre árvores rústicas e canas, quando os lugares não são abrigados, que se formão
os melhores e mais proveitozos pomares de outras árvores de fruto como pereiras, maceeiras e ginjeiras.
Todas as árvores de fruto devem ser tratadas com muito cuidado para que não se tornem bravias; todas
pois se devem limpar antes que na Primavera principiem a produzir flor; e aquellas que não são enchatadas nunca
produzem bom fruto; o lavrador ainda augmentará - muito a qualidade, sabor e grandeza dos ditos putos; se
industriozamente tirar das árvores alguma parte dos méritos que ellas costumão annoalmente produzir; e além
disto as mesmas árvores se concervarão por largos annos.

[ARM, Governo Civil, n .70, fls. 44-47]

BERNARDINO JOZE PERª DA CAMARA [1816]

A ALUVIÃO DE 1815

Senhor. Afflicta, e consternada vai aos Pés do Throno de V.A.R. a Camara da Cidade do Funchal da ilha
da Madeira, como Magnanimo Pai dos seus Vassalos, a supplicar ancioza hum prompto, e efficaz remedio aos
malles, q' tanto oprimem os disgraçados habitantes desta Colonia: persuadida de que V.A.R. applicará benigna
hum indulgente Ouvido á triste narração dos mais disgraçados sucessos, ella se esforça em os relatar a V.A.R.
com aquella verdade, zelo dos interesses da sua Real Coroa, e dezejos de felicidade publica, que em todo o tempo
tem caracterizado esta corporação Municipal. Ninguem, Senhor, se pode recordar de huma epoca mais disgraçada
para este Paiz do que a do prezente tempo. Parece que a natureza cançada de ser liberal para com os seus
habitantes naquelle tempo em que os nossos ascendentes gozavão deste dom preciozo com que ella os felicitava,
prodigalizando-lhes abundantes, e preciozas colheitas, quer agora reparar os excessos que fez em benefício delles
à custa das lagrimas que tem feito verter aos dezamparados Lavradores, e a todos em geral, pelas escaças
novidades que constantemente tem alcançado em paga de seus peniveis trabalhos. A memoravel catastrofe de 9
de Outubro de mil oito centos e tres foi hum infausto presagio de tudo quanto estava para nos acontecer. Foi
então que a Liberal Mão de V.A.R. acodio promptamente ás ruinas desta Cidade, fazendo que dos seus Reaes
Cofres sahisse todo aquelle cabedal que fosse precizo para as reparar; e por outro qualquer motivo, q' V.A.R.
julgasse acertado exhaurir os mesmos Reaes Cofres, seria o seu maior prazer socorrer a disgraça, e a mizeria
daquelles Vassallos, que V.A.R. visse marcados com o Sêlo da mais cruel infelicidade. Desde aquelle terrivel
anno tem sempre corrido assás calamitozo para hum Povo que a maior parte delle he por extremo pobre, e que só
o excessivo trabalho a que se sujeita, he que o faz ainda poder subsistir em huma Terra onde elle não pode
cultivar se não pequenas porções della, por ser incompativel com a aspereza do local cultivar grandes terrenos.
Cada lavrador apenas pode aqui cultivar n'um anno aquele espaço de terra, que noutro qualquer lavrador em
differente paiz cultivaria em menos de hu anno; e ainda assim mesmo arrisca demaziadamente a sua vida
luctando em huma parte com enormes rochedos, para delles sacar aquella pedra q' em outras partes vai suster as
pequenas porções de terra que ainda nelle existem. Desde aquelle mesmo tempo até o prezente as immensas
agoas o tem sempre delapidado, reduzindo-o a tão exteril situação, que só os braços de homens costumados a hu
penozo digo a hum tão penozo fabrico tem sido capazes de lhe dar algum remedio. Por outra parte as
immoderadas estações, que irregulamente tem agitado huma atmosphera costumada ate então a influir
suavemente sobre as melindrozas produções deste mesmo Paiz, tem tirado ao pobre, e ao rico todas as esperanças
de poderem viver sem aquellas afflições que nascem da indigencia. tolhendo a todos o meio de poderem reparar
com novas plantações o estrago que tem havido em todas as vinhas, já occazionado pelas mesmas agoas, e já
expessas, e estragadoras nevoas, e arrebatados ventos, que em tempo não esperado sempre tem queimado, e
destruido as suas tenras varas quando todos geralmente se congratulavão de tirar dellas com abundancia aquelle
préciozo vinho que faz a baze fundamental de todo o Commercio desta ilha, e da subsistencia dos seus infelices
habitantes. A carestia dos viveres ocazionada pelas tristes revoluções do Mundo, e muito principalmente pela
guerra da America, tem sido nesta ilha tão excessivas. que muitas pessoas da ultima classe perecerao victimas de
huma pura necessidade, e as outras de todas as classes tem arrostado hum montâo de incommodos para se
salvarem do naufragio que lhes preparava tâo horroroza tempestade, e da insaciavel cubiça da corporação do
Commercio desta ilha que a cada passo se está valendo dos meios que lhe offerece a falta de generos nacionaes
para as immolar a os seus sordidos interesses. As doenças epidemicas desde que as Tropas Bretanicas
dezembarcarão neste terreno tem mortiferamente graçado por toda a ilha acumulando a os seus habitantes malles
sobre malles que talvez se não possão extinguir se não para as gerações futuras. Tudo isto, e a inda muito mais
que deixamos em si]encio para não parecer-nos importunos tem appresentado aos olhos do Publico hum
]astimozo quadro de que V.A.R. talvez não tenha a menor idea, por termos sempre querido afastar das
prespicazes vistas de tão clemente Soberano aquellas mizerias de hum Povo inteiro, que necessanamente havião
de consternar a V.A.R.; mas como o ma] se tem aggravado a ponto de já não lhe podermos dar remedio se não
debaixo das sabias Determinações, e Benevolo influxo de V.A.R.
O maior perigo he da Ponte do Torrião para sima onde, para a parte de Leste, apenas este anno se tinha
começado huma pequena porção de muralha que inteiramente dezapareceu, e por isso se perderão varias porções
de terra cultivada, huma caza que de novo se tinha construido, e felizmente escapou a Ponte que pela sua incrivel
fortaleza rezistio a hum impulso d'agoa, que todos julgavao capaz d'arrazar toda a Cidade: e por não se terem
concluido as muralhas que se principiarão pela parte opposta, ficarão quaze todas arrazadas, sendo precizo para
as dezaterrar outro tanto cabedal quanto se gastou na sua construção. Duas Pontes de páo, que estavão nesta
Ribeira, huma chamada a Ponte de Páo do Torrião, e outra chamada a Ponte da Rua dos Ferreiros igualmente
dezaparecerão no mesmo momento em que as agoas correrão com mais abundancia: ficou porem hum pouco
arruinada, mas em soffrivel estado de se tranzitar por ella, outra Ponte de páo, que nesta mesma Ribeira existe
chamada a Ponte da Praça; e devemos atribuir este sucesso a hum especial indulto da Providencia que não quiz
flagellar mais hum Commercio tão atropelado, qual he o desta Cidade, difficultando-lhe os meios de se conduzir
todos os generos, que se importão e, exportarão nella, por serem esta Ponte, e a da Rua dos Ferreiros justamente
construidas no meio desta mesma Cidade, e em pouca distancia da Marinha. A ultima Ribeira, que he a de Nossa
Senhora do Calháo, por estarem inteiramente concluidas as suas muralhas não padeceu ruina alguma. Resta-nos,
Senhor, os dois pequenos Ribeiros de que já fizemos menção, hum dos quaes corta pelo centro da Cidade, e o
outro quaze nos confins della pelo sitio da Nora, na Feguezia de Nossa Senhora do Calháo: tanto hum como
outro, por falta de muralhas que contivessem suas agoas, fizerão inexplicaveis estragos. O primeiro rompeo na
Rua da Larangeira alem da Igreja do Carmo para a parte de Leste, innundou toda aquella Rua, e levou após de sí
immenso rochedo com que foi aterrada toda a Rua do Ribeirinho ate ao Beco da malta, e d'alli, por aquelle
mesmo Beco se comonicou ao largo do Pelourinho, e por isso apezar de hum grande cano por onde
dezembocarão as agoas para o calháo chegárão neste lugar, que he hum largo consideravel a sete pés de altura,
tendo estas ruinas de extenção desde a referida Rua da laranjeira até aquelle lugar para sima de cento e oitenta
braças. Esta inesperada corrente por meio de huma Cidade q' em todas as lages de suas Cazas tem generos de
muito valor, pode por si mesma suscitar huma idéa do prejuizo que soffrerão os seus habitantes. Não foi menos
consideravel a perda occazionada pelas agoas do pequeno Ribeiro chamado da Nora, pois ainda que a Cidade
neste pontto he por extremo estreita, por comprehender só trez ruas, e quatro ordens de cazas, elle as innundou de
tal forma, que arrombando as portas das loges, e entrando pelas que estavão abertas, nada deixou em bom estado
do que ellas continhão. A grande Rua de Santa Maria, que he lemitada a Leste por huma elevada mas pequena
Ponte de Pedra, por onde costumão passar as agoas deste mesmo Ribeiro, perdendo estas a direcção da dita
Ponte, e entranhando-se pela parte da mesma rua ficou inundada de tal forma, que tão bem subio o depósito das
agoas a mais de cinco pés de altura, fazendo a todos hum prejuizo incalculavel, e muito principalmente aos
Tendeiros que disgraçadamente perderão todos os generos, que tinhão nas suas Tendas. Tal foi o rezultado da
Alluvião de vinte e seis de Outubro proximo, relativamente a esta Cidade. Os Lavradores, Senhor, ainda se
lamentão mais da sua sorte do que os próprios Cidadãos: elles virão copiozas, e disconhecidas agoas arrancar-
lhes pelas raizes os idozos troncos, e precipitar das altas montanhas as eximias penedias, que envolvidas com as
mesmas agoas arrazavão os valles, e fazião perder a maior parte da sua cultura: os gados que se achavão
dispersos em lugares mais eminentees, forão arrojados debaixo destas ruinas, e apezar da cautella q' todos
tomárão na salvação de suas vidas, ficarão algumas pessoas perigozamente feridas, alem de dois rapazes que
perecerão em hum cazal da Freguezia do Estreito de Câmara de Lobos, por ser incompativel com a violencia das
quebradas poder-se-lhes dar o menor socorro. Cada hum destes Lavradores julgando-se absolutamente
disgraçado parece querer proferir imprecações contra a sua propria existencia, e abandonar hum Paiz que tão
ingrato se tem mostrado ao industriozo, e penivel meio com que elles tem procurado beneficiallo, consagrando-
lhe tantas fadigas, e exgotando com elle os ultimos restos das suas forças. E será possível, Senhor, que a malles
tão estrodozos que este Povo tem soffrido, se Ihe ajunte tantos impostos, quaes são a Decima Urbana, a Decima
Funeraria e Ciza, o Finto, e outroa mais impostos desta natureza, quando os Augustos Predecessores de V.A.R.
em ocaziões de menor estrago por calamidades publicas, e circunstancias menos urgentes, perdorão aquelles
mesmos impostos que então havião como se mostra dos Documentos numero primeiro, e segundo? Ah! que se
V.A.R. prezenciasse a mizeria em que todos gemem neste Paiz; se visse o dezamparo em que se acha um Povo, q'
tanto tem concorrido para prosperar as suas Finanças; se V.A.R. tivesse prezente os clamores do Publico que não
cessa de lastimar a sua disgraça; então commovendo-se dlle V.A.R. pela sua Inacta e Paternal Beneficencia, não
só o alliviaria deste pezado jugo, mas inda mesmo mandaria repartir avultadas somas dos seus Reaes Cofres em
favor e soccorro de tantos infelices.
Senhor: se V.A.R. não quer ver inteiramente perdida, e abandonada huma cultura, que tanto intreressa
os seus Reaes Cofres, e que perdida ella está perdida a rameficação do Bem Publico, decahido inteiramente hum
Commercio, que ainda a muito custo se conserva, e por consequencia quaze exticntas as Rendas da
Admenistração, e Arrecadação da Real Fazenda deste Estado; se V.A.R. Quer ter toda a gloria de conservar huma
Colonia, que tem fama em toda a parte do Mundo pela singularidade das suas produções; se não Quer ver
finalmente esta tão importante porção dos seus fieis Vassalos luctar entre os horrores de uma horroroza fome,
pela falta de meios de comprar os viveres, sirva-se V.A.R. derrogar aquellas Leis que Ihe impoem tão pezadas
contribuições, para ao menos nesta parte suavizar tão enormes desgraças, e os grandes trabalhos que tem em
dezentulhar taes ruinas, para reparo das quaes não tem feito prezentemente o menor dezembolço os abundantes
Cofres de V.A.R., pois tendo disso chamado todas as Ordenanças a este diario trablaho, os mais pobres ajudão
com seus braços a salvar a Cidade de tão grande perigo, e os outros pagão o donativo de quinhentos reis todas as
vezes que por seu turno são obrigados a esta defeza, digo obrigados á defeza della. Este Povo, Senhor, que a
pezar de todos os sacrificios sempre tem feito exforços para prosperar o Estado, promovendto com incansável
trabalho huma tão dificil, e pezada Agricultura, auxiliando por meio della o Commercio nacional, e que só para
conservar sem mancha a gloria do Nome Portuguez he que tem succumbido inteiramente aos penetrantes golpes
da Disgraça, este Povo atenuado por molestias, e exterilidades; opprimido por fomes, mizerias, e alluviões; este
Povo, Senhor, que se apprezenta a V.A.R. em triste, e lastimozo quadro despenhado da elevada carreira de sua
brilhante Fortuna em hum cahos de infelicidades; acolhe-se todo elle á incomparavel sombra de seu Augusto
Soberano, e cheio da mais consoladora esperança humildemente implora hum promptò, e efficaz remedio, que
atalhando o progresso de sua grande disgraça o anime a prosseguir em novos, e tão indispensaveis trabalhos;
devendo igualmente ser da Alta Concideração, e Indefectível Justiça de V.A.R. que os Officios, e Empregos
Publicos desta ilha, tanto seculares como Eccleziasticos sejão todos conferidos a os filhos della, e não áquelles
que nunca a beneficiárão, nem tem concorrido para a salvar de suas ruinas. Deos Goarde a V.A.R. muitos anos.
Funchal em Camara seis de Dezembro de mil oitocentos e quize. = Joaquim Jozé Nabucho d'Araujo = Joze
Joaquim Esmeraldo = Antonio Jozé Spinola de Carvalho = Pedro Agostinho Teixeira de Vasconcellos =
Gregorio Francisco Perestrello e Camara = Antonio João da Silva Costa = Francisco Xavier Amorim = Francisco
da Conceição. He quanto se contém na referida reprezentação que aqui fiz registar, e á propria me reporto.
Funchal 5 de Julho de 1816. Bernardino Joze Perª da Camara, Escrivão da Camara, o fiz registar.
Bernardino Joze Perª da Camara
[publ. in Atlântico, nº.3, 1985, pp.234-238]

PAULO DIAS DE ALMEIDA 1817

Descrição da ilha da Madeira

Toda a ilha da Madeira é cortada de imensas ribeiras e ribeiros, a maior parte delas só muito caudalosas
no Inverno, formada de altas montanhas precipitadas e enormes rochedos descobertos. Todas as praias são de
calhau miúdo, algumas de calhau muito grosso e só quando se acabam as grandes levadias, aparecem pequenas
praias de areia preta, que com as enchentes e vazantes das marés, se desfazem, tomando a primeira forma de
calhau.
(...)
A quantidade de água que achei no ano de 1815, reunindo todas as fontes do Rabaçal, enche uma levada
de dois palmos quadrados. Talvez hoje tenham diminuído por lhes terem queimado a maior parte das árvores e
matas por cima do Paúl.
A destruição dos arvoredos é geral e nenhumas providências se têm dado a este respeito; os cortes das
lenhas continuam sem ordem; os carvoeiros reduzem a carvão esses restos das árvores, que se conservam ainda
nesses lugares mais escabrosos (sic), sem haver quem atalhe este mal remediável. As grandes cheias que
sucessivamente tem havido, têm a sua origem na destruição dos arvoredos e as montanhas que não há muitos
anos vi cobertas de arvoredos, hoje as vejo reduzidas a um esqueleto.
O Paúl da Serra, único terreno reservado para os prados do público, se acha hoje sem matas. Tem
chegado a tal ponto a negligência das Câmaras que, consentem não só que se cortem as giestas em flor, mas até
que se lhes larguem fogo. O Paúl é o receptáculo da maior parte das fontes, e das mais abundantes, bastante
motivo para merecer a atenção das câmaras .
Nos meses de Maio a Julho todos os anos os nevoeiros consomem uma grande parte das novidades,
principalmente as uvas quando estão em flor, formando um cordão em torno da ilha e ficando o centro
descoberto.
O centro da ilha se acha todo descoberto de arvoredo, com apenas algumas árvores dispersas, e isto em
lugares onde os carvoeiros não têm chegado. Se tivessem posto em execução as Ordens e Cartas Régias relativas
à conservação dos arvoredos, não teriam a cidade e as vilas sofrido os estragos do memorável aluvião de 1803. A
experiência tem mostrado que a falta de arvoredos pelas margens das ribeiras e declives dos montes que sobre
elas desaguam, é a causa da imensidade de rocha e terra que com as chuvas vem atulhando as mesmas ribeiras,
cujo alveo, hoje está superior às ruas da cidade. A praia do Funchal, se tem alongado ao mar, desde 1803 até
1817, 150 palmos e em partes 250 e mais, com os entulhos que as ribeiras depositam.
Em 30 de Outubro de 1815 pelas 5 horas da tarde, houve uma aluvião que levou quarenta casas e
arruinou outras, inundando ruas, e se fosse à noite muita gente morreria afogada. A ribeira de S. Paulo chegou a
trazer uma coluna de água e rochedos, que ocuparam a largura de 60 palmos e 30 de alto. Entre as pedras que
ficaram no leito da ribeira, junto ao mar, havia uma de 20 palmos quadrados, e de 10 palmos muitas. Esta
enchente durou uma hora.
A maior parte dos caminhos são pelos altos dos lombos, atravessando ribeiras e ribeiros, muito mal
delineados, e muitos em rochas precipitadas, outros em salões, onde as chuvas têm feito escavações de mais de
30 palmos de alto.
(...)

Povoação da Ribeira da Janela


(...)
No Inverno com a ribeira cheia ficam sem comunicação com o Porto do Moniz, por não terem ponte. A
serra desta povoação é linda e ainda conserva muito arvoredo antigo, apesar da destruição que todos os dias
fazem os habitantes. É nesta serra onde há muitas e abundantes fontes, que se perdem, podendo ser aproveitadas
em benefício da cultura.
Na origem desta ribeira é onde estão as copiosas fontes do Rabaçal, que igualmente se podem
aproveitar. Da paróquia do Porto do Moniz à igreja da Ribeira da Janela, são três quartos de légua e gasta-se uma
hora.

Povoação e vila de Machico


É fundada em um pequeno plano, cortado ao centro pela grande ribeira de Machico e dominada por
altos montes.
Pelo aluvião de 1803 foi a maior parte da vila alagada, a paróquia inundada por maneira que os altares
ficaram cobertos de água, algumas casas se abateram, a grande ponte de três arcos demolida e arrebentou, e
deitou por terra a muralha que guardava a vila, As casas que se não abateram ficaram arruinadas, e aquelas que
estão ao Poente da ribeira, são muito húmidas por causa dos inhames que conservam nos quintais, planta esta que
só se produz com muita água.
Tem uma boa baía, onde por vezes têm fundeado alguns corsários. O Forte do Desembarcadouro ou de
São João Baptista, a artilharia que tem está toda no chão, e a do Forte do Amparo, que está no centro da praia,
acha-se no mesmo estado. As peças são reprovadas, as balas que têm são de calibre de outras peças, e as
palamentas em muito má arrecadação.
As serras desta vila estão descobertas, só se conservando os arvoredos das Funduras. Porém isto deve-se
a Manuel Telo Cabral, cujo grande entusiasmo pela cultura o obrigou a comprar aquele sítio, para assim escapar
aos carvoeiros que destroiem as matas com os fogos.
É nesta freguesia que o Corregedor Veloso fez introduzir a batata inglesa e que hoje se tem propagado
muito em toda a ilha, assim como introduziu a plantação dos pinheiros, que se não tem continuado por falta de
energia da Câmara da mesma vila, o que deu causa a perderem-se, em bem pouco tempo, até as próprias
sementes. Os terrenos que naquele tempo foram cobertos de pinheiros, hoje estão reduzidos a barreiras, a
escavações profundas, indo a terra sucessivamente para o mar e em poucos anos nem pinheiros produzirá.
(...)

Quarto distrito da Ribeira Brava


(...)
As comunicações destas freguesias entre si são muito perigosas e por entre a ribeira. A comunicação
com a Serra de Agua é péssima e só se passa bem no Verão quando a ribeira trás pouca água. Os caminhos em
geral são muito mal delineados, estreitos e com precipícios. Em muitas partes os cavaleiros só passam a pé (237)
e a povoação da Serra de Agua fica no Inverno incomunicável por muitos dias por causa da grande ribeira. É aqui
onde se conservam algumas matas de soberbos arvoredos e estas se tem destruído muito pela nova estrada, que se
anda fazendo do alto da serra do Estreito de Câmara de Lobos para São Vicente.
Se não derem boas previdências a respeito dos cortes de madeiras e carvoeiros, em pouco tempo
consumirão estes restos de arvoredos e secar-se-ão as muitas fontes que nascem naqueles rochedos e estas se
podem aproveitar a benefício da cultura das freguesias vizinhas.

Sétimo distrito da Calheta


(...)
A cultura das vinhas na Calheta é toda em precipícios formando sucalcos de pedra pelas encostas das
lombadas e têm muitas partes abandonadas, por que a terra tem ido com as cheias para o mar. O alto da serra se
acha inculto, com os caminhos péssimos e perigosos. Os terrenos dos Prazeres, Maloeira e Raposeira são lindos,
com muito pouco vinho, pois a grande parte da cultura ali é de verduras, legumes e batatas.
É nestas freguesias que as mulheres trabalham mais que os homens. São elas que levam os gados ao
pasto, que conduzem o gado à serra, que fazem o corte das lenhas, e por isso são mais robustas e os homens
muito acanhados
(...)
A freguesia da Ponta do Pargo tem magníficos terrenos incultos pela falta de água que nem para os
moinhos têm e são obrigados a levar o grão a moer ao Porto do Moniz. Têm planos extensos entre as povoações
sem cultura. Abaixo da igreja paroquial de S. Pedro há uma grande porção de terra que podiam semear de
pinheiros, para sustentar as terras que continuadamente vão para o mar, pois há partes em que já não.
(...)
As Câmaras nesta parte têm sido muito descuidadas e não obrigam a cultivar às pessoas que o podem
fazer, concedem licenças a troco de 400 reis que esta custa, para cortarem o arvoredo que quizerem, com a
condição a que seja distante da água, e isto não se observa porque os meirinhos da serra são sempre campónios
pobres e dependentes dos cortadores. O mais que sucede é proceder-se à devassa, e nela geralmente ninguém é
compreendido. Assim também fecham os olhos à proibição dos carvoeiros que continuadamente deitam fogo
debandado na serra. Isto tem sucedido muitas vezes e são estes que tem destruído a maior parte dos arvoredos das
serras. Fazem o carvão em covas feitas na terra, e como não há água nos sítios onde o fabricam, com muita
facilidade se comunica o fogo pelas raízes das árvores, e com muita dificuldade se apaga, por serem enormes os
rochedos, onde se não podem fazer as alertas. Tem sucedido arderem lombadas inteiras e chegado o fogo às
casas, como sucedeu no Curral das Freiras no ano 1807, fogo que durou quinze dias. E a não ser os altos
rochedos que dividiam as outras freguesias seria um continuado fogo e sem remédio. Também tal tem sucedido
em consequência das roçadas que fazem na giesta para queimar e depois semear o trigo.
É uma mania introduzida na ilha, que semeada a giesta e ocupada a terra por 5 ou 6 anos, largando-lhe
fogo produz melhor pão.
Em primeiro lugar não posso conceber que se ocupe certa porção de terra 6 anos, tirando a pouca
substancia dela; em segundo lugar largando-lhe fogo e ressecando-a para semearem, de cuja sementeira apenas
recolhem a semente.
Enfraquecem a terra com o fogo e depois a abandonam. Eis aqui de onde procedem as quebradas,
porque a ilha é toda cortada de ribeiras e ribeiros, muito próximos uns dos outros, formando altos lombos, e nas
encostas deles é onde fazem as roçadas, que depois despresam tirada a primeira colheita.
As lombadas quase todas são formadas de uma mistura de pedra solta e salão, e na superfície uma tona
que apenas tem 1 e 1/2 palmos de terra, que estas chuvas levam à ribeira, ficando a pedra solta e alguma agarrada
ao salão, que o sol resseca e por consequência cai.
Esta freguesia é a que menos sofre o dano dos carvoeiros, por ter já poucos arvoredos .
[Paulo Dias de Almeida, "Descrição da Ilha da Madeira", in Rui Carita, Paulo Dias de Almeida e a Descrição da
Ilha da Madeira, Funchal, 1982, pp.51, 53-54, 68, 75, 80, 82-83]

PROJECTO SOBRE O RESTABELECIMENTO DOS ARVOREDOS E


SUA COMPETENTE ECONOMIA NA MADEIRA

1.—A ruína das matas, que nestes últimos tempos tem degradado nossas montanhas, he facto notorio.
Eu não me demorarei em indagar causas: todos altamente as apregoão. Forão as indiscretas rotêas de fogo e o
incrivel desleixo de não remediar por novo plantio ao crescente consumo de combustiveis, annexo sempre aos
progressos da povoação. As rotêas, inda que infructuosamente, intentou-se dar corte; foi defezo proceder a
queimadas, sem licença. Quanto ás subsidiarias plantações, nada se tem feito; eis o que me lembra e he de meu
dever propôr.
2.—Ha pelas eminencias de S. Antonio, S. Roque, Monte e Camacha, vastas planicies, assim como
lombadas, ingrimes encostas sohre as margens das ribeiras, outr'ora ricamente arborisadas, hoje nua rocha ou
pobrissima relva. Devem daqui principiar novos ensaios, visto serem estas fresuezias as mais proximas á cidade e
por isso mais urgente acudir-lhes.
3.—Será o primeiro passo designar nas ditas eminencias, todo o terreno disponivel em seis espaçozas
áreas, circumvalada logo, ou embardada uma dellas: se cuidará em povoala muito á larga de boas arvores
agrestes: nenhuma como os inexpugnaveis larices. Nos intervallos e em todo o resto, hade-se entreter giesta
bastante a supprir por hum anno o Funchal e suburbios. O mesmo regimen he applicavel, nos seguintes 5 annos,
ás outras areas e depois periodicamente repetido em todas. Quando se não possão effectuar as cercas no 1.° anno,
não se faltará a sementeira e plantacões.
4.—As encostas das ribeiras e adjacentes lombadas devem ficar para arvores ou balsume, ao arbitrio do
proprietario. Nos cumes mais desabridos, são preferiveis os pinheiros, em terrenos aprumados, as especies de
meudo tronco, ou vergonteas flexiveis ao embate dos ventos. Estas devezas devem ser demarcadas pela
competente authoridade. Eis em summa todo meu plano: nada mais simples; e póde bem accommodar-se a todos
os concelhos, segundo as circumstancias.
Eu vou apresentar seus principaes resultados, afim de justamente se apreciarem.
5.—As altas devezas da Serra vão offerecer ao quotidiano consumo, a lenha, a queima, artigos de dia em
dia mais raros e dispendiosos. Suas arvores destramente postadas, nos preparão, não só madeiras de todo porte,
mas abrigo, avultadas balisas e fiel guia ao viandante, quando o graniso e caliginosa neblina lhe escondem todos
os vestigios. Quantos miseraveis terião escapado á morte, se encontrassem semelhante auxilio.
6.—As devezas das ribeiras, com suas dependencias, além de bellas arvores fructiferas, vão fornecer,
quasi á porta do paisano rustico, os aprestos indispensaveis que elle hoje procura a grandes distancias, sobre seus
hombros, entre precipicios. O entrelaçamento de tantas raizes, serve igualmente a sustentar terrenos declives,
prevenindo quebradas, repreza de aguas, horriveis explosões. Por falta deste regimen, os dispendiosissimos
encanamentos das ribeiras, como logo protestou seu habil Director o Brigadeiro Oudinot, serão por fim
malogrados, e até nocivos.
Que poyos ahi se encontrão para viveiros vegetaes de maior economia e desempenho !
7.—Tantos arvoredos, tantas florestas de toda a parte verdejando, se prestão amplamente aos adubos
d'agricultura. Poderião então arranjar-se, em grande, as estrumeiras vegetaes, pratica da mais preciosa economia;
mesquinha ate agora ou desusada por falta de materia. A facilidade de ajuntar herva e rama para os gados
domesticos, poupar os braços da vinha, que hoje desatinadamente despimos; huma das evidentes causas de seu
conhecido atrazamento.
8.—Os gados errantes e a mesma caça não lucrão menos: acharão a cada passo asilo e sustento. Mais os
não veremos acoçados do inverno e da fome, descer aos cazaes, invadir nossas bemfeitorias. Só então será dado
dispôr de huma boa legoa quadrada, em maninhos no termo da cidade; cessando de si mesmo a rapina geral, que
nas presentes apertadas circunstancias he forçoso disfarçar para haver pão e vivermos.
9.—O annual reziduo matas accumula as annuaes camadas de terra vegetal, que se irá progressivamente
dilatando. Sem aggregado esponjoso é maiss hum embaraço á perigosa confluencia das aguas fluviaes. Terao
estas tempo de saturar as terras e calar por seus intersticios.
Hão de mais abundar as levadas, hão de pullular fontes e regalias ao industrioso cultivador.
10—Que direi de nossos gados merinos, já tão felizmcnte naturalisados em Palheiro de Ferreiro ? De
suas lans, tão notaveis nas fabricas de Inglaterra ? Quantas vantagens nos não promette esta abencoada raça
oriunda de nossas visinhancas, tão accomodada á nossa topografia, e graduada variedade de climas ! Para
largamente a multiplicannos e com ella os cazaes pela maior parte das serras, só resta converter mirradas
charnecas, em agazalhadas hortas e viçosos prados espontaneos, effeito necessario do novo systema.
11. Outro resultado inda mais ponderoso he que em nossa hypothese as marcesciveis massas vegetaes
bastecendo as encostas das ribeiras, picos e lombadas, até aos altos da ilha, aprezentão mais força actractiva á
humiilade athmospherica ou a seus elementos. Os pesados nevoeiros occidentaes, que ha treze annos nos
perseguem; ahi batidos, condensados, desfeitos em copiosos orvalhos, tem de perder sua qualidade corrosiva,
antes de darem nas vinhas e pouco a pouco mais leves, vel-os-hemos ou dissipar-se ou correr á serra. Verdade he
hoje de triste experiencia; rorfião as barras maritimas ? eil-as sobre as vinhas, por todas as fronteiras colinas; ahi
se estacionão e tudo consomem. Quando a Caldeira, o Corão, o Lombo da Geira, D. Isabel Barreiro erão vestidos
de arvores e matagal, aquelle flagello nunca foi nem tão duro, nem tão constante. Pejadas nuvens tem de seguir o
mesmo rumo, por entre innumeraveis conductores que irão provocando bem distribuidas chuvas, em vez de
espantosos golpes exterminadores e tudo em proveito das aguas nativas.
12 O calor vegetal dos arvoredos adoça os climas. Viremos talvez a fazer habitaveis todos os altos da
ilha como ja forão n'outros tempos os Ferreiros do Juncal. Ainda ali nol-o attestão bem claros vestigios: taes são
os basaltos partidos em cunhaes e differentes peças de construcção; no polido de seu córte apparece a mão dos
seculos. Huma familia existe na Curgeira do Monte (Carneiros negros por alcunha), que dizem oriunda d'aquelles
sitios, hoje perfeitamente desertos. O celebre naturalista dinamarquez Rafke, quando os visitou em—de 17—,
affirmava não serem mais desabridas as montanhas da Noruega. Qual a causa de taes variedades no mesmo
espaço e de tanta analogia em tão differentes latitudes ? Sem duvida a falta dos arvoredos; nenhuma outra se
assignará.
13.—He pois sabido: os maiores tropeços e desavenças de nossa rural economia vão desapparecer, logo
que se reproduzão, como fica indicado, nos respectivos postos, pomares, matagaes, perpetuo balsume e nossas
antigas venerandas florestas. Assim tornada á primitiva louçania, he a serra o grande regulador meteorologico,
reservatorio commum e manancial de riquezas. Hum bom Governo as saherá poupar, as saberá destramente
accommodar a todos os districtos, a todos os terrenos, a todos os ramos de industria; e o mais he que o
desembolso para tantas maravilhas, nem por isso nos assusta. Só as devezas da serra demandarião em suas cercas
algum trabalho, que ainda muito se encurtaria, attendendo aos naturaes paredoens e profundos abismos que mais
ou menos cingem aquelas planicies; que melhor tapume poderiamos desejar .
14. Approximemo-nos com tudo a verdade quanto possível, em tão essencial quesito. A esse fim cuidei
em orçar com a maior cautella as sobreditas cercas, assim como suas sementeiras, suas plantadas e
indistinctamente todos os trabalhos respectivos, que terao de ser pagos pela Fazenda publica. Importou tudo em
seis mil cruzados, gastos espaçadamente em seis anos, quatrocentos mil reis por anno. Passados os primeiros seis
annos cada área emoitada renderá de sobejo para seu novo amanho.
Ainda menos precisariamos despender, mudando-se, como ha muito está resolvido, o Viveiro vegetal do
Monte para algum dos mencionados povos incultos de propriedade publica. Poupão e desde logo os 50 mil reis
ahi pagos annualmente ao dono da terra. Vendidas suas bemfeitorias valor de não menos de hum conto, vem a
apurar-se em tudo hum conto e quinhentos mil reis. Abatidas do orçamento, andará o dispendio total por qoo ou
parcelas de 15o mil reis em cada hum dos dois annos.
15.—Á vista do expendido (está demonstrado} não ha difficuldade alguma em metter mãos á obra.
Encontrar-se-ia, e quasi insuperavel, em cohibir o bando alfario dos dinheiros de dia em dia, mais impunes e
emprehendedores, que não deixarião pedra sobre pedra. A imperiosa necessidade os chama, os acoita, os protege
e premeia seus furtos. Lá irião nossas tapagens, nossos tenros giestaes, nosso bello plantio e esperançosas mattas.
Cumpre por tanto, em vez de requintar penas na forma costumata, congraçar preliminarmente com os
direitos da natureza, nossa ordinaria policia. Tudo está em soltar-nos da cruel alternativa de ou perecer á mingoa
de combustiveis ou invadir os dominios alheios. Acabem para sempre tão barbaras collisões: he quanto
pretendemos e quanto basta.
16- Hum dos meios efficazes de tal conseguirmos seria vulgarisar o carvão mineral desde já, coisa
facilima, se o soubermos conservar a baixo preço. Quanto a mim o grande passo decisivo, seria alivial-o dos 15
por cento que paga de entrada, direito hoje insignificante ao Erario, que huns annos por outros monta a... Eis o
que eu proporia tão sómente por 6 annos. Entretanto ganhão-se milhares de braços: crescem nossas devezas de
ordinario serviço e restaurão-se os arvoredos. O carvão de pedra vindo-nos a troco de vinho traria mais essa
vantagem ao nosso commercio e industria.
17.—Huma providencia chama outra; diminuida assim a necessidade da lenha, he indispensavel acudir a
tantos infelizes que vivem daquelle tracto. Cumpre dar-lhes outros meios honestos de subsistencia; estão tambem
achados, em se facilitando a cultura da batata inglesa (semilha) inda mal propagada apezar de se dar bem em toda
a ilha, porque nos vem mui barata de fóra e não faz grande conta cultival-a. He hum dever de primeira ordem
representar quanto merece ser protegido tão importante e tão desattendido ramo. Ao mesmo tempo que
liberalmente se nos franqueasse a entrada ao carvão, deveria fechar-se de todo ás semilhas. Este alimentos grato
aos ricos e pão quotidiano do pobre, reclama os mesmos auxilios em Portugal, tão sabiamente acordados aos
cereaes. Os argumentos são obvios e identicos; he escuzado repetil-os. Os nossos carretoens passarião de boa
vontade a cultura da semilha em tal caso mui lucrativa. A visinhança das estradas centraes sobre tudo, lhe deve
ser indefectivelmente franqueada.
18—Tenho em fim concluido, e só me resta desejar que não percamos tempo. Se todavia agrada a
presente indicação, he bem desde já principiarmos. Reduz-se a empreza toda a cinco pontos capitaes. 1º.
Delinear, fechar, povoar cada anno huma das áreas designadas, conforme o artigo 3. 2º Reservar para arvores,
arbustos e perpetuo balsume, as encostas das ribeiras e lombadas, nos termos do art. 4. 3.º Requerer se tirem os
15 por cento ao carvão mineral. 4º Fechar o porto a todas as semilhas de fóra.
Approvado que seja: energica e effectivamente apoiado o nosso projecto, entendo que deve logo passar
e quanto antes, a Camara ou a quem direito fôr, para seu devido cumprimento, dada todos os annos conta ao
publico da respectiva despeza e progressos. Funchal, 22 de abril de 1822. (a.) José Maria da Fonseca, Inspector
Geral d'Agricultura.

[Arquivo Histórico Ultramarino, Madeira e Porto Santo, nº.6963, publ. Eduardo Castro e Almeida, Archivo da
Marinha e Ultramar. Inventario. Madeira e Porto Santo II. 1820-1833, Coimbra, 1909, pp. 61-63]

CORREIO DA MADEIRA[1849]

Quanto mais se pensa no importante assumpto da arborização das serras, mais nos convencemos da sua
gravidade; e para explicarmos o nosso pensamentoa este respeito, estamos persuadidos que a arborisação é
negócio de vida ou morte para esta ilha.
Quereis agua de rega para fertelizardes vossos campos, para cultivardes terrenos aridos, até hoje
incultos? Quereis conservar e augmentar as fontes que existem, e fazer apparecer outras novas? Quereis chuvas
mais frequentes, mais igualmente distribuidas ? Quereis defender dos estragod do vento e dos nevoeiros as
vossas vinhas, cearas, hortas, e pomares ? Quereis melhorar o clima ? Quereis mais igualdade nas estações ?
Conservai como objectos sagrados os arvoredos que existem; plantai, semeai, creai novos arvoredos. Pproscrevei
o sacrilego machado e a impia foice. Recompensai os lavradores, glorificai os proprietários, que teem dedicado o
seu tempo, trbalho, e fortuna à cultura florestal. Animai-os, excitai os outros, com vantagens, com distincções.
Primeiro que tudo é preciso estabelecer o systema d'arborisação, commum a toda a ilha, fundado no
conhecimento e profundo exame das condiçoes phisicas da ilha. É necesario estudar a direcção das nossas
montanhas, conhecer os valles e planos aprovataveis para culturae pastos, saber a direcção dos ventos, a natureza
dos,terrenos, as especies d'arvores que melhor pódem prosperar n'um e n'outro; e com estes dados e outros muitos
que a sciencia offerece, fixar um plano methodico e regular, que se vá pondo sucessiva e incessantemente em
execução.
Com a questão da arborisação prende outra muito secundaria, mas também interessante, qual é a da
creação dos gados.
Convirá proscrever o gado das serras ? Parece-nos que não.
A arborisação não é um trabalho que se faça d'uma vez, nem n'um só anno. É preciso fazer viveiros,
esperar que as arvores semeadas cheguem ao estado de ser transplantadas; é preciso abrir as terras, e na maior
parte dellas, não entra o arado , mas a enchada, e por isso a cultura se torna despendiosa e demorada; é preciso
fazer grande despesa para a qual não ha meios de prompto, e ainda que os houvesse ha falta de braços.
Por tanto que a arborização vá da circumferencia para o centro, como parece que deve ser, ou venha
caminhando do centro para as extremidades, ou siga outra qualquer direcção, é innegável que hade ir marchando
a pouoco e pouco.
No entretanto ahi ficão extensões immensas de terreno, que somente pdem continuar a servir para pasto;
e se pódem prestar este serviço, sem prejuiso das novas mattas, e das existente, é certo prohibir o uso que se póde
fazer com proveito de muitos.
É sempre bom conciliar interesses. Se um interesse publico póde subsistir sem que seja necessario
sacrificio de interesses particulares; é tyrania sacrificar estes inutilmente.
Dando-se a este negocio da arborisação a importancia e attenção que elle requer, parece que deve haver
uma administração especial das mattas dailha, concentrando-sen'umsó pontoas attribuições que se achão
espalhadas entre as diversas authoridades. Só assim póde haver uniformidade de plano, permanencia de
execução, e coherencia de sistema. Os administradores devem ter ordenado e responsabilidade.
As Camaras Municipaes já muito sobrecarregadas de trabalhos e despezas, compostas geralmente de
pessoas occupadas com os seus negocios, e que pouca attenção pódem prestar ás cousas publicas, servindo além
disso gratuitamente, não podem fazer proveitosamente parte d'umabem montada administração florestal.
Mas por se não poder executar este systema em grande escala, como nós o concebemos, nem por isso se
deve deixar de fazer tudo quanto é possível executar cm os alimentos de que se póde fazer uso.
A cultura florestal a que se tem prestado mais alguma attenção é a de pinheiros, porque é pouco
despendiosa, e dentro em breves annos, começa a dar lucro ao cultivador. Com dous mil reis compra-se a
semente, lavra-se, e semeia-se um alqueire de terra.
Parece que sendo pequena a despeza, certos os lucros, e não muito demorada a expectativa de
rendimento, devia estar aproveitada nesta cultura uma muito maior extensão de terra inutil, do que a que se tem
cultivado.
A regra d'alguns economistas -laissez faire, laissez passer- é muitas vezes falsa. Muitas vezes é preciso
constranger e obrigar a fazer cousas uteis. Quem tem terras aptas para cultura florestal, e que estão
desaproveitadas e perdidas, deve cultival-as por si ou por colonos, arrendal-as, afloral-as, ou vendel-as para esse
fim. As terras devem ser cultivadas em proveito dos vivos, e não permanecer incultas para esteril ostentação.
O corregedor Velloso para animar a cultura dos castanheiros fixou os preços pelos quaes elles devião ser
pagos aos colonos, no caso de despejo; preços que ainda hoje regulão.
Para animart mais esta cultura e a dos carvalhos, e outras arvores uteis seria conveniente estabelecer-se
um preço vantajoso, que estimulasse os lavradores a plantal-as.
Os carvalhos, como se observa, prosperão perfeitamente nesta ilha, ainda a grandes alturas. No Palheiro
Ferreiro, no Monte, ha arvores lindissimas.
O carvalhoé uma arvore muito util. É abundante de folha, de que o gado come com avidez, ainda que se
lhe deve dar com parcimonia. A casca serve para curtir coiros; a bolota é o melhor alimento para engordar
porcos, e torna a carne muito saborosa.
Mas ao mesmo tempoque se estabelecesse um preço vantajoso para animar o lavrador diligente, devia
tomar-se uma precaução necessaria para evitar que os maliciosos tirassem dahi injusto proveito.
Uma cousa é um pomar e outra cousa é um viveiro. Ha colonos que para augmentar o preço de suas
bemfeitorias plantão os castanheiros a tão curta distancia uns dos outros, que nunca chegão a formar boas
arvores, e ficão sempre acanhadissimos. Não se deveria pois pagar ao colono senão tantos pés quantos
rasoavelmente podessem prosperar, considerando-se aos outros como inuteis, porque se devem arrancar.
Ha muitas variedades de carvalhos desconhecidas nesta ilha, cuja introdução muito convinha promover.
Admira que n'um paiz, em que ha centos d'annos se está construindo vasilhame, ainda se não tenha tractado de
cultivar as arvores que dão a madeira propria par o officio de tanoaria, havendo tanto terreno inutil que se podia
occupar com esta cultura !
Temos sido e somos desleixados e imprevidentes. É perciso accordar deste lethargo, aproveitando
nossas terras, promovendo, e melhorando todas as culturas uteis , fazendo por todos os meios ao nosso alcance
que as nossas calvas serras se revistão outra vez da sua verde e vicijante cama.
Véde essas ribeiras que atravessão a cidade;- não tazem durante o verão uma gota d'água. Arborisai as
serras, fareis correr agua com abundancia nas levadas, e ainda sobrará sufficiente para limpeza desta cidade,
infectada na força do verãode miasmas putridas, que se não forão as brisas refrigerenates e salutiferas do mar,
que os disssipão, prejudicariãomuito mais a saude dos habitantes.
Contra os grandes projectos d'utilidade publica, cuja realisaçãoleva annos, ha um grande inconveniente,
resultante da nossa fraqueza e curta duração.
D'ordinario o homem tem pressa de gozar; e se a esperança do gozo se não póde realisar cedo; se
apparece n'um futuro remoto ou não começa a empreza, ou affrouxa na execução. Fraqueza e egoismo !
Se nós mesmos não podemos gozar, gozarão nossos filhos e descendentes; morreremos com a
consolação de ter deixado um bem sobre a terra, em virtude do qual será abençoada a nossa memória.
A authoridade publica tem rigorosa obrigação de providenciar não só para o presente como para o
futuro; tractar da geração actual e preparar trabalhos para a geração que hade vir.
Se D. Diniz, o Rei lavrador, cuja memoria será sempre abençoada, não tivesse pensado no futuro, não
existiria em Portugal o extenso pinhal de Leiria, donde tem sahido productos incalculaveis, e que dá lenha
gratuita para o consummo de todos os moradores dos arredores.
Desejamos sinceramente que se assente n'um plano e systema regular de trabalhos, de cuja incessante e
pertinaz execução resulte repovoarem-se as nossas serras.
Oxalá que o negocio não fique simplesmente em projecto, como por mau fado portuguez acontece a
todas as emprezas uteis.
Se alguma cousa se fizer, faz-s um serviço eminente ao Paiz, o maior talvez, que se lhe pode fazer.

[CORREIO DA MADEIRA, Nº. 32 , sabbado 8 de Setembro de 1849, p.1-2]


ISABELLA DE FRANÇA [1853-1854]

O Sol subia entre nuvens de ouro chamejante, que tornavam as ondas num mar de fogo e por graduações
tingiam todos os cômoros e promontórios de uma claridade ténue e amarelada, enquanto as partes ainda na
sombra tomavam a pouco e pouco matizes de púrpura, lilás, cinzento, amarelo, cor-de-rosa e branco. Esta gama
variada parecia reflectir-se nas pedras como a luz através de um prisma, dotando-as de suavidade e brilho
indiscritíveis; lentamente, enquanto o Sol avançava, os picos mais eminentes faziam-se doirados, e a luz amarela
dispersava-se devagar sobre as serras. Surgiam agora os pinhais verde-negros, os soutos, os canaviais verde-
claros. Ao mesmo tempo a claridade crescente revelava as fendas profundas dos barrancos espalhados por toda a
ilha. Uma a uma as quintas, brancas vivendas de campo, emergiam dos seus esconderijos vegetais, tal se
quisessem saudar o astro nascente. As vezes a névoa pardacenta ocultava parte dos milhares de montículos de
que a ilha se compõe, mas depois dissipava-se, deixando-os exibirem-se na beleza da serrania, precipício atrás de
precipício, espinhaço após espinhaço, ora coberta de florestas de castanheiros, loureiros, pinheiros e muitas
outras árvores, ora com ermos e áridos cumes que ultrapassam as nuvens.
Dentro da baía jaz a cidade do Funchal, de aspecto límpido vista do mar, com o seu casario alvo, jardins
verdes repletos de loendros, heliotrópios, novelos azuis, cafeeiros de flor branca, e milhares de outras espécies,
novas para um espectador inglês e de colorido tão brilhante que nem se pode descrever.
Eis-nos aqui, finalmente! Nunca esquecerei as sensações desse dia. Voltei à cama por umas horas e
depois levantei-me a fim de me vestir para o importante momento do desembarque no Funchal. Ia enfrentar
estranhos, gente que eu jamais vira na minha vida; ia entrar noutra família, representar novo papel. Nada
conhecia da língua, usos e preconceitos das pessoas a quem só desejava agradar. Estava ansiosa de ser bem
recebida, mas inteiramente ignorante de como devia apresentar-me numa terra em que tudo era novidade para
mim, tal como se casasse novamente. Devo dizer, no entanto, que o mesmo bondoso sorriso que me tornara feliz
desde 3 de Agosto de 1852 me fez arrostar com tudo isto, me dissuadiu dos receios e me colocou a salvo no meu
país de adopção, tão contente como quando deixara a pátria.
(...) Também me admirei de que algumas flores, que me habituara a ver criadas em estufa, com mil
cuidados, aparecessem aqui; em estado selvagem, à beira da estrada ou pendentes dos muros de pedra. Havia
gerânios, murtas, mimos, bálsamos, acácias, e roseiras bravas, dobradas, mais intensas na cor do que as rosas
silvestres de Inglaterra. A maior altura, surgiram madressilvas, e, depois de passarmos por enormes piteiras,
vimos grande número de açucenas cor-de-rosa e raiadas de branco. Também os jarros crescem livremente e com
abundância. Os tabaíbos crescem como erva. Por toda a parte, abaixo de certa altitude, espalham-se pelas rochas
e terrenos não ocupados; a planta é feia, mas dá uma flor de belo tom alaranjado, e o fruto apreciam-no bastante:
não deixa de lembrar a groselha. Até há pouco consentiam que se desenvolvessem onde a terra não prestava para
mais nada, porém agora começam a cultivá-los para a criação da cochinilha. No Monte, e na mesma altitude ou
próximo, em toda a ilha, há extensas plantações de castanheiros, cujo fruto, sendo abundante, constitui
importante artigo de subsistência dos aldeãos, além de que a madeira é valioso elemento da construção. No Norte
da Ilha enrolam a vinha nos castanheiros, o que dá bonito aspecto, porque trepa de ramo em ramo. Infelizmente a
doença atacou estas árvores e muitas delas morreram. No cimo dos montes plantaram uma infinidade de
pinheiros, a maior parte nas duas últimas décadas, mas as espécies indígenas, que cobriam a ilha toda quando foi
descoberta, são hoje escassas e limitam-se quase ao norte. Há variedades peculiares à Madeira, desconhecidas na
Europa, excepto nas colecções botânicas.
(...)
Atravessámos a parte oriental da cidade e começámos a subir por um caminho quase todo bem
pavimentado, embora áspero nalguns pontos, e aberto entre quintas e vinhedos. Se bem que muito íngreme, não o
é tanto como o do Monte, porque tem bocados menos declivosos do que o outro e alguns, até, chegam a ser
planos. Sempre que pudemos lobrigar entre os muros, depararam-se-nos vistas soberbas. Nalguns lugares
descobrem-se fundos de barrancos, em direcção ao mar, noutros abrange-se todo o vale do Funchal com a sua
preciosa moldura marítima e as montanhas e a cidade a meio. Conforme subíamos, os castanheiros principiavam
a substituir-se às vinhas. Passámos pelo Palheiro do Ferreiro, domínio esplêndido, construído e plantado pelo
defunto Conde de Carvalhal onde outrora existia uma encosta nua, excepto quanto a alguns castanheiros antigos.
Talvez em tempos idos tivesse aqui a sua forja algum ferreiro; agora é um extenso parque, cortado em todas as
direcções por estradas, entre alamedas viçosas e muitas espécies de árvores, em que se salientam os carvalhos,
desconhecidos nesta ilha até à sua introdução pelo falecido conde. A casa é pequena em comparação com o
parque, mas tem à frente jardins com muitas plantas curiosas e grandes tanques com cascatas artificiais, cuja
água vem dos montes mais altos em resultado de obras que custaram muito dinheiro. Tive pena de não poder
apreciar aquelas maravilhas, mas como está ausente o moço conde e andam a fazer ali reparações, não há ordem
de consentir visitas. Acima do Palheiro, o aspecto do campo muda inteiramente: a vinha desaparece por completo
e é substituída por pinhais e soutos; a terra é vermelha, com rochas cinzentas a surgir aqui e ali. Cobrem as
encostas-onde não medram árvores-ervas e musgo muito unido; e a giesta, numa profusão de flores douradas,
fere-nos a vista quando brilha o Sol. Agora a estrada desce; depois é chã por um pequeno percurso, e, ao cabo de
mais dois montes, curtos mas precipicosos, torna-se plana numa distância considerável. As encostas são
calcetadas, mas não os caminhos rasos, e poucos cavaleiros resistem à tentação de galopar sobre aquele solo
avermelhado. A aproximação da Camacha encontrámos grande quantidade de urze; nas bermas há silvados e
madressilvas, o que dá ao cenário um aspecto inglês: se não fossem esses troços pavimentados, a ilusão seria
completa. Depois de passarmos por algumas vivendas e duas belas quintas pertencentes a negociantes ingleses,
surgimos na Achada da Camacha. Achada significava um pedaço de terreno chão no sopé de um monte, e isto, se
não fosse a situação, teria toda a aparência de um baldio de Inglaterra. Umas jardas adiante desce uma azinhaga
estreita, que nos levou ao nosso destino.
Todo o arranjo da casa e jardim do nosso amigo é da sua autoria, e do gosto mais acabado; há vinte anos
atrás, este sítio apresentava apenas as paredes de uma vivenda abandonada(que alguém começara, sem nunca
terminar) e sòmente três árvores. Agora há esplêndidos carvalhos, pinheiros, castanheiros e todas as espécies
arbóreas, que ele mandou plantar. Custa a crer como uma coisa tão perfeita se fez em tão pouco tempo: mas
assim é a riqueza deste clima privilegiado. A chuva, frequente na Camacha, impediu que passeássemos a meio do
dia; no entanto houve intervalo suficiente entre os aguaceiros para dar uma volta pelo terreno elegantemente
tratado, de roda da habitação, e também para visitar uma quinta vizinha, cujo proprietário conseguiu obter água
para fins decorativos, fazendo represas da que corre da serra. Aí colocou uns barquinhos de meia jarda de
comprimento, e até me constou que ocupa um antigo marinheiro na sua conservação. Numa parte da propriedade
há uma azenha, e noutra uma cascata pequena; nesta há uns bonecos, com pesos nos pés, que se mantêm verticais
na água, e é engraçado vê-los, uns pretos outros brancos, a subir e a descer no tanque, debaixo da cascata. Esta
quinta foi construída muitos anos antes daquela a que viemos de visita e por isso as árvores são maiores. A
abundância de água e de sombra torna-a numa deliciosa residência estival. Passámos um dia agradabilíssimo na
casa do nosso tão hospitaleiro amigo, e voltámos à noite. bastante satisfeitos com a excursão.
(...)
Prosseguimos. Os gerânios, mimos, balsaminas e murtas continuavam floridos à nossa volta. Por fim
deixámos essas veredas sombreadas e emergimos numa extensão de terra erma, com meia dúzia de pinheiros.
Parte dela pertence ao meu marido, mas nada produz, embora outros proprietários tenham vastos pinhais nos
terrenos contíguos.
O caminho degenerava agora num simples trilho através da serra, e nós fomo-lo galgando até chegar à
Encumeada, donde se avista o mar de um lado e outro da Ilha. Saímos da rede e seguimos a pé ao longo da crista,
entre ervas, fetos e urze, admirando a braveza e majestade do panorama. Em volta de nós erguiam-se montes
sobre montes, sem nos tirar no entanto a vista do mar, que era, como disse, dos dois lados. Para o sul a parte
habitada do país terminava no baldio a que viéramos ter, ao passo que para o norte se descobria o vale da ribeira
da Janela, de imensa profundidade, com as encostas cobertas de árvores que formavam uma contínua massa de
folhagem, excepto nos pontos em que afloravam enormes rochas nuas. Na nascente desta ribeira ficam as
famosas quedas de água que nós íamos ver. Aqui há cabras montesas, vacas e cavalos, que vivem em liberdade
na serra, longe dos homens, em lugares que pareciam inatingíveis por qualquer animal desprovido de asas;
contudo, andavam cabriolando ou pastando sossegadamente, como se o terreno fosse perfeitamente plano. Estes
animais são propriedade de diversos donos, de quem ostentam a marca; quando é necessário, caçam-nos com
cães ou abatem-nos a tiro. Como não possuímos o dom de nos equilibrarmos no ar, vimo-nos forçados a reocupar
as redes e ir por outros desfiladeiros e sobre o tunel pelo qual deveríamos voltar. Ao alcançarmos as
proximidades do Paul da Serra, larga extensão de terra ondulada entre os picos das montanhas, desfrutámos o
panorama do vale do Rabaçal e vimos a grande distância a casa que nos serviria de hotel para repousarmos e
almoçarmos.
Começámos a descer para o Rabaçal, numa sucessão de ziguezagues a formar o que chamam caminho,
cortado entre uma floresta de loureiros e murtas e outras espécies sempre verdes, as quais crescem tão unidas que
tudo aquilo parece um emaranhado de folhas. A descida é o mais assustadora possível: a rocha em que foi
talhado o caminho é tão íngreme, tanto em cima como em baixo, e esse caminho tão estreito, que ao passar a rede
nas muitas voltas se diria que pende sobre o precipício, sem se ver uma nesga do chão: fica literalmente suspensa
no abismo! Surpreende notar com que domínio e firmeza os homens a conduzem por estas alturas vertiginosas. O
mais pequeno movimento em falso implicaria sem remédio a queda dos homens, da rede e do viajante pelas
rochas até à ribeira que fica lá em baixo a umas centenas de jardas. Chegámos por fim ao termo destas «voltas»
terríveis e atingimos a Levada; aí respirámos de alívio. O caminho tornou-se plano por cerca de milha, com a
rocha perpendicular sobre a nossa cabeça e outra quase perpendicular a nossos pés: esta última descia abrupta
para a ribeira, e aquela enfeitava-se de grande variedade de fetos, musgo e flores semiaquáticas, que nasciam das
fendas abertas pelas águas velozes e espumantes. De vez em quando aparecia musgo cor de laranja no meio de
outros de vários e belos matizes: escarlate, verde-claro, branco, e todos os tons de púrpura e cinzento. Os fetos
tinham também uma infinidade de feitios e coloridos; alguns enormes, outros tão pequenos que mal se lhes
distinguia a forma; uns de folhas sólidas, espessas, outros leves como plumas. E o verde brilhante de todas estas
plantas contrastava com os fios prateados da água que faiscava na superfície da rocha. Em baixo, à beira do
caminho, fluía a levada, que ora abandonávamos ora seguíamos.
Da outra banda da ribeira levantavam-se também penhascos majestosos cobertos de todo o género de
árvores, fetos e musgos. Quando nos aproximávamos da queda de água, vimos altearem-se flores por toda a
parte, em volta das quais pendiam festões de verdura exuberante. Várias fontes, que aumentavam de tamanho e
de esplendor com a queda, manavam entre as pedras, em pequeninas cataratas; aqui, estando o rochedo na
sombra, estes lindos caudais de prata reflectiam as cores do prisma e formavam grupos de arcos-íris minúsculos,
que cintilavam por um instante e se desvaneciam para dar lugar a outros, e sempre assim nas contínuas variações
de luz. Julguei que havia atingido a verdadeira queda de água, e perdia-me de admiração, mas prosseguimos
ainda e fomos dar a um sítio em que o caminho se alarga e compõe uma espécie de plataforma, resguardada por
um peitoril de pedra. Lá nos detivemos. Ergui a vista e tive uma sensação jamais igualada. Ali estava a
maravilhosa cascata em toda a sua grandeza, em todo o seu encanto!
Uma rocha altíssima, côncava, semicircular, profusamente envolta de folhagem delicada, de um verde
mais verde do que todo o resto; fetos e musgos e grinaldas suspensas; taças de musgo vermelho forte; plantas de
floração branca; fungos (ao que supus) de tom alaranjado; e sobre isto a primorosa tapeçaria das folhas, e mais de
uma centena de jactos de prata líquida, precipitando-se do cimo do rochedo e caindo sobre o leito da ribeira. A
rocha é tão alta que, vista de baixo, o seu extremo se recorta no azul do céu como se fizesse parte dele; a água
jorra sobre ela e sobre as plantas que aí crescem, espumando e gorgolhando na queda, enquanto a frescura do
lugar, o seu isolamento, o silêncio só quebrado pela cascata se combinam para dar a sensação de intenso espanto-
eu quase diria de pavor!
Entre o ponto em que estávamos e as fontes, passa a levada através de uma arcaria cortada na rocha e
por onde pode ir quem quiser, com a certeza de ficar molhado, pois da abóbada pinga constantemente. Para além
desses arcos a levada continua da outra banda do barranco, resguardada por um gradeamento de madeira. Um dos
paus desse anteparo já cedeu ao peso de um rapaz que se aventurou a aproximar-se muito; ele escapou de ser
devorado pelo abismo, agarrando-se ao resto da balaustrada, e morreu poucos anos depois, de febre amarela, nas
Indias Ocidentais. É claro que não desejei repetir essa perigosa experiência e senti-me satisfeita por ficar seca
deste lado da arcaria; meu marido é que foi por lá com um guarda-chuva, embora não achasse muito necessário
arriscar aquele avanço. Tomámos água dessas fontes que, já se sabe, era fresquíssima.
(...)
Pelos animais que vi na serra, posso dizer alguma coisa sobre a fauna da ilha. De quadrúpedes, não
existem mais nenhuns realmente selvagens além de coelhos e ratos; fala-se de gatos bravos, mas suponho que
descendem dos domésticos que foram abandonados no mato. Os cavalos, vacas, ovelhas, cabras e porcos, que
andam por lá livremente, têm todos dono, como já observei. Os cavalos criados na ilha, quer nas montanhas quer
em estrebarias, são na sua maioria pequenos e, em geral, fracos especímenes, embora alguns sejam bonitos e
úteis; não maiores do que os Shetlands, mas com toda a simetria de um puro-sangue, muito fortes, de pernas
rijas, e mansos. Muitos dos cavalos do Funchal vieram do estrangeiro. Há poucas mulas e burros: quase sempre
insignificantes e utilizados sòmente para transporte de carga; não existem mais do que dois ou três exemplares de
cada espécie capazes de serem montados.
As vacas e bois são bonitos, pouco maiores do que os burros, todos da mesma cor, amarelo claro
arruivado, variando, mas de leve, no tom. Meigos, inteligentes, quase todos criados em telheiros e alimentados à
mão, e pacíficos como parecem; mas os que andam à solta pelos montes são bastante ariscos; únicos animais de
tiro na ilha, porque os cavalos se usam para sela, excepto quando algum cavalheiro estouvado -estrangeiro, em
regra decide exibir um cabriolé ou faetonte, na Estrada Nova, ou cá e lá nas poucas ruas planas, com todos os
garotos da cidade a gritarem atrás. Já mencionei os trenós do Funchal, e as carroças, ambos puxados por bois ou
vacas, que trazem feiteira das serras. Também puxam o arado, onde o terreno for suficientemente chão para o
consentir. Para leite, têm aqui algumas vacas exóticas.
As ovelhas parecem-me pequeníssimas, de cauda comprida e muitas delas malhadas. A lã é grosseira e a
carne escura e rija. As que se guardam em barracões apresentam melhor aspecto, sendo às vezes cruzadas com
raças estrangeiras. É hábito no Funchal pôr uma ovelha num estábulo, onde pode engordar com os desperdícios
da comida dos cavalos. São sempre bons amigos e podem ver-se comendo ao mesmo tempo, um e outro com o
focinho na manjedoira, a ovelha de pé nas patas traseiras. Se a deixarem, seguirá o cavalo para toda a parte. As
cabras não são grandes, mas existem em larga escala; embora o povo prefira o leite de vaca, o daquelas não deixa
de ser bastante utilizado. Os vilões têm o mau sestro de as ordenhar à beira do caminho, onde se embaraçam nas
pernas dos cavalos, com risco de serem precipitadas. A pele de cabra usava-se no tempo do vinho para o
transportar até às pipas, frequentemente a algumas milhas de distância, quando a estas não era fácil trazê-las ao
local da vindima. A pele é voltada do avesso, cortam-lhe a cabeça e os pés, e as aberturas assim formadas ligam-
nas com cordel. Ao distender-se, dá a impressão de estranho animal acéfalo. E que espectáculo singular o de uma
fila de homens a descer pelos montes, com essas peles cheias aos ombros !
Nem todos os cavalos serão capazes de conduzir um borracho, ou pele de cabra. Não é raro os
camponeses venderem aos ignorantes carne de cabra por carneiro, mostrando um tufo de lã para o provar, o que
conseguem com o exame da amostra. Os cabritinhos são bom acepipe e não se distinguem dos borregos do
mesmo tamanho.
Os porcos são feios, pernaltas, quase sempre pretos. Parece que fazem muito dano nos montes,
escavando as raízes das feteiras e às vezes destruindo as levadas; por isso a Câmara proibiu que os soltassem,
mas como a postura não tem sido cumprida-senão pouco tempo após a sua publicação-ei-los que continuam a
infestar a serra. Deles se faz excelente carne salgada.
Já me referi algures aos horríveis cães dos camponeses. São atravessados, mas de nenhuma raça boa,
pequenos e quase todos amarelos ou malhados. Constituem um flagelo nas estradas, correndo da porta das
vivendas para ladrar e morder as pernas dos cavalos e os transeuntes decentemente vestidos, ou ao longo dos
muros para ladrar também aos ouvidos dos que passam. Há ainda cães temíveis no Funchal, de raça egípcia,
segundo se diz: não têm pêlo e a pele é de uma feia cor avermelhada, muito franzida, com a aparência de terem
sido escaldados. Existem também cães bonitos, estrangeiros, em especial uns animais grandes, amarelos, a que
chamam Sabujos Cubanos. Um destes, pertencente ao cônsul, afeiçoou-se a mim e costumava vir ter comigo aos
pulos, estendendo-me a cabeça enorme para que a afagasse, sempre que me encontrava.
Os gatos são iguais aos de toda a parte, excepto em terem muitos deles as orelhas e o rabo cortado; mas
o costume não está tão generalizado como parece. Há uma raça de gatos de Lisboa, todos de cor de ardósia, sem
quaisquer malhas.
De aves existem muitas espécies, variando levemente das congéneres da Europa. Temos a águia
pequena chamada manta, ave poderosíssima, capaz de arrebatar um cordeiro ou um cabrito. Quando adulta mede
cerca de três pés de envergadura; a cor é castanho-escura, mas nunca vi nenhuma de perto, para a descrever
melhor. Vive em geral entre os picos altos e raras vezes aparece nos lugares habitados.
Abunda em toda a Ilha um género de falcões pequenos, a que chamam francelhos, muito bonitos mas
daninhos para as aves domésticas.
Embora pouco numerosos, encontram-se mochos nas montanhas.
Há perdizes em pequena quantidade, e, em abundância, codornizes. Em número razoável existem
pombos e pombos torcazes.
As vezes caçam-se galinholas e narcejas, que são migradoras e só arribam quando o tempo está muito
mau na Europa.
Da costa de África chegam por vezes aves bastante curiosas, que todavia não fazem criação. Em grandes
bandos tem-se visto pombos bravos e, de tempos a tempos, um grou, com outras aves menos conhecidas. O
melro prolifera, porém o tordo rareia.
Abundam os tentilhões e muitos pássaros mais bonitos do que na Inglaterra; são maiores, e a plumagem
da fêmea tem as mesmas cores da do macho, só com a diferença de serem menos vistosas. Os pardais são belos,
quase do tamanho de tentilhões, e voam em grandes bandos. Os pintassilgos também andam em bandos. Os
piscos frequentam as árvores, onde se empoleiram, e há canários bravos, que lembram verdelhões.
A toutinegra é vulgar, mas não em excesso. Tenho visto o seu canto descrito como algo de sublime, nos
relatos da ilha feitos por londrinos que não perceberam tratar-se de um pássaro frequente na Inglaterra.
Como noutra parte qualquer, vimos aqui andorinhas e gaivões, durante o Verão.
As alvéloas, a que chamam cá lavadeiras, são abundantes e de mais de uma espécie. Há duas ou três
espécies de gaivotas. A plumagem é mais escura do que as do canal da Mancha.
Quanto às aves domésticas, temos as mesmas que em Inglaterra. Os perus, que existem em profusão, são
grandes, e a freguesia da Camacha é afamada na sua criação. No Palheiro do Ferreiro, em tempo do defunto
Conde de Carvalhal, enxameavam pavões e pintadas; agora quase não se vêem em parte alguma. As pombas não
são muito abundantes. Escasseiam os gansos, ao contrário dos patos. Existem imensas galinhas, toda a gente as
tem, o que explica a porção de ovos em todas as mesas, a cada refeição, e de qualquer maneira por que possam
ser comidos. A casta corrente das galinhas é de pequeno porte, de cor preta e paladar não muito agradável; porém
as de Xangai estão a substituí-las ràpidamente. Uma vez tivemos ao jantar uma galinha assada com sabor tão
pronunciado a peixe que a recambiámos logo. Investigando o caso, apurámos que ela viera de Câmara de Lobos,
onde as alimentam com os sobejos da praça. O povo tem um modo singular de impedir que as aves se extraviem:
atam-lhes a perna a um sapato velho, que elas arrastam atrás de si. Não é este o único uso que dão aos sapatos
velhos, porque com eles também batem nas crianças. Também vi uma galinha amarrada a um ferro de engomar e
muitas vezes a um taco metido no chão. Nalguns lugares põem às galinhas uma espécie de calçado, para evitar
que esgaravatem.
De insectos não há muita variedade. Vêem-se borboletas, sem nada de notável; contudo as traças são
mais numerosas, e aparecem sempre que se põe de parte um vestido de lã, durante um mês ou dois.
Escaravelhos poucos há, e muito pequenos, no campo; mas infestam as casas os de uma espécie preta,
assim como os que os rapazes designam por Cavalos do Carro do Diabo, e baratas enormes, de três e quatro
polegadas de comprimento. Há também centopeias, de cerca de polegada e meia: feias, mas inofensivas.
Criam abelhas no campo. As colmeias fazem-nas de um tronco de árvore escavado em forma cilíndrica,
com um bocado de tábua ao alto. O mel é muito forte e desagradável. São numerosas e incómodas as vespas.
Quanto a formigas, um verdadeiro flagelo. Nada lhes escapa, a não ser rodeando de água. Outra praga constitui-a
as moscas; temos de ornamentar -ou desfigurar - todos os quartos com estranhas engenhocas de papel cortado de
vários feitios e pendurado, para as atrair, afastando-as das pessoas; mas mesmo assim continuam a importunar.
Com frequência me incomodam passeando sobre as lentes dos óculos, quando estou a escrever ou a ler. Os
cavalos e bois ficam muitas vezes cobertos delas e sofrem bastante com o seu ferrão. Na serra há uma espécie de
mosca parecida com a dos bosques ingleses, a qual pica os cavalos e quase os enlouquece.
Os mosquitos são poucos, mas consta-me que estão a tornar-se mais numerosos no Funchal desde que se
cultivam os quintais das casas. Há muitas aranhas e de várias formas; algumas enormes e lindamente marcadas.
Considera-se venenosa só certa espécie, mas como isto não está provado, o povo receia todas elas. Dizem que a
tarantula existe cá e que os vilões afirmam que ela escreve o seu nome na teia! Talvez o acreditem, porque
nenhum deles sabe ler. Acrescentam ainda que as aranhas cantam de noite, embora o ruído em questão me pareça
provir dos grilos. Também têm uma crença curiosa acerca de certa pedra, que julgam extrair o veneno da
mordedura de aranha; não existem mais do que duas ou três dessas pedras, pelo que são cotadas como tesouros
inestimáveis.
Em todos os campos abundam gafanhotos e grilos. A noite o chilro é incessante, e combinado com o
coaxar das rãs produz um género de música mais barulhento do que agradável. Quando sopra o leste (de que já
falei), aparecem os gafanhotos (de África); são, na forma, mais ou menos semelhantes aos outros, porém
maiores, de uma polegada e meia a duas de comprimento e da espessura de um dedo meiminho de tamanho
médio. Têm pernas muito compridas, contudo não aparentam tanta desproporção como os primeiros. Variam na
cor-rosados, azuis, verdes amarelos ou castanhos. O corpo é quase transparente. Há poucos caracóis, e sem nada
de especial.
Répteis não existiam na ilha, exceptuando lagartixas, até que o defunto Conde de Carvalhal, quando
ainda novo, mandou buscar algumas rãs e as soltou; multiplicaram-se tanto que são aos milhares onde quer que
se encontre uma gota de água.
As lagartixas são muito bonitas; destroem grande quantidade de fruta, mas por outro lado permanecem
inofensivas. O ninho fazem-no entre as pedras dos muros, em cuja parte mais soalheira as podemos ver
aquecendo-se ao sol ou correndo em volta com grande actividade; quase sempre se lhes descobre a cabeça e os
olhos brilhantes, a espreitar dos buracos. Variam em tamanho, de três a seis polegadas de comprimento. A cor é
azeitonada e cobrem-na muitas escamas minúsculas; olhos verdes e dourados, como os das rãs, e patinhas que
semelham mãos. A cauda é extremamente frágil: parte-se ao mais leve toque, porém torna a crescer, e muitas
vezes, quando foi ferida, renasce dupla, se não tripla.
Dos peixes não posso dizer muito, porque não sei os nomes de várias espécies inteiramente novas para
mim. Há poucos iguais aos que temos em Inglaterra: só vi tainhas e salmonetes; um gádidas, aqui bastante
apreciado sob o nome português de pescada, que muita gente teria em Inglaterra vergonha de comer; a cavala,
pequena, considerada nociva; a raia, único peixe chato pescado aqui; e o congro. Dos não conhecidos nos nossos
mares, há diversas espécies e algumas excelentes. O atum é feio e escuro, de cerca de seis pés de comprido, carne
avermelhada e grossa. É um espectáculo dos mais ridículos ver o campónio regressar a casa com a cabeça do
atum na extremidade do bordão. A pesca do atum não corre sem perigo, pois já se tem visto puxar um homem
pela borda fora.
O cherne é um belo peixe do tamanho de um bacalhau grande e de sabor delicado. A abrótea lembra, no
gosto, a faneca, e é mais volumosa do que o bacalhau pequeno.
O pargo é outro peixe muito estimado, de perto de dezoito a vinte polegadas de comprimento.
Há um peixe muito bonito chamado garoupa, em cima vermelho púrpura, por baixo branco, aos lados
amarelo, com círculos pretos laterais, como as vigias de um navio.
Outro, cujo nome não averiguei, é de um cor-de-rosa forte no lombo, desmaiando depois para branco.
Esqueci-me de muitos dos que vi e outros haverá que não cheguei a ver.
Certo peixinho designado por chicharro, parecidíssimo com o nosso arenque, pesca-se em grande
quantidade, assim como um asqueroso a que chamam gaiado, semelhante ao atum, mas não maior do que uma
cavala grande. Estas duas espécies são raramente comidas por pessoas que não sejam pobres.
Há um ser de aspecto extraordinário, o peixe-espada, mais ou menos como um congro achatado ou uma
serpente de lata feita para um catavento. Dizem que é bom de comer.
Existem algumas enguias de água doce, mas em lugares tão imundos que ninguém as aproveita.
Quanto a mariscos encontram-se vários. As lagostas são pequenas, e do género chamado da rocha, sem
garras. São copiosos os caranguejos, mas pequeninos. Há uma espécie, denominada cracas: lembram um molho
de avelãs; apreciam-nas deveras. Vemos também lapas e caramujos. Dos que não são comestíveis, poucos há, se
alguns, não falando do ouriço, que abunda nas rochas de oeste.
(...)
Em poucos minutos alcançámos o ponto em que nos devíamos desviar para ir, por uma vereda estreita,
ao pinhal do nosso destino. Essa vereda segue pelo cimo de um espinhaço, com precipicios de cada lado; a
chuva tem-na corroído em muitos lugares e do solo saem grandes pedregulhos, com giestas infezadas aqui e ali, a
crescer entre eles. Pois sobre essas pedras é que era necessário passar! O feitor não o da Calheta, mas o que mora
no Monte havia ido connosco, à frente, de bordão ferrado, e esperava que o seguisse. O José vinha atrás, para me
segurar se eu escorregasse. Nessa altura vertiginosa, com o calor do sol abrasante, e um despenhadeiro
perpendicular a cada banda, perdi toda a faculdade de me conservar erecta e, vendo que não podia avançar nem
recuar, pus as mãos e os joelhos no chão e rastejei pelas rochas, às vezes agarrando-me a um ramo de giesta
salvadora, outras guiada pela mão do feitor, quando tinha a sorte de lhe tocar; de vez em quando olhava para trás
-quando me atrevia - para ver onde estava o José e como é que ele se comportava. Por fim transpusemos esta
perigosa passagem e chegámos ao pinhal, plantado num precipício que desce para a ribeira de João Gomes. Era
difícil manter-me de pé, porque as árvores estão em terreno inclinadíssimo, e só agarrando-me ora a uma ora a
outra consegui atravessar entre elas. Meu marido arranjou-me uma pinha, para trazer como troféu, e eu apanhei
também rama espalhada dos pinheiros, que em português se chama «França». O chão está tão coberto desta
folhagem que se tornava escorregadio, concorrendo para a escabrosidade do local. Não era possível evitar-se uma
queda.
Esta plantação de pinheiros ocupa grande extensão. Mas de que serve possui-la, a três mil pés acima do
nível do mar, sem melhor caminho do que esse que descrevi? As árvores são abatidas e cortadas sem dó pelos
vilões que residem perto e que podem manter-se e andar onde outros pés humanos o não conseguem. Saqueiam-
nas sem remorsos. Belas árvores em meio crescimento são escandalosamente cortadas para lenha, enquanto as
enfezadas ou inferiores, que seria vantajoso remover, se conservam intactas; e embora haja milhares delas, todas
crescem apenas para que as roubem, quando lhes chegar a vez. Encontram-se com frequência, naquelas
imediações, homens e mulheres com carregamentos de troncos de pinho à cabeça; vêm vendê-los ao Funchal, e
nós sabemos muito bem que há toda a probabilidade de serem as nossas árvores que eles conduzem ao mercado.
(...)

[Isabella de França, Jornal de uma Visita à Madeira e a Portugal 1853-1854, Funchal, 1970, pp: 48-49, 63, 76-
77, 104-107, 111-118, 138-139]

MANUEL BRÁS SEQUEIRA, 1913

RAZÃO DO MEU ARGUMENTO

Ahi por dias do mez de Julho, ou principios de Agosto do corrente anno, rebentou um grande incendio
nas serras d'esta ilha, e isto pelos lados do Norte Oeste e parte do Sul.
Tàl incendio, como é natural, horrorisou a todos quantos d'elle tiveram conhecimento, e, em todos os
periodicos d'esta nossa terra, sahiram importantes artigos nos quaes se apresentavam razões e alvitres acceitaveis,
pedindo ao mesmo tempo providencias as auctoridades constituidas contra os auctores da destruição.
Com o titulo Vandalismo e pela uncção com que vinha escripto, saboreei um artigo que vinha no Brado
d'Oeste» folha bisemanal que se publica na Ponta do Sol, da qual é proprietario e director, o snr. Clemente de
Freitas da Silva, secretario d'administraçao d'aquelle concelho.
Com a devida venia, ouso transcrevel-o aqui, asim de que se possa avaliar o estimulo que em mim
produziu tal doutrina.
E, considerando que, em todos os mezes do Estio, mais ou menos, ha sempre incendios nas serras d'esta
ilha , e isto ha já muitos annos, sem que se possa castigar seueramente os auctores de tão condemnaveis proesas,
- resolvi me escrever n'aquele periodico uma série d'artigos, que ao deante transcreverei, após o que o digno
Director do «Brado d'Oeste», inseriu no seu jornal e que abre este meu modesto mas patriotico opusculo.
Funchal, 26 de Dezembro de 1910.

.
VANDALISMO
..
«E' na realidade selvatico o vandalismo que se está commettendo nas Serras d'esta ilha!
Quem outr'ora conheceu os arvoredos da nossa formosissima perola do oceano e agora a percorre
vendo-a quasi nua, a não ser com um ou outro rernendo para lhe occultar a medonha e negra ossada, levado por
um impulso de indignação, não podera deixar de exclamar:
Pobre e triste ilha ! ! tu que com tanto orgulho e altivez causavas a admiração a todos quántos visitavam
as tuas mattas virgens e seculares, e, com tanta affabilidade, convidavas os forasteiros, maravilhados, a
permanecerem durante dias sob os copados arvoredos que te serviam de guarda-sol, tu que no meio de tanto
assombro mereceste um chefe e varios guardas para te deffenderem de inimigos figadaes-os carvoeiros-o que
fizeste para tão vil e traiçoeiramente te despojarern, lançando fogo as tuas queridas e ricas vestes?
Acaso mereces o rancor da vibora lendaria que acalentada no seio humano devorou as entranhas
d'aquelle que lhe restituiu a vida?!
Assim parece, mas não deve ser. Onde estão pois os teus admiradores, amigos e estremos deffensores'?
Estarão entregues ã vida airada e andarão a cantar o fado?! Não! Estão, na verdade, no seu posto, mas
inertes e impotentes.
Ora isto não póde nem deve continuar. Ha semanas que anda fogo, posto propositadamente, segundo
dizem, para devastar as unicas reliquias de arvoredo, nas Serras dos Concelhos da Calheta, Porto do Moniz e S.
Vicente, sem haver uma alma caridosa que concorra para a sua extincção.
Este fogo foi lançado pela mão damninha do pastor.
E' elle que querendo apoderar-se das Serras para pastorear livremente o seu gado, devasta tudo quanto é
util e aproveitavel, e tudo sacrifica a beneficio do seu rebanho, tornando-se, por isso, um incendiario temivel e
perigoso.
Um homem d'estes não deve de existir no meio da sociedade. Fóra, portanto. com os algozes das nossas
florestas !
Já que sobre o pastor recahe toda a suspeita e sobre elle pesam as mais graves accusações, pedimos ao
digno Regente Silvicola que volvendo, para esta repugnante e mesquinha selvageria, os seus olhos e attenção, se
digne dar ordens rigorosas a todos os seus subordinados, afim de que estes, vigiando cautelosamente os
incendiarios das florestas, lhes possam applicar com todo o rigor, dôa a quem doer e chegue a quem chegar, as
penas da lei.
Providencias !»
Tal foi o assumpto que me fez sugerir ao espírito os artigos que seguem, dirigidos e publicados no
citado jornal sob o titulo As nossas serras.
Eil-os, pois:
Presando-me de ser um dos seus numerosos assignantes, permitta-me a honra de que, com a minha
obscura penna e fraca intelligencia, possa incorporar me no numero dos seus collaboradores, confessandome
desde já o mais humilde de todos.
Li com attenção o artigo que V … fez publicar no seu periodico sob o número 134, de sabbado 10 do
corrente, com o titulo «Vandalismo».
Tal artigo deve, a meu vêr, merecer a attenção do digno chefe d'este Districto, o Exmo Sr. Conselheiro
José Ribeiro da Cunha e não menos a do sr. Regente Silvicola.
A doutrina que V.. expandiu é tão acceitavel, que a importante folha d'esta cidade Diário de Noticias, já
se manifestou no mesmo sentido.
Eu, como filho amante d'esta nossa querida ilha da Madeira, dentro das fracas forças que posso dispôr, e
baseado na pratica de muitos annos, ouso levantar a minha voz publicamente a favor do torrão que nos viu
nascer, apresentando urnas considerações relativas aos terrenos incultos, isto é, das nossas serras.
No seu artigo a que me refiro, queixa-se V... dos pastores e carvoeiros, e, realmente, creio sem
preambulo algum. que a maior parte dos incendios que desde muitissimos annos teem destruido as grandes e
pequenas mattas, partern de taes negociantes.
E' porque? Porque os primeiros não encontram herva debaixo dos arvoredos para os seus animaes e os
segundos, quanto maior numero de tocos ou madeira acharem fácil de arrancar, melhor arranjam o carvão e, este
feito, cuidarão mais d'elle do que de extinguirem toda e qualquer faisca que facilmente possa ficar escondida,
sem que o carvoeiro dê por isso; - podendo acontecer, que antes d'este chegar a sua casa, haja incendio no local
onde foi feito o carvão, multiplicando-se com o vento pelas já definhadas mattas das nossas serras.
Como acabar com estes males?
Facilmente, se as entidades a que me referi, e as diversas camaras municipaes do Districto, se unirem
para acabarem com o tão rude abuso, isto é, de crearse gado à solta e fabricar-se o carvão nas serras d'esta ilha.
Um decreto que baixasse dos Poderes Constituidos, prohibindo aquelles abusos, traria não pequena
felicidade aos povos d'esta ilha, algum tanto aos presentes, mas muitissimo mais aos futuros.
Eu o provarei d'um modo claro e positivo desde o momento que o Governo Central se amercie de nós,
protegendo a pobre ilha a que tenho a felicidade de pertencer.
Felicidade! sim, mas unicamente pelo abençoado clima!
Sr. Redactor:
Ha uma sentença tão antiga como popular que diz assim: «tudo o que não ha, escusa-se». E' certo,
porém, que cousas ha que não se podem escusar-mas desde o momento que não hajam, indiscutivelmente, temos
de prescindir d'ellas, o que equivale a dizer, não podemos ir contra os impossiveis.
Acabe-se com o gado á solta na serra, prohiba-se fazer carvão e a venda d'elle; o povo em geral não
viverá ?
Provarei que viverá com maior abundancia em toda a extensão da palavra.
Funchal, 14 de setembro de 1910.

E' sem contestação um grande negocio, por isso que os primeiros não adeantam capital nem trabalho
para sustentarem o seu gado, e os segundos apenas pelo seu trabalho teem certo o dinheiro a que aspiram.
Sr. Redactor: Não desconhece V... que todos os periodicos d'esta cidade se rnanifestam indignados
contra o vandalismo de devastação nas nossas serras, chegando alguns a dizerem que as nossas montanhas se
acham semilhantes aos escalvados da Guine!
E' um facto. E, se as entidades a que me referi no supra citado numero, isto é, Sua Ex.a o sr. Conselheiro
José.Ribeiro da Cunha, actual e digno Governador Civil d'este Districto, o sr. Regente Florestal e as diversas
Camaras Municipaes do Districto não representarem quanto antes ao Governo de S. Magestade para que seja
votada uma lei prohibindo a liberdade de crear-se gado ã solta e fabricar-se o carvão nas nossas serras,- não serão
precisos muitos annos para que desapareçam os restos das mattas que ainda existem, e então teremos todas as
nossas serras não só como os escalvados da Guiné, mas como as rochas da Ponta de S. Lourenço.
E' fora de duvida que a imprensa local reclama providencias, assim como todos os habitantes d'esta
ilha,--excepto os pastores e carvoeiros.
Estes e aquelles, sem duvida alguma, vão gritar agarrando-se a alguns politicos para que não seja votada
uma tal medida para o bem geral d'esta ilha.
Creio que haverá politicos e mesmo auctoridades sem escrupulo que se unirão áquelles, e isto porque
desgraçadamente a politica na nossa terra, pende mais para o mal do que para o bem d'ella.
Creio ser um facto.
Não tenho a vaidade de que os meus alvitres sejam respeitados por ninguem,--sendo certo que muito
estimaria que qualquer assignando o seu nome, em fórma de critica ou discussão, os refutasse no todo ou em
parte, -mas por uma forma leal e cavalheirosa a bem da nossa ilha.
Passo portanto a demonstrar o que digo: Ninguem desconhece que os arvoredos concorrem para
proteger as fontes e as aguas que correm no leito das ribeiras, ribeiros e levadas,-combatem os vendavaes,
purificam o ar, trazendo-nos além d'essas vantagens as ilhas madeiras de til, vinhatico e outras, a lenha, a qual
cortada no devido tempo e com regra, abundará em todas as freguezias d'esta ilha.
Ninguem desconhece que em diversos e adequados logares das nossas serras se pódem fazer culturas de
trigo e centeio e muitissimo mais de arvores de fructo de todas as qualidades, as quaes produziriam fructa em
abundancia que chegaria para o consumo local e ainda para exportar.
Ninguem desconhece que no centro da serra ou montanha, existe uma parochia, a qual é a do Curral das
Freiras, onde abunda a vinha e todas as plantas talvez não a canna dôce) de que se cultiva. toda a ilha.
Ninguem desconhece que na freguezia do Seixal, um montado chamado «Montado dos Pecegueiros»,
existem as mais saborosas fructas.
Ninguém desconhece que se fosse prohibido andar o gado á solta e fazer-se o carvão, as nossas serras
produziam herva em grandissima abundancia para todos aquelles que tratam de gado, a irem buscar para o
sustento d'elle.
Ninguem desconhece que tudo o que apontado fica, posto em pratica, redundará em abundancia para a
agricultura, commercio e industria, principaes fontes da riqueza publica, e ainda para ir reparando as grandes
devastações do fogo, até aqui.
Alguem dirá:
Mas, se effectivamente fosse prohibido crear-se gado na serra, não haveria abundancia de carne e pelles
para o consumo publico,--assim como, em que iam empregar-se os homens habituados a fabricarem o carvão ? !
E' o que pretendo esclarecer..
Prohibido que seja andar o gado á solta e fabricarse o carvão nas nossas Serras, não faltarão a carne e as
pelles para o consumo publico, nem os homens que fabricam o carvão ficarão sem trabalho.
Na primeira hypothese, é fóra de duvida que se creará muilo mais gado nos curraes e em pastos, sendo
n'este caso vigia :lo por pastores, os quaes irão de manhã com elle, voltando á tarde para os numerosissimos
curraes que serão feitos, para o guardar em adequados pontos das respectivas freguezias.
Como já disse no alludido artigo sob o numero 141, havera herva em abundancia para, tanto verde como
sêcca, irem buscar afim de cada um sustentar o seu gado.
Por esta fórrma creio que não haverá dificuldade em crear-se em toda a ilha aproximadamente o dobro
do gado que actualmente se esta creando nos curraes, parecendo-me evidente, que nunca faltará a carne para o
consumo publico.
E com respeito as pelles para o calçado,-se se achar que ha falta d'ellas, sem perda de tempo, pelo
governo civil e camaras municipaes será representado ao governo central para que seja reduzido o imposto sobre
as pelles importadas, afigurando-se-me que o Governo attenderá imediatamente a tão justa representação em
vista de escassear aquelle artigo para o calçado.
Parece-me que isto não admittirá contestação, e, até este ponto. poderá ser previsto na lei que fosse
votada.
Aos carvoeiros não faltará trabalho para ganharem dinheiro, porque, ja ern plantações de arvores de
fructo, taes como castanheiros, ameixieiras etc. etc., e ainda para o cultivo do trigo, centeio, e outros cereaes e
pinhaes,--serão applicados pelos proprietarios das nossas Serras, que serão obrigados por lei, a arborisar os seus
terrenos, devendo ainda notar-se que aquelles homen tambem terão trabalho em propriedades ou bemfeitorias
suas.
Sobre este ponto não ha questão porque desde o momento em que dos poderes constituidos baixasse tal
lei, o trabalho augmentaria consideravelmente em toda a ilha.

Sr. Redactor:
Desde já confesso publica e solemnemente, que nutro fundadas esperanças pelo Governo da Republica
Portugueza, por isso que, sendo o seu principal ideal o engrandecimento da Patria, a nossa ilha que faz parte da
Republica é, portanto, bem digna de ser em tudo attendida pelo seu Governo, e não ha-de a este passar
despercebida sobre todos os pontos de vista do seu engrandecimento.
Tambem com a maxima franqueza, peço licenca ao illustre cidadão o sr. dr. Manuel Augusto Martins,
actual e digno Governador Civil d'este Districto, para publicamente declarar que, tanto eu, como muitissimos ou
melhor talvez, todos os seus conterraneos, teem plena confiança em S. Ex.ª de que, não se poupará em impetrar
do Governo Central tudo quanto fôr justo e bom não só para a arborisacão das nossas serras, mas ainda para o
engrandecimento da agricultura, commercio e industria d'este archipelago.
No momento actual em que todas as forcas da Republica Portugueza se concentram para a boa
administração e engrandecimento da nossa querida e muito amada Patria, e isto em todos os pontos do paiz, é
necessario, justo e urgente, que nós madeirenses, nos unâmos com a maxima fraternidade para, pelas vias
competentes, levarmos ao governo Provisorio da Republica urna representação afim de que seja votada uma lei
para arborisação, prohibição de andar o gado á solta e fabricar-se o carvão nas nossas Serras.
Unir-nos todos!? E' sem duvida exagerada esta phrase !
Não são precisos todos os madeirenses assignarem uma tal representação. O que porém é preciso, é que
a imprensa d'esta terra, assim como, quando no verão os incendiarios pretenderam por meio do fogo destruir o
resto das mattas da nossa ilha, se levantou em coro unisono a pedir providencias e castigo para os vandalos,
comece desde já uma intensa propaganda a favor da arborisação obrigatoria clas nossas serras.
O que é preciso e indispensavel, é que as camaras municipaes dos concelhos se reunam, afirn de
estudarem qualquer cousa sobre este importante assumpto e dos seus estudos, fazerem um relatorio afim de que
seja apresentado ao digno chefe d'este districto.
As diversas opiniões das camaras uma vez no governo civil, e sob a presidencia do seu illustre e digno
chefe, o sr. dr. Manuel Augusto Martins, deverão ser discutidas por um conselho de homens imparciaes e de
reconhecido zelo material a bem da nossa ilha. Discutido tão importante assumpto, aproveitar-se-ha o que fôr
melhor e então se deverá fazer a representação ao governo central, sendo assignado pelas camaras é referendada
pelo chefe superior do districto, afim d'esta auctoridade a enviar ao seu destino para os devidos efeitos.
Nos numeros 136, 141 e 144 deste periodico, tenho apresentado algumas razões demonstrando que será
uma medida de grande alcance para a agricultura, commercio e industria d'este archipelago, se for votada a lei a
que eu, como todo, ou a maior parte do povo madeirense, tanto aspiram
Concidadãos: As nossas Serras não são as regiões incultas da nossa provincia de Moçambique onde se
possa crear gado á solta !
As nossas Serras, são proprias para tudo quanto tenho demonstrado nos numeros d'este periodico a que
acima me refiro.
Inergica e patrioticamente unidas as entidades que menciono, não prescindindo do cidadão regente
florestal, e se os guardas campestres cumprirem rigorosamente o seu dever, não será preciso duas dezenas
d'annos para que floresçam as nossas Serras não só com as actuaes arvores e arbustos que rapidamente
cresceriam mas ainda com os nossos arvoredos.
Haveriamos de presenciar e gosar esse panorama tão lindo para encanto e proveito de nacionaes e
estrangeiros, o qual será o de arvores de toda a qualidade com os seus luxuriantes ramos com fructos.
A feiteira, a giesta cresceriam e, tudo bem organisado, constituiria um grande augmento de riquesa já
em aguas como em tudo quanto tenho mencionado.
Serras, sendo certo que sobre este ponto se tem trilhado uma vida sedentaria.
Como porém, as cousas recentemente mudaram, eu e muitissimos dos meus conterraneos, contamos que
o governo da Republica Portugueza fará repôr as cousas no seu antigo logar, para o que as auctoridades
constituidas n'este Districto não se descuidarão, se briosa e patrioticamente attender ao que fica exposto e ainda
exporei.
Os incendiarios das nossas serras, creio que não serão sómente o pastor e o carvoeiro.
Terão havido ainda outros dos quaes vou occupar me e, para o poder dizer, citarei factos a meu vêr
irrefutaveis.
Toda a gente sabe que ha o estilo em todas ou em quasi todas as freguezias d'esta ilha, de os
proprietarios fazerem queimadas nas Serras ou em montados, e n'estes, a distancia de poucos kilometros da
povoação.
Tal uso é permittido, por isso que, as queimadas são sempre dentro das propriedades de cada individuo,
e com o fim manifesto de n'ellas se fazerem sementeiras de trigo, centeio, cevada e legumes, o que realmente
produz em grande abundancia, vindo abastecer, não só os promotores de taes trabalhos, mas ainda o mercado.
Até aqui está muito bem, porque junto com as sementes de pínheiros e de giesta, que nascendo, fica o
terreno em` poucos annos arborisado para dar novo proveito; sendo certo que se se faz a queimada n'um anno
num terreno, passam os proprietarios para outros Sitíos a fazer novas culturas e isto, é claro, para os que possuem
diversas porções de terra proprias para tal fim.
E' fóra de toda a duvida que todo o proprietario tem o direito de fazer no que lhe pertence tudo quanto
quizer comtanto que não prejudique os visinhos, nem offenda as leis constituidas.
Eis aqui o ponto da questão de que me estou occupando.
A meu vêr, a todo o proprietario ou áquelle que quizesse fazer queimadas, devia-se-lhe exigir um termo
de responsabilidade perante a auctoridade administrativa do seu concelho para, quanda houvesse desleixo ou
fosse mal acautelado o terreno a queimar, se por ventura o fogo passase para outros terrenos, ser responsavel por
todas as perdas e dannos a que désse causa.
Por esta fórma haveria todo o cuidado para serem feitas as queimadas, por isso que, não só feririam a
terra nas extreimas dos seus terrenos, deixariam tambem arbustos por cortar, teriam pessoal competente, e ainda
escolheriam os dias algum tanto sombrios e sem signal algum de vento.
Parece-me isto uma medida optima para o fim alludido.
Mas, por ventura, ter-se-ha procedido até aqui d'esta forma?
Creio absolutamente que não e como assim tem sido, tenho como certo que as queimadas terão
concorrido tambem para os grandes incendios nas nossas serras, ficando taes ou quaes proprietarios indemnes de
responsabilidade !
Affigura-se-rne que tambem haverá fumadores menos escrupulosos que, já em caçadas, como em
viagem de recreio ou de necessidade pelas nossas serras, e isto no estio e outomno, não terão o cuidado preciso
para fumarem-o que deveria ser nas occasiões de repouso, devendo apagar muito bem toda e qualquer faisca, não
Só proveniete do cigarro ou phosphoro, mas ainda de quaesquer generos que íossem cosinhados nas serras.
E quem sabe se uns e outros, terão tambem concorrido pelo fogo, para a devastação das mattas d'esta
ilha?
Tudo isto poderia ser estudado por homens entendidos e de reconhecida pratica para o engrandecimento
e bem geral d'esta ilha, e regulado por um Decreto do Governo da nossa querida e muito amada Republica..
Pretendo n'este rnomento occupar-me do pessoal encarregado da vigilancia e conservação das nossas
florestas, ao qual não pretendo tecer elogios nem tão pouco desprestigiar; mas tão sómente, com a franqueza de
que me ufano, dizer coisas que me parecem justas e rasoavelmente acceitaveis.
Affigura-se-me que a intenção do Governo que creou um tal cargo florestal, era proteger as florestas
d'esta ilha; mas quem sabe se devido a influencias politicas é que foram creados taes logares para anicharem
afilhados?
Sobre este ponto, pouco me importa sabor. O que é certo e sabido é que os guardas campestres são mal
pagos. crendo não ser assim o seu regente.
Não ha duvida que taes serviços vieram sobrecarregar as diversas camaras municipaes com novas
despezas,-e embora sejam ordenados pequenos, os serviços a meu vêr tambem não serão grandes, por isso que as
auctoridades superintendentes e nomeadamente as do regimen monarchico, ha pouco sepultado, pouco se
importavam com esses trabalhos-devendo ainda notar-se que os guardas mal pagos pouco ou nenhum amor
teriam pelo cumprimento de suas obrigacões !
Mas na hypothese de serem bem pagos, isto é, o duplo ou o triplo do que actualmente ganham das
camaras, não hesito em affirmar que o resultado seria sempre o mesmo, ou pouca diferença haveria do que
presentemente se ve, isto é, as nossas mattas todos os annos a desapparecerem por meio do logo, machado,
carvoeiro, etc.
E porque?
Porque desde o mornento que haja liberdade de crear-se o gado à solta, fabricar-se o carvão e fazeremse
queimadas, sem responsabilidade, nas serras d'esta ilha,-serão sempre os guardas campestres impotentes para
conter a vontade dos nossos escrupulhosos agentes ou proprietarios do que acima menciono. Jà me dirigi as
diversas camaras municipaes e ao digno chefe d'este Districto o Ex.m° cidadão Dr. Manuel Augusto Martins para
que, depois de prévio e prudente estudo representassem ao Governo da nossa nascente republica para que seja
votado um decreto sobre a importante arborisação das serras d'esta ilha, sem o qual, em vez do actual número de
guardas, poderá haver o duplo e triplo,--sendo o resultado sempre o mesmo, isto é, a continuação da devastação,
de anno para anno das nossas florestas.
E' um facto.
Concidadãos:
Não são só os elementos de que me tenho occupado que devastam as nossas mattas, é tambem o gado
que constantemente comem os pequenos arbustos que vem nascendo e até a altura de 2 rnetros a roem para se
alimentar, por isso que epochas ha no anno em que as serras não criam herva para o mesmo se sustentar.
E por esta forma, os guardas são impotentes para o desempenho das suas obrigaçoes quer o dizer, as
arvores pouco ou nada auguentam d'anno para anno, já por este inconveniente, como por outras razões
apresentadas
A minha propaganda sobre a arborisacão obrigratoria das nossas serras, não obedece a encommenda de
alguem e muito menos é feita com vistas de qualquer interesse particular, mas tão somente porque, no meu
espirito alimento a chamma viva do amor pela terra que nos foi berço, isto é, o patriotismo.
É fóra de duvida que pouco mais de meiado do seculo XIX até a liquidacão da monarchia em cinco de
outubro ultimo, foram uns tempos d'uma politica rotativa em que os partidos monarchicos se batiam
constantemente, protegendo cada um os seus serventuarios e ainda perseguindo os adversarios politicos.
Ora como a fragilidade da nossa especie, é inseparavel do homem, este fica cego quando as paixôes
politicas partidarias n.'elle predominam, de modo que o seu ideal já não é o engrandecimento da sùa Patria ou
terra natal, mas sim satisfazer a sua ambição no mando e mesquinhas vinganças,-embora alguma cousa de util
para o bem geral se presenceie.
Foi justamente o itenerario dos nossos homens publicos.
A minha propaganda sobre este assumpto, começou em 17 de setembro ultimo, isto e, nos ultimos dias
da monarchia, e, com franqueza, eu já teria desistido dos meus arrasoados se não visse muita gente nova, isto é,
os homens publicos serventiuarios da Republica, os quaes, creio firmemente que hão de, embora com sacrificio,
mostrar ao estranjeiro que Portugal retomará o seu antigo logar de nação livre e independente,-n'uma palavra, o
engrandecimento da nossa querida e muito amada Patria !
Ora sendo assim, como não poderá deixar de ser, é claro que não hei-de perder o meu tempo
escrevendo(aos domingos) a presente propaganda.
Bem sei que na presente occasião a nossa ilha vendo-se a braços com o cholera morbus, para o qual o
digno chefe do Districto tem presas as suas attenções e não só as d'aquelle magistrado, mas de todas as
auctoridades suas subalternas,-não ouso esperar que sejam lidos os meus humildes artigos, ou melhor, que lhe
liguern qualquer importancia.
Como porém, elles ficam archivados, póde ser que em começando a declinar esta tenebrosa tormenta,
appareçam, e então, a bem do engrandecimento da nossa ilha, tenho fé que alguma cousa será posto em pratica,
attendendo ao patriotismo dos homens investidos da auctoridade da nossa Republica.
Concidadãos e meus conterraneos: Entre os diversos melhoramentos para o engrandecimento da nossa
ilha, avultam inquestionavelmente tres, os quaes são: O saneamento da nossa cidade,-uma estrada em torno da
ilha e erm condições de n'ella passar um vehiculo com passageiros ou carga,-e a arborisação obrigatoria das
nossas serras: sendo evidente que este melhoramento é o que menos pensão causará aos cofres Publicos e o que
indubitavelmente ha de trazer mais proventos aos habitantes d'esta ilha e provavelmente ao Estado.
Confirmando tudo quanto tenho dito. cumpre-me ainda dizer que se o Estado ainda possue alguns
baldios nas serras d'esta ilha não sei; o que sei é que algumas camaras municipaes os possuem achando
conveniente que as mesmas os façam arborisar para o que deverao ser obrigadas como qualquer particular.
Toda a gente sabe que as nossas serras são cortadas em diversas direcções com veredas para n'ellas
passarem peoes com ou sem cargas sendo certo que taes veredas são tortuosas acanhadas e muito mal feitas.
Parece de toda a justiça que as camaras municipaes dentro da area do seu concelho, ligando-as, a
expensas suas, ou pelas chamadas «rodas de caminho», mandem fazer em boas condicções, estradas. mesmo que
sejam de 2 metros de largura, para mais facilmente serem transportadas as lenhas, cereaes ou fructas etc. que no
futuro as serras venham a produzir.
Devemos observar que as posturas das camaras municipaes não se harmonisam sobre o importante
assumpto da arbolisação geral e isto é mais um argumento a favor d'um Decreto que tudo regule.
Ouso chamar a poderosa intervenção da imprensa d'esta terra afim de auxiliar a minha humilde mas a
meu ver justa propaganda a favor da arborisação obigatoria das serras d'esta ilha.
Desnecessario seria chamar neste logar a attencão do digno chefe do Districto e cámaras municipaes
sõbre este assumpo por isso que já aquellas entidades me tenho dirigido.
Affigura-se-me que se não tenho razão em tudo quanto tenho escripto a terei pelo menos em parte e se
os meus contemporaneos mais em evidencia se dignarem, em quaesquer horas vagas, apreciar o fim que tive e
tenho em vista, estou certo de que pugnarão pelo ideal que defendo.
Por minha parte confesso que nada posso, já por influencia como por talento, devendo quem me lêr
avaliar unicamente a minha intenção a favor do bem geral d'esta ilha.
Se, com effeito, as auctoridades dirigentes do Districto e Concelhos accordarem em trabalhar para
estudarem a fórma de ser, pelo Governo da nossa Republica, votado um Decreto para o fim que tenho
demonstrado, tenho como certo que hão de ser abençoadas não só pelos nossos contemporaneos, mas muito mais
pelos da geração futura.

RESUMINDO

1 º Os guardas florestaes, nas nossas serras, são impotentes perante os lenheiros, carvoeiros e pastores.
2ºEstes vandalos das florestas não teem e nunca terão medo ou respeito aos guardas por isso que,
considerando-se os senhores das serras, com as armas do seu officio poderiam matar ou ferir quem se lhe
oposesse aos seus damnos.
3º Taes guardas poderão ser aparentados, ou amigos com alguns dos ditos destruidores, sendo certo que
aquelles fazem vista grossa sobre estes, afim de não criarem inimisades, traiçoes etc.
4º Todos os guardas não terão amor ás suas obrigações, porque, além de serem mal remunerados, e
ainda que o fossem é massador e perigoso o seu officio como se vem demonstrado.
5º Além dos damnadores apontados existen outros os quaes são os irracionaes que andam á solta nas
serras comendo os arbustos já ao nascer como depois de grandes.
6 °A pratica demonstra cabalmente que de nada absolutamente teem servido os guardas florestaes por
isso que os arvoredos em vez de aumentar tem diminuido.
7º Com quanto não se reconheça a utilidade dos supra ditos zeladores como se aponta no numero
antecedente(6º) poderá conservar-se os actuaes guardas mas não augmentar o quadro com outros.
8º.E clara e positivamente comprovada a carestia da lenha em toda a ilha e em especial na parte Sul da
mesma não hesitando em dizer que é semilhante aos artigos de luxo.
9.° Mesmo dentro da cidade do Funchal e em todas as villas do Districto encontra-se pessoas das
freguezias ruraes a vender carvão vassouras e queima de urze e principalmente estas são de arbustos novos que a
ferramenta de gume afiado destroe por meio de taes vendedores.
10º Deverá acabar-se com o gado grosso e miudo das serras desta ilha e prohibir fazer carvão e a sua
venda assim como prohibir a venda da queima e vassouras de urze; com tudo poderà permittir-se a venda da
queima e vassouras a quem provar ter cumprido o que se aponta no n.° 13.o.
11.° Bom seria que o governo fornecesse, as Camaras municipaes do Districto, arvores fructiferas afim
de serem distribuidas pelos municipes e estes as plantarem nas serras, em logares adequados.
12.o Os proprietarios serão obrigados á plantação de arvores de fructa ou outras, á excepção de
pinheiros e eucalyptos, em todas as margens d'aguas e denorninadamente nas serras, até a distancia de 100
metros lineares de longitude das mesmas aguas, se ahi poucas ou nenhumas existirem.
13.o Ninguem poderá cortar arbustos ou arvore, seja de que qualidade fôr, na sua propriedade ou mesmo
sem ser, e denominadamente nas serras d'esta ilha, sem que deixe pelo menos um terço das que existirem; mas
nas terras onde ouver feiteira, se necessario fòr para o augmento da mesma, poderá ir até um quarto respeitando
sempre as melhores e maiores arvores; e n'este caso. se se reconhecer que o matagal é espesso, devendo o corte
ser alternativamente e n'um praso nunca inferior a cinco annos
14.o Duas vezes por anno o regente florestal, acompanhado dos guardas de cada Concelho, visitará
minuciosamente as respectivas serras, fazendo um relatorio em duplicado do estado em que encontrou as
florestas, qualidades de todas as arvores. seu crescimento e se as faias tem pelle 94 e, publicando-o na imprensa
local, sera enviado um duplicado ao Governo Central.
15.° - Para o cabal cumprimento do numero antecedente (14.°), o regente requisitara da respectiva
auctoridade administrativa cabos de policia ou outras pessoas, afim de o informar do dono dos predios.
16.° As queimadas para cereaes serão permittidas em terras que produzam giesta e outros arbustos, que
poderão ser cortados, respeitando sempre estes e outras arvores sobranceiras ás fontes e correntes d'agua, e ainda
qualquer arvore superior aquellas, na mesma queimada, que seja possivel escapar as chammas; e tudo mediante
termo de responsabilidade de quem as quizer fazer, afim de que, pelo fogo, não haja prejuizo para outrem.
17.° Tal termo sera lançado em livro especial pela respectiva auctoridade local; sem onus algum para o
requerente.
18.° Deveriam estabelecer-se premios pecuniarios aos proprietarios que apresentarem melhores arvores
fructiferos ou outras, nas suas propriedades, nas serras d'esta ilha.
19.o As multas aos intractores do que fòr aproveitavel d'estes numeros, ou melhor, do regulamento
florestal, deverão ser desde 20$000 até 50$000 réis, além da policia correccional e prisão, ficando esta ao arbitrio
do respectivo juiz; devendo metade das multas serem para o denunciante e a outra metade para o cofre do
municipio ou para a entidade que o Governo determinar.
20º Deverá o regulamento florestal ser publicado pela imprensa local e impresso em folhas soltas e estas
distribuidas por todos os chefes de familia do Districto, afim de que sejam scientes do mesmo, recomendandolhes
a auctoridade local a sua guarda e conservação.

[ Opusculo de Propaganda. Argumento a favor da Arborização obrigatória das serras da ilha da Madeira, por
Manuel Braz Sequeira, Funchal, 1913]

J. HENRIQUES CAMACHO, 1919

94
Individuos ha que nas serras esfolam as faias para, com a casca das mesmas, curtirem pelles d'animaes.
E' provavel que o sr. regente florestal e os seus subalternos não ignorem tal vandalismo.
(…)
Ahi por 1420, dividida a ilha pelos sesmeiros, começaram estes a derrubar o arvoredo para cultivarem as
plantas que tinham levado do continente.
A principio residiam os sesmeiros com suas famílias nas terras que lhes tinham sido distribuídas,
agricultando-as os colonos livres e depois os escravos negros e moiros. A fertilidade do terreno e a riqueza das
culturas, proporcionaram-lhes uma vida luxuosa e descuidada na cidade ou nas villas; fazendo-os abandonar as
suas terras, cuja cultura entregaram aos colonos livres, dando-lhes estes metade dos productos d'ellas.
No tempo de D. Manuel principiaram a ser Vinculadas as terras, que constituíam as sesmarias. O
empobrecimento dos colonos e dos morgados, fez com que estes, recorrendo aos negociantes estrangeiros para
empréstimos sobre as futuras colheitas, proporcionassem aos mesmos o fazerem rápidas fortunas.
Havendo na Madeira um denso arvorado que impedia a agricultura, um dos primeiros trabalhos dos
seus habitantes foi naturalmente a derruba: Zargo mandou lançar fogo ao arvoredo e ao funcho que havia em
grande quantidade no sitio onde depois foi o Funchal, para que desnudado assim o terreno, o podesse mandar
cultivar. Destruiu este fogo muita madeira, que veio mais tarde a fazer falta para os engenhos d'assucar. Dizem
alguns chronistas, como Manuel Thomaz na Insulana, que o incêndio durou sete annos, tendo sido attingida toda
a ilha; porem outros sustentam, que só o foi a parte Sul d'esta: este incêndio é-nos relatado, primeiro por João de
Barros e depois por Fructuoso, como sendo parcial, o que parece mais verosímil: o Papa Paulo II no seu breve
apostólico de 1459, em que confirma a redizima a João Gonçalves Zargo, refere-se também á existência do
incêndio.
D. Francisco Manuel de Mello foi o primeiro que contestou a existência d'elle, fazendo notar que se
tivesse existido não haveria madeira para sustentar os 150 engenhos d'assucar que havia na ilha, poucos annos
depois; e o próprio Fructuoso diz ser grande o commercio de madeiras e matas as serras d'agua ali existentes.
Tudo isto nos leva a crer que o incêndio se limitou a parte Sul da ilha que foi a primeira cultivada, e
teria provavelmente este o processo porque os cultivadores se libertaram das florestas virgens, para poderem
depois arrotear a terra. Durante os sete primeiros annos depois da descoberta seguiram este processo de
arroteamento, e d'ahi veio provavelmente o dizer Manuel Thomaz que o Incêndio durou sete annos.
Os immediatos trabalhos de lavoura fizeram desapparecer completamente os vestígios d'este incêndio, que nunca
foram encontrados.
O Regimento das Madeiras de 27 d'agosto de 1562, não é como muitos pensam uma confirmação do
incêndio, mas apenas uma lei benéfica para a silvicultura da ilha, que nada tem com aquelle, segundo parece;
pois só alude aos desbastes feitos nas serras para alimentar os engenhos d'assucar e para outros fins.
A exploração das madeiras foi uma das primeiras industrias madeirenses: serravam-se as arvores em
toros, e estes em taboas e outras pecas que se destinavam á construcção de casas, lagares, barcos, vasilhas, etc.;
exportavam-se também para o Reino com destino a construcções navaes, para o que eram muito apreciadas; e
especialmente em caixas com assucar que então se produzia na Madeira em grande quantidade.

CAPITULO II
LEGISLAÇÃO FLORESTAL

A primeira disposição legal sobre silvicultura na Madeira, foi o Regimento de 14 de janeiro de 1515
dado por D. Manuel; mas porque fossem simples multas as penas d'este regimento e nem ao menos lhe dessem
cumprimento, appareceu o novo Regimento das madeiras publicado por D. Sebastião em 27 de agosto de 1562,
que transcreverei na integra em appendice, por ter sido a base de toda a legislação florestal que tem tido a
Madeira e a origem das posturas municipaes em toda a ilha.
Da longa e fastidiosa leitura d'este regimento, se deprehende, que as penas n'elle contidas eram pesadas,
para que se amedrontassem os estúpidos destruidores d'arvores. Foi porem baldada toda a boa vontade dos
legisladores, porque nunca houve quem fizesse cumprir as severas disposições do regimento !
Bem poucas teem sido as pessoas que até hoje se teem interessado pelo desenvolvimento da silvicultura
na Madeira, mas algumas felizmente tem havido; e entre estas apparecenos primeiro o sábio desembargador Dr.
António Rodrigues de Oliveira, que, nas suas «Instrucções respeitantes ao bem geral da agricultura», que em
correição deixou na Câmara da villa da Calheta em 18 de outubro de 1792, preconisa a plantação de pinhaes nas
montanhas e terrenos fracos que não sejam capazes d'outra cultura; mandou vir do Continente e da América
Septentrional mais de quatro moios de semente, que distribuiu por todos os concelhos, aos senhorios, lembrando-
lhes o § 26.° tit.° 66.° do L.° I das Ordenações do Reino-pelo qual os que não plantassem e não cuidassem das
suas plantações, eram condemnados na pena mínima de 2$00 réis de multa, e eram mandados semear as terras
realengas pelas pessoas do povo, ficando para todos os productos dos pinhaes menos a madeira, pelo que lhes era
prohibido cortar arvore alguma sem a respectiva licença por escripto dos Officiaes da Câmara.
A grande inundação que se deu em 9 de outubro de 1803, resultante da obstrucção das ribeiras que
atravessam a cidade do Funchal pelos troncos d'arvores e pedras por aquelas arrastados no seu precurso-
inundação que causou sérios prejuízos aos habitantes da cidade-deu origem ao acertado «Plano de obras e
providencias necessárias para o reparo das ruínas causadas na ilha pela alluvião de 9 de outubro de 1803»; obras
e providencias sabiamente expostas, pelo esclarecido Brigadeiro Oudinot, author do dito plano, que, attribuindo
as torrentes produzidas pelo desnudamento das serras a origem d'aquelle grande desastre, aconselhou que sem
perda de tempo se corrigissem as ribeiras e se cobrissem de arvoredo todos os pontos altos e vertentes da ilha,
sem o que, dizia, todo e qualquer trabalho seria absolutamente estéril. Sem embargo da clareza com que este
illustre engenheiro demonstrou a necessidade imperiosa que havia de fazer-se a arborisação das serras, nada se
fez, não obstante terem as medidas que propoz sido approvadas e ordenadas por Carta Regia de 14 de maio de
18W; continuando a devastação nos arvoredos, sem que a auctoridade ligasse ao caso a mais pequena
importância.
Em 24 de outubro de 1824 nova enchente se deu e foi então que se fizeram os muros que hoje marginam
as ribeiras dentro do Funchal. Depois não tornou a cidade a ser inundada, porque as aguas vão, assim canalisadas,
desembocar directamente no mar; mas as enxurradas continuam a fazer sentir os seus effeitos nos campos, onde,
de vez em quando, ha casaes que desapparecem levados pela torrente, e quebradas que desabando sepultam nos
seus escombros, fazendas e gados. Desgraças estas que, além de outras, bem facilmente se poderiam evitar, se se
fizesse a arborisacão das serras; a qual tão benéfica seria além d'isso para a agricultura, diminuindo os nevoeiros,
a que chamam«barras», e que em certos pontos da ilha são bastante prejudiciaes ás Vinhas, aos cereaes e aos
pomares; augmentando as chuvas e portanto a abundância d'agua cuja posse tão cubiçada é sempre! Mas nada se
fez; e tudo continuou na costumada inércia, que tanto caracterisa a administração publica na Madeira desde
sempre.
Appareceram em 1820 as primeiras determinações municipaes, iniciadas sob o nome «prevenções» pelo
Dr. Corregedor de S. Vicente, que em correição mandou plantar arvores na serra de S. Jorge cuja arborisação
estava muito decadente; recommendando se fizessem as visitas á serra como estava determinado. Em 1822
determinou mais que se não creassem porcos na serra, e fosse a Câmara com as pessoas boas da terra demarcar o
bardo do Concelho, acima do qual ninguém podia esmoitar nem cortar arvoredo. Em 1825, afim de se
determinarem os terrenos destinados a pasto, insistiu na demarcação do bardo, determinando que ninguém
cortasse arvores ou plantas arbustivas a menos de cento e cincoenta passos das levadas e miradouros, e que
ninguém deitasse fogo na serra sob pena de incorrer nas penas do regimento. Em 1838 uma postura, já impressa,
confirmava as determinações das anteriores, multando as pessoas que sendo avisadas para demarcarem o bardo
não comparecessem: prohibia que se utilisassem as arvores que apparecessem na serra cortadas sem licença da
Câmara; que os cães passassem para além do bardo, excepto os das pessoas com licença para caçar; que alguém
apanhasse piteira para cima d'esta linha antes de 15 de setembro; a destruição do bardo; a creação de porcos na
serra, podendo a Câmara dispor dos que ahi fossem encontrados; a colheita de baga de louro antes do dia 30 de
setembro; e determinava que fosse marcado todo o gado que estivesse na serra, registando-se os differentes
signaes e sendo a verba proveniente d'estes registos destinada ao pagamento dos guardas campestres.
Em 1839 fez-se o Projecto do Regimento de Mattas e Arvoredos da ilha da Madeira, baseado no
Regimento de 1562 e na Carta Regia de 1804; nas suas disposições, prohibe que se faça na serra a queima das
lenhas para carvão, determinando que esta se pratique no povoado. Seguem-se-lhe as posturas da Câmara
Municipal de Ponta do Sol de 1839, em que se prohibe o corte das ramas de vinhatico; a de 1840, multando os
que cortassem lenhas verdes da borda do Paul da Serra para baixo; e a da do Funchal, em que se dá protecção aos
arvoredos e prohibe a pastoreação de cabras e porcos na serra.
Devem ser d'esta época (1840) as posturas das Câmaras de Machico e Santa Cruz; que não teem data,
mandadas compilar em 1853 pelo Governador Civil do Funchal João Silverio de Amorim da Guerra Quaresma;
referem-se à construcção do bardo do Concelho e consideram livres as mattas onde o povo costumava abastecer-
se de lenha e matto, prohibindo o corte das arvores silvestres e arbustos existentes nas cristas dos montes ou
sobranceiras ás estradas; das que estejam a menos de 150 passos de qualquer nascente; dos adernos, barbusanos,'
cedros, loureiros, teixos, tis, paus brancos e vinhaticos.
Apparece-nos n'esta altura a lei de 12 de novembro de 1841, que torna extensão às ilhas, no que lhe for
applicavel, o alvará de 11 de abril de 1815. Pela postura da Câmara de Câmara de Lobos de 1841, multava-se e
apprehendia-se a carga aos lenheiros e carvoeiros que se não inscrevessem na sua regedoria; ficando obrigados a
entregar uma certa quantidade de baga ou bolota de quaesquer arbustos, cujo producto era destinado ã
manutenção da arborisacão das serras.
Temos, a seguir (ainda em 1841), as posturas camarárias: de Sant'Anna, determinando a construcção
d'um segundo bardo no interior da serra para preservar dos gados as terras cultivadas de semilha (batata); a de
Machico, determinando a inscripção na Câmara Municipal dos gados que andam a monte; e a de Santa Cruz,
mandando arborisar as margens das levadas e prohibindo a cultura nos leitos das ribeiras sem previa auctorisacão
da Câmara. Depois, em 1842, a da Ponta do Sol em que se determina que se não corte matto no Paul da Serra até
ao fim de 1845, para que se não destrua a rebentação do arvoredo devorado por um incêndio em 1838; e a da
Calheta, protegendo as arvores dos logares públicos.
Em 1846, a da Câmara de S. Vicente prohibindo apanhar a rama de vinhatico para o granjeio dos
inhames antes do primeiro d'abril; em 1844, uma da de Sant'Anna relativa ao gado caprino e lanígero e outra da
do Funchal em que se mandava pôr em praça o gado encontrado nos caminhos ou em propriedade particular e
que não fosse reclamado no praso de 3 dias. No anno seguinte, outra postura da Câmara do Funchal, prohibia a
introducção no Concelho de toda e qualquer quantidade de lenha ou ramas de vinhatico ou de loureiro; na Ponta
do Sol prohibia-se o esgalhamento dos vinhaticos e dos loureiros, excepto quando fosse para o cultivo da vinha;
em 1846, uma postura da Câmara da Calheta gratificava os lavradores que plantassem arvores com 500 réis por
cada alqueire de terra plantada, e nomeava uns indivíduos com o nome de inspectores de agricultura, para
vigiarem os guardas campestres a cargo de quem estava a policia nas serras; n'uma da do Funchal, prohibia-se a
entrada de madeiras no Concelho sem que o corte tivesse sido approvado pelo Conselho de Districto, embora
auctorisado pela Câmara do Concelho onde se effectuasse o corte, isto para que a madeira não podesse ser
exportada; em 1847 a mesma Câmara reformava o bardo do Concelho, dando-lhe uma nova direcção.
Em 1848 prohibia-se no Concelho de Câmara de Lobos, a entrada nos pinhaes particulares sem licença
do dono e a conducção de productos florestaes sem o documento comprovativo da sua legitima acquisição, e no
de Sant'Anna, que os alambiques consumissem madeira no seu aquecimento; em 1849 a Câmara d'este concelho
determina que não se corte madeira de qualidade alguma no sitio do Ribeiro Frio e em toda a sua encosta até ao
Furado e Lamaceiros, e prohibe a conducção de ferramenta para estes sítios sem uma guia do regedor da
freguesia d'onde sahiu. N'este mesmo anno, a Câmara do Funchal, providenciava acerca da existência do gado na
serra e determinava as condições em que os cercados deviam ser feitos; em Câmara de Lobos, uma postura
intitulada para os damnos nas serras e arvoredos} considerava caca commum o gado que se encontrasse solto
depois de 1 de setembro, dava as suas instrucções acerca das condições a que deviam satisfazer os cercados na
serra, e prohibia expressamente o corte, venda ou uso de madeiras denominadas de contas, (vinhatico, loureiro,
til, pau-branco, aderno, teixo, cedro, folhado, barbusano, faia, urze). Na Ponta do Sol, em 1832 obrigam-se os
donos ou colonos das terras não amuradas e não cultivadas de vinha, que confinem com os caminhos do
Concelho, a plantarem arvores ao longo d'estes de 30 em 30 palmos. Estas posturas que se fizeram em todos os
Concelhos da ilha e das quaes apenas mencionei um ou outro artigo que me pareceu mais interessante, visavam a
impedir que continuasse a devastação dos arvoredos nas serras que estavam dentro dos limites dos mesmos
Concelhos. Pena é que o seu cumprimento tenha sido tão ephemero como o das leis anteriores.
Vem confirmar esta triste verdade a acta da sessão do Conselho Districtal de 26 de junho de 1849, que
julgo interessante transcrever, para que se avalie a pouca comprehensão que tinham, não só o poso mas até as
pessoas mais importantes da ilha, do beneficio enorme que lhes adviria da arborização das serras, que elles
contrariavam como se vê pelo seguinte: «Estando quasi extinctas as mattas d'esta ilha e não sendo possível pôr
termo a esta calamidade, nem por meio das leis, nem pelos esforços empregados pelas auctoridades superiores,
porque pessoas das principaes dos Concelhos são os infractores de todas as providencias protectoras das matas
ensinando e generalisando os meios de se commetterem essas infracções; e sendo necessário pôr termo a tão
grande mal, que tem já devastado quasi todas as serras d'esta ilha, seccando fontes, despindo as montanhas, com
prejuízo da cultura, das vias de communicação e das povoações apenas por utilidade dos infractores que pouco
lucram em comparação dos prejuízos que acarretam; acordaram e deliberaram os do Concelho o seguinte
(fundados no Regimento de 1562): 1.° Enquanto se não restabelecerem as mattas da ilha não se concederão
licenças para corte nas serras. 2.° É prohibido passar madeira d'um Concelho para outro. Exceptua-se a que
estiver já cortada com licença, mas que deve passar só dentro d'um mez, depois da publicação d'este acordam
pela imprensa».
A devastação continuou, dando este facto origem a uma circular de 12 de setembro de 1862 em que o
Secretario Geral António Lopes Barbosa d'Albuquerque fez saber ás Câmaras Municipaes da ilha, que o
Conselho Districtal resolvera pôr novamente em vigor as disposições tomadas em 26 de junho de 1849.
N'uma circular de 27 de março de 1865, o Governador Civil Jacintho A. Perdigão, determina que antes
de se effectuarem as vistorias que precedem a concessão de licenças para corte d'arvores, as Câmaras
Municipaes tornem publicas por editaes com antecedência de 20 dias estas pretenções e o dia em que se
effectuara a vistoria; convidando os interessados a reclamarem no prazo de 8 dias. Estas reclamações seriam
julgadas pelo Concelho do Districto.
Pelo Decreto de 25 de novembro de 1886, foi approvado o Plano da Organização dos Serviços
Florestaes, pelo qual as mattas e os terrenos arborisaveis que deviam ser reduzidos à cultura florestal no
Districto do Funchal, ficaram comprehendidos na circunscripção florestal do Sul; não tendo, não obstante, a
Direcção das Mattas effectuado ali quaesquer trabalhos, nem tido interferência alguma.
A Organização dos Serviços Agrícolas, approvada por Decreto de 29 de outubro de 1891, divide os
Serviços Florestaes em dois grupos: 1.° Ordenamento e exploração das mattas do Estado. 2.° Revestimento das
montanhas, terrenos incultos e fixação das dunas pela arborisação. A ilha da Madeira como terreno montanhoso
ficou comprehendida n'este ultimo grupo.
Por Portaria de 3 de julho de 1897 foi, a pedido da Junta Geral do Districto, para o Funchal um regente
florestal auxiliado por alguns guardas, para tomar a direcção do serviço e conservação das mattas da ilha;
limitou-se este a fiscalisar o cumprimento das Posturas Municipaes existentes e procedeu a demarcação das
propriedades particulares na parte onde confinam com a serra, a fim de organizar os tombos das Câmaras
Municipaes.
Em cumprimento da Portaria de 23 de marco de 1&98, esteve na Madeira em missão de estudo o Ex.mo
Sr. Engenheiro-silvicultor Júlio Mário Viana, que estabeleceu o que de organisado ainda lá existe: foram
estabelecidos dois viveiros, um no Poiso e outro nos Prazeres, destinados a abastecer os differentes Concelhos da
ilha, e mandadas semear e plantar de estaca arvores e arbustos expontâneos nos logares mais propícios à sua
multiplicação; mas pela falta de recursos das Câmaras e ainda por outras causas, não se deu integral
cumprimento a estas benéficas disposições.
Pela Organização dos Serviços Florestaes e Aquicolas estabelecida pelos Decretos de 24 de dezembro
de 1901 e de 24 de dezembro de 1903, o serviço de arborisação das serras do Continente e ilhas adjacentes foi
dividido em trez regências: a da Serra da Estrella, a do Gerez e a das ilhas, onde ficou comprehendida a Madeira.
O Decreto de 15 de maio de 1912 organisou a Junta Agrícola da Madeira e entre outras obrigações
impoz á mesma, no seu artigo 3.° n.° 5, a de proceder ao povoamento florestal das serras e o estabelecimento
d'uma efficaz policia rural.
Pelo Decreto de 8 de março de 1913 foi approvado o Regulamento do serviço da policia rural e florestal
no archipelago da Madeira, que dividiu a ilha em dois cantões e creou um corpo de guardas de policia, pago
pela Junta Agrícola da Madeira.
Pela Organização dos Serviços da Direcção Geral da Agricultura de 9 de julho de 1913 foi a Madeira
comprehendida na 4 a secção florestal, constituindo a l6ª regência com sede no Funchal e tendo sob a sua alçada
todas as mattas existentes no Districto.
A lei de 23 de julho de 1913, regulando o serviço de concessão de licenças para pastagens de gado suíno
e caprino na ilha da Madeira, considera caça commum todo o gado encontrado na serra sem licença.
Por Decreto de 28 de maio de 1914 foi approvado o novo Regulamento do serviço de policia rural e
florestal do archipelago da Madeira, modificando o anterior com o fim de o harmonisar com a nova organisação
dos Serviços da Direcção Geral da Agricultura.
Finalmente, o Decreto de I de março de 1918 dissolveu a Junta Agrícola da Madeira, substituindo-a por
uma commissão administrativa, e passando os serviços a cargo d'aquella para a Junta Geral do Districto do
Funchal.
Em vista do estado em que se encontra o arvoredo na Madeira, reconhece-se que só os Serviços
Florestaes dispõem dos meios necessários para levar a effeito o revestimento florestal da ilha, que é tanto para
desejar.
(...)
CAPITULO III
REVESTIMENTO FLORESTAL

A região montanhosa está comprehendida nas 3.' e 4.' zonas culturaes; sendo aquella a-que mais nos
interessa sob o ponto de vista florestal, visto n'ella se encontrarem as especies indigenas que podem ser
exploradas como productoras de madeira; assim como em grande parte as aclimadas, apezar de Richard Lowe as
incluir exclusivamente nas 1.ª e 2 ª zonas da sua classificação. D'aquellas zonas, apenas uma pequena parte esta
povoada de especies florestaes, predominando o pinheiro bravo.
As essencias indigenas productoras de preciosas madeiras: o vinhatico, o til, e ainda o aderno, o folhado,
o loureiro e outras, que outr'ora cobriam a ilha quasi por completo, como relerem os velhos chronistas, e cuja
conservação foi cuidadosamente attendida por uma extensa legislação que nunca foi devidamente cumprida,
estão hoje reduzidas a proporções minimas. D'ellas existem apenas actualmente alguns pequenos povoamentos
dispersos, dos quaes os mais importantes são os da Serra de Boa Ventura, da Ponta Delgada, do Alto da Ribeira
de S. Vicente, da Serra do Pôrto do Moniz, da parte norte da Ribeira de Machico, e o existente na margem direita
da Ribeira da Janella nas proximidades do caminho do Fanal.
A devastacão a que teem estado ha muitos annos expostas as mattas da Madeira tem reduzido a este
deploravel estado s soberbas florestas primitivas. Quem atravessou alguma vez os pessimos caminhos do interior
da ilha, teve occasião de ver estos de arvores seculares reduzidas a carvão e outras cortadas para d'ellas se
fazerem grosseiros utensilios domésticos e madeira, como alguidares, etc. !
Houve em tempo grande consumo d'estas madeiras, não para obras de marcenaria, mas tambem em
construcções; assim: o til era empregado em tabuado. em caixas para assucar, soalhos, madres e combustive!
para engenhos; do vinhatico faziam-se caixas para roupa e mais mobilia; o aderno usava-se no fabrico de pipas
para o melaço e para o vinho; o folhado faziam-se armações para casas; do azevinho, cabos para machados; do
barbusano, tanchões para as latadas; das urzes fabricava-se carvão para os ferreiros e para os usos domesticos.
Hoje, apezar de quasi nulla a exploracão 'estas essencias, ainda se fazem d'ellas algumas obras de marcenaria no
Funchal.
O vinhatico e o til são as especies indigenas verdadeiraente importantes; comquanto haja outras
pequenas arvores, como o mocano, o azevinho, etc., que tambem são empregadas na mercenaria, para a
manufactura dos embutidos tão caracteristicos da industria madeirense.
Das especies aclimadas que se encontram nas 2ª e 3ª zonas, é o prinheiro bravo (Pinus pinaster, Sol), a
essencia que constitue principalmente os povoamentos que cobrem a região florestal da ilha; havendo ainda a
considerar o carvalho (Quercus Robur, L.), o castanheiro (Castanea sativa, Mill.), a robinia (Robinia pseudo-
acacia, L.), as acacias (Acaia Melanoxylon, R. Br., A. retinoides, Schlecht, A lophan'a, Mill, A. dealbata, Lk.), o
eucalypto (Eucalyptus globulus, abill) e o pinheiro das Canarias (Pinus canariensls, Ch. Smith).
O pinheiro, que vive na facha comprehendida entre 550 e 1:000 metros d'altitude, é cultivado na
Madeira da forma seguinte: depois de queimado o matto, semeia-se o penisco e o centeio, tendo a terra sido ou
não cavada anteriormente; no anno seguinte cultiva-se ainda o centeio; depois seguem-se os desbastes e as
limpezas e finalmente o corte final, que é razo, aos 15 ou 20 annos.
O comprador é que ordinariamente semeia o novo pinhal, sendo o penisco fornecido pelo dono e ficando
aquelle com o direito de cultivar centeio durante um ou dois annos no terreno do pinhal abatido. Os desbastes e
limpezas do pinhal são pagos pela importância da venda dos productos da propria limpeza: varas para tutores e
latadas, e a caruma, que é muito empregada na Madeira como combustivel nas padarias. Dos desbastes, resulta
uma grande quantidade de lenha; que é transportada em zorras, ali chamados «côrças», para a cidade e para as
villas, onde tem grande consumo.
Estas zorras são feitas de troncos de pinheiro, e aproveitam a fôrça da gravidade como motor nos
caminhos em declive, sendo puxadas por bois nos planos. Os cortes finaes dão madeira para construcções, a que
chamam na ilha «pinho da terra» para o distinguir do Pitch-pine (Pinus rigida, Miller), importado em grandes
quantidades da America para o mesmo fim; aquella, sendo de qualidade bastante inferior, satisfaz todavia em
muitos casos attendendo á vantagem de ser muito mais barata.
O castanheiro segue-se em importancia ao pinheiro, tendo existido explendidos soutos em toda a ilha,
mas especialmente no Estreito de Camara de Lobos, Curral das Freiras, Serra d'Agua, Santo da Serra e Camacha;
em 1855 soffreram grande devastação devida a uma doença analoga, senão identica, á da otinta de escrever»,
segundo a auctorisada opinião do douto professor Verissimo d'Almeida e do distincto engenheiro silvicultor, o
Sr. Mendes d'Almeida. D'aqui resultou desapparecerem os castanheiros de muitas partes, sendo para notar que
nos ultimos annos teem rebentado as touças e alguns troncos considerados sêccos que tinham ficado de pé.
Esta madeira é muito empregada para estacas de «corredores de vinha» (como ali chamam as latadas),
para moveis, construccões, etc.; e ainda mais o era antes da importação em grande escala das madeiras
americanas, que a teem substituido em muitos usos.
O fructo d'esta arvore tem umá grande importancia por isso que constitue o alimento quasi exclusivo dos
habitantes de varios pontos do interior da Madeira, durante muitos mezes.
O carvalho existe espalhado por toda a ilha de mistura com as outras essencias, predominando comtudo
em Sant'Ana, onde tem soffrido nos ultimos annos grande devastacão produzida pelo Oidium quercini, Thusen.
Empregam-no em obras de marcenaria, construcção de barcos, etc.
Das especies ultimamente introduzidas, teem-se feito ensaios com bom resultado: da Robinia pseudo-
acacia, daAcacia Melanxylon, da A. retinoides, da A. Iophanta, da A. dealbata, do Pinus canariensis e do
Eucaliptus globulus. Este ultimo tem-se desenvolvido muito bem, havendo alguns povoamentos que attingem
altitudes consideraveis
Tendo descripto o actual revestimento florestal da ilha, é indispensavel dizer tambem o pouco que ha
sobre as pastagens na mesma, que como é sabido, tem u1tima ligação com aquelle
Na Madeira não existem propriamente pastagens naturaes, mas apenas hervagens, as plantas
forraginosas estão espalhadas por todas as zonas acima mencionadas, misturadas com outras, e assim são
aproveitadas pelos gados.
Encontram-se em maior quantidade na Ponta de S. Lourenço, nas beiras do Paúl da Serra, em algumas
escarpas maritimas e nas alturas da Camacha. Os creadores vêem-se em difficuldades para sustentar os seus
gados em consequencia d'esta dispersão das plantas forraginosas, vendo-se obrigados a lançar mão de outras
plantas menos alimenticias, em prejuizo manifesto da nutrição e desenvolvimento do gado.

CAPITULO II
MEDIDAS A ADOPTAR PARA O PROGRESSO FLORESTAL DA ILHA

Pelo exposto se vê o estado a que se acham reduzidas as mattas da Madeira e quanto se torna
indispensavel cuidar d'ellas; visto que o seu desenvolvimento constituirá certamente uma grande riqueza
nacional. Para isso ha primeiro que tudo a desenvolver a policia florestal, que é sempre a base de todo e qualquer
trabalho util de arborisacão, porque é o obstaculo mais efficaz a oppôr á devastação das plantações novas e dos
povoamentos, praticada, muitas vezes até por mero espirito de destruição filho da sua immensa ignorancia e
maldade, pelos habitantes das nossas povoações serranas.
A policia rural e florestal n'aquela ilha, regulamentada por Decreto de 8 de marco de 1913, é constituida,
sob a direccão do regente florestal da l6.ª zona, por 3 chefes de guardas, 5 guardas a cavallo e 25 a pé; alêm
d'estes, fazem parte do mesmo corpo de policia os guardas florestaes e campestres ao serviço da Junta Geral do
Districto e das Camaras Municipais. Para os effeitos de policia, está a ilha dividida em 2 cantões, cujos limites
terrestres são: as ribeiras dos Soccorridos e do Porco; o primeiro é constituido pelos terrenos de Leste e o
segundo pelos de Oeste. Existem 20 casas de guarda, assim distribuidas pela ilha: no Concelho do Funchal, a da
Ribeira das Calles e a da Barreira; no de Camara de Lobos, a da Eira do Serrado e a do Jardim da Serra; no da
Ribeira Brava, a da Rocha Negra (Serra d'Agua); no da Ponta do Sol, a do Arrebentão, no da Calheta, a do
Pinheiro de Fóra e a da Fonte do Bispo; no do Porto do Moniz, a do Cabeço da Pedra, a do Pico da Furna e a do
Pico da Pedreira; no de S. Vicente, a do Curral dos Burros, a do Lombo do Cinzeiro e a do Pico do Meio Dia; no
de Sant'Anna, a do Ribeiro Frio, a do Assumadouro e a das Queimadas; no de Machico, a do Ribeiro da Ponte e a
dos Lamaceiros; e 110 de Santa Cruz, a da Meia Serra. Cada um dos guardas tem em media uns 30 Kilómetros
quadrados de terreno sujeitos à sua vigilancia: area evidentemente demasiado grande para poder ser devidamente
fiscalizada; tanto mais que, sendo o terreno muito accidentado e coberto, torna-se mais difficil essa fiscalização.
Pelo regulamento devem estar distribuidos cavallos aos chefes e a cinco guardas; estas montadas concorrem para
melhorar o serviço de fiscalização, mas haveria toda a conveniencia na sua substituição por garranos oriundos da
Madeira, eminentemente proprios para percorrerem os invios caminhos da ilha.
Está actualmente a cargo do mesmo pessoal, além da policia florestal, a rural; o que ainda augmenta
mais a difficuldade de desempenhar bem o serviço e está em desharmonia com a maneira como se procede no
continente. Convem pois que o serviço de policia rural seja desempenhado pela Guarda Nacional Republicana,
que já existe na Madeira.
A policia florestal deve passar a estar unicamente subordinada á Direcção Geral dos Serviços Florestaes;
porque a Junta Geral do Districto do Funchal, de que actualmente depende, sendo formada por elementos eleitos
e por conseguinte politicos, não tem as qualidades indispensaveis para exercer uma acção administrativa
conveniente.
Estabelecida que seja a policia, devem começar os trabalhos de rearborisação, com o fim de se assegurar
a estabilidade dos terrenos das serras e das encostas da Madeira; e a arborisação das bacias de recepção bem
como as obras necessarias para que se regularisem as ribeiras da ilha, todas torrenciaes, modificando-se as
condições climatericas e augmentando-se assim o volume d'agua, tanto superficial como subterraneo.
Esta rearborisação deve fazer-se conservando as arvores existentes, e fazendo plantações e sementeiras
nas partes despovoadas, comprehendidas na área circumscripta pelos bardos do Concelho. N'èsta área devem ser
submettidas ao regimen florestal nos termos dos Decretos de 24 de dezembro de 1901 e de 24 de dezembro de
1903, todas as mattas de essencias indigenas, que pertençam ao Estado, bs Camaras Municipaes, a quaesquer
outras entidades, e mesmo as dos particulares. Devem ficar sujeitas ao mesmo regimen todas as mattas situadas
em declives escarpados e regiões de nascentes, bem como aquellas cuja arborisação deva ser conservada com o
fim de evitar quebradas e outros prejuizos, ou que sirvam de protecção e abrigo a fontes e nascentes.
Em seguida deverá proceder-se ao arrolamento dos terrenos a que acima me refiro e ao levantamento
das respectivas cartas florestaes.
Ultimados estes serviços, deverão os mesmos terrenos imediatamente ser submettidos ao regimen
florestal total, parcial ou de simples policia, sendo devidamente verificados na occasião os titulos e outros
diplomas de posse das propriedades.
Os trabalhos propostos terão um grande alcance economico; porque, em parte, o arvoredo desempenhará
a importantissima funcção de proteccão as escarpas, evitando as quebradas actualmente tão frequentes na
Madeira; regularizara os cursos d'agua; e diminuirá, e mais tarde dispensará, a sahida do ouro destinado ao
pagamento da grande quantidade de madeiras de construccão, importadas actualmente da America do Norte.
Para effectuar os trabalhos de arborisação, convirá empregarem-se de preferencia as essencias indigenas
abaixo descriptas: o Vinhatico e o til. A estas essencias conveem os terrenos frescos e humidos dos fundos valles
da ilha, onde encontram o abrigo dos ventos dominantes.
(...)
Das essencias descriptas e que me parecem as preferiveis para o revestimento da ilha, distribuir-se-hão
pelos terrenos que lhes forem mais apropriados: primeiro as essencias indigenas pelo grande valor das suas
madeiras, depois as aclimadas pelo ainda muito consideravel valor dos seus productos e pela sua perfeita
adaptacão ao meio, e finalmente as mais recentemente introduzidas; d'estas a mais importante é o pinheiro das
Canarias, que é por certo um dos elementos mais recommendaveis na repovoacão florestal da Madeira, visto o
clima d'esta ilha ser muito semelhante ao das Canarias, paiz de origem d'este pinheiro e onde elle apresenta,
assim como em toda a zona mediterranea onde tem sido empregado, tantas e tão grandes vantagens.
Arborisadas as encostas e as bacias de recepção; deffendido do gado o desenvolvimento das plantas
expontaneas, e fomentado este para que se forme uma espessa manta viva que retenha as aguas das chuvas;
construidas sebes vivas e pequenas barragens para a regularisacão dos cursos d'agua, impedindo-se assim que se
formem as enchurradas, cuja acção devastadora se tem feito já bem duramente sentir na Madeira; restar-nos-ha
empregar os meios necessarios para se evitarem os estragos produzidos nas plantações novas, especialmente pelo
gado caprino, promovendo a substituição d'este pelo vaccum.
Para sustentar este gado é necessario crear pastagens para as quaes são muito convenientes as partes
altas da ilha, como o extenso planalto do Paul da Serra, locaes eminentemente proprios para esse Fim pela
altitude elevada e exposição aos ventos humidos do Oceano.
Como é sabido, pastagem não é como se diz vulgarmente toda a superficie que se cobre de hervas que o
gado approveita; é preciso que este revestimento se conserve durante todo o anno para que constitua uma
pastagem natural. As que seccam de verão por não terem condições proprias para se manterem n'essa quadra do
anno, chamam-se hervagens; embora o alimento que estas fornecem seja de inferior qualidades teem ellas
importancia pelas suas grandes extensões e portanto pela grande quantidade de forragens que produzem.
Toda a região da ilha comprehendida entre as altitudes de 700 a 1.500 metros deve possuir agua em
quantidade sufficiente para permittir a existencia de boas pastagens; visto que, segundo a opinião do Ex.m° Sr.
engenheiro-silvicultor A. Mendes d'Almeida, são para isso bastantes pouco mais de 1.000 millimetros no
continente de Portugal, e a Madeira, se é certo estar mais a Sul, tambem ha todas as razões para suppôr que pode
contar com 1.200 a 2.000 millimetros de chuva, senão com mais. Pena é que não haja observatorio meteorologico
n'aquella zona para que sobre observações rigorosas se podessem assentar estas conclusões.
O Planalto do Paul da Serra está em excellentes condições para n'elle se fazerem explendidas pastagens
capazes de sustentar milhares de cabeças de gado; visto que tem uma superfície de 3.000 a 4.000 hectares, hoje
quasi completamente escalvada onde apenas existem grandes moitas de feiteira aproveitada para fazer camas aos
animaes; esta n'uma altitude elevada, com nevoeiros constantes; e é cortada em todas as direcções por numerosos
pequenos cursos d'agua.
A seguir vem o Santo da Serra, o segundo planalto da ilha, onde existem além das partes que estão
cultivadas e arborisadas, extensas planicies nas melhores condições parauma próspera producção pascigosa.
Existem ainda muitos tractos de terreno dispersos pelas encostas que poderiam ser vantajosamente aproveitados
para a cultura das plantas forraginosas, expontaneas ou aclimadas. Entre estas ha um grande numero que tendo
muito valor pascigoso como: o Anthoxanthum odoratum, a Festuca ovina, a Poa pratensis, etc., que crescem em
abundancia n'um ou n'outro ponto da ilha.
Pelas excellentes condições climatericas da Madeira torna-se extremamente facil a propagação e
disseminação das especies forraginosas que hoje ali vivem limitadamente; desde que a sua cultura seja
methodicamente feita e bem dirigida.
Para que se melhorem as pastagens naturaes é necessario o estabelecimento do regimen pastoril, pois só
o Estado pode, analogamente ao que faz no florestal, levar a effeito essa grande obra de protecção ás pastagens;
pela arborisação dos declives rapidos e do solo que não se presta ao enrelvamento; pelos indispensaveis trabalhos
de construcção e pelo alargamento das relvagens empregando a cultura pastoril; são precisas tambem a instrucção
das populações serranas, para que melhorem e augmentem as mesmas pastagens; e a creação de jardins e campos
de ensaio, onde aprendam a cultivar e a diffundir a hoje circumscripta flora alpestre. Pelos jardins de ensaio se
conseguirá aclimatar as plantas das zonas inferiores, transferindo-as successivamente para jardins d'altitude
superior Estes jardins servirão tambem para a producção e melhoramento das sementes alpestres, que se
modificam de região para região e que não existem no commercio.
E assim se poderão extinguir os porcos e as cabras na serra sem que o seu desapparecimento,
gradualmente feito, prejudique o lavrador. A conservação dos porcos é mais um habito do que uma necessidade;
pois estes animaes, cujo numero é jà muito reduzido, pouco interesse dão pela sua pequena corpolencia e difficil
engorda. Com a cabra não succede o mesmo, pelos lucros que, com uma despeza minima, d'ella se obtem,
resultantes da venda da carne, das crias e das pelles respectivas. A sua substituição porem pela vacca que causa
muito menos prejuizo e é de muito maior utilidade, sobretudo pela producção do leite, não pode deixar de ser um
beneficio para o lavrador. A industria da madeira e outras derivadas do leite, como a dos queijos, estão já
bastante desenvolvidas na Madeira, não sendo por isso difficil hoje convencer os serranos das enormes vantagens
que d'ellas lhes provirão e que de certo compensarão bem a falta d'aquelles animaes.
As cabras podem aliás ser conservadas, com todas as vantagens para as populaçõos dos Campos que
lhes são inherentes, comtanto que passem ao regimen de estabulação.

CONCLUSÕES

1ª Convém que passem todos os serviços relativos á conservação das mattas e arborisacão da Madeira a
ficar. para todos os effeitos, sob a acção directa da Direcção Geral dos Serviços Florestaes.
2.ª É necessário o estabelecimento de observatórios meteorológicos em numero sufficiente e
convenientemente distribuídos em differentes pontos da ilha.
3.ª É de urgente necessidade o promover-se o revestimento florestal das partes altas e das encostas da
Madeira, dentro da 3ª e 4ª zonas, aproveitando as essências indígenas e as acclimadas de maior utilidade.
4ª É muito preciso dar-se desde já exacto cumprimento ao regulamento de policia florestal, tendente á
protecção dos arvoredos e á extincção dos porcos e cabras na serra.
5ª É da maior conveniência o aproveitamento dos planaltos da ilha para pastagens naturaes.
Lisboa, 29 de Dezembro de 1919.
João Henriques Camacho.

[João Henriques Camacho, Notas para o estudo da rearborização da ilha da Madeira- Dissertação inaugural
apresentada ao concelho Escolar para complemento do curso de engenheiro- silvicultor, Lisboa, 1920, pp.37-43,
54-57. ]
REGIME PASTORIL - ILHA DA MADEIRA[1942]

Na ilha da Madeira, tirando as espécies pecuárias consideradas sedentárias da zona agrícola e umas
centenas de cabeças da espécie bovina apascentadas nos planaltos durante os meses mais quente, o gado restante
ou seja o que vive permanentemente à solta nas serras não tem nenhuma ligação aceitável com a agricultura. E as
excepções que existem não são de monta, pois são pouco numerosos os casos de recriação.
Este gado solto vai vivendo numa situação de facto, perseguido por todos os que têm terrenos cultivados
e os seus proprietários, designados na ilha como pastores, são os primeiros a declarar que a importância do
rendimento das suas rezes é diminuta, incerta, nula ou mesmo em muitos casos negativa, reinando nessa
exploração uma verdadeira desordem, cuja expressão psicológica e causa primária é o facto de o pastor não
acompanhar constantemente o gado, como sucede no milenário regime pastoril do Continente.
Os «vigias» ou «espias» que ali o guardam, e só durante o dia a tal se dedicam, são nomeados entre
todos os componentes de cada comunidade de pastores. Todos os dias se revezam e o encargo vai assim correndo
do primeiro ao último dos interessados no compascuo.
Acontece porém que nenhum desses pastores pode encarar a tarefa da vigilância como ofício, resultando
daí esquecerem ou não cumprirem à risca a missão de que a comunidade os encarrega temporariamente. De resto
esse trabalho limita-se quase só à contagem do gado e suas crias, bem difícil de ser feita com rigor uma vez que o
aumento se encontra disperso e só é «arrumado» pela altura da tosquia, isto é, uma ou duas vezes no ano.
E se o vigia tem quatro ou cinco miseráveis ovelhas, que essa deve ser a média por proprietário, que
estímulo poderá ter na execução de um trabalho, na manhã seguinte transmitido a outrém, e pelo qual não recebe
directamente paga alguma.
Para muitos dos pastores a posse do gado da serra não passa mesmo de um capricho ou regalo,
revestindo muitas vezes o aspecto desportivo. E esse gosto tão natural como antigo no homem ilude a todos por
completo a noção da economia da pequena empresa, à qual se não dedicam nem podem dedicar individualmente
por falta de capital e sobretudo por falta de recursos pascigosos suficientes. Na verdade, o valor das pastagens da
Madeira diminui a olhos vistos e o gado chega a atingir por vezes um estado de magreza e desalinho que o torna
repelente.
E quantos desmandos e prejuízos se podem apontar neste sistema de exploração! Desleixo, viciação de
sinais, massacres feitos pelos cães, enfim, o roubo é também frequente e as muitas questões que vão surgindo são
resolvidas pela violência, ou na «venda»-designação local da pequena loja de comércio misto ou no «arrume»
anual por ocasião da tosquia. As desordens entre pastores são muito frequentes nessas reuniões.
Segundo o arrolamento feito em Março de 1940 pela Junta Nacional dos Lactícinios, o número de
cabeças de gado bovino em pasto livre nas serras era de 485. Mas esta contagem foi feita na primavera e por
consequência a quantidade de gado bovino apascentado durante o verão continua a ser desconhecida.
O que se passa no Paúl da Serra é exemplo frizante da falta de ordenamento neste ramo de riqueza do
Arquipélago: as perdas anuais ali registadas numa população ovina que andará por 6500 cabeças, ultrapassam
10%.
Os ataques feitos pelo porco bravo também concorrem para estes grandes prejuízos mesmo nos
plannaltos, onde é mais eficaz a vigilância pelos «vigias». O porco da serra aparece por toda a parte, dentro ou
fora do terreno arborizado. Assim, apesar de ser há muito tempo considerado caça livre, é frequente nos baldios
de Santa Cruz, na Serra das Funduras, nas vizinhanças do Poiso e também no Homem em pé, Achada do
Teixeira, Fanal, Rabaçal e Paúl da Serra.
As ervagens são por ele destruidas e muitas das crias de ovelha são por ele devoradas sem defesa
possível. Outro tanto não sucede com a cabra, pois que dele se defende com grande vigor.
O porco da serra tudo o que apanha destrói: novidade de cultivo, as crias de gado e também a feiteira-
Pteridium aquilinum-que não deixa viver porque a arranca e lhe come o rizoma e a raiz.
Em conclusão: entre o gado manadio, a espécie que mais sofre é precisamente a que mais valor tem e
mais assistência merece
Reduzir o gado suíno a um mínimo de reserva genética a determinar, para o que serão destinadas
algumas parcelas vedadas de terreno, estabulado em seguida o gado caprino, será feita a reorganização geral do
aumento ovino. Este trabalho será acompanhado do estudo da recriação do gado bovino.
A estabulação do gado caprino ficará a cargo de cada um dos proprietários e deverá estar concluída no
prazo de 1 ano a contar do começo da execução deste plano.
De futuro o apascentamento de gado caprino nas serras será proibido.
O gado suíno capturado, será entregue à autoridade administrativa; o núcleo restante ficará sendo
propriedade do Estado, destinando-se, como foi dito a trabalhos de melhoramento.
A organização do regime pastoril do gado ovino e bovino nas serras da Madeira, ficará a cargo dos
Serviços Florestais com a assistência sanitária da Intendência de Pecuária do distrito e de acordo com a Junta
Nacional dos Lacticínios da Madeira. De um modo geral, usar-se-à o sistema de rebanhos, permanentemente
vigiados por pastores, auxiliados por cães ensinados da raça da Serra da Estrela.
O apascentamento será feito no futuro em pastagens arborizadas.
Os proprietários do gado reunir-se-ão em Sindicatos. Os Sindicatos serão organizados tendo como base
os principios de assistência mútua. Os seus estatutos só poderão ser aprovados mediante parecer favorável dos
Serviços Florestais.
Como o regime de rebanhos a aplicar de futuro constituirá uma novidade na ilha e para que o trabalho
seja bem orientado logo de início, os primeiros pastores serão enviados do continente e nomeados pelos Serviços
Florestais.
Os pastores serão pagos pelos Sindicatos de proprietários de gados. As suas nomeações futuras serão
feitas mediante o parecer favorável dos Serviços Florestais.
Todo o gado manadio será inventariado e numerado com brincos ou com marca a fogo.
As crias serão numeradas e registadas à nascença.
Os extravios tornar-se-ão assim impossíveis. Com o auxílio dos cães dos rebanhos, os célebres
massacres de ovelhas registados até agora e feitos por animais daquela espécie, deixarão de ser possíveis.
Os locais de apascentamento serão indicados pelos Serviços Florestais.
Só mediante autorização expressa dos proprietários dos terrenos, poderão neles ser apascentados os
rebanhos.
Construir-se-ão os abrigos suficientes para que o gado ovino aí passe o tempo invernoso. Anexa ao
abrigo ficará a habitação do pastor.
Os abrigos situados em terrenos particulares serão propriedade do dono do terreno, que terá faculdade
de os arrendar ao sindicato de pastores interessado. Os que se construirem nos terrenos das Corporações
administrativas pertencerão ao Estado.
Quando ao proprietário do terreno fôr impossível construir o abrigo necessário, o Estado construi-lo-à
no terreno público mais próximo ou no que fôr para esse fim expropriado.

Ilha do Porto Santo


A reorganização do regime pastoril no Porto Santo tem como base a resolução do difícil problema da
produção de forragens num clima quente e seco.
Prevê-se neste plano a criação de pastagens arborizadas e a construção de abrigos, bebedouros e silos.
Os trabalhos de reorganização do regime pastoril serão feitos de acôrdo com a Intendência de Pecuária e
Junta Nacional dos Lacticínios.
Nos terrenos florestais só será permitido o apascentamento do gado bovino e ovino.
O apascentamento de gado caprino nesta ilha e ilhéus será proibido.
Todo o gado que for apascentado nos terrenos florestais será guardado permanentemente pelos pastores
nomeados mediante parecer favorável dos Serviços Florestais.
Tal como na Madeira, os locais de apascentamento serão indicados pelos Serviços Florestais
.

[José Maria Carvalho, Plano Complementar do Plano de Povoamento Florestal 1942, pp.66-69, 73-76, in
Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento Florestal no Arquipélago da Madeira(1952-1975), Lisboa, 1990,
pp.125-129]

FERNANDO AUGUSTO DA SILVA, 1946

I-ARVOREDOS E ÁGUAS PLUVIAIS

A notável feracidade do solo, a excelente benignidade do clima, a sua riqueza florestal, a abundância
dos mananciais e ainda outras vantajosas condições do meio, tornaram a Madeira desde o inicio do primitivo
povoamento urna região de feição essencialmente agrícola, que se mantém e perdura ha cinco dilatados séculos,
com os requisitos de uma apreciada prosperidade, em todos os sectores da actividade humana.
Bastará recordar que cerca de setenta e cinco por cento dos seus habitantes vivem entregues aos labores
do incessante cultivo das glebas, que é por vezes muito árduo e eriçado de grandes dificuldades, devido
especialmente ao inverosímil acidentado dos terrenos, como todos sabem.
Era natural, e a força imperiosa das necessidades ocorrentes assim o exigia, que largamente se
aproveitassem e merecessem o mais desvelado cuidado todos os elementos que contribuíssem para o
desenvolvimento dessa primacial industria e entre os quais se destacavam em primeira .plana-a imediata
construção das levadas e a cuidadosa conservação dos densos arvoredos
Embora talvez hiperbolicamente, mas com um certo pitoresco, se diz algures que «as arvores são as
mães das mados «caminhos vizinhais» ou de simples comunicação entre os diversos sítios encontram neles
apreciáveis elementos de conservação e de defezas impedindo que as águas caudalosos danifiquem os leitos e os
muros marginais dessas vias públicas.
De um pequeno mas interessante estudo, realizado por um distinto regente florestal, reproduzimos estes
trechos, que representam uma perfeita síntese das medidas a adoptar para o completo revestimento florestal da
Madeira:
«O estabelecimento de um plano cuidadosamente organizado, tendo como base o conhecimento
fisiográfico de toda a ilha, a escolha de essências próprias do meio e a sua distribuição cuidadosa por todos os
vales, a criação de viveiros e de zonas de protecção das essências indígenas, a execução de projectos de
hidráulica florestal e torrencial, o repovoamento florestal com espécies adequadas, são elementos que os técnicos
deverão ter em vista ao elaborar o plano de arborização da ilha da Madeira»
No decurso deste rápido estudo, procuraremos referir-nos, embora sumariamente, a todos estes pontos,
que ficam apontados.

II-UMA REGIÃO FLORESTAL

Uma constante tradição local e as seguras informações que a história nos oferece, conjugadas com os
dados hipsométricos da sua tão acidentada orografia e com vários elementos privativos do clima, mostram que a
Madeira, alem de ser uma região de feição essencialmente agrícola, como fica dito no capitulo anterior, conserva
também as particularidades próprias de um território de caracter profundamente florestal, embora sem prejuízo da
vantajosa cultura de outras espécies vegetais ou plantações agrícolas que as particulares condições climatéricas
notavelmente favorecem.
Não será descabido recordar que também nas zonas confinantes do litoral se encontrava uma basta
vegetação arbórea, o que ao presente não seria permitido fazer se, em virtude da indispensável aplicação desses
terrenos ao cultivo de outros géneros agrícolas, mais proveitosos e mais necessários aos interesses dos habitantes.
Na limitada área de 500 quilómetros quadrados tem esta ilha grandes elevações montanhosas, atingindo
algumas delas altitudes de 1750 a 1860 metros, que a par de outras condições mesologicas consentem a formação
de densos arvoredos, como já existiram e de que ainda restam alguns raros mas autênticos vestígios. Os terrenos
aráveis não excedem a altitude de 700 a 800 metros e não ocupam uma superfície muito superior a 300
quilómetros quadrados, havendo uma extensão relativamente grande para a conservação das espécies florestais.
Em altitudes superiores ás que ficam indicadas não é compensadora a cultura das terras, o que aconselha o seu
aproveitamento para o plantio dessas espécies arbóreas e para o exercício da industria pecuária.
Essas e outras valiosas características abonam justificadamente o juízo que fica exposto e que, alias, se
acha de todo confirmado pelas observações realizadas por alguns técnicos da mais autorizada competência.
Dessas tão favoráveis e apreciadas condições, da posição geográfica da ilha e ainda de outros requisitos
naturais privativos deste meio resultam a justificada fama de clima privilegiado de que universalmente gosa,
não somente para a quadra fria e chuvosa do Inverno, mas também para as estações quentes e temperadas do
estio e da primavera, segundo a situação e a altitude dos lugares escolhidos para esse fim.
Os capítulos subsequentes justificam também o conceito que deixamos esboçado acerca dos
particulares aspectos, que a superfície madeirense apresenta como região própria para a formação e conservação
de uma larga e intensa vegetação florestal.

III ORIGEM DO NOME «MADEIRA»

O nome de Madeira, que os descobridores ou os mais antigos povoadores deram a esta ilha, anda
indissoluvelmente ligado á existência do opulento arvoredo, que em toda a extensão a cobria desde a orla do
Oceano até os píncaros das mais elevadas eminências . Foi uma bem apropriada e característica designação, que
sempre perdurou através do tempo e que natural e espontaneamente teria acudido aos que pela primeira vez
defrontaram com essa tão vasta, intensa e rica vegetação florestal. Factos subsequentes e ponderosas
circunstancias de feição local, vieram robustecer e confirmar a escolha desse nome. como abaixo se verá,
havendo os velhos cronistas e escritores, os navegadores e viajantes e ainda os documentos oficiais conferido um
cunho de verdadeira autenticidade a essa feliz qualificação, por meio dos seus numerosos escritos e narrativas,
alguns dos quais são contemporâneas da primitiva época da colonização madeirense.
Entre todos, vem de molde recordar o assaz conhecido verso de Camões-Que do muito arvoredo assi se
chame-(V-5), que, seguindo a esteira dos outros escritores, permitiu dar uma mais larga e brilhante divulgação a
este tão expressivo nome.
No entretanto, a já consagrada frase do nosso maior poeta começa a ter um formal desmentido. Estamos
a transitar rapidamente da mais concreta realidade para os domínios duma pura lenda... O nome glorioso de
Madeira, que os séculos perpetuaram e que a fama tornou universal, vai perdendo a força do seu legitimo uso,
estabelecendo-se um flagrante contraste entre o seu exacto significado e aquilo que ele na verdade deveria
rigorosamente exprimir.
Não se tomem à conta duma descabida e exagerada hipérbole as palavras que ai ficam. As nossas
florestas estão sendo vítimas do mais desenfreado vandalismo. Parece que o génio do mal armado de todos Os
elementos de destruição se propôs transformar as verdejantes encostas das nossas montanhas na aridez
calcinante do deserto. E' certo que a exuberante fertilidade do solo e as mais favoráveis condições climatéricas
teem parcialmente obstado a uma completa devastação. mas essa iminente calamidade vai tomando proporções
tão assustadoras que, dentro dum futuro muito próximo, o mal causado se tornará absolutamente irremediável
E' por isso que um clamor uníssono se levanta e se faz intensamente ouvir, soprando de todos os
quadrantes um vento já impetuoso de mal contida indignação.
O doutor Gaspar Frutuoso com os valiosos elementos que lhe forneceram as antigas crónicas e os
documentos coevos do descobrimento, informa-nos: «... a qual chamaram da Madeira por causa do grande e
espesso arvoredo de que era coberta...». Infere-se desta narrativa que foram os próprios descobridores, que à ilha
desconhecida a que aportaram, deram o nome de Madeira. Em outro lugar diz o mesmo Frutuoso: "O infante
vendo as mostras e ouvindo a relação que da ilha eles lhe deram, lhe poz o nome, que agora tem, de ilha da
Madeira...». Deve, por certo, entender-se que o infante D. Henrique se limitou a confirmar o nome com que os
primitivos navegadores denominaram a terra que tinham descoberto.
E ainda em outra passagem das Saudades se afirma expressamente que foi o descobridor João
Gonçalves Zargo que a esta ilha chamou Madeira: «a que o dito capitam poz nome da Madeira». E ainda mais
terminantemente o diz em outro logar da obra citada: «.. lhe poz o nome assi o felicíssimo capitam primeiro
dela João Gonçalves Zargo, por causa do muito espesso e grande arvoredo de que era coberta, e ser toda cheia de
infinidade de madeira».
Em um antigo livro manuscrito da Câmara Eclesiástica do Funchal, deparamos com a seguinte
informação, que não resistimos ao desejo de a transcrever «ipsis verbis», como ali se encontra.
«Havia muita madeira na ilha que se serrava com engenhos de agua, grandes traves, mastros, travetas,
chaprões, cossueiras, que se levavam para muitas partes. Da banda do Sul não era tanta, porque se queimou muita
e a outra se gastava nos engenhos de assucar, que todos estavam desta banda: mas havia da parte do Norte
grande numero de engenhos de agua sempre a serrar, e erão as arvores tão grossas e tão crescidas. Como se pode
inferir do "til' que se achou no Funchal o qual era tão grosso, que dez homens juntos com os braços lhe não
chegavam a abraçar o tronco: e fazia tanta copa que cobria onde hoje é a Cadea Velha de uma ribeira á outra ás
quaes ambas se ião ajuntar, e entrar por uma só boca no mar. Desta qualidade havia muitos, e mui altos cedros,
que depois se gastarão e extinguiram».
Ao contrario do que sucedeu com outras ilhas e terras descobertas, nunca foram esta ilha e arquipélago
conhecidos por outro nome além daquele que primitivamente tiveram. E' certo que o Dr. Gaspar Frutuoso afirma
a que por ser assim mui fragosa dizem que seu nome era a devia ser ilha das Pedra», mas desta maneira enfática
de dizer do historiador das ilhas se concluiu que ele não quisera asseverar ter tido esta ilha aquele nome. E além
desta passageira referencia de Frutuoso, que não chega a ser uma afirmação, não se conhece em quaisquer outros
escritos antigos ou modernos aquela denominação para designar a ilha ou arquipélago da Madeira.
O ilustre escritor Pinheiro Chagas, em uma das suas frequentes digressões á «margem da histórias
escreveu estas curiosas palavras:
«Era esse nome que mais naturalmente lhe ocorreria? Quando o termo madeira designa especialmente
os troncos de arvores já derrubados e preparados para usos próprios, não era estranho que fosse esse nome que
servisse imediatamente a Gonçalves Zarco para designar a ilha, em vez de ilha do Arvoredo, ilha das Flores, ilha
das Matas?»
Como acima ficou dito,o testemunho até agora irrecusável dos cronistas, dos documentos da época e da
tradição corroboram plenamente o uso do antigo nome, sempre mantido no decorrer dos séculos e sempre
adoptado por todos, embora possa, por uma caprichosa excepção, ser posto em duvida pela fantasia de um
distinto literato
Em corroboração do que fica exposto. não deixam de despertar especial interesse os depoimentos de
alguns navegadores e escritores do século XV, que vamos rapidamente citar, embora já o tenhamos feito com
maior largueza em outro lugar dos nossos trabalhos de historia madeirense.
O celebre navegador veneziano Luís Cadamosto visitou duas vezes a Madeira por meados do século
XV, sendo a narração das suas viagens impressa no ano de 1507, a qual oferece a notável particularidade de ter
sido a obra mais antiga publicada em língua estrangeira acerca desta ilha de que ha conhecimento. Diz esse
ilustre navegante que por ocasião da «descoberta não tinha palmo de terra que não fosse cheia de arvores
grandíssimas, sendo necessário aos primeiros que a quiseram habitar por-lhe fogo, o qual lavrou grande espaço
de tempo... e assim desapareceu em grande parte o dito bosque. . .».
O conhecido navegador português Diogo Gomes, nas «Relações do Descobrimento da Guiné e das ilhas
dos Açores, Madeira e Cabo Verde», por ele transmitidas a Martinho da Bohemia e traduzida em língua
portuguesa por Gabriel Pereira («Bolet. da Soc. Geogr. de Lisboa» n.° 5, ano de 1898) faz idênticas afirmações,
que aproximadamente se referem ao terceiro quartel do século XV.
Uma informação sobremaneira curiosa é a de outro navegador italiano Romeu Aditti de` Peraso, que
deixou na narrativa escrita em 1567 estas palavras: « .. a ilha não é habitada senão à beira-mar, pois que na
montanha por causa da espessura das arvores que ali ha em mui grande abundância e altíssimas de maneira que,
dizem, por causa delas se anda duas ou três léguas sem jamais ver o sol . »
Os nossos ilustres cronistas Gomes Eanes de Azurara, contemporâneo da descoberta, na sua obra
«Descobrimento e Conquista da Guiné», João de Barros e Damião de Gois, pouco posteriores á época desse
sucesso, na «Asia» (Decada I) e na «Crónica do Príncipe Dom João», ratificam esses depoimentos com a
autoridade dos seus nomes e muitos outros escritores teem adoptado sem contestação as informações das antigas
crónicas.
Se a natureza foi de uma notável prodigalidade na abundância de tão vastos e densos arvoredos, não se
tornou também avara na variedade das espécies florestais com que opulentamente cobria todo o solo madeirense.
Pode com verdade afirmar-se que á chamada riqueza da «quantidade» se juntou profusamente a riqueza da
«qualidade». Bastará recordar que é um facto averiguado a existência de bastas e extensas matas de cedros, tis,
vinhaticos, freixos, urzes, barbusanos e ainda outras apreciadas espécies arbóreas de que só resta... uma saudosa
memória, como ao diante mais largamente diremos.
Em vista do que tantas vezes se tem dito e que de novo deixamos sumariamente repetido, não causara
admiração ou surpresa que a estia ilha se houvesse dado o nome de Madeira, que os séculos vão repetindo e que a
fama tornou universal. Com o inaudito vandalismo dos homens vai-se tornando menos rigoroso e menos
apropriado o uso desse nome, estabelecendo-se um flagrante contraste entre o seu verdadeiro significado e aquilo
que ele deveria na realidade exprimir...
São conhecidas as rápidas considerações que aí ficam, mas não é importuna a sua repetição, para
proveitoso ensinamento de muitos e bem assim para as indispensáveis informações, que estamos apresentando
acerca deste importante assunto.
IV. O INCÊNDIO DOS ARVOREDOS

O antigo incêndio dos bastos arvoredos, que onimodamente cobriam a superfície desta ilha, é um
conhecido e velho tema, que inúmeras vezes tem sido versado por diversos escritores nacionais e estrangeiros.
Desde os que pura e simplesmente negam a veracidade do sucesso até aqueles que lhe fixam uma duração de
nove anos, não faltam descrições, narrativas e comentários de sabor vário, despertados pela estranheza de um
facto tão anormal, pelas circunstâncias imprevistas que o acompanharam e ainda pelas consequências que dele
derivaram
Até a poesia épica dele se serviu para dar larga expansão aos voos audaciosos dos cultores desse género
de literatura, como foram Manuel Tomás na Insulana, Paula de Medina e Vasconcelos na Zargueida e ainda
outros de menor envergadura, que deixaram inúmeras composições poéticas dispersas em muitos livros e Jornais.
Quando os primeiros colonizadores tentaram o inicio do povoamento, logo reconheceram ar. excelente
benignidade do clima e a exuberante fertilidade do solo, mas também sem esforço se aperceberam das penosas
dificuldades que, importaria vencer para atingir-se o fim do seu audacioso empreendimento. Com dois grandes
obstáculos, talvez então julgados insuperáveis. se defrontaram em vacilante expectativa: o inverosímil acidentado
dos terrenos e a vastíssima e luxuriante vegetação florestal.
A devastação parcial dos arvoredos e a condução das aguas de regadio (as futuras levadas), a par do
antanho directo das glebas, constituíram os primeiros trabalhos agrícolas, dando-se assim começo a uma activa
colonização, a que sempre andava adstrito o correlativo povoamento ou formação de diversos núcleos de
habitantes.
Nas páginas do Elucidário Madeirense, (II-140 e ss.), seguindo as antigas crónicas, deixamos uma
noticia acerca deste notável acontecimento da primitiva colonização, da qual vamos transcrever alguns trechos,
que teem a mais próxima afinidade com o assunto de que nos vimos ocupando e que importa arquivar nestas
paginas.
O incêndio das matas no tempo de Zargo, o primeiro donatário do Funchal, é um acontecimento a que
particularmente se referem João de Barros, Frutuoso, António Cordeiro. Manuel Tomás e outros autores, e que
também foi perpetuado pela tradição. Refere Ferdinand Denis que um antigo viajante francês conheceu um velho
marinheiro a quem uma testemunha ocular contara o incêndio da ilha da Madeira, e segundo o erudito anotador
das Saudades da Terra, no Arquivo da Torre do Tombo, Livro das Ilhas. folhas 84, está a publica forma de um
breve apostólico do Pontífice Paulo II, com data de 1469, em que manifestamente se alude ao mesmo incêndio.
Gaspar Frutuoso, o historiador das ilhas; dá conta, nos termos seguintes, do incêndio no sertão da
Madeira: «Daqui acordou o capitam (João Gonçalves Zarco), vendo que se não podia com o trabalho dos homens
desfazer tanto, arvoredo que estava nesta ilha desde o principio do mundo ou da feitura della, e para o consumir,
e se lavrarem as terras, e aproveitar-se dellas era necessário pôr-lhe o fogo; e como quer que, com o muito
arvoredo e pela muita antiguidade, estava delle derribado pelo chão, e delle seco em pee, apegou o fogo de
maneira neste valle do Funchal, que era tão bravo que, quando ventava de sobre a terra, não se podia sofrer a
chama e quentura delle, e muitas vezes se acolhia a gente aos ilhéus e aos navios até o tempo se mudar; e, por ser
o valle muito espesso assi de muito funcho, como de arvoredo, atiou-se de maneira o fogo, que andou sete annos
apegado pelas arvores, e troncos, e raízes debaixo do chão, que se não podia apagar, e fez grande destruição na
madeira assí no Funchal, como em o mais da ilha ao longo do mar na costa da banda do sul, onde se determinou
roçar e aproveitar.»
D. Francisco Manuel de Melo, referindo-se ao incêndio da Madeira, diz na Epanaphora III o seguinte:
«He força que duvide do incêndio que (Barros) afirma durou sete anos por toda a ilha. Ao que, parece, implicão
os bosques, que sempre nella permanecerão, dos quaes ha tantos annos, se cortão madeiras, para fabrica de
assucares: de que dizem chegou a haver na lha, cento 8~ cinquenta ingenhos; que mal poderião continuamente
sustentarse, depois de hum incêndio tão universal, & menos produzirse depois delle: mas fique sempre salvo o
credito de tal Autor.»
Os argumentos de Melo teem um certo valor para mostrar que o incêndio da Madeira nem durou sete
anos. nem se estendeu a todos os pontos da ilha, havendo ainda a acrescentar que se ele tivesse sido geral, como
pretendem alguns escritores, não poderia Cadamosto, que também se refere ao sinistro, dizer em 1450 que o
nosso país produzia madeiras muito apreciadas, entre as quais sobressaíam o cedro e o teixo. E' ainda de advertir
que para o fogo durar sete anos consecutivos em matas constituídas especialmente por essências folhosas, seria
preciso que durante esse longo espaço de tempo não caíssem na ilha nenhuns desses violentos aguaceiros que,
ainda hoje, apesar das chuvas serem muitos menos abundantes do que outrora, inundam os vales do interior e dão
origem a torrentes que se despenham em catadupas do alto das serranias».
Não padece duvida que muitas matas do vale do Funchal e de outros pontos da costa sul da ilha foram
destruídas pelo fogo, mandado lançar imprudentemente por João Gonçalves Zarco para o fim de arrotear as
terras, mas admitir que esse fogo, ateando-se rapidamente e saltando de arvore em arvore, chegou a atingir toda a
ilha, parece-nos fantasia própria da imaginação opulenta de Manuel Tomás e de outros antigos escritores. Do
trecho das Saudades da Terra que deixámos transcrito, não se depreende que o incêndio fosse geral, e João de
Barros, o primeiro historiador que noticiou o sinistro, circunscreve-o á parte da ilha da Madeira onde se ora
chama Funchal», acrescentando, porém, «que o fogo tomou posse da roça & do mais arvoredo, que sete anos
andou vivo no bravio daquellas grandes matas que a natureza tinha criado avia tantas centenas de anos.»
Diz o Dr. Alvaro Rodrigues de Azevedo que tendo sido a parte sul da ilha «precisamente a cultivada e
habitada logo depois do descobrimento, é possível, não só que ahi fossem pouco a pouco roteados os terrenos por
meio de incêndio das matas virgens, sistema que ainda hoje, por falta de braços, por outras rasões agrícolas e
económicas, e por necessidade de momento, se emprega nas sertões americanos, mas também que a estes
roteamentos pelo fogo se fosse recorrendo nos septe primeiros anos, sem que disso poucos tempos depois se
achassem resquícios. O sul da ilha da Madeira foi o primeiro explorado e habitado, e é a zona mais productiva.
Curto período fora preciso para que o trabalho do homem ahi extinguisse os signais da devastação. E limitado o
incêndio a uma parte da ilha somente, os argumentos em contrario perdem a força. Mello mesmo duvida não
tanto do incêndio, quanto de que este fosse tão universal».
Reduzido o sinistro ás proporções que lhe atribui o Dr. Azevedo, não ha motivo para que deixemos de
aceitá-lo como verdade histórica, tanto mais que, como diz o mesmo escritor, ele se acha autenticado pela clara
alusão do Breve Apostólico, que é quasi contemporâneo. foi um erro, não resta duvida, mandar largar fogo aos
arvoredos, em vez de os decepar a machado, mas desse erro não resultou felizmente o completo aniquilamento
das matas. como já atrás se viu.
Não pode duvidar-se que algumas narrativas da descrição do primitivo incêndio revestem uma feição de
acentuada hipérbole, que a estranheza e a anormalidade do facto explicam e até certo ponto inteiramente se
justifica. E', porém, indubitável e constitui uma verdade histórica a existência desse acontecimento, que, embora
talvez imprudentemente provocado, não deixou de impor-se como uma imperiosa necessidade que as
circunstancias ocorrentes aconselhavam. O incêndio aumentou a feracidade do solo, abriu clareiras para o
amanho das glebas. permitiu a melhor escolha dos terrenos, favoreceu a formação dos pequenos povoados é
despertou a mais esperançosa confiança os trabalhos da colonização, que iam ser iniciados.
No decorrer do tempo e todos sabem, muitos incêndios teem ocorrido nas nossas florestas, mas alem do
celebre e primitivo incêndio nenhum causou uma tão larga devastação e produziu tão avultados prejuízos, com
grande pânico das populações circunvizinhas, como o que se deu no mês de Agosto de 1919, do qual o
Elucidário Madeirense (II- 142) nos fornece uma desenvolvida noticia.

V . EXPLORAÇÃO DE MADEIRAS

Não tendo o célebre e primitivo incêndio revestido a intensidade e atingido a extensão que alguns
escritores lhe pretenceram assinalar, sabe-se que uma parte considerável da ilha ficou ainda coberta com uma
densa vegetação florestal. cuja conservação se deveria. ter cuidadosamente mantido através do tempo ou cujo
imperioso desbaste se procuraria fazer de modo a evitar a sua grande devastação.
A construção das primeiras habitações e ainda a das mais antigas capelas era feita com a matéria prima
fornecida pelas matas, o que perdurou por largo tempo sendo também estas que forneciam o indispensável
combustível para os usos domésticos dos incipientes colonizadores.
Não se fez esperar muito tempo que um largo e pouco criterioso emprego das madeiras supervenientes
desse incêndio se iniciasse activamente e sem demora tomasse as proporções do mais condenável vandalismo.
Da superabundância das madeiras, da sua quantidade, da sua procura no continente português e ainda no
estrangeiro surgiu a ideia de uma larga exportação e do seu correlativo tráfego comercial, criando-se desde logo
uma importante Fonte de receita, em um meio tão acanhado, como ainda era então a Madeira.
Uma nova indústria, embora de feição bastante elementar, teve de criar-se: a da preparação das madeiras
para o embarque. Era preciso abater as arvores, serralas e apropria-las ao fim a que particularmente se
destinavam .
Vieram então as chamadas «serras de agua», que se multiplicaram por diversos pontos da nossa ilha. A
paroquia da Serra de Agua e os sítios que ainda hoje conservam esse nome nas freguesias de Machico, Calheta,
Santana, Faia], Boaventura, Seixal e ainda, porventura, em outros lugares, lembram sem esforço esses
rudimentares «engenhos» destinados á serração das madeiras pela acção da força hidráulica e que eram montados
nas margens das caudalosas correntes.
E sobremaneira curioso este trecho do doutor Gaspar Frutuoso: «...havia tanta - quantidade de madeira,
tão formosa e rija, que levavam para muitas partes copia de tábuas, traves, mastros, que tudo se serrava com
engenhos ou serras de agua que neste tempo... começara a fazer com ela navios de gávea e castelo de avante,
porque dantes não os havia no reino».
Para este assunto, oferecem particular interesse os seguintes períodos, que textualmente transcrevemos
da 3a edição da Historia de Portugal de Pinheiro Chagas (11-252):
«Azurara, tratando das vantagens que resultaram dos descobrimentos devidos á iniciativa do infante D.
Henrique menciona «as grandes alturas das casas que se, vão ao céo e fazem com a madeira daquelas partes. Ao
que, o visconde de Santarém acrescenta esta nota: Esta interessante particularidade indica a madeira transportada
a Portugal das ilhas novamente descobertas pelo infante D. Henrique, principalmente da ilha da Madeira, fora em
tanta quantidade, que a sua abundância fizera mudar o sistema de construção dos prédios urbanos, augmentando
os andares, elevando assim as casas, substituindo-o por esta sorte ao romano e árabe, que até então
provavelmente se usara».
Várias referências temos encontrado à exportação de madeiras que desta ilha se fazia destinadas a
construções navais, não sendo para estranhar, já alguém o lembrou, que na gloriosa. frota partida do Restelo no
ano de 1497, em demanda das terras do Oriente, se entrasse qualquer embarcação construída com a matéria prima
extraída das matas virgens da nossa formosa ilha
E' sabido que a montagem e uso dos «engenhos das serras de agua e o seu correspondente comércio da
exportação de madeiras são contemporâneos dos primeiros trabalhos do Povoamento, mas. o mais antigo
documento que se conhece referente a esta matéria é a carta de doação do infante D. Henrique de 1 de Novembro
de1450 (Saud, 453), em que se encontram estas palavras: «Item m apraz que aja de todas as serras de agoa que
hy fezerem de cada huma hum marca de prata em cada hum. ano ou seu certo valor de duas taboas cada
semana..»
Não deixa de oferecer particular interesse ao nosso assunto a narrativa do navegador veneziano Luiz
Cadamosto, acima citado, que visitou a Madeira no ano de 1450 ou pouco depois, dizendo que nesta ilha havia
«...engenhos de serrar, onde continuamente se trabalham obras de carpintaria e bofetes de muitas invenções, de
que se prove todo o Portugal e outros países. Desses bofetes os mais estimados são de duas castas: os primeiros
de cedro muito cheiroso, de que se fazem compridas caixas e os segundos são de teixo que também são muito
para ver e de uma cor rosada..»
E' também interessante mencionar-se que então se fabricavam muitas embarcações de pequena lotação
destinadas à pesca e ao transporte de mercadorias, que eram exportadas para fora da i1ha, sendo essa exportação
proibida no ano de 1562 pelo abuso que para isso se fazia da respectiva matéria prima, dizendo textualmente o
Regimento das Madeiras, promulgado a ~27 de agosto do referido ano: «.. somente poderão na dita ilha fazer
bateis de pescar e de carreto para serventia da dita ilha, os quais não poderão seus donos vender para fora dela
sob pena de pagarem cincoenta cruzados e serem degredados dois anos para a África.»
Posteriormente ao período de que nos vimos ocupando, deparamos com algumas referências respeitantes
a este assunto no interessante opúsculo «Serras de Agua nas ilhas da Madeira e Porto Santo», da autoria do
distinto madeirense Dr. Jordão de Freitas, e entre elas se cita a carta régia de 30 de Ju1ho de 1492, em que se faz
doação a Nuno de Sousa de uma «serra de agua» na ribeira de São Bartolomeu tinha de agua que delimita as
freguesias da Calheta e Estreito da Calheta.
Apesar da voracidade do primitivo incêndio, a Madeira rapidamente se repovoou de espécies florestais e
não levou largos anos a cobrir-se de uma extensa. e abundante vegetação. O corte e negócio das madeiras de que
largamente se usou e abusou, sem logo se olhar pela rearborisação dos montados, provocou protestos e obrigou a
adopção de medidas repressivas.
Embora não se conheçam todas as disposições dos Regimentos de 15 de Janeiro de 1515, sabe-se no
entretanto que ele foi promulgado com o fim de acudir ao repovoamento florestal, em vista dos excessos e abusos
que ao tempo já se cometiam. E foram então muito importantes e eficazes as regras e penalidades a tal respeito
estabelecidas pelo já citado «Regimento das Madeiras», de 27 de agosto de 1562, que é um diploma
verdadeiramente notável no seu género, transcrito a páginas 463-471 das anotações das «Saudades da Terra», e
que apesar de contar quasi quatro séculos de existência contém disposições que ainda na actualidade poderiam
ser observadas.

VI-OS INIMIGOS DOS ARVOREDOS

Como ficou acima sumariamente exposto, teria o primitivo incêndio obedecido aos mais imperiosos
motivos que as circunstancias da ocasião aconselhavam. afim de iniciar-se um rápido e eficaz povoamento, que
não permitia delongas e deveria amoldar-se ás ardentes aspirações dos primitivos colonizadores. Após esse
incêndio, vieram a falta de previsão dos males futuros, as convenientes comodidades do momento, a ausência de
uma acertada orientação e porventura o desejo imoderado do lucro, como teria sido o do comercio das madeiras,
causas essas que foram sempre e sempre alargando a área da acção devastadora, que esse temeroso fogo havia
iniciado.
Emb
ora de menor vulto e de efeitos menos prejudiciais, vieram subsequentes e não raros
incêndios, sucederam outros audaciosos destruidores das matas virgens e surgiram ainda os
novos assoladores dos maciços arbóreos em plena formação, que sob o pretexto do exercício
das industrias pecuária, do fabrico do carvão, corte de madeiras para construção, colheita de
material para adubos e forragens etc, teem sido inimigos ferozes e por vezes inconscientes das
ricas e abundantes florestas, que emolduravam as nossas elevações montanhosas.
Os pastores--E' um erro grave supor que a criação do gado bovino, caprino e porcino fomenta uma
apreciável industria e de cuja supressão poderia de qualquer modo ressentir-se a economia do distrito, como
adiante teremos ocasião de mostrar.
Ninguém ignora que o gado causa uma grande destruição nas plantas ainda novas e em pleno
desenvolvimento, embora a pujança luxuriante da nossa vegetação vença em boa parte o ataque das fortes
mandíbulas desses ruminantes. O que, porém não pode vencer a opulência nativa dos nossos arvoredos é a acção
daninha e criminosa do pastor.
Os rebanhos não encontram meio favorável para as suas pastagens em terrenos cobertos de densa
arborização, tendo necessidade dum solo em que predominem as forragens e plantas de pequeno porte,
indispensáveis á alimentação que lhes é mais apropriada.
0 pastor prepara logo esse desejado pascilgo numa clareira mais ou menos vasta, que as chamas lhe
oferecem sem dificuldade. Os grandes incêndios nas nossas matas teem ordinariamente essa origem. Os zagais
não trepidam um momento em converter uma floresta de belas e corpulentas arvores, que levaram séculos a
formar-se, numa superfície deserta e calcinada pelo fogo devorador, afim de que em breve se transforme em
campo de farta pastagem, destinada a fornecer alimento a umas parcas dezenas de cabras e ovelhas.
Como é sabido e vem a propósito dizer-se, os gados, na sua generalidade, pastam livremente sem guardas ou
pastores e acham-se expostos a todas as intempéries, não existindo currais ou abrigos adequados que os
resguardem das rigorosas invernias, sendo sempre muito considerável o numero de animais, que por esse motivo
sucumbe todos os anos. Esta ponderosa circunstancia seria suficiente para justificar-se, em quaisquer país, uma
absoluta proibição da livre pastagem do gado em serras desarborizadas.
Os Carvoeiros- Tem surgido a ideia da conveniente preparação do carvão mineral como combustível
destinado aos usos domésticos, mas ignoramos se é facilmente viável essa adaptação e a generalização do seu
emprego, pelas classes menos favorecidos, em virtude do seu elevado custo. O que se sabe com inteira certeza é
que o carvão vegetal fabricado na Madeira também não é de módico preço e constitui um factor altamente
prejudicial á vegetação arbórea das nossas serras.
São tão manifestos os prejuízos resultantes do fabrico do carvão, não somente pelas inúmeras e belas
arvores que desaparecem para obter-se esse combustível, mas ainda pelo perigo sempre iminente de atiar-se um
violento incêndio, como tantas vezes tem acontecido, que desnecessário se torna aduzir um largo cortejo de
argumentos para condenar a permissão de semelhante prática, sejam quais forem as cláusulas de segurança, que
porventura queiram invocar-se para esse fim. Nem mesmo empregando-se uma rigorosa vigilância ou aplicando-
se as mais severas penalidades se conseguirá evitar inteiramente os males incalculáveis, que podem resultar do
seu perigoso fabrico.
O decreto de 23 de Julho 19l3. que principalmente se ocupa da criação dos gados; estabelece uma valiosa
disposição acerca do fabrico do carvão, que importa transcrever:
Art ° 8-A partir da data da publicação da presente lei fica proibido o fabrico do carvão de lenha na ilha da
Madeira. a não ser pelos proprietários dos arvoredos ou por indivíduos por eles devidamente autorizados e dentro
das suas propriedades.
A este artigo tem sido. dada uma latitudinária interpretação e à sombra dele não faltou a prática de muitas
irregularidades
Corte de madeiras- Os primitivos e imprevidentes colonizadores não se contentaram vem aproveitar,
embora com largueza, os benefícios que a abundância florestal particularmente lhes proporcionava como
combustível, como excelente matéria prima na construção das mais antigas habitações, do mobiliário e outros
objectos de uso domestico, fazendo-se a excessiva exportação de madeiras para o continente português e pára o
estrangeiro, como já ficou referido, o que impôs a necessidade da promulgação de algumas enérgicas medidas
repressivas, em virtude dos graves abusos que então se cometiam.
Tomando aspectos diferentes, iludindo-se habilmente a vigilância exercida e contando-se até com a
brandura da fiscalização oficial, não se coibiram esses abusos e até se permitiu e favoreceu a prática de outras
não menos prejudiciais transgressões ás leis que regulavam esse importante serviço.
O mal continuou e ainda perdura. Não se exportam madeiras, não se constróem pequenas embarcações para
fora desta ilha, já não existem as conhecidas «Serras de agua», mas o machado não deixa de trabalhar
activamente e com grande proveito dos «negociantes» de madeiras, que nos últimos anos teem aparecido com
mais assídua frequência.
Por ocasião da ultima guerra, em vista da falta de carvão para a laboração de algumas fabricas, esses
negociantes adquiriram grandes abastecimentos de lenhas e madeiras colhidas nas nossas serras, não sendo raro
deparar-se entre esses fornecimentos com «traves» e »pranchas» de espécies florestais de apreciável valor e que
já com grande dificuldade poderão ser encontradas. Havia então e ainda existem densas matas de pinheiros, que
deveriam ser aplicados a esse fim.
Foi talvez ainda maior a destruição, causada nas nossas reduzidas matas no período decorrido de 1914 a
1916, especialmente pelos «agentes» de vapores costeiros, que nos diversos portos e destinados a alimentar as
caldeiras dessas embarcações, foram milhares de arvores arrancadas às serras e em que algumas espécies
florestais, já muito raras, desapareceram inteiramente.
De todos os inimigos das florestas madeirenses não é o «negociante de madeiras» o menos prejudicial ao
bem comum, contando muitas vezes com a especial protecção de qualificadas entidades, que gravitam em torno
das estações oficiais.
Um jornal do Funchal, no seu número de 10 de Maio de 1945 fornece-nos esta curiosa informação:
No Montado do Pereiro os guardas florestais teem surpreendido, nestes últimos tempos, centenas de
indivíduos que se embrenham nas nossas serras. a rolar e a abater tudo quanto se encontra a vegetar, e o
descasque de arvores para as oficinas de curtimentos de peles é o maior negócio a que se podem entregar os
ladrões» das serras, deixando nuas as arvores de renome florestal, só com a mira no interesse».

VIII-OS «REGIMENTOS» DAS MADEIRAS

A opulenta riqueza florestal da Madeira não foi de todo destruída, mas apenas bastante atenuada pelo
celebre e primitivo incêndio, sendo principalmente a acção imprevidente e vandálica dos seus habitantes, que
através do tempo a vem reduzido a bem lamentáveis, e quasi mesquinhas proporções.
Muitas razões persuadem que sem demora se tivessem adoptado medidas repressivas para impedir e castigar
os abusos cometidos, mas não se conhecem a natureza dessas primeiras providencias, a época precisa da sua
promulgação e as penalidades impostas aos delinquentes.
O mais antigo diploma legislativo de que há seguro conhecimento é o alvará régio de 7 de Maio de 1493,
que embora se ocupe particularmente de várias concessões acerca de fontes e nascentes, encerra estas curiosas
palavras referentes ao nosso assunto, que importa transcrever:... os freixos e cedros, que para nós reservamos a
não usarão nem cortarão... a não ser para algumas igreja ou casa de câmara ou a quem dermos... licença por carta
nossa».
E a propósito diremos que ha meio século ou pouco mais existiam ainda em vários pontos da ilha muitos
maciços dos nosso cedro indígena, a tão apreciada e odorífera madeira bastante empregada na marcenaria
madeirense, Não sabemos se hoje, ao menos como simples e saudosa amostra do passado, se encontram ainda
alguns exemplares em qualquer afastado recanto das matas do interior.
O ilustre comentador das Saudades da Terra faz menção de um antigo diploma, datado de 14 de Janeiro de
1515 e destinado a proteger as florestas da ilha, declarando que não conseguiu obter copia desse documento.
Transcreve, porém, integralmente o conhecido «Regimento das Madeiras» de 27 de Agosto de 1562 que informa
achar-se registado a fol. 128-133 do Tomo Segundo do Arquivo da Câmara Municipal do Funchal. (Vid. Saud,
463-471).
Faz preceder essa transcrição das seguintes palavras: «E diploma importante á historia agrícola da ilha da
Madeira; constitui a sua peculiar legislação florestal, ainda agora (1873) em grande parte vigente e é fonte de
posturas municipais em todos os concelhos dela».
Apesar de não se conhecerem todas as disposições do «Regimento» de 15 de Janeiro de 1515, a que acima
se alude, sabe-se que nele se ordenava a plantação de pinheiros e castanheiros nas terras mais adequadas a estas
espécies arbóreas e se proibia o corte de arvores sem licença das camaras, não podendo ser permitido em caso
algum nos lugares em que houvesse fontes ou aguas correntes. Outras disposições de caracter proibitivo,
acompanhadas das respectivas penalidades impostas aos infractores se continham ainda no mesmo «Regimento»,
segundo se depreende das referencias avulsas, que dispersamente se encontram em diversos lugares.
A doutrina nele contida foi ampliada e completada com o citado «Regimento das madeiras» de 27 de
Agosto de 1562, promulgado pela rainha-regente D. Catarina, que verdadeiramente se pode chamar o Código
Florestal da Madeira.
Embora com a natural evolução dos conhecimentos humanos e com as actuais circunstancias de feição
estritamente local, não se possam aceitar em toda a sua plenitude as disposições legais contidas nesse diploma,
somos no entretanto forçados a reconhecer a sua; alta importância, o seu incontestável valor jurídico e o mais
atilado critério com que foi versada a matéria, reportando-nos deste modo ao conceito que dele formava o
escritor e distinto jurisconsulto Dr. Alvaro Rodrigues de Azevedo, como acima, ficou dito.
Não podemos referir-nos pormenorizadamente ás principais determinações desse diploma, mas não
podemos deixar de aludir a um ou outro ponto, embora em rápida passagem. E assim indicaremos:
a) não se podia fazer cortes de madeiras sem licença das camaras, devendo essas licenças ser referendadas
pelos capitães-donatarios;
b) quem excedesse os limites das concessões feitas seria açoutado, multado e degredado para a África,
sendo também degredados os que pusessem fogo na serra;
c) proibição de cortar ramos de arvores para alimentação do gado;
d) não permitir a construção de navios e ainda de pequenas embarcações para serem exportadas;
e) proibir que os cortes de madeiras se façam a menos de «cincoenta passos» de distancia das nascentes e
ribeiras;
f) obrigar os proprietária, em alguns sítios, á plantação de certas arvores e especialmente de castanheiros,
Parece que eram ainda mais draconianos os preceitos legais estabelecidos por este «Regimento» do que as
disposições promulgadas pelo regimento anterior de 1515, dando-nos assim a conhecer o crescimento dos abusos
cometidos e o desejo de os coibir por parte das autoridades locais.
Os ouvidores, representantes dos donatários nas povoações mais importantes deveriam exercer uma severa
fiscalização na observância do que se dispunha no «regimento» e promover a aplicação das respectivas
penalidades aos infractores, sendo de presumir que essa fiscalização deixasse bastante a desejar.
Os «Regimentos» de que nos vimos ocupando são dois documentos notáveis sob diversos aspectos,
nomeadamente o segundo, que pela sua extensão não podemos integralmente transcrever, neste lugar, mas do
qual deveria fazer-se uma publicação especial, acompanhando cada uma das suas disposições legais dos
indispensáveis comentários acomodados ás circunstancias actuais da vigente legislação florestal.
Os alvarás régios de 28 de Outubro de 1593 e 26 de Janeiro de 1596 ratificam e em alguns pontos ampliam
as disposições contidas nos «Regimentos das Madeiras», devendo supor-se, com bom fundamento, que a
frequente promulgação destas leis coercitivas seria determinada pelos também frequentes abusos que então se
cometiam.
No «Índice Geral do Registo da Antiga Provedoria da Real Fazenda (a) encontram-se mencionadas outras
determinações legais referentes a esta matéria, sendo a mais antiga a de 2 de Janeiro de 1610, que é o alvará régio
de Filipe II, que estabelecendo acertadas providencias com o fim de coibir os actos de vandalismo praticados nos
arvoredos e comina penas severa aos transgressores das respectivas leis vigentes.
No citado «Índice» acha-se exarado esta interessante informação: «O Conselho da Fazenda (do Funchal)
não só mand° remeter as devassas que se tiraram na força da Provisão do Senhor Rei Dom João IV de 12 de
Janeiro de 1641 para se acautelarem os inconvenientes resultantes dos cortes das madeiras, mas também
determina que se povoe a serra de arvores, guardando-se o Regulamento e a lei do Senhor Rei Dom Manuel e
executando-se as penas decretadas contra os transgressores e finalmente que se pergunte nas residências do juiz
de Fora e do Corregedor por este descuido. Este alvará régio de D. João V visava especialmente a uma mais,
rigorosa observância de muitas determinações legais que tinham decaído em quase inteiro desuso.
Em 1790 exerceu o Dr. António Rodrigues de Oliveira o cargo de corregedor, que acumulou com o lugar de
inspector da agricultura, tendo deixado na secretaria da Câmara da Calheta umas instruções sobre diversos
serviços agrícolas, considerados de grande proveito e redigida com o mais atinado critério, em que se estabeleceu
algumas regras acerca do repovoamento florestal, merecendo ainda hoje serem lidas e consultadas.
Entre os relevantes serviços prestados pelo engenheiro Reinaldo Oudinot, ao dirigir os trabalhos de
reparação dos estragos causados pela grande aluvião de 1803, importa destacar a redacção de umas Instruções...
dirigidas aos proprietários e agricultores, que aconselham a adopção de importantes medidas referentes á
conservação dos arvoredos e que o alvará régio de 11 de Maio de 1804 e ainda outros tornaram obrigatório o seu
cumprimento.
No antigo arquivo da Câmara Municipal do Funchal acham-se registados muitos diplomas dos séculos XVII
e XVIII, referentes a este importante assunto, acautelando eficazmente a conservação dos arvoredos, adoptando
acertadas providencias para o seu desenvolvimento e impondo severos castigos aos transgressores. A estas
determinações legais nos homens ainda de referir, quando particularmente nos ocuparmos de algumas das
medidas de caracter pratico, que então se adoptaram para esse fim.
Além dos documentos mencionados, é curioso verificar-se que em varias determinações legais, estranhas a
esta matéria, se encontram algumas interessantes e proveitosas referencias aos assuntos florestais.
Tem próxima afinidade com o assunto deste capítulo o que adiante diremos relativamente aos diversos
serviços realizados em varias épocas e de modo par titular ás medidas adoptadas na prática do revestimento
florestal

IX-DIPLOMA LEGISLATIVO E POSTURAS MUNICIPAIS

As diversas disposições legais, que ficam sumariamente mencionadas e ainda as que teremos de citar no
decurso deste despretensioso estudo, não dispensam a promulgação dum novo diploma legislativo, que
estabeleça e regularize todos os serviços respeitantes á conservação e desenvolvimento dos nossos arvoredos de
uma maneira mais estável, mais eficaz e mais uniforme, pondo-se cobro ás grandes arbitrariedades e abusos, que
tão frequentemente se praticam.
Essas leis, decretadas em épocas muito distanciadas entre si, nunca tiveram um caracter de relativa
estabilidade e antes se acomodavam às circunstancias de ocasião; nunca produziram os resultados práticos a que
se destinavam, apesar das severas penalidades impostas aos delinquentes, pela falta de sanção por parte das
respectivas autoridades; e nunca guardavam inteira uniformidade na aplicação das medidas a adoptar e na
cominação dos castigos a infligir. Obedeceram certamente, na maioria dos casos, aos princípios salutares de uma
digna e zelosa administração, mas talvez de errada orientação nos meios de acção, que ao tempo se empregavam.
Temos um frisante exemplo na diversidade das resoluções camarárias dos diferentes concelhos do
arquipélago, consignadas nas suas «Posturas Municipais»; de que ha vagas noticias dispersas, notando-se, por
vezes, entre elas as mais flagrantes contradições, que não raro colidiam com as disposições legais que regulavam
o assunto. Nos arquivos das Camaras não se acham registadas as "posturas" antigas, que a negligencia e o
interesse fizeram desaparecer.
Através do tempo, todas as Camaras Municipais, julgando-se com imprescritíveis direitos sobre a vegetação
florestal das serras. organizaram e puseram em prática varias Posturas, cuja observância se tornava obrigatória.
Eram disposições de caracter local, de maior ou menor latitude de administração e que não mantinham entre si
uma perfeita harmonia de princípios, havendo uma grande arbitrariedade na sua execução. Ainda hoje surgem de
longe em longe certas vereações rurais a invocar e a querer impor a observância de antigas e obsoletas posturas
municipais.
Deveria proceder-se a uma cuidada revisão de todas essas disposições legais-leis, ordenações, regimentos,
decretos e posturas municipais submetendo-as ao autorizado juízo de um profissional competente, que
estabeleceria as bases de um plano de organização, a servir de elemento primordial para a elaboração de uma lei,
que resolvesse definitivamente este momentoso assunto.
Nesse diploma, entre outras determinações julgadas indispensáveis, deveriam estabelecer-se estes
princípios: 1.° assegurar-se a posse e a conservação dos terrenos "baldios»; 2.° a proibição da sua venda,
alienação ou aforamento;- 3.° não permitir o seu uso ou aproveitamento para fins diferentes dos actuais; 4.°
proceder á sua rigorosa demarcação, assinalando-se os limites dos que pertencem ao estado e aos municípios; 5.°
impor ás camaras a obrigação de organizarem as suas «Posturas» em conformidade com as disposições do novo
decreto; 6.° criar uma repartição central com largas atribuições para a direcção de todos os serviços, como já foi
deliberado pela Junta Geral, na sua sessão de 29 de Setembro de 1930.

X-TERRENOS «BALDIOS»

Teem conservado esta designação os terrenos, não sujeitos a exploração agrícola e que em geral ficam
situados em uma altitude superior a oitocentos ou novecentos metros. pertencem a particulares, ás Camaras
Municipais e ao Estado, não se achando bem delimitadas as fronteiras dos diversos proprietários. Os «baldios»
eram em outros tempos e ainda o são em boa parte, separados das terras cultivadas por meio de sebes ou
tapumes, feitos de estacas e ramos de arvores, que teem o nome de bardos, principalmente destinados a impedir
que os gados assaltem as culturas agrícolas.
Não estando demarcados com precisão os limites desses terrenos, fácil é de conjecturar os abusos que se
tenham dado, as audaciosas pretensões que de quando em quando apareçam e as fraudes empregadas para a sua
ilícita e definitiva posse, por parte de indivíduos destituídos das mais escrupulosas e rectas intenções
Uma grande parte desses «baldios» eram considerados como «logradouros comuns», em que os cultivadores
das terras, mediante certas condições e sob a fiscalização da repartição competente, procediam á colheita de
forragens, de matéria para adubos e para combustível, constituindo para eles uma apreciável regalia de que não
podiam dispensar na labuta da sua activa e modesta existência. Se admitirmos o progressivo cerceamento destes
antigos e tradicionais privilégios com a alienação a particulares desses terrenos «baldios», que eram pertença do
estado ou dos municípios, veremos seriamente ameaçada a legítima prosperidade, a apreciada economia
doméstica e o relativo bem-estar de milhares de indivíduos de uma simples mediania de haveres, em favor de um
número restrito de pessoas abonadas mas pouco escrupulosas...
Não ha muito que numa repartição do estado de um concelho rural foram vendidos em hasta pública, por
uns módicos centos de escudos, com o fundamento em uns hipotéticos direitos de propriedade, uns terrenos
«baldios», de que o público usufruía, por direito consuetudinario, tendo a Câmara Municipal informado de que
esses terrenos não eram «logradouros comuns» e havendo a referida repartição realizado essa venda e arrecadado
a respectiva contribuição pertencente á fazenda pública.
Desnecessário se torna encarecer a imperiosa e inadiável necessidade de proceder-se, com a mais rigorosa
exactidão que possível for, á delimitação desses terrenos, quer sejam do estado, quer das camaras ou de
particulares, conforme estão exigindo a conservação dos restantes arvoredos, a rigorosa fiscalização a exercer
pelo corpo de guardas florestais, a orientação a adoptar pela repartição central e ainda a manutenção tradicional
de inúmeros cultivadores de terras, como acima fica referido.
De longe em longe e em diversas épocas tem surgido a ideia do aproveitamento desse «baldios» com
destino especial ao cultivo das produções agrícolas, que presentemente encontraria defensores na assustadora
plétora populacional que se verifica na Madeira. A tornar-se imperiosa ou mesmo aconselhável uma semelhante
medida. importaria que em caso algum se permitisse a inteira alienação das terras, que deveriam continuar na
posse secular e tradicional do estado ou das camaras municipais, estabelecendo-se as cláusulas de concessão, que
fossem mais convenientes ao bem comum e sem notável prejuízo dos actuais usufrutuários.
No entretanto, bom é recordar a opinião dos que afirmam, como já notamos, que esses terrenos, em virtude
da altitude em que se encontram, do inóspito clima que ali se faz sentir numa grande parte do ano e da excessiva
frequência dos fenómenos atmosféricos das chuvas, humidades, nevoeiros, granizos e geadas não oferecem
vantagens compensadoras ás tentativas de exploração agrícola e também á permanente moradia dos respectivos
cultivadores. Em mais acentuadas proporções se observam os mesmos fenómenos no conhecido «Paul da Serra»,
do qual nos ocuparemos no capitulo imediato.
E' certo que os alvarás régios de 3 de Julho de 1766 20 de Julho de 1810 e 18 de Setembro de l811
facultavam a alienação condicional ou temporárias de vários terrenos baldios, cumpridas certas formalidades.
mas a falta de clareza na redacção desses diplomas, as manifestas contradições que muitas das suas disposições
guardavam entre si, a oposição que lhe ofereceram muitos proprietários e a pouca diligencia em dar-lhes
cumprimento por parte das autoridades locais, mostram que essas leis não atingiram o desejado fim que as fez
promulgar e vieram tornar mais caóticos todos os assuntos que lhes diziam respeito.
São mais expressas as determinações do alvará régio de 18 de Setembro de 1811, que fica citado,
permitindo-se o aforamento ou a enfiteuse de terrenos baldios pertencentes á coroa, observadas as formalidades
estabelecidas nesse diploma, mas não faculta a alienação da propriedade desses terrenos. que continuariam na
posse do estado tem aqui o mais apropriado cabimento o que no ano de 1863 dizia um distinto agrónomo, que
conhecia profundamente, sob muitos aspectos, as condições da vida madeirense:
«Em um paiz onde a existência das floristas é especialmente requerida debaixo do ponto de vista das
influencias que esta activa potência exerce na meteorologia, vê-se pois que a administração e granjeio do solo
florestal devem ser uma atribuição do Estado.
«E esta hoje uma opinião muito geralmente seguida entre os economistas, e aconselhada pelos que teem
tratado mais profundamente este assunto.
«Seja-nos licito transportar para aqui algumas palavras de uma interessante memória que tivemos logar de
estudar. Seria para desejar que fosse o estado o possuidor (detenteur) de todas as florestas cuja conservação
tivesse sido julgada necessária debaixo do ponto de vista do clima, da salubridade, do regimen das aguas, ou de
abrigo para o terreno, porque os serviços que elas prestam nestas circunstâncias interessam á sociedade toda, e
não unicamente aos proprietários,-e demais não é justo exigir de um indivíduo no interesse geral, a conservação
de um terreno em estado de floresta, se ele entende de maior conveniência sujeita-lo a qualquer outra cultura.
«A propriedade florestal não encontra além disso garantias de conservação nas mãos dos particulares cuja
necessidade imediata de gozo não se concilia de forma alguma com o tempo que exigem os produtos lenhosos,
para adquirirem qualidades vendáveis.
«Na Madeira é urgente submeter a um regimen especial a zona arborisavel, e a ideia que apresentamos é
tanto mais plausível, quando que, sendo certo ser esta faxa propriedade de municípios que não tiram dela
rendimento algum, ou de particulares pouco firmes na sua posse, e colocados nas mesmas condições das
Camaras, a sua execução se torna muito mais fácil.»
O recente decreto de 27 de Maio de 1946 veio facultar a cessão, mediante certas clausulas, de terrenos
«baldios», em favor de «casais» menos providos de haveres e também em favor de uma mais útil e apropriada
expansão populacional
Cumpre que se mantenha a doutrina exposta nos anteriores capítulos deste estudo com respeito à
conservação, aplicação e propriedade desses terrenos harmonizando-a com as disposições agora decretadas
A nova lei acerca de Baldios (26-Maio-46) na sua Base XXX estatui o seguinte: «Nos terrenos baldios, cuja
divisão não seja de aconselhar, a Junta de Colonização interna estabelecerá o regime de logradouro comum,
destinando-se à cultura ou apascentação de gado no interesse dos moradores mais necessitados »
As duvidas que possam surgir na conciliação dos preceitos estabelecidos na citada lei com as particulares
necessidades do arquipélago, seriam suficientemente esclarecidas na promulgação dos indispensáveis decretos a
que varias vezes nos temos referido. Embora se deva dar inteiro cumprimento as leis gerais do país, é no
entretanto sabido que em todos os tempos e para diversas localidades se tem atendido a imperiosas circunstancias
de caracter regional, tendo os legisladores olhado com solicitude para a satisfação dessas impreteríveis
necessidades.

XI-«O PAUL DA SERRA»

As suas condições orográficas, a natureza do solo, a sua relativa extensão, a altitude em que se acha situada
e as tão apreciadas vantagens que oferece aos povos dos concelhos da Ponta do Sol, Calheta, Porto do Moniz e S.
Vicente exigem uma particular referencia ao conhecido lugar do «Paul da Serra». embora nos limitemos a repetir
o que está dito em outras publicações e que também já deixamos exposto com algum desenvolvimento nos
trabalhos da nossa autoria Elucidário Madeirense e Dicionário Corografico do Arquipélago da Madeira.
E a única área de território que na acidentadissima superfície da Madeira pode merecer o nome de
«planalto», apesar do acentuado relevo que apresenta em quase toda a sua extensão.
Demora a uma altura média de 1500 metros acima do nível do mar e tem aproximadamente seis quilómetros
de comprimentos e três na sua maior largura, computando-se a sua superfície em cerca de 16 quilómetros
quadrados. E' logradouro comum e muito aproveitado pelos habitantes das freguesias circunvizinhas para a
apanha de lenhas destinadas a combustível e especialmente de ervas e matos, para a engorda dos gados e como
matéria prima para os adubos de curral. Serve de pastagens a muitos rebanhos de gado lanígero. Todas as
freguesias circunvizinhas estão em comunicação com este planalto, por meio de estradas, que, embora más, em
algumas delas transitam carros de rodas, de tracção animal, destinados ao transporte das lenhas, ervas e matos.
No planalto do Paul da Serra, a cerca de 10 quilómetros do Rabaçal e 4 da Casa de Abrigo do Lombo do
Mouro Fica o sitio da Bica da Cana, onde a extinta Junta Agrícola da Madeira criou, por 1914, um Campo
Experimental de Agricultura e procedeu ao ensaio de varias culturas, em que se despenderam avultadas sornas
sem resultados apreciáveis.
O posto que ali se estabeleceu esteve durante alguns anos abandonado, mas a Junta Geral do distrito, por
intermédio da sua repartição agraria, tem dedicado as suas solicitas atenções a esse posto, procedendo-se a
importantes trabalhos na conservação e reparação das casas, na vedação dos terrenos aráveis, nas diversas
experiências agrícolas, etc. No entanto, é forçoso confessar que o êxito desses trabalhos não corresponde
satisfatoriamente as despesas e aos esforços empregados. Como atrás ficou referido, «as desfavoráveis condições
climatéricas, a altitude em que se acha situada essa região, os frequentes vendavais e ali se desencadeiam e o
completo desabrigo a que ficam expostas as culturas agrícolas explicam suficientemente o insucesso das
experiências ali realizadas. Somente com às indispensáveis sebes, formadas por maciços de espécies arbóreas, o
que levaria muitos anos a conseguir-se, poderia talvez alcançar-se um resultado algo proveitoso, mas nunca
largamente compensador, como já chegou a afirmar-se em um documento oficial.
A antiga Junta Geral Agrícola projectou a construção duma estrada que atravessaria o planalto do Paul na
sua maior extensão, tendo como pontos extremos a Encumeada de São Vicente e o porto da freguesia do Porto do
Moniz e medindo cerca de 38 quilómetros de comprimento. Os lanços desta estrada seriam: o da Encumeada ao
sítio do Lombo do Mouro, numa extensão de 4200 metros, outro, deste ponto ao Pico da Urze, num percurso de
8300 metros, um terceiro troço do Pico da Urze até aos Lamaceiros (Porto do Moniz) com o comprimento de 23
quilómetros, e o último dos Lamaceiros ao porto de mar, medindo 3000 metros. Esta estrada foi iniciada no ano
de 1914, nos seus pontos extremos, mas poucos quilómetros dela ficaram construídos.
Obedecia ao projecto, que então se discutiu no seio da Junta Agrícola, da construção de um porto artificial
na pequena enseada do Porto do Moniz, realizando-se para esse fim 31guns estudos de caracter técnico. Dar-se-ia
a ligação entre os portos do Funchal e do Porto Moniz, facilitando o desembarque dos passageiros, quando os
ventos do quadrante sul não permitissem fazer na baia do Funchal. Esse projecto, como outros, não passou de
uma pura fantasia dessa não saudosa nem desejada corporação administrativa.
O que fica talvez desmesuradamente exposto destina-se de modo muito especial a demonstrar que o planalto
do «Paul da Serra» e em geral todos os terrenos baldios» não podem ter um vantajoso aproveitamento para a
compensadora exploração das culturas agrícolas e menos ainda para a formação de pequenos povoados, devendo
ser única e exclusivamente destinados aos fins que ficam varias vezes indicados nestas paginas: a moderada
colheita de materiais para forragens, adubos e combustíveis, a fiscalizada permissão para uma limitada industria
pecuária; e sobretudo a activa plantação de espécies florestais e a cuidada conservação das existentes, tudo em
conformidade com as instruções emanadas da repartição competente, que para isso deve formular os
indispensáveis regulamentos e subordina-los à aprovação das estacões superiores.
Tem particular afinidade com o nosso assunto algumas disposições do alvará régio de 18 de Setembro de
1811, que permitiu à concessão de terrenos baldios e onde se encontra o seguinte:
«Exceptuo somente por agora o sitio chamado Paul da Serra que compreende 7 léguas de comprido e 3 de
largo, porque posto seja insusceptível de fácil cultura não convém que se reparta enquanto houver baldios a
dividir nas outras partes, por ser o dito Paul o logradouro comum da maior pare dos concelhos e de muitas
freguesias da ilha...»
O assunto deste capitulo obriga a uma referencia ao importante relatório do regente florestal da Madeira
António Schiapa de Azevedo, que também encarece a reconhecida importância desse planalto e sustenta a
opinião de que ele deve ser exclusivamente aplicado a unia larga arborização, a prados e forragens, e à industria
pecuária, não se aludindo à exploração de culturas agrícolas e menos ainda à formação ou permanência de
núcleos de população.
Como «logradouro comum», a que acima aludimos, encontram-se nesse relatório os períodos que em
seguida transcrevemos que exprimem a verdadeira doutrina acerca do assunto:
Ao Paul da Serra apesar de algumas das camarás municipais dos concelhos citados (Ponta do Sol, Calheta,
Porto do Moniz e S. Vicente) quererem considera-lo terreno concelhio ou municipal, é na verdade pertença da
Nação, não só porque aquelas corporações não possuem nos seus tombos o mais insignificante documento sobre
o assunto ou o mais leve indicio que lhes dê direito àquela vastíssima propriedade, más e principalmente porque
já em 1803,1804 ou 1805 a Coroa formara bem os seus direitos na carta regia que El-rei D. João Vl, então
Príncipe Regente do Reino, publicado no Boletim Oficial daquela época, e na qual o referido monarca concedia
aos povos da ilha da Madeira que em logradouro comum ali pastassem seus gados mas sem abdicar seus direitos
e bem ao contrario reservando a referida planície para o domínio da Coroa, Alem do Paul da Serra, é minha
convicção que o Fanal pertence também a Fazenda Nacional e assim o afirma o ilustre sivicultor Júlio Maria
Viana no seu relatório sobre serviços florestais desta ilha, publicado no ano de 1897, serviços que superiormente
dirigiu até o ano de l902.»
Ocupando-nos, embora sucintamente, deste planalto, é natural que se faça uma ligeira referencia a alguns
dos seus principais sítios e de modo especial daqueles que são mais frequentados e onde se encontram casas de
abrigo, as quais prestam relevantes serviços aos viandantes e aos que teem necessidade de percorrer àquela
inóspita e desabrigada região.
Na extremidade norte da elevada planície fica o sitio dos Estanquinhos, a uma altitude de 1500 metros, que
tem uma casa de abrigo e nas suas imediações uma nascente de boa água potável. O lugar da Bica da Cana,
situada nessa vasta planura e distanciado cerca de 10 quilómetros da estancia Rabaçal, tornou-se muito conhecido
depois que a Junta Agrícola procedeu ali a varias melhoramentos com a criação de um campo experimental»~ de
agricultura, a ampliação da «casa de abrigo», o inicio de Útil revestimento florestal e o plantio de varias culturas
agrícolas. O Campo Grande, também conhecido pelo nome de Meio Paul é sitio muito inóspito e desabrigado,
que em outro tempo teve uma pequena «casa de abrigo», ficando situado no «chão» central do planalto. No alto
da serra da Ribeira Brava e a entestar com o Paul, depara-se com uma pequena «casa de abrigo», no lugar a que
se chama o Lombo do Mouro e por ali deve passar a estrada destina a ligar Encumiada de S. Vicente com o Porto
do Moniz, através de toda a extensão do Paul da Serra. O pitoresco e muito conhecido sitio do Rabaçal encontra-
se a pequena distancia do planalto, já no pendor das suas margens, e é bastante transitado pelos que frequentam
aquele lugar.
Destes e ainda doutros sítios proximamente ligados ao extenso planalto do Paul da Serra se ocupa com mais
largueza o «Dicionário Corografico do Arquipélago da Madeira» da autoria do Padre Fernando Augusto da Silva.

XII «O MONTADO DO BARREIRO»

Fica situado nas serras da vizinha freguesia do Monte e estende a sua vasta área desde o ribeiro do Pisão até
o lugar chamado Terreiro das Águas, que é muito abundante em águas e nele nascem alguns copiosos caudais
que alimentam as levadas do Barreiro, Santa Luzia e Hortas. Teem ali sua origem as conhecidas nascentes dos
Tornos destinadas ao abastecimento da cidade. Era em grande parte propriedade da Câmara Municipal do
Funchal, tendo-se suscitado varias questões e polémicas na imprensa entre alguns dos seus proprietários, que
foram dirimidas em pleitos judiciais e que terminaram no ano de 1931, ficando o município na posse das
abundantes aguas dos Tornos. Sobre esta matéria publicaram-se os opúsculos: «A Expropriação do Montado do
Barreiro» por Pedro de Gois Pita e «Acção da Expropriação do Montado do Barreiro requerida pela Câmara do
Funchal...» por Juvenal Henriques de Araújo.
No ano de 1917 começou a Câmara do Funchal a melhorar consideravelmente as condições desse
«montado» com a aquisição de novos terrenos para o alargamento da sua área, eficaz protecção aos mananciais
ali existentes, plantio de muitas arvores, aumento do pessoal e uma mais activa vigilância. O Dr. Fernando
Tolentino da Costa e o capitão Silvestre Varela, na presidência das respectivas vereações, dispensaram a esse
assunto o mais proveitoso e desvelado interesse.
Pode de uma maneira genérica afirmar-se que os madeirenses e ainda os próprios funchalenses
desconhecem a importância, o valor e os serviços que presta o chamado Montado dos Barreiros. E essa
importância, esse valor e esses serviços fornecem a acção do excelente abastecimento dessa preciosa linfa de que
se aproveitam alguns milhares de indivíduos, muitos dos quais desconhecem a origem e os trabalhos despendidos
na sua aquisição e conservação.
A actual Câmara Municipal (1946) empreendeu e está proficuamente realizando dois melhoramentos do
maior alcance-a larga arborização do montado e a sua conveniente adaptação a um aprazível «parque» de
utilidade publica. Destina-se o primeiro, além dos apreciáveis benefícios que sempre prestam os arvoredos, a
aumentar o volume dos mananciais existentes, e o segundo a proporcionar ao público um sitio de distracção e de
passatempo, longe dos infectos centros citadinos, em que a pureza do ambiente, a amenidade do lugar e o livre
contacto com a natureza sejam apreciados por aqueles que de outra forma o não possam fazer, como em diversas
terras se encontra e cuja falta se nota entre nós.
E' de inteira justiça pôr em relevo que esses notáveis melhoramentos obedecem ao Plano elaborado pelo
engenheiro-agronomo Abilio de Barros e Sousa, que tem sido considerado como um valioso estudo e que muito
abona os créditos de profissional distinto, de que merecidamente gosa o seu autor.
A ilustre vereação, que tão zelosa e deligentemente tem dado execução a esse grande empreendimento e
prossegue na sua inteira conclusão, é merecedora do maior aplauso por parte de todos os munícipes e
particularmente pelos moradores da cidade do Funchal.
XIII-A ARBORIZAÇÃO DO PORTO SANTO

Diz-nos o doutor Gaspar Frutuoso, referindo-se á época do encontro do Porto Santo, que esta ilha era
«entam coberta de dragoeiros e de zimbros e outras arvores até ao mar». Essas duas especies arboreas
desapareceram ha muito da superfície da ilha vizinha, apesar das armas do município conservaram no seu escudo
um «dragoeiro», como autentico testemunho da superabundante existência dessa arvore. Da natureza das outras
espécies florestais, que ali seriam encontradas e que o vandalismo dos habitantes teria feito desaparecer, não ha
noticia segura, sabendo se no entretanto que não é exagerada a informação de Frutuoso, possuindo
primitivamente uma apreciada vegetação, que com inteira certeza não logrou uma dilatada duração.
Não temos conhecimento das medidas, que através do tempo se houvesse adoptado para uma tentativa de
proveitosa rearborização, a não ser os apreciados trabalhos realizados pelo regente-silvicola António Schiapa de
Azevedo pelos anos de 1900, encontrando-se no Pico do Castelo uma vegetação florestal relativamente
importante que ainda do mar e a grande distancia causa a admiração do observador, em contraste com a aridez
das outras eminências.
Ao tratar-se da plantação do «vidoeiro» na ilha do Porto Santo, escreveu o ilustre botânico Carlos Azevedo
de Menezes um notável artigo, que foi bastante apreciado e que encerra elementos muito interessantes acerca do
revestimento florestal daquela ilha.
Vamos transcrever os períodos que teem mais intima afinidade com o nosso assunto.
«O Porto Santo, no entender dos técnicos, deve ser arborizado com essências da região mediterrânea e
nunca Com espécies da Europa média ou boreal, as quais teem exigências climatéricas a que o pais não pode
satisfazer, já pela SUA posição geográfica, á pela pequena altitude dos seus montes,
«Mesmo no tocante ás essências madeirenses, parece-nos que ha selecções a fazer, pois não é crível que se
adaptem aos terrenos extremamente secos e pouco elevados do Porto Santo certas espécies que só prospera entre
nós nos vales e ravinas do interior, ou então nos pontos elevados e húmidos das encostas meridionais e
setentrionais da nossa ilha.
«O vinhático, por exemplo, é uma espécie imprópria para o revestimento do Porto Santo, e, se por enquanto,
apresentam bom aspecto os exemplares que ali foram introduzidos, mercê das irrigações a que teem estado
sujeitos, tempo virá em que hão de definhar, e morrer finalmente, por não encontrarem nos terrenos e na
atmosfera as condições necessárias á sua existência.
A falta de chuvas e o calor intenso com médias hibernais pouco baixas, dão o cunho climatérico da vizinha
ilha, em cujos monte e só podem cultivar-se com vantagens certas essências, que se encontram na zona inferior
da Madeira, como o loureiro, o til e o barbusano, e não o vinhatico, que só começa aparecer com uma certa
frequência acima de 400 ou 500 metros e que carece de humidade para desenvolver-se.
«Ora se o vinhatico, espécie madeirense, é impróprio para a arborização do Porto Santo, ainda o é mais o
vidoeiro, arvore que, como é sabido, tem o seu limite meridional no alto Minho, no Gerez» no Marão e na Serra
da Estrela, e que só constitui massiços importantes em regiões setentrionais e na Europa média, onde os frios são
intensissimos durante o inverno, e a estação quente dura pouco tempo.
«Quando o vidoeiro fosse espécie mediterrânea adequada a ser cultivada no Porto Santo, ainda assim exclui-
la-hiamos do revestimento florestal da ilha, por isso que as arvores de folhagem caduca não são muito próprias
para a arborização dos países de climas quentes.
Do que se carece na vizinha ilha é de arvores sempre verdes, como são em regra as da Madeira, afim de
proteger tanto quanto possível o solo contra a evaporação e favorecer assim o aparecimento das fontes. Com seu
revestimento constituído por essências de folhagem caduca, pouco melhoraria a situação das terras, visto não
poder deixar de ser muito restrita a influencia desse revestimento num pais de médias hibernais pouco baixas,
como é aquele de que estamos falando».

XIV-SERVIÇOS FLORESTAIS

Como é sabido, gozavam os Capitães-donatários o direito de superintender em todos os serviços de


administração pública, que nas localidades mais importantes era exercido por intermédio dos seus representantes
legais chamados «ouvidores». A uns e outros se encontram referencias nas leis, que ficaram citadas nos capítulos
anteriores. Com a criação dos municípios nos princípios do século XV foram-se gradualmente cerceando essas
atribuições e não raro se suscitaram graves conflitos de jurisdição entre essas corporações ciosas dos seus
privilégios e os tradicionais poderes de que se achavam discricionariamente investidos os chefes das donatárias,
de que temos uma prova em algumas mas disposições das mais antigas «posturas municipais», das quais ainda
restam umas vagas e dispersas noticias
Temos a opinião de que os «Baldios» das Camaras Municipais foram uma concessão tácita favorecida pelas
circunstancias de ocasião, não existindo um diploma legal que a tivesse autorizado. O decrescimento do poder
dos capitães-donatarios e as faculdades e privilegies que os «forais» e outras leis outorgaram aos municípios
conduziram estes á posse incontestada de vastos terrenos, cujas delimitações ainda hoje não são bem conhecidas.
Ignora-se a época Precisa em que as vereações municipais entraram na posse desses terrenos e na activa e
directa administração deles e bem assim se desconhecem os anos e os termos em que foram organizadas as
primeiras disposições camarárias ou «posturas» municipais reguladoras deste assunto.
E' sabido que os capitães-donatarios, as vereações municipais e os governadores e capitaes-generais, durante
o predomínio do poder absoluto, e os governadores civis. administradores do concelho, camaras e juntas gerais
no período do constitucionalismo tiveram todos uma acção administrativa mais ou menos latitudinaria nos
diversos serviços respeitantes á conservação e desenvolvimento das florestas nas serras da Madeira, mas as
diversas determinações legais não assinalavam os limites e as faculdades da interferência dessas entidades,
resultando vários conflitos de jurisdição, como acima ficou dito, e uma irreal e por vezes caótica orientação na
execução e na pratica de muitas prescrições contidas nessas mesmas leis. Não foram importantes ou não ha delas
conhecimento, as medidas adoptadas para favorecer a conservação das matas no período a que nos vemos
referindo, a não ser a promulgação de algumas leis de caracter mais especulativo do que pratico, sem se obterem
os resultados desejados.
Faremos agora rápida menção de alguns serviços florestais realizados desde o primeiro quartel do século
XIX, que merecem registo especial neste lugar.
Em circular de l5 de Outubro de 1804 recomendou o governador Ascenso de Oliveira Freire ás camaras da
Ponta do Sol, Calheta e S. Vicente que cuidassem da arborização concelhia e da limpeza das ribeiras. Este
governador cuidou também da arborização do concelho do Funchal e da maneira de se criarem os gados sem
prejuízo das plantações.
Em 3 de Maio de 1812, leu-se em sessão da Câmara Municipal do Funchal uma comunicação do inspector
da agricultura na Ribeira Brava de haverem sido plantadas no seu distrito 9:233 arvores, incluindo 4:795
amoreiras.
Em 9 de Novembro de 1814 mandou o governo interino da Madeira realizar sementeiras de pinheiros e o
mesmo fez a Câmara Municipal do Funchal em 14 do mesmo mês e ano, utilizando para esse fim uns terrenos
nas freguesias de Santo António e S. Martinho.
Por 1821 criaram-se novos maciços de pinheiros, sendo o pinheiro manso a espécie que nessa época era
mais procurada para as plantações, e em 1840 mandou o governo satisfazer uma requisição de vinte moios ele
penisco, feita no ano anterior pela Câmara Municipal do Funchal.
Foi durante o período em que o benemérito Conselheiro José Silvestre Ribeiro governou a Madeira (t846-
1852), que a cultura do pinheiro bravo tomou aqui grande incremento. A correspondência relativa á rearborização
das serras, trocada entre José Silvestre e as Camaras Municipais e administradores do concelho de toda a ilha,
merece ser lida por todos aqueles que quiserem formar uma ideia exacta e clara do zelo e superior competência
com que esse funcionário soube tratar um assunto, que tanto se prendia com a prosperidade do país confiado á
sua administração, corno largamente se pode ver nos três volumes da obra Uma Época Administrativa.
De 1852 em diante só há a assinalar em matéria de arborização o plantio de grande numero de arvores
mandado executar não há muitos anos pela Direcção das Obras Publicas do Distrito nas margens das levadas do
Estado, a criação, depois de 1897, de algumas matas de pinheiros para dentro do antigo bardo do Concelho do
Funchal, e a remessa que fez a repartição dos serviços florestais para a ilha do Porto Santo de varias essências
exóticas e indígenas, algumas das quais estão vegetando ali muito bem, (1921).
Pelos anos de 1900 e por iniciativa do governador civil e distinto madeirense Dr. José António de Almada,
foi a Junta Geral do distrito autorizada a estabelecer um corpo de policia florestal, que não correspondeu
inteiramente ao fim da sua criação, havendo também, por essa época, algumas camaras municipais nomeado
guardas campestres.
Pelo importante decreto de 8 de Agosto de 1901 que estabeleceu a «Autonomia do Diário» do Funchal,
ficaram os serviços agronómicos a cargo da Junta Geral; compreendendo a policia, conservação e propagação das
florestas.
Pelos decretos de 11 de Março de l9ll, e 15 de Maio de 1912 foi criada a Junta Agrícola da Madeira e fixado
o seu regular funcionamento, compreendendo entre outros encargos o de «proceder ao povoamento florestal das
serras .. e ao estabelecimento de uma eficaz policia rural ..». Os decretos de 8 de Março de 1913 e - de Maio de
1914 vieram ampliar e reforçar a doutrina dos decretos de I911 e 1912, pondo em mais saliente relevo a
imperiosa necessidade de acudir se ao revestimento arbóreo das serranias.
A Junta Agrícola foi extinta pelo decreto de 12 de Junho de 1919, transitando algumas das suas funções para
a «Nona Região Agrícola» criada pelo decreto de 3 de Abril de 1922, determinando no seu art. 33.° que «fica
provisoriamente a cargo da Estação Agrícola da 9ª região o serviço de policia rural e florestal que pertencia á
extinta Junta Agrícola da Madeira».
Nas diversas repartições publicas subordinadas á direcção da Junta Geral do Funchal, está actualmente
compreendida a da «Estação Agraria», que abrange todos os assuntos respeitantes aos serviços agrícolas e desta
faz parte uma «Regência Florestal», a qual tem particularmente a seu cargo a conservação, a propagação e a
fiscalização da vegetação arbórea do arquipélago. A «Regência Florestal»tem por chefe um Engenheiro-agricola,
que o é também da «Região Agraria» e o seu quadro burocrático compõe-se de 1 regente agrícola, 1 chefe de
guardas, 2 mestres florestais, 7 guardas de 18 classe, 7 de 2a classe e 15 de 3.a classe.
Em 1931 iniciou a Junta Geral do Distrito um importante serviço de repovoamento florestal, adoptando uma
mais severa repressão contra os abusos cometidos, que iam até ao mais feroz vandalismo, e promovendo em
larga área a plantação de alguns milhares de espécies florestais, para o que foi aumentado o número de guardas e
o pessoal empregado nos trabalhos da preparação dos terrenos.
Pode afirmar-se que esta iniciativa da nossa primeira corporação administrativa, a manter-se o seu activo e
eficaz prosseguimento nas bases em que foi iniciada, é um dos mais assinalados serviços prestados á nossa ilha
através do repovoamento florestal das suas serranias.
Em deliberações subsequentes e especialmente nos anos de l913 e 1944 voltou a Junta Geral a ocupar-se
com o maior interesse do revestimento florestal de que resultaram apreciáveis benefícios para esse importante
serviço. Merece especial referencia o valioso relatório elaborado pelo engenheiro silvicultor José Maria de
Carvalho.
No «Plano Quadrienal da Administração do Distrito» a realizar pela Junta Geral do Funchal, no período
próximo futuro de 1946 a l949 vem indicados estes serviços: Fazer a regulamentação dos cortes de arvores,
desbastes e fabrico de carvão» e «11-Fazer o povoamento florestal dos terrenos da Junta e de alguns terrenos
baldios»
Nos artigos «Região Agrícola (Nona) e «Regimen Florestais da 2.ª edição do Elucid Mad., encontram-se
varias informações respeitantes a esta matéria.
Nos capítulos precedentes, ficaram sumariamente indicadas as importes e frequentes medidas legislativas
que se adoptaram através de quatro séculos, destinadas a proteger e a propagar as espécies florestais das nossas
elevadas serranias: Vimos que as providencias promulgadas e os diligentes esforços empregados não
corresponderam ás intenções dos legisladores e dos Governantes, em virtude da falta de uma rigorosa
observância dos privilégios estabelecidos e da impunidade havida para com os audaciosos infractores.
Em breve resenha deixamos também esboçados os motivos que justificam a promulgação de novas leis com
as salutares prescrições que acerca do assunto as devem caracterizar, impondo-se para esse fim a absoluta e
insofismável necessidade da criação de uma repartição central, que saiba, queira e possa dar o mais inteiro
cumprimento e a mais, completa execução a todas essas determinações legais. sem excluir os necessários meios
coercitivos e as severas penalidades que a eles andam sempre estreitamente ligados.
Embora já esteja dito e repetido, de novo convém insistir na afirmativa de que não hasta a promulgação de
novas leis, com o seu aparatoso cortejo de «instruções» e «regulamentos», tornando-se também imperiosa a
necessidade de confiar a direcção dos serviços florestais a urna repartição especial, que, além dos indispensáveis
requisitos de zelo e de probidade, que devem distinguir o exercício das funções públicas, possua o conjunto de
todos os conhecimentos de caracter teórico e mais ainda de feição essencialmente pratica para o cabal
desempenho desses importantes e especializados serviços.
Não vá julgar-se que este alvitre, ha muito sustentado por nós nas colunas da imprensa diária, carece de
autorizado e solido fundamento, pois que ele se acha defendido e preconizado por distintos engenheiros-
silvicultores em vários relatórios e documentos oficiais
Como muitas vezes tem acontecido na execução de certos melhoramentos, é de conjecturar que se levantem
entre outros, estes argumentos de fraca e apenas aparente persuasão, mas que para muitos serão alegações de
cerrada e indestrutível dialéctica:
1.°-A avultada despesa que importa a criação de uma nova repartição publica, a sua instalação e os encargos
resultantes do seu grande movimento burocrático; 2.o-Não se tornar a benéfica acção de efeitos muito imediatos,
tendo de aguardar-se um futuro mais ou menos largo para se reconhecer todos os proveitosos resultados dos
serviços prestados; 3.° A sistemática oposição dos que teem directa ou indirectamente interesses ligados á inteira
manutenção dos serviços actuais, a começar pelos já chamados «inimigos dos arvoredos», e ainda outros
especiosos argumentos, que importa não mencionar agora.
Quem estas linhas escreve, tendo-se ocupado algumas dezenas de vezes dos assuntos, sempre momentosos
para a Madeira. respeitantes ás aguas e florestas, adquiriu ha muito a crença inabalável de que a criação de uma
Circunscrição Florestal é um dos mais assinalados serviços que se presta á agricultura da nossa terra e a todas as
industrias e fontes de prosperidade dela derivadas, constituindo um grato e Imperioso dever prestar a mais
rendida homenagem a todos os que tenham concorrido para a realização desse melhoramento .
No ano de 1938, o ilustre deputado pela Madeira Dr. Alvaro Favila Vieira abriu uma campanha em defesa
da conservação e do desenvolvimento das florestas da Madeira, iniciando essa acção com um brilhante discurso
no seio da representação nacional e com as mais aturadas instancias, junto das estações superiores. Dela
resultaram alguns estados ordenados pelo governo central e varias medidas adoptadas pela junta Geral do
Distrito. Prosseguiram esses estados e foram postas em pratica algumas providencias salutares, dignas do mais
encarecido louvor, O ilustre deputado continuou no fervoroso empenho de levar a seu termo essa benemérita
campanha e novamente se ocupou com o costumado brilho e reconhecida proficiência desse momentoso assunto.
em uma das sessões, da assembleia nacional no mês de Março do ano corrente, esperando ver em breve coroados
os seus diligentes esforços com a promulgação de um problema legislativo e com a criação e instalação de um
organismo especial, que assuma a superior direcção de todos os serviços referentes a esse importante
melhoramento.

XVI-VIVEIROS

Nos «campos experimentais» de agricultura pertencentes à Junta Geral, ou em outros sítios mais
apropriados deveriam estabelecer-se novos «postos» ou viveiros» de espécies arbóreas destinadas ao
revestimento florestal das nossas serranias, dando-se preferencia ás essências de caracter indígena e já aclimadas,
como mais largamente se dirá no seguinte capítulo deste estudo. Em tempo passado, varias tentativas se fizeram
nesse sentido. mas nunca chegou a montar-se um serviço bem organizado e que houvesse produzido resultados
bastante apreciáveis. Seria, no entretanto, uma medida de grande alcance para o fim tão proveitoso a que se
destinava e o seu regular funcionamento constituiria um brado permanente em favor dos nossos depauperados
arvoredos.
Por l797, o ilustre governador e capitão-general do arquipélago Diogo Pereira Forjaz Coutinho estabeleceu
no Funchal um pequeno «viveiro», que á sua morte. ocorrida em 1798, não permitiu dar um grande
desenvolvimento. Em um documento oficial de 9 de agosto de 1799 diz-se que os terrenos destinados á
«produção das espécies setentrionais estavam situadas na Lombada, freguesia do Monte e que as espécies
meridionais seriam cultivadas nos sítios que parecessem mais adequados, enquanto não se lhes destinasse terreno
próprio». No ano de 1823, a dar se credito a uma informação oficial, distribuiu esse viveiro «para cima de vinte
mil arvores» para diversas pontos da Madeira e Porto Santo, o que julgamos destituído de fundamento, havendo
esse campo experimental sido extinto em 1828. Deste «viveiro» se encontra uma desenvolvida noticia no terceiro
volume do Elucidário Madeirense.
Oferece particular interesse ao que fica tratado neste capitulo a informação colhida em um jornal do Funchal
e que temos por fidedigna.
Já no capitulo Montado do Barreiro, nos referimos ao importante serviço de rearborisação que a Câmara do
Funchal está ali realizando mas não queremos deixar de aludir ao «Viveiro» que a mesma Câmara mantém no
sitio dos Saltos freguesia de Santa Luzia, destinado a fornecer as espécies arbóreas para aquele revestimento
florestal. São muitos milhares de plantas e de variadas espécies, cujas sementeiras, tratamento, conservação e
transplantação obedecem ao mais atilado critério.
Tem a mais próxima afinidade com este assunto os textos, que em seguida transcrevemos, publicados em o
«Eco do Funchal» de 29 de Novembro de 1945 e a que já acima fizemos referencia.
«A distribuição das essências florestais está feita segundo as necessidades emergentes. Há o pinheiro, a
criptoméria, o eucalipto. o carvalho para aduela, o azevinho, a nogueira americana, e o castanheiro, plantados aos
milhares em extensas áreas. Há os tis, os vinhaticos, o pau branco, o barbusano, a faia, o seiceiro, as acácias e
estão a seguir para esses montados, mais de 70.000 plantas de várias espécies, devidamente acondicionadas no
Viveiro do Reservatório da Câmara, ao caminho dos Saltos, onde se fazem as sementeiras.
A industria de tanoaria com os massiços de carvalhos que se hão-de formar no Barreiro e no Pisão, lucrará
com essas plantações; a indústria de marcenaria. com as madeiras de castanho e outras que já começam a faltar e
a encarecer o seu valor, terá garantido o exercício do trabalho; os construtores encontrarão toda a espécie de
madeira para uso na edificação das habitações, desde o pinho da terra, até às mais raras madeiras para soalhos,
molduras, «parques», e a exportação vai descobrir nesses montados matéria prima para a confecção das caixas de
embalagens. A indústria resineira terá nessas florestas urna fonte de produtos exploráveis, e com as cascas de
certas arvores encontraremos solução para as faltas que já se vão notando no amanho das curtimentas, sem
falarmos nas lenhas, cuja deficiência se vai tornando um pesadelo paras as donas de Casas»

XVII SELECÇÃO DAS ESPÉCIES FLORESTAIS

Tem sido objecto de estudo e de discussão a escolha das espécies florestais preferida na rearborisação das
nossas elevações montanhosas. Escasseiam-nos os conhecimentos de caracter técnico para emitir um autorizado
parecer acerca desta matéria, mas as varias leituras que fizemos e as consultas a que procedemos, levam-nos a
aceitar, sem talvez cometer um erro da maior gravidade, a opinião do abalizado botânico madeirense Carlos
Azevedo de Menezes, expressa em muitos dos seus escritos e corroborada por alguns distintos engenheiros
silvicultores.
Sem aprofundado estudo e apenas com uma atenta reflexão ocorre sem esforço o conceito de que as
espécies preferidas deveriam ser aquelas que com grande opulência cobriram todo o solo madeirense, como
eloquentemente o atestam a Historia, a tradição local, a experiência de largos anos e os restos de alguns den50S
massiços de arvoredo, que ainda se encontram nos montados do interior.
«...entendemos, diz o citado botânico, que é a flora indígena que deve fornecer as espécies precisas para o
repovoamento das serras. Preferir para o referido povoamento as exóticas ás indígenas, como infelizmente tem
sido aconselhado, é não só pôr de parte, sem motivo justiçado, as riquezas florestais com que a natureza dotou a
ilha, como também dificultar a realização dum melhoramento cuja utilidade não carece de justificação. São
poucos os vegetais lenhosos estranhos a esta região que podem competir com as espécies indígenas tanto no seu
desenvolvimento como na qualidade das madeiras, algumas delas raras e de artístico aproveitamento. Há nada
menos que trinta e tantas arvores e arbustos adequados ao revestimento dos mais variados terrenos e altitudes da
ilha. Quando mesmo não fosse para nós um dever conservar religiosamente as essências espontâneas que nos
restam, bastaria a circunstancia de todas elas ofereceram um maior grau de adaptação ao solo e clima desta ilha
para lhes dar o preferencia nos revestimentos a executar».
«Não pomos em duvida que haja espécies florestais de outras paragens susceptíveis de aclimar-se na região
montanhosa da Madeira e em particular nos vales do interior; o que não vemos é a necessidade de recorrer tão
somente a essas espécies para reconstituir as nossas florestas, quando superabundam razões de preferencia para a
conservação e desenvolvimento da vegetação regional».
«O pinheiro marítimo, embora estranho á ilha, é uma essência preciosa, que convém generalizar tanto
quanto possível nas vertentes da região meridional e setentrional, mas, no nosso entender, por aqui devemos ficar
ao menos por enquanto, no tocante ao aproveitamento de espécies lenhosas estrangeiras na arborização das
montanhas, para não perderem tempo com ensaios, que podem não dar bom resultado.
«O aproveitamento das essências indígenas nos trabalhos do revestimento florestal da ilha, quando
convenientemente feito, não concorrerá somente para restituir ás nossas montanhas a verdura e o frescor doutras
épocas; será também o meio eficaz de obstar ao desaparecimento de muitas espécies curiosas e interessantes,
algumas das quais tem a sua área de habitação circunscrita a esta ilha ou aos arquipélagos do Atlântico».

XVIII-AS PRINCIPAIS ESPÉCIES ARBÓREAS

Achamos oportuno deixar neste lugar uma breve notícia acerca de algumas das mais ricas e abundantes
espécies vegetais, que cobriram as nossas serras, e para isso aproveitaremos os estudos do já tantas vezes citado
botânico Carlos de Menezes, insertos nas páginas do Elucidário Madeirense, no opúsculo Arvores e Arbustos da
Madeira e ainda em outros trabalhos da sua autoria.
O Cedro-afamado e odorífero cedro da ilha é o Juniperus Oxycedrus. arbusto ou pequena arvore de 4-7
metros com as flores dioicas, os ramúsculos pendentes, as folhas lineares ou linear-lanceoladas, terçadas, com 2
riscas brancas na pagina superior, e as gálbulas subglabosas e de ordinário amarelas. Este cedro cultivado nas
quintas do Monte, Camacha e Santo da Serra, mas quasi extinto nas serras da Madeira, produz uma madeira
aromática e leve muito apreciada pelos marceneiros. O tecto da Sé Catedral foi construído com essa madeira, e a
ser certo o que diz Manuel Tomás na Insulana, serviu ela também para edificar a primeira casa sobradada que
houve no Funchal. Esta espécie produz madeira clara, aromática e muito resistente, bastante apreciada na
marcenaria, afirmando-se que tem qualidades insecticidas.
Til-E' uma laureacea de seis a vinte metros com as folhas coriáceas. ovadas. lanceoladas ou oblongas,
peludas nas axilas dos nertros, com as folhas coriáceas. ovadas, lanceoladas ou oblongas, peludas nas axilas das
nervuras da pagina inferior; flores pequenas, de ordinário hermafroditas, reunidas em paniculas; baga cingida
parcialmente por uma cúpula formada pela base acrescente do perianto. Encontra-se nas florestas do interior e do
norte da Madeira, e produz madeira com cerne e borne bem delimitados, este branco, aquele negro.
Recentemente cortada, esta madeira tem um cheiro forte e bastante desagradável, que só desaparece
completamente passados anos. A Madeira do til é de excelente qualidade e muito usada para moveis e diferentes
outras obras. O «til branco», dos marceneiros, provem das arvores novas ou do alburno das arvores antigas.
Vinhatico-Apreciada arvore de 19 a 25 metros sempre verde; folhas coriáceas, oblongas, ou oblongo-
lanceoladas, adelgaçadas em ambas as extremidades, quasi agudas na ponta, publescente-sedosas em quanto
novas; glabras depois de adultas, dum verde claro ou avermelhadas; paniculas axilares mais curtas do que as
folhas; pedúnculos comprimidos; flores dum branco esverdinhado; bagas ovóides, negras. Florestas e margens
das ribeiras; frequente. Cultivado nas quintas. Agosto-novembro.
Madeira duma linda cor avermelhada e uma das melhores da ilha.
E' muito usada para moveis e diferentes outras obras, oferecendo semelhanças sensíveis com a do mogno
(Sovictenia), se bem que lhe seja um pouco inferior, em qualidade. Como é muito procurada e a pagam por bom
preço, é avultadissimo o número dos vinhaticos que todos os anos são abatidos nas serras, o que pode trazer a
rápida extinção desta espécie, por tantos motivos preciosa e já hoje rara em pontos onde outrora era abundante. A
casca do vinhatico é usada para curtumes.
Urze molar-Esta espécie, embora quasi sempre arbustiva, pode atingir 8 a 10 metros de alto, e conhecemos
outrora alguns indivíduos cujos troncos mediam 1 a 9 metros de circunferência. A madeira desta espécie é rija,
compacta e dum castanho escuro mas fende com facilidade, sendo por isso pouco usada na marcenaria. Nos
campos empregam-na às vezes para gamelas, colheres, etc. Os caules não muitos grossos, dão excelentes bordões
e paus de rede. A urze durasia é quasi sempre arbustiva, e só nalguns casos chega a atingir 4 e 5 metros de alto,
apresentando então um pequeno tronco com 20 a 30 centímetros de diametro. Os seus ramos, além dos usos
indicados, servem para o preparo de vassouras.
Loureiro-Vem assim descrita esta espécie no «Elucid. Mad.»: Arvores da família das Lauraceas, de 6 a 20
metros, com as folhas persistentes e aromáticas, as umbelas reunidas em fascículos axilares, de ordinário mais
curtas que os pecíolos. e as bagas ovóides, negras. raras vezes amarelas. Produz madeira clara, inferior à das
outras Lauraceas madeirenses, e as suas folhas são usadas como adubo nas cozinhas.
Das bagas, extraía-se outrora um óleo que servia na iluminação das casas pobres dos campos e que se
preparava cozendo as bagas e espremendo-as depois dentro dum saco de pano, em pequenos lagares de madeira.
Como o óleo é mais leve de que o resto do liquido, sobrenadava, sendo tirado facilmente do recipiente em que se
fazia a operação.
O loureiro encontra-se na primeira, segunda e terceira zonas da Madeira, mas nesta ultima é uma arvore de
pequenas dimensões. Existiu outrora expontâneo no Porto Santo, onde se extinguiu, sendo porem cultivado agora
naquela ilha.
Barbuzano-Está descrita no referido opúsculo Arvores e Arbustos Madeirenses nos seguintes termos:-
Pertence à família. «laureacea» e encontra-se principalmente no norte da Madeira, onde desce até às
proximidades do mar. Pode atingir mais de vinte metros de alto e tem folhas coriáceas e glabras, às vezes quasi
opostas, e flores pequenas, dispostas em paniculas mais curtas que as falhas. As protuberâncias que se observam
a miolo na parte superior das folhas desta arvore, constituem uma cecidea do typo Ereneum. A madeira do
barbuzano é muito pouco utilizado pelos marceneiros, em razão de ser extremamente rija. Na ilha do Porto Santo
dão o nome de barbuzano ao Sideroxylon MarMulano espécie conhecida na Madeira pelo nome de marmulano.
As suas folhas apresentam a miúdo uma cecidia por um eriophydeo, que foi descrito pelo distinto cecidologista.
da Silva Tavares no vol. II da«Broteria».
Pau Branco--É arvore de oito a dezoito metros e da família das Oleaceas, com folhas persistentes, coriáceas,
glabras e inteiras, flores brancas, reunidas em racimos curtos, axilares ou extra-axilares, solitários ou geminados,
e frutos elípticos, a principio vermelhos, depois violáceos. Encontra-se nas serras de S. Vicente, da Boaventura,
do Porto do Moniz, etc., mas está quasi extinta na ilha. Produz madeira branca ou puxando um pouco a cor de
rosa, muito dura, pesada e susceptível de bom polido, que ainda hoje é usado para parafusos de lagares e quilhas
de embarcações.
Folhado-E' peculiar a Madeira de 5 a 7 metros e pertence à família das Ericaceas, encontrando-se em
diversos lugares da ilha. Tem folhas oblongas ou oblongo lanceolados, ferráginoso pubescentes nos pecíolos e
nas nervuras da pagina inferior, e flores brancas aromáticas, dispostas em cachos formando penicula. Os troncos
novos e os rebentões desta arvore dão excelentes «bordões» ou «hastes» muito usados e da madeira fazem-se
colheres, fusos, etc.
Dragoeiro-Pertence à família das Liliaceas, quasi extinto na Madeira e de que no Porto Santo não existe um
exemplar, tendo sido ali muito comum. Tem caules a principio simples, depois ramosos no cimo, mas com os
ramos partindo sempre da mesma altura; folhas terminais alongadas, lineares; flores esbranquiçadas, bagas
globosas amarelas. A Câmara Municipal do Porto Santo conserva a figura dum dragoeiro no seu brazão de
armas.
Faia-A «Mirijica Faia», da família das «Miricaceas», que deu o nome á freguesia do Faial, é frequente em
certos pontos da Madeira. Tem folhas glabras, obovado-lanceoladas ou oblongo-lanceoladas, de ordinário
serradas, flores dioicas e frutos drupaceos, a principio vermelhos e depois negros, reunidos em pequenos grupos
em virtude da aderência das flores femininas. A faia produz boa lenha, e os seus caules são utilizados para
estacas em muitos pontos da costa norte. A sua casca é taninosa, a sua madeira é de cor baça, puxando ás vezes a
rosado, e os seus frutos, aparentemente polispermicos e granulosos, teem sabor agradável quando bem maduros.
Sanguínho-E uma arvore madeirense de quatro a oito metros de altura, pertencente á família das
«Rhaminaceas», com folhas curvadas ou ovado-oblongas, serradas, providas ordinariamente de 2 a 4 pequenas
glândulas ou saliências na parte inferior da pagina superior. Tem flores pequenas, dum amarelo esverdinhado,
dispostas em cachos curtos, axilares, e encontra-se na serra do Seixal e entre os Lamaceiros e o Ribeiro Frio.
Produz madeira clara e homogénea, empregada outrora em embutidos, mas hoje desconhecida da grande maioria
dos marceneiros, por ser muito rara.
Seixo-Abundou em outro tempo, mas acha-se hoje quasi extinta esta arvore das florestas da Madeira, sendo
hoje quasi desconhecido. Atinge 2 a 12 metros, sendo de madeira amarelada e é susceptível de bom polido, com
largo uso na marcenaria em outro tempo».

XIX- PASTAGENS

Em muitos lugares do «Elucidário Madeirense» e nomeadamente nos artigos «Arborisação», «Gados»,


«Industria Pecuária», «Pecuaria», «Prados» e «Pastagens» nos ocupámos com alguma larguesa das diversas
espécies de gados existentes nas serras e baldios desta ilha, e de modo particular no capitulo VI («Inimigos dos
Arvoredos») deste ligeiro estudo nos referimos aos consideraveis estragos que esses gados causam aos nossos
arvoredos, tornando-se indispensável unia mais activa e eficaz vigilância por parte da guarda floresta1 e
sobretudo uma severa aplicação das penalidades que a lei estabelece contra os transgressores. Em rápidas
palavras, salientamos a inaudita devastação que os incêndios provocados para a «criação» de pascigos
apropriados, originam em vários pontos com gravissimos prejuizos nas arvores e nos matos, nas forragens e nas
nascentes e ainda em algumas culturas de propriedade particular.
E conveniente reproduzir os seguintes trechos, publicados ha vinte anos, que conservam a mais flagrante e
oportuna actualidade.
0 gado suino, não menos prejudicial que o caprino, somente se encontrava até à altitude de 1400 a 1500
metros, causando sempre os maiores estragos, mas hoje (1926) estende-se até aos cumes dos mais altos montes.
A conhecida Lapa da Cadela, pitoresco abrigo dos turistas e dos pastores, acha-se transformada em um imundo
curral, com grande repulsão dos que por ali tramitam, devendo ser apenas reservado para os visitantes que
procuram aquelas paragens. Em frente deste abrigo existia um denso e majestoso maciço de urzes secula-res,
muito admirado por nacionais e estrangeiros, que o machado fez ha muito desaparecer (1921)
As leis promulgadas para a «repressão desses abusos, tanto as mais antigas como as da época relativamente
recente, tem sido impotentes para uma completa exter-minação do mal, o que determinou a publicação do decreto
de 23 de Julho de 1913, que ficou conhecido pelo nome de das pastagens.
Nela se estabelecem, entre outras, as seguintes dis-posições:
a) permissão da pastagem de gado, suino e caprino somente em terrenos pertencentes aos donos desses
gados;
c) completa vedação dos mesmos terre-nos, impedindo que o gado possa sair dessas áreas;
d) os baldios do estado ou das câmaras municipais que forem destinados a pastagem serão também
inteiramen-te vedados,
e) a pastagem nesses baldios., sómente po-derá ser exercido por meio de licença e mediante de-terminadas
condições.
O decreto de 22 de Setembro de 1911 torna mais extensiva a disposição da alinea a, acima indica. da,
tornando-a aplicavel a «gado de qualquer espécie» e permitindo a apreensão e a destruição do gado que for
prejudicial á caça e á agricultura.
Reconhece-se geralmente que esses decretos, embo-ra encerrando proveitosas disposições e satisfazendo as
necessidades do momento em que foram promulgadas, não atingem inteiramente o fim desejado, impondo-se a
necessidade de os modificar e ampliar.
São bem expressivas e de flagrante actualidade os trechos que seguidamente transcrevemos e publicados ha
poucos mêses em um jornal do Funchal:
«É de considerar, porém, que ha lavradores nos campos que fogem de utilizar os seus terrenos em zo-nas
altas com receio de verem totalmente destruídas as suas culturas.
«Quanto gado tem sido morto e quanto está ainda para matar!
As serras do Porto do Moniz, mormente o Fanal, estão sendo pasto desses animais destruidores, não
obstante frequentemente se haverem dado batidas ao gado, desde ha anos, a pedido da autoridade administrativa
local; da mesma forma as serras do Seixal, e de S. Vicente, enfim todas as serras da Madeira.
«Brigadas de praças florestais, com um pesado dispêndio para a Junta Geral, foram incumbidas de
realizarem cercos aos porcos e ás cabras, apreendendo e matando a tiro o gado nocivo à vegetação, que chegava a
invadir as propriedades pejadas de culturas. E esse serviço ainda continua hoje, mais rigoroso do que em épocas
transactas imposto pelo nosso primeiro corpo administrativo.
Não ha muito que da acção conjunta da Policia de Segurança Pública e da Policia Florestal, nas serras do
Poiso, resultou o extermínio de numerosos porcos e cabras.
«Não basta, porém, o ataque isolado a uma zona, mas a perseguição continua em todas as zonas a esses
inimigos da economia agrícola, que se multiplicam, de ano para ano, e que, sem utilidade, vagabundam pelos
montes e assaltam, instigados pela fome, as áreas povoadas de vegetação».
Oferece particular interesse esta noticia exarada ha pouco tempo em um periódico desta cidade:
«O numero de ovelhas aumenta ou diminui, influindo muito nisto as intempéries, os cães danados e os
ladrões.
«Os rebanhos vivem ali abandonados, por falta de abrigos tanto para eles como para os homens. Se o verão
decorrer seco, as ovelhas enfraquecem e muitas morrem no inverno se este for rigoroso.
Os cães danados, (em gado) são autênticos lobos, pois ha cão, que em uma só noite consegue matar 50
lanígeros. Quando aparecem, os pastores organizam batidas até que os exterminam. Todos os anos aparecem cães
com esta doença, e felizmente dão-lhes para matar só ovelhas.
«Os amigos do alheio, exercem a sua actividade no Paul da Serra de duas formas: uma é subtraindo
fraudulentamente o gado, principalmente durante a noite e a outra é abrindo as cancelas para que o gado saia,
apanham-no logo, alegando que estava a fazer-lhe prejuízo nas culturas».
«Não se torna nunca excessiva a insistência do que neste capitulo se diz acerca dos grandes e frequentes
estragos causados pelos gados, em virtude da falta da indispensável vedação nos terrenos em que eles pasciam
livremente. Apesar do que a tal respeito tão expressa e energicamente se dispõe nos decretos de 23 de Julho de
1913 e 22 de Outubro de 1916, apesar das «batidas», a tiro de espingarda, feitas em legitima perseguição desses
gados errantes e sem a necessária vigilância, apesar das multas impostas aos donos desses animais e aos seus
respectivos guias ou pastores e ainda apesar da criação de novos postos florestais e acrescentamento do seu
pessoal, não é raro que as glebas laboriosamente agricultadas, que as incipientes culturas de vegetação arbórea,
que alguns pequenos prados e lugares com proveitosas forragens sejam invadidos, por vezes em multidão pelos
vorazes lanígeros, caprideos e suínos das nossas serras».
Interessantes e valiosas seriam umas notas pormenorizadas acerca do número das diferentes espécies dos
gados existentes, que abrangessem diversas épocas e que particularmente se referissem a cada um dos onze
concelhos do nosso distrito. Está ainda por organizar uma estatística dessa natureza e por isso nos limitaremos à
inserção de alguns dados avulsos, colhidos principalmente nos relatórios do antigo agrónomo Eduardo Dias
Grande e veterinário João Tierno e cuja inteira veracidade já foi contestada. Foram dois distintos e zelosos
funcionários, que talvez não possuíssem então os elementos indispensáveis para a execução de um trabalho
baseado nos mais seguros meios de investigação.
Eduardo Grande, como agrónomo do distrito e no seu importante relatório referente ao ano de 1863. dá-nos
esta informação do gado então existente: bovino 25338 cabeças, ovino 44186, e caprino 81840, sem fazer
menção da espécie porcina.
No relatório do veterinário João Tierno publicado em 1897, encontram-se, com a designação de gado
recenseado, estes dados estatísticos;
No ano de 1852 existiam 90894 cabeças de gado ovino. 81739 de gado caprino e 18 de gado porcino; em
1864 respectivamente 44186, 81840 e 19535; em l873 esse número era de l8660, l8040 e 22430; e em 1893 foi
computado em 183604, 16517 e 34530.
Respeitante ao ano de 1803, segundo o relatório acima citado, fixa-se em 44186 o numero de lanígeros
então existente em todo o arquipélago, entrando nesse quantitativo 32000 no concelho do Funchal, o que não
julgamos proporcional aos dos outros concelhos.
No notável Relatório do engenheiro-silvicultor José Augusto Fragoso, apresentado à 3unta Geral no ano de
1929, lê-se que «são cerca de 80000 cabeças de gado suíno, ovino e caprino em perfeito estado selvagem .» que
se acham disseminadas nas diversas pastagens da ilha.
«Os donos dos lanígeros que pastam no Paul da Serra, são hoje em número de 666, dessiminados pelos
referidos concelhos, a grande maioria modestos lavradores, apegados aos costumes dos seus bisavôs, não
querendo sair dali, cheios de superstições, receando mau ano, no facto de se aumentar a área do curral, e
incorrendo em castigo infalível da divina providencia se esse aumento da área for para o lado do sol (Leste).
Em 1942, as Camaras administradoras do Paul da Serra ao abrigo do disposto no n.° 1 do art.o 45 do Cod.
Administ. fizeram um regulamento sobre as pastagens no logradouro comum, no qual obrigam os pastores a
terem uma direcção para administrar todo o pasto, a qual tem um presidente e 4 directores, um de cada concelho
e com quem se entendem os pastores das respectivas localidades, e 1 tesoureiro.
«A direcção tem o pasto dividido em três zonas, a de Leste, Centro e Oeste, tendo cada uma, um grupo de
16 pastores, que destacando cada grupo 2 homens para vigias diários do pasto comum, havendo assim todos os
dias, 6 homens a vigiarem os rebanhos do Paul da Serra.
«As despesas, são as provenientes de pagamento e salário aos vigias e reconstrução de bardos, prejuízos,
taxas camarárias e outras diversas que no fim do ano são rateadas pelo numero de cabeças de gado contadas na
ocasião do arrumo para a tosquia, pagando os respectivos donos a sua quota parte, conforme o número de
cabeças de gado era possive1.
Com esta pequena Direcção, a qual tem encontrado escolhos por toda a parte, já se conseguiu alguma coisa,
pois, em 1942 havia 5447 cabeças.
Em 1943, passou para 4788 cabeças.
Em 1944, subiu para 8178 cabeças.
E em l945, para 9500 cabeças.
Estes 9,500 lanígeros têm o valor de 1.140.000$00 e produziram 7125 kg. de lã em 1945 142.500$00.»
Com a carestia dos tecidos, todos os pastores fabricaram no campo cobertores para as suas camas, com lã
dos seus ovinos e todos eles e famílias usam camisolas também de lã, e de idêntico fabrico.
«Enquanto grassou a peste porcina os cordeiros substituíram o porco da festa, em quási todas as casas nas
localidades onde houve aquela epidemia.»
As informações, que ficam textualmente transcritas e que muitas consideram baseadas em dados de caracter
oficial dizem respeito ao Paul da Serra e referem-se somente ao gado lanígero.
Passados poucos dias o «Eco do Funchal» (27-1-46) fornecia os seguintes dados, que abrangem as espécies
ovina, caprina e porcina existentes em todas as serras da Madeira:
«Nós sabemos, de fonte certa, que todo o gado, que pascia em todas as serras da Madeira, atinge o número
de 95000 cabeças assim classificadas: 55000 ovelhas, 25000 cabras e 15000 porcos».
Embora referentes a diversas épocas, oferecem entre si uma grande discrepância os dados que ficam
exarados acerca do numero das espécies ovina, caprina e suína existentes no nosso arquipélago, estando indicada
a iniciativa de uma larga e rigorosa investigação, que proporcione os elementos indispensáveis para a
organização de um seguro, pormenorizado e proveitoso trabalho de estatística.
Relaciona-se proximamente com as considerações expostas acerca das «Pastagens» o que deixamos dito no
«Elucidário Madeirense» acerca dos gados que pastam nas serranias, quando motivos poderosos aconselharem o
exercício de uma moderada industria pecuária.
Somente ha poucos anos é que a industria pecuária e os cuidados a dispensar aos gados que pastam
livremente nas serras começaram a estimular as atenções das estações oficiais e a despertar no publico um certo
interesse por este assunto.
Deve-se esse movimento inicial aos valiosos estudos realizados pela Intendência de Pecuária deste distrito,
que acerca de tão momentoso assunto, elaborou um vasto e substancioso relatório, indicando os meios mais
adequados a adoptar no nosso meio, afim de se alcançarem os resultados mais proveitosos para a indústria
agrícola da nossa terra.
A selecção e aperfeiçoamento das raças, a criação e tratamento dos gados, a sua instalação higiénica. e
assistência veterinária, as forragens, a produção do leite, a protecção mutuária e ainda muitos outros interessantes
aspectos desta utilíssima matéria são tratados nesse relatório com grande clareza, com o indispensável
desenvolvimento e com a mais notável proficiência, que sobremaneira honra o distinto funcionário que o
concebeu e redigiu.
Muito seria para desejar que se fizesse uma edição popular desse valioso documento, destinada a ser
espalhada pelos nossos campos e aldeias.
Ao referir-nos, embora rapidamente a este assunto, seria cometer uma flagrante e imperdoável injustiça não
fazer menção dos excelentes trabalhos insertos em alguns números do «Boletim de Informação e Publicidade»,
publicado pela junta Nacional dos Lacticínios da Madeira e dirigido pelo distinto engenheiro Luís Pedro Baptista,
trabalhos que particularmente interessam ás relações da agricultura com a pecuária através da importante
industria dos lacticínios.

XX-PRADOS FORRAGENS

Têm próxima afinidade com o serviço pecuário das Pastagens, versado no capítulo anterior, as
considerações que acerca dos «Prados e Forragens» vamos resumida e parcialmente extratar dum estudo do
ilustre botânico Carlos Azevedo de Menezes.
Embora não Perfilemos a opinião dos que sustentam que a indústria pecuária dos gados lanígero, caprino e
suíno constitui um apreciável elemento de prosperidade na vida económica da Madeira, não queremos deixar de
referir-nos a este assunto, que poderão oferecer qualquer interesse ou simples curiosidade a alguns dos raros
leitores deste opúsculo.
Os terrenos ervosos da Madeira entram quasi totalmente na categoria de prados naturais, existindo apenas
alguns de caracter artificial na Quinta do Palheiro e em mais duas ou três localidades.
Nos prados naturais, relativamente ao nosso meio, ha a considerar os da região inferior, média e do interior
da ilha. 0 grande aproveitamento dos terrenos para as culturas faz com que os prados da zona inferior ocupe
somente certas encostas alcantiladas do litoral e vários outros pontos, que embora menos íngremes, pela sua
natureza, distancia dos povoados, falta de agua outras circunstancias, apenas costumam ser utilizados na
produção de ervas.
Na parte sul da ilha, a espécie dominante em toda a orla marítima é a «trevina». Na região baixa são comuns
as espécies conhecidas pelos nomes de cabreira, fedegosa, cardo, tanchagem, feno, balanco, grama, azevém,
amor de burro, serralha e ainda outras.
«Os prados da região inferior estendem-se até a altitude de 200 metros na costa do sul e de 150 metros na do
norte, sem apresentarem alterações muito sensíveis na sua composição. Nesta ultima costa, ocupam eles
principalmente certas escarpas do litoral visto os terrenos planos ou pouco inclinados acharem-se cultivados
quasi todos de cana sacarina, vinha, plantas hortenses, etc. Muitas das plantas forraginosas que aparecem na
região meridional, encontram-se igualmente na setentrional, havendo apenas a adicionar algumas à lista das que
são mais comuns nos logares húmidos desta ultima região.
Os prados da região média ocupam as margens das ravinas que pela sua inclinação não se prestam a
amanhos, e varias colinas, picos e outros terrenos não invadidos ainda pelas culturas. Estendem-se até 750 ou 800
metros, e são muitas vezes limitados ou cortados pelas matas de pinheiros (Pinus marítima), os quais formam
massiços consideráveis que sobem nalguns pontos até altitudes superiores a l.OO0 metros. O tojo (Ulex
europaens), mais conhecido na Madeira pelo nome de carqueja, é muito frequente neta região, e os seus ramos
novos dão uma boa forragem, depois de convenientemente esmagados, por causa dos espinhos que os revestem .
«A partir de 7O0 ou 800 metros, começam os prados e pastagens do interior, os quais abrangem o alto das
serras, as ravinas centrais não arl30rizadas e ainda uma parte das vertentes meridional e setentrional da ilha. Nos
logares secos das montanhas, são muito frequentes a Thrincia nudicaulis, a Aira praecox, a Agrostis castellana, o
Lotas hispidus e a Plata o lanceolata, plantas estas que nos terrenos menos altos das vertentes aparecem
associadas a muitas outras já indicadas nos prados da região média, e nas ravinas do interior barba de bode, palha
carga, e diferentes espécies mais peculiares ou quasi peculiares destes logares e que só vivem nos sítios húmidos
ou assombreados.
Nas ravinas da Ribeira da Metade e da Boa Ventura, existe uma graminea de folhas suculentas, infelizmente
muito rara, que é considerada como das melhores plantas forraginosas da Madeira. Esta graminea, que é a
Festuca albide e é peculiar da ilha, já foi cultivada com bom resultado n'um terreno dos suburbios do Funchal. Na
citada Ribeira, da Metade, também se encontra uma leguminosa, a Anthyllis Lemanniana, que temos na conta
d'uma excelente forragem digna de ser propagada.
As ervas dos prados da região inferior da Madeira, nascem ou revivem com as chuvas de outubro, e
desaparecem, requeimados pelos ardores do sol, desde abril até maio, excepto nos logares encharcados e
naqueles onde chegam com frequência as aguas de irrigação. Na parte média e superior da ilha, e especialmente
na zona constantemente visitada pelos nevoeiros, as ervas conservam-se verdes por mais tempo até meados ou
fins de junho, o que é de grande vantagem ainda mesmo para os criadores de gado das vizinhanças do litoral que
lá sobem a colhe-las, percorrendo às vezes distancias consideráveis.
As plantas dos prados são quasi sempre consumidas verdes; somente na ponta de S. Lourenço e na Camacha
se colhem algumas porções avultadas de feno, que são vendidas ao preço médio de 300 reis por arroba GU 15
kilogramas, para o sustento dos bois, cavalos e muares estabulados no Funchal e arredores. Quando os prados
estão secos, a alimentação dos animais é fornecida geralmente pela rama da batateira (Convolvulus Batatas),
pelas folhas da vinha, da cana de açúcar e da de roca, pelas plantas que nascem junto dos cursos de agua e pelas
que aparecem por entre as culturas, nos logares irrigados a miúdo.
«Nos terrenos das serras. situados acima dos bardos concelhio; são as ervas secas ou mirradas que ficaram
no solo e a folhagem das arvores indígenas, que constituem o principal, senão o único alimento do gado manadio,
que aí se cria, quando a vegetação dos prados desaparece na quadra mais quente do ano. Grandes são os prejuízos
que os gados, especialmente o caprino, causam nos indivíduos novos das varias espécies arbóreas e arbustivas
que crescem nas montanhas, e muito conveniente seria que se adoptassem quanto antes providencias acertadas,
no sentido de evita-los tanto quanto possível.
«O Paul da Serra é perfeitamente desabitado e inculto em razão da sua altitude e de se achar durante uma
boa parte da ano coberto de nevoeiros densos. Mesmo no tocante 2 espécies forraginosas, muito pouco produz,
salvo nas proximidades das freguesias de S. Vicente, Seixal e Ribeira da Janela, no norte, e da Ponta do Sol,
Canhas, Arco da Calheta e Serra de Agua, na parte setentrional e ainda junto do Fanal e da levada do Pico da
Urze, onde existem excelentes pascigos. A feiteira e uma labiada conhecida vulgarmente pelo nome de alecrim
da serra, são as únicas espécies verdadeiramente abundantes em toda aquela planície.
«Dos 30000 hectares de terrenos incultos que existem na Madeira (1921) pode admitir-se que 10000 só
produzem ervas de boa ou má qualidade para sustento dos animais. Se esta vasta superfície fosse devidamente
aproveitada, isto é se procurasse melhorar as suas produções, muito lucraria com isso a industria pecuária
madeirense, que carece para desenvolver-se de mais amplos recursos dos que os que a ilha agora oferece.

XXI-A INDUSTRIA PECUÁRIA

Admitindo, sob condições especiais, a permissão do exercício da industria pecuária nas nossas serras, mas
não reconhecendo a sua necessidade, já ligeiramente esboçamos os defeitos de que ela enferma e apontamos os
alvitres que convinha adoptar, no caso de ser mantida, como o tem sido até à época presente.
E' um erro supor-se que essa industria tenha qualquer reflexo favorável na economia do arquipélago, quer
esta seja considerada de modo colectivo ou individual. O seu desaparecimento não afectaria a riqueza publica
nem diminuiria os parcos interesses dos que a ela se entregam temporariamente.
O «oficio» de pastor não constitui uma profissão e são poucos os que a ela se dedicam quotidianamente e
fazem do seu uso um meio seguro de manter a existência. Em geral, o chamado pastor é um pequeno agricultor
ou trabalhador rural. E é curioso notar-se que em algumas freguesias, ao termo «pastor» anda ligado o
significado de mandrião e pouco amigo do trabalho
Como já ficou exposto no Cap. VI, o pastor é um inimigo dos arvoredos na preparação dos pascigos
apropriados para a alimentação do gado, recorrendo algumas vezes ao incêndio, que não raramente toma
proporções assustadoras. Este motivo por si só bastaria para a completa eliminação da industria pecuária.
Não deixaremos de notar a responsabilidade que a essa devastação se acham ligados alguns proprietários e
até funcionários públicos que, por intermédio de uns pobres pastores, manteem também em livre pastagem as
suas dezenas de porcos, cabras e ovelhas, em diversos montados da ilha.
Uma das mais imperiosas razões que aconselham a extinção da industria pecuária, como tantas vezes se tem
dito e vem consignado em relatórios oficiais, é a absoluta falta de abrigos ou currais adequados para a recolha
dos animais especialmente na época das grandes invernias, que com frequência se desencadeiam nas serranias do
interior. Disse um distinto engenheiro-silvicultor que os gados na Madeira pastam «em estado selvagem», devido
á pouca assistência dos pastores e á ausência completa de redis convenientes, não sendo para estranhar que seja
tão considerável o número de animais, que por essas causas morrem todos os anos. E sobrevindo, como de longe
em longe acontece, uma dessas invernias com aspectos de aluvião, alguns milhares de animais terão de
desaparecer das nossas terras de pastagem.
No Plano Quadrienal dos trabalhos a empreender pela junta Geral do Distrito no período de 1946 a 1949
vem apontada a construção de redis, o que representa um beneficio prestado á indústria pecuária do arquipélago.
Pelos motivos que ficam sumariamente expostos, compartilhamos da opinião de muitos proprietários de
terras e especialmente de alguns distintos silvicultores que não acarretaria graves prejuízos e seria até vantajosa a
extinção da industria pecuária da nossa ilha. Deveria para isso proceder-se a um conveniente estuda do assunto,
restringindo-se gradualmente o exercício dessa industria e estabelecendo o prazo máximo de duas dezenas de
anos para sua completa extinção.

XXII A FLORA MADEIRENSE

Abrimos este ligeiro estudo, mostrando que a Madeira era uma região de natureza essencialmente florestal,
embora o vandalismo dos homens procure desmentir esse tão acertado juízo, que a história atesta e a experiência
plenamente confirma. Queremos terminar, aduzindo alguns elementos de caracter cientifico, que a botânica
oferece, para provar que, além dessa acentuada feição arborescente, guarda também todas as condições próprias
de flora de aspecto universal, com uma rica e larga representação das mais variadas espécies do reino vegetal,
espalhadas por muitas partes do nosso planeta.
Vamos para isso recorrer aos homens de ciência, que se ocuparam deste assunto e de modo especial a
Richard Lowe, Eduardo Dias Grande e Carlos Azevedo de Menezes.
Aos forasteiros de uma mediana cultura intelectual que nos visitam, fere logo a sua atenção os belos trechos
da antiga e opulenta vegetação florestal que ainda restam e de modo particular a variedade e abundância das
espécies botânicas, sobretudo dispersas em varias quintas e jardins desta ilha.
Encontram-se em familiar e agradável companhia, respirando o mesmo ar e iluminadas pelo mesmo sol, diz-
nos um desses homens de ciência, plantas de quasi todos os países do mundo, sem serem precisos abrigadouros
ou estufas para a grande maioria delas-circunstancias que dá logo a ideia da excelência do clima e da bondade do
céo, que a cobre e protege. Representa um trecho, reunido da flora de latitudes muito diversas, deparando-se ao
lado das espécies arbóreas de porte altivo e majestoso dos países intertropicais com as plantas humildes e
rasteiras das regiões setentrionais.
Nesta ilha, como nos países montanhosos e em que se observam variadas condições do clima, são bastante
diferentes as zonas de vegetações, que Lowve profundamente estudou e que em geral teem sido adoptadas por
todos. Apesar dessas características diferenças, mantém o cultivo de outras plantas em zonas, que se distanciam
entre si, pelas desigualdade das altitudes em que se encontram.
«A Flora florestal da Madeira, diz Dias Grande, é muito rica e variada. A situação privilegiada desta ilha e a
conformação das suas montanhas permitem que se encontrem aqui todas as Traduções de temperatura, e sem
gozar daqueles extremos de calor e humidade, que produzem as luxuosas ostentações dos trópicos, é todavia
rápido o desenvolvimento da vegetação e grande a diversidade das arvores sempre verdes.
Por vezes mandou o Senhor D. João VI para esta ilha sementes de varias arvores tanto da Índia como do
Brasil. Em 30 de Dezembro de 1801 vieram com grande recomendação sementes de teca e de diversas plantas.
Mais tarde, em 29 de Outubro de 1800, vieram sementes das plantas da América constantes da seguinte curiosa
relação... (cerca de duas dezenas de espécies)... A solicitude com que se repetiam estas remessas introduzia
rapidamente na ilha as riquezas florestais de quasi todos os pontos do globo, e a ter a sua propagação e cultura
merecido mais cuidado, seria ela hoje (1865) uma das suas mais importantes produções e de muita singularidade
o ver cm tão limitada superfície a numerosa colecção de quasi todos os vegetais arbóreos do globo».
São de um distinto regente florestal e agrícola estas palavras: «...A primeira impressão ocorre-nos logo
dominadora. A paisagem madeirense traduz-se nas massas vegetais que serpenteiam nas suas encostas e vales,
que emolduram aqueles pontos brancos que são as casitas espalhadas nas faldas dos montes. A ilha dos Amores
guarda ainda no seu seio as frondes arbóreas que serviram de cenário à apoteose do nosso Épico e esse aspecto é
sobre todos os outros aquele que no nosso espirito mais se arreiga, mais vulto adquire e mais domina a nossa
sensibilidade.»
Em duas dezenas de páginas do «Dicionário Corográfico do Arquipélago da Madeira», da nossa autoria,
deixamos textualmente transcritas as palavras com que muitos homens notáveis em vários sectores da actividade
humana traduziram as suas impressões ao defrontar-se com o maravilhoso cenário da nossa paradisíaca paisagem
e em que de modo especial se referem à rica e variada vegetação Madeirense, tendo expressões de especial
apreço e de enternecida admiração pela diversidade, matiz, beleza e fragrância das flores dos nossos prados e
jardins.
São extraídas do «Dicionário Corográfico da Madeira» e da pena de Carlos Azevedo de Menezes as
seguintes informações:
«A flora actual conhecida do arquipélago da Madeira compreende 931 fanerogâmicas, 50 criptogâmicas
vasculares, 265 muscineas e 916 talófitas, mas se pusermos de parte as plantas naturalizadas, fica o grupo ou
divisão das fanerogâmicas apenas com 641 espécies e o das criptogâmicas vasculares com 45. No grupo das
fanerogâmicas ha 104 espécies que consideramos endémicas e 55 que são comuns ao arquipélago da Madeira e a
outros de ilhas do Atlântico, o que equivale a dizer que das referidas 641 espécies a que costumamos chamar
indígenas, 159 se não encontram nas regiões continentais próximas, embora sejam provavelmente legítimos
representantes duma flora ali existente outrora.
Conhecem se nosso arquipélago 106 vegetais lenhosos indígenas, entre arvores, arbustos e subarbustos,
estando os dois primeiros grupos, que são os mais importantes, representados por 34 espécies, 10 das quais são
europeias, 1 da Madeira e Açores, 3 da Madeira, Açores e Canárias, 11 da Madeira e Canárias e 9 peculiares ou
endémicas. Distribuem-se estas espécies por 22 famílias, 4 das quais se não encontram na Europa, estando,
porém, uma delas representada no vizinho império de Marrocos »

XXIII «SOBRE OS SERVIÇOS FLORESTAIS»

Subordinada ao título Sobre os Serviços Florestais, foi recentemente publicada em opúsculo a notável
conferência, proferida a 4 de Abril de 1945, na «Sociedade de Ciências Agronómicas de Portugal», pelo ilustre
engenheiro-silvicultor José Mateus de Almeida de Mendia, Director Geral dos Serviços Florestais e Agrícolas, da
qual vamos extratar os seguintes períodos, que muito interessam ao revestimento florestal do nosso arquipélago e
que manteem próxima afinidade com o assunto tratado neste breve e despretensioso estudo:
No que respeita às ilhas Adjacentes, foram elaborados os planos complementares referentes ao Arquipélago
da Madeira e ao distrito de Ponta Delgada do Arquipélago dos Açores, tendo Sua Ex.a o Ministro da Economia,
por seu despacho de 4 de Dezembro do ano findo, (4-Dezembro-1944) concordado com as directrizes fixadas
pela Direcção Geral dos Serviços Florestais e Agrícolas, segundo as quais deve ser definitivamente redigido e
orçamentado o primeiro dos indicados planos, ou seja, o do Arquipélago da Madeira.
Considerando os múltiplos aspectos sociais que reveste o problema florestal deste Arquipélago,
provenientes das características do meio físico, da importância protectora da floresta na manutenção dos
principais factores económicos da ilha-água de rega e turismo,- das exigências em material lenhoso duma
população densa e das relações a manter com os proprietários do solo, do gado e dos povoamentos florestais
existentes, procura-se com a execução deste Plano atingir:
a)-a floresta natural, por intermédio da - sucessão de povoamentos que mais rapidamente conduza a esse
objectivo, sempre que os projectos de arborização complementares indiquem como fim dominante a obter, a
função de protecção do solo ou do regime hidrológico:
b)-a máxima produção lenhosa, por intermédio duma silvicultura intensiva, em toda a restante superfície a
arborizar:
c)-a reserva dos valores ameaçados de destruição, de natureza geológica, botânica, zoológica, ou
antropológica que existem no Arquipélago, incluindo as Desertas e Selvagens;
d)-a correcção de torrentes e a consolidação dos solos desagregáveis e ainda a criação de um serviço de
socorros contra quebradas e desmoronamentos»
Os trechos que ficam transcritos fornecem o plano dos trabalhos mais importantes a realizar acerca do
revestimento florestal da Madeira. elaborado pela Direcção Geral dos Serviços Florestais, em virtude do
despacho do Ministro da Economia de 4 de Dezembro de 1944, sendo de presumir que em breve se inicie a
execução desse grande melhoramento, que é sem contestação um dos mais notáveis com que o arquipélago
madeirense tem sido contemplado nos últimos anos.
[Fernando Augusto da Silva, O Revestimento Florestal do Arquipélago da Madeira, Funchal, 1946, parcialmente
publicado in Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento florestal no arquipélago da Madeira(1952-1975),
Lisboa, 1990, pp.133-152]

EDUARDO DE CAMPOS ANDRADA [1954]

INTRODUCÃO

No prosseguimento da vasta obra de Povoamento Florestal que o Estado vem realizando no Continente foi
publicado em 22 de Fevereiro de 1951 o Decreto-Lei n.° 38:178 mandando pôr em execução o Plano de
arborização dos Baldios da ilha da Madeira, a par da protecção dos arvoredos existentes, autóctones ou exóticos,
e criando para esse efeito a Circunscrição Florestal do Funchal.
Não obstante o interesse posto pela Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas na execução desta
nova e delicada tarefa que assim lhe era cometida, só em fins de Abril de 1952 foi possível destacar o pessoal
técnico necessário à concretização da referida lei.
Desde então por várias vezes temos sido solicitados a proferir quaisquer palavras que visem o
esclarecimento da opinião pública sobre o plano de trabalhos que os Serviços Florestais projectam executar no
Arquipélago da Madeira, suas directrizes, objectividade, meios de execução e dificuldades a vencer.
A esse incitamento temo-nos furtado até agora por reconhecermos quanto é melindroso abordar-se assuntos
desta natureza antes que o conhecimento do meio, estudos criteriosos e os resultados das primeiras experiências
permitam estabelecer com pormenor a orientação a seguir.
Tudo isso, porém, é tão complexo e moroso que temos de concordar não ser justo, numa terra onde a
população vive tão apaixonadamente os problemas da silvicultura-como aliás outros mais-, fazê-la esperar largos
anos antes de se lhe explicar a razão de ser das providências e trabalhos que vão, pouco a pouco, delineando-se.
Este é o propósito das nossas palavras. Que nos seja relevado o que nelas, forçosamente, há-de haver de
imperfeito ou impreciso.

I-IMPORTÂNCIA ESPECIAL DO REVESTIMENTO FLORESTAL DA ILHA DA MADEIRA SOB O


TRÍPLICE ASPECTO DO INTERESSE CIENTÍFICO, AGRO-CLIMATICO E ECONÓMICO

É bem conhecida a utilidade da arborização em geral, como meio de defesa contra a erosão, como elemento
de abrigo e regularizador do clima e como factor económico essencial à vida de qualquer povo.
Desta mesma utilidade se têm apercebido de há muito os responsáveis pela Administração na Ilha da
Madeira; como prova, transcrevem-se as seguintes passagens de uma petição, velha de um século, que a vereação
do Funchal dirigia à então Rainha D. Maria II:
«Senhora:
Os grandes montes que formão a ilha da Madeira, em outro tempo cobertos de ricas matas e hoje despidos
d'esse utilissimo ornamento, apresentam uma necessidade urgentíssima de serem novamente arborizados. As
fontes desaparecem; a terra vegetal é arrastada pelas chuvas para o oceano; e os penedos escalvados, soltos da
terra e das raízes que os sustentavao, precipitão-se também durante o inverno ameação ésta Cidade e todas as
povoações de repetição dos extensos males produzidos pelas quebradas e pelas inundações que ellas ocasionão.
Esta necessidade, que todos os annos cresce, constitue a Câmara Municipal do Funchal na obrigação de
implorar sempre ao Ilustrado Governo de Vossa Magestade todas as providencias possiveis que tendão a
suspender os perniciosos effeitos da despovoação dos elevados montes da Ilha da Madeira.
O remédio mais efficaz e mais útil é o restabelecimento do arvoredo, começando pelas principais vertentes».
«Nenhuma Terra Portuguesa carece mais d'este socorro do que a Ilha da Madeira. Em nenhuma outra será
elle mais proveitoso ao Estado».
«Deus guarde a Vossa Magestade. Funchal em Vereação aos 3 de Janeiro de 1852. Ass) Presidente: António
Gonçalves d'Almeida; Vereadores: João José d'Ornellas Cabral, João de Freitas Corrêa da Silva, João Augusto da
Silva Carvalho, João Licio de Lagos de Teixeira, António João da Silva Bettencourt Favilla.»
De facto, na Madeira o património florestal assume importância que pode dizer-se primordial por variadas
razões.
Começa logo por o arvoredo natural desta ilha constituir um tipo de vegetação quase único no mundo, pois
só nas Canárias existem uns arremedos desta imponente laurisilva madeirense em que o Til, o Pau Branco, o
Vinhático, a Faia (das Ilhas), o Aderno, o Teixo e o Perado são as mais nobres componentes. Pois tendo como
certo que um dos mais graves erros que o homem pode cometer é provocar a extinção de uma qualquer espécie
dos seres vivos com que a Natureza o dotou, compreende-se imediatamente que se tomem todos os cuidados para
evitar que isso aconteça com este raro tipo de vegetação de que a Providência nos fez fiéis depositários. Não
temos, de facto, o direito de deixar desbaratar essa dádiva da Natureza que constitui, aliás, um dos principais
valores e encantos desta Ilha de tão reconhecida e rara beleza.
Se reflectirmos depois sobre as condições topográficas, agrológicas e climáticas que caracterizam a Ilha da
Madeira, somos forçosamente levados a concluir que o revestimento florestal é também sob este aspecto
elemento que muito importa considerar.
Com efeito, o extraordinário relevo do terreno, profundamente retalhado por essas ribeiras colossais, de tão
esmagadora imponência, como são principalmente a de Machico, a do Faial, a de S. Jorge, a do Porco, a de S.
Vicente, a do Seixal, a da Janela, a da Madalena, a da Ponta do Sol, a Ribeira Brava, a dos Socorridos, a de St.a
Luzia e a de João Gomes, logo nos indica a formidável erosão a que está sujeita esta Ilha. Para fazer-se uma ideia
do que é esse fenómeno erosivo basta fixar a atenção no volume dos materiais carrejados por essas torrentes ou
reparar na extensa orla acastanhada que o mar apresenta na sua foz, durante a época das chuvas: que milhares de
toneladas de terras e calhaus não serão assim levados, ano a ano, para o mar!...
É, pois, necessário, para defesa do solo, que se mantenha arborizada a parte cimeira das serras e que se
estabeleçam nos terrenos das encostas susceptíveis de agricultar-se cuidados especiais contra a erosão, mormente
armando o terreno em sucalcos-«poios» e «mantas», segundo a terminologia madeirense-, constituindo valas de
captação das águas-as célebres levadas com que o vilão põe à prova uma rara intuição a que a necessidade o
obrigou-e estabelecendo sebes vivas ou faixas de vegetação natural que, orientadas segundo as curvas de nível, se
oponham ao arrastamento da terra pela água das chuvas.
Do mesmo passo assim se promoverá a conveniente utilização dessas águas que, uma vez disciplinadas,
serão a maior riqueza da terra, o seu próprio sangue! Sem elas, em muitos casos, o agricultor madeirense ver-se-
ia a braços com a miséria e seria impossível o progresso que nesta ilha se vai acentuando desde que as grandiosas
obras dos Aproveitamentos Hidráulicos começaram a produzir os seus magníficos efeitos.
Impõe-se por conseguinte não deixar enfraquecer as nascentes de água, essas fontes de que resultam tantos
benefícios, e toda a gente conhece a notável influência que a arborização exerce nesse sentido: não tanto como
elemento de atracção das chuvas, mas sobretudo como meio de intercepção dos nevoeiros promove a
condensação da humanidade atmosférica, ao mesmo tempo que reduz as perdas por evaporação superficial,
aumenta o poder de embebição do terreno e regulariza os mananciais de água no subsolo.
Também sob o ponto de vista económico, pròpriamente dito, a floresta desempenha ainda e desempenhará
por largos séculos importantíssima função nesta terra abençoada. Com tão densa população, a maior parte dos
seus habitantes vê-se obrigada a autênticos prodígios de vontade e sacrifício para conseguir uma pequena parcela
de terreno que lhe dê o pão de cada dia: nessa árdua vida, o vilão achar-se-ia a maior parte das vezes em situação
deveras crítica se não tivesse onde ir buscar lenha para o lume, esteios ou tutores para as vinhas e hortas, rama e
«feiteira» para sustento e cama do gado, etc. Importa, portanto, não deixar diminuir a possibilidade de
abastecimento de todos esses produtos essenciais à vida deste laborioso povo, embora ele tenha também de
sujeitar-se a uma certa disciplina e moderacão na forma de resolver os seus problemas.
E se se considerar, até, a circunstância particular de estarmos numa ilha onde de um momento para outro
podemos ver-nos reduzidos exclusivamente aos recursos próprios, mais imperativa se torna a necessidade de
evitar-se o empobrecimento do seu património florestal, para que numa tal emergência possa ela bastar-se a si
própria em madeiras e combustível; haja em vista aquilo de que valeram e o que sofreram por ocasião das
últimas conflagrações mundiais os arvoredos da Madeira!
Por fim, note-se o papel que o arvoredo desempenha na composição e aformoseamento da paisagem e
pense-se no que isto pode significar para a própria vida económica do Arquipélago da Madeira, tão ligada como
está ao turismo pelas suas extraordinárias belezas panorâmicas e pelo seu clima privilegiado que esse mesmo
arvoredo ainda mais virá enriquecer e suavizar. Ter-se-á assim uma ideia geral da importância que, sob os mais
variados aspectos assume aqui o revestimento florestal e melhor se compreenderá a razão determinante da
orientação que o Governo da Nação, por intermédio dos Serviços Florestais, vai estabelecendo e que a seguir
deligenciaremos concretizar.
II-DEFESA, AMPLIAÇÃO E MELHORAMENTO DO PATRIMÓNIO FLORESTAL DA ILHA DA
MADEIRA

Relacionada com a referência atrás feita sobre o interesse científico das formações florestais indígenas da
Madeira, a primeira medida que se impõe é a criação de Reservas florestais que assegurem a conservação para a
posteridade dos núcleos mais representativos deste tipo único da flora lenhosa.
Todos os países civilizados se preocupam hoje em dia com estabelecer um conjunto de Reservas naturais
integrais e de Reservas florestais que garantam a sobrevivência dos tipos de vegetação ou animais e plantas mais
ameaçadas de extinguir-se. Assim se encontram espalhadas pelas cinco partes do globo numerosíssimas Reservas
representativas dos mais raros e belos tipos de vegetação que existem à superfície da Terra.
Precisamente o ano passado foi-nos pedida a indicação das Reservas florestais estabelecidas na ilha da
Madeira com vista à sua figuração num mapa de todo o mundo. Infelizmente não temos esse estudo ainda
concluído, nem de resto é fácil concluí-lo ràpidamente se nos preocuparmos com fazer um trabalho criterioso,
baseado em reconhecimentos florísticos e outras observações que permitam aferir as características vegetacionais
dominantes em cada Reserva, sua rigorosa delimitação e cuidados ou medidas especiais a tomar para cada caso.
Pensamos contudo desde já em propor a constituição de cinco Reservas florestais: a primeira nas alturas do
Fanal; a segunda abrangendo a área baldia entre o Ribeiro de João Delgado ou Cova do Chaprão e a Ribeira do
Inverno, incluindo presumivelmente o Montado dos Pessegueiros se o Estado se interessar pela sua aquisição,
como reduto interessantíssimo que é da vegetação autóctone da ilha; a terceira, na parte cimeira dos baldios do
Concelho de São Vicente, desde a Bica da Cana à encumeada e Pico do Ferreiro; a quarta, nos baldios do
concelho de Machico, englobando o Lombo Martinho e o Lombo Comprido, na parte que fica acima da Levada
da Serra do Faial; a quinta, nos baldios do mesmo Concelho, na Serra das Funduras, incluindo parte do Larano,
para reconstituição da sua vegetação primitiva pois ainda aí se encontram representadas algumas espécies que são
já raras.
Outras áreas poderão igualmente vir a ser consideradas para o mesmo efeito, à medida que vá podendo
fazer-se um reconhecimento mais completo de toda a ilha. Estarão também nesse caso parte dos Montados da
Junta Geral, designadamente os do Galhano, Rabaçal e da ilha, mas ai o caso tem menos acuidade pois esses
estão de sua natureza acautelados e será então preferível aguardar a oportunidade de podermos, com a sua
submissão ao regime florestal, estudar o plano de trabalhos a que deverão ficar sujeitos, de acordo com a Junta
Geral do Distrito.
Desta forma se constituirá um grupo de Reservas florestais e de Matas submetidas ao regime florestal que
será garantia da conservação de alguns dos principais e mais representativos núcleos da vegetação lenhosa da ilha
da Madeira.
Mas, se do ponto de vista científico e até turístico ou paisagístico, isto seria já muito interessante, do ponto
de vista de defesa do solo contra a erosão e do melhor aproveitamento dos recursos hídricos e até do ponto de
vista económico, há que ir muito mais além, defendendo a arborização ainda existente, quer nos terrenos baldios
ou nos particulares e promovendo a arborização das serras que se encontram desarborizadas sempre que isso seja
tècnicamente possível e se imponha para bem da grei.
Com esse objectivo, graças à feliz iniciativa de ilustres deputados pela Madeira, foi publicado o já referido
Decreto-Lei n.° 38:178, de 22 de Fevereiro de 1951, que condiciona e regulamenta o corte das árvores nas
propriedades privadas e manda pôr em execução o Plano complementar para repovoamento florestal dos baldios
do Arquipélago da Madeira, trabalho este da autoria do Engenheiro Silvicultor José Maria de Carvalho e em que
mais tarde interveio também o Engenheiro Silvicultor José Alves.
Quanto ao povoamento dos baldios, há que proceder primeiramente à respectiva submissão ao regime
florestal e fazer depois os projectos de arborização para serem submetidos à aprovação do Conselho Técnico
Florestal e Aquícola e por fim à aprovação em Conselho de Ministros.
Está-se já tratando da submissão ao regime florestal dos baldios de Santa Cruz e Machico que virão a
constituir o Perímetro Florestal do Poiso. Seguir-se-ão a seu tempo outros baldios igualmente desarborizados e
onde se impõe também constituírem-se arvoredos que defendam o terreno, beneficiem as nascentes e se
transformem por fim em utilidade e riqueza.
Não obstante a importância destes objectivos, serão também tomadas em consideração algumas das
utilizações que os povos vêm fazendo desses baldios, como seja a colheita de lenhas secas e varas, a apanha de
matos e feiteira e até, embora isso seja apenas do interesse de alguns, a própria pastagem de gado lanígero e
vacum, reduzido às convenientes proporções.
Assim, o referido Perímetro Florestal do Poiso, englobando os baldios de Santa Cruz e Machico, com uma
superfície total de cerca de 2.500 ha., virá a incluir áreas importantes para pastagem, não obstante nelas mesmas
se proceda também a trabalhos de arborização em bosquetes ou em faixas (cortinas de abrigo), para conveniente
aproveitamento e defesa do terreno e para protecção do próprio gado. Do mesmo modo serão atendidas, na
medida do possível, outras servidões dos povos, tais como lenhas secas, feiteira, etc.
Esses trabalhos de arborização far-se-ão gradualmente tendo por base o que se conhece da adaptação das
espécies, as conclusões a que o reconhecimento do terreno permita chegar e os fins que mais importa atingir.
Deste modo há-de haver zonas em que se procurará refazer a floresta natural, outras em que se terá em vista a
constituição de matas produtoras de boas madeiras de construção e marcenaria, outras ainda em que se atenderá
apenas à protecção do terreno, função de abrigo ou embelezamento da paisagem.
Entretanto os Serviços Florestais estão já construindo nos locais mais apropriados dos baldios, casas para a
guarda florestal que poderá assim acompanhar melhor os trabalhos e exercer depois a necessária vigilância.
Quanto à parte da regulamentação dos cortes nas propriedades particulares, embora a Lei apresente algumas
falhas que a seu tempo terão de ser corrigidas, não interessará fazer muitas considerações. Basta dizer-se que, à
face da Lei, para cortar-se qualquer árvore ou arbusto de interesse silvícola é preciso que o proprietário faça um
pedido à Circunscrição Florestal do Funchal, o qual é necessàriamente objecto de uma vistoria ao local, feito pelo
pessoal técnico ou auxiliar da mesma Circunscrição, conforme a importância com que o caso se apresente, e de
cuja informação dependerá, normalmente, a decisão de ser ou não autorizado o corte.
A Circunscrição Florestal do Funchal está subdividida em duas Administrações: a Administração Florestal
do Funchal e a Administração Florestal da Ribeira Brava que abrangem respectivamente a metade leste da
Madeira com a Ilha do Porto Santo, e a metade oeste da Madeira. Em cada uma destas Administrações Florestais
superintende um engenheiro silvicultor coadjuvado por um regente florestal.
Para tornar eficiente esse serviço de Protecção dos Arvoredos e a correspondente fiscalização, ambas as
Administrações Florestais compreendem por sua vez zonas várias, cada uma das quais deve ficar a cargo de um
mestre florestal que oriente e verifique a actuação dos guardas florestais colocados nos Postos que se incluem no
seu âmbito.
Além de seis mestres florestais, o quadro do pessoal auxiliar da Circunscrição comporta 28 guardas; diga-se
a propósito que este-número é manifestamente insuficiente para manter com regularidade o aturado serviço de
vigilância e de fiscalização, pelo que há que manter outros tantos «vigias florestais», espécie de praticantes a
guardas e que com estes cooperem nesse e noutros serviços.
Estes esclarecimentos não têm interesse de maior, nem sequer constituem inovação, pois toda esta
organização é a mesma que estava judiciosamente estabelecida pela Regência da Junta Geral do Distrito, apenas
agora reforçada com o aumento de pessoal técnico e de quatro mestres florestais de 2ª classe. Aliás, vem a
propósito mencionar, como justo preito de homenagem qué só agora se torna oportuna, que também noutras
particularidades da organização do Serviço a Circunscrição Florestal do Funchal se baseou na orientação que
estava sendo seguida criteriosamente pela Estação Agrária da Madeira.
Interessará referir agora, para dar uma ideia do volume da exploração florestal nas propriedades privadas,
alguns dados extraídos do mapa estatístico do movimento de cortes de arvoredo em propriedades particulares, no
ano transacto.
Assim, quanto aos pedidos de corte expressos em números de árvores, deram entrada na Circunscrição, em
1953, nada menos que 1.115, correspondendo-lhe um total de 15.616 árvores, tendo sido autorizados, total ou
parcialmente 919, afectando 13.686 árvores (87,6%), e recusados 196, abrangendo 1.930 árvores (12,4%). Mas
os pedidos de corte podem ser também expressos em superfície, e assim foram apresentados no mesmo ano 512
pedidos de corte abrangendo 1.780 ha, dos quais foram atendidos 451, referentes a uma área total de 1.665 ha
(93,5%), e recusados 61, correspondendo-lhe a área total de 115 ha (6,5%).
Estes números provam de qualquer modo não ter justo fundamento alguns comentários por vezes feitos ao
exagerado rigor com que os Serviços Florestais vêm obstando ao corte de arvoredos em propriedades
particulares.
Não se tem compreendido, ou não se tem querido compreender, por exemplo, porque razões contrariamos
geralmente um corte de louros, faias e urzes, quando o proprietário se propõe cultivar, em substituição desse
arvoredo que pouco interesse lhe dá, pinheiros, eucaliptos ou acácias. E a razão é clara: já atrás se focou o papel
que o arvoredo exerce na captação da humidade atmosférica, pela intercepção dos nevoeiros, dando origem às
chamadas precipitações ocultas ou horizontais; pois essa influência, aqui posta tanto à prova, é sobretudo
importante quando o arvoredo exerce coberto permanente, com toda a exuberância das suas condições naturais.
De facto reconhece-se, modernamente, ser muito mais vantajoso, sob o ponto de vista de defesa dos recursos
hídricos, manter intactos, no seu lugar de eleição, esses maciços florestais expontâneos, do que deixá-los
desbaratar e, como compensação, pretender levar a arborização, quase sempre com base em espécies exóticas, a
zonas mais pobres e desprotegidas onde algum arvoredo que se vá constituindo, onerosamente, nunca poderá
exercer influência que se compare à da floresta natural.
O maior entrave tem sido feito, portanto, ao corte das espécies indígenas, sobretudo quando as árvores não
apresentam ainda sinais de decrepitude sendo ainda de notar que as autorizações de corte correspondem muitas
vezes a parte dos rebentos de touças cuja vitalidade fica assegurada pela conservação de outros rebentos. Assim,
por exemplo, dos 45 pedidos feitos para corte de tis, englobando 332 árvores, foram atendidos 26, ou sejam mais
de metade, mas abrangendo apenas 54 tis, isto é, 14,9% do total que fora solicitado para corte. E, quanto às
outras espécies: de 16 pedidos englobando 50 vinháticos foram atendidos 11, abrangendo 24 (47,8%); um pedido
para corte de 2 Paus brancos, foi autorizado (100%); de 15 pedidos englobando 60 louros, foram atendidos 8
abrangendo 28 (46,6%); de 11 pedidos englobando 51 faias (das Ilhas), foram atendidos 9, abrangendo 19
(37,3%); um pedido para corte de 50 folhadeiros foi autorizado (100%); de 7 pedidos englobando 15 seixos,
foram atendidos 4, abrangendo 5 (33,3%); um pedido para corte de 300 estacas de urze foi autorizado (100%); de
511 pedidos englobando 2.846 castanheiros, foram atendidos 387, abrangendo 1.677 (59%); de 48 pedidos
englobando 77 nogueiras, foram atendidos 30, abrangendo 44 (63,2%); de 95 pedidos englobando 519 carvaLhos
foram atendidos 82, abrangendo 282 (54,3%); um pedido para corte de uma amoreira foi recusado (0%); de 25
pedidos englobando 133 cupressos, foram atendidos 24, abrangendo 99 (74,4%); um pedido para corte de 12
álamos foi autorizado (100%); de 13 pedidos englobando 14 árvores ornamentais diversas, foram atendidos 11,
abrangendo 12 (85,7%); de 297 pedidos englobando 8.157 pinheiros adultos, foram atendidos 296 abrangendo
8.112 (99,7%); de 23 pedidos englobando 243 eucaliptos foram atendidos todos, mas abrangendo só 242
(99,6%); e finalmente foram autorizados 4 pedidos englobando 24 acácias (100%).
Também foram feitos 10 pedidos para aproveitamento de lenhas secas num total de 151 toneladas, tendo
sido autorizados 8, num total de 127 toneladas (81,6%).
Foram além disso recebidos 808 participações de corte de pinheiros, eucaliptos e acácias com menos de 20
anos de idade, abrangendo uma área avaliada em 282 ha., e para cujo corte a Lei dispensa a licença obrigando
apenas à rearborização do terreno no prazo de dois anos. E por último concederam-se 28 autorizações para
fabrico de carvão de giesta, uveira e tojo («carqueja» em propriedades particulares e para o período de chuvas
que decorre de 1-9-53 a 30-4-54, tendo sido recusados 3 pedidos.
Maiores detalhes sobre este serviço constam de mapas arquivados na Circunscrição e que ficam à disposição
dos interessados, bem como quaisquer esclarecimentos sobre a actividade dos Serviços Florestais nas suas
relações com o público.
Tem-se, assim, procurado atender às necessidades de cada um, sabido como é que muita gente não tem onde
ir buscar a madeira ou lenha de que necessita para os seus gastos caseiros se lhe não for facultado utilizar-se das
árvores que possui na sua propriedade; mas, o valor dessas árvores, o papel que podem desempenhar no terreno e
o seu estado de conservação é que influem fundamentalmente para que o seu corte seja ou não autorizado.
Desta forma se vai disciplinando e moderando a exploração florestal da propriedade privada, tendo em vista
evitar que por ignorância, ambição ou desinteresse se promova o empobrecimento da riqueza florestal na posse
dos particulares.

III-ASSISTENCIA TÉCNICA AOS PARTICULARES

A intervenção do Estado na propriedade privada não deve, porém, ser meramente coerciva ou
regulamentadora.
Uma das principais funções dos serviços técnicos consiste precisamente em estudar os problemas que
interessam ao domínio privado, para depois poder orientar a actividade particular e prestar-lhe a assistência e o
apoio que assegurem o êxito dos empreendimentos, ou seja, o melhor rendimento dos capitais investidos.
Por infelicidade nossa, os trabalhos experimentais que sirvam de base a uma orientação segura da actividade
particular, exercida esta em circunstâncias as mais complexas e incipientes, não se fazem do pé para a mão, pois
no campo da silvicultura os elementos em experimentação têm quase sempre maior longevidade que o próprio
homem.
O trabalho basilar a fazer será o levantamento do cadastro florestal do Arquipélago da Madeira, isto é, o
reconhecimento das condições em que se encontram as diversas essências florestais indígenas ou exóticas, seja
quanto ao seu âmbito, estado de vegetação e desenvolvimento, ou quanto ao interesse e valor económico que
produzem.
Sabendo-se, por exemplo, que algumas espécies exóticas, como o castanheiro, o carvalho e a nogueira,
devem ser os elementos com que melhor poderemos contar para garantir o abastecimento das madeiras
necessárias ao consumo interno, é preciso tratar de reconhecer quais as regiões mais favoráveis à cultura dessas
espécies florestais, para que se cuide de aí a intensificar, banindo a cultura de outras essências que, embora de
mais rápido crescimento, estejam menos aconselhadas até por serem esgotantes da fertilidade dos solos, e
passarem a ter um carácter de praga invasora, como principalmente acontece com eucaliptos e acácias. E de igual
modo se impedirá o cultivo daquelas mesmas espécies produtoras de boas madeiras nas regiões que não ofereçam
condições de meio favoráveis, de modo a evitar que por ignorância ou capricho se constituam arvoredos sem
futuro, mais susceptíveis ao ataque de doenças e parasitas que aí encontrarão campo fértil para a sua expansão
com grande prejuízo para a sanidade dos arvoredos em geral.
Em última análise consistirá esse trabalho em elaborar uma carta florestal da ilha da Madeira, na qual se
indicarão as manchas mais favoráveis à cultura das diversas essências, tendo em consideração o clima, a natureza
do terreno, a altitude, a exposição e outros mais factores que sejam de atender.
A seu tempo passarão a ser fornecidas aos proprietários, a preço módico, as sementes e plantas de que
necessitarem para a arborização de terrenos, de acordo com as indicações da carta florestal, para o que já vem
despontando no viveiro florestal do Santo da Serra apreciável quantidade de árvores, designadamente
castanheiros.
Depois há que orientar os particulares na melhor forma de conduzir a exploração florestal, quer no que
respeita aos cortes finais, quer quanto às práticas culturais-desramas e desbastes.
É flagrante o caso dos pinhais que na ilha da Madeira, com excepção da região do Porto Moniz e Ponta do
Pargo, são geralmente explorados entre os dez e vinte anos de idade, para produção de lenhas de inferior
qualidade. Se ao contrário, como a técnica aconselha, se fossem fazendo desbastes sucessivos nesses pinhais,
acompanhados das convenientes limpezas das ramificações inferiores, poder-se-ia obter alguns anos mais tarde
material lenhoso de muito maior valia, essencialmente madeira para embalagem de que há tão grande
necessidade: basta dizer que S a 6 mil toneladas de madeira de pinho verde têm sido utilizadas nestes últimos
anos para embalagem de frutas e produtos hortícolas, e já daqui se infere o grande interesse económico que o
problema reveste.
A questão estará em ver qual a maneira de conciliar o maior interesse económico do País com o interesse do
particular, na maior parte dos casos pequenos proprietários que se vêem obrigados a explorar pinhais assim tão
cedo para equilibrar as suas marcas economias.
Há ainda a considerar que se fosse aumentado o termo da explorabilidade dos pinhais para os vinte e cinco
ou trinta anos (como mínimo) seria já possível obter desses pinhais um rendimento acessório a partir da
resinagem que, conduzida segundo os preceitos que a própria Lei impõe, não afecta a qualidade da madeira e
consubstancia nova fonte de receita com larga projecção na economia nacional.
Uma das razões que nos têm sido referidas por alguns proprietários como justificação de não procederem
com regularidade e em tempo oportuno ao desbaste e limpeza dos pinhais é o facto dessas práticas culturais
serem muito onerosas em relação ao valor dos produtos que deles provêm; mas estamos esperançados de que esta
razão virá a desaparecer se forem coroados de êxito os esforços que vão sendo feitos para a exportação de varas
para as ilhas Canárias, em condições de preço remuneradoras.
Também a limpeza e poda dos castanheiros é prática pouco seguida na Madeira e no entanto com ela muito
poderia beneficiar a produção de castanhas, com mercado garantido no estrangeiro.
Por último referiremos que a acção dos Serviços Florestais neste capítulo de assistência técnica aos
particulares, incidirá também no tratamento das árvores atacadas por insectos xilófagos ou quaisquer doenças,
merecendo-nos especial atenção o caso da doença da tinta, essa terrível enfermidade que tem destroçado os mais
importantes soutos da zona mediterrânica e que já de há tempos aqui vem também causando importantes
prejuízos. Estão os Serviços Florestais desenvolvendo no Continente uma acção profiláctica bastante notória
contra este e outros inimigos do arvoredo e também na Madeira foi organizada uma equipa para prestar essa
assistência que esperamos possa ser desenvolvida com decisão e êxito logo que consigamos obter a indispensável
aparelhagem.
Quer dizer: procura-se orientar a actuação dos particulares segundo as boas regras da economia florestal,
intensificando e melhorando a cultura de espécies exóticas que garantam as madeiras e lenhas precisas para o
consumo deste Arquipélago, reservando-se ao mesmo tempo para o Estado a criação de arvoredos cuja
exploração deva ficar sujeita a revoluções mais longas e que correspondam, portanto, a um empate de capital que
em geral não é compatível com os pequenos recursos da economia privada.
Desta forma se evitará o recurso exagerado ao corte das melhores essências da flora indígena e mais fácil
será salvaguardá-la dos assédios a que tem estado sujeita.

IV-OUTROS PROBLEMAS RELACIONADOS COM A QUESTÃO FLORESTAL

Independentemente da forma de conduzir a cultura ou a exploração florestal, há que considerar uma série de
factores de destruição dos arvoredos que é forçoso debelar. Queremo-nos referir em especial à acção do fogo, do
gado e dos carvoeiros, colhereiros e vassoureiros.
O fogo é a maior calamidade que pode atingir a vegetação: desde as árvores mais frondosas até à humilde
erva que cresce à sua sombra, desde o humus à fauna microbiana que é a vida do solo, tudo se perde ou aniquila
na voragem das chamas! E aquilo que a malvadez, a ignorância ou a imprevidência assim fez destruir em poucas
horas, levará depois anos, muitos anos, a refazer-se. Grande calamidade é, de facto, esta dos incêndios!
No entanto, todos os anos, em dias de lestada sobretudo, irrompem os fogos em vários pontos da ilha,
destruindo as alterosas labaredas núcleos importantes de vegetação.
Quer esses fogos sejam ateados no intuito de preparar novos pastos ou com mira em colher-se depois as
lenhas queimadas, ou ainda para limpeza de terreno ou por simples descuido, é preciso acabar de vez com eles.
Os Serviços Florestais hão-de naturalmente tomar para isso todas as possíveis providências, principalmente
fazendo redobrar a vigilância nos períodos e locais de maior perigo, dotando os Postos florestais com rede
telefónica privativa para imediato alarme e melhor conjugação de esforços, promovendo enfim a aplicação de
severíssimas penas aos infractores.
Todavia o problema só poderá ter cabal solução quando toda a gente, principalmente a que vive nos campos,
se dispuser a tomar as indispensáveis precauções para evitar os incêndios nas serras.
De contrário está-se sempre mais ou menos sujeito a que surja aqui ou além um fogo e então, com o
espantoso acidentado da ilha, por muito que se esforcem os guardas florestais, por mais decidida que seja a
colaboração do povo que eles consigam apenar ou a das próprias corporações de bombeiros e militares, é sempre
difícil evitar que cheguem a haver avantajados prejuízos. Trabalho insano e inglório que esse é, impõe-se
divulgar entre o povo um verdadeiro temor do fogo, elemento destruidor dos mais terríveis.
A questão do gado posto a pastar livremente nas serras é outro problema gravíssimo para a arborização e o
principal responsável pelo desnudamento progressivo das serras da ilha da Madeira.
Felizmente este problema vai a caminho de resolver-se com a retirada do gado suíno e caprino, conforme
disposições tomadas pelos Serviços Florestais de acordo com todas as entidades oficiais do Distrito, e em
cumprimento da Lei da Pastagem, de 1913.
De facto, se há gado ruim é a cabra: de uma voracidade extraordinária, alcançando os pontos mais
inverosímeis das serranias, ela destroça toda e qualquer espécie de vegetação que encontra; o til ou o pinheiro, a
urze ou a uveira, a giesta ou o tojo, a silva ou a feiteira... tudo lhe serve! No entanto, extramamente gulosa, tem
especial predilecção pelas folhagens mais tenras e, mal descobre a pequena árvore que vem a despontar entre as
urzes, logo a traça num ápice.
O povo por sua vez completa a acção destruidora da cabra, pela grande quantidade de sementes que ingere e
também pelo que lavra no terreno em procura de raízes, principalmente a da feiteira.
Não vamos ao ponto de afirmar que uma vez retirado este gado das serras fique desde logo assegurado por
processo natural o seu conveniente revestimento florestal. Muito haverá ainda a fazer-se para que possa
concretizar-se de forma mais conveniente e em período de tempo satisfatório essa recomposição do coberto
florestal; mas é fora de dúvida que, sem se acabar com a livre apascentação do gado nas serras, nunca se poderia
pensar nisso.
Quanto ao gado lanígero e vacum, como já foi dito, serão delimitadas as zonas dos baldios que ficarão
reservadas para pastagem, condicionando-se apenas o número de cabeças que poderá ser admitido em cada área,
de acordo com as suas próprias possibilidades de apascentação e o conveniente ordenamento das pastagens.
Todavia diligenciar-se-á compensar quanto possível a redução do número com a melhoria da qualidade,
para o que se pensa em introduzir gado mais produtivo, construir ovis e casas de abrigo para os pastores, fazer o
melhoramento das pastagens, organizar enfim a pastorícia em bases racionais.
Completa este triunvirato dos principais inimigos da floresta o vilão que se dedica, sem lei nem roque, ao
fabrico de carvão, colheres e vassouras.
Os prejuízos que essa gente causa na arborização das serras é também muito considerável, às vezes não
tanto pela quantidade de produto explorado mas sobretudo pela falta de consciência com que o fazem, originando
prejuízos de maior monta com os incêndios que provocam, ou pela destruição irreflectida da vegetação nos locais
onde ela é mais acessível e onde por vezes mais necessária seria a sua conservação para defesa do terreno.
Pensamos, contudo, que, uma vez submetidos os baldios ao regime florestal, estes usos poderão também ser
disciplinados, por um lado com a concessão de licenças especiais que condicionem o fabrico de colheres e de
vassouras sob a orientação dos guardas florestais e mediante o pagamento de uma taxa acessível; e, por outro
lado, estimulando o revestimento de vastas propriedades particulares que hoje se encontram absolutamente
desnudadas, com aspectos de erosão impressionantes, e que revestidas ao menos de giesta ou «carqueja» (tojo),
poderiam assegurar o fabrico de carvão necessário ao consumo da população, poupando-se assim o arvoredo de
maior valia que por vezes é sacrificado a esses fins secundários.
Numa palavra: os Serviços Florestais procurarão sempre, com a melhor boa vontade, encontrar uma solução
aceitável para atender, com a indispensável moderação e disciplina, às mais comuns necessidades dos povos. Já
assim o fizemos concedendo deliberadamente ao povo das freguesias do Seixal e Ribeira da Janela áreas para
esmoitadas onde lhes é agora possível obter a feiteira necessária para a sua agricultura e em locais muito mais
acessíveis do que os píncaros da serra onde iam furtivamente cortar ou incendiar as urzes para tornar viável o
desenvolvimento da feiteira.
Claro está que o vilão em geral, e principalmente o pastor, estará ainda um tanto desconfiado e incrédulo das
vantagens que lhe apregoamos com esta orientação. Mas à medida que possamos ir tendo mais contacto com o
povo e que este vá sentindo que se lhe não nega a apanha da lenha, de mato ou de erva, desde que isso seja feito
com o indispensável método e cuidado; quando ele observar que lhe dá mais vantagem ter umas poucas ovelhas
nos pastos melhorados pelos Serviços do Estado do que trazer maior quantidade delas, à mistura com cabras e
porcos, a pastar livremente pelas serras; quando ele puder notar que já brota mais água das nascentes e que há já
árvores onde só havia pedras; quando vir, enfim, que a vida se lhe apresenta mais risonha e prometedora, então
ele há-de reconhecer a razão e a justiça da intervenção dos Serviços do Estado nos seus usos e costumes.
Noutra ordem de ideias focaremos agora rapidamente o interesse que, sob o ponto de vista turístico e
recreativo, poderão desempenhar os trabalhos a realizar pelos Serviços Florestais.
De facto basta supor, por exemplo, o que poderá vir a ser um dia o Perímetro Florestal da Serra do Posio,
quando já revestido de arvoredo de folhagem variegada e far-se-á ideia de como poderão realçar-se os quadros de
surpreendente beleza que disfruta o transeunte que, descendo do Poiso para o Santo da Serra, possa com
comodidade seguir esse triângulo turístico de primeira plana, a dois passos do Funchal, apreciando as vistas
soberbas que vão desde os estranhos recortes cimeiros da ilha até à Ponta de S. Lourenço.
Ou imagine-se que, à semelhança do que têm feito no Continente, vão também aqui os Serviços Florestais e
Aquícolas promover o povoamento piscícola das principais Ribeiras e logo se adivinha o interesse que despertará
ao turista a ideia de dar um passeio até ao Ribeiro Frio e aí passar umas horas entretido na pesca desportiva da
truta ou da carpa.
Enfim, estes são aspectos sem dúvida secundários da actuação dos Serviços Florestais, mas que não
deixarão no entanto de despertar algum interesse à população da Madeira.

V-O CASO PARTICULAR DO PORTO SANTO


Deixámos para o fim algumas referências à ilha do Porto Santo, mas isto não significa que lhe dediquemos
menos interesse. Poder-se-á até dizer que a última será a primeira, pois é no Porto Santo que os Serviços
Florestais vão iniciar os seus trabalhos de arborização.
Com efeito, não podendo ficar indiferentes em face de tão impressionante escassês do revestimento do solo
e da intensidade dos fenómenos erosivos que se constatam no Porto Santo, juntámos o nosso grito de alarme ao
de tantos outros que se têm esforçado por minorar esses graves inconvenientes.
E de facto, em nenhuma outra parte deste Arquipélago será tão urgentemente necessária a intervenção dos
Serviços Florestais, no sentido de se constituírem arvoredos que defendam o solo da erosão e venham a melhorar
as condições de vida dos habitantes da ilha.
Disto mesmo logo se apercebeu a Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas que mandou executar
o projecto de correcção torrencial e de defesa do solo nas encostas do Pico do Castelo. Este projecto, concluído
em Junho de 1953, foi posteriormente aprovado pelo Conselho Técnico Florestal e Aquícola e depois ainda em
Conselho de Ministros, devendo entrar em execução logo que seja ultimada a aquisição dos terrenos particulares
em que se realizarão os trabalhos.
Outra qualquer solução não se tornava exequível, pois era impraticável levar a um regime de
comparticipação com o Estado os proprietários dessas pequenas parcelas de terreno, muitos deles ausentes da ilha
e com as propriedades entregues nas mãos de caseiros. Além disso, na maior parte, não dispõem de meios ou não
têm interesse em realizar essa obra assaz complicada que só ao cabo de muitos anos de porfiados esforços poderá
representar algum valor material.
É preciso ter presente que se torna indispensável proceder à armação do terreno em pequenos socalcos, com
muros de suporte, para dar à terra maior poder de embebição das águas e defendê-la assim da erosão. E qual seria
o particular que se disporia a compartilhar em trabalhos desta natureza se ainda por cima os Serviços Florestais
lhe dissessem que do arvoredo que se fosse constituindo só ao fim de vários anos e com muita moderação lhe
seria permitido colher alguma coisa?
Só com a resolução tomada de adquirirem-se para o Estado, por preço evidentemente baixo, de harmonia
com o seu fraco valor, os terrenos onde mais se impõem os trabalhos de defesa e revestimento do solo, poderão
os Serviços Florestais dar conta dessa importante obra de regeneração do terreno e de constituição de arvoredos
de que resultarão para os habitantes de Porto Santo benefícios tanto maiores quanto mais vasta for a sua
extensão.
Começa logo por no projecto ora aprovado estar prevista a verba de 1.650 contos para a execução
pròpriamente dita dos trabalhos a realizar, o que repartindo-se embora por um período de 10 a 20 anos, não
deixará de ter certo interesse de ordem económico-social. Mas não se trata apenas de uma maneira de dar
trabalho: trata-se de modificar as condições agro-climáticas e as próprias condições de vida do Porto Santo.
Queremos fazer alguma coisa para reduzir as dificuldades por que passa essa gente que muitas vezes tem de
recorrer à «rasteira», aos cardos e à bosta de vaca para acender o lume: queremos impedir que se vão cavando
cada vez mais fundo esses sulcos que as águas têm aberto no solo desprotegido, arrastando para o mar o melhor
da terra; queremos ainda contribuir para o maior desenvolvimento e embelezamento desta ilha que só pela sua
magnífica praia e sol resplandecente poderá um dia, organizado convenientemente o serviço de comunicações e
com instalações hoteleiras capazes, constituir mais um importante motivo de atracção turística que muito
beneficiaria a própria Madeira.
Com este rumo traçado vão os Serviços Florestais procurando singrar caminho. A viagem é longa e não será
para os nossos dias ver chegado o seu termo. Mas o principal é começar; depois, com persistência e a boa
vontade de todos, alguma coisa há-de resultar a bem da Madeira.
Eduardo de Campos Andrada
Funchal 7 de Maio de 1954.

[Separata nº .XII da Liga para a Protecção da Natureza. in Eduardo de Campos Andrada, Repovoamento florestal
no arquipélago da Madeira (1952-1975), Lisboa, 1990, pp. 155-164]

EDUARDO DE CAMPOS ANDRADA [1955]

MEMORANDUM

O arquipélago da Madeira constitui sem dúvida uma das regiões do País onde a execução do «Plano de
Povoamento Florestal», aprovado pela Lei n.° 1971, de 15 de Junho de 1938, se torna mais transcendente.
Na Ilha da Madeira, sobretudo, o revestimento florestal assume primordial importância visto que ele é a
origem, é o fulcro em que, no futuro como no passado, hão-de alicerçar-se os principais factores da economia do
Distrito.
Com efeito, baseia-se na floresta o aproveitamento do solo e da água, tarefa sublime a que o madeirense se
devotou até aos limites do incrível, com o esforço ingente de quem luta pela própria vida; socorre-se da floresta a
densíssima população da ilha para obter não só as madeiras e o imprescindível combustível lenhoso, mas também
os tutores ou varas para fins agrícolas e ramagens para alimentação do gado, para tapagens ou para vassouras; o
fabrico de colheres de pau, a indústria de embutidos e o fabrico de carvão são outras tantas actividades que
buscam na floresta a matéria prima que lhes é precisa; é ainda a floresta necessária para protecção das zonas de
pastagem que, sem ela, rapidamente se vão exaurindo devido ao grande acidentado do terreno e ao deficiente
regime pastoril; por último, constitui também a floresta um complemento magnífico sob o ponto de vista
turístico, a amenizar com o suave recorte das ramarias, de sombras acolhedoras, a agressividade das culminâncias
das serras, de tão fortes tonalidades e bruscos pendores.
Por este rápido enunciado se avalia o papel importante que representa a arborização dos baldios da ilha da
Madeira, a dentro do próprio espírito da Base XVI da Lei n.° 1971 que estabeleceu o Plano de Povoamento
Florestal.
Afigura-se-nos, porém, que entre todos os aspectos referidos havemos que nos preocupar,
fundamentalmente, com o problema de ordem social. A população rural da Madeira habituou-se a práticas,
adquiriu vícios, que têm de ser corrigidos, por vezes até severamente reprimidos, sobretudo quanto ao terrível
costume de lançar fogo às serras; mas ela luta também com necessidades fundamentais que não podem ser
ignoradas!
Todo o trabalho dos Serviços Florestais deve, portanto, ter aqui principalmente em vista mais o aspecto
educacional e coordenador das necessidades do povo, do que o aspecto puramente material: não interessa tanto,
na Madeira, a questão económica da arborização de uns milhares de hectares de baldio, mas sim levar o povo a
cuidar da sua subsistência sem arruinar os bens incalculáveis que a Natureza pôs à sua disposição de forma tão
caprichosa.
Quer dizer: o problema florestal a resolver nestas ilhas é, sobretudo, um problema de disciplinação e de
assistência técnica. Se os Serviços do Estado, e principalmente os Serviços Florestais, não puderem ou não
souberem resolvê-lo, nada se conseguirá de construtivo: arvoredos, terras e águas... tudo se irá perdendo com o
tempo!...
Por outro lado, não deve esquecer-se o alcance social que representa, só por si, a execução dos trabalhos a
cargo destes Serviços, como agente fixador da própria população. Principalmente no Porto Santo, onde chegava a
ser necessário o Governo conceder subsídios para alimentação em anos de maior crise, vai-se já notando no
comércio o benefício resultante do emprego, quer pelos Serviços Florestais, quer pela Junta Geral do Distrito
Autónomo, de toda a mão de obra disponível; mas também para a ilha da Madeira, caracterizada por uma
elevadíssima densidade populacional, de mais de 300 habitantes por km2, são de grande interesse todas as
realizações que concorram para a fixação das gentes que se veem forçadas a emigrar numa proporção de 5000
pessoas por anos segundo os dados obtidos dos últimos annos
Daqui se infere que os referidos trabalhos, até pela sua complexidade, devem ser realizados com vagar e
grande ponderação. Nada que se compare a «empinheirar» as serras de lés a lés, para a rápida produção de um
material lenhoso que seria fácil de criar, mas cujo interesse económico-social seria duvidoso, de tão generalizada
que já está na Madeira a cultura do pinheiro bravo. A isso se opõe, de resto, a própria natureza da flora
expontânea.
Não há na Madeira um palmo de terreno, por mais fragoso, que possa desperdiçar-se. Tudo terá que ser
aproveitado da melhor forma, objectivamente. O problema estará em constituir, sob o ponto de vista técnico,
económico e turístico, os arvoredos que melhor se individualizem com as condições ecológicas locais e de modo
a assegurar, quanto possível, a coexistência da pastorícia, a colheita de matos e ervagens e a produção de
madeiras de qualidade com que possam satisfazer-se as indústrias da marcenaria, dos embutidos, da tanoaria e da
própria construção civil, defendendo-se assim ao mesmo tempo os mais raros e belos arvoredos naturais.
Uma série de medidas havia previamente a tomar e esse tem sido o principal trabalho da Circunscrição
Florestal do Funchal, desde há três anos:
A regularização do aproveitamento de lenhas e matos, agora limitado a dois dias na semana; a proibição de
cabras e porcos em livre apascentação nas serras; a delimitação das zonas de pastagem com bardos, para que o
gado ovino e vacum não invada as áreas a arborizar inicialmente; a discussão dos próprios limites dos baldios-
tarefa esta que nos tolheu o passo por mais de um ano, de confusa que era a situação; a construção de casas de
guarda e de ovis com casa anexa para abrigo de pastores por forma a permitir ordenar e fiscalizar a apascentação
de gados e outras mais usufruições que o povo faz das serras; o melhoramento de caminhos, de modo a facilitar o
acesso aos locais das construções e para benefício também das populações circunvizinhas; a instalação de
viveiros florestais donde se espera poder retirar-se para os locais de plantação, na próxima época das chuvas,
algumas centenas de milhar de árvores das mais variadas espécies; o estudo da rede divisional dos perímetros
florestais, por forma a assegurar desde já as vias de comunicação consideradas mais necessárias aos trabalhos de
arborização, como também à defesa contra fogos e à futura exploração dos arvoredos; a organização do sistema
de vigilância e ataque aos fogos nos perímetros florestais e na propriedade particular; e alguns pequenos ensaios
efectuados quanto à adaptação de diversas essências florestais e ao melhoramento das pastagens, tudo isto
representa, a par dos trabalhos de hidráulica florestal e de arborização realizados na ilha do Porto Santo, alguma
coisa já feita pelos Serviços Florestais no Arquipélago da Madeira, nos três anos decorridos após a instalação da
Circunscrição Florestal do Funchal.
Mas, para que os trabalhos possam prosseguir com o devido incremento e oportunidade, de forma a
alcançar-se o ambicionado êxito, torna-se indispensável, por um lado, a aprovação do Governo às justificadas
providências que lhe vão sendo solicitadas e, por outro lado, a continuidade do decidido apoio que nos tem sido
dado pelo Governo do Distrito e demais autoridades locais. Assim como se impõe também, da parte de todos, a
devida compreensão das medidas que se vão tomando para proveito futuro da população deste Arquipélago.
Funchal, Maio de 1955

[Memorandum do engº Eduardo Campos Andrada, chefe da Circunscrição Florestal do Funchal., in Eduardo de
Campos Andrada, Repovoamento Florestal no Arquipélago da Madeira(1952-1975), Lisboa, 1990, pp. 167-168]
INTRODUÇÃO

A literatura é um testemunho confidencial dessa relação do homem com o meio


envolvente, que se revela no dia a dia ou numa primeira descoberta do visitante. Compilados
alguns destes últimos testemunhos conclui-se que a visão que o visitante tem da Madeira
obedece a estereótipos, dando a ideia de estar-se perante um produto que se vende aos
visitantes. Os locais de referência e deslumbramento são quase sempre os mesmos, isto é, Pico
Ruivo, Rabaçal, Caldeirão Verde (...) O êxtase e estupefacção perante a realidade que se depara
assume expressões e descrições repetitivas, quase que decalcadas umas das outras.
Para muitos a ilha é uma lenda que aqui se reforça com novos testemunhos. É a lenda com
título de Flor do Oceano, que tem expressão tanto em Francisco Travassos Valdez como Júlio
Dinis. Outros há, no entanto, que se detém com o deslumbramento daquilo que se revela diante
dos olhos. É o quadro que se segue nos testemunhos de Julião Quintinha, Hugo Rocha e
Henrique Galvão. Para quase todos a prolixa presença de flores nos espaços ajardinados da
cidade e das quintas ou na harmonia de paisagem são testemunhos da beleza incomparável da
ilha. Deste modo António da Costa Macedo definia com um Jardim da Flores. A presença das
flores leva ao deslumbramento de João Ameal com os jardins, enquanto M. Teixeira Gomes se
detém no da Quinta Vigia. É na verdade no espaço definido pelas quintas madeirenses que mais
se expressa essa exaltação da ilha. Destas são de visita obrigatória as do Palheiro Ferreiro e
Jardim da Serra. A quinta madeirense, segundo Luís Teixeira define-se pela exoticidade do seu
espaço.
A imagem bíblica do Éden está presente na maioria dos escritos de uma manifestação
explícita ou implícita. Beltrão Pato define aquilo que vê como um espectáculo paradisíaco e
compara os vales da ilha que o acolhe aos do paraíso. E, Edmundo Tavares atrever-se mesmo a
definir a ilha como um "rincão de magia e sonho, verdadeiro Éden o paraíso Terrestre",
destacando o contraste entre o quadro natural e os jardins da cidade, definidos por uma
variedade de flores.
Esta é a ideia dominante em todos ou quase todos os testemunhos que compilamos. Mas
esta primeira visão poderá ser complementada com outras reveladoras de outras preocupações,
nomeadamente a de entender como aqui se delineou a relação do homem com o meio. A forte
presença do homem neste cenário é assim motivo de atenção para a maioria dos que escrevem
sobre a ilha. Ao deslumbramento da paisagem, agreste, florida, segue-se a exaltação da presença
humana.
Quem melhor entendeu essa realidade foi J. Vieira Natividade. Para ele aquilo que conta
na ilha que veio encontrar em pleno século XX foi a acção do homem. Aliás, a "A Madeira é
obra de ciclopes", sendo o próprio vilão na sua fisionomia a "personificação da paisagem". Ele
"não venceu a rocha apenas com a picareta e a força dos seus músculos, senão com a férrea
têmpera e a sua indómita coragem". Para ele a ilha não é o Éden, mas sim "a epopeia do
trabalho, a glorificação da sua labuta heróica", por isso, estamos perante um "campo de luta do
homem contra as forças hostis da natureza". Esta opção foi definida desde o início da sua
ocupação pois Zarco e Tristão lançaram um olhar cobiçoso "para os troncos dos arvoredos
preciosos e para o solo fecundo em que a floresta vicijava".
O trabalho secular expresso nos poios, nas produções agrícolas e no casario que emoldura
as ravinas da ilha, é aquilo que se fica da primeira impressão da retina que se sobrepõe à visão
do paraíso. Este labor do ilhéu para humanizar o meio adverso é também testemunhado por
Raul Brandão, Edmundo Tavares e Maria Lamas.
Para além desta repetitiva viagem da ilha pode-se constatar o interesse por outras
realidades, por vezes reveladoras de preocupações ambientalistas.
Bulhão Pato, após o deslumbramento da Quinta do Palheiro Ferreiro, detém-nos nos
"bosques, em que os ramos de flora europeia abraçam e beijam as árvores dos trópicos..." Aqui
a bondosa floresta não é uma realidade anónima.
Ferreira de Castro vai mais longe nas suas observações. Primeiro tendo em conta a imagem
do empenho que devastou a ilha nos inícios de ocupação conclui feliz que o mesmo não chegou
ao recôndito Rabaçal. No Poiso fica preso da imagem do "seu despovoado, animal e vegetal"
que contrasta com o vale de loureiros da encosta de S. Vicente. Mesmo assim a acção do
homem não é condenada pois ela foi capaz de transformá-la: "A ilha deixara de ser bosque para
ser bosque, horta e jardim".
Já no volume que o Marquês de Jácome Correia dedicou à madeira as preocupações são
distintas dos demais que acabamos de referir. Não é o espectáculo visual de natureza que o atrai
mas a forma como tudo isto aconteceu. Primeiro é a forma de formação da ilha e a descrição do
seu solo, a que se juntam as espécies autóctones da flora local. Em contraste com esta realidade
evidência a acção do homem no repovoamento florestal da ilha com eucaliptos, pinheiros,
acácias, carvalhos e pinheiros, que invadiram a ilha, nomeadamente a vertente sul desflorestada,
a partir do século XIX.
Do testemunho de escrita madeirense retivemos apenas Eduardo Nunes e Horácio Bento
de Gouveia. Enquanto no primeiro o olhar da natureza se espelha através da imagem e escrita
dos visitantes, para o segundo é a própria vivência rural que o leva à exaltação do ruralismo
dessa ancestral ligação do homem ao meio que o envolve e domina.

BIBLIOGRAFIA GERAL

ARAGÃO, António, A Madeira Vista por Estrangeiros, Funchal, 1981.

GOMES, Alberto F., "Autores Estrangeiros que Escreveram sobre a Madeira", in Ocidente, nº356, vol. LXXIII,
1967, 252-258
"Ferreira de Castro e a Madeira", in DAHM, vol. VII, nº.39, 37-41

GOMES, Álvaro Reis, "A ilha da Madeira Vista por Grandes Nomes das Letras Nacionais e Estrangeiros", in
DAHM, vol. VII, nº.38, 1968, 27-29

MARINO, Luís, Musa Insular(Poetas da Madeira), Funchal, 1960

MENDONÇA, Maria, A Ilha da Madeira Vista por Intelectuais e Artistas Portugueses, Funchal, 1969 1985

NASCIMENTO, Cabral, Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da
Madeira, Funchal, 1959

PORTO DA CRUZ, Visconde(Alfredo António de Castro Teles de Menezes de Vasconcelos de Bettencourt de


Freitas Branco), Notas & Comentários para a História Literária da Madeira, 3 vols, Funchal, 1949-1953

SUMARES. Jorge, "Breve Digressão pelo Tempo e pelos Textos", in Transportes na Madeira, Funchal, 1983

VIEIRA, Gilda França, e FREITAS, António Aragão de, Madeira- Investigação Bibliográfica, 3 vols, Funchal,
1981-
1984
COLECTÂNEA DE TEXTOS LITERÁRIOS
FRANCISCO TRAVASSOS VALDEZ[1825-1892]

SÃO tantas as maravilhas que encerra em si a Madeira que em verdade quem a vê acreditará por
momentos que os jardins de Armida e os Campos Elisios da fábula deveriam ser como esta formosa ilha, chamada
por excelência a Flor do Oceano.
Julgar-se-ia mesmo que aquelas maravilhas não são uma realidade, mas sim um sonho ou ficção
de poetas !
(…)
- Do Jardim da Serra seguimos para diante e fomos admirar o maravilhoso quadro do Curral das Freiras,
na proximidade da propriedade do referido cônsul.
É um sítio tão interessante da ilha que quase sempre é o primeiro que os viajantes costumam
visitar e aonde têm lugar repetidos e agradáveis piqueniques, um dos recreios muito em voga na Madeira, como
quase tudo o que são usos e costumes ingleses, por causa do grande número de pessoas desta nação que frequentam
a ilha e nela residem, principalmente os que procuram remédio contra a tísica naquele belo e saudável clima.
- Não há pena ou pincel que descreva a impressão que o viajante experimenta quando ao chegar ao cimo
dum caminho construído a 800 metros de altura, pouco mais ou menos, --se lhe apresenta de repente o vale do
Curral das Freiras, desenrolando-se-lhe aos pés como um quadro fantástico.
Suspende-lhe os passos um estremecimento involuntário, e, cheio de surpresa e terror, vê-se à
borda de um medonho precipício de extraordinária profundidade; parece que as rochas basálticas se abriram, se
fenderam por meio dalguma formidável explosão vulcânica, que provavelmente teve lugar em remotíssimas eras, e
que despedaçando as camadas fundamentais originaram aquele vaso pasmoso, que a acção poderosa das torrentes,
que desde séculos e séculos se despenham por aqueles serros abaixo, tem ido alargando cada vez mais !

[Francisco Travassos Valdez, África Ocidental, cap. I, (1864)in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de
Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp 25, 28-30]

RAIMUNDO ANTÓNIO BULHÃO PATO [1829-1912]

Eram duas da tarde. Não havia uma nuvem no céu.


Espectáculo paradisíaco! País privilegiado, não tem no mundo torrão, que lhe dê de rosto!
As grandes eminências - o cabo Girão, promontório mais alto da Europa; o Campanário, na
montanha; a Senhora do Monte, sobre a cidade; e as frechas dos picos, cravando-se no azul denso de um céu, que é
já africano! Levadas e saltos de água, precipitando-se em catadupa; brocados pelas aluviões e rotos, os montes!
Bosques, em que os ramos da flora europeia abraçam e beijam as árvores dos trópicos, embaladas pelas brisas do
mar! Rosas agrestes, festonando os valados; lírios nos impérvios; violetas bravas, mais aromáticas que as de Parma,
nos brejos viçosos! Auras mansas e rescendentes, suspirando com a morbidez dos amantes... Terra para os idílios
de Mosco, e para as trágicas fantasias de Ésquilo e Shakespeare.
(...)
Nos recessos daquelas serras, entre brenhas de verdura, as fontes frias fervem, e derivam por
veias, a cujas margens floritas modestas abrem na força do dia e, noite cerrada, fecham, para esconder o aroma com
que hão-de saudar a madrugada, entreabrindo os imaculados turíbulos! Ali não revoam as aves; mas das alturas,
cantando, lá lhes anunciam, como em paga às primícias do seu perfume, os primeiros lampejos do Sol! Lábios de
mulher, que nestes memorosos vales trocarem um beijo, devem sentir os primeiros eflúvios do Paraíso terreal!
Com as flores rivalizam os frutos. O ananás, a anona, creme finíssimo, fabricado ao ar livre, por
mãos ignotas; a bananeira reserva, rojando os cachos, e até o tabaibo, na sebe viva, eriçado de espinhos, abrindo o
seio hostil e bravio, é fruto delicioso! Pâmpanos nas encostas, e sobre fraguedos alcantilados, dão o racimo, cujo
sumo, nos sumptuosos banquetes, atila a inteligência e alegra o coração!

[Bulhão Pato, Memórias, ed. 1986, vol. II. pp.126-127]

ANTÓNIO DA COSTA DE SOUSA MACEDO[1824-1892]


QUEM não conhece a ilha da Madeira, ainda que ali não aportasse nunca ! Cemitério de flores, onde tudo
fala de amor e tudo é formoso. Já um talento definiu a ilha: «Uma porção do paraíso trazida pelas mãos dos anjos
para o meio daquelas águas».
É em verdade um paraíso, onde a alma se espraia em contemplação.
Tudo ali respira imensidade. Os olhos descobrem horizontes sem termo; a verdura apresenta
variações novas que enfeitiçam a vista; as flores aos milhões transformam a povoação num jardim, cuja atmosfera
balsâmica se respira já do mar e que fez supor aos primeiros descobridores um encanto das negras matas, ao
mesmo tempo medonhas e feiticeiras, para atrair os aventureiros; a temperatura dulcíssima converte as quatro
estações num Abril permanente, que só não reanima os que são já quase cadáveres; as águas acordam esperanças
nos que a brisa tépida já salvou, e gemem sobre a areia sons de saudade aos que vão à praia ver se avistam) pela
última vez, o navio que lhes traga da terra, onde deixaram as suas afeições, a certeza duma recordação que o
túmulo não apague. Moribundos, querem ainda levar consigo para além mundo um sentimento daqueles a quem
amaram.
Se aquelas águas repetissem o que têm ouvido ao serem contempladas! Se aquelas flores
delatassem os segredos da esperança ou do desengano que lhes foram revelados ! Se de todas aquelas saudades,
desalentos, pedidos, desejos e penas se fizessem páginas dum livro, que lágrimas seriam suficientes para ler um tal
livro das tristezas humanas !
(…)

[António da Costa de Sousa Macedo, “Na Ilha da Madeira”, in José de Castilho o herói do Mondego, 1874, in
Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da
Madeira, Funchal, 1959, pp. 19-20]

ACÚRCIO GARCIA RAMOS [1834-?]

Em volta desta baia é que está edificada tilda de montanhas e, em anfiteatro, a cidade do Funchal,
afamada pela amenidade do seu clima, risonha pela sua casaria de brilhante alvura, entremeada das árvores sempre
verdes das suas praças e jardins. Mas o que particularmente a recomenda, além da imerecida consideração em que é
tida como estação invernal para doentes, são os encantos dos seus arredores. Do interior da cidade em pouco tempo
se chega aos montes que demoram por detrás dela e de cujo cimo tão fascinador espectáculo se goza pela
formosura dos panoramas que dali os olhos relanceiam para qualquer lado que se voltem. Um desses panoramas é
seguramente o que se desfruta do adro da igreja da Senhora do Monte.
A encosta dum monte que se eleva a 649 metros acima do nível do mar, encosta assombrada por
árvores e plantas de diversas regiões e climas opostos e regada pelas águas dalguns riachos que correm em plácido
curso, está povoada de pequenas casas a alvejar por entre os claros daquelas abóbadas e arcarias de vegetais" e em
uma clareira, dominando a paisagem variadamente pitoresca, eleva-se a igreja da Senhora do Monte a mostrar de
longe aos navegantes as brancas cúpulas das suas torres, depois, estendem-se diante do templo, em dilatado
horizonte, vales amenos, bosques frondosos, serranias alcantiladas, vários acidentes naturais do terreno, e, como
complemento do formosíssimo quadro que naturais e estrangeiros apreciam e contemplam, negras rochas de
basalto defendendo a ilha das vagas do Atlântico. Espectáculo sublime !
O Palheiro do Ferreiro, rica quinta no gosto inglês, com bela casa, tanques, lagoa, montado de
veados, e ferregiais, pertence ao Conde de Carvalhal; a Camacha, que é, como o Monte, um continuado jardim
somente interrompido por elegantes casas de campo; e Santo António da Serra, com os seus deliciosos pontos de
vista e com a sua lagoa no cimo da montanha, enchendo a cratera dum vulcão extinto, são bonitos arredores da
cidade que os visitantes percorrem com entusiasmo. A quinze quilómetros para o noroeste do Funchal, à frente das
duas mais importantes e produtivas freguesias rurais, Câmara de Lobos e Estreito, fica o Jardim da Serra, círculo
quase completo de montes; arborizados, somente interrompido por uma abertura para o mar, limitada mas graciosa,
onde está fundada, em assento eminente e em meio dos ondeados terrenos cultivados do vale, a abra para o lado do
norte o famigerado sítio do Rabaçal, vasto semicírculo de montanhas vestidas de verdura, donde brotam claras e
sussurrantes águas que constituem uma solitária e encantadora cascata, cuja descrição é superior à energia da
palavra e ao vigor do pincel mais hábil. Essas águas, que iam perder-se no mar ao norte da serra que do oriente ao
ocidente divide toda a ilha por uma alta encumeada, encanadas e reunidas em uma levada, foram aproveitadas,
fazendo-as atravessar ao sul da mesma serra por meio duma galeria subterrânea de 430 metros de extensão, a fim
de irem levar a fertilidade a longos tratos de terrenos incultos e improdutivos. Em meio, porém, destes bosques
frondosos formados de árvores seculares que encobrem com as suas copas o sol e o horizonte, em meio deste
ambiente risonho onde rebentam fontes que serpeiam por entre pedras e verduras e que nos dão em cada represa
um espelho e em cada trago a saúde, como é consolador ver o trabalho inteligente do homem realizar uma obra que
não só vivifica a agricultura mas que acredita o povo que a empreendeu e não menos o governo que a custeou ! O
espectador fica absorto em meio deste concerto da natureza e da arte e, ao despedir-se desse quadro magnífico,
lança sobre ele um volver de olhos como quem lamenta que. seja aquela a vez derradeira duma tão arrebatadora
contemplação !

[Acúrcio Garcia Ramos, Ilha da Madeira[1879], in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores
Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp.43-49]

JOAQUIM GUILHERME GOMES COELHO (JÚLIO DINIS)[1839-1871]

Quero mostrar-lhe a Madeira através das individualíssimas impressões que o meu espanto recebe nela, e
isto sem plano, sem método, sem coordenação didáctica e só conforme a corrente irregular e caprichosa das minhas
ideias.
(…)
- Quando a formosa ilha da Madeira? Levantando-se da espuma do mar como a mitológica Citereia,
crescia para nós a receber-nos, abrindo o seu seio benéfico e maternal aos desconfortados que nela só depositavam
as suas derradeiras esperanças, sentíamos todos penetrar-nos o coração um desses suaves prazeres como o que nos
produz, no meio duma turba de. estranhos, o encontro dum rosto e dum sorriso de amigo.
- Formava um consolador contraste com a tremenda severidade do mar a amena perspectiva da ilha !
(…).
Para que a Madeira nos sorria, para que nos apareça formosa como a descreve o poeta inglês e
fragrante como uma verdadeira flor do Oceano, é necessário sair do recinto da cidade, procurar às freguesias rurais,
subir as íngremes ladeiras que costeiam os picos e espraiar então a vista pelos formosíssimos vales que vão
descobrindo o seio fecundíssimo aos nossos olhos maravilhados.
Que vigor e variedade de vegetação !
O verde doirado da cana realça entre as diferentes cambiantes da mesma cor de plantas de todos
os climas. A palmeira de África agita a sua fronte graciosa junto dos carvalhos da Europa; a bananeira, vergando ao
peso dos seus cachos, cresce cheia de viço nos mesmos pomares onde se enfeitam de flores os pessegueiros e as
laranjeiras odoríferas. As rosas, as malvas, as madressilvas florescem espontâneas à beira dos caminhos;-
debruçam-se dos muros as buganvílias entretecendo os seus cachos roxos com as flores alaranjadas das bignónias;
tudo tem um ar de festa e alegria. A choça mais humilde tem um jardim à entrada; as flores sorriem à porta dos
ricos e dos pobres.
E quanto mais nos elevamos mais se pronuncia este magnífico aspecto do país. Dum lado vemos
aos nossos pés o mar liso como um espelho, azul como safira, limitado ao longe pelo grupo das Desertas
vagamente tingidas do azulado da distancia; do outro lado as altas serranias que rompem as nuvens e cujos cimos
antas vezes tinge a ofuscante alvura das neves. E nos flancos, abertos em fundas quebradas, sulcados em ribeiras
pelas torrentes do Inverno, uma vegetação exuberante, cheia de vida, encobrindo aqui uma; casa isolada, enfeitando
além uma povoação risonha que se agrupa em torno dum campanário.
Então sim, então a atmosfera embriaga, o peito aspira com voluptuosidade esse; balsâmico, o espírito
liberta-se de todas as apreensões que nos gelavam os sorrisos nos lábios e goza-se despreocupado do mais
surpreendente espectáculo que pode imaginar-se.
Mas não é só a natureza que tão afável e acariciadora se mostra aos desesperados enfermos que
se refugiam aqui; impressões igualmente gratas, igualmente consoladoras lhes vêm de origem diversa.
É geral a simpatia que os doentes inspiram à gente da Madeira. Se os doces afectos de família, se
os carinhos duma esposa, duma mãe ou duma filha se podem substituir no mundo, é aqui a terra para tentar a
experiência.
Sentis que vos rodeia uma atmosfera de simpatia. Pessoas que nunca vos falaram, que não
conheceis, seguem passo a passo, com sincero interesse, os progressos das nossas melhoras ou as alternativas do
vosso padecimento.
Com o olhar que a experiência tem amestrado, estudam-vos no semblante as probabilidades de
bom ou mau êxito na luta pertinaz da natureza contra o influxo fatal que vos subjuga. E esse prognóstico é quase
sempre infalível.
[Joaquim Guilherme Gomes Coelho(Júlio Dinis), Inéditos e Esparsos, 1910, t. II, in Cabral do Nascimento,
Lugares Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp. 55,
58-60]

MANUEL TEIXEIRA GOMES [1860-1941]

A primeira impressão da ilha da Madeira -tenebrosa e farta - é flagrante desacato a esses modelos
respeitáveis e vem tributar-nos, a despeito de tudo, a estesia que honramos.
Mas como chega depressa a reconciliação e como esmaece a aparente hostilidade suavizada em trechos
surpreendentes, infinitamente diversos e de engenhoso arranjo !
Pois haverá no mundo paisagem mais aliciadora do que esta que eu desfruto, agora mesmo, do jardim
embalsamado e silencioso- da Quinta Vigia ?
Tudo é imobilidade e sossego no panorama em gris que a minha vista abrange: mar de calmaria,
adamascado, com a sua orla bordada de barcos em relevo - cascos de seda frouxa e mastreações de retrós - à luz
igual, branca, branda, que o alto céu leitoso coa do Sol que se não vê; as verduras maciças da serra aliviando-se da
espessura em verduras mais tenras, ao contraste dos casais caiados, e ao longe, sombrejando o horizonte, uns
arremedos de Capri, ilhas perdidas cujas corcovas montam por sobre a última linha do mar.
Os jardins aéreos da Quinta Vigia são refúgio inviolável a quem busca isolamento durante o dia, e o
predilecto lugar de reunião, durante a noite, para quem não prescinde de diversões mundanas - com paradas à
roleta. Paraíso com sol e Inferno com lua, sentenciará talvez o moralista vivaz e importuno. Eu não moralizo,
amigo bem sabe; eu venho aqui de dia, quando fico no Funchal a descansar dos meus continuados passeios pela
serra.
Dentro da cidade não há sítio mais adequado a retiros intelectuais e, decerto, merecem
preferência a quaisquer outras as horas de calor, contanto que se aviste e oiça o mar, para, sossegado o corpo, abrir
ensanchas à imaginação e senti-la então largar pano, pouco a pouco, buscando rumo e hesitar na derrota até que, ao
leve sopro do mais fortuito indício, se faça de vela direito a remotas, desconhecidas, almejadas plagas.
(…)
Mas se as paisagens observadas até aqui, embora preciosas, não escapam à humilhação .das
analogias deprimentes, urge notar-lhe que divisei aspectos de irrefutável originalidade na minha recente jornada ao
Curral Grande ou Curral das Freiras.
Esta pavorosa depressão geológica encerra no círculo das suas muralhas de granito negro, à
profundidade de muitas centenas de metros, um vastíssimo e deslumbrante tapete de tintas fundidas a primor em
culturas variadas e prósperas. Tal é a surpresa de encontrar assim entregue à monstruosa aglomeração de rochas
bravias a guarda daquela maravilhosa alfaia, cujo desenho" e colorido somente se explicariam nas combinações
duma arte reflectida e consumada, que não sopeamos a fantasia e, à incitação do conjunto fabuloso, para ali
trasladamos instintivamente quadros mitológicos, imaginando que ali mesmo se congregaram os exércitos de titãs
para ocultar o seu paládio, antes de acometer o céu.
0 Prestava-se a luz à visão perfeita, exaltada na transparência do ar que acendia as cores como
cristal puríssimo, das alturas onde me assomei. Tudo ali era pintura; nenhum relevo perceptível destrinçava as
árvores de outra vegetação mais chá; as casas denunciavam-se no rigor geométrico das suas manchas e movimento
algum traduzia o gorgulhar do homem naquele fundo matizado onde - a impressão do isolamento absoluto, de
alheamento expiatório, de natureza enclaustrada sobrepujava a qualquer outra.

[Manuel Teixeira Gomes, Cartas Sem Moral Nenhuma, 1904, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de
Autores portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp.66-67, 71-72]

RAUL GERMANO BRANDÃO [1867- 1931]

Ao fim da tarde começa a erguer-se diante de mim uma coisa azulada e indistinta com uma grande nuvem
cinzenta acachapada em cima. O sol que bate nos altos ilumina o cone dum monte e esguicha de entre as névoas
sobre a extremidade dum morro quase negro. Já se distinguem as nodosidades disformes da terra e paredões,
envoltos em fumaça que entra em rolos pelas fendas abertas da pedra; destacam-se, com majestade, do horizonte
plúmbeo. Acentua-se a dureza, as chapadas, as ravinas, os cortes perpendiculares e cor de ferro, adivinha-se o
drama que deve ter sido este parto, cheio de convulsões e de desmoronamentos, quando o grande cataclismo
dilacerou e desmembrou o continente submerso, deixando patentes, neste resto, feridas que ainda hoje sangram. E
nos bocados de cisco, que por acaso caíram e alastraram à beira-mar, agarraram-se meia dúzia de casinhas que têm
por pano de fundo a massa espessa erguida logo pelo lado de trás. Seis horas:—tudo avança e se impõe em roxo,
com riscos verdes de culturas e cumes doirados de montanhas; para o norte fixou-se uma aglomeração de pastas
solenes que escondem a terra.
E a costa caminha, direito a mim, cada vez mais violenta e mais negra. Mete medo. Mal se distinguem as
florestas nos altos enevoados, e os vales profundos por onde a água no Inverno deve cair em torrentes. O navio
segue encostado à falésia, que deste lado da ilha não tem fundo, mostrando-nos a Madeira cortada por um machado
que a abriu de lés a lés, atirando com a outra parte para o fundo do mar. 12 um bronze severo e trágico, que
contrasta com a entrada do Funchal e a outra costa da ilha. Vou olhando para as povoações—Jardim do Mar, Paul
do Mar, agarradas às muralhas, onde só distingo escorrências de zinavre. Só o homem! só o homem é que se atreve
a cultivar socalcos abertos a fogo na perpendicularidade da falésia! (Vamos tão perto de terra que ouço os galos
cantar.} Madalena do Mar, esmagada entre dois morros, que se reflectem em negro no veludo da água, Ponta do
Sol e Cabo Girão, que a noite torna mais espesso e maior... Todo este panorama, na cinza do crepúsculo, recortado
em negro num céu cor de chumbo, transformado pelas nuvens que baixam ainda mais, e desdobrando-se em
sucessivos recortes sobre a tinta parada das águas, assume proporções extraordinárias. Já mal distingo a terra até à
ponta desmedida da Cruz, por trás da qual nos espera o porto de abrigo. A cada momento que passa, mais alto e
mais escuro se me afigura o paredão que nos intercepta o mundo. Só há uma vaga claridade para o lado do mar; o
resto é negrume alcantilado e monstruoso colaborando com a espessura da névoa e o indistinto da noite. Uma
luzinha se acende na imensa solidão e na mancha cada vez mais opaca. É o homem, subvertido, duas vezes isolado
entre a montanha e o mar. É uma alma. E essa pequenina luz humilde chega a ser para mim extraordinária de
grandeza: é uma estrela que me faz cismar.

14 de Agosto
De manhã acordo em terra. Abro a janela e entra-me pela janela dentro o cheiro a trufa. Corro tudo no
primeiro momento—as vielas animadas, as ruazinhas calçadas de seixos ensebados, onde deslizam carros de bois
sem rodas, pintados de amarelo, com toldos frescos e cortinas de ramagem apartadas ao meio. Olho para as casas
brancas e amarelas, de beirais caiados de vermelho e gelosias pintadas de verde, que dão ao Funchal um carácter
familiar e íntimo. Tudo me surpreende: o calor, a luz forte, o jardim com fetos e um grande jacarandá de flores
roxas, arbustos penetrados de satisfação, que na imobilidade e no silêncio vão desfolhando sobre a terra e deixando
um charco rubro em roda. Uma gota de água cai ali para o fundo sobre outra água imobilizada. O ar é um perfume
gordo. Sento-me sob os grandes plátanos que nos recebem ao desembarcar do porto —mancha impenetrável e
deliciosa. Subo: um largo irregular e depois a igreja, grande cofre de sândalo com doirados e incrustações em
madre-pérola. Lá dentro cheira a incenso e a madeira preciosa; cá fora, por cima dos telhados, descobre-se sempre
a carcaça denegrida da serra. Vou ao mercado —o mercado atrai-me: pequenino, com duas ou três árvores e uma
fonte, todo ele transborda de fruta como um cesto cheio—cachos de bananas amarelas, alcofas de vindima a deitar
fora, com damascos, figos pretos sumarentos e entreabertos, a destilar sumo. Toda a fruta aqui é deliciosa e a
banana deixa na boca um perfume persistente para o resto da vida. Ao som da fonte de mármore que reluz em fios
com uma Leda no alto agarrada ao seu voluptuoso cisne, isto forma um quadrinho todo em manchas coloridas, com
sol às mãos-cheias por cima. A primeira vista, confunde: tem a gente de colocar-se a distância, como nas pochadas,
para distinguir as uvas doiradas, as papaias, o vermelho dos tomates, as araras e as aves exóticas penduradas nos
troncos, e sob os toldos, entre guinchos de macacos de S. Tomé e o falatório cantado do povo da Madeira, as
mulheres de lenço branco na cabeça e botas de cano alto e rebuço, que preparam farnéis para a festa do Monte, os
homens tisnados e secos, as inglesas de cabelo curto, vestidas de branco, cortadas pelo mesmo padrão que a
Inglaterra agora fabrica e exporta para todo o mundo. A vista falha e perturba-se, o cheiro entontece. É preciso
meter o pincel para aqueles fundos para dar as sombras roxas com muito azul, o verde-negro das couves, o quadro
estonteante orvalhado pela fonte.
Reparem como a própria sombra é luminosa e palpita. Com ela palpita o doirado das bananas, o amarelo
dos melões, o vermelhão intenso das malaguetas enfiadas em rosário. E se um cesto sai da sombra para a luz, então
os frutos faíscam, ardem e adquirem transparências extraordinárias. E a água cai aos pingos, a refrescar o quadro,
misturada com sol reluzindo, que pincela aqui, pincela ali, por entre as árvores.
Mas para ver a cidade e os subúrbios em conjunto sobe-se ao Pico de Barcelos. À medida que me afasto
do centro, vão aparecendo casinhas isoladas entre jardins, e as largas folhas das bananeiras, ainda em botão roxo ou
onde pende já todo o regime amadurecido. Lá do alto descobre-se enfim o majestoso anfiteatro. É uma grande
concha, que termina dum lado no Pico do Garajau e do outro na Ponta de Santa Cruz, com o fundo de serra
ondulado. Os vales e as linhas dos talvegues vêm lá de cima rasgados pelos enxurros sobre um leito de pedras em
estilhaços, escorregadias e azuladas. Isto escuro, plúmbeo? porque o céu forra-se de nuvens que envolvem os
montes.
Para o espectáculo completo é preciso escolher a manha, a tarde, ou os dias puros de Inverno, porque o
céu da Madeira anda quase sempre nublado, correndo a fumaceira pela barreira imensa que toma todo o horizonte
do lado da terra e desce até ao mar em rampa retalhada de culturas e povoada de casinhas que se vão aproximando
e apinhando ao chegarem à cidade branca e sensual. Tudo que se avista. à excepção dos cumes denegridos. foi
dividido em hortas, em poios de cana muito verdes, em quintalejos de rama, donde irrompem tufos de bananeira,
numa amplidão que entontece e deslumbra. São léguas de fertilidade, de jardins, de campos e culturas, que nos
impõem o recolhimento e o silêncio. À direita, a serra estende-se até Câmara dos Lobos. Só depois que me afaço—
os olhos afogaram-se-me em azul- é que distingo os riscos violetas das encostas, as vivendas lá no alto entre
vinhas e pomares, os prédios rústicos pendurados na rocha e agarrados à montanha, aberta ao meio por um rasgão
violento e romântico. O carácter desta paisagem bem o procuro... Atrai-nos por todos os sentidos e só tem um
desejo—amolecer-nos e decompor-nos... Espreito os jardins dos palácios, onde tudo se conserva alinhado e
correcto, e as casinhas rústicas, que são o meu enlevo. Passo e entrevejo um banco. Às vezes basta um muro caiado
com meia dúzia de vasos e flores—para ter uma sensação de encanto que não encontro aqui. Falta uma pontinha de
melancolia, aquela alma de certos recantos portugueses que, com dois caminhos, uma igreja, um pinheiral e um
sopro de erva, nos comunicam uma impressão deliciosa de repouso e saudade. Faltam-me as manhãs enevoadas e
pálidas, os dias loiros e desconsolados com algumas sardas. Esta paisagem não se contenta com duas ou três
árvores, o ar fino e pouco azul derretido: é exigente e pesada. t materialista e devassa. Ao mesmo tempo é bela.
As palavras pouco exprimem nestes casos: o principal na Madeira é a luz que cria e tanto amadurece o
panorama como os frutos, porque a única imagem que encontro para este conjunto é a dum fruto maduro que
tomou pouco a pouco, com os vagares de quem não tem mais que fazer, as cores do Sol, as da manhã e do poente, e
que chegou a um estado perfeito que delicia e perfuma ao mesmo tempo. A terra emerge da tinta azul com os tons
quentes do ananás, que é o morango dos trópicos—paraíso sem frio nem calor, a que se ajunta ainda o sabor dos
vinhos bebidos aos golos e cuja transparência se avalia através do vidro erguendo-o para a luz. A luz! dar a luz,
seria tudo, mas só um pintor encontra este doirado—azul diluído que envolve toda a paisagem deitada a nossos pés
como as mulheres que oferecem os seios duros com impudor e inocência ao mesmo tempo. As próprias árvores que
irrompem de todos os lados—estranha vegetação tropical misturada com todas as outras: ciprestes, cactos, plantas
envernizadas, entre grupos de pinheiros mansos e grandes seres imóveis e fortes, estendendo a ramaria sobre as
ruas, são de carne. Aprendi na escola aquela santa história dos três reinos da Natureza—mas aqui as árvores,
vigorosas e duma verdura gorda, pertencem sem dúvida nenhuma ao reino animal.

15 de Agosto
Todas as noites não pude pregar olho. Duas, três horas sem dormir. Na rua passam guitarras e
rodam automóveis com mulheres. A noite é uma volúpia e o ar deste clima tropical uma carícia logo que
desaparece o Sol. De manhã bato para a serra.
O Funchal para o Sul a costa é quase sempre cortada a prumo: Santa Cruz, e lá no alto o Senhor
da Serra; uma fenda enorme por onde entra o mar—Machico, e logo o Caniçal à beira de água e o relevo
caprichoso da Ponta de S. Lourenço. Para lá do cabo começa a costa norte, a parte mais selvática, mais verde e
talvez a mais bela desta ilha tão variada e decorativa. Ao fim da tarde os morros formidáveis, vistos de bordo,
sucedem-se num cenário espesso, que se desenrola em manchas escuras, com um resto de fuligem de sol pegada
àquela imensidade, que nessa hora ainda parece mais vasta. A Madeira é um maciço de serras cortadas a pique na
costa oeste, descendo até ao mar na costa norte e mais cultivado nos vales e gargantas inundados pelas águas.
O interior da ilha é montanha em osso com excepção do Paul da Serra. A parte onde só fazem as
culturas ricas, a mais agasalhada e onde não cai neve, a que eles chamam folheto, é o Sul, que produz a cana no
litoral e a vinha nas encostas. No Curral das Freiras—- cordilheira central— curioso vale de erupção, ravina
enorme apertada entre vertentes alcanti1adas, com profundidades que metem medo e que vão até oitocentos
metros, deparam-se povoaçõezinhas perdidas, o Livramento. a Fajã Escura, o Curral, etc. Este sítio revolvido e
dilacerado explica talvez a formação da ilha, onde se encontram mais vestígios de crateras, com indícios de
erupções relativamente recentes, nos charcos do porto Moniz, na Caniça, no Caniçal, etc.
Desfilam ainda diante de mim as gargantas apertadas, só sombra, e uma encosta iluminada a toda
a luz—profundas vertentes alcantiladas, num rasgo a prumo—cerros pedregosos gerados pela erupção, a ribeira
que escorre no sopé dos picos Ruivo e Canário—aldeiazinhas tão isoladas no alto de morros—o Pico da Figueira, o
Curral, a Fajã Escura— barrancos formando o leito de torrentes—terrenos desolados e pedregosos, por onde deve
andar o diabo em dias de vento. Depois, outra vez a paisagem se modifica: os montes figuram castelos arruinados e
ferozes da Idade Média. É outra a vegetação—loureiros e o til nos fundos onde encharca a humidade. Desolação e
surpresa, contrastes, amplos cenários de serra e mar, como no alto do Senhor da Serra, onde os pulmões são
pequenos para se encherem daquela atmosfera perfumada. Agora o sítio triste entre penedia negra, e cheirando a
peixe, da Câmara dos Lobos, logo algumas aldeias, à beira de pequenos retalhos cultivados, com molhos de lenha
secando à porta das choupanas. Às vezes um açude para a rega, a greta donde escorre a água, e lá para o fundo o
abismo, com um espigão tremendo ao lado que faz sombra e favor: há sítios destes no Curral onde o sol só entra
durante cinco ou seis horas por dia."
[Raul Brandão, As Ilhas Desconhecidas, Lisboa, s.d.; 1ª ed. 1926, pp.176-182]

VIRGÍNIA DE CASTRO E ALMEIDA[1934]

Os compêndios de geografia dizem, referindo-se às Desertas: «Um grupo de ilhoas sem importância».
- Efectivamente sem importância.
- Não existem habitantes nas Desertas, nem culturas, nem fontes, nem arvoredo. A vegetação é rara e
magra, o solo é quase todo constituído pela rocha viva; não há, se pode dizer, terra arável. E as cabras selvagens e
os coelhos bravos que lá crescem lutam com sérios embaraços para conseguirem viver..
Mas para mim as Desertas são um mundo.
Têm uma alma; uma alma estranha, profunda, eloquente. . . e variável também, como as almas humanas.
-Ao contemplá-las surgem-me na imagem as mais assombrosas evocações. Esqueço o tempo, encantada a
ouvi-las, enquanto os meus olhos admiram os seus cambiantes divinos, os seus aspectos sempre novos e
inesperados.
Ora se afastam para distâncias infinitas (visões etéreas, longínquas, inacessíveis) ora se aproximam claras,
nítidas, com um. ar de sonoridade e de graça, mostrando os ângulos afiados das suas ravinas, os recortes agudos
dos seus campanários, as rectas das suas torres e das suas ameias de basalto, o estranho conjunto da sua
arquitectura de sonho que a luz transforma e onde o homem não tocou.
- As vezes são azuis, opacas; entristecem lá no meio do oceano como se tivessem nostalgias e se
tornassem de repente misantropas. Outras vezes desatam a rir, fúteis, transparentes, radiosas de luz e de ligeireza.
Passam do azul escuro e turvo para o rosado macio da carne, como um barómetro de cobalto.
Falam de todas as tristezas e de todas as alegrias; são expressivas como gestos de tribunos, como rostos de
actores; são impressionantes como vozes inspiradas de sibilas e de iluminados.
(…)
Ah, minhas lindas Desertas, que eu agora mesmo estou vendo, irisadas, poisadas sobre o mar com a
ligeireza de nuvens transparentes e efémeras! Que belas histórias elas me contam e como povoam a minha solidão!
- As vezes, à hora do poente, nos dias em que o Sol mergulha no mar deixando no horizonte um brasido e o céu em
volta semeado de nuvens resplandecentes, afigura-se-me que a luz ao despedir-se abraça e beija as Desertas e lhes
confia, até à madrugada seguinte, o depósito sagrado das cores. - E então, enquanto o horizonte se vai a pouco e
pouco apagando e que as sombras da noite principiam já a surgir do lado do nascente, eu vejo as Desertas imóveis e
concentradas como três relicários. Tornam-se côncavas, translúcidas; transformam em cristal as suas rochas
opacas; irradiam uma claridade sobrenatural como a taça milagrosa do Santo Gral. Contem no seio, fundidos, os
amarelos pálidos, opulentos ou alaranjados dos topázios, o vermelho luminoso e rico dos rubis, o carmesim das
granadas, o intenso e divino azul das safiras, o verde das esmeraldas límpido e profundo. Assemelham-se a três
virgens cristãs ajoelhadas defronte do altar onde tivessem comungado e onde se -conservassem extáticas,
transfiguradas pela intensa ilusão de possuírem em si um Deus de infinita bondade e de suprema beleza.
Mas o poente empalidece a mais e mais; a noite avança lá do nascente... E nas Desertas as cores
amortecem lânguidas, descoradas, a morrer de saudades. Os rubis perdem o seu fulgor, as esmeraldas transformam-
se em opalas, as safiras em turquesas, os topázios em ametistas doloridas, magoa.
Depois, na ilhota maior, as rochas altas e agudas desenham recortes vagos de catedrais goticas; e as cores
prisioneiras, que momentos antes brilhavam como um tesouro pagão, cintilam agora amortecidos e misticos vitrais
iluminados interiormente por círios lacrimosos e lâmpadas de azeite brujuleantes em volta de sacrários.
E eu evoco as lendas cristãs glorificadas na Idade Média, lembro-me dos milagres, dos martírios, dos
prodígios; revejo as multidões de Belini em volta de Santa Úrsula, a Santa Catarina de Luini levada ao Céu pelos -
três anjos, o S. Jorge de Carpaccio combatendo o dragão, todas essas coisas encantadoras e radiosas criadas pela fé
e enobrecidas pela arte.
Os últimos reflexos do Sol vão desaparecer no poente... Em torno das Desertas, de toda a orquestração das
cores triunfantes fica apenas o verde puro que não se funde, que envolve as ilhas moribundas numa auréola suave
antes de ser absorvido pela sombra.
E a noite desce; e a lua surge no seu quarto crescente, como a lâmina duma foice, polida e fria, mostrando-
me as Desertas negras boiando lá ao longe no mar.;.
Então o rumo das minhas ideias muda mais uma vez: penso nas focas de olhos de veludo que se abrigam
nas misteriosas grutas daqueles blocos de basalto, gemendo e lamentando-se como almas penadas.
As focas... E aí vai a minha imaginação...
É que as Desertas tem a magia de Xerazade; e eu compreendo o Sultão que escutou as histórias
maravilhosas, sem fastio e sem cansaço, durante mil e uma noites.

[Virgínia de Castro e Almeida, No Mar Tenebroso, 1934, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores
Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp. 123-128]

MARQUEZ DE JACOME CORREIA [1882/1937]

O aproveitamento do solo e do clima

Quanto mais se serpenteia em automóvel ou em carro pela costa sul da Madeira, mais se arreiga a
convicção de que a ilha é um immenso rochedo fendido por todos os lados e que a terra aravel apparece alli aonde
o antigo colono aguentou no socalco, industriosamente, em leito assente sobre armação de pedra, um quarteiro
d'essas materias friaveis que são vestígios de decomposições de varias naturezas d'escoreas de mineraes arrefecidos
apoz uma combustão produzida pelas forjas infernaes de vulcões espantosos, que reduziram os 760 killometros
quadrados da superficie da ilha da Madeira a massas incandescentes. N'esse arrefecimento constituiram-se os
basaltos, com o decorrer dos séculos, que se encontram em expessas camadas de rochas e que servem aos
habitantes de material industrial constructor, como: diques d'escoreas mais ou menos desaggregadas e barreiras de
conglomerados que se acamam stratificados aos veios.
Tudo isso se vê n'uma quebrada de ravina ou n'um corte de barranco e olhando-se para os planos dos
degraus da enorme installação amphitheatrica da Agricultura da Madeira julga-se immediatamente pelo colorido e
pela qualidade do solo a que constituição pertencem. Assim, o terreno acascalhado é o formado pela decomposição
do agglomerado basaltico; o de saibro, que é o mais conveniente á vinha, é fornecido pelo tufo vermelho e
constituido por quasi metade de sillex, quasi um terço d'oxido de ferro, vindo depois na composição as materias
organicas, em maior quantidade, alumina, agua e enfim soda: a pedra molle, que e o tufo amarello, mais
desaggregado do que o vermelho, compoe-se mais ou menos das materias d'este; o massapez contém bastante
argila e é mais duro e consolidado do que os outros terrenos; os barros de côr avermelhada, esses são de
composição aluminosa.
Todos esses terrenos, essencialmente seccos pela sua natureza areienta, desprovidos de materias organicas,
portanto pouco humosos e humidos, constituem um solo muito especial, solto, oxigenado é certo, mas pouco
provido d'elementos nutritivos proprios à alimentação das plantas e sobretudo de vegetaes que exigem, pelo
caracter da sua cultura intensiva industrial, fortes e consubstanciosas massas de detritos animaes, humidade e
mesmo dos proprios vegetaes decompostos, aonde possam prover- se de calvareos, phosphatos, azotes e hydratos.
Assim, excluindo os elementos chimicos de que se compõe o solo e que são fracos, se attendermos á
extracção que fazem n'elles as culturas continuadas e que não deixam germens para uma transmutação, como nos
bannanaes ou nas florestas que vão guardando o producto da queda d'esses germens que assim engorduram o
terreno sob a protecção das proprias plantas; nem que tão pouco concorram para a fixação do terreno solto como se
dá egualmente com a arborisação que cobre e protege a terra: excluindo esses elementos naturaes do terreno, só os
estrumes ou adubos organicos, misturados com as regas das aguas das levadas, trazem a fertilidade á agricultura da
Madeira.
E não será erro afirmar que os primeiros povoadores que assentaram na vastissima fajã do Funchal,
estudaram n'ella os processos de fertilisar a terra e transformar a ilha n'um paiz habitavel e prospero ás
commodidades da vida civilisada.
A ilha, segundo os chronistas, foi encontrada coberta d'arvoredo, e esse arvoredo, que no litoral era
constituido por arvores de madeiras tenras e improprias para obra, como as dracenas, foi incendiado. Essas cinzas
do bosque queimado, que serviu de clareira para o levantamenlo das primeiras habitações, foram os primeiros
fertilisantes de que se serviram os colonos para os primeiros ensaios agricolas que fizeram na ilha; e as aguas das
ribeiras de Santa Luzia e de João Gomes forneceram os hydratos e a humidade ao solo secco e areiento.
Ainda em vida de D. João I, isto é, antes de 1431, onze annos apenas apoz a descoberta, a agua das
ribeiras, ás suas nascenças, era de tão reconhecida importancia para a agricultura, que foi pelas auctoridades
regulada por diplomas especiaes, que tiveram por fim excluil-a da propriedade particular, tornada um bem
commum, utilisavel pela collectividade com tanto mais direito quantos fossem os serviços por ella prestados á
sociedade, submettida a principios juridicos discernidos pela magistratura, em caso de litígio.
(…)
A Encumeada e a Costa Sul. Nas cercanias da Encumeada a Madeira offerece o aspecto pouco mais ou
menos do estado em que se achava quando os navegadores a surprehenderam na sua virgindade e no seu
isolamento.
Subindo a encosta que vae da Serra d'Agua á Encumeada na estrada da Ribeira Brava para S. Vicente,
desfralda-se aos pés do viajante um d'esses macissos densos de verdura em que a flora é constituida por especies
autocthonas, tão antigas como a descoberta em 1418.
Por entre um tapete verde glauco de folhados, de loureiros, de paus brancos e de tis, d'urzes arboreas que
estendem os seus troncos contorcidos por cima da estrada, de 7 e 8 metros d'altura, nascem as uveiras, cujos
pedunculos e folhas tenras d'um ruivo avinhado coloram a extensa encosta que desce da serra ao mar, gretada
ininterruptamente por grotas, desfiladeiros, gargantas, ravinas, lombos, riscando o solo que, aonde é escalvado no
corte abrupto d'alguma rocha ou no cabeço de qualquer monte, mancha de preto dos basaltos ou do vermelho
acobreado do oxido de ferro dos barros, o panorama triste e solitario d'aquellas regiões situadas a mil metros
d'altitude, batidas pelas nevoas em farrapos que de quando em quando cobrem-nas por completo, juntando-se em
massa corredia, açoitada pelo vento, esbranquiçando o ambiente frio e cortante.
N'aquella magnificencia de linhas e profusão de contornos em que os caprichos da natureza accentuaram a
sua phantasia inexgotavel d'inspiração e de gosto, não se repete mais o desenho; nada se avista de vida animal ou se
regista de civilisação mais do que a nova estrada para onde vae descer o automóvel, e que é das poucas estradas
que na Madeira não são onduladas a camalhão, calcetadas a seixos e usadas por carrinhos e corças a patins
deslisantes para transporte de gente ou de cargas.
Do desfiladeiro cortado no terreno para a passagem da estrada e que assenta no cimo preciso da
Encumeada entre o pico dos Ferreiros a leste e o Redondo a oeste, avistam-se umas nesgas dos dois mares que
banham a ilha a sul e a norte e por entre as garganta da cavadissima ravina em que a comarca de S. Vicente se
apega pelas vertentes, lá muito pelo fundo e muito dispersa, invisivel do alto da serra, mesmo na foz da ribeira que
atravessa a villa, para poetisar a extensa solidão esquecida da civilisação e apenas lembrada, e mal, pela estrada,
avista-se poisada quasi n'agua no extremo da ravina, pelo fundo da qual serpenteia a agua da ribeira de S. Vicente,
uma capellinha de pescadores que parece um rochedo e que de facto é, no cimo do qual foi collocada uma cruz da
fé e aberta uma cavidade para o lado da terra em que foi armado o altar no fundo do corpo do recinto, fechado por
uma portinha rasgada n'uma fachada de maçonaria caiada em branco, simulando os dois tectos de qualquer
construcção vulgar.
Já no caminho da Ribeira Brava por Figueiras e Serra d'Agua na vertente sul, durante a subida, se toma
conhecimento com essas construcções d'estylo primitivo d'edades remotas e antediluvianas em que a rocha era
aproveitada para camaras e fundos d'edificios, utilisada para lojas, tabernas e mesmo casas de moradia nas margens
da estrada. Para este lado a casaria dispersa das aldeias é frequente á maneira que se vão offerecendo á vista os
varios lanços da estrada galgando ribeirinhas, contornando grotas, marginando sempre o curso da Ribeira Brava,
escavada na vertente oeste do mais profundo e estreito valle de toda esta encantadora ilha; e além da existencia
humana que se manifesta nas casinholas cobertas de telha, construidas de pedra e cal, rebocadas d'argamassa e
caiadas a côres vivas; não são raros os grupos de trabalhadores do campo que descem da serra com os seus molhos
de folhado para os gados guardados nos palheiros, ou companhias de camponezes que desviadas roçam o matto
para n'elle semearem cevada e trevo ou outras forragens e comidas.
A Encumeada prolonga-se por quasi loda a extensão da ilha na direcção este-oeste e constitue o berço
aonde descançam secularmente tantas d'essas bellezas naturaes d'esta terra e que extasiam d'admiração os touristes
que a vizitam, no Rabaçal, no Paul da Serra, no Curral Grande, no Arieiro, nos Balcões, em Santo António da
Serra, etc.
É mesmo d'essa Encumeada, vertice da cordilheira estendida em espinha sobre o dorso da ilha, que
descem como contrafortes, os lombos e os espigões em ondulações convexas e salientes que se intercalam com as
reentrantes ou concavas, n'uma sinuosidade infinita e caprichosa, tão variada nas formas como constante e
permanente no movimento.
Quer pelo lado do norte das vertentes da cadeia montanhosa, quer pelo lado do sul, raras são as chãs, as
planicies, as rectas; o terreno é sempre em declive e corta-o uma grota ou uma ravina, no fundo da qual corre ás
vezes a ribeira; ou barra-o um combro, uma sebe, uma collina; Um lombo, um barranco. A terra é por tal forma
accidentada que mal cabe n'ella um espaço para concentrar uma povoação, e as aldeias, com raras excepções, são
edificadas ao longo de ruas, e joeiram-se, offerecendo então essa curiosidade da dissymetria caprichosa que dispoz
as conveniências dos habitantes e dos proprietários da localidade, em collocação desataviada, ao redor de um
cabeço, pelo fundo de um valle, no calço de um comoro, nos degraus d'um d'esses numerosos socalcos que
amphitheatram, de vinhedos e pequenas culturas caseiras, essa monumental escadaria rochosa que é a Madeira do
calhau á serra.
(…)
Duas habitações proprias á muda dos serviços de locomoção—duas bem providas tabernas com um outro
edificio desoccupado que serviu a moinho d'agua —constituem essa posta da Choupana, dividida pelo caminho do
Meio, marginado a nascente por mattas do Visconde de Cacongo e a poente pela Ravina que no inverno engrossa
com as suas aguas as da Ribeira de João Gomes.
Os retoques do pincel espontaneos da natureza que outr'ora matisaram este local, foram substituidos pelas
decorações dos artistas da industria: a ravina reveste-se de densas copas d'acacias floridas, acima das quaes sobem
as filigranas dos ramos de frondosos carvalhos, que mancham do luzimento doirado das suas folhas, ainda lá em
baixo, o espesso guarnecimento da profunda cova. incensos guarnecem as partes altas das suas bordas, onde dois
chalezinhos de verão se encarrapitam em comoros sobre o espigão que forma uma das grandes paredes do Curral.
O sitio é isolado mas o solo offerece qualquer coisa de acommodador, de convidativo, sentindo-se a mão
da Junta Agricola semeando e dispersando exemplares escolhidos dos seus jardins experimentaes, que agora
mostram ridentes e decorados os outr'ora ermos e vetustos terrenos, entregues e abandonados ás transmutações da
sua limitada flora.
As mattas extensas e espessas d'eucalyptos e pinheiros do Visconde de Cacongo marginam a leste a
estrada do Meio e a levada da Serra, cujas aguas veem do sopé do Pico da Serra na vertente norte, passam pelos
Lamaceiros, ladeiam a encosta leste da cordilheira do Santo da Serra e veem a 3 quartos d'altura na aba sul da
cordilheira, atravessando a Camacha, quasi juntarem-se ás levadas que banham o Funchal.
São 40 killometros de calhas de boa alvenaria, das quaes se retira agua para extensas culturas de trigo, de
vinha e de canna d'assucar nos terrenos cultivados pela encosta situados abaixo do aqueducto.
A matta é extensa e percorre-se bem meia hora de caminho sob as sombras do arvoredo aromatisado a
effluvios d'eucalypto e de pinho, pisando-se a terra humida, até á encosta do Pico do Infante dominando as ravinas.
D'ahi ve-se o Funchal lá muito no fundo, como anichado n'uma enorme concavidade abobadada, aberta ao alto,
aguardando os seus cimos a archivolta recortada na Serra. A nevoa cobre-o, pairando por cima, n'uma
immobilidade protectora, propria da primavera, tão tenue e diaphana como gazes tafues dos paramentos festivos
proprios da estação; atravez, a casaria em esmalte destaca-se em massa confusa, como mosaico bysantino,
desenhando a cidade, e n'esse fundo de abside invertida, guarnecida de verde, uma mysteriosa estrella ao acaso
scintila as reverberaçoes dos raios solares, que incidem sobre uma claraboia d'edificio ou galeria envidraçada d
'atelier, luminosos como chamas de magnesio queimando de fogo branco a cidade em todas as direcções.
Atravessada a matta e contornado o Pico do Infante chega-se adeante a outro bosque plantado d'essencias
varias em estylo de quinta d'acclimação, agrupando enumeras especies exoticas, n'um vasto predio que dá o nome
ao cabeço e valle que reveste—Valle Paraizo; e para dentro, ao redor d'um jardim d'alegretes, por entre sébes
d'arbustos, de pergolas floridas cobrindo alamedas, eleva-se a casa de campo dos viscondes d'esse título.
(…)
A região que vem da Choupana por Valle Paraizo á Camacha, entre o caminho do Meio e a estrada dos
Pinheirinhos, que desce da Camacha para o Palheiro, e que se acha plantada de abundantes tractos de matta, esta
região era comprehendida no antigo Bardo, em parte logradoiro commum, e n'elle pastavam os gados manadios,
que os proprietarios lançavam para lá marcados e ferrados e que viviam sob os olhos dos pastores inteiramente no
estado selvagem. No Poiso a Santo Antonio da Serra, dirigindo-me para o Charco, supposto ser uma extincta
cratera de vulcão, vi uns exemplares d'esses animaes selvagens—uma porca rodeada de bacoros, que pastava e que
apresentava as caracteristicas d'animal serrano, com a espinha dorsal acorcundada, os pellos hirsutos e cerdosos,
um grunhir desvairado.
Os Ornellas, proprietarios da região e de terras que se estendiam para Santa Anna na costa do Norte,
começaram logo no primeiro quarteiro do seculo as culturas dos pinheiraes para lá, assim como na Camacha e para
os lados de Valle Paraizo e Choupana, para onde se estendiam os terrenos que Luiz d'Ornellas e Vasconcellos
acabou de cobrir de arvoredo n'uma extensão de cerca de 22 moios de superficie.
(…)
N'um relatorio por elle dirigido ao Ministerio da Marinha em 10 de Agosto de 1823 se diz que 20 mil
arvores tinham sahido dos viveiros do Monte para varios pontos da ilha da Madeira e do Porto Santo, o que dá uma
ideia da influencia que tiveram os viveiros na decoração florestal e florida d'esta encantadora ilha; e que hoje
mesmo em plena serra se verificam não só nos eucalyptos, nas acacias, nos carvalhos e nos pinheiros que cobrem
os mattos e revestem as ravinas, como nas fuchsias que crescem sobre os muros e sobre as sébes, nos pelargonios
arroxados ou avermelhados que se vêem em macissos, nas violetas que se intermedeiam pelas grotas com os
morangueiros, e nas margaridas, malmequeres e papoulas que nascem nos campos.
As mattas estendidas n'essa facha da aba do sul da cordilheira e que do monte correm até á Camacha e
sobem até ao Santo da Serra, são bem um documento do movimento florestal dos principios do seculo XIX, tão
genuino como o Palheiro, situado na orla baixa d'essa zona d'arborisação, que acolheu uma variedade grande de
plantas, entre as quaes aquellas que se desenvolvem mal nos jardins do Funchal, como as camellias, os
rhododendros arboreos, os loiros-cerejos, as carochas ou magnolias, as groselheiras, as betulas, os lilazes.
Os jardins da vivenda, que se estendem para os dois lados e para detraz do palacete e dos tanques aquarios
construidos pelo fundador, estáo profusamente plantados no coração do predio e correm ao longo de veredas
cobertas de rosas marginaes, de bucheiros tosquiados em bordadura baixa, formando nos angulos e nos extremos
caprichosos modellos d'aves ou balaustres: para dentro os canteiros juncados d'arvores, arbustos e plantas
herbaceas cobrern-se de flores que desabrocham exhalando subtis e delicados perfumes que aromatisam o
ambiente; para traz dos ultimos alegretes floridos e da arborisação, que é rala, começa a matta, por entre a qual
desce a grota do Inferno, onde os fetos arboreos e negros se ellevam a 12 e 15 metros d'altura sob a copada de
carvalhos, castanheiros e outras arvores a porte elevado n'um ambiente humido e a ingreme declive; emfim, na
parte mais alta da quinta crescem as gramineas, e os carneiros aos bandos pastam á solta.
Sem ter entrado nos edificios nem nas dependencias, nem tampouco ter visto as cavallariças ou a grania,
que constituem as outras curiosidades da Quinta do Palheiro, vi o sufficiente para avaliar da fecundidade da flora
de jardim acima de 600 metros, que no Jardim da Serra, acima do Estreito de Camara de Lobos, hoje pouco se
avalia da influencia que teve na horticultura da Madeira. Situado a 750 metros, a mais de 120 acima da altitude do
Palheiro, o Jardim da Serra estende-se ao longo da vertente leste do espigão que avança pela ravina do Vigario e
divide a Ribeira d'este nome da do Jardim, que é sua affluente e que lhe passa á cancella em corrente assaz nutrida
para conter a frescura no valle.

[Marquez de Jacome Correia, A Ilha da Madeira- Impressões e Notas Archeologicas, Ruraes, Artisticas e Sociaes,
Escriptas de Janeiro a Maio de 1925, Coimbra, 1927, pp.77, 119-122, 165-167, 172, 175-176]

JOSÉ MARIA FERREIRA DE CASTRO[1898-1974]

Reunidos em grupo, indicou-lhes o mar, de um lado ate outro da ilha. Estavam no ponto mais elevado que
a estrada atingia. Dali se escortinava o oceano, ao norte e ao sul, dali os olhos podiam medir a largura da Madeira.
Para o sul, a vista baixava, entre a soberbia deslumbrante das montanhas, até as costas da Ribeira Brava; para o
norte, ia, entre urzes e loureiros, salvando serras e abismos, alcançar o Atlântico, além da capelinha de San Vicente.
E ali perto, mesmo no flanco da estrada, nascia, a querer prolongar a montanha, novo mamilo que as águias
gostariam de ter para ninho. Seguia-se-lhe logo outra proeminência, grave, pesada, estranha e tão caprichosa na
forma que, mais do que obra natural, saída de primária convulsão, dir-se-ia majestoso templo assírio. E a
cordilheira continuava ainda, continuava sempre, a partir-se, ao longe, em ciclópica fantasia.
Álvaro propôs:
—Se querem, podemos almoçar aqui.
Mr. Crawley consultou o relógio:
—São dez e meia. Para mim é cedo...
—Bem; então, almoçaremos lá em baixo, antes, de chegarmos a San Vicente.
Na descida, as lombas e desfiladeiros já não ostentavam apenas árvores dispersas, cómoda outra
banda. Agora, urzes e louros formavam mata cerrada, cobriam as encostas, vestiam as barreiras da estrada e
murmuravam por toda a parte. Centenárias, as urzes haviam adquirido corpulência Ide árvores, de grossos e
retorcidos troncos, cujos ramos vinham debruçar-se na via, quase roçando a face de quem passava. E, por entre
elas, serra acima e serra abaixo, os loureiros entregavam ao sol as suas folhas dum verde vivo e mui lustroso.
—Mais devagar!—pediu M.me Lacretelle ao «chaufreur».
Os automóveis desciam, lentamente, na paisagem cortada de sombras e claridades. M.me Lacretelle
desejava porem, que aquele que a conduzia descesse mais devagar ainda. Juvenal contemplou-a, um instante,
rectificando Juízos apenas esboçados. «Também teria sido tocada, apesar da sua frivolidade, pelo encanto,daquela
—Devagar. . . Assim.
O carro que levava o casal Cranvley e Alvaro distanciara-se.
A mata era cada vez mais bela: a cada nova curva, a cada clareira vislumbrada, os loureiros sugeriam
horas pretéritas, gastas por outras civilizações—os cornos vestidos de túnicas, ondulando à brisa que passara há
muitos séculos já. E, lá para cima, os píncaros voltavam a adquirir a imponência perdida quando vistos de perto. O
que semelhava um templo assírio dir-se-ia que acendera, com o revérbero do sol nas suas penedias, centenas de
janelas e de pórticos fantásticos.
A uma volta do automóvel, o corpo de M.me Lacretelle deslizou novamente, até encontrar
resistência no de Juvenal. E esteve assim, colada a ele, alguns segundos. Depois, inclinou o busto para a frente e
ordenou:
—Pare ai.
Juvenal procurou-lhe os olhos. Mas já ela, ludibriando o sentido do momento, acrescentava:
—Vamos um bocadinho a pé... Estou fatigada de tanto vir sentada...
E para o «chauffeur», com o mesmo tom autoritário de pouco antes:
—Vá andando e espere-nos aí em baixo.
Desceram. Ele estava surpreendido com aquelas transições da voz ide M.me Lacretelle. Uma
solidariedade com o «chauffeur» nascia de repente. Ela ficara parada, ao seu lado, e olhava em derredor.
—Que lindo isto é! Não lhe parece?
—Os gregos não teriam tantos louros...—disse ele, com um sorriso frio
(…)
A cordilheira ia de um a outro extremo da ilha. Nascia na vizinhança da Ponta de S. Lourenço e
crescendo, ora em curvas de lombo de dromedário, ora em ondulações mais amplas, lá ia, lá ia, gigantesca e
ciclópica, até a Ponta do Pargo. Floria em jardim e verdejava em sussurrantes bosques no Santo da Sem; e, tomba
aqui, levanta acolá, entregava ao sol a calvície do Poiso. Somando serras e outeiros, costelas do espinhaço central,
caminhava ainda, caminhava sempre, abrindo bocarra enorme no Curral das Freiras, dando passo à estrada na
Encumiada de S. Vicente e formando, além, por súbito capricho, a terra lisa do Paul da Sem, larga e alta de mil e
quinhentos metros. Mas essa lhanura, aberta de passagem, significava excepção, pois à cordilheira não agradava
solo livre de obstáculos para os olhos. O seu deleite era criar anfractuosidades monstruosas, enfiando serra com
serra, lombadas, montes, cocurutos, picos que parecia quererem traspassar o céu e precipícios e ravinas onde
regougavam torrentes, nas noites de rijo temporal. Seguindo sempre, cada vez mais irregular e variada, perspectiva
além de perspectiva, ia esparramar-se na Ponta do Pargo, na Madalena, no Porto Moniz, contornando do Sul para o
Norte, sempre abrupta e sempre grandiosa.
A Madeira era a cordilheira. Posta no centro da ilha e a todo o seu comprimento, dir-se-ia que se
derretera pelas bandas, escorregando lentamente, para um lado e outro, a massa ainda informe. Hesitando no rolar
de pesadelo, mais mole aqui do que acolá, quedara-se, umas vezes, em proeminências, abrira-se, outras, em sulcos
profundos; e, na preguiça da descida, deixara por toda a parte encostas de arbitrária expressão e acidentes de
singular fantasia.
Logo, para cobrir mazelas que lhe ficaram do nascimento, se vestira de tão denso arvoredo que, mesmo
com o sol a pino, não havia palmo de terra desprotegido de sombra. Fora assim que a viram, sugerindo todos os
mistérios, 08 descobridores; e mais de um mareante que, tendo como roteiro bíblicas páginas, andava em busca do
paraíso termal, julgara tê-lo encontrado ali. Tanta opulência vegetal, murmurando, na solidão atlântica, árias de
estremecer e ocultando, nos seus abismos, quem sabia se bichos temíveis ou homens mais ferozes ainda do que os
bichos, levantou nos primeiros trilhadores cautelas e perplexidades. Dizia mesmo a tradição oral, por vários
cronistas dada como segura, que, por essas ou outras razões, fora um dia lançado fogo à ilha de verde fisionomia.
Rabiando de ponta a ponta, as chamas teriam formado ígnea apoteose, bem digna, pela grandeza, da imensidade
oceânica onde se reflectia. Mas tivesse tido o destruidor fácil propagação ou houvesse caminhado devagarinho,
revelando a sua marcha apenas com um risco de fumo a elevar-se da mata, a ilha ficara em tições, esbranquiçados,
uns, pela cinza, e outros enegrecidos. Adubaram, então, a terra, destruídos, para sempre, todos os répteis e demais
alimárias que causam dano e susto nas outras partes do Mundo. E posta assim ao léu, sem regaços de mistério, sem
recantos ensombrados, negra e nua, negra e nua, a Madeira mostrava toda a sua grande carcaça, tão árida e
desolada como se fosse de novo um formidável vómito de lava, acabado de arrefecer.
Mas, com o tempo, raízes mergulhadas mais fundo ou sementes perdidas onde as labaredas não
chegaram, deram em pôr à superfície folhitas tenras, delicadas; e, se havia humidade, fora só crescer e multiplicar,
vestindo a toda a pressa o que o fogo desnudara. Rocha de onde brotava água teve logo em derredor, e onde quer
que a vivificadora passasse, bosques de encantamento e de frescura inigualável. Nunca mais, porém, a cordilheira,
nem quanto dela descia até o mar, se cobrira de todo. Neste e naquele anfracto, nos cimos e na terra ribeirinha,
ficaram largas cicatrizes; umas, estéreis, outras, propicias a ser amanhadas pelos colonos recém-chegados. E
cômoros arriba ou nas achadas, longe ou perto do oceano, o homem fora disseminando a agricultura e elevando o
seu abrigo. A ilha deixara de ser apenas bosque, para ser bosque, horta e jardim. Já não era A só mancha verde,
ancorada no Atlântico e tendo a coroar-lhe os píncaros grande auréola de bruma. Era, agora, imenso painel de
muitas e variadas cores.
No Poiso, porém, a terra continuava sáfara, como se tivessem passado há pouco tempo ainda as
labaredas já lendárias. Nem mata a substituir a que teria existido, nem couve, roseira ou vinha metida a dente de
enxada. O seu despovoado, animal e vegetal, só podia ser aprazível a quem necessitasse dessa forte solidão em que
o homem, nos seus solilóquios constantes ou se transforma a si próprio em centro do Mundo ou finda por criar o
vício das interrogações sem resposta.
(…)
Fora uma cena muito rápida. Holdsworth não a notara sequer e, com um sentimento prático,
perguntava:
—Para onde vai esta água?
—Para os campos—respondeu Juvenal. E explicou-lhes que toda a ilha estava cortada por essas
cordas líquidas, que rabiavam ao longo das serras, por entre as matas sussurrantes, furando as rochas, atravessando
as montanhas, salvando precipícios abissais, outrora entre duas tábuas de til, formando calha, hoje em aquedutos de
boa pedra, que a humidade tornara limosa e escura. A linfa corria, assim, quilómetros e quilómetros, para ir irrigar
canaviais e vinhas, hortejos e pomares da terra baixa, que nem por estar à beira do oceano tinha menos sede. Nas
levadas, que se contavam por centenas, residia toda a economia da Madeira, pondo de fora os bordados. Algumas
tinham origem remota: as suas águas cantavam há muitos séculos já, dia e noite, noite e dia, por entre a folhagem
murmurosa e o silêncio dos grandes abismos. Pertença do Estado ou de «hereos», seus donos associados, cada uma
das suas horas, disputadas e valiosas, representava a vida da agricultura—aqui, ali, acolá, em toda a parte onde
verdejasse o que dava sumo ou se podia trincar. Tinham-se gasto fortunas na abertura dos líricos canaizitos, nessa
obra hidráulica singular de que a Madeira legitimamente se orgulhava, pois não era só utilidade que ali se colhia,
mas também beleza e da melhor, uma beleza ora discreta, íntima, ora duma espectaculosidade deslumbrante. Quem
visse a ilha por fora, do Funchal, de Machico, de Santa Cruz ou de Câmara de Lobos, não poderia avaliar quanto
encantamento paradisíaco ela brindava a quem trilhasse os mainéis das suas levadas. Metro que se andasse, ou
sugeria um parque original ou abria janela festonada para vales e montanhas de inverosímil recorte, como se tudo
houvesse sido feito para ultrapassar o mais imaginativo de todos os criadores. Só ao longo das levadas o, espírito
conseguia apreender a magnificência e a sedução da ilha famosa.
E não era das mais belas aquela que trilhavam. A do Rabaçal e das Queimadas superavam ainda
toda a volúpia já sentida pelas pupilas curiosas. A água, o arvoredo, os despenhadeiros abruptos, as sinuosidades do
terreno, os seus esporões e alcantilados imprevistos, criavam uma variedade panorâmica de fulgurante e inefável
beleza. A água era uma ladainha, uma sinfonia da ilha. Ia múrmura ali, na estreita e intérmina prisão, mas antes de
adquirir esse ritmo suavíssimo, que era quase silêncio, cantava nos desfiladeiros, nas gargantas, de fraga em fraga,
por entre musgos e arbustos, ou caía de alto, num jacto, como se fosse despejada de cântaro colossal, que nunca
mais se esgotasse. As vezes, era pingo sobre pingo, gota após gota, pranto manando de ignorados olhos verdes, que
só o verão enxugaria; outras, um fio ténue, molhando chapéus e ombros de quem passava segurando-se à
ribanceira, não fosse escorregar; outras, ainda, deslizava lentamente ao longo de altíssimas penedias—e tão certa,
tão constante se mostrava na largura e na descida que, vista a distância, mais do que água luzindo ao sol, parecia
lâmina de prata. Só o Rabaçal tinha, juntos uns dos outros, vinte e cinco jorros, mais belos do que todos os repuxos
de jardim; e não havia levada que, no seu andamento de flanco para flanco, não fosse capturando e conduzindo
para longe, pequenas cataratas de música vigorosa ou fontes de terno cicio.
Ao mesmo tempo, a população vegetal ostentava uma vida opulenta e fantástica. Era como se o
incêndio tradicional não houvesse chegado até ali ou as cinzas das árvores que morreram tivessem servido de
húmus à vegetação futura. Exceptuando a de Santa Luzia e uma ou outra vizinheira de povoados, as levadas
alimentavam, no seu trajecto, bosques de bíblicas sugestões. Ele pr6prio, na das Queimadas, sobre a pontezita do
Arrochete, tivera, um dia, a sensação de que ia ali surgir, nu, peludo, amaçacado, o homem edénico. A serra
recolhia-se, em aguda e alta vertente, oferecendo de cada lado um tumefacto quadril. De cima, ao longo duma
rocha, a água escorregava, luzidia e cantante. Acompanhava-a na descida, a um lado e outro, densa multidão de
arbustos, musgos, fetos, azevinhos, de frutos que lembravam contas vermelhas, urzes de todas as idades, loureiros
esgrouviados, frondes por toda a parte. Emaranhavam-se em ramos de extraordinárias expressões, folhitas que
eram rendas vegetais, conjunto que matava o indivíduo para dar uma visão de totalidade maravilhosa. E sempre,
sempre, na frescura dominante, a catavina da água, musicando o silêncio de floresta virgem.
Menos recatados e mais teatrais eram o Caldeirão Verde e o Rabaçal, onde se sentia,
imperativamente, a necessidade de um ser inverosímil, de uma mulher enigmática e de eterna juventude, para quem
a água executasse, nas imensas solidões, a sua intérmina melodia. As árvores, os recantos sombrios, as clareiras,
discretas como uma alcova, o que se via e o que se imaginava e a água, sempre a água em melopeia, sugeriam um
amor extra-humano, a vida feita só de amor—sem outra preocupação, sem outro objectivo, sem outra realidade !

[Ferreira de Castro, Eternidade, Lisboa, 1977, 13ª edição, pp. 65-66, 147-149, 196-197]

ANTÓNIO ASSIS ESPERANÇA [1892-1975]

PARA o atravessarmos, acendemos archotes de urze ressequida, porque tudo aqui é simples e primitivo.
Iniciamos a marcha Como penduradas na abóbada, ou cabeleira verde das pedras, os fetos e avencas das humidades
sombrias; aqui e além a cair :em gotas, pingue-que-pingue, como se toda aquela terra fosse espremida por mãos
crispadas, as paredes ressumam água. Faço a primeira centena de passos, e o ponto luminoso, que é a outra entrada
do túnel, permanece minúscula, marcando a grande distância a percorrer.
O círculo vermelho do clarão do archote mal chega para nos indicar por onde corre a levada. Guardo
silencio porque tudo me é conhecido Surge - o primeiro percalço.
A meio caminho, extingue-se a -luz que nos guiava. O vento, que assobia neste corredor abobadado, fizera
que a chama depressa consumisse a urze seca.
O caminho torna-se doloroso, inquietante. Gracejamos uns com os outros, mas a escuridão é completa e
separa-nos. Nós e o negrume da noite daquelas paragens; nós e a sensação de que vai abrir-se um abismo a nossos
pés, pronto a tragar-nos. A terra encharcada que pisamos torna-se lama fétida; a imaginação põe ali répteis de
cabeçorras disformes, repugnantes; as arestas das pedras que tocamos são escamas de monstros; tacteando o
murozito da levada, arrepios friorentos percorrem-nos o corpo, como se os nossos dedos tocassem em cadáveres.
Apetece-nos gritar, e imediatamente receamos a nossa própria voz; tentamos gracejar, e as palavras soam
entarameladas, fúnebres.
Como farol em noite de trevas, a nossa esperança é o orifício branco do fundo do túnel. Apressamos, o
mais que podemos, os passos, mas ele nega-se a abrir-se mais, como em caminhada sem fim. Um minuto que passa
é ali enternidades.
É então que se apossa de nós o desejo de correr, de fugir, e para bem longe daquele pesadelo. Mas como
nos sonhos de quando ansiamos voar e nos sentimos presos, a corrida é impossível naquele terreno escorregadiço,
de molhado. As primeiras passadas perco o equilíbrio. É o desconhecido. Apaga-se a sensação de que atravesso um
túnel, para me possuir a certeza de habitar um mundo diametralmente oposto àquele em que vivera. A meu lado,
tanto podem viver monstros, ou espíritos enfeitiçados, como haver tesouros escondidos.
É depois, quando estamos a poucos metros do fim do túnel, que começamos a encontrar o sabor inédito
daquela travessia sem perigos, só a imaginação a torná-la arriscada. A luz, que vem chegando até nós, é júbilo de
alma; apetece sorrir e cantar. Desembocamos num terreiro aberto na falda dum monte acima das nuvens, tão
próximo do céu !
Píncaros altíssimos. E, como toalha muito alva de altar, o nevoeiro espesso, que ficara todo a meia-
encosta, é o chão macio em que, na infância, sonhámos brincar. Mansão de fadas ou residência favorita de sereias,
certamente às primeiras horas da manhã as veremos, ali, cabriolando e rindo, para depois se precipitarem no retalho
de oceano que muito lá ao fundo, se divisa. Com aquele tapete de arminho a cobrir fundos de abismos, a paisagem
é esplendorosamente bela. Sobre terras feitas com a luz branca do luar, construíram-se castelos de rochas que o
oceano embala com a canção das suas ondas.
A vereda que seguimos agora é tão estreita que não consente duas pessoas a par. A terra foi, aqui e além,
soerguida por mãos dum gigante enlouquecido. São vales profundíssimos, cortados a pique. As próprias cabras da
montanha, assustadas à nossa passagem, escolhem os carreiros por onde descer. Há encostas escalvadas, negras, e
outras atapetadas com o verde das urzes centenárias. Inquiro do contraste. Meia dúzia de anos antes, os pastores da
serra lançaram fogo às matas, e o fogo lavrara por todo o interior da ilha.
(…)
-O incêndio . . .; o incêndio . . .
Esboça gestos, como aterrorizado, e tão infantis como infantis, entarameladas são as suas palavras. Ergue,
um pouco, o braço, a mão esboça uma curva leve, e é sempre assim. Significa terror, como depois esse mesmo
aceno lhe servirá para significar alegria .
-Foi em 19l09, e eu estava só. Vi o homem e depois o fogo, que saltava de árvore em árvore que nem gato
bravo. Três dias durou: três dias. Eu preparei tudo ! preparei tudo. Eu só ! Havia água, e foi só encher os baldes; |
Um risinho seco, sarcástico, contra o fogo, como a castigar-lhe o omnipotencia, e os mesmos gestos: um
erguer do braço, e a mão ossuda, enorme, a esboçar uma curva leve. ..
-O fogo vinha daqui, e eu va de lhe deitar água; vinha dalém, e já eu lá estava de plantão. Nunca me
apanhou de mãos a abanar. Olhe, meu senhor, que tudo isto eram chamas à roda, e eu vá de deitar-lhes água para
cima. Que eu cá, sou rijo !
A voz tem sempre o mesmo tom plangente. Recordação única, por espectáculo único, sorri. Bebe para
molhar os lábios.
-Que eu salvei isto. Eu só ! Ao segundo dia, já dum lado estava tudo apagado, veio cá cima um cunhado
meu para me dizer que a minha irmã morria com chorar. E queria - levar-me de gancho ! queria que eu abalasse
pela levada fora e abandonasse esta casa!
-E foi?
--Qual?! Eu queria lá saber da minha irmã ! Quando isto... quando «a tasca» ardesse, ficava menos um
homem no mundo, foi o que respondi ao meu cunhado. E cá fiquei ! eu só! Eu a brincar com o fogo, e o fogo a
ralhar comigo. Mas venci eu ! Que eu cá sou rijo. Eu podia lá abalar ! E então isto ? Se eu abalasse, ardia tudo !
Não queriam mais nada, não ?
Fito-o. A narração engrandece-o. Ganhou maior estatura; o dever emprestou-lhe ao rosto um luaceiro de
heroicidade. Desaparecem o falar e a timidez dos gestos. Ante mim, está um Homem, e sem desmerecer daqueles
que acreditam haver, para eles, uma missão na terra, e não vacilam em sacrifícios, antes os procuram, conscientes,
em proceder por forma diferente das maiorias.

[António Assis Esperança, “Um Homem”, in Ilustração, Lisboa 1929, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos
de autores portugueses que escreveram sobre o arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp. 177-180, 184-186]

FERNANDO AUGUSTO DA SILVA[1934]


Madeira (Paisagem). São inumeráveis as composições em prosa e verso, tanto em vernáculo como em
línguas estrangeiras, que cantam e enaltecem as conhecidas e já proverbiais belezas da Madeira, em que
admiravelmente se salientam o maravilhoso acidentado das suas altas montanhas, o aprumo inverosímil das suas
ravinas e desfiladeiros, a profundidade dos seus vales, o relevo caprichoso do seu solo, as diferentes tonalidades e
matizes das suas ricas culturas agrícolas, a variedade e fragrância das suas flores, a eterna primavera do seu
clima, os famosos vinhos, frutos e bordados, os típicos e interessantes costumes regionais, a patriarcal
hospitalidade dos habitantes, etc., etc. Nem palidamente tentaremos descrever, embora muito de relance, todo esse
conjunto de maravilhas com que a omnipotência divina dotou este privilegiado torrão em que nascemos e vivemos,
mas vamos transcrever alguns trechos de autorizados escritores, que ponham em saliente e brilhante relevo a
descrição dessas maravilhas, suprindo deste modo a nossa manifesta insuficiência e a nossa suspeita opinião neste
assunto.
Sem obediência a qualquer espécie de selecção, no que respeita à época ou categoria literária dos autores,
faremos essas transcrições à medida que nos foram passando à vista, numa ligeira pesquisa a que procedemos.
O ilustre geógrafo M. d'Avezac, o seu livro Illes d'Afrique, uma larga descrição da Madeira, donde
destacamos estas :—Nada conhecemos de belo e majestoso do que a ira, vista a distancia da coberta de um navio;
de toda a se elevam rochedos marítimos gigantescos escarpas formidáveis de lava; nos quais o tempo e as aguas
fazem enormes rasgões, que formam os portos e as baias abertas à navegação. Ora, as rochas basalticas revestem a
forma e aparência de velhos castelos em ruínas, ora as camadas de lava descem livremente até o mar em pilares
gigantes que marcam com toda a precisão a direcção das torrentes fogo que inundaram a ilha, e que parece
haverem sido detidas em seu curso para atestar homens de hoje a violência dos phenomenos de que a ilha foi sede
em épocas remotas.
Uma eterna verdura cobre seus cumes, atingindo altitudes que os sábios só teem constatado em muito
poucas regiões do globo. Esta vegetação vigorosa participa da riqueza de todas as latitudes, desde o morango até à
banana, e desde a vinha, que cobre o sopé das montanhas, até ás murtas, os feos e os loureiros que lhe revestem os
píncaros mais elevados. Assim como os navios de toda as nacionalidades e provenientes de todas as partes do
mundo tocam na Madeira, primeiro porto de escala da navegação transatlântica, assim a vegetação d'esta ilha
participa da de todos os paizes; e o seu clima favorece todas as culturas, como o seu horto acolhe todos os
viajantes. Por entre o verde sombrio das plantas tropicaes, destaca-se a folhagem mais clara dos nossos climas
temperados; e os líquenes, que rastejam nas fendas das rochas ou trepam ao longo das arvores, recahem
tremulando ao sabor dos ventos como longas cabeleiras verdes.
Uma cadeia de montanhas, que não é outra coisa mais que o núcleo da ilha, percorre-a em todo o seu
cumprimento e lhe determina a direcção Ella apresenta-se em geral menos elevada nas duas extremidades que na
parte media. Alli desdobra-se, se licito é usar esta expressão, para cingir um plateau cavado de profundos valles,
que forma o centro do maciço. É na parte norte desta alta região que estão reunidos os pontos culminantes da
Madeira: o pico Ruivo, o das Torrinhas, o do Cidrão e o do Areeiro».
O capitão Marryatt, grande e ilustre viajante, numa das suas belas páginas descritivas, fala deste modo:—
Não conhecemos sitio no globo que tanto assombre e deleite, logo á chegada como a ilha da Madeira. O viajante
tem talvez deixado a Inglaterra no melancólico findar do outomno, ou mesmo na frigida concentração d'um
inverno britanmico, e quando desembarca ilha, que mudança! O inverno fez-se verão; as arvores que elle deixou
nuas, transformaram se numa folhagem luxuriante e variada; a neve e o gelo estão convertidos em calor e
esplendor; as scenas da zona temperada na profusão e magnificente dos trópicos. O céu crystalo, o astro da luz
scintilante, mar azul e sem limites, os outeiros entapisados de vinhas, os vestuários novos e pittorescos dos
campinos, tudo alegra e deleita os olhos exactamente no preciso momento em que mesmo que houvéssemos
desembarcado n'uma ilha escalvada, já isso teria sido julgado uma inapreciável delicia."
O distinto comandante da gata austríaca Novara, Wuelstorf-Urbair, numa descrição de viagem, que o
nosso grande escritor e estilista Latino Coelho se dignou traduzir em língua portuguesa, lêem-se estas palavras:—«
É extraordinariamente deliciosa e magnifica a primeira impressão que a vista do Funchal causa ao viajante com a
perspectiva dos seus jardins e das suas flores e com a opulenta vegetação, que engrinalda e coroa os montes, que se
elevam desde a margem. Não ha ali, é verdade, a selvática majestade, nem as formas colossais da vegetação, que é
própria dos paizes dos trópicos. Sentem-se ali antes as feições de uma ilha da Itália meridional do que as
magnificência de uma paisagem do equador. Desenrola-se, porém, ao aspecto do observador, um tão grato painel,
onde a vida da natureza aparece em tão rica variedade e formosura, que a mais creadora phantasia nada pode
conceber de mais amorável e encantador. As mais formosas plantas das zonas temperadas e subtropicais deleitam
aqui os olhos em seu pleno desenvolvimento, ao passo que aparecem também alguns dos mais bellos
representantes da flora dos trópicos no esplendor luxuriante d'esta maravilhosa vegetação, que um naturalista da
Allemanha comparou ha pouco tempo aos fabulados hortos pensis de Semiramis. »
«Nenhum logar nos pareceu mais apropriado, diz o celebre naturalista Humboldt, para dissipar a
melancholia, e para restaurar a paz ao espirito perturbado, do que Teneriffe ou Madeira. Se a bella descrição da
ilha Pheacia feita por Homero, em que os frutos sucedem aos fructos. e as flores ás flores, numa variedade rica e
sem fim, pode ser aplicável a alguma ilha moderna, é seguramente à Madeira.»
O primeiro governador civil do Funchal Luiz Mousinho da Silva Albuquerque, literato e ilustre homem
de ciência, deixou exaradas estas palavras, numa memória que escreveu acerca do arquipélago madeirense: -«...se
a mão devastadora e imprevidente do homem não tivesse despojado a quasi totalidade dos montes e das encostas
da sua antiga verdura sem a substituir por novas plantações, a ilha da Madeira fora sem dúvida um dos países
mais formosos e mais agradáveis do Universo. Quando deixadas as sinuosidades dos vales e as bordas das
torrentes, se sobe aos cumes e ás partes elevadas das montanhas, a ilha da Madeira apresenta a cada passo vistas
extensas e variadas cuja descrição excede as forças da eloquência e da poesia, e das quais nem o lápis do
paisagista nem o pincel do pintor podem da mais que uma mui imperfeita ideia. . . »
Ilustre escritor D. António da costa, no seu livro “O Herói do brigue Mondego” escreveu:«...um talento
feminino definiu ai ilha: uma porção do paraíso trazida pelas mãos dos anjos para o meio daquelas águas. É em
verdade um paraíso... Tudo ali respira a imensidade. Os olhos descobrem horizontes sem termo; a verdura
apresenta variações novas que enfeitiçam a vista...as flores... transformam a povoação num jardim, cuja
atmosfera balsâmica se respira já do mar e que fez supor aos primeiros descobridores um encanto das negras
matas, ao mesmo tempo medonhas e feiticeiras, para atrair os aventureiros, a temperatura dulcíssima converte as
quatro estações - num Abril permanente. . . »
O grande romancista Júlio Diniz, que passou alguns meses no Funchal, diz-nos o seguinte:
Quando a formosa ilha da Madeira, levantando-se da espuma do mar como a mitologia Citerea, crescia
para nós a recebemos, abrindo o seu seio benéfico e maternal aos desconfortados que nela só depositavam as suas
derradeiras esperanças, sentíamos todos penetrar-nos o coração um desses suaves prazeres como o que nos
produz, no meio duma turba de estranhos, o encontro de um rosto e de um sorriso de amigo.
Formava um consolador contraste com a tremenda severidade do mar a amena perspectiva da ilha !
Horas depois de a avistar, a marcha rápida do vapor fez-nos dobrar o cabo de S. Lourenço transpondo o
amplo pórtico que ele forma com o grupo das penhascosas Desertas, sentira-se uma súbita mudança de clima,
como se de repente se tivessem vencido muitos graus de latitude. Afagou-nos a face a brisa tépida e perfumada da
ilha, aspirámos com prazer o hálito acalentador e salutifero desta fada marítima; achavamos-nos sob o seu
abençoado encantamento, reconhecíamos enfim a Madeira!
A costa do sul ia passando em revista com as suas rochas escarpadas, as suas ribeiras profundas, a sua
vegetação vigorosa, as suas formidáveis quebradas e os altos picos onde poisam as nuvens, os vales fertilíssimos e
as povoações graciosas.
Momentos depois, vencida a ponta do Garajão, as casas e as quintas do Funchal, iluminadas por um
esplendido sol de outono, que doirava as extensas plantações de cana, saudaram-nos por sua.
A magia do espectáculo emudecera-nos. De um lado o mar, do outro as serras, e entre estas duas
grandezas majestosas, a cidade sorriu-me, como a criança adormecida entre os pais, que a defendem e acalentam.
Para que a Madeira nos sorria, para que nos apareça formosa como a descreva o poeta inglês e fragrante
como uma verdadeira flor do Oceano, é necessário sair do recinto da cidade, procurar as freguesias rurais, subir as
íngremes ladeiras que costeiam os picos e espraiar então a vista pelos formosíssimos vales que vão descobrindo o
seio fecundissimo aos nossos olhos maravilhados.
Que vigor e variedade de vegetação !
O verde doirado da cana realça entre as diferentes cambiantes da mesma cor de plantas de todos os climas.
A palmeira de África agita a sua fronte graciosa junto dos carvalhos da Europa; a bananeira, vergando sob o peso
dos seus cachos, cresce cheia de viço nos mesmos pomares onde se enfeitam de flores os pecegueiros e as
laranjeiras odoríferas. As rosas, as malvas, as madressilvas florescem espontâneas à beira dos caminhos; debruçam-
se dos muros as bouganvilias entretecendo os seus cachos roixos com as flores alaranjadas das bignonias; tudo
tem um ar de festa e alegria. A choça mais humilde tem um jardim à entrada; as flores sorriem à porta dos ricos e
dos pobres.
E quanto mais nos elevamos mais se pronuncia este magnifico aspecto do país. De um lado vemos aos
nossos pés, o mar liso como um espelho, azul como safira, limitado ao longe pelo grupo das Desertas vagamente
tingidas do azulado da distancia; do outro as altas serranias que rompem as nuvens e cujos cimos tantas vezes tinge
a ofuscante alvura das neves. E nos flancos, abertos em fundas quebradas, sulcados em ribeiras pelas torrentes do
inverno, uma vegetação exuberante, cheia de vida encobrindo aqui uma casa isolada, enfeitando além uma
povoação risonha, que se agrupa em torno de um campanário.
Então sim; então a atmosfera embriaga, o peito aspira com voluptuosidade esse ar balsâmico, espirito
liberta-se de todas as apreensões que nos gelavam os sorrisos nos lábios e goza-se despreocupado do mais
surpreendente espectáculo que pode imaginar-se.»
São do grande escritor e psicólogo italiano Mantegaza as linhas que vão ler-se:—«...0 primeiro aparecer
do paraíso da Madeira melhor se diria ser uma cena do inferno dantesco. Massas gigantescas de basaltos negros,
negros e rochas rugosas com os pés no mar, laceradas, contorcidas em um arbusto, sem uma única casa, e com as
ondas espumantes a romperem-se fragorosas a seus pés. Aqui e ali, perto da costa, ilhotas, negras , também, sem
arvores, sem flores, corroídas pelas ondas despedaçadas e tresgastadas, quási ruínas dum mundo minado pelo
fogo. Chegamos á Ponta de São Lourenço; deixámos à esquerda as três ilhas que no próprio nome encerram a sua
triste história: Desertas; poucos momentos depois alcançámos um promontório de basalto, maior que os outros o
Cabo Garajão. Aquele cabo assinala os limites do Paraíso.
Passado o Cabo Garajão um perfume de jardim florido veio ao nosso encontro com as brisas da terra, e
aquela terra era um encanto, um sorriso de jardins e casas de campo, de campos verdejantes e de bosques
encantadores; era uma grinalda composta de todas as flores, um desses quadros de todas as cores que alegram o
coração do homem e lhe arrancam profundo mas sereno suspiro.
Pouco momentos depois estávamos diante do Funchal capital da ilha, que parece estar branda e
carinhosamente disposta entre campos de cana de açúcar e de inhames, e entre hortos cheios das nossas arvores da
Europa, e bosquesinhos fantásticos de bananeiras de folhas gigantescas e aveludadas; em volta, abre-se um grande
anfiteatro de montes altíssimos, verdadeiras rochas de gigantes; por último, a completar o quadro, dois oceanos,
talvez demasiado grandes para aquele ninho de amores: o oceano do mar e o oceano do céu; e naquela ocasião não
se saberia dizer qual dos dois se vizinhava mais ao azul ultramarino ou ao da safira.
Passei três vezes diante da Madeira, e sempre a vi irromper do peito dos viajantes mais vulgares um grito
da alma que dizia: porque não tenho eu uma casita neste paraíso ?»
Nos «Portos Marítimos de Portugal e ilhas Adjacentes», diz-nos o ilustre engenheiro e literato Adolfo
Loureiro:—«...é uma das regiões da terra da mais extraordinária acidentação orografia, da mais rara e fascinante
beleza, das mais benéficas e salutares condições climatéricas, e da maior fama e celebridade. Nela se reúne a mais
agradável doçura das campinas da Itália, a mais agreste e rústica majestade dos despenhadeiros e das serras dos
Alpes e Perineos e a mais luxuriante opulenta vegetação das regiões equatoriais. Sem rival na terra, jamais se
apaga, da mente de quem uma vez pôde apreciar os seus encantos, a recordação daquele verdadeiro paraíso
terreal.»
O brilhante escritor Raul Brandão deixou um formoso livro intitulado As ilhas Desconhecidas e dele
vamos destacar estes trechos:—«...Fundeamos a Madeira abre-nos os braços, com a ponta do Garajau num extremo
e a ponta da Cruz no outro extremo. Adivinho as casas, que por ora são fantasmas e descem lá do alto até à praia.
Agora o tom cinzento desapareceu, domina o azul e o oiro, e na minha frente o grande anfiteatro verde dos montes
ergue-se como um altar até ao céu. É uma serra a pique, é uma serra voluptuosa e verde que se oferece lânguida e
verde. Ao meio um grande monte entreaberto; por trás a montanha enorme e escalvada. Algumas colinas vão
terminar no farol e no forte sobre um penedo destacado e corroído.
Fico todo o dia a bordo, deslumbrado, contemplando a Madeira, a embeber-me no espectáculo da luz, que
passa do cinzento ao azul, que ganha todos os tons e se modifica a todos os momentos, até ao fim da tarde, em 4ue
o mar se torna diáfano e os montes transparentes, Com uma grande nuvem pousada em cima. Vejo perder a cor,
desfalecer, sumir-se a terra, que no escuro cheira cada vez mais a fruta e me inebria. Já o primeiro plano está roxo,
o segundo é uma mancha enorme e indecisa, e o mar no poente arfa como um seio, ainda iluminado. A medida que
o vapor se afasta, a montanha que me atrai parece mais negra e maior:— sobe, ergue-se e chega ao céu.»
M. Teixeira Gomes, antigo presidente da república, deixou algumas páginas fulgurantes, consagradas ã
Madeira, no seu conhecido livro de viagens «Cartas sem moral nenhuma», donde transcrevemos algumas linhas:
—!...Pois haverá no mundo paisagem mais aliciadora do que esta que eu desfruto do jardim embalsamado e
silencioso da Quinta Vigia? Tudo é mobilidade e socego no panorama em gris que a minha vista abrange, mar de
calmaria, adamascado, com a sua orla bordada de barcos em relevo—Cascos de seda, frouxa e mastreações de
retrós- à luz igual, branca, branda, que o alto céu leitoso coa do sol que se não vê; as verduras massiças da serra
aliviando-se da espessura em verduras mais tenras, ao contraste dos casais caiados, e longe, sombrejando o
horizonte uns arremedos de Capri, ilhas perdidas cujas corcovas montam por sobre a última linha do mar. ..»
Do distinto médico e escritor Sr. João Augusto Martins são as palavras que seguem, extraídas do
excelente livro Madeira, Cabo Verde e Guiné:—« ... a sua paisagem é quente de vida e colorido; salpicada toda
ela por centenas de casas pequenas, alegres e frescas, que parecem marinhar pelas encostas e pelas elevações mais
ínvias, como pigmeus teimosos numa grande febre de touriste. Apresenta em alguns pontos tratos acidentados,
ásperos e pitorescos, que fazem lembrar . os decantados panoramas da Suissa, mas no seu conjunto, como síntese
de impressão, tem o que quer que seja de vago e confortável das graciosas telas de Wateau, parecendo exalar de si
com o hálito das flores que a revestem, um aroma tão saudável e tão inebriante que sacode o torpor dos desanimos
mais profundos, tendo vida e relevo aos relevos da vida...»
Olavo Bilac, um dos mais ilustres escritores e poetas brasileiros, traçou estas apologéticas linhas:—«...a
ilha encantada era toda uma fulguração de ouro e prata no banho luminoso da manhã... está cheia de rumores e de
perfumes; mil instrumentos mágicos ressoam confusamente; parece-me que vejo abrirem-se as nuvens mostrando-
me tesouros que vão chover sobre mim... Ainda hoje quem pela primeira vez atravessa o Atlântico em busca da
Europa, tem a impressão, ao chegar ã Madeira, de haver descoberto, não uma qualquer porção vulgar da crosta do
planeta, separada do continente por uma convulsão telúrica ou levantada do fundo mar por uma erupção, mas um
Paraíso, ou melhor Paraíso, o Éden autentico e legitimo, esse jardim de delicias que todos os fundadores de
religiões idearam, berço encantado dos primeiros homens ainda na ingenuidade e na pureza do brotar da vida. A
chegada à Madeira é a revelação do Fardés hebraico e caldaico, do Pamir dos indús, do Hara Berezaiti dos
iranianos, do Beheschet dos persas, do Walhala dos escandinavos. Gonçalves Zarco e Trintão Teixeira, por menos
poetas que fossem teriam, em 1419, o mesmo deslumbramento que fere os viajantes de hoje, poetas ou não, quando
o mar lhes depara aquela verdura inesperada, aquele remanso de águas azuis, aquele casario branco, aqueles
recortes caprichosos de angras, aqueles vultos de montes altos, tudo sorrindo e fulgindo à luz de um sol, que beija
sem morder, dentro de um ar de veludo que entra pelos pulmões em caricias e afagos... A tantos lugares lembrados
para sede do horto sagrado, teatro do primeiro drama amoroso, berço do primeiro beijo, é justo acrescentar a
Madeira... Tudo concorre para dar à ilha um distintivo edénico. Nem calor nem frio... nunca ali se acendeu um
fogareiro para aquecer corpo humano, nunca ali uma garganta escaldada de sede deixou de contentar-se com a
frescura natural das aguas das levadas...
Dizem os geólogos que a Madeira foi antigamente um foco de medonhas erupções... mas só existe uma
recordação vulcânica: a excelência dos vinhos capitosos, filhos da terra adubada de lava... Não foi sem razão que os
naturalistas deram ao arquipélago da Madeira e ao das Canárias o doce nome de Macaronesia, que quer dizer—
arquipélago dos Bem-aventurados.
São do distinto poeta Bulhão Pato, que passou alguns meses na Madeira em companhia do Conde do
Carvalhal, os trechos que se seguem:—«...Que privilegiado pais. Tanta e tanta vez o tenho avistado e é sempre
como imprevisto para mim o aspecto dos seus vales, picos, montanhas, córregos, vertentes.
Os cedros já se não precipitam desde o viso dos montes como em outras eras, mas pelos atalhos, caminhos
de pé—posto, de entre massiços de verdura recaiem as povoações rurais, as casalitas, as vivendas senhoris... No
Funchal... abria-se o maravilhoso—o prodigioso— anfiteatro à luz do sol branda mente coada por nuvens ténues e
dos algares fundos daquelas serranias erguia-se, de onde em onde, a neblina, desaparecendo aqui e surgindo além
sobre os visos, o que parecia dar aos cimos das montanhas a ondulação das grandes vagas... Para descrever as
escarpas em escalões, as penedias medonhas, que se nos afiguram a desabar por momentos nos abismos do oceano,
ao fajãs verdejantes, a larguidês mórbida dos vales beijados pela flor da onda... seria preciso reunir de Moscho a
Eschilo e Shakespeare... Espectáculo paradisíaco ! Pais privilegiado, não tem no mundo torrão, que lhe dê de costo.
As grandes eminências—o Cabo Girão, promontório mais alto da Europa; o Campanário na montanha; a Senhora
do Monte sobre a cidade, e as frechas dos picos cravando-se no azul denso dum céu, que já é africano. Levadas e
saltos de água, precipitando-se em catadupa, brocados pelas aluviões e rotos os montes! Bosque, em que os ramos
da flora europeia abraçam e beijam as arvores dos trópicos, embaladas pelas brisas do mar ! Rosas agrestes
festivando os valados, láros nos impérvios, violetas bravas mais aromáticas que as de Parma nos brejos viçosos !...
Tem muito de beleza e de verdade estas palavras transcritas do livro «Meio-Dia» da autoria de Manuel
Carreiro:— «...Transcorridos dias, com lentidão de clepsidra, dois monótonos dias fechados entre mar e céu, duma
só cor, ou então indigentes de cores, quando lobrigamos a Madeira alcandorada no Atlântico, senhora linda de ricas
roupagens, com aquele sorriso que tem todo o mistério dum sorriso feminino, parece-nos que caminhamos para um
sonho feito de aromas do Oriente, de oiro e azul, com a alma em festa e trazendo nos olhos gaias de
deslumbramento.
A característica da paisagem madeirense é a sua falta de calma —uma paisagem febril, que tem um pouco
de criação dantesca.
E por ser grandiosa, ela dá à minha sensibilidade forte emoção e faz dos meus olhos dois escravos para a
servirem em silêncio, em adoração toda a vida.
As paisagens calmas não são menos belas, mas nem todas as sensibilidades estão preparadas para as
compreender. Correm o risco da monotonia para aqueles que não educaram sua sensibilidade, não a banharam de
lirismo.
A paisagem avassaladora da Madeira é toda ela voluntariosa. Tem precipícios que nos chamam, é um
pouco cruel, tem braços invisíveis que se estendem e nos apertam contra si. Tudo aquilo nos obriga a pasmar de
admiração e com um pouco de pavor.»
Aparecem-nos muitos outros autorizados testemunhos acerca das belezas da paisagem madeirense, que
somos forçados omitir, em virtude da demasiada extensão já consagrada aos trechos que ficam transcritos. E para
encerrar este artigo lembraremos que Camões, referindo-se à Madeira, diz que ela se avantaja a quantas vezes ama;
que Spencer, o grande escritor e filosofo inglês, lhe chamou a oitava maravilha do mundo; que Humboldt, o celebre
sábio e naturalista alemão, afirma que se a ilha Phaecia, descrita por Homero podesse corresponder à realidade
seria a Madeira; que Hughes lhe deu o nome, que universalmente se generalizou, de flor do Oceano no seu belo
poema
Ocean Flower; que Bacon escreveu uma pequena epopeia, intitulada Atlantis inspirada nas belezas desta
ilha; e que finalmente muitos a denominam Ramalhete das Aguas, Paraíso terrea1, Primavera Imortal, Verdadeiro
Éden, etc., etc.

[ Fernando Augusto da Silva, Dicionário Corográfico do Arquipélago da Madeira, Funchal, 1934, pp.227-237]
HUGO ROCHA[1936]
ELOGIO DA MADEIRA

Desta vez o itinerário não foi mais extenso que o da primeira. O Funchal, o Terreiro da Luta, o Funchal eis
o roteiro singelo da minha segunda visita à ilha da Madeira. Então, os encantos panorâmicos do Monte, tão
queridos, por exemplo, dos estrangeiros que o turismo atrai ali, não me comoveram menos do que os encantos do
Pico dos Barcelos, marcados a vermelho logo no princípio do catálogo turístico da ilha de João Gonçalves Zarco...
Poucos anos depois, rumo ao arquipélago açoriano, a Madeira deslumbrou-me pela terceira vez. Na volta
dos Açores, o deslumbramento intensificou-se. E então, da quarta vez, a permanencia de duas serranas deu-me azo
a fartar os olhos da paisagem da ilha. A fartá-los? Ah, não. Nunca os fartei, nunca os fartarei. Quanto mais vejo a
Madeira, mais desejo sinto de a ver. Na verdade, quem uma vez olhou a ilha maravilhosa não pode resignar-se a
não mais a olhar. Mágico filtro dá ela a beber, por certo, a quem por ela passa, seja para lá parar, seja para seguir
viagem... Assim comigo.
Quando pude ver a ilha da Madeira, para além do Funchal, do Pico dos Barcelos, do Terreiro da Luta,
convenci-me de que ali e também nos Açores estavam as paisagens mais belas do mundo português. Pelo menos do
mundo português, já vasto, que eu conhecia. Vista do mar, a ilha esplende e encanta. Ninguém, a não ser que seja
cego, poderá alhear-se à contemplação embevecida. Desde a Ponta de S. Lourenço à Ponta do Pargo, passando pela
Ponta do Garajau, pelo Cabo Girão, por todo esse admirável recorte da extensa costa meridional, abundam os
motivos de beleza. A beira mar assentam as povoações principais; o Funchal, cuja paisagem só é comparável,
talvez, à paisagem da Cidade do Cabo; Camara de Lobos, Ribeira Brava, Ponta do Sol, Calheta, tantas outras,; mais
pequenas- mais escondidas nas anfractuosidades do litoral, nas enseadas que ornamentam a costa, pontos mais
claros entre o verde escuro das ribas e o azul escuro das águas. Pelas encostas, disseminados como reses
tresmalhadas dum grande rebanho, povoados sem conta mosqueando de graciosa claridade o sombrio verdor da
orografia madeirense, tão acidentada e tão impressionante.
No hinterland, porém, o termómetro do deslumbramento atinge o supremo grau. Vá-se para a esquerda,
vá-se para a direita, as maravilhas sucedem-se, amontoam-se, assombrando quem procura, em vão, estabelecer
confrontos, medir grandiosidades, determinar a superioridade desta ou daquela. As estradas que saem do Funchal
põem à prova, aos primeiros quilómetros, a resistencia da sensibilidade do contemplador. Ora o mar, ora a serra,
ora a riba arroteada, ora a ribeira vulcânica, de expressão dantesca, - de tudo, com profusão, se patenteia aos olhos
atónitos de quem vai.
Santa Cruz, Machico, a Camacha, mais junto ao mar; o Santo da Serra, a Portela, S. Roque do Faial,
Santana, mais junto da montanha. Não posso escolher, e não posso dizer que esta paisagem emociona mais do que
aquela, nada me permite proclamar a soberania deste ou daquele aspecto. Evidentemente, posso sentir certa
preferência por um conjunto ou por um pormenor que se projecta com mais intensidade na tela ampla das minhas
recordações, sempre vivas e sempre saudosas.
Evocarei, por exemplo, com particular emoção, o deslumbramento da visita ao Santo da Serra, ao
belvedere dos Lamaceiros, com a Penha de Águia e o Porto da Cruz a ilustrarem grande parte do Norte da ilha, a
destacarem-se no fundo maravilhosamente azul do oceano e da atmosfera. E lembrarei, convencido de que não
poderei lembrar paisagens mais assombrosas - direi mesmo: mais formidaveis - esse imenso quadro mágico de S.
Roque do Faial e de Santana, a povoação mais pitoresca e a vila mais extraordinária de aspecto que até hoje vi,
para evocar, apenas de relance, parte do Leste e do Norte dessa ilha que perfuma e embeleza o Atlantico e torna
mais suave a rota longínqua da Africa e da América do Sul.
A ilha da Madeira! Sempre que a evoco, é como se Deus fizesse passar ante os meus olhos um filme
maravilhoso que, para o ver bem, preciso de semicerrar as pálpebras Eis porque não tento, sequer, esboçar uma
descrição do que já vi. Eis porque prefiro evocar, isto é: dar livre curso à emoção constante das recordações.

[Hugo Rocha, Primavera nas Ilhas, 1936, in Cabral do Nascimento, Lugares Selectos de Autores Portugueses que
Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp. 243-246]

LUÍS TEIXEIRA[1938]
Não se imagina com certeza, perfeitamente, o que são as quintas da Madeira. Elas sofrem um conceito
errado por motivo de idêntica designação aplicada no continente a grandes parcelas de terreno de cultura, às quais,
com maior acerto, se deve antes chamar herdade ou fazenda. Pois as famosas quintas da Madeira são parques,
grandes e lindissimos jardins, deslumbrantes de cor e maravilhosos de variedade. No centro um bangaló de tom
claro com interiores confortáveis de luxo e de bom gosto e, por toda a parte, flores cobrindo canteiros largos e
acolhedoras arcadas ou entrelaçando-se na solubra dos caramanchéis, ao canto dos extensos relvados. Canta
melancolicamente entre os troncos das faias e os braços dos dragoeiros o melro triste e, dos cadeirões, no terraço,
vê-se o mar mordido nas lonjuras pelas quilhas de barcos que partem para todos os destinos guardados no mistério
azul dos horizontes em volta.
Na Quinta da Boa Vista conheci Mrs. G. Nunca vi mais absoluto domínio de ternura de mulher do que
quando Mrs. G. se entrega aos cuidados e zelos das suas flores. Ela não as afaga carinhosamente, apenas. Educa-as.
Dir-se-ia que as domestica. Não se limita a mostrar-me o viço e a pureza das pétalas de cores tão vibrantes e
estranhas. Vai mais longe. Apresenta-me, enlevada e enternecida, os seus exemplares de begonias manchadas de
bronze e prata, como folhas de antigos escudos de combate, e as suas avencas miudinhas e delicadas como os
bordados da British Embroidery, vivendo sem contacto com a terra, sensacionalmente alimentadas só com ar e com
água.
Depois da visita as estufas parei no relvado a ouvir a música dos vilões gemendo nas «braguinhas», violas
de arame e ferrinhos as melodias desconhecidas e belas que são a doce expressáo sentimental deste povo,
concentrado e ansioso de partir. Vi dançar o bailinho gentil das meninas vestidas com o traje gracioso e decorativo
da Madeira. Um rapazola de branco, com a agulha clássica da bóina regional e as altas botas de coiro claro, agitava
o «brinquinho» em estridências alegres à frente do grupo dos tocadores. Em volta era tudo um sorriso de Deus.
Ouvia-se, na timidez dum eco, o sino da Sé e, de vez em quando, cortando a quietação, os vapores, no grito de
arrepios das sirenas. Um ambiente romântico puro, quase inverosímil de tonalidade e de sedução espiritual,
envolvia as coisas e as pessoas. As nuvens brincavam na crista das montanhas e espreguiçava-se em indolencia de
meiguice pelos longes. Viam-se enormes jardins em sucessivos declives e, por todos os lados, vicejava um verde de
cenário próprio para a representação ideal dos autos imaginosos e ingénuos em louvor da Natureza, a viver a hora
triunfal do parto milagroso da Primavera. Pensei então que neste clima da Madeira, entre a terra quente e sensual e
o céu azul e perfumado, podem, efectivamente, nascer- no ar- as flores mais lindas e inéditas para a nossa visão.
Basta apenas que, de meses em meses, quando as cepas e as parreiras em toldo empalidecem, perdendo harmonia
neste conjunto quase irreal de verdura fresca, o murmúrio embalador das levadas continue o prodígio de renovação
fazendo crescer, por baixo das folhas inúteis, desenvolvendo-se e trepando, os arabescos dos feijoeiros, a rama
baixinha das batatas doces, a cabeleira curta da relva para aproveitamento. E dos altos montes e dos vales
profundos do interior escorre sempre. a seiva que é o humor nutritivo deste paraíso, canção maternal a modelar, em
ternura, a beleza e o encanto da «minha» ilha autêntico país de namorados.

[Luís Teixeira, “Minha Ilha da Madeira”, Diário de Notícias de Lisboa, 1938, in Cabral do Nascimento, Lugares
Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp.228-231]

HENRIQUE CARLOS DA MATA GALVÃO[1941]

-Que maravilha !
O navio cortava então as aguas limpas, por vezes quase acetinadas. A ilha, de todo esclarecida, mostrava-
se já, desde a linha nítida das cumeadas, vigorosamente desenhada no céu, até às penumbras dos vales, como uma
fotografia ainda húmida, acabada de revelar.
Como se a terra estivesse coberta por um tapete fantástico, ressaltavam cores duma variedade infinita?
abertas para um sol puríssimo que escorria doidamente por todas as quebradas, com alegria comunicativa.
Dir-se-ia que toda a ilha estava em festa.
Adivinhavam-se flores e as próprias casas muito brancas, com os seus telhados vermelhos, pareciam
pétalas dispersas a esmo sobre o tapete verde.
Não se define bem esta impressão instantânea de alegria que a Madeira nos dá. É uma alegria, por assim
dizer, feita de todas as alegrias: a alegria interior do êxtase e a alegria movimentada da festa; a alegria do bulicio e
certas alegrias que se gozam em contemplação.
Assim, de longe, não se adivinha nela a terra dos trabalhos e canseiras, onde uma população excessiva
suga o sangue do corpo para colher no solo o pão de cada dia. Antes parece uma estância prodigiosa de turismo, em
que a natureza e o homem, de mãos dadas, não deixaram lomba de monte ou carreiro de vale sem beleza e sem
conforto.
Pela encosta, mal esta se liberta dos precipícios altaneiros que se erguem a prumo sobre o mar, trepam
centenas, milhares de casitas alegres, num milagre de povoamento, de luz e de cor.
No alto, em regiões do céu, copas de árvores muito juntas, frisadas, vão descer. Sente-se cá de longe, da
amurada, o prodígio que deve ser esta paisagem vista de cada curva do terreno, do alto de cada outeiro, do mirante
de cada monte.
Depois, em águas mais transparentes, num ponto que todas as casas da ilha parecem demandar, surge o
Funchal, doce presépio desta romagem dos Oceanos, uma grande cidade europeia em ar de jardim, um grande
bordado multicor, garrido, movimentado e alegre.
Tantas vezes tenho passado nestes caminhos e sempre me comovi como na vez primeira.
- E ainda hoje não compreendo que havendo já em Portugal tanta gente que viaja por prazer, haja tantos
ingleses que vão à Madeira e tão poucos portugueses que a conheçam.

[Henrique Carlos da Mata Galvão, Outras Terras outras Gentes, vol. I, 1941, in Cabral do Nascimento, Lugares
Selectos de Autores Portugueses que Escreveram sobre o Arquipélago da Madeira, Funchal, 1959, pp. 194-196]

EDMUNDO TAVARES[1948]

QUADROS, PRESÉPIOS E LAPINHAS

A Ilha da Madeira, indiscutível maravilha da natureza pela sua incrível formosura, pelo pitoresco
extraordinário da sua paisagem, pela graça dos seus costumes, e pelos primores das suas flores perfumadas e dos
seus frutos saborosos, é um imenso rincão de magia e de sonho, verdadeiro Éden ou Paraíso Terrestre que encanta,
embriaga e entontece o visitante.
Ao admirar pormenorizadamente esta linda terra, fica-se tomado de emoção e assombro. A grandeza do
espectáculo empolga-nos inteiramente. Os horizontes surpreendem-nos e dominam-nos a alma e os sentidos.
Desde os vagos e distantes planos, até aos trechos próximos e motivos parciais, os traços de beleza
multiplicam-se numa riqueza estupenda e indescriptível. As grandes linhas gerais sucedem-se num ritmo de
grandiosidade e imponência. As manchas polícromas e de forma variada salpicam todo o vasto âmbito, e tornam-no
numa grande e rica paleta de pintor. Os trechos imprevistos impõem-se por toda a parte. Os pormenores
característicos e graciosos abundam e gritam em uníssono um coro triunfal de vida, de carácter e expressão.
De relevo muito acidentado, de claro-escuro violento, e de cor forte e riquíssima, a ilha da Madeira
desdobra-se em infinitos horizontes, em matizes empolgantes, em efeitos estranhos, e em panoramas parciais de
número ilimitado.
Contudo, não é propriamente a altura, a realidade da cota de nível em que nos encontramos, e as altitudes
dos pontos que se vislumbram em volta, que nos causam aqui o sentimento admirativo, mas sim os grandiosos
contrastes que caracterizam esta paisagem de gigantes na brusquidão, a rudeza verificada na escala de altitudes, a
variação de cotas existentes entre os píncaros e os fundões, entre o cimo das agulhas e penhas e a linha plana das
águas, que nos surpreendem. É o contraste teatral da cor entre a negridão das serranias requeimadas pelo sol, e a
alvura azulada do mar, a diferença de cambiantes entre os verdes da vegetação e as chapadas amarelas dos pontos
áridos, a gradação da luz entre a penumbra misteriosa dos vales e a auréola apoteótica da claridade do céu, que nos
desconcertam, amesquinham e assombram.
Em qualquer outra terra há harmonia, evolução gradual de região para região. Aqui há desordem, acaso,
paisagem de cataclismo. Um trecho idílico, um recanto virgiliano desdobra-se ao lado de um colossal monstro de
lava petrificada. O gérmen da criação está ao pé da morte, a fina penugem verde de uma vegetação exuberante
cobre a carcassa das serras desventradas, as plantas revestem as encostas, a vida fez brotar a água, nascer as
florinhas, criar as giestas e crescer os pinheiros. Mas o drama lá está bem patente num cenário expressivo de luta de
elementos, em que sobressaem o belo, o gigantesco e horrível.
Nesta privilegiada terra, todos os motivos interessam, todos os recantos são típicos, todos os aspectos são
curiosos, todos os trechos são quadros, e todos os quadros são maravilhas.
Feliz conjunto de terra e mar, a ilha da Madeira é uma terra de contrastes violentos, pois reune em pouco
espaço os mais assombrosos, e encantadores motivos naturais que se podem imaginar. A serra e o mar acham-se
juntos, metem-se um pelo outro, colaboram na mesma obra de beleza trágica, dando consequentemente lugar a uma
variedade incrível de pontos de vista e de cenários naturais.
A serra é forte, brava, angulosa, maciça, cheia de mamelões, de precipícios, de ravinas e de covões. As
suas cores fundem-se em tonalidades e cambiantes irreais, e parecem a distância um embutido de esmaltes, de
madrepérolas, e de pedrarias preciosas.
O mar é ameno, tépido, transparente, ao pé; azul profundo, ao longe, e envolve graciosamente esta
paisagem alpestre e grandiosa, com vários colares de espuma branca.
As povoações parecem presépios atulhados de casinhas brancas e de cores, recortados de caminhos
íngremes e ruas enladeiradas, ornados de ingénuas igrejas, de torres altivas, de pontes ousadas, e de graciosos e
singelos terreiros e miradouros; as fazendas são frescas, fecundas e paradisíacas; os pomares, ricos e perfumados;
os hortedos, fartos viveiros de mimos e especialidades.
Em parte alguma há jardins tão interessantes como na Madeira. A fragrância das flores mais variadas e
raras, os maciços espessos e emaranhados dos arbustos e arvoredos, as sombras frescas e arroxeadas, as chapadas
de sol de oiro e alaranjado, as ruelas calcetadas de seixo à moda local, os larguitos e pracetas de terra vermelha, o
colorido extraordinariamente intenso e variegado, e a exuberância pasmosa de tudo, estonteiam e levam ao sonho e
ao lazer.
Os parques e bosques frondosos ostentam as mais lindas e irreais tonalidades nas suas folhagens, possuem
retiros ensombreados, encantadores mirantes de poesia sobre o mar, socalcos e esplanadas sobre os terrenos mais
baixos, fresquidão, água, nascentes abundantes, fontes naturais, e aromas embriagantes.
O clima, indiscutivelmente um dos melhores do mundo, completa o formidável conjunto de encantos deste
paraíso. O ar leve, muito puro, doseado dos mais finos elementos para a saúde, enche amplamente os pulmões,
espalha um bem estar indefinível no corpo, e uma paz perfeita na alma.
Na serra há odores imponderáveis. Há malmequeres de várias cores, flores silvestres perfumadas, ar
vivificante de campo sadio, e um vago cheiro a cera e a mel.
No mar, o marulhar das ondas junto das rochas e dos calhaus, levanta a maresia, torna o ar afrodisíaco, um
tudo-nada espevitante, tempera-o com o iodo, e torna-o ligeiramente salgado e apetitoso.
A Madeira é uma ilha formosíssima, uma terra cheia de prendas e de bênçãos de toda a ordem, uma
inestimável jóia de alto valor, o paraíso perdido no oceano. A Madeira é um verdadeiro retiro de encanto e poesia,
onde a vida é um deleite c decorre como um sonho e uma canção.
Quer seja vista a distância e do mar, quer seja observada de perto, em pormenor, e de qualquer ponto da
própria ilha, a Madeira possui aspectos de imprevisto inexcedível, os quais se sucedem e multiplicam numa
transmuta estonteante e única.
A orografia da ilha é tal que, cada ponto domina sempre grande parte dos territórios que lhe ficam mais
baixos, e é dominado por outros, que por seu turno lhe ficam mais altos. De qualquer lugar vêem-se sempre rochas,
socalcos, fazendas, matas ou casario aconchegado ao fundo dos vales, ou junto dos ribeiros profundos, assim como
se vêem também, ameaçadoras, como fortalezas prestes a caírem, outras rochas, outras casas, outros socalcos de
fazendas, outras muralhas, outras matas e outras terras que lhes ficam em plano superior.
Descortinam-se extensos panoramas seja qual for a direcção em que se olhe. Observam-se escarpas
descarnadas de encostas que ficam acima de nós, e que ameaçam desabar sobre as nossas cabeças, ou sobre os
telhados das casas que habitamos. De qualquer lado se vê o mar, de qualquer parte se vêem as serras.
Assim, cada casa, cada jardim, cada penhasco, telhado, torre, rua, caminho ou estrada, é sempre um
miradouro voltado para a terra e para o mar, é sempre um observatório debruçado sobre os domínios dos vizinhos,
sobre os telhados das outras casas, sobre outros jardins, sobre outras ruas, outros caminhos e outras estradas.
Assim, cada ponto é na Madeira, um mirante que tudo vê em redor, e que também é visto de toda a parte.
Cada casa é uma vigia graciosa, ao mesmo tempo virada para os horizontes marítimos e para os horizontes
serranos. Cada quintal é uma esplanada proeminente, donde se vê a passagem, a chegada e a largada dos barcos.
Cada corredor, uma colunata que marca como adorno, nas vistas da paisagem. Cada fazenda, um jardim que nos
chama de longe. Cada jardim, um tapete colorido que ornamenta os panoramas.
Para qualquer lado que se olhe, vêem-se sempre casas mais baixas do que o nível em que nos
encontramos. Vêem-se sempre casas mais altas, tão altas que parecem inacessíveis. Vêem-se sempre parques a
nossos pés, jardins sobre as nossas cabeças, igrejas lá no fundo, capelas lá no alto, estradas planas à beira-mar,
caminhos íngremes pelos montes, telhados sobre telhados, chaminés graciosas, janelas floridas, casas de prazer,
tapassóis verdes, paredes coloridas, primeiros planos fortemente pormenorizados e polícromos, longes esbatidos,
azuis e irreais, serras altas, chapadas íngremes, vertentes matizadas e verdejantes, renques de piteiras bravas,
grupos de tabaibeiras marroquinas, campos de bananeiras e de cana de açúcar, jacarandás, tílias e dragoeiros, e por
fim, um mar de cobalto, e um céu diáfano, cerúleo e vaporoso.
Além das belezas naturais, a ilha da Madeira é também um dos recantos portugueses onde a densidade de
população é maior, e consequentemente um dos pontos em que os terrenos são mais largamente aproveitados.
Assim, mercê da superabundância de habitantes, e da sua configuração geográfica, graças aos recortes
bizarros do seu litoral, aos inúmeros e férteis vales, e às infindáveis e criadoras encostas em que se desdobra o
território vulcânico, rugoso e acidentado da Ilha, os sinais de vida vislumbram-se por toda a parte, numa
extraordinária variedade de circunstâncias, impossível de imaginar.
Existem vilas, aldeias, quintas e casais, em todos os lugares desta terra. Desde a beira-mar até aos cumes
formados pela lombada das serranias que constituem a cordilheira principal, que se desenvolve no sentido Este-
Oeste, a qual define em duas grandes vertentes, a fisionomia orográfica e estrutural da Madeira, a vertente Sul e a
vertente Norte, as povoações sucedem-se numa profusão admirável, ostentando-se maiores ou menores, mais ou
menos belas e típicas, mais ou menos ricas e populosas, mais ou menos alpestres, camponesas ou marítimas,
segundo as suas condições de vida e a sua situação.
Algumas povoações anicham-se em recôncavos sombrios, e vales profundos e estreitos, não sendo visíveis
senão de muito perto. Outras dispersam-se pelas chapadas soalheiras das encostas, vendo-se perfeitamente a
distância, com as suas características igrejas a destacarem-se por entre os apinhados de casas e arvoredos. Outras,
ainda, espreguiçam-se à beira-mar, em vales ou encostas que descem até junto dele, ou em fajãs recentes, situadas
na base de ribas altíssimas.
Nestas condições, o homem habita desde a orla marítima, extremamente populosa e cheia de recursos de
vida, até aos pontos mais inacessíveis situados nas altas serranias interiores, e que, falsamente, à primeira vista e de
longe, parecem lugares estéreis, inóspitos e adversos à vida.
Como complemento desta abundância extraordinária de povoações e de gente que vive por toda a parte,
vêem-se largas manchas de vegetação, riscas de estradas, curvas que aparecem, para em seguida se esconderem,
fontes pitorescas, levadas abundantes, miradouros, caminhos bordados de opulentas flores, veredas tortuosas e
íngremes, e escadozes perigosos lavrados nas rochas.
E todas estas povoações, caminhos, fontes e matas, são verdadeiros quadros, encantados presépios ou
ingénuas lapinhas.
(…)

PAISAGENS DE TITÃS OS BALCOES DO RIBEIRO FRIO

Conheceis o Ribeiro Frio e os seus balcões de maravilha? Conheceis este lugar admirável situado a meio
da Ilha?
Vinde até ao Funchal. Vinde até às terras portuguesíssimas da Madeira, onde há mais sentido nacional e
mais lusitanismo, do que em grande número de terras do Continente.
Vinde até à sagrada terra onde há mil recordações da época gloriosa da expansão racial e civilizadora dos
portugueses. Vinde até estas paragens admiráveis do Atlântico, onde as gentes descendem directamente dos
mareantes e navegadores do tempo das descobertas promovidas pela Escola de Sagres. Vinde até à terra onde
vereis caras, tipos e expressões, que vos lembrarão as figuras pintadas nas tábuas de Nuno Gonçalves, e os
decididos e bravos homens do Infante.
Vinde até esta privilegiada terra que se desentranha perante vós, em mil curiosidades, em mil quadros de
uma grandeza esmagadora e impressionante. E, em êxtase e recolhimento, admirai a grandiosidade da natureza, a
imensidade das serras, a vastidão do mar, e a força e eternidade da matéria e do espírito divino do mundo.
Deitai pelas estradas fora em direcção às serranias interiores. Subi pelas ladeiras íngremes até ao Monte,
ao Terreiro da Luta, ao Poiso, e descei em seguida à região ravinosa do Ribeiro Frio, onde uma vegetação
exuberante, fartas sombras, e uma fresquidão de mistério vos esperam, para vos encantarem, seduzirem, e
embalarem em sonhos vergilianos.
Deixai depois a pousada local com os turistas abancados às mesas. Esquecei os olores dos manjares
regionais, o tilintar dos copos e talheres, o vozear alegre, e as risadas femininas. E ide até aos Balcões. Trilhai o
carreiro macio, fofo de relva, ladeado de água, e guarnecido de hortênsias, que vos conduz a esse lugar famoso,
pois um espectáculo deslumbrante espera-vos,—um destes espectáculos que só a natureza pode proporcionar, e em
que os protagonistas são as serras, os rios, o céu, o mar e as nuvens.
O panorama é de grandeza e proporções excepcionais. Diante de vós, sob o piso do balcão proeminente
em que tendes os pés, rasga-se uma ravina de profundidade inconcebível, em cujo leito contorcido, pejado de
pedras e cavado de socalcos e cachoeiras, corre um ribeiro frio, bravo e caudaloso.
Grandes linhas angulosas, rochedos nus, portelas e desfiladeiros, tudo parece instável, desaprumado,
prestes a desabar no abismo e a perder-se no fundo vago e distante da ravina.
Uns farrapos de nuvens ténues e soltas toldam parte das serras fronteiras, o que torna o espectáculo, ainda
mais inesperado, estupendo e belo.
No fundo, as formas são imprecisas. Mal se lobrigam as rugosidades do terreno, as largas superfícies
negras dos rochedos de basalto, e as chapadas de tufa vermelha e vulcânica que formam a base desgastada das
enormes penhas que nos assombram e esmagam.
Caminhos perigosos descem em zigue-zagues, em degraus e rampas vertiginosas até ao plano inferior,
para depois novamente se embrenharem em trajectos idênticos, esfalfantes, e escorregadios, e sumirem-se no
labirinto serrano que se avista na frente.
Divisam-se alguns pormenores isolados, tais como penedos fazendas, bosques dispersos, e fundos
cinzentos do zimbros e loureiros .
A alguns centenares de metros mais acima, estão as nuvens. movediças e lentas, tal como se fossem
cortinas de fumo branco, impelidas por brisa suave. Neste nível tudo é nevoento, arrepiante de desconforto e frio.
Mas mais alto ainda, em cota superior a esta facha de penumbra e humidade, a romper as nuvens, eis os píncaros
acúleos da cordilheira, as agulhas intangíveis dos rochedos, e as fragas espantosas das cumiadas, a sobressaírem
vitoriosamente, tal como torreões de castelos gigantes ou muralhas de fortalezas imaginarias que palrassem nas
regiões etéreas.
Então, perante um quadro de tais proporções, diante dos cumes das serranias a espreitarem a alturas
prodigiosas e por sobre as nuvens, em face da nitidez dura dos contornos, da luminosidade extraordinária do céu
límpido, e da irradiação do sol quente, belo e glorioso que enche todo o espaço de reflexos de oiro, o espectador
esmagado, inquieto e confundido, sente-se frágil, tem a sensação de se achar deslocado em meio de uma paisagem
de titãs, rende glória ao Criador, e confessa-se pequeno, mísero e efémero.

[Edmundo Tavares, Terra Atlântica- Impressões da Madeira, Lisboa, 1948, pp.21-28, 79-83]

J. VIEIRA NATIVIDADE[1954]

Que génese laboriosa, a desta ilha de florestas e de bruma ! Nada que lembre o mitológico nascimento de
Afrodite quando emergiu docemente do seio das águas, coberta por alvo manto de espuma que lhe oculta a virginal
nudez. A Madeira é obra de ciclopes, do desencadear brutal de forças enraivecidas e insubmissas, produto de
tremendas convulsões submarinas, do pavoroso conflito do fogo com a água. Remontam a longínquas idades
geológicas as grandes convulsões geocinéticas que fazem erguer das profundidades abissais uma enorme
montanha, sobre cujos planaltos uma outra montanha se levantou, erguendo seus altos picos cinco mil metros
acima dos fundos submarinos.
E durante milhares de milénios esta pobre ilha perdida no mar é joguete dessas forças brutais que a
modelam e transformam. A custa de levantamentos e de erupções vulcânicas cresce e consolida-se o dorso
montanhoso: é o primeiro e informe esboço do corpo da ilha, trabalho gigantesco depois do qual se acalma a fúria
criadora. Mas o fogo não se extinguiu no ventre da montanha e irrompe mais tarde em focos vulcânicos periféricos.
De novo estremece e se agita a montanha mártir, novas torrentes de lava incandescente se despenham no oceano
que referve raivoso em cachões, sob colunas alterosas de vapor, como se o próprio Vulcano, na sua gigantesca
fúria, temperasse o corpo candente da ilha na imensa celha do mar.
Misteriosamente findaram um dia, como misteriosamente haviam começado, as convulsões submarinas e
a actividade vulcânica; extingue-se, pouco a pouco, o fogo interno, e a ilha transforma-se num corpo frio e inerte,
enorme e torturado esqueleto rochoso, manchado de escórias e de cinzas, contra o qual as ondas raivosamente
embatem.
Triunfara a obra ciclópica do fogo; porém, esse rochedo é um corpo estranho na imensa superfície líquida,
uma mácula, um estorvo ao livre arfar das ondas. E chegou então a vez de a água tentar destruir o que o fogo
construíra. Desabam com fragor as falésias corroídas na base pela abrasão; chuvas diluvianas formam torrentes de
brutal violência e, como gigantesca garra, a erosão abre vales e desfiladeiros, provoca temerosos desabamentos,
morde, dilacera, mutila a montanha e arrasta vitoriosamente para o mar os despojos da luta titânica.
Piedosamente, a vida vegetal surgiu um dia a revestir aquela nudez, a opor uma barreira viva à catastrófica
destruição. De sorédios vindos de longe brota o líquen que fabrica as primeiras partículas de solo vegetal;
colaboram com a planta os agentes meteóricos na decomposição da rocha; trazem as aves e as correntes oceânicas,
em piedosa romagem, as primeiras sementes. Pouco a pouco, um manto ténue de verdura esconde as chagas da ilha
desnuda. E durante milhões de anos a evolução prosseguiu até que a floresta se pôde erguer, opulenta e magnífica;
e durante milhares de milénios vicejou esplendorosa, envolvida pelo seu manto de bruma.
Um dia chegou, porém, em que a barca da aventura acometeu aquele grande negrume que a ocultava, e
logo a acha incendiária flamejou sinistramente para destruir em breve espaço de tempo a floresta prodigiosa que
levara milénios sem fim a constituir-se. Em boa verdade, a ilha da Madeira deixou de ser a ilha das florestas no dia
em que Zargo e Tristão lançaram o primeiro e cobiçoso olhar para os troncos dos arvoredos preciosos e para o solo
fecundo em que a floresta vicejava.
Para mim, na fisionomia da Madeira, ficou sempre gravada a sua origem dolorosa e trágica, e talvez por
isso é a Madeira agreste e selvosa, a Madeira da bruma e dos alcantilados cerros, rude, austera e triste, a Madeira
que eu melhor sinto e compreendo porque só aí podemos entrever quanto trabalho e quanto sofrimento, quanto
esforço houve que despender, e quantas fadigas houve que suportar o homem, para domar os elementos
insubmissos, para tornar a ilha lânguida, hospitaleira, amiga, e para conseguir que brotassem da rocha os frutos e as
flores, a riqueza e a abundância.
(…)
Esta é a Madeira estática, cenográfica, sorridentemente hospitaleira; a ilha mundana que se esforça por
atrair e cativar os viajantes. Não é para admirar, por isso, que as singularidades da flora, o exotismo dos frutos, a
magnificência da paisagem, os milagres da água, o ambiente edénico apenas dêem ao turista uma impressão
epidérmica da ilha.
Ora a Madeira é melhor do que tudo isto: é a epopeia do trabalho, a glorificação do esforço humano. Tão
presente está por toda a parte a influência do homem, o fruto magnífico da sua labuta heróica, o rude afago das suas
mãos calosas e ásperas, que a paisagem, por assim dizer, se embebeu dessa presença e se humanizou. Por que não
admitir que a Madeira tenha uma alma e tenha um coração ? Um coração em que se fundiram os corações de todos
aqueles que durante cinco séculos por amor dela lutaram e sofreram; uma alma em que se fundiram as almas de
justos e de pecadores, e nobres e de vilões, de escravos e de homens livres de todos aqueles que no decorrer de
meio milénio, ou com o esforço rude dos seus braços, ou com a sua inteligência, a sua coragem, a sua fé, e
irmanados por um amor sem fim a este palmo de terra, escreveram a mais bela epopeia agrícola de que se pode
orgulhar um povo.
A Madeira que nos comove e nos deslumbra é a Madeira heróica, campo de luta do homem contra as
forças hostis da Natureza; e para a sentirmos, e para a compreendermos, não vejamos a Ilha do fim para o
princípio, do sul para o norte, como é costume, mas do princípio para o fim. Antes do diamante lapidado,
apreciemos a matéria bruta que consentiu tal prodígio e debrucemo-nos sobre o titã que realizou tal milagre.
(…)
Neste cenário apocalíptico tudo é negro, frio, brumoso e triste. Contra as grandes escarpas basálticas,
como infatigável aríete, teimosamente e raivosamente arremetem as ondas, e a orla branca da sua espuma mais faz
avultar o sinistro negrume da grande mole rochosa. Nas cumeadas das serranias, quando a bruma se descerra,
entrevêem-se as manchas sombrias da floresta primitiva: arvoredos estranhos, verde-negros, cujas folhas jamais
amarelecem ao desmaiar do Outono, ou tombam açoutadas pelas ventanias do Inverno. Dos apertados vales de
erosão, abertos na escarpa, irrompe a água em torrentes tumultuosas, como que fugida ao contacto grosseiro e
agressivo dos rochedos e ansiosa por regressar ao mar natal.
Rochas e água, o eterno conflito do estático com o dinâmico que tragicamente se reflecte na orografia da
ilha. A água paciente, ágil, perversa, desgasta e corrói o esqueleto rochoso, hirto, impassível, severo. Como há
milhares de séculos atrás, a água móvel parece empenhada em aniquilar a montanha inerte. É a abrasão a corroer as
falésias e a provocar os grandes desabamentos; é ainda a própria água do mar que, sob a forma de nuvem, vai
condensar-se nas cumeadas das serranias para correr, depois, tumultuosa e devastadora pelas ribeiras. Na costa
norte, dir-se-ia que se renovam a nossos olhos todos os atormentados passos da longa história da ilha.
O milagre dos madeirenses foi harmonizar esses elementos hostis, tarefa ciclópica que data de há
quinhentos anos, e que hoje prossegue com a mesma coragem e o mesmo ardor.
A orografia insular, até na própria vertente sul a mais favorável aos cultivos agrícolas, claramente mostra
que, depois de destruída a floresta natural, só era possível conservar ou recuperar o solo pela construção de muros
de suporte que prendessem as terras, e de praticar o regadio dominando a água que corria torrencialmente pelas
ribeiras, ou brotava, inútil, nas cumeadas das serranias. Para tanto, havia que lutar com a rocha e que vencer as
torrentes.
E o homem, o pigmeu, atacou a montanha. Durante séculos não cessou o trabalho rude da picareta e da
alavanca, e à custa de vidas, de suor e de sangue talharam-se na rocha as gigantescas escadarias, sem que o
alcantilado das escarpas, a fundura dos despenhadeiros ou a vertigem dos abismos detivessem os passos do titã.
Monumento este único no mundo, porque jamais em parte alguma, com tão grande amplitude, tanto esforço
humano foi empregado na conquista da terra.
E o madeirense venceu a água o que era torrente perigosa e rebelde, força agressiva e destruidora,
sujeitou-se à vontade do homem. E a água corre agora docemente pelas levadas; o estrépito das torrentes
transformou-se em brando murmúrio, em terna melopeia de inofensivo e remansoso regato; e a água impulsiva que
desgastava a rocha e sulcava a ilha de profundos vales fecundou a terra e permitiu o milagre da vegetação
luxuriante e os prodígios da sua agricultura. Pouco a pouco, aqui e ali, as flores surgiram neste cenário grandioso,
timidamente se entreabriram, e por fim triunfalmente desabrocharam a coroar, como uma bênção, a obra portentosa
dos obscuros heróis.
(…)
E o vilão ataca e tritura a rocha para a transformar em solo agrícola; geme sob o peso de enormes pedras
para construir um socalco; marinha pelas falésias para conquistar um palmo de terra, mesquinha gleba, pouco
maior por vezes do que um ninho de águias alcandorado no pendor de uma fraga. Antes de ser agricu1tor, é
cabouqueiro e arquitecto. Labuta de sol a sol e transforma o seu horto, a sua courela, num jardim. Onde a água
corre, o agricultor heróico e operoso faz milagres; a levada empurra-o e ele empurra a levada. Novos poios se
sobrepõem a outros poios, e assim esse trabalhador humilde, além de transportar sobre os ombros o peso da sua
cruz, constrói nos degraus da montanha o seu próprio calvário. É a Madeira sobrepovoada que luta.
Este vilão madeirense, de torso hercúleo, máscara rude e austera, personificação da paisagem, figura de
painel quinhentista; o homem que cinzela montanhas, escala abismos e amansa torrentes, é uma figura estranha.
Não se deixou vencer pelas seduções traiçoeiras do clima deita antessala dos trópicos que despertam em nós,
lusíadas indolentes, sonhadores e sensuais, o horror ao esforço paciente e metódico. A meus olhos, o vilão é um
português que teve a coragem de partir a guitarra, aquela guitarra que todos nós trazemos na alma e no coração a
consolar-nos, com seus acordes de plangente fatalismo, dos desencantos e dos fracassos da vida.
A luta com a Natureza rebelde fortaleceu-lhe o ânimo suportou durante séculos infortúnios e iniquidades,
fomes e injustiças, sem que se alterasse a sua bondade ingénita. Não venceu a rocha apenas com a picareta e a força
dos seus músculos, senão com a férrea tempera a sua indómita coragem.
Dir-se-ia que uma força espiritual poderosa o guia e ampara o amor da sua ilha, que nele palpita sempre
vivo, exaltado, ardente.
Emigrante em longínquos países, luta, sofre, tem renúncias heróicas, arrosta provações e misérias para
realizar o mais ardente sonho da sua vida: regressar à ilha, adquirir a peso de oiro uma parcela mesquinha daquele
solo «ingrato e generoso» e fazê-lo frutificar amorosamente com os seus desvelos e o seu suor, os seus cuidados e
as suas canseiras. É a conquista da Madeira pelo agricultor, que assim acrescenta a esta epopeia rústica um novo
cântico
Para compreender e para amar a Madeira não basta, pois, debruçarmo-nos maravilhados, como poetas,
perante a inexprimível e aliciante beleza desta ilha mitológica: rochedo de Ciclopes perdido na glauca e ondeante
campina de Anfitrite, e em cujas serranias tenebrosas Flora e Pomona fizeram brotar o horto mimoso e florido, que
amorosamente granjeiam, com suas mãos peregrinas, sob o afago tépido de uma perpétua Primavera.
Para compreender e para amar a Madeira, não basta vivermos, como artistas, o deslumbramento deste
mundo de beleza; admirarmos a ilha acolhedora, florida, gentil, nos seus jardins magnificentes, na euforia das
flores, na sedução e no milagre da paisagem. Não basta que nos detenhamos, comovidos e extasiados, perante a
grandiosidade das agrestes serranias, ou a modelação torturada dos montes, e nos deixemos embeber da doce
poesia da terra, do mistério da bruma, da melancolia das montanhas verde-negras que emergem das névoas para de
novo nas névoas se diluírem, como que a arrastar a nossa fantasia para o irreal, o vago, o sonho. . .
Para amar e para compreender a Madeira, temos que nos debruçar sobre a ilha mártir, sobre o que ela
contém de dramaticamente humano, de tenso e de comovente; ver o homem humilde. rude e simples, nas suas
mudas angústias, na sua persistência heróica e na sua imensa grandeza. É preciso que o pensamento se detenha um
momento sobre esta epopeia rústica, tecida de tragédia, e que nos debrucemos, enfim, num gesto caloroso de
solidariedade humana, de compreensão e de enternecida simpatia, sobre a Madeira que moureja porfiadamente para
ter mais terra, e para que dessa terra venha a brotar mais pão.

[J. Vieira Natividade, Madeira- a Epopeia Rural, Funchal, 1954, pp.14-17, 28-31, 39-42]

EDUARDO NUNES [1956]

ORGULHO-ME DE SER MADEIRENSE- até pelas nossas flores, pêlos nossos jardins, pelo colorido das
nossas quintas.
Não sei quem teria dito que as flores eram sinfonias completas da natureza. E eu tenho, sim! orgulho das
flores da Madeira. Mais lindas? Mais raras? Outra variedade, outros perfumes, outros matizes, outros fulgores... Do
clima? do sol? das brisas? do húmus. ? Diferentes-apenas.
Abundam de tal modo e em tão ampla escala, e são tão variegadas, que completam a roda do ano, sempre
com assombrosa profusão. Temos de tudo-penso- da mais humilde violeta à mais preciosa orquídea. E temos rosas
que começam em Janeiro, fazem o percurso dos doze meses, assistem à passagem do ano - à famosíssima Noite de
S. Silvestre- e na primeira manhã do Ano Bom lá estão para nova rota ao calendário. Se aquela irmã Susana de
Júlio Dantas vivesse na minha ilha, não teria sido vítima do seu próprio juramento, porque, aqui, ao contrário do
seu jardim, encontraria Rosas de todo o ano.
Na minha ilha, as flores são um produto local: a orquídea oriunda do Brasil, sujeita ou não à estufa, tem
outras tonalidades, outros aveludados, outro colorido -é menos impessoal e mais digna. Os processos técnicos-ou
químicos de muitas regiões, são aqui resultante natural do meio, sem as exigências constantes, ou permanentes, dos
mais afamados centros florícolas. Aqui, o meio faz o produto, sem adulterá-lo na sua identidade de conjunto. E se
os perfumes são outros é porque é outro o ambiente da fecundidade e do desenvolvimento. A giesta (essa flor cor
de mau gosto) de entre os pinheirais, agrega a si um pouco da seiva dos pinheiros. O junquilho nascido nos
«camalhões » dos « regos » ou à beira das paredes, é de um odor muito mais intenso do que os que nascem nos
canteiros, entre roseirais. Por outro lado, as flores transitórias, ou estacionais, possuem outro « aplomb», outro
«chiquismo», outro «it» ... remotos vestígios da elegância fidalga da Descoberta, e a mesma inflexibilidade de
pundonor...
A nossa situação climática, este nivelamento de frio e de calor, uma quase permanente estabilidade de
temperatura (um banho de mar em Dezembro ou Janeiro, mais delicioso do que de Julho a Setembro), tudo
concorre para uma ambiência de afagos e de protecções, benéfica aos homens e às coisas. Malherbe, o grande lírico
francês, não conheceu as rosas da Madeira, porque na segunda metade do século XV só eram conhecidos além
fronteiras os nossos vinhos. Se assim não fora, elas não se desflorariam na manhã seguinte... As nossas flores são
eternas, porque estão em permanente renovação. Aqui, na minha ilha, aquele embaixador britânico não teria
necessidade de conservar o cravo na água, ao regressar do «Baile dos Diplomatas» .... porque teria muitos outros ao
amanhecer.
Tudo, na Madeira, floresce com singular exuberância. Há riquíssimos e vastos jardins, sujeitos a cuidados
e trabalhos naturais, mas nada é infecundo, seja em que local for: nos terrenos agrícolas, num vaso, num vasilha,
num alegrete, nos pontos mais áridos ou entre as «mestras» das levadas, não lá uma só flor, de soca ou semeadura,
que não germine, que não cresça e que se não debruce na haste ou não se espreguice ao sol. A terra é fértil e os ares
anulam os elementos perniciosos.
Com as rosas da Madeira, poderá bem dar-se o que diz Vieira Natividade: alegram os momentos mais
ditosos da nossa vida ou acompanham-nos, doloridas, nas horas mais pungentes de tristeza e de saudade. Elas são
oriundas de todas as paragens e constituem a mais variegada colecção que jamais vimos, com a maior soma de
aromas. Tanto, que eu ouso perguntar agora, numa retrospectiva e hiperbólica supervisão, se não teria sido aqui, na
Madeira, nestes jardins edénicos- Olimpo milenariamente anterior a Zargo -que Vénus quebrou a ânfora onde trazia
os seus excelsos e divinais perfumes. . .
É ainda na Madeira, cujas estufas pouco possuem de artificial, que o autor da «Jornada a um mundo de
beleza eterna» poderia ratificar a conclusão a que chegou: as orquídeas, com requintada psicologia feminina,
detestam-se mutuamente.
As nossas flores têm encantado o mundo- e hoje ficam já a quatro horas de Lisboa e a sete de Inglaterra.
Caíram sobre D. Carlos e D. Amélia; sobre a figura veneranda e simpática do Presidente Carmona; sobre a excelsa
e branca Imagem de Nossa Senhora da Fátima. Atapetaram molhes de desembarque e ruas, pátios e salões, igrejas e
estradas; e debruçaram-se de prédios e paredes, de mirantes e janelas. De uma vez foram tão abundantes que
levaram um ministro a esta pergunta: Mas haverá ainda mais flores na Madeira ?
No momento em que escrevo, os nossos jardins e os nossos campos são de um encanto sem igual, duma
soberba e opulenta floração. A poucos metros dos meus olhos, as ameixieiras têm qualquer coisa de irreal, sem o
menor espaço de ramo nu, tal a arrumação das flores-flocos de neve que parecem imateriais. E lá para diante,
galgando serras, cortando encostas e ravinas, ficam as cerejeiras, em esmeradas rendas alvinitentes, bagos
compactos de sumaúma a que o sol empresta rutilâncias de inebriamento. Agora, sim, Coelho Neto trocaria o seu
«Jardim das Oliveiras», por este jardim das cerejeiras. . .
É Abril - intenso, pleno, com braçados de perfumes, de cores, de sons... com a orquestração pipilante da
passarada desabrida. Fialho, por esta altura, compunha a sua «Sinfonia da Primavera»-Eu bem na sinto! Eu bem na
sinto!. . . E como ele, reparo no que os melros dizem de alegre e as borboletas viuem de contente. Vou pedir a Axel
Munthe o seu Livro de San Michele, para irmos ouvir nos jardins, nos prados, pelos bosques adiante, o que diz a
melrada em desatino, e ver o que são estas brisas odoríferas, esta música coral das plantas e das flores, das aves e
das borboletas-estas aleluias que os anjos cantam no bico dos passarinhos.
Vasco da Gama teria hesitado entre flores e frutas de conserva quando, ao passar aqui, quis levar algo que
mostrasse ao novo Império da Índia o que eram nas «riquezas de Portugal».
Durante todo o ano se verificam espectáculos surpreendentes- porque as flores são a pintura gárrula da
paisagem. O turista encanta-se com elas: ontem, o Duque de Kent enlevado com um cravo maculado de branco e
roxo; hoje (ao abrir do Ano Santo), Winston Churchill que, ao sair da Madeira, teve de sobrepor a política aos seus
devaneios artísticos, no melhor dos seus sorrisos, beijando um ramo de violetas-Oh, louely !-das mãos duma
senhora. E, ontem ou hoje, se Camões pudesse ver as flores da Madeira, acreditaria terem sido elas que deram cor à
aurora. . .
Foi no meio delas, das flores da minha ilha, que Rinder ensinou Bernard Shaw a dançar; que Anna
Neagle-a magistral intérprete de «Rainha Victória»-depois de reconhecer, contrariando-me, que «até no Paraíso
havia jornalistas», me confidenciou: Um encanto, a maravilha mais linda que tenho visto! E foi nos jardins do Paço
Episcopal que o Dr. Lopes de Melo-o grande orador sagrado companheiro do Padre Cruz - teve esta frase formal:
Conheço um pouco do mundo, mas nada conheço que possa comparar-se a tudo isso; estou cheio de belezas e de
perfumes !
E, agora mesmo, o Dr. António Florillo, meu camarada italiano no jornalismo, vem de escrever: Não me
recordo de ter visto noutro lugar a abundância de flores que existe na Madeira. Depois de um hino aos nossos
panoramas e aos nossos privilégios naturais, acrescenta: Na Madeira, tudo parece saído de um mundo de outros
tempos.
Há um sussurro brando, diáfano, cadenciado, a diluir-se, a extinguir-se... São as flores que conversam com
as abelhas, com as borboletas, com as outras flores. São as vozes delas, enigmáticas, dolentes, na perturbação
tangida dos sinos de Carlos Dickens Um borbulhar de sons imperceptíveis, que os últimos laivos do poente
colorem e enfeitiçam. São as flores quese preparam para o repouso, para o silêncio biblico da noite-para a festa dos
aromas, Há uma madressilva que já impregnou o ar com um cheiro que abala as narinas, de tão inebriante-e já
atraíu uma borboleta nocturna, única confidente dos seus secretos anseios.
Vão entrar na volupia do escuro, na fantasmagoria do negro, na ausência da cor-para, amanha logo ao
romper da alva, acordarem, cheiinhas de sereno, com o chilreio orquestral da passarada novamente em alarido. Que
será o seu sonho no vácuo da noite? Uma jarra de Sévres de senhor feudal? Um colo de Vénus? Um altar de Deus?
Não! Antes a haste, a prisão à vida, à Natureza-quiçá o melhor sonho das flores e dos homens. Nos canteiros da
Madeira, há, sim, daquelas figurinhas de Tanagra, de que nos fala Vieira Natividade. Aqui, não é preciso organizar
-se um certame Internacional, porque todas estão em permanente certame durante todo o ano. Aliás, digam-no os
passarinhos, que na Madeira abundam em volumosissímas vagas, sem que viessem dos trigais da Argentina ou da
América.
As flores da «Pérola do Atlântico» são do seu cartaz histórico, do seu nome no mundo. Raríssimo é o
estrangeiro que as não leva para bordo, quando em trânsito; que as não tem no seu «appartement» do hotel; ou que
as não pede para o navio ou para o avião, quando embarca. De resto, as flores da Madeira são outras cores da
cidade e dos campos numa só Flor do Oceano.
ORGULHO-ME DE SER MADEIRENSE- por tudo que disseram de nós, antigos e modernos. ..-São
torrentes de aleluias, que põem o meu orgulho a pular, a saltar pelos páramos da nossa grandeza - esta árvore com
cinco séculos e meio de existência, ridente ao sol e ao tempo, sempre verde e sempre tenra, que emerge do ventre
do Atlântico para maior glória da Pátria e melhor enlevo dos homens. Caudais de encantamento de que são arautos
os «estranhos» (os de fora); todos dirão o que eu - se o soubesse...-não diria por suspeição. Vou pôr, portanto, o
meu orgulho naqueles que se orgulharam de vir até nós. Mas, de todas as peças que rebusquei para formar este coro
de privilégios com que se dignifica e engrinalda a minha ilha, dispensarei largas referências, e só de passagem -
sem qualquer ordem cronológica, repita-se - citarei nomes doutros séculos, que se dispersam na vasta bibliografia
do arquipélago. Darei relevo a afirmaç6es mais afastadas dos armários do Passado, mais próximas das nossas
últimas gerações, mais contemporâneas e mais jovens. Estou envaidecido com Shelley, com Humbolt, com
Spencer, com Ranken, com Bacon, com Garnier, com Cannipieter.. E gratíssimo ao Rei Fernando da Bulgária, ao
Imperador de Áustria (que na Madeira se exilou e morreu e aqui tem seu túmulo na igreja do Monte); a Marryatt, a
Bilac, a Avezac, ao doutor Assuero... Sei que Shelley, um dos maiores poetas da Europa, cujo cadáver Byron foi
buscar ao Golfo de Spezzia, nos visitou no auge do seu lirismo; que Alexandre Humboldt, sábio e naturalista
alemão, teria sido quem melhor se dedicou, então, as nossas espécies geológicas; que Spencer, o fundador da
filosofia evolucionista, chamou à minha ilha a oitava maravilha do mundo; que Hugnes, um poeta, quere ser o
primeiro a chamá-la Flor do Oceano; que Bacon, « pai da filosofia experimental. e o «enfant gaté de l'Empereur»,
escreveu uma deliciosa epopeia as nossas belezas naturais; que Pascal d'Avezac, geógrafo francês, disse nada
conhecer de mais belo e majestoso; que Frederico Marryatt - um romancista inglês e «o homem mais viajado do
mundo» não conheceu sítio no globo de tanto assombro e deleite; que Olavo Bilac, o «príncipe dos poetas
brasileiros» nos seus ultimos anos, chamou à Madeira o arquipélago dos bemaventurados; disse que toda a ilha era
uma fulguração no banho luminoso da manhã, e que, nela, tudo concorria para dar-lhe um distintivo edénico; que
Roberto Garnier, tempestuoso e trágico como Byron-que também aqui esteve - transformou a sua lira em doces
melodias a esta ilha de Deus; que Assuero, o grande medico espanhol, achou-a o paraiso do mundo, mais bonita
que Nápoles e Capri.…
Para mim, para o meu trabalho e para esta ilha de que me orgulho, para esta «ilha dos Amores», a que se
lhe avantajam quantas Vénus ama; a terra portuguesa desse verdadeiro precursor dos que tem cantado e enaltecido
as maravilhas da Pérola do Oceano; para mim, que não posso compilar tudo que se me depara, vão valer
afirmações que não trazem a naftalina dos arquivos, nem as possíveis deturpações dos historiadores.
E, agora-pondo na pedra cimeira deste livro o meu orgulho de ser madeirense, diga eu como os latinos: .
«Sursum corda !» são cantar-se hosanas à minha ilha da Madeira!
Começo... com um «santo da casa» -o grande jurisconsulto que foi João Augusto Martins, porque a sua
frase lapidar serve de mote aos que lhe seguem:- . . . temos o que quere que seja de vago e confortáuel, das
preciosas telas de Wateau... e dá vida e retevo aos relevos da vida.Bulhão Pato, que por aqui andou «a retoiçar» aos
vinte e aos sessenta e cinco anos, chama a ilha uma Senhora linda, de ricas roupagens, e acrescenta: Especiáculo
paradisíaco ! País privilegiado, não tem no mundo torrão que the dê de rosto.
Júlio Diniz esteve aqui alguns meses- a gosar, despreocupado, o mais surpreendente espectáculo que pode
imaginar-se; a espraiar a vista pelos formosissimos vales que vão descobrindo o seio fecundissimo aos olhos
marauilhados. Emudecido com a magia que o cercava, inspirou-se a tal ponto que aqui escreveu «Os Fidalgos da
Casa Mourisca».
A um homem público como D. António da Costa, autor da «História do Marechal Saldanha» e nosso
primeiro ministro da Instrucão-na Madeira tudo faltou de amor e tudo era formoso!
Latino Coelho traduz de um navegante austríaco.: . . .a vida da Natureza aparece em tão rica variedade e
formosura, que a mais creadora fantasia nada pode conceber de mais amorável e encantador.
Teixeira Gomes, que foi nosso Presidente da República, e escritor de renome, teve esta interrogação Pois
haverá no mundo paisagem mais aliciadora do que esta que eu disfruto? E Brito Camacho (escrevendo talvez, com
a pena ao contrário ... ), tem esta frase: Sinto o deslumbramento dum panorama sem rival, o encanto duma bela que
os mais delicados, os mais impressionantes e amoráveis paisagistas em todos os tempos houvessem feito em
colaboração.
António José de Almeida-outro Chefe de Estado, declarou: A Madeira é um retalho do Paraíso colocado
neste ponto do globo; é obra da Natureza, obra de Deus!
O Presidente Carmona escreveu: Saio da Madeira maravilhado. Nunca poderei esquecer a magnificencia da
paisagem e as qualidades primorosas do seu povo. Logo à chegada, no cais, ao atravessar o tapete de pétalas
garridas, teve esta exclamação: Isto não é uma terra; é um sonho!
Com a vista a «falhar-lhe e a perturbar-se, o cheiro a entontecê-lo», Raul Brandão, enlevado, escreve: Tudo isto vai
do cinzento ao doirado, do doirado ao azul indigo -e a montanha a escorrer azul e verde. . .
Agora, o romancista de «Miss Século XX», Sousa Costa: Os meus olhos fixam-se, sem pestanejar,
recolhidos na contemplação do inesperado espectáculo - tão formoso, louvado Deus! que folheando os mil
canhenhos da memoria não encontro outro a que o compare. Percorre a ilha, magestosamente bela, e conclue:
Enquanto os nossos «parvenus» diluem a sua insignificância nas terras estrangeiras, as pessoas estrangeiras de bom
gosto vem alegrar os olhos e retemperar os nervos nesta maravilhosa estância de Portugal.
Remonto um pouco a outras gerações e oiço o inegualável anotador da Guerra Peninsular, Adolfo
Loureiro: Sem rival na terra, jamais se apagou da mente de quem uma vez poude apreciar os seus encantos, a
recordaçdo daquele verdadeiro paraiso terreal.
Travassos Valdez exige reivindicta para seu pai, o conde de Bonfim: foi quem primeiro denominou a
Madeira de Flor do Oceano, estas marauilhas que não são uma realidade mas um sonho de ficção de poetas,
arrebatador, como se contemplassemos uma região fabulosa.
Paulo Mantegazza, que três vezes passou aqui, diz ter ouvido dos viajantes que todos desejariam ter uma
casinha neste paraiso. O notável romancista italiano escreveu no Funchal. Uma pagina de Amor-Um dia na
Madeira .
Von Blomberg, que aqui esteve a bordo do iate do chanceler do Reich, disse aos jornalistas: Prefiro ver do
que falar; quando os olhos se extasiam de beleza, a voz sufoca-se, e tartamudeia. . .
E Italo Balbo, Marechal do Ar da Itália, confessa a sua surpresa: Nem sei bem onde caí... No Paraíso? No
Olimpo? Seja como for, estou numa ilha que me perturba, por demasiada singularidade de encantos.
Depois. . . as « estrelas . da Cinelândia: Bety Balfour, ali, na Quinta dos Cedros, zangada por haver-lhe
desvendado o incógnito: Devo confessar que estou num lugar que a minha palavra não define. Lindo? Belo?... Um
lugar unico! Dolores del Rio esquiva-se, sorri, aponta Cedric Gibson, seu marido, magnate da «Metro»-mas não
resiste: Estou perdida de encantamentos. E olho que conheço muitas terras lindas!... Jean Murat, com Wina
Winfried e uma equipa numerosa, desembarca de bordo do «Pádua», onde Pierre Chenal filmava «Les ammotinées
de l'Elseneur».Vinham apenas «pôr pé em terra», mas «amotinaram-se» a tal ponto com os encantos que se lhe
depararam, que ficaram para o dia seguinte. O grande galã francês dizia-me, nos varandins do !Reid's Hotel»: isto
é de uma beleza enigmafica, elegiaca, acima do natural!
Pouco depois, a caminho da Argentina, Marahon-sábio catedratico e fundador da República Espanhola -
olhava o Funchal da vigia do seu camarote e, sem responder às minhas perguntas de ordem polltica, comentava:
Soberbo! É um postal, uma tela única. . . pintada por Deus ! de matas, engrinaldado de flores; ondina encerrada
numa câmara de núvens- escreve Oliveira Martins.
Henrique Galvão escalou a Madeira diversas vezes nas suas jornadas para o Continente Africano. Ao fim
de uma delas, enraizadas as suas impressões, a natureza havia-o seduzido. Tudo conservava um ar festivo, alegre...
alegria feita de todas as alegrias, a alegria interior do êxtase, e a alegria movimentada da festa. Também Júlio Diniz
já o notara: Tudo tem um ar de festa e de alegria.
De uma vez, disse-me Kostrukoff, maestro de «Os Cossacos do Don»:esta beleza magnificente, que
deleita, e suavisa, e embriaga. ilha pequenina, onde a população é uma família, a família um aconchego, o
aconchego um altar.
E Nicolau Gnibeda, seu mais directo tradutor, acrescentou: A Madeira encantou-nos, para sempre, para
regalo do espirito, para encanto dos olhos, posso dizer-lhe que nada há melhor no mundo.
Sim ! Tudo que se diz deve corresponder a uma verdade insofismável. Quero concordar que tanto louvor e
tanta mística de encantamento não são meras formas literárias, meros arroubos de poetas e de estilistas. Ouço agora
Vieira Natividade: Na Madeira a Natureza abusou em demasia do sublime e o homem excede o próprio homem.
Não há nada que não seja magnífico, imponente, deslumbrador. O autor de tantíssimos trabalhos científicos
também se enamora da ilha, também se extasia por ela, a ponto de concluir que seria um contra-senso cantar-se o
fado na Madeira, onde o ambiente só admite hinos triunfais e cânticos heroicos.
Ferreira de Castro-o mais famoso romancista português da actualidade- embrenha-se de tal modo na
minha ilha, onde passou uma temporada, que nela coloca toda a acção do romance «Eternidade» e a ela torna cheia
de encantos em . Pequenos mundos, velhas civilizações .
Camilo tem aqui o seu « Eusébio Macário», o entrecho de «O Santo da Montanha» e larga referência no
«Regicida ».
Arnaldo Gama desenvolve na Madeira «A Caldeira de Pero Botelho». Bocage sem para ca viver, aqui se
consorcia e aqui deixa descendentes. E o Épico, segundo Teófilo Braga, teve também aqui alguns parentes.
Da nossa hospitalidade escreve ainda. noutro lado, Julio Diniz. Se os doces afectos da familia, se os
carinhos duma esposa, duma mãe ou duma filha se podem substituir no mundo, é aqui a terra para tentar a
experiencia.
E Henrique Galvão diz tambem. A hospitalidade dos madeirenses é a expressão dum sentimento e a força
dum hábito. São duma amabilidade fidalga, que não precisa dobrar a coluna vertebral para se nos meter no coração.
Simpaticos e dignos, na medida exacta em que se honram os que oferecem e os que recebem.
Vou rematar todo este côro de hosanas a minha ilha com dois poetas-um que por ca andou em busca de
saude; outro, que por aqui se perdeu doido de beleza.
António Nobre, depois de procurar alívio por terras de Espanha, da Suissa, da França, da América ... e por
recomendáveis regiões de Portugal, viveu dezoito meses na Madeira. Porque só podia cantar os seus sofrimentos,
não poude cantar a ilha nas suas maravilhas. Mais fraterno, mais íntimo, mais aconchegado ao povo- a sua criada
Catarina, ao velho da rede, Aquela Riquinha que era a «flor mais bela do jardim desta ilha» e que Fora outrora,
talvez, filha dc Cristo, Se Cristo houvesse tido alguma filha, e aquelas outras raparigas de quem disse: Fica-se
doido, vendo-se a primeira, Doido se fica se se vem as mais, o grande mártir do «Só» não meditou sobre a
paisagem, porque a sua meditação era angustiosamente subjectiva. Sede de imensa luz como a dos pára-raios,
segundo gravou no tronco duma nespereira hirta e antiga. Encantado com a nossa hospitalidade, no meio da «fina
flor» que então com ele se reunia para ouvi-lo dizer versos de Antero, não esqueceu, depois, a sua gratidão, que
sintetisou nestas palavras: As senhoras do Funchal tem sido amabilissimas para comigo: manda-me «beeftee », «
custard», vinho velho, geleia, etc.. Nós, por nossa vez, não o esquecemos-e ali esta, no Largo que tem o seu nome,
o seu busto de sorriso triste e sofredor.
Mas. . . toda a medalha tem anverso e reverso. Veja-se agora este contraste. Outro poeta, que por aqui
andou pulando de contente, doido de alegria, no desvario da beleza, como um fauno a incendiar o bosque com
estrofes dantescas e mágicas -esse irrequieto, esse traquina poeta dos infinitos que é Miguel Trigueiros.
Socorro! Que isto e belo demais!
Calcurreando ruas e montes por esta ilha do outro mundo, por este corpo de paisagens impossíveis, tem
este frenesi.
Apre! Que ser feliz dói a valer!
E esperneia, e barafusta, porque a beleza entrou-lhe na medula e anda a comichar-lhe o sangue, e vá de interrogar a
própria ilha:
De que estranhas miragens nasces tu? Inconformado, nesta alucinação de encantos sucessivos, tenta uma
compreensão: Isto aqui não é a Natureza! É outro Espaço, é outro mundo, é outro Sonho!
E a ideia tolda-se-lhe no espirito, toma ascensões siderais:
Olá, bom Deus, não há que duvidar: Cristalizou aqui o Teu olhar!
Por fim, exausto de sublimidades, cansado do Belo, conclue: Não se comparam formas com milagres! E
ao pé deste milagre, é tudo pequenino!
Na feitura deste capítulo fui o primeiro a não saber urdir as imagens e a não conseguir frases de
concordancia que se ajustassem ao seu relevo com algum relevo, também. Piquei-me diante delas atónito,
Fiquei-me diante delas atónito, sem discernir as de maior elevação, e acabei por pensar que esta minha
ilha da Madeira deixara de ser minha, por se me mostrar na posse embevecida dos outros. Ao cabo, logrei encantar-
me com os encantos estranhos.
Experimentei sensações diferentes, até a de julgar, perante as estrofes dos poetas, que não possuía já, na
minha ilha, qualquer direito de propriedade... E vá de sentir saudades, essas mesmas que só se matam quando
começam a nascer.
Stefan Zweig diria: tem tal tamanho esta Beleza que eu, diante dela, prosto-me como um covarde!
E eu, se fosse poeta, ou filósofo, pensaria: pouco importa morrer; o que é preciso é que isso não suceda
antes de conhecer-se a Madeira.
(...)

[Eduardo Numes, Porque me Orgulho de Ser Madeirense, Funchal, 1956, pp.57-98]

MARIA LAMAS[1956]

HOUVE tempo em que a floresta revestia densamente as montanhas e descia, frondosa, até mergulhar as
suas raízes no próprio calhau da beira-mar. Assim descreve Gaspar Frutuoso aquela ilha a que o dito capitão
(Gonçalves Zarco) pôs o nome de MADEIRA, por causa do muito, espesso e grande arvoredo de que era coberta".
Diz a tradição e confirmam-no os cronistas da época, entre os quais o autor das Saudades da Terra. que, não
podendo domar as alterosas ondas de verdura que se lhe opunham à abertura de caminhos e ao cultivo do solo,
depois de ter vencido as do temeroso Oceano, mandou Zarco atear um fogo que, durante sete anos, ardeu em
diversos pontos da ilha, sem conseguir devastar completamente a sua pujante vegetação. Segundo Azurara, era tal a
abundância de madeiras, formosas e rijas, na região de Machico, que, vinte anos depois da descoberta, o Infante as
fazia transportar em grande quantidade para o Reino. mandando construir com elas os primeiros navios de gávea e
castelo de avante e introduzindo importantes mudanças na arquitectura, assim como no sistema de edificações
urbanas usado até então.
Onde estão os vestígios dessas matas exuberantes que o fogo não chegaria a destruir? Que visões nos
oferecem hoje as serranias madeirenses, para alem das montanhas que enfrentam o Atlântico Como será a ilha que
se não avista do mar

RABAÇAL

A fama do lugar e o próprio caminho preparam-nos para qualquer coisa excepcional. Mas quem espera
beleza vulgar de cartaz turístico. pitoresca e colorida, terá uma decepção. O Rabaçal foge ao comum dos
panoramas afamados: nem vastidões incomensuráveis, nem sítios românticos onde apeteça ficar. Porém, quem lá
for, nunca mais se esquecerá daquelas paragens. Há uma estrada que vem da Calheta e nos leva até à casa-abrigo da
Junta Geral. Mas tenta-me o antigo trilho, que dizem ser longo, áspero, e vai subindo pelo lado de cá, noutro flanco
da montanha, ate embocar no Furado. Por ali seguiam, antes de se abrir a estrada, tanto vilões como
excursionistas—e não pode considerar-se aventura de somenos uma excursão ao Rabaçal, no tempo em que o meio
de transporte em tais caminhos era a rede e se tornava inevitável pernoitar num tosco abrigo em plena serrania.
Actualmente, esse primitivo itinerário é seguido apenas pelos camponeses, mas oferece maior interesse a quem
quiser fazer ideia do que seja um furado" madeirense e, sobretudo, a quem desejar conhecer todos os caminhos dos
homens.
Lombo do Doutor, um pouco acima da Calheta Aqui vivem o Alhinho e a senhora Maria, que me
acompanharão no velho percurso, espantados de que optasse por ele, tal como o conhecem, ermo e fatigante,
mesmo para quem lhe está afeito, quanto mais para quem vem da cidade.
A habitação deste casal de vilões remediados, já com filhos casados e emigrados na Venezuela, é das
melhores do sítio: dois pisos, paredes caiadas e coberta de telha. Interiormente, um característico desconforto,
apesar do gosto da mulher, generalizado em toda a ilha, em alindar com bordados e rendas o seu bragal, por
modestíssimo que seja. Não se trata duma excepção: para o camponês madeirense a preocupação absorvente é que
o milho não falte e a terra não descanse—tudo o mais será como for .
Os utensílios da lavoura, mais o pote da graxa" (assim chamam, na região, à banha de porco com que
temperam a sopa de verduras e o milho) mais um molho de cebolas, o lampião e o moinho caseiro, um banco
desmantelado, cestos de feijão, pilhas de batata doce e de semilha, ainda muitos outros objectos, variadíssimos—
tudo se amontoa, em desordem, na casa de entrada, atravancando a pequena divisão, térrea e escura. O reboco e a
cal não passaram do lado de fora., . A comunicação com o primeiro andar faz-se por uma abertura no tecto, até
onde se sobe por uma escada rudimentar, sem corrimão. Lá em cima, no quarto, a cama de ferro tem almofadões
brancos, bordados, e no pequeno lavatório há uma toalha cuidadosamente dobrada—tudo assim hospitaleiramente
preparado em minha honra. Também as janelas ostentam o luxo de cortinas de croché. Nas paredes, oleografias
baratas, com assuntos religiosos. Sobre a cómoda, um Menino Jesus e uma jarra com flores de papel.
Este é, mais ou menos, o interior típico duma moradia rural considerada média na escala de categorias que
os próprios camponeses estabelecem entre Si.
A família come na cozinha—uma construção à parte, acanhada, escurecida pelo fumo, mal provida e sem
alinho. Mas não foi lá que almoçamos. Para a nossa refeição a mesa foi posta cá fora, sob a latada: toalha
desencardida e manjares que a terra dá. Como sobremesa saboreei as bêberas' fresquinhas e apetitosas, colhidas de
manhã numa figueira da fazenda e servidas em gamelinha airosa. É mais de meio dia. O tempo entrovisca-se... Mas
isso é corrente e não assusta ninguém. Voltamos costas ao mar e partimos, finalmente, a caminho do Rabaçal.
A ladeira é íngreme. No alto, a vereda que seguimos deixa de ser caminho entre pinhais, para flanquear
penedias, sobranceiras a abismos, sem guarda nem qualquer ponto de apoio. Só contamos com o bordão, no caso de
vertigem ou de um pé resvalar. Vou tentando regular o meu passo pelo dos meus companheiros, sem o conseguir.
Têm eles que moderar o andamento, para que eu não fique, sòzinha, para trás.
O homem fala... Discorre sobre o seu viver arrastado, num tom insatisfeito mas sem lamúria. Pelo
contrário, tem na voz e no olhar uma expressão de argúcia e uma vivacidade comunicativa que não condizem com
a máscara vincada e o seu todo de homem idoso e gasto.
Compreendi então a diferença da impressão que em mim causaram estas duas maravilhas da Madeira: as
Vinte e Cinco Fontes, espectáculo surpreendente, raro e belo, duma beleza um tanto romântica; o Risco, uma
grandeza imponente e esmagadora.
Se alguém teve a veleidade de macular o cenário magestoso do Risco, deixando o sinal da sua passagem,
não dei por isso, tanta é a desproporção de um traço frívolo, em relação àquela mole de basalto, gigantesca e
dramática. Ali, a rocha e a água confundem-se numa expressão de força invencível.
No regresso, para encurtar distância, seguimos o itinerário dos carregadores de feiteiras, que nos fora
indicado pelo guarda Manuel: subir um monte, à esquerda: descê-lo depois pela outra encosta. Lá viemos,
conforme foi possível. Trepamos de gatas, que o terreno era movediço, e valeram-nos troncos e arbustos a que
deitávamos a mão. O Alhinho, conquanto experimentado nestas subidas e descidas acrobáticas, não fez neste passo
brilhante figura... Ganhamos meia hora, mas estivemos na iminência de descer. bom grado, mau grado, muito mais
do que convinha...
Manhã inesquecível, mais intensa na sua brevidade que dias, semanas e até anos de viver asfixiado,
convencional, apático. Há uma espécie de avidez no meu desejo de fixar tudo: cor, relevo, configuração do
conjunto, pormenores de luz e até o que só é possível pressentir. A natureza, exuberante de viço e força, tem nesta
hora calma uma expressão estática de mundo vegetal inviolado. Mas toda a sua grandeza e esplendor não anulam o
sinal do homem e da sua luta na caminhada penosa e lenta para o futuro. Perante as serras do Rabaçal, recobertas
de arvoredo multicentenário e fertilizadas por mananciais assombrosos, envolvo os pioneiros que primeiro aqui
chegaram e planearam o aproveitamento dos caudais que se precipitam de alturas perpendiculares, abismando-se
em funduras insondáveis e correndo, até então, desaproveitados para o mar. Ali estão as levadas, os aquedutos e os
túneis a testemunhar o titânico labor. O plano realizado ultrapassa a evolução do homem que o executou com o seu
braço, dando-lhe, não raro, a própria vida, o homem que circula hoje, igual ao que era ontem, por estes lugares—lá
vão na sua faina quotidiana os carregadores de «feiteira». Mas a obra prevalece nos seus benefícios gerais e como
índice do combate instintivo, sem tréguas, da Humanidade, contra o que se opõe ao direito de viver e progredir.
Penso isto, numa convicção e num apelo, ao contemplar a serrania imensa, de que me aparto com pena. E a
montanha, e a floresta, e a água, respondem-me: descubro uma força maior nos meus passos, no meu olhar e na
minha atenção, como se um sopro de vida renovada ateasse a minha chama interior e despertasse energias que, sem
eu saber, estavam em mim, ainda intactas. Revigora-se a minha confiança. E a certeza de que o destino do Homem
se cumprirá em conquistas maravilhosas, pelo esforço, pela firmeza, pela consciência da dignidade humana e pelo
sentido fraterno da Vida, faz circular mais ardentemente o sangue nas minhas veias.

CALDEIRAO VERDE

O encantamento começa logo que chegamos a Santana. Primeiro, as veredas românticas, com altas sebes
de buxo e «novelosa azuis, fazem-nos pensar que estamos num parque maravilhoso. Flores e mais flores por toda a
parte ! Ouve-se a voz da água, ora em surdina, como um murmúrio, quanto ela vai serena por entre musgos e fetos,
ora mais barulhenta, quando vem descendo íngreme ladeira ou cai de alto, fazendo rodar uma azenha. E tem-se
uma sensação suave, repousante.
As montanhas lá estão ao fundo, com o seu dorso caprichoso e dominador. São as mesmas que durante a
travessia da ilha, do Sul para o Norte—duas horas de automóvel, pelo menos—me encheram de pasmo. Mas
Santana espraia-se com desafogo até à costa e, daquele lado, nenhum gigante se ergue a esconder o mar.
O mar... Quando, passada a Penha de Águia, a estrada recomeçou a subir e ele surgiu de novo, os meus
olhos deslumbraram-se com a visão longínqua da ilha de Porto Santo—uma silhueta azulada, quase irreal, erguida
na claridade do horizonte sem fim. Momento de euforia ! Como é bom viver! Na luz do dia glorioso, o mar
refulgia, o recorte dos picos no céu puríssimo deixou de ser agressivo, os verdes que matizam a terra realçavam
em tonalidades que nenhuma paleta pode reproduzir.
Ao fazer o reconhecimento da terra, no litoral e no interior, o capitão Zarco «mandou entrar gente por
entre o arvoredo e pela ribeira acima, o que eles fizeram sem acharem coisa viva, senão aves de diversas maneiras,
que tomavam às mãos porque não eram acostumadas a ver gentea—assim diz a tradição oral e escreveu Gaspar
Frutuoso em Saudades da Terra. O mesmo testemunham, entre outros, Diogo Gomes e Luís de Cadamosto, em
crónicas e narrativas de viagens datadas do século XV. Cita Cadamosto em especial "pavões selváticos e, entre
eles, alguns brancos", assim como grande quantidade de pombos.
Tantas eram as aves de várias espécies que os primeiros povoadores da Madeira, à falta doutra carne,
delas se alimentavam com abundância. Aqui findou a confiante liberdade dos alados habitantes das matas da ilha;
aqui principiaram eles a saber que coisa era o homem e a temer toda a forma estranha que se lhes aproximava. Os
pombos foram os mais perseguidos e sacrificados, pelo seu maior tamanho e pelo saborosíssimo manjar que
constituíam.
Era rudimentar o sistema de caçar os pombos, e foi infalível enquanto as vítimas se não aperceberam dos
seus efeitos: com um laço habilidosamente preparado e suspenso da extremidade duma vara fininha ou duma cana,
prendia-se o animal pelo pescoço, puxando-o depois ràpidamente para o chão; como ele se não assustava ao ver o
traiçoeiro engenho, tornava-se facílimo levar a bom termo o ardil. A devastação foi enorme, quase total, enquanto
não vieram do reino outras aves e animais domésticos, além de diversas espécies de gado, para se reproduzirem
aqui e abastecerem o arquipélago.
Entre as aves que o Infante enviou «para lançar na terra a vinha o faisão, que se adaptou perfeitamente às
florestas virgens da ilha, onde viveu em liberdade e se reproduziu enquanto ali o deixaram tranquilo. Tão
numerosos se tornaram que, no princípio do século XVII, ainda a caça aos faisões, bem como aos pavões, era livre
na Madeira Depois, uns e outros foram escasseando, em consequência das frequentes montarias, que tanto
apraziam à nobreza. Quanto aos faisões, eram também dizimados por uma terrível caçadora—a manta, a maior
ave da fauna madeirense, que continua a ser inimiga mortal dos coelhos, perdizes, codornizes e de todos os
pássaros que a sua voracidade cobice. Aves aristocratas, o pavão e o faisão evocam, nesta ilha, tempos antigos de
esplendores e privilégios, coutadas e arte de montear, donatários e fidalgos. Hoje, apesar de várias tentativas para
repovoar de pavões e faisões as serras madeirenses, não se conseguiu ainda qualquer resultado apreciável.
Pelo que respeita aos pombos, além daqueles que têm os seus pombais em vivendas ricas e pobres, na
cidade e no campo, como companheiros muito apreciados da vida familiar, em toda a ilha, outras espécies
existem, em estado bravio, descendentes directas dos que os povoadores aqui encontraram. Deixaram, porém, de
ser confiantes: defendem-se astuciosamente de quem invade os seus domínios, longe dos sítios habitados.
O «pombo negro da serras vive na solidão das montanhas e faz ninho nos recôncavos naturais de penedias
escarpadas, onde é tão difícil quanto arriscado chegar. Mas desce aos vales, quando chegam os frios mais
rigorosos. Ali o persegue o homem, porque a sua carne continua a ser tão saborosa como outrora. . . Não contente
em fugir-lhe, quando o apercebe, o pombo negro da serra,> denuncia o caçador agitando as asas de forma especial,
para que os companheiros se afastem daquele lugar e não voltem lá naquele dia, pelo menos.
A «pomba brava"—assim chama o povo ao «pombo da rocha— vive exclusivamente nos rochedos, quer
do litoral, quer do interior. Por toda a ilha há pombas bravas". que deram o nome a numerosos sítios. Por exemplo:
os Pombais de Porto do Moniz.
O "pombo galego"—bastante raro— encontra-se nas regiões mais montanhosas do interior, mas nidifica
nas árvores. O seu voo é sempre alto e tão desconfiado se mostra que se torna dificílimo caçá-lo.
Os pombos têm direito a esta citação, por haverem sido, muito antes dos homens, os primeiros senhores da
ilha—sem falar agora na chacina que ameaçou exterminar-lhes a espécie em benefício dos usurpadores. Mas tudo
isto vem a propósito do bisbis que não chegou a saber se devia ou não confiar em mim...
O ilhéu que me acompanha contesta a minha opinião, quanto à falta de pássaros nas matas madeirenses.
Pelo contrario, ele afirma que há muitos e que, se os não tenho visto, é talvez por me absorver especialmente na
contemplação da paisagem. Como caçador emérito, que é, conhece a palmos os campos e serranias da sua ilha, até
aos menos acessíveis recessos. E não se cansa de louvar a variedade e encanto das aves que alegram este pequeno
mundo insular. Não é apenas o bisbis—na realidade o único pássaro da ilha que lhe é peculiar: é o tentilhão, que
chega a conviver sem reservas com o homem; é a toutinegra, com o seu canto vibrante e variado: é o papinho—o
rouxinol da Madeira—a cantar ao desafio com outros irmãos que lhe respondem de longe, em trinados maviosos
que enchem de alegria o alvorecer e põem suave nostalgia no entardecer campestre; é o pintassilgo, esperto e
habilidoso, todo pintalgado de cores vivas; é o melro preto,—o grande madrugador !—que acorda o próprio dia
com os seus assobios prolongados. É o canário da terra, que dá os seus concertos onde quer que uma árvore lhe
ofereça poleiro aprazível, seja nas serras, seja na cidade, e continua ainda a cantar por detrás das grades da gaiola, à
janela da casinha mais modesta, à porta duma barraca ou em balcão requintadamente florido—o canario
madeirense que tem fama em terras estrangeiras e para lá vai exportado em grande quantidade; é a lavandeira,
saltitante, airosa e utilíssima caçadora de insectos; é o correcaminho, com a sua lenda bíblica, amante de terras
áridas e acompanhante fiel dos que por ali passam; é também o pardal, indesejável onde houver sementeiras e
searas, sempre glutão, mau camarada e granizador —e mais e mais . . .
Não são ùnicamente as espécies e sub-espécies indígenas, são também outras, trazidas pelos povoadores, e
ainda as «visitantes regulares ou acidentais, pois que passam aqui muitas aves de arribação, na sua viagem para
outros continentes.
ENGENHOS E SERRAS D E ÁGUA—O aproveitamento da força motriz das ribeiras para serrar a
madeira de que a ilha era riquíssima, em quantidade, qualidade e variedades, foi uma das primeiras iniciativas dos
colonizadores. Só assim conseguiram desenvolver o aproveitamento e exportação de tão valiosa mercadoria que o
solo fertilíssimo lhes oferecia.
«Serras de água" se chamavam esses engenhos construidos nas margens das mais caudalosas ribeiras, em
vários pontos da ilha Eram dum grande primitivismo, mas ainda assim utilíssimos e de grande rendimento. O
Infante D. Henrique, na carta de doação da «minha ilha da Madeira» a João Gonçalves Zarco, datada de 1 de
Novembro de 1450, claramente especifica o direito que lhe concede de reservar para si, não só «todos os moinhos
de pão que houver na parte da dita ilha de que lhe dou o encargo», de maneira que mais ninguém ali pudesse fazer
moinho senão ele ou quem lhe aprouvera, como acrescenta: Outrossim me apraz que haja (ele, João Gonçalves ) de
todas as guerras de água que aí fizerem de cada uma um marco de prata em cada ano ou o seu certo valor ou duas
tábuas cada semana das que costumarem serrar nas serras, segundo pagam todas as outras coisas o que serrar a dita
serra e isto haja também o dito João de qualquer engenho que se aí fizer, tirando viveiros de serrarias e outros
metais».
Não tardaram a multiplicar-se as «serras de água», em todo o território da capitania doada a Gonçalves
Zarco. O mesmo sucedeu na capitania que coube a Tristão Teixeira e que abrangia a parte oriental da ilha. Não se
encontra na sua carta de doação qualquer referência a serras de água, mas Gaspar Frutuoso diz, em Saudades da
Terra. que havia nas freguesias do Seixal, Boaventura, Santana, Faial e Machico, todas pertencentes a essa
capitania, sítios com aquele nome.
Grande vantagem traziam estes engenhos, pois o seu funcionamento era simples e requeria pouco pessoal:
o serrador, que o punha em movimento com um pé, e os seus ajudantes, que lhe iam chegando os troncos para
serrar. Dali saiam as tábuas para as caixas onde se exportava o açúcar, em quantidade sempre crescente, além de
todas as outras, de diversas grossuras e tamanhos, destinadas ao fabrico de móveis e construção de casas e
embarcações, na ilha e fora dela.
A «serra de água" de maior fama e uma das mais antigas, pois já existia em 1440— antes da doação da
capitania a Gonçalves Zarco ficava no interior da ilha, na freguesia da Ribeira Brava. Tal importância assumiu, que
deu o nome a uma nova freguesia, criada em 1676. Outras são mencionadas em documentos antigos, sobretudo as
do Norte, que era onde mais havia.
Estes engenhos movidos a água não se destinavam exclusivamente a serração de madeiras. Muitos eram
utilizados para fabricar açúcar. Uma carta de mercê, datada de 1492, menciona uma «serra de água», pertencente a
«um cerrado de canaviais», na Ribeira de Santa Luzia, cerca do Funchal.
O trabalho das «serras de água» era feito, na maior parte, por escravos. Ao falar da introdução destes
engenhos em S. Miguel (Açores), Gaspar Frutuoso alude a um proprietário de Ponta Delgada que comprou umas
«boas casas sobre a Ribeira, junto da ponte, onde mandou fazer um engenho de «serra de água», como os da ilha da
Madeira com seus escravos e um João Lourenço, seu criado, que era o mestre do dito engenho e endereçava os
escravos.
AZENHAS—Outros engenhos foram montados nas margens das ribeiras, desde o tempo dos primeiros
Donatários da ilha: as azenhas. Nelas se moía, pelo rudimentar processo de duas grandes pedras circulares—as mós
do trigo e o milho que a terra ia produzindo. O sistema era o mesmo do Reino e ainda hoje usado pelas populações
rurais mais atrasadas.
Tal como as «serras de água" e os engenhos de açúcar, as azenhas davam grande proveito aos Donatários,
que tinham o direito da sua exclusiva exploração, cobrando determinada maquia pela moenda. Muitos camponeses
eximiam-se a esse encargo moendo os cereais num pequeno moinho manual. Esse trabalho estava e está a cargo
das mulheres, pois ainda hoje persiste em várias freguesias da ilha.
Engenhos, «serras de água" e azenhas deram às margens das ribeiras um ambiente de actividade humana
que se ia intensificando à medida que o povoamento progredia e o aproveitamento das madeiras e da terra, pela
agricultura, se ia desenvolvendo. Era sobretudo, e nalguns sítios exclusivamente, na Primavera, que essa actividade
existia. Então a vida animava-se de novas expressões, nesses lugares que só conheciam a magestade das montanhas
e, conforme as Estações, a alegria e os ímpetos da água. Muitas vezes os temporais e as enxurradas destruiam—
como ainda hoje todo o trabalho do homem e o próprio homem. Mas tudo recomeçava, persistentemente,
corajosamente, mal a tormenta passava e o renovo palpitava nas seivas vegetais e no coração humano.
Foi das margens das ribeiras que partiu o primeiro impulso à economia da ilha: pelas regas, embora
limitadas aos palmos de terreno que lhes ficavam perto, em plano acessível; pela serração das madeiras, pelo
fabrico de açúcar e pela moenda de cereais.

[Maria Lamas, Arquipélago da Madeira Maravilha Atlântica, Funchal, 1956, pp.25-26, 47-49, 56-59, 100-102]

HORÁCIO BENTO DE GOUVEIA [1966 E 1970]

Ruralismo O Mundo começou assim

Na ausência do homem, o mundo não era mundo. Sem haver quem percepcionasse esta criação de mar e
terra, nem o espaço nem o tempo teriam existência. A vida em plano inferior, sem atitude pensante, ignorava o
mundo. E o vazio, o nada, seria uma realidade que, afinal, não era. Não a observavam os olhos conscientes. E um
mundo inútil rodava no espaço, no silêncio da noite e do dia, à espera da aparição humana e ela surge. O mundo
começa.
Devia de ser assim. A imagem de tarde de Inverno nos confins da freguesia revelava o cenário físico do
mundo quando principiou a ser E o tempo entra de marcar no contingente e no perecível o determinismo de tudo
que está a ele sujeito.
Mas o homem ergue, irresoluto, a face, em tomo. Devia de ser assim. Lutavam com ele os elementos.
Assombrado, esgazeava os olhos em volta, mas não meditava porque a natureza era sobranceira à sua pequenez e o
deprimia.
Quando começou de pensar no destino da vida, tinham volvido anos sobre anos.
Na riba penugenta de ervinhas maceradas do chicote do vento, amontoavam-se pedras. E, lá em baixo, ao
fundo, o mar rebramia acometendo as rochas. E a urrada das ondas espedaçando-se era sensação pertinaz dentro do
ouvido. O mato de bardo resguardava as cercas das vinhas, e os tufões, ululantes, vergavam o tapume de urze. Um
cheiro adstringente a maresia penetrava em todo o corpo.
Agora, vindo do largo, da superfície aborregada e movediça das águas, uma cortina de névoa desfaz-se em
chuva e, outra, compacta sobe a montanha
Nem vivalma Este carreiro que não chegou a ser aberto no alto da riba é Pouco batido pelo caminhante.
Mas conhece-se.
Fica entre a cabelugem da erva amarelida sinuoso, quase sumido, vestígio remanescente de passadas
humanas, que de longe em longe houvessem trilhado a beiça escalavrada da penedia.
O ambiente esporeia a reflexão. Começou o mundo, que teve um principio ao haver existência, tal o do
homem ao estarrecer-se com o espectáculo que deparou, da montanha e da árvore, da chuva e do vento. Ali o vejo,
naquela fazendola os pés descalços metidos na terra a enxada a levantar-se e a baixar-se, os regos a encherem-se de
água. Arregaçadas as mangas da camisa, a chuva a escorrer pelo rosto encorreado, tisnado e curtido da intempérie
das estações, retrata-se nele o tipo físico da raça mediterrânea, produto de uma educação de carácter espartano,
primitivesca; é bem o homem que arremete com a natureza, sentindo-lhe o peso, com todo seu gravame.
Cérebro com a centelha da razão, a ideia fixa do utilitário dorme com ele, mas de um utilitário avesso a
pretensões que não sejam as concernentes ao seu mundo familiar.
Regresso à vida que coça. Deixo-me imergir na simpleza rústica de um tempo que já foi. O espírito
retrocede.
O mundo está ali figurativo, na imagem do homem a cavar a terra absorvido na esperança da semente que
há-de germinar e produzir colheita pingue.
Que lhe importa outra ideia metafísica que não a de Deus!
Nunca ouvia falar, com certeza, das obras de pensamento de Santo Agostinho. E para qué? As de que
vivem seus sentidos e que constituem a realidade vegetativa, sem as quais a vida não teria o significado do múltiplo
que se vai desdobrando em gerações sobre gerações, são do alvorecer do mundo porque sem elas o mundo nunca
fora
E no semblante se reflecte o estigma do pecado, depois que Jeová assim falou ao seu antepassado
primeiro: - "Comerás o pão com o suor de teu rosto, até que tomes à ferra de que foste feito."
Prevalecendo-se de uma experiência de hábitos ancestrais, o homem que ali revolve o solo participa de
quadro bíblico.
Agoniza a tarde. Esbracejam os galhos cadaverosos de uma figueira que há-de ressuscitar quando o vento
norte for mais macio.
Para trás ficaram os confins da freguesia, os confins do mundo.
O mar não se calou. Sente-se uma zoada que vem de um tempo em que não havia tempo.
Este caminho resvaladiço do lagedo, está metido entre muros de rocha arrumada a esmo, o qual a geração
dos colonos de Afonso de Sanha teria dado a forma que permanece ainda nas curvas encolhidas; as paredes
flaqueando as quais, de altura de metro numa parte e para além da medida, em outro, quase se tocam, de
convizinhas.
Enconchou-se a gente do sitio. Enferrolhou-se na ignorância feliz de que o tempo vai corroendo as vidas.
Dentro de casa ouve-se, lá fora, o redemoinho da ventania açoitando tudo que tem caule e ramos.
Não se surpreende o crepúsculo, agora, que a noite é o próprio céu a descer, a tornar igual o que era
desigual na forma e na cor.
Ensandeceu vulcano. Longe, na barra marinha, constantes clarões facheiam o cinzento-escuro que
prenuncia a noite a envolver o mar. O deus romano é apenas lembrança da história antiga, dos homens de há dois
mil anos. A gente da aldeola encafurnada no seu casulo, atenta ao eco do trovão diz, de si para si, que o poder de
Deus é grande. Sempre considera a sua insignificância perante o Ser superior que existe estranho à imaginação,
outrora criadora dos muitos Vulcanos, divindades necessárias porque elas manifestavam os fenómenos naturais,
mas de causa misteriosa.
Entreaberta, a porta despintada, a minúscula lojinha do sapateiros, na revolta do velho caminho. não tem
prateleiras com sapatos. A qual indústria, limitada ao conserto, acha-se em vias de extinguir-se quanto ao fabrico
de calçado novo. Sentado na banca de til de três pés, não sabe ele explicar que nada permanece, pois que a
mudança é lei dos seres e da vida. forem, a razão do progresso que mata a pequena indústria manual, não a ignora:
a máquina tudo suplanta.
- Só a chuva é como a que caiu no tempo de meus bisavós. e o vento corre da mesma maneira. A gente é
que envelhece.
Há um principio da Razão que é impugnado pelo raciocínio que se vai expondo: O que é,
Mas se vai envelhecendo, deixa-se de ser. logo o principio da contradição opõe-se ao que se percepciona
com o decorrer do tempo.— Mas que é das vozes humanas?
Parou de chover. Continua a azinhaga deserta. Cerrou-se a noite. A zoeira intermitente do mar no
desespero inútil de tragar a terra, funde-se o zunido do vento forte desfrançando os pinheirais densos dos declives
da montanha, a empinar-se em aba de chapéu. Assim começou o mundo com a imagem provinda da emoção
geográfica e humana vivida nos confins da freguesia
Funchal, Março de 1966

A árvore e o Homem. Os plátanos do açougue


Sempre teve o homem familiaridade com a árvore. Ser que produz alimento e sombra; ser utilitário desde
que foi simples percepção para defesa da própria vida, o homem despojou-a dos ramos e esquartejou o tronco para
de ele fabricar tábuas e com aquelas construir seu tugúrio pobretana. Mas seria em primeiro lugar o interesse
material que acorrentou o homem à árvore possível.. Porém, pode conjecturar-se outrossim, que não, se
reflectirmos no factor religião. A qual nasceu quando os olhos se abriram para o exterior. O mistério desvendado
do aparente criou o espanto no inexplicável que envolvia esse mesmo aparente. e a árvore, na pujança de seu todo,
na fascinação do tronco, ramos, folhas, flores e frutos revelou-se o símbolo da força criadora, o princípio donde
provém toda a existência. E o culto da árvore veio, como todo o conhecimento, de fora para dentro. A árvore é a
vida, torna-se a árvore da vida.
Prova da noite dos tempos o culto da árvore sagrada. Já entre os habitantes de Creta, as jovens e as
mulheres idosas ofereciam à divindade flores e frutos. Essa deusa encontrava-se em santuário campestre; no meio
das árvores, adornada de flores na cabeça e segurando flores nas mãos.
Este primitivismo pagão, cingido de mistério, continha sua essência poética. Projectava o homem nos
seres sem vida humana o seu psíquico, a sua vida interior. e tudo se humanizava. Não existe o ser incomunicável,
isolado, mas uma unidade no contraste das formas e das substâncias.
Das árvores que eram homenageadas, o plátano ocupava uma situação de privilégio. Prestava-se-lhe o
tributo correspondente à sua espécie. Depois os fiéis consagravam à deusa Réa. E as plantas jamais deixaram de
associar-se às divindades através do tempo. Isto no politeísmo e no monoteismo. e da arvore excedeu o pecado do
homem.
O plátano foi uma árvore sagrada. Anda a ela associado o nome de Platão. Foi quando o filósofo, no
regresso da sua jornada à ilha da Sicí1ia, comprou uma casa com jardim nas cercanias de Atenas. A curta distância
da residência havia um campo, que pertencera a Academos, herói da Ática. Ali se organizou um ginásio e se
construiu um santuário. O discípulo de Sócrates dava então as suas lições à sombra dos plátanos que fechavam o
recinto.
E esta árvore de tradição religiosa e impregnada da voz do filósofo, que profusamente se esparrama por
terras mediterrâneas. E até na ilha, que é nosso habitat, o plátano viceja por toda a parte: na cidade, nas vilas e nas
freguesias.
O dia da árvore comemorou-se neste Dezembro. Não foi embalde que no meu espírito se retrataram os
velhos plátanos do Zargo do Açougue da Ponta Delgada. Na sua vetustez, revejo-os tais como aparece que uma
cercadura deverá defender o tronco dos maus tratos da gente ingrata, ausente de sentimento estético e de afecto pela
árvore que, enche de sombra o largo, nos dias candentes de Verão. Partilham do pitoresco da aldeia os velhos
plátanos do açougue. Esta nota devia ficar exarada no livro que ainda não existe mas que um dia será realidade na
biblioteca do Municipio: "o livro de memórias das belezas naturais do Concelho"
O dia da árvore é dia em que o pensamento anti-arboricida será a própria consciência: plantar a árvore,
proteger a árvore, ver nela criação divina, necessidade da vida física e de nosso espírito que vive de sensações
afectivas do mundo vegetal, dentro e fora dos povoados - a planta sempre foi objecto de culto: do religioso e do
belo. O culto da árvore faz parte do instinto. Há que o despertar, ao menos uma vez por ano, para que se recalque
outro instinto que é o da destruição.
Funchal, Setembro de 1970

[Horácio Bento de Gouveia, Crónicas do Norte, S. Vicente, 1994, pp.16-19, 28-30]


INTRODUÇÃO

A poesia é um dos momentos de exaltação da ilha como espaço paradisiaco. Isto


acontece de diversas formas mas o poeta rende-se quase sempre a alguns estereótipos. De entre
os mais comuns podemos referenciar as flores, silvestres ou dos jardins, as montanhas e os
recantos paradisíacos da ilha que se transformam rapidamente em atracção turística: o Pico
Ruivo, o Rabaçal.
Em muitos dos poetas a identificação com a ilha acontece de forma espontânea ou
forçada, como é o caso de Leandro de Sousa. Para muitos a verdadeira imagem da ilha é a da
sua infância, onde a inocência da idade se confunde com a paisagem. Esta deverá ser uma
impressão de Saudade dos que partiram e que regressam à ilha em sonho. É assim em Edmundo
Bettencourt. Mas esta saudade, impregnada da total identificação com a ilha e exaltação
extrema das belezas, domina os versos dos que partiram e que como emigrantes cantam e
exaltam a sua ilha. Comungam deste ideal Fernando A. Gouveia, Armando Santos, João Vieira
de Luz. A partida e a mágoa de perder este encanto, recanto do paraíso, é o mote de João da
Câmara Leme.
As memórias e as vivências retêm-se por vezes em pequenos quadros do meio
natural: Um pinheiro envolto em lenda (Eduardo Pereira) a murteira do quintal (Pe. Jacinto da
Conceição Nunes), o eucalipto que desafia o Céu (Baptista Santos), a flor agreste (Ana Bela
Pita de Silva).
A presença do homem é também notada. É o ilhéu que desafia a natureza,
traçando as levadas (A. Figueira Gomes) ou humanizando-o (Manuel Thomas e Silvério
Pereira). Note-se que este secular processo de humanização do quadro natural não é considerado
uma intromissão, antes pelo contrário define-se como uma forma harmoniosa de inter- acção. A
iniciativa humana parece enlevar este recanto do paraíso. Deste modo Manuel Thomas define o
Funchal como uma criação do primeiro europeu, como uma obra singular da natureza.
Para o forasteiro, como Bulhão Pato, é também esta aliança do ilhéu com o
quadro natural que o faz exaltar a beleza da ilha. O Paraíso redescobre-se, não nas zonas
recônditas de floresta mas adentro das quintas, onde o verde do denso arvoredo se confunde
com o colorido das flores. É uma atitude dominadora do homem com pose a condizer na
varanda frontal da casa que domina todo o conjunto.
Aquilo que mais se evidencia nas trovas e rimas da poesia do nosso século é a
vivência do quadro natural da ilha através de imagens de infância. O poeta raramente evoca
aquilo que vê e o envolve no momento de escrita e, quando o faz, refugia-se em quadros
particulares. Tão pouco a sua atenção presente e vivencial se enquadra naquilo que desafia a
harmonia e a beleza deste quadro.
A ilha continuará a ser a imagem do Éden, mesmo com as suas encostas despidas de
arvoredo, ou face ao desafio da visão infernal do fogo devorador. A imagem, ainda que só
imagem e sonho, é isso, o Paraíso. Todo o mais pertence ao real mas destas vivências não se
constrói o discurso poético da ilha.
COLECTÂNEA DE POEMAS
MANUEL THOMAS [1635]

A ribeira corrente, & espaçosa


Illustrará de sorte este Terreno,
Que fará ser a Villa, a mais famoza,
E todo seu districto sempre ameno,
De Tristão a vontade cobiçoza,
Seu porto há de estimar por mais sereno,
Julgando a vista alegre, & a grandeza
Por obra singular da Natureza.

Passando ao Funchal, darás abrigo


Em os Ilheos, as Náos, onde amparadas,
Nno temerám de Thetis o perigo.
Nem as furias de Æolo indignadas,
E vendo na enseada o Porto amigo,
E esta, mayor que as outras enseadss,
Morada erigirás num sitio forte
Pera abrigar, cõ'os filhos a consorte .

Onde despois, com gloria peregrina


De seu Zelo Matholico a memoria,
Fabricará hum Templo a Catherina,
Que dará por primeiro, ao Funchal gloria
Aquella Sancta, que preçiosa mina
Foi da sçiençia que lhe deu victoria,
A que deixou aos Sabios na estacada
Vencidos, Sanctos. & ella Laureada.

Despois consultarás sobre o intento


Da terra, que ser deve cultivada,
Que pera dar prinçipio a seu augmento,
Hé bem que com trabalho tenha entrada,
Mandarás Fogo pôr, ao ornamento,
Com que primeiro foi por Deos Criada
Cuja violençia a todos pôrá medo
Ateada no humido àrvoredo.

Logo do Gyraõ cabo onde chegaste,


Irás à huma Ribeira caudaloza,
Que na terra terá graminèo engaste,
Inda que há na corrente furiosa,
Ver sua Grám pureza a vista baste
Pera ser ao desejo cubigosa,
Posto que por correr apresurada
Virá Brava Ribeira a ser chamada

Brava será nas Rochas, cuja altura


Chegar pretende aos Astros luminosos,
Brava nas Plantas, de alta fermozura,
Que varios prados formaõ deleitozos,
Brava em agoa crystallina, & pura,
Aganipe de engenhos curiosos,
Pois por ser esta, em huma, & outra fonte
Parnaso hé junto della, qualquer Monte
(….)
Alem destas grandezas na cultura
Terà quanto à vida hé importante
De carnes, cassa, & fructas, com que apurn
Melhor Pomana riqua, a gloria ovante,
Com livre Baccho, cobrarà ventura ,
Que por da flava Ceres abundante
A sér çeleiro do Funchal se applica,
Como Siçilia o hé de Italia Rica.

Daquy em huma Ponta que se estende


Cõ'os Mares de Neptuno mais inchados,
Darás; em cuja rocha, & vista pende,
Hum Sol com claros rayos retratados,
O Porto que dous montes altos fende,
E podem Olympo, & Ossa sér chamados,
Pella Ponta em que Phæbo está cifrado
Será Ponta. do Sol despois chamado.

Onde huma nobre Villa edificada


Se verá, tam segura em fortaleza,
Que de Marte será Caza chamada
E Torre forte que Bellóna prèza
Que pello riquo sítio da Lombada,
E, por sua abundancia na riqueza,
Mais que por ser do Sol de quém se chama,
Ambas terám no mundo nome, & fáma.

Tam riqua esta lombada venturoza


Será, nnvs abundantes novldacles,
E em o Nectar do açuquar tam ditoza,
Que fáma gozará largas idades;
De tua Alta Progenie Generosa
Será riqueza, & be te persuades
Se escolheres seus sitios exçellentes
Pera honrar teus Illustres Desçendentes.

Tambem em esta, villa aquelle espanto


De virtudes, altivas Perigrinas
Liaõ Henriques, nasçera; que tanto
Com ser humanas, as sara divinas;
Confiado Liaõ, Ministro sancto
Que ouro será do Céo nas riquas minas,
E de Iesus na sancta Companhia
Militará pera mayor valia .

Mas jà cortando de Amphitrite os Máres


O Porto deixarás, do que a Phaëtonte
Déu por honras a sy particulares
O carro, que abrazou Pyrois, & Æthonte,
E pastando com glorias singulares,
Hum Arco largo, de hum subido monte,
Verás hum Porto, aonde por regalo
A maõ farás calheta pera entralo.

Este nome darás a huma fermoza


Villa, fazendo ally que se edifique
Que em gente nobre, rica, & generoza,
Com grandezas farei que multiplique;
De quém a esperança mais ditoza,
Hé bem que a tuas glorias hoje applique,
Pois hám de dár com Nome de Exçellençia
Nome mais alto à tua Descendencia.

Quando nos fructos tanto a Terra augmente,


Serám novos lugares conhesçidos
Effeitos da riqueza, que em a gente
Altos Templos fará, sér erigidos;
O daquella Ditoza Penitente,
Que deixando de Christo os pés, ungidos,
Teve na obra, Singular Iustiça
Despertando de Iudas a cobiça

Em o lugar da Magdalena digo


Que este com gloria se vera illustrado,
E pello nome da que tem consigo
Com fáma em partes varias divulgado,
Terà este Terreno por amigo
O Céo benigno em séu favor, & agràdo,
E mostrarà nos fructos com riqueza,
Quanto seu sitio. por tais glorias prèza.

(…)

Mas na jurisdiçám entam famoza


De Machico gloriosa por grandezas,
Averà outra Villa Populoza,
Que exçederá de muitas, as riquezas,
Em ediffiçios altos gloriosa,
E de valor tarn claro nas nobrezas,
Que nella o Troculento, & grám Mavorte
Terá contra os de Agar ditosa sorte

Suas frescas Ribeiras, de agoas claras,


Farám fertîs, séus Campos deleitosos,
Verdes séus valles, suas vistas raras,
Pellos montes, & prados espaçosos,
Responderlhe hám as terras nada advaras,
Com os fructos, oppimos, & fermozos,
No Campo acrescentando Valle, & Serra
Salubridade o Ar á fresca Terra.

Mas porque della vejas a exçellençia


Em que com meu favor irá cresçando,
Mostrarte quero a tua desçendençia,
Que lhe esta mil grandezas prometendo,
De outros verás tambem a preminençia
Que por Feitos a irám ennobresçendo
E de todos aquella immortal gloria
Que ás Musas pede fáma, & doçe historia.

De séu trabalho a gloria meresçida


Alegra a'o Zargo em ser lhe assi mostrada,
Considerando a pena padesçida
Sér com tam justo premio bem pagada,
Que por Palma da luta conhesçida,
E por Louro da guerra atrás passada,
Bem hé que goze em séu descobrimento
Gloria antevista, em tam feliçe augmento.

Bem hé que goze novas alegrias


Em o augmento da Terra descuberta,
E que trás do trabalho em tantos dias,
Veja a gloria que tinha por inçerta,
Avantejado em estas propreçias
A graça de seu premio terá certa,
Que quém primeiro no trabalho há sido,
No premio a'os mais hé bem, sér preferido.

(Manuel Thomas, Insulana, Antuérpia, 1635)

TROILO DE VASCONCELOS DA CUNHA (1654-1729)

O Primeiro Homem

Na estátua imóvel inspirando vida,


A aura vital do soberano alento,
Ao barro a forma humana transferida
Teve o corpo insensível movimento;
E o racional, por luz nalma infuída
De quem lhe dera o ser conhecimento,
Pois o eterno poder, que ao Mundo impera,
Claramente entendeu que o ser lhe dera.
Saíu Adão formado sem defeito,
Da natureza assombro portentoso,
Nas exteriores porpoções perfeito,
Nas perfeições internas prodigioso.
Influindo nos ânimos respeito
Gesto severo, aspecto decoroso,
Tanta era a majestade que exprimia,
Que a fereza cios brutos o temia.
Todos foram buscá-lo ao Paraíso,
Jardim que céu na terra se interpreta;
Como se o bruto instinto fora aviso,
Lhe tributaram sujeição discreta.
A cada espécie o nome pôs preciso,
Que a brutal propensão nunca indiscreta
Guiou aos pastos, às nativas fontes,
Aos bosques, grutas, vales, selvas, montes.
Adão, como entendido, de enlevado
Na alta contemplação da eterna essência,
Da terra e ceu no movimento e estado
Se tranportou, por alta previdência.
De suave Morfeu arrebatado,
Infuso por divina inteligência,
Se rendeu ao primeiro êxtasis forte
Que a vida alenta, figurando a morte.
[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.32-33]
FRANCISCO MANUEL ÁLVARES DE NÓBREGA[1804]

Machico

Na fralda de dois ingremes rochedos


Que levantão aos ceus fronte orgulhosa,
Existe de Maxim a Vila idosa
Povoada de escassos arvoredos.

Pelo meio, alisando alvos penedos,


Desce extensa Ribeira preguiçosa;
Porém tão crespa na estação chuvosa,
Que aos Incolas infunde espanto e medos.

As margens della, em hora atenuada


Vi a primeira luz do sol sereno
Em pobre sim, mas paternal morada.

Aos trabalhos me affiz desde pequeno,


O abrigo deixei da Patria amada,
F: vim ser infeliz. noutros terrenos

A llha da Madeira

Do vasto Oceano flor, gentil Madeira,


Que de murta viçosa o cimo enlaças,
Sóbria a teu seio amamentando as Graças
Co'o o vitreo suco da imortal Parreira

Daquele, que em ti viu a luz primeira,


Se acaso é crivel que ainda apreço fadas,
Entre o prazer das brincadoras taças,
Recolhe a minha produção rasteira.

M: donativo escasso, eu bem conheço;


Mas o desejo que acompanha a off'renda,
Lhe avulta a estima, lhe engrandece o preço.

Deixa que a roda o meu Destino prenda;


Em cessando estes males, que padeço
Talvez então mais altos dons te renda
[Francisco Manuel Álvares de Nóbrega, Rimas…, Lisboa, 1804]

MANUEL GOMES PAIS(GOMES PAIS)?-1890

Flor do Oceano
(A. Joaquim Pestana)

Pérola encantada! Ilha formosa!


Raínha destes céus e destes mares!
Ingrata para os teus!... mãe carinhosa
Dos louros filhos das nações polares...

Que, deixando um país nubloso... escuro


Buscando veem paragens mais amenas,
Até que em teu seio generoso e puro
Encontrem lenitivo às suas penas!
Hospitaleira mãe do viajante,
O qual, dum a outro polo o mar sulcando,
Aqui te encontra... qual bondosa amante,
P'ra o desejado esposo caminhando!

Estância venturosa! pátria amada


De ilustrados varões, cuja memória
Será eternamente respeitada
Por quem ler, sem paixão a tua história.
Tiveste outrora a glória que inebria...
Eras pod'rosa e bela! eras contente!
Hoje? uns longes, uns vivos dalegria
Mostrando o teu sofrer interminente!
Como todas as mães, filhos ingratos
Abriga teu seio de mimosa fada!
Que, sem pudor te olvidam, te dão tratos,
Como se foras mãe desnaturada!
Que em lutas pueris passando a vida
Ou na orgia, no jogo e lupanares
Dissipam a fortuna já esvaida
Privando de calor os próprios lares!
Mas vendo-se a final do abismo à beira
E o horizonte da vida a escurecer,
Da sua desventura a história inteira
A estranhas regiões vão esconder!
Lá, nessas tristes e crueis paragens,
Ingrata e dura terra arroteando,
Junto cotos escravos e selvagens,
Vão os erros passados lamentando!
Se má estrela persegue e acompanha
O miserando e pobre aventureiro,
Não há p'ra o desditoso terra estranha,
É sua pátria adoptiva o mundo inteiro!...
Mas trocar pela campa a estância pura,
Deixar, dos seus, afectos e carinhos...
E ir a uma plaga inóspita e dura
Chorar saudades do paterno ninho...

É excessa ambição! é desatino,


Expor-se da fortuna, aos vis azares!...
Mas o argonauta após o velocino
Morrer não teme... vai sulcando os mares!
Ícaro na prisão co'a vida incerta
As asas exp'rimenta... e presunçoso
Do negro labirinto se liberta,
E. noutro vai cair.,. mais desastroso.
Tal o desventurado a quem a sorte
Por toda a parte perseguindo vai;
Ancioso almeja a fortuna... ou a morte
Até que descrido, no abismo cai!
Nobre Flor do Oceano! essa beleza...
Os teus atractivos... teus encantos
Oferceu-tos a sábia natureza
Digna doutros louvores, doutros cantos.
[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.75-76]

JOÃO FORTUNATO DE OLIVEIRA [1828-1878]

No pico ruivo
(Excertos)

Salvé! Salvé! penhasco alteroso,


Salvé! monte de núvens c'roado,
Que contemplas ufano, orgulhoso,
Fundo abismo nas penhas cortado!
Qual madeixa, que a fronte rugosa,
Rara cinge d'altivo ancião,
Fresca rama te cerca viçosa,
De urze adusta que afronta o tufão.
Deste cimo, que se ergue gigante,
Como apraz longas vistas lançar!
Ver os raios do sol deslumbrante,
Ao surgirem, as águas doirar!
Branca núvem, qual froco de prata,
Ver libar-se na espalda do monte;
E o Oceano, que um circlo retrata
Vir a terra abraçar no horizonte

Sobranceiro às selvas e prados,


Sobranceiro às cristas erguidas,
Aos penhascos p'ra os céus eriçados,
As encostas de fetos vestidas.

Como a alma se sente abrasada,


Como se ergue o altivo pensar,
Abraçando co' a vista enlevada,
Céu, ribeiras, colinas, e mar!
Madeira! ó terra de viçoso encanto!
Que lindo manto, que verdor. que aromas!
De frescas águas que saudosas fontes!
Que altivos montes! que frondosas comas!

Madeira! ó terra de suave clima,


Que o céu anima com fulgor, com vida;
Que o pobre enfermo com teu ar alentas,
E Ihe acalentas uma esp'rança qu`rida!
D'homens ignaros inda hoje os erros
Contam os cerros d'escalvado pico;
Mas teus jardins e teus vergeis donosos
Dizem radiosos quanto o solo é rico!
Por onde outrora se ostentavam matas,
Hoje retratas inquieto o mar,
De loiras messes na ondulante espiga,
Próvida amiga de campónio lar!
D`estranhos climas, regiões distantes,
Contas bastantes no teu seio filhas,
Que em ti vicejam e florecem belas:
E tu com elas orgulhosa brilhas!
Madeira! ó pátria! quando além dos mares,
Longe dos ares do torrão que é meu,
Tu me apar'cias na saudade, ó fada,
Meiga, adornada de visões do céu;

Então da lira me inspiraste os cantos,


Por ti meus prantos eu senti correr;
Que mágoa intensa que por ti gemia,
E aos céus pedia de inda aqui volver ! . . .

Volvi!-e agora neste altar erguido,


Eis-me atrevido compulsando a lira:
Aceita, ó pátria, as derradeiras flores,-
Quantos amores o teu solo inspira!

[ Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.123-124]

JOÃO DA CÂMARA LEME HOMEM DE VASCONCELOS(JOÃO DA


CÂMARA LEME)[1829-1902]

Adeus à Pátria
... adeus!... Terrível
amargo adeus é este...
Eu parto. Força é deixar-te,
Pátria minha idolatrada.
Eu vou por outra trocar-te,
Terra doutras invejada;
Mas, se partir resolvi,
Tornar-me digno de ti
Só quero, mãe adorada.

Se deixo o clima saudoso


Que possues tão criador;
O teu ar delicioso,
Perfumado, animador;
O teu céu de azul escuro.
Tão lindo sempre, o mais puro
Que deu ao mundo o Senhor:
O sol vivo e radiante
Que te desperta e dá vida;
A clara lua brilhante,
Raro em núvens envolvida
Bem como as brancas estrelas,
Que lá fulguram tão belas
Em distância desmedida:

Os montes teus magestosos,


Altivos, alevantados,
Por frescos vales viçosos
Uns dos outros separados,
Par'cendo medonhos mares
Que a tormenta ergueu aos ares
E foram petrificados;

As tuas belas campinas.


Verdejantes, esmaltadas;
As aguas tão cristalinas
De tuas fontes nevadas:
Tudo quanto a natureza
Te ofertou com mais beleza
Do que as terras mais prendadas:

E, oh céus ! como dizê-lo!


Um anjo arrebatador,
Que é o meu pensar, meu anelo,
Que me enlouquece de amor;
Anjo que em tudo diviso,
O sol deste paraíso
Que é do atlântico a flor;

Se tudo deixo e me ausento,


Se estranhas terras procuro,
Não só buscar eu intento
Porvir mais certo e seguro;
Nutro no peito outra esp'rança;
E' maior a confiança
Que ora tenho no futuro.
_
A voz que pede riqueza
Mal a ouve um coração,
Onde alto brada a pureza
De filial gratidão;
Se à pátria ser proveitoso
Eu poder, serei ditoso;
É essa a minha ambição.

Tão puro, ardente desejo,


Possa-o eu cumprido ver;
Possa sem corar de pejo
Aos lares pátrios volver!
Se for neles acolhido,
Como é sempre um filho qu'rido,
É completo o meu prazer.

Terra onde nasci


E que me geraste;
Berço que na infância
Meigo me embalaste:
Formoso jardim,
Aonde em folguedos
Passei da poerícia
Os dias tão ledos;
Teatro aprazivel,
Que ora à juventude
Me mostraste encantos,
Que fugir não pude,
E assim me prendeste
Em maga ilusão,
Escravo tornando
O meu coração:
Adeus. Sei que longa
Será minha ausência;
Se, porém, eterna,
Sabe a providência.
Mas antes que eu deixe
Teu doce regaço,
Oh! não me recuses
Um estreito abraço.
E tu, que inspiraste,
Ó virgem, meus cantos,
Recebe um adeus,
Meus ais e meus prantos

Eu parto. Força é deixar-te,


Pátria minha idolatrada.
Eu vou por outra trocar-te,
Terra de outras invejada;
Mas se partir resolvi,
Tornar-me digno de ti
Só quero, mãe adorada.

[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.126-129]

CARLOS OLAVO CORREIA AZEVEDO


A Francisco Vieira
Cantas a natureza toda inteira,
Cantas o júbilo, também a dor,
Cantas a aura que corre ligeira,
Nela respiras perfumes de flor.
Amas do mar, quando calmo e sereno,
A onda mansinha de terno vagar,
Amas da praia o murmúrio ameno,
Nele ouves um canto de mago toar.

Tu cantas da aurora o fausto raiar,


Do sol o clarão, da selva o verdor
E o canto das aves cedo a trinar
É p'ra ti, poeta, concerto d'amor.
Se a lua divaga em noite tranquila
No manto do céu a luz a espargir,
No teu intimo também ela brilha
E lá a poesia se vai descobrir!
Se o oceano ruge fulo, escumante
E de refrega zumbe o orgão,
Ao contemplar a cena crepitante
Em ti nasce mais uma inspiração.
Se a núvem densa o Sol escurece
E a abóboda d'anil triste se torna,
É novo estro que p'ra ti se tece
E mais um verso tua arena adorna.
Se a noite chorosa oculta as safiras
E o astro de prata resta escondido,
O pélago de ninbus que alto miras,
Tu o retratas em canto dorido.
Admira, poeta, a tua inspiração,
A tu'aria sentida, a melodia,
Do teu pensamento, essa elevação,
É ideal de tamanha fantasia.

Funchal, 11-3-86.
[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.197-198]
BULHÃO PATO [1870]

Que amphiteatro, ó Deus! que paraizo!


Pomares entre as hortas regadias;
Chapadas, que saudam, num sorriso,
Os abismos dò mar! Mattas sombrias,
Valles, outeiros, picos... Catadupas
Rebentando das broncas penedias!

Uma vivenda além meio escondida,


Nas sebes festonadas de roseiras!
Os dentes d'uma escarpa denegrida
Cravando-se nas nuvens sobranceiras;
O cercial a brotar dos vãos das rochas;
A cana pelas margens das ribeiras!

Angras, baías, cabos, promontórios,


Fajãs virentes, furnas pavorozas,
Agulhas nos phantásticos zimbórios,
Penedos nus de formas monstruosas;
No cimo da montanha a neve eterna,
E sempre, aos pés, as vagas rumorosas!

Saltos d'água, caindo em catarata;


Rotos por dentro agigantados montes;
Sobre os abysmos das caudais de prata
Os arcos naturaes formando pontes;
O sol rompendo a cupula das nuvens,
E abrindo encantadores horisontes!
Que mystérios, que paz, que liberdade,
Nos hortos e vergéis, nas fontes frias
Dos umbrosos subúrbios da cidade!
Que saudosas e gratas melodias
Se alternam entre os pássaros das selvas
E as torrentes d'aquellas serranias!

Atalaias de Deus, as ermidinhas,


No viso dos outeiros! Nas quebradas
Os casais, resaindo dentre as vinhas;
Nos vales as ribeiras remansadas...
Que vida a respirar-se no ar diaphano!
Que pais para as almas namoradas!

No pequeno cerrado, defendido,


Pelos cactos e silva lanceolada,
De tempo immemorial tem conseguido
O colono, agarrado sempre à enxada,
Tornar modelo o seu torrão nativo
De fruta e de hortaliça aprimorada!

O tomateiro e a ervilha trepadeira


No coração do inverno! Sasonado
O cacho na recurva bananeira;
No alegrete o ananáz, e já corado,
Sorrindo à branca irmã, à flor das nupcias,
O pomo na viçosa laranjeira!

Não se imagina o effeito produzido


Pela névoa naquellas paizagens!
Como através, ás vezes, d'um tecido
Tenuissimo, apparecem-nos imagens
Indisíveis, translucidas, phantasticas,
E num momento apagam-se as miragens!

Aqui suspensa uma árvore nos ares,


O pico d'uma rocha! - Além um lago,
Que, súbito, no meio dos pomares,
Se formou por encanto! Ora, no vago,
Um casal, transformado numa villa,
E uns pinheiros em torres seculares!

Ao camponez esbelto, alto e robusto-


Camponês, que 'inda agora, em nossos dias,
Apelidam vilão - surge-lhe o busto
Na eminência daquelas penedias,
Por entre o raro véu, como se fora
Inda mais colossal de que um Golías!

Quando a névoa é mais densa, o alvo lençol


Forma abaixo dos visos das montanhas
Como um mar; e, batido pelo sol,
Reproduz as figuras mais extranhas-
Monstros e arcanjos, templos e castellos,
Vulcões e chama, e tintas do arrebol!

Voam cisnes co'as pennas infunadas,


Naquele oceano aéreo, e quando a vista
Se vae firmar nas scenas encantadas,
Um sopro as varre, e fogem pela crista
Das serras giganteas - convertidas,
Essas visões, em nuvens esmaltadas!

São fogo os montes, onde a flor rebenta!


Em tudo corre a vida exuberante!
Tem lume a vaga ao estoirar violenta!
Tem sangue a rosa; e espera, palpitante,
Por um beijo do sol a violeta!...
Que se dará num coração amante!

(…)
Ao parque Carvalhal, leitor, cheguemos,
Como eu cheguei, no alvor da mocidade.
Referve o sol d'Agosto. Repousemos
Nas sombras e na grata amenidade
Do fresco Balancal, alta montanha
Que domina os subúrbios da cidade.

Sigamos pelas ruas empedradas


Onde as renques de hortenses primorosas
Resaem em cambiantes azuladas,
Das folhas verde-negras e viçosas.
Que formosa magnólia, alta e frondifera,
De flores rescendentes e nevadas!

As camélias são bosques, que no inverno


Se hão-de cobrir de rosas aos milhares!
Inverno? Não - direi outono eterno.
Das vertentes, dos montes, dos algares,
Em borbotões, a força das levadas
Regando sempre as hortas e os pomares.

Tudo possui o parque sumptuoso


- Traçado com fidalga bizarria
A flor selecta, o fruto delicioso;
Torrentes d'água cristalina e fria,
Que em lagos se arredondam. O arvoredo,
E o matagal na bronca penedia!

O estrídulo pavão desvanecido,


Ao sol abrindo a lúbrica plumagem;
O veado saltão e pressentido
O faisão multicor, que à leve aragem
Sacode o manto d'oiro; o passaredo
Em bando chilreador pela ramagem.

Não podemos partir sem que aceitemos


O convite do conde. O forasteiro
É velho amigo, nessa casa. Entremos.
Tudo quanto o mais fino cavalheiro
Pode ter no primor do gesto afável
Tem o conde no rosto prazenteiro!

A condessa - Matilde - a graça viva;


A distinção, a máxima elegância;
O corpo airoso de gazela esquiva;
Senhora, mas sem sombras de arrogancia:
Raro exemplar de feminis encantos,
Mimoso como a folha sensitiva!

É um dia vulgar; porém figura,


Na lauta mesa, a secular baixela.
Graciosas flores da maior frescura
Ornando a fruta, sazonada e bela,
Da Europa e Novo-Mundo. Em crystais lúcidos,
Cercial pálido e Tinta da mais pura.

Ferve o "Champagne" frio, e nos convivas


Palpita o coração, pulsa a alegria,
Que não rebenta em clamorosos vivas;
Entusiasmo que vem da simpatia,
Que nasceu improvisa, e que se expande
No faiscar de frases expressivas!

Vamos deixar a estancia encantadora.


Rompe a lua dos picos do nascente;
Vem afogueada, como o sol na aurora.
Mais alta já, diffunde brandamente
A luz pelo declivio das chapadas,
Onde a cidade vae surgindo agora.

Prateia o mar, que jaz adormecido;


Treme nas copas do pinhal fechado;
Dá nitido o perfil do monte erguido;
Bate sobre os casaes do descampado;
Beija a cruz solitaria do convento,
E o cemiterio, que lhe fica ao lado!

Que mysterios na paz da natureza!


Os homens, hoje, cegos de furor,
Deixam no campo, cota maior vileza,
Os que eram hontem seus irmãos no amor,
E a lua, á noite, triste beija os tumulos,
Como o sol n'alvorada beija a flor!

[Bulhão Pato, Paquita - poema em XVI cantos, Lisboa, 1870, Canto VII; pp.245-250, canto VIII, 264-268]

LUÍS ANTÓNIO GONÇALVES DE FREITAS [1858-1904]


No Rabaçal
(llha da Madeira)
Deslumbras. como o brilho resplendente
Dum fantástico céu;
Da natureza altiva e imponente
levantas-nos o véu.
Jorra do coração dos teus rochedos,
A água, em mil borbotões;
Desenrolas uns mágicos segredos
De ignotas regiões.

Ao ver-te, colhe a alma, em mudo anseio,


Deliciosos pomos;
Tu vens, como um gigante, sem receio,
Mostrar o que nós somos.

Junto a ti, nós sentimos germinar


Forças, que nos transportam
Ao fundo, onde, entre júbilo sem par,
Mágoas crueis abortam.

A prata, que refulge em tuas águas.


Puras como cristal,
Irradia também nas nossas mágoas
Uns brilhos sem igual.

Ao ver tantas belezas, mergulhamos


Num êxtase profundo;
Num sublime cismar tudo olvidamos,
Esquecemos o mundo.
[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.210-211]

PE JACINTO DA CONCEIÇÃO NUNES. 1860-1954


A murteira do meu quintal
Minha murteira verde, meu enlevo
Nas tardes sonolentas do verão,
As tuas flores brancas são um mimo
Dos mais apreciáveis da Estação!
Tão alvas como a neve da montanha,
Tão puras como os anjos do Senhor.
Essas florinhas simples, inocentes,
Clamam p'ra vós enternecido amor!
Minha murteira, encanto dos meus olhos,
Que estás sempre a mirar a sevadilha
Que perfuma o quintal de Cunha Rosa,
De todos o mais belo e que mais brilha.

Minha murteira e sevadilha linda,


Deus vos conserve o viço e a frescura,
P'ra darem aos meus olhos já cançados
Uma réstea de cor e de ventura!

Então eu bemdirei o Infinito


Que em cada flor nos deu uma delícia
E os males suavisa d'esta vida,
Dando a cada amargura uma carícia !

[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.263]

EUGÉNIO REGO PEREIRA 1875-1947


Enamorada
(Funchal cidade de sonho)
Qual princesa enamorada,
Num varandim debruçada
Ela olha o mar.
E as ondas. uma por uma,
Franjadas de branca espuma
Os seus pés vêm beijar,

Num murmúrio sussurrante.


E ela, sempre anelante,
Cheia de mimo, adormece
À sombra do arvoredo,
Que em segredo
Quase murmura uma prece.

Sonha, cidade bendita !


E que uma paz infinita
Te possa sempre embalar,
Qual princesa enamorada
Num varandim debruçada
Ouvindo o canto do mar

ANTÓNIO PIMENTA DE FRANÇA


A Cordilheira Central e Pico Ruivo
(Excerto)

Após surgir das ondas; -a Madeira


Montes e serras lutaram p`la altura,
Na ânsia de grandeza, de formosura
P'ra de beleza-ser ela-a primeira.
Pícaros, serras, cómoros, outeiros,
Postados nas ribas, presos às fragas,
Das lombas fizeram soberbas dragas
Para elevar picos e cavar desfiladeiros !
Dentre os altos picos- o Pico Ruivo-
Conseguiu-na labuta a primazia,
Elevando-se orgulhoso e altivo,
Ancho da vitória e da valentia!
Logo as serras formaram uma cordilheira
P'ra sua defesa de Levante ao Poente.
E, nessa luta de grandeza, tal, fremente,
Constituiram o arcaboiço da Madeira !
Da crista, formaram a coluna vertebral !
De cada monte ou serrania:-uma costela,
De cada espaçco costal:-um vale ou ribeira,

Dos lombos:—planaltos—Paul da Serra e Faial!


E, assim, erguera;n a formosa cordilheira,
Desde o Pico Ruivo à Ribeira da Janela !

O Pico Ruivo forma-lhe a alta cabeça,


Cravada nos largos ombros das serranias,
Que seguram nos braços o Ribeiro Frio
Acalentando-o . . .—dos vales—a melhor peça,
Enquanto ele canta.... místicas melodias
Ao Pico Ruivo, exaltando-lhto poderio!

[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.299-300]

AUGUSTO CORREIA DE GOUVEIA(A. CORREIA DE GOUVEIA)[1880]

Aniversário
(Na aldeia)

Onde vais, oh rouxinol,


Manhãsinha, pressuroso?
Onde vais, oh triste rôla
Com teu canto vagaroso ?

Onde vais, oh mariposa


Saltitando p'los rosais ?
Onde vais, oh passarinho
Com teus ternos madrizais ?

Onde vais, oh pomba mansa,


Com pressa cortando os ares ?
Onde vais, melro saudoso,
Que assim deixas os pomares ?

Onde vais, pastor alegre,


Que abandonas o rebanho?
Onde vais, oh cachopinha,
Depressa, com tanto empenho ?

Onde vais, oh leiteirinha


Prazenteira, jovial
Onde vais, oh borboleta,
Correndo pelo trigalf

Onde vais oh noiva hoda,


Bo chefioha de Sores
Oode ides, todas alegres,
Raparigas, meus amores . . .?

-hinos todos jubilosos


Saudar os anos da Estela:
Dar-lhe os nossos parabens.
E pedir ao Céu por ela.
Fajã da Ovelha, 20 de Agosto de 1912.

[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp. 319-320]

PE EDUARDO CLEMENTE NUNES PEREIRA- 1887

Lenda de um Pinheiro

Eu bem me lembro. Vi-o...


Já velho, esguio,
A balançar-se na montanha!

Caía a tarde. Desdobrava


A noite num manto de estamanha !

E toda a gente que passava


Nos torcícolos do caminho,
Esse pinheiro-avô saudava,
Alto e magrinho!.,

. . . Ali,—oh ! santa devoção !—


Em outros tempos, que lá-vão...
Diz o bom povo do lugar:
Lá reza ainda a tradição—

Ouvio cantar
Esta canção:

Guardai, pastores, a lousa,


Guardai, pastores, a terra,
Aonde o corpo repousa
De uma pastora da serra ! . . .
[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.373]

JOÃO VIEIRA DA LUZ 1896

Madeira... «Jardim de Flores»

Tantas saudades eu matei ao chegar


Ao meu torrão natal por excelência,
Que Deus quís tornasse a ver e a pisar
Depois de longos trinta anos de ausência.

Quando avistei o farol, puz-me a rezar


Com devoção à Divina Providência,
Por ter ocasião de contemplar
O meu solo outra vez com reverência.

Idólatra até me tornei, julgaúdo


Ver um cantinho do Céu Divinal,
Comovido com lágrimas... chorando,

Saudei a bela cidade do Funchal


Que o mar e a poesia vêm embalando
Com amor terno, no seu litoral.

[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.439]

JULIA GRAÇA DE FRANÇA E SOUSA(UMA MULHER)[1897]

O Rouxinol

Não canta, o nosso rouxinol?


De pássaros um bando preguntava,
Numa algazarra doida que encantava,
Em hora em que dormia há muito o sol.

A eira da lisura dum lençol,


Do passal uns minutos afastada,
Servia de palco à alegre revoada,
Que, descansando, esperava o arebol.

E o infeliz em tão muda aflição,


Gotejando-lhe sangue o coração,
Lesto. os golpes, oculta com um véu.

Soluçando, levanta a meiga voz,


Cantando brando a sua mágoa atroz,
O sacrifício belo oferece ao céu.

[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.440]

CARLOS MARIA DE OLIVEIRA 1898

Primavera

A Primavera é chegada,
Com seu manto de verdura,
Anda alegre a passarada,
A chilrear na espessura.

Mas vive em noite fechada,


Quem não gosa da ventura.

Passa um regato cantando,


Pela formosa deveza,
Docemente murmurando
Um louvor à Natureza.

Mas pobre, de quem chorando,


Vive imerso na tristeza !

O firmamento azulado,
Cobre a terra em seu verdor,
E o coração namorado,
Fmhala RonhaR cI'amor

Mas quem anda angustiado,


Não tem no peito calor.

Florescem lindas, viçosas,


As rosas nos roseirais;
E as andorinhas formosas,
Voltam ledas p'ra os beirais.

Mas muitas almas saudosas


Choram quem não volta mais !

[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp. 454-455]

EDMUNDO ALBERTO DE BETTENCOURT[ 1899-]


Paisagem verdadeira

O verde tenro e vivo, de folhagem,


Presépio dos meus sonhos, em menino,
Pôs-me de luto a par com meu (lestino,
Cego-me a vê-lo imagem de miragem...

Quando, iludido, o busco na ramagem,


Já com seus tons mais brandos não atino;
E nesta escuridão, só me ilumino
Vendo-o compor-me interior paisagem:

Paisagem de ouro verde, que de mim


Sai alongada em foco para a terra
A procurar vencer-lhe a cerração,

E aonde num crepúsculo sem fim


Tonta, a esperançã, esvoaçando, erra
Sobre torres de encanto e de traição.
[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.464]

ARMANDO SANTOS
—Oh! Madeira dos meus sonhos—
Madeira terra de encantos,
Onde vegetam as flores
Nascidas d'almas dos Santos.

Oh ! flores da minha terra—


Oh! flores belas da Madeira,
Com o odor das nossas flores,
Não as há na terra inteira.

Aqui também há flores


Que vegetam como lá,
Mas com o belo das suas cores
Nesta terra não as há.

Rosas lindas, rubras rosas,


Lírios brancos, açucenas,
Vós curais as nossas dores,
Aliviais nossas penas !

Violetas tão humildes,


Cultivadas nos jardins,
A esta terra trazidas
Nas asas dos Serafins!

Mas tais flores tão lindas


Que eu hoje estou a cantar,
Não se encontram nas campinas,
A terra não pode dar.

[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.488]

FERNANDO ACÁCIO DE GOUVEIA

Oh Madeira, como és linda,


Teu encanto é singular.
Tuas serras são um mimo,
O teu clima não tem par.

Madeira, ilha de sonho,


De beleza sem rival,
E`s a terra mais bonita
Que Deus deu a Portugal!

São flores, urzes, verduras,


Água pura, cristalina,
Montanhas, encostas, vales,
E's uma obra divina.

Funchal, cidade-encanto,
Teus encantos não têm fim.
Na Madeira és um presépio
E no mundo és um jardim.
Os teus montes altaneiros
São mãos erguidas aos céus,
Agradecendo as belezas
Que recebeste de Deus.

Madeira, ilha de encantos,


Orgulho dos filhos teus,
Por aqui termos nascido
Nós damos Graças a Deus.

[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.549]

LEANDRO DE SOUSA

« Pérola do Atlântico »

À belissima llha que me foi berço.

Baloiçando no Atlântico
Que Ihe murmura aos pés, num cântico,
A nossa humildade;
Adorada pelo mundo,
Como uma divindade;
Amada pelo Sol que a disputa ao mar
E tira ao resto do universo o calor para dar.

A Ela,
Tão bela,
Sob um céu tão azul, nobre e altaneira,
Ergue-se a linda Ilha da Madeira.

Ao constituí-la ao Criador
Fez dela um primor,
Dando-lhe beleza sem igual,
Que são orgulho de Portugal!

E como o Criador
Se desvanece com o seu amor,
Sem rival, Eu, da minha maneira,
Sinto orgulho igual
—Porque nasci na Madeira!
[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.550]

GERTRUDES MARCELIANA RODRIGUES CÂMARA (GERMA)1910

Fio d'agua

Goteja um fio d'água cristalina


No soluçar suave de uma fonte...
Correndo, sem descanso, o verde monte
E refrescando os lábios da p'regrina.
Na paísagem sombria há solidão:
Ao fundo, a luz, o mar. as brancas velas...
E num silêncio ermo de oração
Passam vultos de tímidas donzelas.
Passam vultos

A água chora e há terna magia


Percorrendo valados, noite e dia,
No carpir triste de uma dor pungente!

Quem sabe?... Talvez seja a voz de alguém


Que chorando, baixinho, vem do Além,
Perdida a vaguear por entre a gente !
[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.561]

ALBERTO FIGUEIRA GOMES [1912]


Balada das levadas

(Nas Queimadas, em Santana—Verão de 1946)

Aguas mansas das levadas


não sois como as das ribeiras,
que em vindo o inverno inundam
casas vinhedos e leiras

Na santa paz da montanha,


só se sente o seu cantar,
sempre igual e sempre novo,
num eterno caminhar.

Essa voz suave encerra


inigma doce e profundo...
—Cantais promessas do céu
ou chorais males do mundo ?

À vossa beira se espelham


hortências, musgos e flores:
—velhos loureiros murmuram
loucas histórias de amores

_
As urzes esvaneceram
e os carvalhos ja dobraram
ao peso de fartos liquenes
...e as águas nunca pararam.

Levadas da minha aldeia


galgando de monte em monte,
enchei de seiva esses vales.
cantai nas pedras da fonte.

Solitário viandante
que ides em longa canseira,
esta levada cantante
é uma fiel companheira.
Tudo seria mais triste
na quietude da serra,
se a vossa voz não se ouvisse
como a própria voz da terra.

As aves já aprenderam
o vosso lindo cantar;
—andam ensinando às flores
como se deve falar.

A serra já se não lembra


das gerações que passaram,
a vida vai e renova-se
. . . e as águas nunca pararam.
[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, pp.572-573]

SECUNDINO TEIXEIRA (DINO)1926

Madeira

Minha Terra,
eu não te canto
pelas tuas belezas,
nem pelas tuas flores,
nem por esse verde impossível dos teus montes,
nem pelo canto cristalino das tuas fontes,
nem pelo azul puríssimo do céu e do mar
eu te respeito só.
Venero sim. os meus antepassados
que num sonho de há quinhentos anos,
lograram criar-te sem esforço sobrehumano
e desbravar o mato,
quebrar a pedra,
domar o mar,
os ventos e a adversidade.
Gastar o sangue, os anos e a vontade,
a construir poios,
a aproveitar a terra,
até onde os pisos altaneiros as nuvens apunhalam
e a desafiar as bocarras ciolópicas
e as gargantas da montanha;
dominar a torrente de frágua em frágua,
para com as suas lágrimas,
o seu suor e essa água,
pudesse existir hoje
este rincão florido,
esta pérola verdadeira,
MADEIRA !
[Luis Marino, Musa Insular(poetas da Madeira), 1959, p.630]
MANUEL GONÇALVES

Talvez fosse por Deus,


o autor da Natureza,
esta llha da Madeira
ser da nação portuguesa.

Por dois nobres portugueses


foi descoberta a Madeira:
um-João Goncalves Zarco
outro-Tristão Vaz Teixeira.

Tremendo os descobridores
pela massa florestal
não houvesse animais bravos
que pudessem causar mal,
largaram fogo na ilha
por sete anos agitados,
mas vestígios das tais feras
não consta ser encontrado

Mais tarde arrependeram-se,


depois da terra abrazada,
pois a madeira mais fina,
até então encontrada,
estava toda em carvão...
uma imensa derrocadal

Ficou-lhe o nome-Madeira
do seu tempo florestal,
e também Flor d'Oceano,
a jóia de Portugal.

[Manuel Gonçalves, Versos, Funchal, 1994, pp.96-97]

BAPTISTA DOS SANTOS

A Minha Casa da Azenha

A minba casa da Azenha


Rescende a resina c flores
E sendo tâo pcquenina
Nela cabem meus amores...

Pobrinha, humilde, campestre,


Não tem luxo nem brazão,
Mas é rica de virtude
E nobre de coração!

Tem pinheiros em redor


E lindas amendoeiras:
Junto a garboso loureiro
Vicejam frescas roseiras.
Do jardim avisto o mar
-Esteira das Descobertas!-
E vejo a torre da ermida
E as nossas ilhas Desertas.

Que loucura a minha,


Ó meu fiel espelho,
Ao arrojar-te, ha dias, à tardinha,
Contra o chão,
Só por revelares que eu estava velho,
Em tua franca e limpida expressão!

Estilhaçado, tu, que em tantos anos,


Todos os dias,
Reflectiste os meus desenganos
E traduziste as minhas alegrias`!

Despedaçado, tu inìquamente,
Quando, com lealdade,
Foste tu quem, ùnicamente,
Me falou a verdade?!

O' meu saudoso, meu fiel espelho,


Vítima inocente
Da minha altivez,
Releva a diabrura deste velho
Perdoa a minha insensatez!

Musa rústica

Neste balcão de acácias onde estou


Sorvendo o ar agreste- o ar sadio
Oico uma voz que diz «avô-avô»
E duma ave o trilo «pio-pio».

São maviosos gorgeios,


Eco de brandos anseios
Que a minha alma gozou
E que ninguem mais ouviu:
«Avô-avô-avô»…
«Pio-pio», spio-pio»...

Como feliz me sinto entre as acácias


Da minha pobre «herdade»,
Nove mil metros longe dos «acácios»
Da buliçosa cidade !

Elogio do Eucalipto

Tem esta humilde canção


Alevantado fito:
Proclamar a virtude
E a nobreza
Do Eucalipto.
Ornamental, oloroso,
Que é orgulho da Natureza,
Pelo seu porte altivo, majestoso.
Balsâmico real, excelente,
Antisséptico superior,
Ele é a saúde da gente
Que vive em seu redor
E tem a sorte de respirar
E absorver
O perfumado ar
Desta árvore gigantesca.
Que se ergue os braços para o Céu,
E não pára de crescer!

Do abençoado Eucalipto
Suas folhas medicinais
Curam as afecções pulmonares
Os estados catarrais
E tanto mal impertinente
De que sofre e morre muita gente…

Árvore bendita, colossal,


Corre em suasgrossas veias,
No alto da encosta
Abundantemente
A seiva das terras de Portugal
Que ela absorve, a toda a hora.
Avidamente!

Proclamando sua virtude


A tua alegre e doce companhia.
E nobreza
- Eu saúdo e venero o Eucalipto,
Benfazejo, sàdio, altaneiro,
Que é sombra e saúde
E riqueza
Da minha casa campestre,
Durante o ano inteiro.

Vivenda da Azenha
Caniço, Outubro de 95°
[Baptista dos Santos, Murmúrios da Azenha, Funchal, 1961, pp. 1-7, 17-18]

ANA BELA A. PITA DA SILVA

ILHA DA MADEIRA

Com mãos fortes desbravaste


caminhos em rocha dura
com mãos fortes semeaste
flores, videiras e bravura.

Quais ribeiras saltitantes


que bailam até o mar
vão os teus emigrantes
longe teu nome levar.
Tens paisagem imortal
de beleza toda inteira
das Terras de Portugal
és a princesa, Madeira.

Madeira
sonho
realidade.

Madeira
grande és
na verdade.

FLOR SILVESTRE

Olha
aquela
Flor
silvestre
sozinha
entre
erva
daninha
naquele
rochedo
agreste

Chega-te
perto
olha-a
bem

a cor
linda
que tem
[Ana Bela A. Pita da Silva, Movimentos. Poemas, Lisboa, 1985, pp.63 e 70]
GUIA BIBLIOGRÁFICO
Biobibliografias

AHERN, Katherine, Cultural Landscape Bibliography: an Annotated Bibliography on resources in the National
Park System, Washington, 1992.

AHRENTZEN, Sherry. Children and the Built Environment: an Annotated Bibliography of Representative
Research of Children and Housing, School Design, and Environmental Stress / Sherry Ahrentzen. Monticello, Ill.:
Vance Bibliographies, [1982]

ALTSHELER, Brent, Natural History Index-Guide, N. York, 1940.

Ambiente e Territorio: Bibliografia, Bologna: Centro internazionale di studio, ricerca e documentazione ell'abitare
OIKOS, 1986.

ANGLEMYER, Mary e Eleanor R. Seagraves, The Natural Environment: an Annotated Bibliography on Attitudes
and Values; Washington, D.C.: Smithsonian Institution Press, 1984
A Search for Environmental Ethics: An Initial Bibliography, Washington DC, 1980.

ANNUAL Bibliography of the History of Natural History, vol. I, London, British Museum, 1985.

ASKOW, Catherine, Primary Sourcce Materials on Environmental Impact Studies, Chicago, 1979.

BALACHANDRAN, Sarojini, Encyclopedia of Environmental Information Sources: a subject Guide to about


34,000 Print and Other Sources of Information on all Aspects of the Environment, Detroit: Gale Research, c1993.

BALDWIN, J. Whole Earth Ecolog: the Best of Environmental Tools & Ideas; foreword by Stewart Brand.New
York: Harmony Books, c1990.

BARKER, Leslie(ed.), Christian Belief and the Built Environment. An Annotate Bibliography,

BAUMAN, Richard W. Critical Legal Studies: a Guide to the Literature,. Boulder, Colo.: Westview Press, c1996.

Belgian Environmental Research Index, vol. 1 e 2(1969-1970), Brussels

BENNETT, Gary F. e Judith C.Bennett Environmental Literature; a Bibliography,.[3d ed.]Park Ridge, N.J.,
Noyes Data Corp., 1973.

BENOIT, Mary Ann, Songbird Ecology in Southwestern Ponderosa Ppine Forests: a Literature Review / [authors,
Mary Ann Benoit … [et al.] ; editors, William M. Block, Deborah M. Finch].Fort Collins, Colo. (3825 E. Mulberry
St., Fort Collins 80524): United States Dept. of Agriculture, Forest Service, Rocky Mountain Forest and Range
Experiment Station, [1997]

Bibliografia General sobre Ecologia e Ingenieria Ambiental., Caracas: Unesco, 1978.

Bibliographic Guide to the Environment, Boston, 1991-1996

BRIDSON, Gavin D. R., The History of Natural of Science and Bibliography, New York, Garland Pub., 1994.
Plant, animal & Anatomical Illustration in art & Science: a Bibliographical Guide from the 16th century
to the present day, Winchester, 1990.

BURKE, John Gordon e Jill Swanson Reddig, Guide to Ecology Information and Organizations,.New York: H. W.
Wilson, 1976.

BURKE, Hubert D. Bibliography of Manuals and Handbooks from Natural Resource Agencies: Prepared for the
Coal Project, Western Energy and Land Use Team / compiled by Hubert D. Burke.Rev. ed. Fort Collins, Colo.:
The Team, 1978.
CATALÁ GORGUES, J.L. et alia, "Bibliografía Histórica sobre la Ciencia y la técnica en España.1996", in
Asclepio Revista de Historia de la Medicina y de la Ciencia, vol. XLIX, fasc.2, 1997, pp.223-290.

CESNICK, Michael T. e James E. Crow, Bibliography for the Study of Natural Resorce & Environment Conflict,
1981

CHADWICH, Chris(ed.), Aberyst Wyth and District- Bibliography of the Earth and Environmental Sciences,
Wales, 1991

CHARLTON, Donald Geoffrey, New Image of the Natural in France. A Study in European Cultural History, 1750-
1800, Cambridge, /N. York, 1984

CHENEY, K.A., A selective bibliography on the endangered species act, Natural Resources and Environment 8(1)
1993: 43-45.

CHESLER, Olga e Dorothy Richardson.Trenton, Annotated Bibliography of Cultural Resource Survey Reports
Submitted to the New Jersey State Historic Preservation Officer through Dec. 31, 1979: in Accordance with
Section 106 of the National Historic Preservation Act, as Amended, N.J, Office of Cultural and Environmental
Services, New Jersey Dept. of Environmental Protection, 1980

CORDOZO SARAVIA, Consuelo, Bibliografía Boliviana de Ecología, en colaboración con Erika Geyger; editor,
Alfred Bittner; compilación bibliográfica, Jutta Buchinger. Tübingen, República Federal de Alemania: Instituto de
Colaboración Científica, c1989.

CORVOL, Andrée e Isabelle Richefort, Nature, Environnement et Paysage: l'Héritage du XVIIIe Siècle: Guide de
Recherche Archivistique et Bibliographique, Paris : L'Harmattan, 1995

CYPHER, Brian L., Ecology and Management of White-tailed Deer in Northeastern coastal Habitats: a Synthesis
of the Literature Pertinent to National Wildlife Refuges from Maine to Virginia / by Brian L. Cypher and Ellen A.
Cypher; project officer, Ronald E. Kirby. Washington, DC : Fish and Wildlife Service, U.S. Dept. of the Interior,
1988.

DANTAS, Mário, Bibliografia sobre Ecologia de Pastagens, Brasília: Departamento de Informação e


Documentação, 1981.

DON VILLE, Judith A., Environmental Studies Reviews, Mildetown, 1995

DOW, C. M. 1921, Anthology and Bibliography of Niagara Falls. Albany, N.Y: State of New York, 1921

DURRENBERGER, Robert W., Environment And Man: A Bibliography. Palo Alto: National Press Books 1970

DZAMBA, Nancy, Annotated Bibliography of Cultural Resources Survey Reports Submited to the New Jersey
State Historic Preservation Officier.., Trenton, NJ., 1981.

EAGLE, Selvyn(ed.), Information Sources in Environmental Protection (Guides to Information Sources),


London/N. Providence, NJ: Bowker-Sauar, 1996

Ecology an the Environment. A Dissertation Bibliography, Ann Arbor, Mich., 1976.

ELBERS, Joan S.[ compiled ], Changing Wilderness Values, 1930-1990: an Annotated Bibliography, New York:
Greenwood Press, 1991

Encyclopedia of Environmental Information Sources. A Subject Guide …, Detroit, 1993.

EDWARDS, Everett Eugene, A Bibliography of the History of Agriculture in the United States, by Everett E.
Edwards. Detroit, Republished by Gale Research Co., 1967.
A Bibliography of the History of Agriculture in the United States, by Everett E. Edwards. New York, B.
Franklin [1970]
EHRMANN, John R., A Bibliography on Natural Resource and Environmental Conflict: Management Strategies
and Processes, Chicago, 1982.

(An)Environmental Bibliography: Publications Issued by UNEP or under its Auspices, 1973-1980, United Nations
Environment Programme, 1981.

Environment and the Community; an Annotated Bibliography.Washington, U. S. Dept. of Housing and Urban
Development; for sale by the Supt. Of Docs., U. S. Govt. Print. Off., 1971.

Environment and Development: An Annotated Bibliography compiled by: Nguyen Ngoc Ly Economic
Development Institute of The World Bank Contents Acknowledgments Introduction General Environmental
management, economics, and policies Project economic...

Environmental Periodicals Bibliography, nº.1-21(1992-1996), Santa Barbara Environmental Studies

Environment Source Book: a Guide to Environmental Information in Canada/a joint Project of the Department of
the Environment, Ottawa, and Provincial and Territorial Environment and Renewable Resource Departments;
[research: Margaret Dunn, editing: Betsy Comstock] [Ottawa]: Minister of Supply and Services, 1978.

Environmental Conservation Education; a Selected Annotated Bibliography. Compiled for the Conservation
Education Association.Danville, Ill., Interstate Printers & Publishers [1974]

Environmental History [revista, publica em todos os números uma compilação bibliográfica: "Biblioscope. An
Archival guide & Bibliography"].

FAHL, Ronald J., North American Forest and Conservation History: a Bibliography, Santa Barbara, Calif.: ABC-
CLIO Press, 1977

FIELD, Henry, Bibliography on the Southwestern Asia, Coral Gables, 7 vols., Fla., 1953-1962.

FINCH, Robert, John Hay, Edward Hoagland, and Barry Lopez, On Nature: Nature, Landscape, and Natural
History. San Francisco: North Point Press, 1987

FIRTH, John Naylor Millatt, Environmental Bibliography of Wales, 1900-1976, Cardiff, H.M. Stationery Off.,
1978

FORTNER, Diane M., Environmental Studies: an Annotated Bibliography, Metuchen, N.J.: Scarecrow Press,
Pasadena, Calif.: Salem Press, c1994.

FREEMAN, Richard Broks, British Natural History Books, 1495-1900. A Handlist, Folkestone, Kent, 1980.

GAUDIER, Maryse, Ecologie, Monde du Travail, Participation Sociale: Ttendances de la Documentation et


Bibliographie = Ecology, the World of Work, Social Participation: Trends in the Literature and Bibliography.
Geneve : Institut international dâetudes sociales, c1986.

Geographic Index of Environmental Articles, 1991.Cincinnati, Ohio: Center for Environmental Research
Information, Office of Research and Development, U.S. Environmental Protection Agency, [1992]

George Muir Library, The Australian Environment: a Bibliography of Monographs and Audiovisual materials held
in the George Muir Library of the Kuring-gai College of Advanced Education, 1975-1983. [Linfield, N.S.W.]: The
Library, [1984]

GOODLAND, Robert J. A., Bibliography, Agriculture and Ecology of Bangladesh [Dacca: s.n., 1977?],

GUERRINI, Anita, Natural History and the New World, 1524-1770, an Annotated Bibliography of Printed
Materials in the Library of the American Philosophical Society, Philadelphia, American Phiçosophical Society
Library, 1986.

Guía Bibliográfica sobre Agroecología en América Latina / AGRUCO-AGRECO L. Langenbruck, Suiza:


AGRECOL; Cochabamba, Bolivia: AGRUCO [1994]
HAMMOND, Kenneth A., George Macinko, Wilma B. Fairchild, Sourcebook on the Environment: a Guide to the
Literature,. Chicago: Chicago University Press, 1978.

HARRAH, David F. e Barbara K. Harrah., 1949-, Conservation/Ecology, Resources for Environmental, Imprint
Metuchen, N.J.: Scarecrow Press, 1975.

HASSE, Adelaide Rosalia, 1868-1953, Reports of Explorations Printed in the Documents of the United States
Government: a Contribution Toward a Bibliography / compiled by Adelaide R. Hasse (Office Superintendent of
Documents, Government Printing Office). Washington : G.P.O., 1899.

HEMSLEY, W. Botting, Botanical and Zoological Bibliography of the Lesser Antilles, Caribbes Islands or
Windward and Leward Islands, London, British Assoc. for the Advancement of Science, 1888.

HENDERSON, Francine I., Botswana's Environment: an Annotated Bibliography (revised) / Francine I.


Henderson, Johannes B. Opschoor. Gaborone, Botswana: National Institute of Development and Cultural Research,
1981.

HIBBS, L. Dale, A Literature Review on Mountain Goat Ecology, [Denver, Dept. of Game, Fish and Parks, Game
Research Division, 1966]

HOLBROOK, David, Changing Attitudes to the Nature of Man; a Working Bibliography, with addenda by Masud
Khan, Andrew Brink and David Boadella. Hatfield, Hertis [1973]

HOLLIMAN, Jonathan, Environment, Resources and Man: an Annotated List / selected by .... London: National
Book League, 1972.

Human Settlements: an Annotated Bibliography: Prepared for Habitat, United Nations Conference on Human
Settlements, Vancouver, Canada, 31 May-11 June, 1976 / by International Institute for Environment and
Development. Elmsford, N.Y.: Pergamon Press, 1976.

International Development and the Human Environment: An Anotated Bibliography, N. York, Macmillan
Information, 1974.

JANSMA, P. E. e Jansma.Englewood,Reading About the Environment: an Introductory Guide, Colo.: Libraries


Unlimited, 1992.

KRAMER, Joseph(compil.), Environment/Ecology; a Guide to the Library, Sacramento, 1972.

KRUSE, Lenelis, Environment and Behavior: an International and Multidisciplinary Bibliography, 1970-1981,
Reiner Arlt.Paris ; New York : K.G. Saur, 1984.

JACOBS, M., and de Boo, T. J. J., Conservation Literature on Indonesia: Selected Annotated Bibliography.
Rijksherbarium, Leiden, Netherlands, 1982.

JANSMA, Pamela E., Reading About the Environment: an Introductory Guide, Englewood, Colo., 1993

JOHNSON, Carolyn M., Discovering Nature with Young People: an Annotated Bibliography and Selection Guide /
compiled by Carolyn M. Johnson. New York : Greenwood Press, 1987.

JOLMA, Dena Jones, Attitudes Toward the Outdoors: an Annotated Bibliography of U.S. survey and Poll Research
Concerning the Environment, Wildlife, and Recreation / compiled by .... Jefferson, N.C.: McFarland, c1994.

KNIGHT, David M., Natural Science books in English, 1600-1900, London, 1972.

KURATA, Satoru, 1922- , A Bibliography of Forest Botany in Japan, 1940-1963, edited by S. Kurata, with the
collaboration of K. Aoshima [and others] Tokyo, University of Tokyo Press [c1966]

Latin American Agriculture: a Bibliography on Pioneer Settlement, Agricultural History and Economics, Rural
Sociology and Population (including immigration and foreign minorities), agricultural cooperatives and credit,
from the holdings of the Widener Library, Harvard University / Martin H. Sable. Milwaukee: University of
Wisconsin-Milwaukee, Center for Latin American Studies, 1970.,Milwaukee: University of Wisconsin-Milwaukee,
Center for Latin American Studies, 1970.

LESNICK, Michael T., A Bibliography for the Study of Natural Resource and Environmental Conflict, Chicago,
1981.

LEYVA Franco, Pablo, Bibliografia sobre Fauna, Flora y Parques Nacionales, Bogota, 1983.

LIEBER , J. W., Human Ecology and Education: a Catalogue of Environmental Studies, 1957-1970, Ibadan:
University of Ibadan, 1970.

MACARIE, Gheorge, Sentimentul naturii in Proza Romanesca a secolului XIX, Bucaresti, Minerva, 1978

MALTZ, Nathan Jerry, Interaction with the Physical Environment: Patterns of Living, Socialization, Behavior, and
Environmental Cognition in Various Cultures: Selected Annotated Bibliography, Monticello, Ill: Vance
Bibliographies, 1979

Man and his Environment; Selected Government Publications, 1950-1970, [Bloomington] 1970.

MATHISEN, Ole A. , Ecology of the Bering Sea: a Review of Russian Literature / edited by Ole A. Mathisen and
Kenneth O. Coyle.Fairbanks, Alaska: Alaska Sea Grant College Program, University of Alaska Fairbanks, [1996]

MATTHEWS, William Henry, Joseph C. Perkowski ... [et al.], Resource Materials for Environmental
Management and Education , Cambridge, Mass.: MIT Press, c1976.

Medio Ambiente y Desarrollo: Aspectos Económicos del Medio Ambiente, prólogo de José Luis Sampedro, Madrid:
CIFCA, 1979

MEISEL, Max, Bibliography of American Natural History. The Pioneer century, 1769-1865, 3 vols, N. York, 1924

MERIDETH, Robert W., The Environmentalist's Bookshelf : a Guide to the Best Books,. New York: G.K. Hall;
Toronto: Maxwell Macmillan Canada; New York: Maxwell Macmillan International, c1993.

MILLER, Charles Allen, Nature in American life. A Preliminary Bibliographical guide, Princeton, NJ, 1972.

MILLER, Joseph A. e Sarah M. Fieldman(compilação), The Island Press Bibliography of Environmental


Literature, Washington, D.C.: Island Press, c1993

MONTEIRO, Isane Therezinha Zahluth, Bibliografia sobre Ecologia, Belem: Sagri, 1979.

MORRISON, Denton E., Environment. A Bibliography of Social Science and related literature, Washington, 1974

MOSELEY, Charles J., Beacham's Guide to Environmental Issues and Sources, 5 vols, 1993

MUMTAZ, Khawar, Pakistan's Environment: a Historical Perspective and Selected Bibliography with
Annotations / edited and compiled by Khawar Mumtaz and Mehjabeen Abidi-Habib. Karachi, Pakistan: JRC-
IUCN, [1989]

NASSAR, Nazira Leite e Mário Dantas, Bibliografia sobre Ecologia Vegetal, Brasília: EMBRAPA, Centro de
Pesquisa Agropecuária do Trópico Úmido, Departamento de Informação e Documentação, 1981.

Natural Environment and Man in Tropical Mountain Ecosystems: proceedings of the symposium of the Akademie
der Wissenschaften und der Literatur, Mainz, Kommission für Erdwissenschaftliche Forschung, in connection with
the International Geographical Union, Commission on Mountain Geoecology, February 24-26, l983 at Mainz =
Verhandlungen des Symposiums der Akademie der Wissenschaften und der Literatur, Mainz, Kommission für
Erdwissenschaftliche Forschung, in Verbindung mit der International Geographical Union, Commission on
Mountain Geoecology, 24.-26. Februar 1983 in Mainz / Herausgeber, Wilhelm Lauer. Stuttgart: F. Steiner Verlag
Wiesbaden, 1984.
NEWMAN, Oksana e Allan Foster, European Environmental Information/ compiled by .... London; Detroit, Mich.:
Gale Research International, c1994.

NORDQUISIT, Joan, Radical Ecology Theory. A Bibliography(social theory- a bibliographic series, nº.30), 1993
Environmental Issues in the Third World: a Bibliography, Santa Cruz, Ca., 1991.

NORTH American Newsletter. Society for the Bibliography of Natural History, vol. I, nº1, N. York, 1977

ORSI, Richard J.(compil.), A List of References for the History of Agriculture in California Davis, Agricultural
History Center, University of California, 1974.

OWINGS, Loren C., Environmental Values, 1860-1972: a Guide to Information, Detroit: Gale Research Co.,
c1976.

PINHEIRO NETO, Francisco A, Resumos Bibliograficos sobre Ecologia, Rio de Janeiro: Ibdf, 1973.

POUYAT, Richard V., The Ecology and Natural Resources of New York City: a Bibliography: a Reference Guide
to Literature for Scientists, Planners, and Natural Resource Managers / Richard V. Pouyat, Mark J. McDonnell.
Millbrook, N.Y.: Institute of Ecosystem Studies, New York Botanical Garden, c1991.

RAMSEY, Ralph H., Livestock and the Environment: a Bibliography with Abstracts / by .... Washington: Office of
Research and Development, U. S. Environmental Protection Agency: for sale by the Supt. of Docs., U. S. Govt.
Print. Off., 1977.

RAWSON, Margaret B., A Bibliography on the Nature, Recognition, and Treatment of Language Difficulties,
prepared by Margaret B. Rawson for the Orton Society, inc. [Rev. ed. Pomfret, Conn., 1966-

REGIS, Pamela, Describing Early America. Bartram, Jefferson, Crevecoeur, and the Rhetoric of Natural History,
Dekalb, Northern Ill. Press, 1992.

ROGERS, Dilwyn J., A Bibliography of African Ecology: a Geographically and Topically Classified List of Books
and Articles / compiled by .... Westport, Conn. Greenwood Press, 1979.

RUSSELL, Terence M., The Built Environment: a Subject Index 1800-1960, Godstone [England]: Gregg Pub.;
Brookfield, 1989.

SAHA, Santosh C., A History of Agriculture in West Africa: a Guide to Information Sources, Lewiston, N.Y.,
USA: E. Mellen Press, c1990.

SARGENT, Frederick, Human Ecology: a Guide to Information Sources, Detroit, Mich.: Gale Research Co.,
c1983.

SCHADER ,Freddy , A Bibliography of Environmental Education for use Primarily in Grades 1-9, Little Rock,
Ark., Arkansas Library Commission, 1972

Sciences Humaines et Environnement, Orientations Bibliographiques, Recherche Effectuée à l'Institut de


l'Environnement. Paris (5e), Institut de l'environnement, 14-20, rue Érasme [1971].

SCHLEBECKER, John T., Bibliography of Books and Pamphlets on the History of Agriculture in the United
States, 1607-1967, Santa Barbara, Calif., A[merican] B[ibliographical] C[enter]-Clio, 1969.

SCHOR, Joel(compil.), A List of References for the History of Black Americans in Agriculture, 1619-1980, Davis,
Calif.: Agricultural History Center, University of California, [1981]

Select Bibliography of the Natural History of the Kimberley Region of Western Australia / compiled by the Staff of
the J.S. Battye Library of West Australian History, Perth: Library Board of Western Australia, 1981.

SETHI, Narendra Kumar, Social Sciences in Management. An Environmental View, The Hague, Nijhoff, 1972.
SHANDS, William E , Forest Land Use: an Annotated Bibliography of Policy, Economic, and Management Issues,
1970-1980: a Conservation Foundation Report, Washington, D.C.: The Foundation, c1981

SHELDON, Joseph Kenneth, Rediscovery of Creation: a Bibliographical Study of the Church's Response to the
Environmental Crisis, Metuchen, N.J.: American Theological Library Association: Scarecrow Press, 1992.

SCHEUCHZER, Johann Jakob, Bibliotheca Scriptorium Historiae Naturali Omnium Terrae Regionum
Inservientium, Historiae Naturalis Helvetiae Prodromus, Tiguri, Typis Henrici Bodmeri, 1716

SINCLAIR, Patti K., E for Environment: an Annotated Bibliography of Childrens Boks with Environmental
Themes, New Providence, N.J.; R. R. Bowker, c1992.

SITWELL, Sacheverell, Fine Bird Books, 1700-1900, N. York, Atlantic Monthly Press, 1990.

STAPP, William B.e Mary Dawn Liston, Environmental Education: a Guide to Information Sources, Detroit: Gale
Research Co., [1975]

STERRINGA, Jacob T, Bibliografia sobre Silvicultura y Ecologia Florestal Tropical, Turrialba: Iica/cidia, 1975.

SUGGEST Collection in the Environmental Sciences, Verona, Wis., 1973, 3ª ed.

SWARTZ, Janey and Duane Toomsen, Environmental Literature for Young Readers. Environmental Education
Coordinator, Iowa Department of Public Instruction, Grimes State Office Building, Des Moines, IA 50319

TAUNY, Afonso E., Achegas para a Bibliographia das Sciencias Naturaes. Resumo de obras, Opusculos e artigos
publicados no Estrangeiro e interessando o Brasil(1917-1921), S. Paulo, 1927.

TAYLOR, George F., Forestry in India: a Selected Bibliography of Sources on Forest History, Forest Policy and
the Forestry/Agriculture Interface, Monticello, Ill.: Vance Bibliographies, 1980.

THOMAS, Morley K., comp., A Bibliography of Canadian Climate 1958-1971. Bibliographie du Climat
Canadien, 1958-1971, [Ottawa, Information Canada] 1973.

URIBE, Maruja, Fuentes de Información sobre Protección del Medio Ambiente y los Recursos Naturales en
América Latina y el Caribe, Gladys Soche. Edition 1. ed., Santafé de Bogotá : El Colegio Verde de Villa de Leyva,
1992.

VANCE, Mary, Nature Conservation: Monographs, 1983

VON BAEYER, Edwinna, A Preliminary Bibliography for Garden History in Canada, Ottawa, Ont., 1983.

WAAGE, Frederick O.ed, Teaching Environmental Literature: Materials, Methods, Resources, N.Y.: Modern
Language Association of Am. 1985

WALMSLEY, D. J., e R. A. Day, Perception and Man-environment Interaction: a Bibliography and Guide to the
Literature, Geographical Society of New South Wales, New England Branch, 1972

WARREN, Betty. The Energy and Environment Checklist: an Annotated Bibliography of Resources, San
Francisco: Friends of the Earth: distributed by Friends of the Earth Books, c1980

WHITTAKER, David J., Conserving America: a Bibliographical Guide to Printed Material in the British Library
Relating to American Environmental History and Thought, [London]: British Library: Eccles Center for American
Studies, 1996.

WINTON, Harry N. M.(ed.), Man and the Environment. A Bibliography of Selected Publications of the United
Nations System, 1946-1971, N.York, Unipub, 1972

WINZELER, Elizabeth R. e Gabriel J. Cherem, An Interpretive Research Bibliography, Derwood, Md., 1978
WOHLWILL, Joachim F., e Gerald D. Weisman, The Physical Environment and Behavior: an Annotated
Bibliography and Guide to the Literature, New York: Plenum Press, c1981

WOLFF, Garwood R., Environmental Information Sources Handbook, [New York] Simon and Schuster [1974]

BIBLIOGRAFIA GERAL

A
ABBEY, Edward, The Brave Cowboy, Salt Lake City: Dream Garden Press, 1956-1994.

ABBOTT, Carl, “The Metropolitan Frontier”, The Modern American West, Ed. Gerald D. Nash. Tucson: U. of
Arizona P, 1993

ABRAMS, Le Roy, An Illustrated Flora of the Pacific States: Washington, Oregon, & California, Stanford:
Stanford University Press, 1923.

ACKERMAN, Diane, A Natural History of the Senses, New York: Random House, 1990-1994

ACKERMAN, Diane, The Moon by Whale Light: And Other Adventures Among Bats, Penguins, Crocodiles and
Whales, New York: Random House, 1992.
The Rarest of the Rare, New York: Random House, 1995.

ACOT, Pascal, Godron, Michel, Histoire de l'écologie, 1988


Historia da Ecologia, Rio de Janeiro: Campus, 1990.
Storia dell'ecologia / prefazione di Enrico Testa; traduzione di Silvana Nesi Sirgiovanni, Lucarini, Roma,
1989

ADAMS, Carol J., Ecofeminism and the Sacred, Maryknoll, NY: Orbis Books, 1992-1995.
The Sexual Politics of Meat: A Feminist-Vegetarian Critical Theory, New York: Continuum, 1990.

ADAMS, Noah, Saint Croix Notes: River Mornings, Radio Nights, New York: Norton, 1990.

ADAMS, Robert, e William Stafford, Listening to the River: Seasons in the American West, Aperture, 1994.
Cottonwoods: Photographs by Robert Adams, Blue Ridge Summit, PA: Smithsonian Institution P, 1994
Why People Photograph: Selected Essays and Reviews, Aperture, 1994. [A fotografia vista sobre a
perspectiva da paisagem.]

AESENBERG, Nadya, We Animals: Poems of Our World, San Francisco: Sierra Club, 1990.

Agricoltura Ambiente e Sviluppo Economico nella Storia Europea, Milano, F. Angeli, [1993].

AIKEN, Katherine G.,"'Not Long Ago a Smoking Chimney Was a Sign of Prosperity': Corporate and Community
Response to Pollution at the Bunker Hill Smelter in Kellogg, Idaho," Environmental History Review, 18:2 (Spring
1994): pp. 67-86.

ALAIMO, Stacy, “Cyborg and Ecofeminist Interventions: Challenges for an Environmental Feminism”, Feminist
Studies, 20 (1994).

ALBANESE, Catherine L., Nature Religion in America: from the Algonkian Indians to the New Age, Chicago: U
of Chicago P, 1990.
ALBION, R. G., Forests and Sea Power: the Timber Problem of the Royal Navy, 1652-1862, Cambridge, Mass,
1926

ALBRECHT, D.E., “The Correlates of Farm Concentration in American Agriculture”, Rural Sociology, 57, nº. 4
(Winter 1992): 512-520.

ALCOCK, John, Sonoran Desert Summer, Tucson: U of Arizona P, 1990


The Masked Bobwhite Rides Again, Tucson: U of Arizona P, 1993.[Crónicas sobre o deserto.]

ALEXANDER, Joan, Whom the Gods Love: Boyd Alexander's Expedition from the Niger to the Nile 1904-7, and
his last Journey, 1908-10 / [by] Joan Alexander; [maps drawn by Reginald Piggott]. London: Heinemann, 1977.

ALEXANDER, Pamela, Commonwealth of Wings: An Ornithological Biography, Hanover, NH: Wesleyan UP,
1991.

ALEXIE, Sherman, The Lone Ranger and Tonto Fistfight in Heaven, New York: Atlantic Monthly Press, 1993.

ALGLEMEYER, Mary, and Eleanor R. Seagraves, The Natura l'Environment: An Annotated Bibliography on
Attitudes and Values,Washington, D.C.: Smithsonian Institution Press, 1984.

ALLEN, David Elliston, The Naturalist in Britain a Social History, London, 1976.

ALLEN, Mea, The Tradescant: their Plants, Gardens and Museum, 1570-1662, London, 1964.

ALLEN, Timothy F., and Thomas W. Hoekstra, Toward a Unified Ecology, New York: Columbia UP, 1992.

ALLEN, William, Walking Distance: An Ohio Odyssey, Cincinnati, OH: Black Oak Books, 1993.

ALLIN, Craig W., The Politics of Wilderness Preservation, Westport, CT: Greenwood Press, 1982.

ALMEIDA, Jozimar Paes de, Errante no Campo da Razão; o Inedito na Historia Contribuição para um Estudo de
Historia e Ecologia, Londrina, Editora UEL, 1996
A Extinção do Arco- Iris: Ecologia e Historia, Campinas, Sp, Papirus, 1988

ALONSO MILLAN, Jesus, Una Tierra Abierta: Materiales para una Historia Ecologica de España, Madrid :
Compañia literaria, 1995

ALPERS, Paul, What Is Pastoral?, Chicago: U. of Chicago Press, 1996.

ALT, D.D. & Hyndman, D.W., Northwest Exposure: Geology of the Pacific Northwest, Missoula: Mountain Press,
1995.

ALTHERR, Thomas L., “The Country We Have Married: Wendell Berry and the Georgic Tradition of
Agriculture.”, Southern Studies (1990).
e John F. Reiger, "Academic Historians and Hunting: A Call for More and Better Scholarship,"
Environmental History Review, 19:3 (Fall 1995): pp. 39-56.

ALVAREZ, Ken, Twilight of the Panther: Biology, Bureaucracy, and Failure in an Endangered Species Program,
Sarasota, FL: Myakka River Publishing, s.d.

ALVERSON, William S., Donald M. Waller, e Walter Khulmann, Wild Forests: Conservation Biology and Public
Policy, Washington, D.C.: Island, 1994.

L’Ambienti nelle Storia d’Italia- Studi e Immagini, Venezia: Cataloghi Marsilio 1989

AMELUNG, T. and M. Diehl, Deforestation of Tropical Rainforests: Economic Causes and Impact on
Developmen, Kiel: Institute of World Economics. 1992

AMMONS, A.R., Garbage, New York: Norton, 1993.


ANAYA, Rudlolfo e Francisco Lomeli, Aztlan: Essays on the Chicano Homeland, Albuquerque: University of
New Mexico Press, 1989.

ANCONA, Gregorio, S. Spirito (Bari), Villaggio Rimpianto: Storia, Ecologia, Folklore, Edizioni Levante, Bari,
1977

ANDERSON, Alison, “Source Strategies and the Communication of Environmental Affairs”, Media, Culture, and
Society, 13.4 (1991): 459-476.

ANDERSON, Chris, Edge Effects: Notes from an Oregon Forest, Iowa City: U. of Iowa P, 1993.

ANDERSON, D., GROVE, R. R. (eds.), Conservation Africa. People Policies and Practices, Cambridge, 1987

ANDERSON, David J., “New England, Ohio’s Western Reserve, and the New Jerusalem in the West”,
Midamerica 18 (1991).

ANDERSON, William, Green Man: The Archetype of Our Oneness with the Earth, Harper Collins: San Francisco,
1990. [Estudo sobre o folclore, arte e literatura]

ANDERSON, Roger, "Environmental, Safety and Health Issues at U.S. Nuclear Weapons Production Facilities,
1946-1988," Environmental Review, 13:3-4 (Fall/Winter 1989): pp. 69-92.

APPLETON, Jay, The Experience of Landscape, London, New York: Wiley, 1975 [1996].

ARGYROS, Alexander J., “A Blessed Rage for Order: Deconstruction, Evolution, and Chaos”, Studies in
Literature and Science, Ann Arbor: UP of Michigan, 1991.

ARMSTRONG, Susan J., & Richard G. Botzler, eds., Environmental Ethics: Divergence and Convergence, New
York: McGraw Hill, 1993.

ARMYTAGE, W. H. G., A Social History of Engineering, Cambridge, Mass.: MIT Press. 1961.

ARNO, S. & R. Hammerley, Northwest Trees, Seattle: The Mountaineers, 1972.

ARNOLD, David, The Problem of Nature: Environment Culture and European Expansion (new Perspectives on
the Past), Oxford, Cambridge Mass., Blackwell, 1996
e Ramchandra Gua (eds.), Nature, Culture, Imperialism: Essays on the Environmental History os
South Asia, Delhi; Oxford Univ. Press, 1996

ARNOLD, Richard Sidney, “Conservation and the Uses of Nature in Writings of Thoreau, Muir, and Abbey”, DAÍ,
54 (1994).[Evolução atitudes perante ambiente na literatura e política.]

ART, Henry W., The Dictionary of Ecology and Environmental Science / Henry W. Art, general editor; foreword
by F. Herbert Bormann; contributing editors, Daniel Botkin [et al.]. New York : H. Holt, 1993.

ATTFIELD, Robin, "Attitudes to Wildlife in the History of Ideas," Environmental History Review, 15:2 (Summer
1991): pp. 71-78.

ATWOOD, Margaret, Strange Things: The Malevolent North in Canadian Literature, Toronto: Oxford UP, 1995.

AUDUBON, John James, Delineations of American Scenery andCharacter, New York: G.A. Baker & Company,
1926.

AUSTIN, Mary, Cactus Thorn, Reno: U. of Nevada P, 1994

Australian Environmental History: Essays and Cases / edited by Stephen Dovers Melbourne; New York: Oxford
University Press, 1994
AXELROD, Alan [1952-], The Environmentalists: a Biographical Dictionary from the 17th Century to the Present
/ Alan Axelrod and Charles Phillips. New York: Facts on File, c1993.

B
BADINER, Allan Hunt, Dharma Gaia: A Harvest of Essays in Buddhism and Ecology, Berkeley: Parallax Press,
1990. [Colectânea de estudos.]

BAER-BROWN, Leslie[1958-], Earth keepers: a sourcebook for environmental issues and action, 1st ed, San
Francisco: Mercury House, c1995.

BAGULEY, David, Naturalist Fiction. The Entropic Vision, N. Y., 1990.

BAHN, Flenley, Easter Island - Earth Island, London, 1992.

BAHRE, Conrad Joseph, A Legacy of Change: Historic Human Change on Vegetation in the Arizona Borderlands,
Tucson: U. of Arizona P, 1991.

BAILEY, Florence Merriam, No Woman Tenderfoot, College Station: Texas A&M UP, 1993.

BAKER, Alan R. H. , BIGER, Gideon(ed.), Ideology and Landscape in Historical Perspective. Essays on the
Meanings of some Places in the Past, Cambridge, 1992

BAKER, David, Living with the Past: The Historic Environment, Bletsoe, Bedford: D. Baker, 1983.

BAKER, Jennifer Jordan, “’In a Thicket’: Glenway Westcott’s Pastoral Vision”, Studies in Short Fiction, 31.2
(1994): 187-195.

BAKER, W.L., Effects of settlement and fire suppression on landscape structure, Ecology, 73, 1992: 1879-1887.
The landscape ecology of large disturbances in the design and management of nature reserves, Landscape
Ecology, 7: 181-194.

BANKOFF, Greg, "Coming to Terms with Nature: State and Environment in Maritime Southeast Asia”,
Environmental History Review, 19:3 (Fall 1995): pp. 17-37.

BARBER, Dee Seton(ed.), Woodcraft is Lifecraft, 1902-1992: In Celebration of 90 Years, Santa Fe, NM: Seton
Village Press, 1992. [Colecção de textos e poemas sobre o autor]

BARILLAS, William, “Placelessness Against Place: Willa Cather’s Nebraska Novels”, Midwestern Miscellany, 19
(1991).

BARKER, Graeme, Ambiente e Società nella Preistoria dell'Italia Centrale, Roma: NIS,1984.

BARKER, Rocky, Saving All the Parts: Reconciling Economics and the Endangered Species Act, Washington,
D.C.: Island Press, 1994.

BARNES, Barry, SHAPIN, Stephen (eds.), Natural order Historical Studies of Scientific Culture, London, 1979.

BARNES, Claude T., The Natural History of a Mountain Year: Four Seasons in the Wasatch Range, Salt Lake
City: U of Utah P, 1996.

BARNES, Trevor J., and James S. Duncan, eds., Writing Worlds: Discourse, Text and Metaphor in the
Representation of Landscape, New York: Routledge, 1992.

BARNETT, Gabrielle. “Performing for the Forest”, Theater, 25.1 (1994): 52-61.

BARRELL, J.C., The Idea of Landscape and the Sense of Place 1730-1840, Cambridge, 1972
The Dark Side of the English Landscape the Rural poor in English Painting 1730-1840, Cambridge,
1980.

BARTH, Gunther, Fleeting Moments: Nature and Culture in American History, New York: Oxford UP, 1990.

BARTHES, R., The Blue Guide, Mythologies, London: Jonathan Cape, 1972.

BARTLETT, Robert, Priya A. Kurian, and Madhu Malik, International Organizations and Environmental Policy,
Westport: Greenhaven Press, 1995.

BARTLETT, Robert V., "Adapt or Get Out: The Garrison Diversion Project and Controversy”,Environmental
Review, 12:3 (Fall 1988): pp. 57-74.

BASS, Rick, “The Yaak Chronicles”, Outside, 15.1 (1990): 66-70.


Platte River, Boston: Houghton Mifflin, 1994. [ Novelas]
The Ninemile Wolves, Livingston, MT: Clark City Press, 1992.
Winter: Notes from Montana, New York: Houghton Mifflin, 1991.

BASTIAN, Robert W., "Urban House Types As A Research Focus In Historical Geography”, Environmental
Review, 4:2 (Summer 1980): pp. 27-34.

BAUER, E., Los Montes de España en la Historia, Madrid, Ministerio de Agrticultura, Pesca y Alimentación, 1980

BEAR, Ray A. Young, The Invisible Musician, Duluth, MN: Holy Cow! Press, 1990.

BEATTIE, A.J., Natural history at the cutting edge, Ecological Economics, 13(2) 1995: 93-97.

BEDSWORTH, William, “The Verdict”, Sierra, 78.3 (1993): 82-85.

BEEMAN, Randal, "Louis Bromfield versus the 'Age of Irritation'“, Environmental History Review, 17:1 (Spring
1993): pp. 77-92.

BEGORAY, Noreen Joan, “Ecofeminism: Tracing the Theoretical Roots”, DAÍ, 32 (1994).

BEIMART, William, COATES, Peter, Environment and History the Taming of Nature in the USA and South
Africa, 1995.

BENDING, Stephen, “Re-Reading the Eighteenth-Century English Landscape Garden”, Huntington Library
Quarterly, 55 (1992).

BENJAMIN, Nancy Berg, “Traditional Enclosed Gardens in Ninteenth-Century American Fiction: The
Constriction of Adamic Aspirations”, DAÍ, 45 (1985).

BENNET, Jane, and William Chaloupka, eds., In the Nature of Things: Language, Politics, and the Environment,
Minneapolis: U of Minnesota P, 1993. [Antologia ensaios.]

BENNETT, Jane, Thoreau’s Nature: Ethics, Politics, and the Wild, Thousand Oaks, CA: Sage, 1994.

BENNETT, John W., e Seena B. Kohl, Settling the Canadian-American West, 1890-1915, Lincoln: U. of Nebraska
P., 1995.

BENSON, Jackson J., “’Eastering’: Wallace Stegner’s Love Affair with Vermont in Coming to Safety”, Western
American Literature, 25.1 (1990): 27-33.

BERAN, Carol L., “The Studhorse Man: Translating the Boundaries of Text”, Great Plains Quarterly, 14.3 (1994):
185-94.

BERGER, Bruce, There Was a River: Essays on the Southwest, Tucson: U of Arizona P, 1994

BERGERJY, Harry, Second World and Green World-studies in Rrenaissance Fiction-making, Berkeley, 1988.
BERGMAN, Charles, “Manatees and the Metaphors of Desire”, Orion, 10 (1991)
Wild Echoes: Encounters with the Most Endangered Animals in North America, New York: McGraw
Hill, 1990.

BERKHOFER, Robert F., The American Indian: Essays from the Pacific Historical Review, Santa Barbara, CA:
Clio Books, 1974.

BERMAN, Morris, The Reenchantment of the World, New York: Bantam, 1984.

BERMINGHAM, Ann, Landscape and Ideology - the English Rustic Tradition 1740-1860, Berkeley, 1986.

BERNHARDT, Peter, Natural Affairs: A Botanist Looks at the Attachments between Plants and People, New
York: Villard, 1993.

BERRY, Thomas, The Dream of the Earth, San Francisco: Sierra Club Books, 1988.

BERRY, Wendell, “Getting Along with Nature”, Home Economics: Fourteen Essays by Wendell Berry, San
Francisco: North Point Press, 1987.
Another Turn of the Crank, Washington, D.C.: Counterpoint, 1996.
What Are People For?, San Francisco: North Point, 1990.

BESTON, Henry, The Outermost House, London, Selwyn & Blount, 1928

BEVILACQUA, Piero, Tra Natura e Storia: Ambiente, Economie, Risorse in Italia, Roma: Donzelli, [1996
Fondazione Lelio e Lisli Basso-ISSOCO ]
Terre del Grano, Terre degli Alberi: l'Ambiente nella Storia del Mezzogiorno, Rionero di
Volture: Calice, stampa 1992
(ed.) Storia delll'Agricoltura Italiana in età Contemporanea. Spazi e Paesaggi, Venezia, Marsilio
Editori, 1989.

BEVIS, William W., Borneo Log: The Struggle for Sarawak’s Forests, Logan: Utah State UP, 1995.
"The Prairie: Cooper's Desert Ecology”, Environmental Review, 10:1 (Spring 1986): pp. 3-15.

BIEHL, Janet, Rethinking Ecofeminist Politics, Boston: South End P, 1991.

BILSKY, J., Historical Ecology: Essays on Environment and Social Change, N. York, Kennikat Press, 1980

BIRCH, Charles, William Eakin, e Jay B. McDaniel, eds., Liberating Life: Contemporary Approaches to
Ecological Theology, New York: Orbis, 1990.

BIRD, Elizabeth Ann R., "The Social Construction of Nature: Theoretical Approaches to the History of
Environmental Problems”, Environmental Review, 11:4 (Winter 1987): pp. 255-64.

BISHOP Jr., James, Epitaph for a Desert Anarchist: The Life and Legacy of Edward Abbey, New York: Atheneum,
1994.

BLACK, Alison Harley, Man and Nature in the Philosophical Thought of Wang Fu-Chih, Seattle, 1989.

BLACK, Brian, "Oil Creek as Industrial Apparatus: Re-creating the Industrial Process Through the Landscape of
Pennsylvania's Oil Boom.", Environmental History, Volume 3, No. 2, April 1998, pp. 210-229.

BLACKBURN, Thomas C., e Kat Anderson, Before the Wilderness: Environmental Management by Native
Californians, Menlo Park, CA: Ballena P, 1993.

BLAIR, Elizabeth, “The Politics of Place in Linda Hogan’s Mean Spirit.”, SAIL: Studies in American Indian
Literature, 6.3 (1994): 15-21.

BLATZ, Charles, Ethics and Agriculture: An Anthology on Current Issues in World Context, Moscow: U. of Idaho
P., 1995.
BLEVINS, Winfred, Dictionary of the American West, New York: Facts on File, 1993.

BLUME, Helmut, Geography of Sugar Cane: Environmental, Structural and Economical Aspects of Cane Sugar
Production, Berlin, 1985

BOAG, Peter G., Environment and Experience: Settlement Culture in Nineteenth-century Oregon, Berkeley:
university of California Press, 1992.

BOGUE, Margaret Beattie, "In the Shadow of the Union Jack: British Legacies and Great Lakes Fishery Policy”,
Environmental Review, 11:1 (Spring 1987): pp. 19-34.

BOICE, Judith, Mother Earth: Through the Eyes of Women Photographers and Writers, San Francisco: Sierra Club
Books, 1992.

BOLLES, Albert S., Industrial History of the United States: From the Earliest Settlements to the Present Times:
Being a Complete Survey of American Industries..., Norwich, CT: The Henry BillPublishing Company, 1878.

BOLLING, David M., How to Save a River: A Handbook for Citizen Action, Washington, D.C.: Island, 1994.

BONAMICO, Sergio,Uomo ed Ambiente nella Storia del Paesaggio Italiano, Roma: Gangemi, [1992]

BONNER, Charles, “Crisis and Responsibility: Environment, Lifeworld and the Elemental”, DAÍ, 55 (June 1995):
1995.

BONTA, Marcia Myers, Appalachian Spring, Pittsburgh: U. of Pittsburgh Press, 1991.


Women in the Field: America’s Pioneering Women Naturalists, College Station: Texas A&M UP, 1991.

BONYHADY, Tim, “Artists with Axes”, Environment and History, 1 (June 1995):221-239.

BOOKCHIN, Murray, The Ecology of Freedom, Palo Alto, CA: Cheshire Books, 1982.

BOONE, Christopher G., "Language Politics and Flood Control in Nineteenth-Century Montreal”, Environmental
history 1:2 (1996), pp. 70-85.

BOOTH, A., and H. Jacobs, “Ties that Bind: Native American Beliefs as a Foundation for Environmental
Consciousness”, Environmental Ethics, 12 (1990):27-43.

BORLAND, Hal, “This Hill, This Valley”, American Land Classics, Ed. Charles E. Little. Baltimore: Johns
Hopkins UP, 1990 (1957
The History of Wildlife in America, Washington, D.C: National Wildlife Federation. 1975

BORMANN, F. Herbert, e Stephen R. Kellert, eds., Ecology, Economics, Ethics: The Broken Circle, New Haven:
Yale UP, 1991.

BORMANN, F. Herbert, Diana Balmori, e Gordon T. Geballe, Redesigning the American Lawn: A Search for
Environmental Harmony, Editado por Lisa Vernegaard, New Haven, Connecticut: Yale University Press, 1993.

BOSCHMAN, Robert, “Anne Bradstreet and Elizabeth Bishop: Nature, Culture and Gender in ‘Contemplations’
and ‘At the Fishhouses’”, Journal of American Studies, 26 (1992).

BOTELHO, Teresa Maria Baker, Tecnologia Popular e Energia no Sector Residencial Rural: um Estudo sobre o
Fogão a Lenha, Rio de Janeiro, 1986

BOTKIN, Daniel B., Discordant Harmonies: A New Ecology for the Twenty-first Century, New York: Oxford UP,
1990.
Our Natural History: The Lessons of Lewis and Clark, New York: Putnam, 1995.

BOUDREAU, Gordon V., The Roots of Walden and the Tree of Life, Nashville: Vanderbilt UP, 1990.
BOWDEN, Charles, “Children of the Sun”, Buzzworm, 4.5 (1992): 44-49.
“Dave Foreman!: In the Face of Reality”, Buzzworm, 2.2 (1990): 46-51.
Desierto: Memories of the Future, New York: Norton, 1991.

BOWERS, Janice Emily, A Full Life in a Small Place and Other Essays from a Desert Garden, Tucson: U of
Arizona P, 1993.
The Mountains Next Door, Tucson: U of Arizona P, 1991.

BOWERSOX, Joe William, III, “The Public Space of Environmentalism: Reason, Values, and Legitimacy in
Environmental Ethics and Politics”, DAI, 56 (January 1996).

BOWLER, Peter J., The Norton History of Environmental Sciences, New York: Norton, 1993.

BOWMAN, Douglas C., Beyond the Modern Mind: The Spiritual and Ethical Challenge of the Environmental
Crisis, New York: Pilgrim, 1990.

BOYDEN, S. V., Western Civilization in Biological Perspective-patterns in Bio-history, Oxford, 1987.


Biohistory: The Interplay Between Human Society and The Biosphere, Parkridge, NJ; Parthenon
Publishing Group.1992

BRADFORD, John, Ancient Landscapes. Studies in Field Archaeology, Bath, 1957.

BRADLEY, Raymond S. e Philip D. Jones(ed.), Climate since a.d. 1500, London, 1992

BRAMWELL, Anna, Ecology in the Twentieth Century: A History, New Haven: Yale University Press, 1989.
The Fading of the Greens: The Decline of Environmental Politics in the West, New Haven, Connecticut:
Yale University Press, 1994.

BRANDENBURG, Jim, et al., “The Land They Knew: A Portfolio” (1491: America Before Columbus), National
Geographic 180, no. 4 (October 1991): 14-100.

BRATTON, S.P., Christianity, Wilderness and Wildlife: The Original Desert Solitaire, Scranton, PA: University of
Scranton Press. 1993

BRENNAN Andrew, Thinking about Nature-on Investigation of Nature, Value, and Ecology, Athens, 1988.

BRESSLER, Sidney, Reynolds Beal: Impressionist Landscapes and Seascapes, Rutherford: Fairleigh Dickinson
University Press, c1989.

BRIERLEY, John, A Natural History of the Man, Rutherford, 1970.

BRIGHT, William, A Coyote Reader, Berkeley: U of California P, 1993.

BRIMBLECOMBE, P., The Big Smoke a History of an Pollution in London since Medieval Times, London, 1987.
A Meteorological Service in Fifteenth Century Sandwich, Environment and History, Vol.1 No.2, 1995
e PFISTER, C. (ed.), The Silent Count Down. Essays in European Environmental, Berlim, Spinger-
Verlag 1990.

BROOKES, J., Gardens of Paradise. The History and Description of the Great Islamic Gardens, London, 1987

BROOKS, George, Landlords and Strangers - Ecology Society, and Trade in Western Africa, 1000-1630, Boulder,
1993

BROOKS, Robert R. e Dieter Johannes, Phytoarchaelogy, Portland, 1990.

BROWER, David, The Life and Times of David Brower: For Earth’s Sake, Salt Lake City: Peregrine Smith, 1990.
Work in Progress, Salt Lake City: Peregrine Smith, 1991.

BROWN, Brian Edward, "Native American Religions, the First Amendment, and the Judicial Interpretation of
Public Land”, Environmental History Review, 15:4 (Winter 1991): pp. 19-44.
BROWN, Charles S., “Anthropocentrism and Ecocentrism: The Quest for a New World View”, Midwest
Quarterly, 36.2 (1995): 191-202.

BROWN, Kerry, “Buddhism and Ecology”, World Religions and Ecology Series, New York: Cassell, 1992.

BROWN, K. and D.W. Pearce (eds.). The Causes of Tropical Deforestation. London: University College London
Press. 1994.

BROWN, Michael H., Laying Waste: The Poisoning of America by ToxicChemicals, New York: Pantheon Book,
1980.

BROWN, Nicholas, On the Margins of the Littoral Society: The New South Wales South Coast since 1945. ,
Environment and History, Volume 4, No.2, 1998

BROWN, Patricia Claire, “The Spiderweb: A Time Structure in Leslie Silko’s Ceremony”, DAÍ, 47 (1986).

BROX, Jane, “From Here.”, Georgia Review, 47.1 (1993): 55-59


Here and Nowhere Else: Late Seasons of a Farm and Its Family, Boston: Beacon P, 1995.

BRUCHAC, Joseph, “The Four Directions are Alive”, American Nature Writing Newsletter, 6.2 (1994): 8.

BRUGGEMEIER, Franz-Josef, "A Nature Fit for Industry: The Environmental History of the Ruhr Basin, 1840-
1990”, Environmental History Review, 18:1 (Spring 1994): pp. 35-54.

BRULLE, Robert Joseph, “Agency, Democracy, and the Environment: An Examination of United States
Environmental Movement Organizations from the Perspective of Critical Theory”, DAÍ, 56 (November 1995).

BRUNER, Michael, and Max Oelschlager, “Rhetoric, Environmentalism, and Environmental Ethics”,
Environmental Ethics, 16.4 (1994): 377-396.

BRYANS, R., Madeira-pearl of Atlantic, London, 1959.

BRYANT, Bunyan, ed., Environmental Justice, Covelo: Island Press, 1995.

BRYSON, Michael Allan, “Explorations of Objectivity: Science, Nature, and Gender in Nineteenth and Early
Twentieth Century America”, DAÍ, 56 (January 1996).

BUCKLEY, Christopher, Cruising State: Growing Up in Southern California, Reno: U of Nevada P, 1994.

BUDIANSKY, Stephen, Nature’s Keepers: The New Science of Nature Managment, New York: Free Press, 1995.

BUISSERET, David, ed., From Sea Charts to Satellite Images: Interpreting North American History Through
Maps, Chicago: University of Chicago Press, 1990.

BULLARD, Robert D., Dumping in Dixie: Race, Class, and Environmental Quality, Boulder, Westviaus Press,
1990.

BUNTING, Robert, The Pacific Raincoast: Environment Ecology and Culture in an American Eden, 1778-1900
(Development of Western Ressources), Lanwrence, Kan., Univ.Press of Kansas, 1997

BURBICK, Joan, Thoreau’s Alternative History - Changing Perspectives on Nature, Culture and Language,
Philadelphia, 1987.

BURGER, Joanna, A Naturalist Along the Jersey Shore, New Brunswick: Rutgers UP, 1996.

BURGESS, R.L. and D.M. Sharpe (eds.), Forest Island Dynamics in Man-Dominated Landscapes, New York:
Springer-Verlag. 1981

BURKERT, Walter, Creation of the Sacred: Tracks in Biology in Early Religions, Cambridge: Harvard UP, 1996.
BURKS, David Clarke, Place of the Wild: A Wildlands Anthology, Covelo, CA: Island Press, 1994.

BURNHAM, John C., "How the Discovery of Accidental Childhood Poisoning Contributed to the Development of
Environmentalism in the United States”, Environmental History Review, 19:3 (Fall 1995): pp. 57-81.

BURNS, E. Bradford, Kinship with the Land: Regionalist Thought in Iowa, 1894-1942, Iowa City: U of Iowa P,
1996.

BURROUGHS, Franklin, Horry and the Waccamaw, Norton, 1992.


The River Home: A Return to the Carolina Low Country, New York: Houghton Mifflin, 1993

BURROUGHS, John, Birch Browsing, Ed. Bill McKibben. New York: Penguin, 1992.

BURTON, Lloyd, American Indian Water Rights and the Limits of the Law, Lawrence, Kan: Univ. Press of
Kansas, 1991.

BURTON, Robert G., Natural and Artificial Minds, Albany: State U of New York P, 1993.

BUSBY, Mark. Larry, McMurtry and the West: An Ambivalent Relationship, Denten: U of North Texas P, 1995.

BUSCH, Robert, Wolf Songs, San Francisco: Sierra Club, 1994.

BUTALA, Sharon, The Perfection of the Morning: An Apprenticeship in Nature, Toronto: HarperCollins, 1994.

BUTLIN, Robin A., Ecological Relations in Historical Times: Human Impact and Adaptation, edited by Robin A.
Butlin and Neil Roberts. Oxford; Cambridge, Mass.: Blackwell, 1995.

BUTTERFIELD, Bruce A. “The Mediator is the Message: Anne Dawe, Cana-Dawe, and Badlands as a State of
Mind.” Great Plains Quarterly 14.3 (1994): 195-206.

BUTZER, Karl W., Environment and Archeology, Chicago, 1971-


Archaelogy as Human Ecology. Methods of Ttheory for a Contextual Approach, Cambridge, 1982.
Enviromental and Archaelogy an Ecological Approach to Prehistory, London, 1972
Early Hydraulic Civilization in Egypt. A Study in Cultural Ecology, Chicago, 1976.

C
CALDECOTT, Leonie e Stephanie Leland, eds., Reclaim the Earth: Women Speak Out for Life on Earth, London:
Women’s Press, 1983.

CALLENBACH, Ernest, Ecoptopia: The Notebooks and Reports of William Weston, Berkeley: Banyan Tree
Books, 1975.

CALLICOTT, J. Baird, “A Brief History of the American Land Ethic Since 1492”, InnerVoice, 6
(January/February 1994): 5-7.
“Sustainability in Historical-PhilosophicalContext”, George Wright Forum, 10, nº. 4 (1993):26-33.
"Genesis Revisited: Murian Musings on the Lynn White, Jr. Debate”, Environmental History Review,
14:1-2 (Spring/Summer 1990): pp. 65-90.
"The Land Aesthetic”, Environmental Review, 7:4 (Winter 1983): pp. 345-58.

CAMPBELL, Bernard Grant, Storia Evolutiva dell'Uomo: l'Adattamento dell'Uomo all'Ambiente Attraverso
l'Evoluzione degli Apparati, Milano, ISEDI, c1974.

CAMPBELL, Faith Thompson, and Scott E. Schlarbaum, Fading Forests: North American Trees and the Threat of
Exotic Pests, New York:Natural Resources Defense Council, 1994.
CAMPBELL, J. L., “’It is as if a green bough were laid across the page’: Thoreau on Eloquence”, Rhetoric Society
Quarterly, 20.1 (1990): 61-70.

CAMPBELL, Sue Ellen, "Science and Mysticism in the Himalayas: The Philosophical Journey of Peter
Matthiessen and George Schaller”, Environmental Review, 12:2 (Summer 1988): pp. 127-42.

CANEVA. Isabella e El Geili, The History of a Middle Nile Environment 7000 B.C.-A.D. 1500, Oxford, England:
B.A.R, 1988.

CANTRELL, Carol H., “Women and Language in Susan Griffin’s Woman and Nature: The Roaring Inside Her”,
Hypatia, 9.3 (1994): 225-238.

CANTRILL, James G., and M. Jimmie Killingsworth, et al., Proceedings of the Conference on Communication
and Our Environment, Marquette: Northern Michigan U. Printing Services, 1993.

CANU, Antonio, Le Oasi del WWF: Storia, Ambiente, Itinerari dei Paradisi Naturalistici Italiani, Milano, G.
Mondadori, [1989].

CÁRDENAS, Martín, 1899-, Por las Selvas, las Montañas y los Valles de Bolivia; Memorias de un Naturalista, La
Paz, Editorial Don Bosco, 1972 [i. e. 1973]

CARACCIOLO, Alberto, L'Ambiente come Storia: Sondaggi e Proposte di Storiografia dell'Ambiente, Bologna:
Mulino, c1988-1989-1990

CARAS, Roger, The Forest, Boston: Houghton Mifflin Company, 1979.

CAREY, Ken, Flat Rock Journal: A Day in the Missouri Ozarks, San Francisco: Harper Collins, 1994.

CARLI, Enzo, Il Paesaggio: l'Ambiente Naturale nella Rappresentazione Artistica, Milano: A. Mondadori, 1981

CARLSON, Douglas, “Digging for Vulnerability”, Georgia Review, 47.1 (1993): 9-14.

CARR, Archie, A Naturalist in Florida: A Celebration of Eden, New Haven: Yale UP, 1994. Ed. Marjorie Harris
Carr.

CARROLL, Peter N., Puritanism and the Wilderness: The Intellectual Significance of the New England Frontier,
1629-1700, New York: Columbia University Press, 1969.

CARRUTHERS, Jane, Lessons from South Africa: War and Wildlife Protection in the Southern Sudan, 1917-1921,
Environment and History, Volume 3, No.3, 1997

CARSEN, Curtis E., Life and Land Use on the Bahrain Islands. The Geoarcheology of an Ancient Society,
Chicago, 1983.

CARSON, Rachel, Silent Spring, Boston: Houghton Mifflin Company, 1962.

CARTER, Paul, The Road to Botany Bay - an Exploration of Landscape and History, London, Faber and Faber,
1987.

CARTMILL, Matt, A View to a Death in the Morning: Hunting and Nature through History, Cambridge, MA:
Harvard UP, 1993. [Visão histórica sobre a caça e Natureza .]

CASE, Earl C., The Valley of East Tennesse: The Adjustment of Industry to Natural Environment, Nashville, Tenn.:
Dep. Of Education, 1925.

CASEY, Robert L., Journey to the High Southwest—A Traveler’s Guide to Santa Fe and the Four Corners of
Arizona, Colorado, New Mexico, and Utah (Old Saybrook, Connecticut: The Globe Pequot Press, 1993).
CASSUTO, David N, “Waging Water: Hydrology vs. Mythology in The Monkey Wrench Gang”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.1 (1994): 13-36.
Cold Running River, Ann Arbor: U. of Michigan P, 1994.

CASTIGLIA, Christopher Dean, “Captive Subjects: The Captivity Narrative and American Women’s Writing”,
DAÍ, 52 (May 1992): 3926-A.

CASTORIADIS, Cornelius e COHN-BENDIY, Daniel, Da Ecologia a Autonomia, trad. Luiz R. Salinas Fortes, S.
Paulo, 1981.

CASTRO HERRERA, Guillermo, The Environmental Crisis and the Tasks of History in Latin America,
Environment and History,Volume 3, No.1, 1997

CAUFIELD, Catherine, “Upstream Slowly”, Sierra, 78.3 (1993): 74-81, 86-89.

CAVELL, Stanley, The Senses of Walden, Chicago: U. of Chicago P, 1992.

CAUDILL, Harry M., Night Comes to the Cumberlands, Boston: Littje, Brown, 1963.
My Land is Dying, N. York: E. P. Dutton, 1971
The Watches of the Night, Boston: Little, Brown, 1976.

CAUVIN, Jacques, Religions Néolithiques de Syro-Palestine, Publications du centre de recherches d'écologie et de


préhistoire, Saint-André-de-Cruzières 1 Librairie d'Amérique et d'Orient Paris, 1972

CERNICH, Christopher Michael, “’Salvage Lande’: The Puritan Wilderness and the Preservation of the World”,
DAÍ, 54 (1994).

CHAMBERS, F. M.(ed.), Climate Change and Human Impact on the Landscape, London, 1993.

CHAPPELL, Fred, Spring Garden, Baton Rouge: Louisiana State UP, 1995.

CHARLTON, D. G., New Images of the Natural World: a Study in European Cultural History, 1750-1800,
Cambridge: Cambridge Univ. Press, 1984

CHAUDHURI, Una, ed., “Theater and Ecology”, Theater, 25.1 (1994): 23-71
“’There Must Be a Lot of Fish in That Lake’: Toward an Ecological Theater”, Theater, 25.1 (1994): 23-
31.

CHEEK, Lawrence, A.D. 1250: Ancient Peoples of the Southwest, Tucson: U of Arizona P, 1994.

CHENEY, Jim, “Ecofeminism and Deep Ecology”, Environmental Ethics, 9 (no.2: Summer 1987): 115-45.
"In the Shadow of Ancient Ruins: Hellenism and Gnosticism in Contemporary Environmental Ethics”,
Environmental History Review, 15:2 (Summer 1991): pp. 31-54.

CHERRIE, George Kruck, 1865-1946, Dark Trails; Adventures of a Naturalist, New York, London, G. P.
Putnam's sons, 1930.

CHIEF Standing Bear, Land of the Spotted Eagle, Boston: Houghton Mifflin, 1933.

CHIRAS, Daniel D., Lessons from Nature: Learning to Live Sustainably on Earth, Washington, D.C.: Island Press,
1992.

CHRISTIANSON, Gale E., Fox at the Wood’s Edge: A Biography of Loren Eiseley, New York: Henry Holt, 1990.

CIOC, Mark, The Impact of the Coal Age on the German Environment: A Review of the Historical Literature,
Environment and History, Volume 4, No.1, 1998

CLARK, H. Jackson, The Owl in Monument Canyon and Other Stories from Indian Country, Salt Lake City: U of
Utah P, 1994.
CLARK, John G., Energy and the Federal Government: Fossil FuelPolicies, 1900-1946, Champaign: University of
Illinois Press,1987.

CLARK, Kenneth, Landscape into Art, New York: HarperCollins, 1979.

CLARKE, Patricia, Pioneer Writer: the Life of Louisa Atkinson, Novelist, Journalist, Naturalist, Sydney; Boston:
Allen & Unwin, c1990.

CLARK, Robert D., “Days at Mercer Lake”, Oregon Historical Quarterly, 75:301-308 (1974)

CLARK, Tim W., and Steven C. Minta. Greater Yellowstone’s Future, Moose, WY: Homestead, 1994.

CLARKE, George, “The Moving Temples of Stowe: Aesthetics of Change in an English Landscape over Four
Generations”, Huntington Library Quarterly, 55 (1992).

CLARKE, Graham, The American Landscape: Literary Sources and Documents, Routledge: New York, 1993.
Resenha textos desde 1580-1914

CLARKE, J.J., Voices of the Earth: An Anthology of Ideas and Arguments, New York: George Braziller, 1994.

CLAY, Joy A., "The D.C. Bottle Bill Initiative: A Casualty of the Reagan Era”, Environmental Review, 13:2
(Summer 1989): pp. 17-31.

CLAYTON, Patti Hilliard, “Connection on the Ice: Environmental Ethics in Theory and Practice”, DAÍ, 56
(January 1996).

CLEMMER, Richard O., "The Pinon-Pine -- Old Ally or New Pest? Western Shoshone Indians vs. The Bureau of
Land Management in Nevada”, Environmental Review, 9:2 (Summer 1985): pp. 131-49.

CLIFTON, James A., ed., The Invented Indian: Cultural Fictions and Government Policies, Transaction
Publishers, 1994.

COATES, Peter, "Amchitka, Alaska: Toward the Bio-Biography of an Island.", Environmental History, Vol. 1,
No. 4 October 1996, pp. 20-45.
e BEINART, W., Environmental and History - the Taming of nature in the USA and South Africa, NY,
1995

COBB, Edith, The Ecology of Imagination in Childhood, Dallas: Spring Publications, 1993 (1977).

COHEN, M., History of the Sierra Club, San Francisco: Sierra Club Books. 1988.

COHEN, Michael P., "Comment: Resistance to Wilderness.", Environmental History, Vol. 1, No. 1, January 1996,
pp. 33-42.

COHN, J.P. 1988. Culture and conservation, BioScience, 38: 450-453.

COLEMAN, Jane Candia. Shadows in My Hands: A Southwestern Odyssey, Athens: Ohio UP, 1993.
Stories from Mesa Country, Athens: Ohio UP, l99l.

COLEMAN, William, Biology in the Nineteenth Century, N.York, Wiley, 1977.

COLETTA, W. John, “The Great Web of Being: Ecological and Evolutionary Aesthetics and the Ideology of
Biology”, DAÍ, 50 (March 1990): 2895-A

COLLETT, Jonathan, and Stephen Karakashian, eds., Greening the College Curriculum: A Guide to
Environmental Teaching in the Liberal Arts, Covelo, CA: Island P, 1995.

COLLINGWOOD, R.G., The Idea of Nature, London: Oxford UP, 1945-1960.


A Ideia da Natureza, Lisboa, Editorial Presença, sd.
COLLINS, Martha, A History of Small Life on a Windy Planet, Athens: U of Georgia P, 1993.

COLTEN, Craig E., "Creating a Toxic Landscape: Chemical Waste Disposal Policy and Practice, 1900-1960”,
Environmental History Review, 18:1 (Spring 1994): pp. 85-116.
"Environmental Development in the East St. Louis Region, 1890-1970”, Environmental History Review,
14:1-2 (Spring/Summer 1990): pp. 93-114.
"Industrial Wastes in Southeast Chicago: Production and Disposal 1870-1970”, Environmental Review,
10:2 (Summer 1986): pp. 93-105.

COMMONER, Barry, The Closing into Nature, Man, and Technology, New York: Knopf, 1971.

CONARD, Rebecca, Places of Quiet Beauty Parks, Preserves, and Environmentalism, Iowa City, 1997.
"Green Gold: 1950s Greenbelt Planning in Santa Clara County, California”, Environmental Review, 9:1
(Spring 1985): pp. 5-18.

CONNOR, Sheila, New England Natives: A Celebration of People and Trees, Cambridge, MA: Harvard UP, 1994.

CONRON, John, The American Landscape: A Critical Anthology of Prose and Poetry, New York: Oxford
University Press, 1974.

Conservation and Environmentalism: An Encyclopedia, Garland 1995.

CONZEN, Michael P., The Making of the American Landscape, Boston: Unwin Hyman, 1990.

COOLEY, John R., "Review Essay. Waves of Change: Peter Matthiessen's Caribbean”, Environmental Review,
11:3 (Fall 1987): pp. 223-30.

COOMES, O., A century of rain forest use in Western Amazonia: Lessons for extraction based conservation of
tropical forest resources, Forest and Conservation History, 39(3) 1995.: 108-120.

COOPER, Fenimore Susan, Rural Hours, Syracuse: Syracuse UP, 1995 (1968).

COOPER, Marc. “Alerce Dreams.” Sierra 77.1 (1992): 122-129

COOPER, Susan, Made from this Earth - American Women Nature, Chapel Hill, 1993.

CORN, Jacqueline Karnell, "'Dark as a Dungeon:' Environment and Coal Miners' Health and Safety in Nineteenth
Century America “, Environmental Review, 7:3 (Fall 1983): pp. 257-68.

CORNELL, George L., "The Influence of Native Americans on Modern Conservationists”, Environmental Review,
9:2 (Summer 1985): pp. 104-117.

CORRENTI, Santi, Ecologia e Storia in Sicilia, Thule, Palermo, 1983

CORRINGTON, Robert S., Ecstatic Naturalism: Signs of the World, Bloomington: Indiana UP, 1994.

COSGROVE, Denis E., “America as Landscape.” In Social Formation and Symbolic Landscape, 161-188. Totowa,
NJ:Barnes & Noble Books, 1984.
Orders and a New World: Cultural Geography 1990-91, Progress in Human Geography, 16 (1992): 272-
80.
e S. Daniels, eds. The Iconography of Landscape: Essays on the Symbolic Representation, Design and
Use of Past Environments, Cambridge, 1988.

COSTANZA, Robert, Ecological Economics: The Science and Management of Sustainability, New York:
Columbia UP, 1991.

COUTINHO, Marilia, Ecological Metaphors and Environmental Rhetoric, Environment and History, Volume 3,
No.2, 1997.
COWDREY, Albert E., “Pioneering Environmental Law: The Army Corpsof Engineers and the Refuse Act”,
Pacific Historical Review, 44 (1975): 331-349.
"Environments of War”, Environmental Review, 7:2 (Summer 1983): pp. 155-64.

COWDREY, Albert L., This Land, This South: An Environmental History, Rev. ed. Lexington: UP of Kentucky,
1995.

COX, Thomas R., Robert S. Maxwell, Philip Drennon Thomas, and Joseph J.Malone, This Well- Wooded Land:
Americans and Their Forestsfrom Colonial Times to the Present, Lincoln and London:University of Nebraska
Press, 1985.

COX, Thomas R., "Coping with 'Gaizai': Japanese Forest Cooperatives and Imported American Timber”,
Environmental Review, 11:1 (Spring 1987): pp. 35-54.
"From Hot Springs to Gateway: The Evolving Concept of Public Parks, 1832-1976”, Environmental
Review, 5:1 (Spring/Summer 1981): pp. 14-26.

CRANSON, K.R., Crater Lake: Gem of the Cascades, Lansing Michigan: K.R. Cranson Press, 1980.

CRAWFORD, Colin, Uproar at Dancing Rabbit Creek: The Battle over Race, Class, and the Environment in the
New South, Reading: Addison-Wesley, 1996.

CRAWFORD, Pleasance, The Canadian Landscape and Garden History Directory, Calgary, Alberta, 1984.

CROLL, Elizabeth e David Parkins(ed.), Bush Base, Forest farm: Culture, environment and development, London:
Routledge, 1992 {A Antropologia e Ambiente.]

CRONK, Q.C.B., Islands: Stability, diversity, and conservation, Biodiversity and Conservation, 6(3) 1997: 477-
493.

CRONON, William, Changes in the Land - Indians, Colonists and the Ecology of New England, N. Y., 1983
ed. Uncommon Ground: Toward Reinventing Nature, New York: Norton, 1995.
“A Place for Stories: Nature, History, and Narrative”, The Journal of American History, 78 (March
1992): 1347-1376.
Changes in the Land: Indians, Colonists, and the Ecology of New England, New York: Hill and Wang,
1983.
George Miles, e Jay Gitlin, eds., Under an Open Sky: Rethinking America’s Western Past, New York:
Norton, 1992.
"The Trouble with Wilderness: A Response”, Environmental history 1:1 (1996), pp. 47-55.
"The Trouble with Wilderness; or, Getting Back to the Wrong Nature.", Environmental History, Vol. 1,
No. 1, January 1996, pp. 7-28.
"The Uses of Environmental History”, Environmental History Review, 17:3 (Fall 1993): pp. 1-22.

CROSBY, Alfred W., Ecological Imperialism: The Biological Expansion of Europe, New York: Cambridge
University Press, 1986.
Germs, Seeds, and Animals: Studies in Ecological History, New York: M.E. Sharpe, 1994.
The Columbian Exchange: Biological and Cultural Consequences of 1492, Westport, CT: Greenwood
Press, 1972.
Imperialismo Ecológico e a Expansão Biológica da Europa. 900-1900, S. Paulo, 1993
"A Renaissance Change in European Cognition”, Environmental History Review, 14:1-2 (Spring/Summer
1990): pp. 19-32.
"Biotic Change in Nineteenth-Century New Zealand”, Environmental Review, 10:3 (Fall 1986): pp. 189-
98.

CUMBLER, John T., "The Early Making of an Environmental Consciousness: Fish, Fisheries Commissions and
the Connecticut River”, Environmental History Review, 15:4 (Winter 1991): pp. 73-91.

CRUMLEY, Carole L.(ed.), Historical Ecology. Cultural, Knowledge and Changing Landscapes, Santa Fe, 1994.
CUMBLER, J.T., The Early Making of an Environmental Consciousness: Fish, Fisheries Commissions and the
Connecticut River, Environmental History Review, 15:4 (Winter1991.): 73-91.

CUOMO, Christine June, “Ecological Feminism as Environmental Ethics”, DAÍ, 53 (1993).

CUTRIGHT, Paul Russell, Lewis and Clark: Pioneering Naturalists, Urbana, University of Illinois Press, 1969.

CZESTOCHOWSKI, Joseph S., The American Landscape Tradition: A Study and Gallery of Paintings, New York:
E.P. Dutton, 1982.

D
DALY, Herman E., Steady-State Economics, 2nd. ed. Washington, D.C.: Island P, 1991.

DAMODARAN, Vinita, Environment, Ethnicity and History in Chotanagpur, India, 1850-1970, Environment and
History, Volume 3, No.3, 1997

DANBOM, David B., Born in the Country: A History of Rural America, Baltimore, MD: Johns Hopkins University
Press,1995.

DANIEL, John, “Dance of Denial”, Sierra, 78.2.Mar/April (1993): 64-73.


The Trail Home, New York: Pantheon, 1992-1994.

DANIELS, Stephen, “Love and Death across an English Garden: Constable’s Paintings of His Family’s Flower and
Kitchen Garden”, Huntington Library Quarterly, 55 (1992).
Fields of Vision: Landscape Imagery and National Identity in England and the United States, Princeton:
Princeton University Press, 1993.

DARLINGTON, David, “Return to the River,”, Sierra, 79.4 (1994): 58+.

DAVIES, John, Douglas of the Forests, Seattle: University of Washington Press, 1980.

DAVIS, John, The Landscape of Belief: Encountering the Holy Land in Nineteenth-Century American Art and
Culture, Princeton: Princeton UP, 1996.

DAVIS, Mike, "The Case For Letting Malibu Burn”, Environmental History Review, 19:2 (Summer 1995): pp. 1-
36.

DAVIS, Peter, Museums and the Natural Environment. The Role of Natural History Museums in Biological
Conservation, London, 1996.

DAVIS, Randall Craig, “Firewater Myths: Alcohol and Portrayals of Native Americans in American Literature”,
DAÍ, 52 (November 1991): 1746-A.

DAVIS, Richard C., Encyclopedia of American Forest and Conservation History, 2 vols.New York: MacMillan,
1983
North American Forest History: A Guide to Archives and Manuscripts in the United States and
Canada, Santa Barbara, CA: Forest History Society, 1977.

DAWSON, Jan C., “Landmarks of Home in the Pacific Northwest”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature
and Environment 2.2 (1995).

DEAN, John, “The Uses of Wilderness in American Science Fiction”, Science-Fiction Studies, 9 (Mar. 1982): 68-
81.

DEAN, Tim, Gary Snyder and the American Unconscious: Inhabiting the Ground, New York: St. Martin’s, 1991.
DEBURG, J., Deléage, J. P., Hémey, D., Les Servitudes de la Puissance. Une Histoire de l’Energie, Paris, 1986

DE BUS, Alan, Man and Nature in the Renaissance, Cambridge, 1978.

DE CRÈVECOEUR, J. Hector St. John, Letters From an American Farmer, New York: E.P. Dutton, 1957 [1782].

DEKKERS, Midas, Dearest Pet: On Bestiality. New York: Routledge, 1996.

DELAFOSSE, Peter H., Trailing the Pioneers: The Pioneering of Emigrant Trails, 1846-1850, Logan, UT: Utah
State UP, 1994

DELÉAGE, Jean-Paul, Une Histoire de l'Écologie, Points. Sciences 96, Seuil Paris, 1991-94
Storia dell'Ecologia: una Scienza dell'Uomo e della Natura, Napoli: CUEN, [1994]

DELGRADO, Juan, Green Web, Athens: U of Georgia P, 1994.

DE SILVA, Rachel, ed., Leading Out: Women Climbers Reach the Top, Seattle: Seal P, 1995.

DES JARDINS, Joseph R., Environmental Ethics: An Introduction to Environmental Philosophy, Belmont, Cal:
Wadsworth, 1992-1993.

DES PRES, Terrence, “Self/Landscape/Grid: 20th Centure Poetry and Nuclear Awareness”, New England Review,
15 (1993).

DETERING, Heinrich, “Okologische Krise und asthetische Innovation im Werk Wilhelm Raabes”, Jahrbuch der
Raabe Gesellschaft, 1219 (1992).

DEVALL, Bill, & George Sessions, Deep Ecology: Living as if Nature Mattered, Salt Lake City: Peregrine Smith
Books, 1985-1984.

DEVALL, Bill, “Planting Seeds”, Buzzworm, 5.4 (1993): 18-19.


Clearcut: The Tragedy of Industrial Forestry, San Francisco: Sierra Club, 1994.
Living Richly in An Age of Limits, Salt Lake City: Gibbs-Smith, 1993.

DEVI, Mahaswet, Imaginary Maps, Trans. Gayatri Chakravorty Spivak. New York: Routledge, 1995.

DE VORSEY, Louis, Jr.,"Dating the Emergence of A Savannah River Island: An Hypothesis In Forensic Historical
Geography”, Environmental Review, 4:2 (Summer 1980): pp. 6-19.

DEKNATEL, Charles Y., "Regionalism and Environment: The Search for Planning Strategy and Organization in
the Great Plains”, Environmental Review, 10:2 (Summer 1986): pp. 107-121.

DELSON, Roberta M., e John Dickenson, "Conservation Tendencies in Colonial and Imperial Brazil: An
Alternative Perspective on Human Relations to the Land”, Environmental Review, 8:3 (Fall 1984): pp. 270-83.

DENHAM, Helen, The Cunning of Unreason and Nature's Revolt, Environment and History,Volume 3, No.2,
1997

DEVALL, Bill, "David Brower”, Environmental Review, 9:3 (Fall 1985): pp. 238-253.
"John Muir as Deep Ecologist”, Environmental Review, 6:1 (Spring 1982): pp. 63-86.

DEWEY, Scott, "Working for the Environment: Organized Labor and the Origins of Environmentalism in the
United States, 1948-1970.", Environmental History, Volume 3, No. 1, January 1998 pp. 45-63.

DEXTER, Ralph W., "Early Descriptions of the Natural Environment of Ohio (1788): Science or Propaganda?"
Environmental Review, 5:2 (Fall/Winter 1981): pp. 76-78.

DIAMOND, Irene, e Gloria Feman Orenstein(ed.), Reweaving the World: The Emergence of Ecofeminism, San
Francisco: Sierra Club, 1990.
DIAMOND, J.M., Island Biogeography and Conservation: Strategy and Limitations, Science, 193 1976.: 1027-
1029.

DIANI, Mario, Isole nell'Arcipelago, Il Movimento Ecologista in Italia, Bologna, 1988.


DICK, Wesley Arden, "When Dams Weren't Damned: The Public Power Crusade and Visions of the Good Life in
the Pacific Northwest in the 1930s”, Environmental Review, 13:3-4 (Fall/Winter 1989): pp. 113-53.

DICKENSON, James R., Home on the Range: A Century on the High Plains, New York: Scribner, 1995.

DILLARD, Annie, The Living, New York: Harper Collins, 1992.

DILSAVER, Lary M. e Craig E. Colten(ed.), The American Environment Interpretations of past Geographics,
Maryland, 1992,
ed. America’s National Park System: The Critical Documents, Lanham, Maryland: Rowman & Littlefield
Publishers, Inc., 1994.

DIMBLEBY, Geoffrey W., The Palynology of Archaelogical Sites, London, 1985.

DINNERSTEIN, Dorothy, The Mermaid and the Minotaur: Sexual Arrangements and Human Malaise, New York:
Harper and Row, 1977.

DIZARD, Jan E., Going Wild: Hunting, Animal Rights, and the Contested Meaning of Nature, Amherst: University
of Massachusetts Press, 1994.

DOANE, Benjamin, Following the Sea, Post Mills, VT: Chelsea Green, 1993.

DOBSON, Andrew, The Green Reader: Essays Toward a Sustainable Society, San Francisco: Mercury House,
1991.

DODD, Elizabeth, Like Memory, Caverns, New York: New York UP, 1992.

DOIG, Ivan, This House of Sky: Landscapes of a Western Mind, New York: Harcourt Brace Jovanovich, 1978.

DOMINICH III, Raymond H., The Environmental Movement in Germany.Prophets & Pioneers 1871-1971,
Indiana, 1992.

DOMINICK, Raymond, "The Roots of the Green Movement in the United States and West Germany”,
Environmental Review, 12:3 (Fall 1988): pp. 1-30.
“Capitalism, Communism and Environmental Protection: Lessons from the German Experience.”,
Environmental History,Volume 3, No. 3, July 1998, pp. 311-332.

DONAHUE, Brian, "'Damned at Both Ends and Cursed in the Middle': The 'Flowage' of the Concord River
Meadows, 1798-1862”, Environmental Review, 13:3-4 (Fall/Winter 1989): pp. 46-67.

DONOVAN, Josephine, “Animal Rights and Feminist Theory”, Signs: Journal of Women in Culture and Society,
15 (1990).

DOPPELT, Bob, et al., Entering the Watershed: A New Approach to Save America’s River Ecosystems,
Washington, D.C.: Island, 1994.

DORSEY, Kurk, "Putting a Ceiling on Sealing: Conservation and Cooperation in the International Arena, 1909-
1911”, Environmental History Review, 15:3 (Fall 1991): pp. 27-45.

DOUGLAS, Ian, Richard Huggett, e Mike Robinson, Companion Encyclopedia of Geography : the Environment
and Humankind, London ; New York : Routledge, 1996.

DOVERS, Stephen(eds.), Australian Environmental History: Essays and cases, Melbourne, Oxford, University
Press, 1994.
"Sustainability and 'Pragmatic' Environmental History: A Note from Australia”, Environmental History
Review, 18:3 (Fall 1994): pp. 21-36.
DOWIE, Mark, Losing Ground: American Environmentalism at the Close of the Twentieth Century, Cambridge,
MA: MIT Press, 1995.

DROSTE, Bernd Von e Harald Plachter, Mechtild Rossler, Cultural Landscapes of Universal Value. Components
of a Global Strategy, Stuttgart, 1995.

DROUIN, Jean-Darc, Réinventer la nature- l’Écologie et son Histoire, Paris, 1991

DROUT, Michael D. C., “Hoisting the Arm of Defiance: Beowulfian Elements in Ken Kesey’s Sometimes a Great
Notion”, Western American Literature, 28.2 (1993): 131-141.

DRUCKMAN, Daniel, Global Environmental Change: Understanding the Human Dimensions, Washington, D.C.:
National Academy Press, 1992.

DUNCAN, Colin A. M., "On Identifying a Sound Environmental Ethic in History: Prolegomena to Any Future
Environmental History”, Environmental History Review, 15:2 (Summer 1991): pp. 5-30.

DUNCAN, David James, The River Why, San Francisco: Sierra Club, 1983.

DUNCAN, J. and D. Ley, eds., Place/Culture/ Representation, London: Routledge, 1993.

DUNHAM, George, “At Home: The Naturalist as Saunterer”, Sharp Eyes: Proceedings of a Conference on John
Burroughs and Environmental Writing, Ed. C.Z. Walker, K.D. Benjamin, and G. Dunham. New York: State
University College of New York at Oneonta, 1995. 37-48.

DUNHAM, Peter S. 1994, “Into a Mirror Darkly: The Ancient Maya Collapse and Modern World Environmental
Policy”, in James E. Hickey, Jr.& Linda A Longmire (eds.) The Environment: Global Problems, Local Solutions,
Westport, CT: Greenwood Press.

DUNLAP, Riley E., and Angela G. Mertig, eds., American Environmentalism: The U.S. Environmental Movement,
1850-1990, Philadelphia: Taylor & Francis, 1992.

DUNLAP, Thomas R, "Comment: But What Did You Go Out into the Wilderness to See?", Environmental history
1:1 (1996), pp. 43-46.
"Conservationists and Environmentalists: An Attempt at Definition”, Environmental Review, 4:1 (Spring
1980): pp. 29-31.
"'The Coyote Itself'--Ecologists and the Value of Predators, 1900-1972”, Environmental Review, 7:1
(Spring 1983): pp. 54-70.
"Sport Hunting and Conservation, 1880-1920”, Environmental Review, 12:1 (Spring 1988): pp. 51-60.

DUNLOP, M.H., Sixty Miles from Contentment: Traveling the Nineteenth-Century Interior, New York:
HarperCollins, 1995.

DUNSMORE, Roger, “Earth’s Mind”, Studies in American Indian Literatures, 5.2 (1993): 57-66.

DURAM, Leslie Aileen, “The National Grasslands: Past, Present andFuture”, Rangelands, 17 (April 1995):36-42.

DURNIL, Gordon K., The Making of a Conservative Environmentalist, Indianapolis: Indiana UP, 1995.

DWYER, Jim, Earthworks, New York: Neal-Schuman Publishers, 1995.

E
EARLE, George F., "Spanish-Moorish Architecture and Garden Style: Its Background, Meaning and Comparison
with Western Style”, Environmental Review, 5:2 (Fall/Winter 1981): pp. 66-75.
EASTERBROOK, Greg, A Moment on the Earth: The Coming Age of Environmental Optimism, New York:
Viking-Penguin, 1995.

EASTMAN, Charles Alexander, The Soul of the Indian; An Interpretation, by Charles Alexander Eastman
(Ohiyesa). Boston:Houghton Mifflin, 1911.

ECHEVERRIA, John, and Raymond Booth Eby(ed.), Let the People Judge: Wise Use and the Private Property
Rights Movement, Washington, D.C.: Island, 1994-1995.

ECKERSLEY, Robyn, Environmentalism and Political Theory: Toward an Ecocentric Approach, Albany: State U
of New York P, 1992.

Ecologie: Histoire, Philosophie et Politique, Magazine littéraire Paris,1977

EDGERTON, Jr., Samuel J. The Renaissance Rediscovery of Linear Perspective, N. York, 1975.

EDMONDSON, T.C., The Uses of Ecology, Seattle: University of Washington Press, 1991.

EDMUNDS, Martin, The High Road to Taos, Urbana, IL: U of Illinois P, 1994.

EDWARDS, P.J., R.M. May, and N.R. Webb, Large Scale Ecology and Conservation Biology, Cambridge, MA:
Blackwell Scientific Publications, 1994.

EGAN, David J., and David W. Orr, The Campus and Environmental Responsibility, San Francisco: Sierra Club
Books, 1991

EGAN, Timothy, The Good Rain: Across Time and Terrain in the Pacific Northwest, New York: Knopf, 1990.

EGERTON, Frank, “Ecological Studies and Observations Before1900”, In Issues and Ideas in America, edited by
Benjamin Taylor and Thurman White, 311-51. Norman: University of Oklahoma Press, 1976.
"Missed Opportunities: U.S. Fishery Biologists and Productivity of Fish in Green Bay, Saginaw Bay and
Western Lake Erie”,Environmental Review, 13:2 (Summer 1989): pp. 33-63.
"Pollution and Aquatic Life in Lake Erie: Early Scientific Studies”,Environmental Review, 11:3 (Fall
1987): pp. 189-205.

EGLER, Frank Edwin, 1911-, The Way of Science; a Philosophy of Ecology for the Layman, by Frank E. Egler.
With an epilogue by Harry E. Van Deusen.New York, Hafner Pub. Co., 1970.

EHRENFELD, David, The Arrogance of Humanism, New York: Oxford University Press, 1978.
Beginning Again: People and Nature in the New Millenium, New York: Oxford UP, 1993.

EHRLICH, Gretel, A Match to the Heart, New York: Pantheon, 1994.


Arctic Heart, Santa Barbara, CA: Capra, 1992.
Islands, the Universe, Home, New York: Penguin, 1991.

EHRLICH, Paul, The Population Bomb, New York: Ballantine Books, 1968.

EILERS, Lawrence and Dean M. Roosa. The Vascular Plants of Iowa. Iowa City: U of Iowa Press, 1994.

EKIRCH Jr, Arthur A., Man and Nature in America, N. York: Columbia Univ. Press, 1963, Lincoln, 1973.

EKIRCH, Arthur A., Jr., "Franklin B. Hough: First Citizen of the Adirondacks”, Environmental Review, 7:3 (Fall
1983): pp. 271-74.

ELBERS, Joan S., Changing Wilderness Values, 1930-1990: An Annotated Bibliography, New York: Greenwood,
1991.

ELKIND, Sarah S., "Industry and Water Distribution in California: The East Bay Municipal Utility District, 1920-
1930”, Environmental History Review, 18:4 (Winter 1994): pp. 63-88.
ELLEN, R.F, Ecology, Culture, and Domestication, Herndon: Berg Publishers, 1996.

ELLIOT, Robert e Arran Gare, Environmental Philosophy, Queensland, 1983.

ELLIS, Steve, The English Eliot: Design, Language and Landscape in Four Quartets, New York: Routledge, 1991.

ELLISON, John, ed., and photographs by Christopher Harris, Beloved of the Sky: Essays and Photographs on
Clearcutting, Seattle: Broken Moon, 1992.

ELTON, Charles. S., The Ecology of Invasions by Plants and Animals, London, 1958.

ELVIN, Mark and Su Ninghu, Man Against the Sea: Natural and Anthropogenic Factors in the Changing
Morphology of Harngzhou Bay, circa 1000-1800, Environment and History, Vol.1 No.1, 1995

EMMECHE, Claus, The Garden in the Machine: The Emerging Science of Artificial Life, Princeton: Princeton UP,
1994

The Encyclopedia of Environmental Information Sources, Gale 1994.

ENGEL, Joan Gibb, “Remembering For the Trees”, DAÍ, 52 (December 1991): 2142-A.

Environment: Commonwealth Powers, History of Environmental Law, Administration, Resource Security


Legislation, State Legislation, Sustainable Development, Environmental Impact Statements, Citizen Suits Policy,
Clayton, Vic. : Legal Service Bulletin Co-operative, 1995

The Environmental Encyclopedia, Gale Environmental Library 1994.

Environmental History, (1-15), 1976-1996

Environmentalists' Bookshelf, G.K. Hall 1993.

ENZWEILER, Joseph, Stonework of the Sky, St. Paul, MN: Graywolf, 1994.

EPSTEIN, Barbara, Political Protest and Cultural Revolution: Nonviolent Direct Action in the 1970s and 1980s,
Berkeley:University of California Press, 1991.

ERDRICH, Louise, “Skunk Dreams”, Georgia Review, 47.1 (1993): 85-94.

ERISMAN, Fred, "Western Fiction as an Ecological Parable”, Environmental Review, 2:6 (Fall/Winter 1978): pp.
14-23.

ETKIN, Nina L., Eating on the Wild Side: The Pharmacologic, Ecologic, and Social Implications of Using
Noncultigens, Tucson: U of Arizona P, 1994

EVANS, Gwyneth, “The Girl in the Garden: Variations on a Feminine Pastoral”, Children’s Literature Association
Quarterly, 19.1 (1994): 20-24.

EVANS, Howard Ensign, Pioneer Naturalists: The Discovery and Naming of North American Plants and Animals,
New York: Henry Holt and Company, Inc., 1993.

EVANS, John G., The Environment of Early Man in the British Isles, Berkeley, 1975,
An Introduction to Environmental Archaeology, Ithaca, 1978

EVENDEN, Matthew D., “The Laborers of Nature:Economic Ornithology and the Role of Birds as Agents of
Biological Pest Control in North American Agriculture, ca. 1880-1930”, Forest & Conservation History, 39
(October 1995): 172-183.

EVERNDEN, Neil, The Social Creation of Nature, Baltimore: Johns Hopkins UP, 1992
“Beyond Ecology: Self, Place, and the Pathetic Fallacy”, The North American Review, 263 (Winter
1978): 16-20.

EWAN, Joseph, "Plant Resources in Colonial America”, Environmental Review, 1:2 (1977): pp. 44-55.

FAIRFAX, Sally and Samuel Dana, Forest and Range Policy: Its Development in the U.S., 1980.

FAITH, N., The World the Railways Made, 1993.

FARAGHER, John Mack. Women and Men on the Overland Trail.New Haven: Yale University Press, 1979.

FARMER, Mark. “Mystery in Alaska.” Popular Science September 1995: 78+.

Farming and Gardening in Late Medieval Norfolk, Norfolk : Norfolk Record Society, 1997.

FAUSOLD, M. L., Gifford Pinchot: Bull Moose Progressive. Syracuse: Syracuse University Press. 1961.

FEDELI, Paolo, La Natura Violata: Ecologia e Mondo Romano, Palermo, Sellerio, 1990.

FEHNER, Terrence R. And F.G. Gosling, "Coming in From the Cold: Regulating U.S. Department of Energy
Nuclear Facilities, 1942-96.", Environmental History, Vol. 1, No. 2 April 1996, pp. 5-33.

FERGUSON, Gary, Walking Down the Wild: A Journey Through the Yellowstone Rockies, New York: Simon and
Schuster, 1993.

FERKISS, Victor C., Nature, Technology, and Society: Cultural Roots of the Current Environmental Crisis, New
York, NY Univ. Press, 1993.

FERNÁNDEZ FIGUEROA, Enrique Juan de Dios, La Historia como Condicionante de la Ordenación del
Territorio, Nicaragua: desde su Conquista y Colonización Española a la Situación Actual, -- [Oviedo]: Principado
de Asturias, Consejería de Medio Ambiente y Urbanismo.

FERRI, Mário Guimarães, Ecologia, Temas e Problemas Brasileiros, [São Paulo]: Editora da Universidade de São
Paulo; Belo Horizonte, Brasil: Livraria Itatiaia Editora, 1974.

FERRY, Luc, The New Ecological Order, Trans. Carol Volk. Chicago: U of Chicago P, 1995 (1992).

FEW, Roger, The Atlas of Wild Places: In Search of the Earth’s Last Wildernesses. New York: Facts on File, 1994.

FICKEN, ROBERT, The Forested Land: A History of Lumbering in Western Washington, Corvallis: Oregon state
university Press, 1988

FIENNES, Richard N. T-W-, Ecology and Earth History, London: Croom Helm, 1976

FILEMYR, Ann, “Living at the Crossroads: The Intersection of Nature, Culture and Identity”, DAÍ, 56 (September
1995).

FINCH, Robert, e John Elder, The Norton Book of Nature Writing, New York: Norton, 1990.

FINCH, Robert, “Nature in the Nuclear Age”, New England Review and Breadloaf Quarterly, l990.
A Place Apart: A Cape Cod Reader, New York: Norton, l993.

FIORINO, Daniel J., Making Environmental Policy, U. of California P, 1995.


FISH, Charles, In Good Hands: The Keeping of a Family Farm, New York: Farrar, Straus and Giroux, 1995.

FISHER, Marvin, “Seeing New Englandly: Anthropology, Ecology, and Theology in Thoreau’s Week on the
Concord and Merrimack Rivers”, Centennial Review, 34.3 (1990): 381-394.

FITTKAU, E. J., Biogeography and Ecology in South America, Haia, 1968

FLADER, Susan, Thinking like a Mountain: Aldo Leopold and the Evolution of an Ecological Attitude Toward
Deer, Wolves, and Forests, Columbia, Mo.: University of Missouri Press.1974.
"Citizenry and the State in the Shaping of Environmental Policy.", Environmental History , Volume 3, No.
1, January 1998 pp. 8-24.

FLECK, Richard F., Critical Perspectives on Native American Fiction. Washington, D.C.: Three Continents, 1993.

FLETCHER, H. R.,BROWN, W. H., The Royal Botanic Garden, Edinburgh 1670-1970, Edinburgh, 1970

FLINK, James J., The Car Culture, Cambridge, MA: MIT Press, 1975.

FLINT, V. I. J., The Imaginative Landscape of Christopher Columbus, Princeton, N. Y., 1992

FLIPPEN, John Brooks, “The Nixon Administration, Timber, and the Call of the Wild”, Environmental History
Review, 19 (Summer 1995): 37-54.

FLORES, Dan L., “Place: An Argument for Bioregional History”, Environmental History Review, 18:4 (Winter
1994): 1-18.
Caprock Canyonlands: Journeys into the Heart of the Southern Plains, Austin: University of Texas Press,
1990.
"Zion in Eden: Phases of the Environmental History of Utah”, Environmental Review, 7:4 (Winter 1983):
pp. 325-44.

FLORES, Nona C., ed., Animals in the Middle Ages: A Book of Essays, Hamden: Garland P, 1995.

Fondazione Lelio e Lisli Basso, L'Ambiente nella Storia d'Italia: Studi e Immagini, Venezia: Cataloghi Marsilio,
1989.

FOOTE, Ken, Peter Hugill, Kent Mathewson and Johnthan Smith, Re-Reading Cultural Geography, (ca. 1994)

FORD, Larry, "Historic Districts and Urban Design”, Environmental Review, 4:2 (Summer 1980): pp. 20-26.

FORMAN, R.T.T., Landscape and Regional Ecology, Cambridge, MA: Cambridge University Press. 1993

FORMAN, R.T.T. and M. Gordon, Landscape Ecology, New York: John Wiley and Sons. 1986

La Forêt Marocaine: Droit, Économie, Écologie, Orient Afrique, 1988 [Actes des journées d'étude organisées les
15 et 16 avril 1988, La société marocaine pour le droit de l'environnement.]

FOSS, F. O., ed., Conservation in the United States: A Documentary History-Recreation, New York: Chelsea
House. 1971.

FOX, Steven, John Muir and His Legacy: The American Conservation Movement, Boston: Little, Brown,1981.

FRABBONI, Franco, L' Ambiente come Alfabeto: Beni Culturali, Musei, Tradizione, Storia, Firenze, La nuova
Italia, 1985.

FRADKIN, Philip L., The Seven States of California: A Natural and Human History, New York: Henry Holt and
Co., 1995.

FRANCAVIGLIA, Richard, Hard Places: Reading the Landscape of America’s Historic Mining Districts,
University of Iowa, 1991 e 1993.
Essays on the changing images of the Southwest / edited by Richard Francaviglia and David Narrett;
introduction by David J. Weber ; by Richard Francaviglia ... [et al.], College Station: Published for the University
of Texas at Arlington by Texas A&M University Press, c1994.
Main street revisited: time, space, and image building in small-town America; foreword by Wayne
Franklin. Iowa City: University of Iowa Press, c1996.

FRANCIONE, Gary L., Animals, Property, and Law, Philadelphia: Temple UP, 1995.

FRANKLIN, J.F., & C.T. Dyrness, Vegetation of Oregon and Washington, Corvallis: Oregon State University
Press, 1988.

FRAZIER, Ian, Great Plains, Farrar/Straus/Giroux, 1989.

FREEMARK, K., C. Hummon, D. White, and D. Hulse, Modeling Risks to Biodiversity in Past, Present, and
Future Landscapes, Technical report seriers number 268. Canadian Wildlife Service. 1996

FRENCH, R. K. (Roger Kenneth), Ancient Natural History: Histories of Nature, London; New York: Routledge,
1994.

FRIEDBERGER, Mark, "Cattlemen, Consumers, and Beef”, Environmental History Review, 18:3 (Fall 1994): pp.
37-57.

FRIEDMAN, Sharon, “Two Decades of the Environmental Beat”, Gannett Center Journal, 4.3 (1990): 13-23.

FRITZSCHE, Peter, “Landscape of Danger, Landscape of Design: Crisis and Modernism in Weimar Germany”,
Dancing on the Volcano: Essays on the Culture of the Weimar Republic, Ed. Thomas W. Kniesche and Stephen
Brockmann. Columbia, SC: Camden House, 1994.

FROME, Michael, Promised Land: Adventures and Encounters in Wild America, New York: William Morrow,
1985.
Regreening the National Parks, Tucson: U of Arizona P, 1992.
Strangers in High Places: The Story of the Great Smoky Mountains, Knoxville: U of Tennessee P, 1994.

FROMM, Harold, “Aldo Leopold: Aesthetic ‘Anthropocentrist’”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and
Environment, 1.1 (1993): 43-9.
“Ecology and Ideology.” Hudson Review 45 (1992).

FUCHS, Elinor, “Play as Landscape: Another Version of Pastoral”, Theater, 25.1 (1994): 44-51.

FULLER, Margaret, Summer on the Lakes, in 1843, Urbana: U of Illinois P, 1991.

FUMAGALLI, Vito, L'Uomo e l'Ambiente nel Medioevo, Roma: Laterza, 1992


Landscapes of Fear: Perceptions of Nature and City in the Middle Ages, Cambridge, Uk., Polity
Press, 1994.

G
GAARD, Greta and Lori Gruen, “Comment on George’s ‘Should Feminists be Vegetarians?’”, Signs: Journal of
Women in Culture and Society, 21.1 (Autumn 1995): 230-241.

GAARD, Greta. Ecofeminism: Women, Animals, Nature, Philadelphia: Temple UP, 1993.

GADD, Ben, Handbook of the Canadian Rockies, Jasper: Corax Press, 1986.

GADGIL, M., F. Berkes, and C. Folke, Indigenous knowledge for biodiversity conservation, Ambio, 22(2-3) 1993.:
151-156.
GADGIL, Madhav. This Fissured Land : an Ecological History of India / Madhav Gadgil, Ramachandra Guha. 1st
University of California Press c1992, ed. Berkeley: University of California Press, 1993

GAGNE, W.C., Conservation priorities in Hawaiian natural systems, BioScience, 38, 1988.: 264-271.

GALLAGHER, Winifred, The Power of Place: How Our Surroundings Shape our Thoughts, Emotions, and
Actions, New York: Poseidon, 1993.

GALLOPIN, Gilaberto C Manuel Winograd, Isabel A. Gomez, Ambiente y Desarrollo en America Latina y el
Caribe: Problemas, Oportunidades, y Prioridades, Argentina: Grupo de analisis de sistemas ecologicos, 1991

GAMBI, Lucio(ed), Ambiente e Societa alle Origini dell'Italia Contemporanea, 1700-1850, - Milano: Electa,
c1990

GANGEWERE, Robert, ed., The Exploited Eden: Literature on the American Environment, New York: Harper &
Row, 1972.

GATES, Paul W., History of Public Land Law Development, Washington, D.C.: U.S. Govt. Printing Office, 1968.
The Farmer’s Age: Agriculture, 1815-1860, New York: Holt, Rinehart and Winston, 1960.
The Rape of Indian Lands, New York:Arno Press, 1979.

GAYTON, Don, Landscapes of the Interior: Re-Explorations of Nature and the Human Spirit, New Society
Publishers, 1996.

GEARY, Edward A., The Proper Edge of the Sky: The High Plateau Country of Utah, Salt Lake City: U of Utah P,
1992.

GEERTZ, C., Agricultural Involution. The Process of Ecological Change in Indonesia, Los Angeles, 1963

GEHLBACH, Frederick R., Mountain Islands and Desert Seas: A Natural History of U.S.-Mexican Borderlands,
College Station: Texas A & M UP, 1993.

GELBSPAN, Ross, “The Heat is On: The Warming of the World’s Climate Sparks a Blaze of Denial”, Harper’s,
December 1995: 31-39.

GHIGLIERI, Michael, Canyon, Tucson: U of Arizona P, 1992.

GIBSON, Clark C., "Killing Animals With Guns and Ballots: the Political Economy of Zambian Wildlife Policy,
1972-1982”, Environmental History Review, 19:1 (Spring 1995): pp. 49-75.

GIDDENS, Elizabeth, “An Epistemic Case Study: Identification and Attitude Change in John McPhee’s Coming
into the Country”, Rhetoric Review, 11.2 (1993): 378-99.

GIBBONS, Whit, Keeping all the Pieces: Perspectives on Natural History and the Environment, Washington:
Smithsonian Institution Press, c1993

GIDLEY, Mick, and Robert Lawson-Peebles, Views of American Landscapes, New York: Cambridge UP, 1990.

GIDLEY, MICK, Robert Lawson-Peebles [et al.], Modern American Landscapes, Amsterdam: VU University
Press, 1995.

GIFFORD, Don, The Farther Shore: A Natural History of Perception, l798-1984, New York: Atlantic Monthly P,
1990.

GILBERT, Roger, Walks in the World: Representation and Experience in Modern American Poetry, Princeton:
Princeton UP, 1991

GILES, Janice Holt, The Plum Thicket, Lexington: UP of Kentucky, 1996.


GILFILLAN, Merrill C., Moods of the Ohio Moons: An Outdoorsman’s Almanac, Kent, Ohio: Kent State UP,
1991.

GIORGIO, Adalgisa, “Nature vs. Culture: Repression, Rebellion and Madness in Elsa Morante’s Aracoeli”, MLN,
109.1 (1994): 93-116.

GLACKEN, Clarence J. 1967, Traces on the Rhodian Shore: Nature and Culture In Western Thought From
Ancient Times To the End of the Eighteenth Century, Berkeley, CA: University of California Press.1967

GLADDING, Jody, Stone Crop, New Haven: Yale UP, 1993.

GLANCY, Diane, Claiming Breath, Lincoln: U. of Nebraska P, 1992.

GLASSIE, Henry, Pattern in the Material Folks Culture of the Eastern United States, Philadelphia, Univ. of Pen.
Press, 1909 e 1968

GLENDINNING, Chellis, My Name is Chellis, and I’m in Recovery from Western Civilization: Exploring the Link
Between Addiction, Psychological Dysfunction, and the Environmental Crisis, Boston: Shambhala, 1994.

GLUCK, Louise, The Wild Iris, New York: Ecco, 1992.

GOBSTER, Paul H., “Aldo Leopold’s ‘Ecological Esthetic’: Integrating Esthetic and Biodiversity Values”, Journal
of Forestry, 93 (February 1995):6-10.

GODELIER, Maurice, "L’Appropriation de la Nature", in Revue La Pensée, Paris, 198, 1978, 7-50.

GOETZMANN, William H., Looking at the Land of Promise: Pioneer Images of the Pacific Northwest, Pullman:
Washington State University Press, 1988.

GOLDRICH, Daniel, "Democracy and Energy Planning: The Pacific Northwest as Prototype”, Environmental
Review, 10:3 (Fall 1986): pp. 199-214.

GOLDSMITH, Edward. The Way: An Ecological World-View, Boston: Shambhala, 1993.

GOLLEY, F. B. Frank Benjamin, A History of the Ecosystem Concept in Ecology: more than the Sum of the Parts,
New Haven; London: Yale University Press, c1993

GONZÁLEZ DE MOLINA, Manuel, "Agroecologia: bases teóricas para una historia agraria alternativa", in
Noticiario de Historia Agraria, nº2, Junio-Dic de 1991, pp.49-78.
Historia y Medio Ambiente, Madrid : EUDEMA , 1993
E J. Martinez Alier(eds.), Historia y Ecologia, Madrid, Marcial Pons, 1993, nº.11 da revista Ayer.

GONZALEZ JACOME, Alba, Ambiente y Agricultura en Cuatro Ecosistemas del Valle Poblano - Tlaxcalteca: Un
Enfoque Sincronico y Diacronico, Mexico: Universidad iberoamericana: Fondo de las naciones unidas para
actividades en materia de poblacion, 1988

GOODWIN, Brian, How the Leopard Changed Its Spots: The Evolution of Complexity, New York: Simon and
Schuster, 1996.

GOODYEAR, Frank H. Jr., Thomas Doughty, 1793-1856: An American Pioneer in Landscape Painting,
Philadelphia: Pennsylvania Academy of the Fine Arts, 1973.

GORE, Al, Earth in the Balance: Ecology and the Human Spirit, New York: Houghton Mifflin, 1992.

GORMAN, M., Island Ecology, London, 1979.

GOTLIEB, Yosef, Development, Environment, and Global Disjunction: Toward Sustainable Recovery, DelRay
Beach, FL: St Lucie Press, 1995.
Forcing the Spring - the Ttransformation of the American Environmental movement, Covelo, 1993
GOTTLIEB, Robert, “An Odd Assortment of Allies: American Environmentalism in the 1990’s”, Gannett Center
Journal, 4.3 (1990): 37-47.
"Beyond NEPA and Earth Day: Reconstructing the Past and Envisioning a Future for Environmentalism”,
Environmental History Review, 19:4 (Winter 1995): pp. 1-14.
“Reconstructing Environmentalism: Complex Movements, Diverse Roots.” Environmental History
Review 17 (Winter 1993): 1-19.
Forcing the Spring: The Transformation of the American Environmental Movement, Covelo, CA: Island
P, 1993.

GOUBERT, G.P., La Conquete de l’Eau, Paris, 1986

GOUDIE, Andrew, The Human Impact on the Natural Environment, Cambridge, MA: MIT Press, 1994.

GOULD, Stephen Jay, Bully for Brontosauras: Reflections in Natural History, New York: Norton, 1991.

GOWDY, John M., and Sabine O’Hara, Economic Theory of Environmentalists, DelRay Beach, FL: St. Lucie
Press, 1995.

GOWER, Calvin W., "A Continuing Public Youth Work Program: The Drive for a Permanent Civilian
Conservation Corps, 1933-1942”, Environmental Review, 5:2 (Fall/Winter 1981): pp. 39-51.

GRABER, Linda H., Wilderness as Sacred Space, Washington: Association of American Geographers, 1976.

GRAHAM, A. D., The Gardeners of Eden, London, 1973.

GRAHAM, Wade, "mexeco?: Mexican Attitudes Toward the Environment”, Environmental History Review, 15:4
(Winter 1991): pp. 1-17.

GRATTAN, Virginia, Mary Colter: Builder on the Red Earth, Flagstaff, Arizona: Northland Press, 1980; reedição,
Grand Canyon Arizona: Grand Canyon Natural History Association, 1992.

GRAULICH, Melody, “Facist Fishes, Power Rangers, and Rape-Crisis Feminists: Who Gets to Define?”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.2 (1995).

GRAY, A. Grace, “David Douglas”, The Beaver, March:27-29 (1938)


Wildlife and People, Urbana: U of Illinois P, 1993.

GREENBERG, Phillip, “Dreams Die Hard”, Sierra 78.6 (1993): 78-85, 102-103.

GREENBLATT, Stephen, Marvelous Possessions: The Wonder of the New World, Chicago: U Chicago P, 1991.

GREENE, John C., The Death of Adam Evolutionism and its Impact on Western Throught, Anes, 1959

GREENE, Mott, Geology in the Nineteenth Century, Ithaca, 1982.

GREER, Edward, “Air Pollution andCorporate Power: Municipal Reform Limits in a Black City”, Politics and
Society, 4 (1974): 483-510.

GREMILLION, Kristen J.(ed.), People, Plants and Landscapes. Studies in Paleoethnobotany, London, 1997.

GRIEVES, Forest L., "Environmental Protection in the Federal Republic of Germany: Focus on the Saarland”,
Environmental Review, 8:3 (Fall 1984): pp. 252-69.

GRIFFIN, Susan, Woman and Nature: The Roaring Inside Her, New York: Harper and Row, 1978.

GRIFFITH, James S., Beliefs and Holy Places: A Spiritual Geography of the Pimeria Alta, Tucson: U of Arizona
P, 1992.

The Grolier World Encyclopedia of Endangered Species, Grolier 1993.


GROOME, J. Helen, Historia de la Política Forestal en el Estado Español, Madrid: Agencia de Medio Ambiente,
D. L. 1990

GROSSMAN, Richard, Heaven and Earth: A Cosmology, Athens: U of Georgia P, 1991.


The Animals, St. Paul: Graywolf, 1990.

GROVE, Richard H., Green Imperialism. Colonial Expansion, Tropical Island Edens and the Origins of
Environmentalism. 1600-1860, Cambridge, England: Cambridge University Press, 1995-96
Ecology, Llimate and Empire: Studies in Colonial Environmental History, London, 1997

GRUMBINE, R. Edward, Ghost Bears: Exploring the Biodiversity Crisis, Washington, D.C.: Island P, 1992.

GUHA, P., GADGID, M., This Fissured Land: an Ecological History of India, Delhi: Oxford University Press,
1992

GUIDOBONI, Emanuela, Human Factors, Extreme Events and Floods in the Lower Po Plain (Northern Italy) in
the 16th Century, Environment and History, Volume 4, No.3, 1998

GUNTHER, Erna, Rev. Ed., Ethnobotany of Western Washington, Seattle: University of Washington Press, 1973.

H
HABER, Francis C., The Age of the World - Moses to Darwin, Baltimore, 1959.

HABUSCH, E., Fair Game: A History of Hunting, Shooting, and Animal Conservation, New York: Arco
Publishing. 1980.

HACKEL, Jeffrey D., And E. Jane Carruthers, "Swaziland's Twentieth Century Wildlife Preservation Efforts: The
Present as a Continuation of the Past “, Environmental History Review, 17:3 (Fall 1993): pp. 61-84.

HAFEN, Lyman, Roping the Wind: A Personal History of Cowboys and the Land, Logan: U of Utah P, 1995.

HAGEN, Joel B., An Entangled Bank: The Origins of Ecosystem Ecology, New Brunswick: Rutgers UP, 1992.

HAHN, Steven, and Jonathan Prude, eds., The Countryside in the Age of Capitalist Transformation, Chapel Hill:
University of North Carolina Press, 1985.

HAILA, Yrjèo, Humanity and Nature: Ecology, Science, and Society / Yrjèo Haila and Richard Levins. London;
Mass.: Pluto Press, 1992.
'Wilderness' and the Multiple Layers of Environmental Thought, Environment and History, Volume 3,
No.2, 1997

HAINES, Frances, “The Western Limits of the Buffalo Range”, Pacific Northwest Quarterly, 31:389-398 (1940)
The Buffalo: The Story of American Bison and Their Hunters from Prehistoric Times to the Present,
Norman: U. of Oklahoma P, 1995.

HALIFAX, Joan, The Fruitful Darkness: Reconnecting with the Body, San Francisco: HarperCollins, 1993.

HALL, Marcus, Restoring the Countryside: George Perkins Marsh and the Italian Land Ethic (1861-1882),
Environment and History, Volume 4, No.1, 1998.

HALLIDAY, E.C., An Historical Review of Atmospheric Pollution. In Air Pollution, New York: World Health
Organization / Columbia University Press. 1961.

HALLIDAY, T., Vanishing Birds: Their Natural History and Conservation, Harmondsworth, U.K.: Penguin. 1980.
HALPERN, Daniel (ed.), On Nature - Nature, Landscape and Natural History, S. Francisco, 1987.

HALPERN, Sue e Bill McKibben, “An Archipelago Built for Two”, Sierra, 78.4 (1993): 78-84.
“A Mind of Winter”, Sierra, 78.2 March/April (1993): 38-39.

HAMILTON, A. C., Environmental History of Last Africa, London, 1982.

HAMILTON, Bruce, “An Enduring Wilderness”, Sierra, 79.5 (1994): 46-49.

HAMILTON, Joan,“Babbitt’s Retreat”, Sierra, 79.4 (1994):


“Streams of Hope”, Sierra, 78.5 (1993): 98-104, 120-122.

HAMMOND, Debora, Ecology and Ideology in the General Systems Community, Environment and History,
Volume 3, No.2, 1997.

HANSEN, A., ed., The Mass Media and Environmental Issues, New York: Leicester University Press. 1993

HANSEN, Gunnar, Islands at the Edge of Time: A Journey to America’s Barrier Islands, Covelo, CA: Island P,
1993.

HARAWAY, Donna J., Simians, Cyborgs, and Women: The Reinvention of Nature, New York: Routledge, 1991.
Reinventing Nature: Simians, Cyborgs and Women, New York: Routledge, 1991.
Primate Visions: Gender, Race, and Nature in the World of Modern Science, New York: Routledge,
1989.

HARCOMBE, Andrew, [1951-], Wildlife habitat handbooks for British Columbia: problem analysis, Kamloops:
BC, Ministry of Environment, 1984.

HARDESTY, Donald, Ecological Anthropology, N. York, 1977

HARDIN, Garret, Living Within Limits: Ecology, Economics, and Population Taboos, New York: Oxford UP,
1993.

HARDING, Sandra, The Science Question in Feminism, Ithaca: Cornell UP, 1986.

HARGROVE, Eugene C., The Animal Rights / Environmental Ethics Debate: The Environmental Perspective,
Albany: State U of New York P, 1992.

HARLAN, Jack R., "Gene Centers and Gene Utilization in American Agriculture”,Environmental Review, 1:3
(1977), pp. 26-42.

HARMS, Robert, Games against Culture: an Eco-cultural History of the Nunu of Equatorial Africa, Cambridge:
Cambridge University Press, 1992.[A Antropologia e o Ambiente]

HARPER, Peggy, The Kwagh-hir of the People of Tiv: a Note on Dramatised History Telling and Constructions of
Nature among the Tiv of Southern Nigeria, Environment and History Volume 3, No.3,1997.

HARRIS, Glenn, and Seth Wilson, "Water Pollution in the Adirondack Mountains: Scientific Research and
Governmental Response, 1890-1930”, Environmental History Review, 17:4 (Winter 1993): pp. 47-71.

HARRIS, L.D., The Fragmented Forest: Island Biogeography Theory and the Preservation of Biotic Diversity,
Chicago: University of Chicago Press. 1984.

HARRIES-JONES, Peter, A Recursive Vision: Ecological Understanding and Gregory Bateson, Toronto: U of
Toronto P, 1995.

HARRISON, Paul, Greening of Africa. French Une Afrique verte / Paul Harrison ; traduit de l'anglais par Catherine
Belvaude.Wageningen, Netherlands: CTA; Paris: Karthala, 1991.
HARRISON, Robert Pogue, Forests: The Shadow of Civilization, Chicago: U of Chicago P, 1992.

HART, E. Richard, Zuni and the Courts: A Struggle for Sovereign Land Rights, U. of Kansas P, 1995.

HART, John, Storm Over Mono: The Mono Lake Battle and the California Water Future, Berkeley: U of
California P, 1995.

HART, Richard E., Ethics and the Environment, Lanham, MD: UP of America, 1992.

HART, Robert A. de J., Ecosociety. A Historical Study of Ecological Man, New Delhi, 1984
The Inviolable Hills: the Ecology, Conservation and Regeneration of the British Uplands [by] Robert A.
de J. Hart; preface by Lady Eve Balfour. London, Stuart & Watkins in conjunction with The Soil Association,
1968.

HARTE, John, The Green Fuse: An Ecological Odyssey, Chicago: U of Chicago, 1993.

HARTWIG, Gerald W., PATTERSON (eds.), Disease in African history - an Introductory Survey and case
Histories, Durham, 1978.

HASTINGS, James R. and Raymond Turner, The Changing Mile: An Ecological Study of Vegetation Change With
Time in the Lower Mile of an Aird and Semiarid Region,Tucson: University of Arizona Press, 1965 .

HASTRUP, Kirsten, Nature and Policy in Iceland, 1400-1800: an Anthropological Analysis of History and
Mentality, Kirsten Hastrup. Oxford [England]: Clarendon Press; New York : Oxford University Press, 1990.

HATTER, John G., Tropical Archaeobotany. Applications and New Developments, London, 1994.

HATTON, Raymond R., High Dessert of Central Oregon, Portland, Ore.: Thomas Binford Publisher, 1977.

HAVLICK, Spenser W., The Urban Organism: The City’s Natural Resources from an Environmental Perspective,
New York: Macmillan, 1974.

HAWES, Richard, The Control of Alkali Pollution in St. Helens, 1862-1890, Environment and History, Vol.1
No.2, 1995
The Municipal Regulation of Smoke Pollution in Liverpool, 1853-1866, Environment and History
Volume 4, No.1, 1998

HAY, John, A Beginner’s Faith in Things Unseen, Boston: Beacon P, 1995.

HAY, P. R., "The Contemporary Environment Movement as Neo-Romanticism: A Re-Appraisal from Tasmania”,
Environmental Review, 12:4 (Winter 1988): pp. 39-59.

HAYLES, N. Catherine, Chaos and Order: Complex Dynamics in Literature and Science, Chicago: U. of Chicago
P, 1991.
“Simulated Nature and Natural Simulations: Rethinking the Relation Between the Beholder and the
World”, Uncommon Ground: Toward Reinventing Nature, Ed. William Cronon. New York: Norton, 1995. 409-25.

HAYS, Samuel P., Beauty, Health, and Permanence: Environmental Politics in the United States, 1955-1985,
Cambridge, New York: Cambridge University Press, s1987.
Conservation and the Gospel of Efficiency: The Progressive Conservation Movement, 1890-1920,
Cambridge: Harvard University Press, 1959.
"Comment: The Trouble with Bill Cronon's Wilderness.", Environmental History, Vol. 1, No. 1, January
1996, pp. 29-32.
"Environmental Political Culture and Environmental Political Development: An Analysis of Legislative
Voting, 1971-1989”, Environmental History Review, 16:2 (Summer 1992): pp. 1-22.
"From Conservation to Environment: Environmental Politics in the United States since World War II”,
Environmental Review, 6:2 (Fall 1982): pp. 14-41.
"Comment: The Trouble with Bill Cronon's Wilderness”, Environmental history 1:1 (1996) pp. 29-32.
HAZARD, Leland, Law and the Changing Environment: the History and Processes of Law, San Francisco,
Holden-Day [1971]

HAZEN, William Eugene, 1925- ed. Readings in Population and Community Ecology, 3d. ed. Philadelphia:
Saunders, 1975.

HEADRICK, Daniel R., The Tools of Empire: Technology and European Imperialism in the Nineteenth Century,
N. Y., 1981.

HEDIN, Robert, and Gary Holthaus, The Great Land: Reflections on Alaska, Tucson: U of Arizona P, 1994.

HEIDTMANN, Peter, Loren Eiseley: A Modern Ishmael, Hamden, CT: Archon Books, 1991.

HELMS, Douglas, and Susan L. Flader, eds, The History of Soil and Water Conservation, Washington, DC:
Agricultural History Society, 1985.

HELPHAND, Kenneth I, "The Bicycle Kodak”, Environmental Review, 4:3 (Fall 1981): pp. 24-33.

HELVARG, David, The War Against the Greens: The “Wise-Use” Movement, the New Right and Anti-
Environmental Violence, San Francisco: Sierra Club Books,1994.

HEMENWAY, Ansel F., “Botanists of the Oregon Country”, The Quarterly of the Oregon Historical Society,
5:207-214 (1904)

HENDRICKS, Gordon, Albert Bierstadt: Painter of the American West, New York: H. N. Abrams, 1974.

HENRY, Donald O., Prehistoric Cultural Ecology and Evolution: Insights from Southern Jordan, N. York, Plenum
Press, 1995.

HEPWORTH, James R., “The Revolutionary: Remembering Wallace Stegner”, Outside, (1993).

HERNDL, Carl G., and Stuart C. Brown, eds., Green Culture: Rhetorical Analyses of Environmental Discourse,
Madison: U. of Wisconsin P, 1996.

HESS, Karl, Jr., Visions Upon the Land: Man and Nature on the Western Range, Washington, D.C., 1992.
"John Wesley Powell and the Unmaking of the West.", Environmental History, Vol. 2, No. 1 January
1997, pp. 7-28.

HESSEL, Dieter T., After Nature’s Revolt: Eco-Justice and Theology, Minneapolis: Fortress, 1992.

HEYLIGERS, P. C., The natural history of the Tasmanian, Manjimup and Eden-Bombala woodchip export
concession areas. / October, 1975. Canb., A.G.P.S., 1977 [Australia. Dept. of Environment, Housing and
Community Developmnet. Studies Bureau. Report 22]

HICKEY, James E., Jr., and Linda A. Longmire, Environment: Global Programs, Local Solutions, Westport, CT:
Greenwood P, 1994.

HIEBERT, Terry Grant, “The Redemption of Creation in Twentieth-Century Eco-Theologies”, DAÍ, 55 (June
1995).

HIGGS, Robert J., Ambrose N. Manning, and Jim Wayne Miller, eds., Appalachia Inside Out: A Sequel to “Voices
from the Hills”, Knoxville: U of Tennessee P, 1995.

HILL, Kevin A., Conflicts over Development and Environmental Values: The International Ivory Trade in
Zimbabwe's Historical Context, Environment and History, Vol.1 No.3.

HILLMO, Thomas and Ulrik Lohm, Nature's Ombudsman: The Evolution of Environmenal representation in
Sweden, Environment and History Volume 3, No.1, 1997.
HIRSCH, Eric, and Michael O’Hanlon, eds., The Anthropology of Landscape: Perspectives on Space and Place,
Oxford: Clarendon Press, 1995.

HIRT, Paul W., A Conspiracy of Optimism: Management of the National Forests since World War Two, Lincoln:
University of Nebraska Press, 1994.
"The Transformation of a Landscape: Culture and Ecology in Southeastern Arizona”, Environmental
Review, 13:3-4 (Fall/Winter 1989): pp. 167-89.

HITCHCOCK, C. Leo and Arthur Conquist, Flora of the Pacific Northwest: An Illustrated Manual, Seattle:
University of Washington Press, 1973.

HOAGLAND, Edward, “Meat for the Old Man”, Outside, 17.8 (1992): 84-89; 172-76.

HOCHMAN, Jhan, “Silence of the Lambs: A Quiet Bestiary”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and
Environment, 1.2 (1993): 57-79

HOKANSON, Drake, Reflecting a Prairie Town: A Year in Peterson, Iowa City: U of Iowa P, 1994.

HOLLEMAN, Marybeth Scotchie, “Searching the Land”, DAÍ, 31 (Spring 1993): 01-82.

HOOKER, Sir W. J., “A Brief Memoir of the Life of Mr. David Douglas with Extracts from His Letters”, The
Quarterly of the Oregon Historical Society, 5:215-271 (1904)

HOPWOOD, Victor G., “William Fraser Tolmie: Natural Scientist and Patriot: A Review Article”, BC Studies,
5:45-51 (1970)

HORNOCKER, Maurice G., and George F. Mobley, “Learning to Live with Mountain Lions”, National
Geographic, 182, nº. 1 (July 1992): 52-66.

HOU, Wenhui, "Reflections on Chinese Traditional Ideas of Nature.", Environmental History , Vol. 2, No. 4
October 1997, pp. 482-493.
"The Environmental Crisis in China and the Case for Environmental History Studies”, Environmental
History Review, 14:1-2 (Spring/Summer 1990): pp. 151-158.

HOUSTON, C. Stuart, “John Richardson - First Naturalist in the Northwest”, The Beaver, Autumn:10-15 (1984)
e Mary Houston, “Samuel Hearne, Naturalist”, The Beaver, 67.4 23-27 (1987).

HOWARD, Philip, “The History of Ecological Marginalization in Chiapas.”, Environmental History, Volume 3,
No. 3, July 1998, pp. 357- 377.

HOWARTH, William, “Thoreau and the Cultural Construction of Nature”, ISLE: Interdisciplinary Studies in
Literature and Environment, 2.1 (1994): 85-89.

HOWE, Henry F. e Lynn C. Westley, Ecological Relationships of Plants and Animals, N. Y., 1988.

HOWETT, Catherine M., "Atlanta's 'Great Park' Controversy: A Crisis in Urban Landscape Values”,
Environmental Review, 10:1 (Spring 1986): pp. 17-30.
e Rebecca Raglon, "Constructing the Environmental Spectacle: Green Advertisements and the Greening
of the Corporate Image, 1910-1990”, Environmental History Review, 16:4 (Winter 1992): pp. 53-68.

HOWIE, John, and George Schedler, Ethical Principles in Contemporary Society, Carbondale: Southern Illinois
UP, 1994

HUECK, Kurt, 1897-1965, As Florestas da América do Sul: Ecologia, Composição e Importância Econômica,
tradução de Hans Reichardt. São Paulo: Polígono, Editora de Universidade de Brasilia, 1972.

HUFFMAN, Thomas R., "Defining the Origins of Environmentalism in Wisconsin: A Study in Politics and
Culture”, Environmental History Review, 16:3 (Fall 1992): pp. 47-69.
HUGHES, J. Donald, "Ancient Dreams and Dream Interpretation," and "The Environmental History of the Ancient
Mediterranean World," in Ancient History, edited by Sarah B. Pomeroy and Stanley Burstein, in the series,
"Selected Reading Lists and Course Outlines from American Colleges and Universities." New York: Markus
Wiener Publishing, 1984. Second edition, 1986, 135-138,
"Ancient Egypt and the Question of Appropriate Technology", Capitalism, Nature, Socialism, 8, No. 1
(March 1997): 125-130.
"Artemis: Goddess of Conservation", Forest and Conservation History, 34 (October 1990): 191-197.
"Bali and the Green Witch of the West," Capitalism, Nature, Socialism, 7, Nº. 2 (June 1996): 139-145.
"Classical Athens and Ecosystemic Collapse," Capitalism, Nature, Socialism, 7, No. 3 (September 1996):
97-102.
"Deforestation, Erosion, and Forest Management in Ancient Greece and Rome", by J. Donald Hughes in
collaboration with J. F. Thirgood, Journal of Forest History, 26 (April 1982): 60-75. Reprinted in The Ecologist
(U.K.) 12 (September 1982): 196-208.
"Early Ecological Knowledge of India", in Indian Forestry: A Perspective, edited by Ajay S. Rawat. New
Delhi: Indus Publishing Co., 1993, 13-28.
"Early Greek and Roman Environmentalists", in Historical Ecology: Essays on Environment and Social
Change, edited by Lester J. Bilsky. Port Washington, NY: National University Publications, Kennikat Press, 1980
45-59. Reprinted in The Ecologist (U.K.) 11 (January 1981): 24-35.
"Ecology and Development as Narrative Themes of World History", Environmental History Review, 19
(Spring 1995): 1-16.
"Ecology and Development as Narrative Themes of World History”, Environmental History Review, 19:1
(Spring 1995): pp. 1-16.
"Ecology in Ancient Greece", Inquiry, 18 (Summer 1975): 115-125.
"Environmental History, " Environmental History Review, 16, No. 1 (Spring 1992): 16-19.
"Forest Indians: The Holy Occupation, " Environmental Review, 1 (No. 2, 1977): 2-13.
"Forestry and Forest Economy in the Mediterranean Region in the Time of the Roman Empire in the Light
of Historical Sources", in Evaluation of Land Surfaces Cleared from Forests in the Mediterranean Region During
the Time of the Roman Empire, edited by Burkhard Frenzel. Stuttgart: Gustav Fischer Verlag, 1994
(Palaeoklimaforschung / Palaeoclimate Research; Vol. 10: European Science Foundation Project "European
Palaeoclimate and Man," Special Issue 5),1-14.
"Forests and Cities in the Classical Mediterranean", in Perspectives in Urban Geography, edited by C. S.
Yadav. Vol. 10, "Morphology of Towns." New Delhi, India: Concept Publishing Co.,
"Francis of Assisi and the Diversity of Creation", Environmental Ethics, 18, No. 3 (Fall 1996): 311-20.
"Gaia: Environmental Problems in Chthonic Perspective", Environmental Review, 6 (December 1982): 92-
104. Reprinted in The Ecologist (U.K.) 13 (1982): 54-60. Reprinted in short version in Omnibus, (U.K.) 8 (1984):
15-18, and again in a special issue (Autumn, 1991): 60-63. Reprinted in Environmental History: Critical Issues in
Comparative Perspective, edited by Kendall E. Bailes. Lanham, MD: University Press of America, 1985, 64-82.
"Gaia: Environmental Problems in Chthonic Perspective”, Environmental Review, 6:2 (Fall 1982): pp.
92-104.
"Grand Canyon National Park", in Encyclopedia of American Forest and Conservation History, edited by
Richard C. Davis. New York: Macmillan, 1983, 272-274.
"Grand Canyon" and "John Wesley Powell", in Conservation and Environmentalism: An Encyclopedia,
edited by Robert Paehlke. New York: Garland Publishing, 1995; 306-7, 532-3.
"Great Kivas of the American Southwest", Architecture et Comportement: Architecture and Behaviour
(Lausanne) 9, No. 2, Special Issue: Lay-out of Sacred Places (1993): 177-190.
"How Much of the Earth is Sacred Space?", by J. Donald Hughes and Jim Swan, Environmental Review,
10 (Winter 1986): 247-259.
"How the Ancients Viewed Deforestation", Journal of Field Archaeology, 10 (Winter 1983): 437-445.
"Human Ecology in History", Environmental Review , 8, Nº. 4 (Winter 1984): 312-313.
"Human Ecology in History: The Search for a Sustainable Balance Between Technology and
Environment", Journal of the Washington Academy of Sciences, 77 (December 1987): 109-112.
"Images of Nature: The Historical Influence on Environmental Destruction", The Maine Scholar, 7
(Autumn 1994): 189-196.
"Land and Sea", in Civilization of the Ancient Mediterranean: Greece and Rome, edited by Michael Grant
and Rachel Kitzinger. 3 vols. New York: Charles Scribner's Sons, 1988. Vol. I, 89-133.
"Les Grecs, l'Orient et le savoir ecologique" ("The Greeks, the East, and Ecological Knowledge"),
Ecologie Politique, (Paris) 8 (Autumn 1993): 87-99.
"Medieval Florence and the Barriers to Growth", Capitalism, Nature, Socialism, 7, Nº. 1 (March 1996):
63-68.
"Mencius' Prescriptions for Ancient Chinese Environmental Problems", Environmental Review, 13 (Fall /
Winter 1989): 15-27.
"Mencius' Prescriptions for Ancient Chinese Environmental Problems”, Environmental Review, 13:3-4
(Fall/Winter 1989): pp. 15-27.
"Now That the Big Trees Are Down", Capitalism, Nature, Socialism 7, No. 4 (December 1996): 99-104.
"Pan: Environmental Ethics in Classical Polytheism", in Religion and Environmental Crisis, edited by
Eugene C. Hargrove. Athens, GA: University of Georgia Press, 1986, 7-24.
"Rome's Decline and Fall: Ecological Mistakes?", Capitalism, Nature, Socialism, 8, Nº. 2 (June 1997)
"Sacred Groves: The Gods, Forest Protection, and Sustained Yield in the Ancient World", in History of
Sustained-Yield Forestry: A Symposium, edited by Harold K. Steen. Durham, NC: Forest History Society, 1984,
331-343.
"Spanish Explorers of the Grand Canyon", Part I, The Western Explorer, 3 (August 1964): 34-40; Part II,
The Western Explorer 4 (January 1966): 7-9.
"Spirit of Place in the Western World", in The Power of Place: Sacred Ground in Natural and Human
Environments, edited by James A. Swan. Wheaton, IL: Quest Books, 1991, 15-27.
"Storici e Storia Ambientale" ("Environmental Historians and Environmental History"), Quaderni Storici
(Italy), Nuova Serie 62, No. 2 (August 1986): 505-512.
"Sustainable Agriculture in Ancient Egypt", Agricultural History, 66 (1992): 12-22.
"The Ancient Roots of Our Ecological Crisis", National Parks and Conservation Magazine, 49 (October
1975): 16-17.
"The Effect of Classical Cities on the Mediterranean Landscape", Ekistics, 42 (December 1976): 332-342.
"The Effect of Knowledge of Indian Biota on Ecological Thought", Indian Journal of History of Science,
30, No. 1 (1995): 1-12.
"The Environmental Ethics of the Pythagoreans", Environmental Ethics, 2 (Fall 1980): 195-213.
"The Hunters of Euboea: Mountain Folk in the Classical Mediterranean", Mountain Research and
Development, 16, No. 2 (May 1996): 91-100.
"The Integrity of Creation", in Peril of the Planet: Ecology and Western Religious Traditions, edited by
Alice G. Knotts. Denver: Institute for Interfaith Studies of the Center for Judaic Studies at the University of
Denver, 1990, 25-41.
"The Integrity of Nature and Respect for Place", in The Spirit and Power of Place: Human Environment
and Sacrality; Essays Dedicated to Yi-Fu Tuan, edited by Rana P. B. Singh. National Geographical Journal of
India 40 (1994). Varanasi: National Geographical Society of India, Pub. 41, 1994, 11-19.
"The Psychology of Environmentalism: Healing Self and Nature", The Trumpeter: Journal of Ecosophy,
(Canada) 8 (Summer 1991): 113-117.
"The View from Etna: A Search for Ancient Landscape Appreciation", The Trumpeter: Journal of
Ecosophy, (Canada) 4 (Fall 1987): 7-13.
"Theophrastus and the Mountain Forests of the Ancient Mediterranean", in History of Forest Utilization
and Forestry in Mountain Regions, edited by Anton Schuler. Beiheft zur Schweizerischen Zeitschrift fuer
Forstwesen, No. 74, Zurich, Switzerland, 1985, 7-20.
"Theophrastus as Ecologist", in Theophrastean Studies, [Rutgers Studies in Classical Humanities, Vol. 3],
edited by William W. Fortenbaugh and Robert W. Sharples. New Brunswick, NJ: Transaction Books, 1988, 67-75.
"Theophrastus as Ecologist”, Environmental Review, 9:4 (Winter 1985): pp. 297-305.
"Views of Climatic Change in Classical Antiquity", in International Conference on Climate and History:
Abstracts, University of East Anglia, U.K. (July 1979): 80-82.
"What is Environmental History?", Australian Forest History Society Newsletter, 14 (December 1996): 2-
5.
Ecological Consciousness: Essays from the Earthday X Colloquium, University of Denver, April 21-24,
1980. Edited by Robert C. Schultz and J. Donald Hughes. Washington, DC: University Press of America, 1981.
Includes an article by the editors, "The Humanities and the Problems of Human Ecology," 1-22.
Ecology in Ancient Civilizations, Albuquerque, NM: University of New Mexico Press, 1975.
"An Ecological Paradigm of the Ancient City", in Human Ecology: A Gathering of Perspectives, edited by
Richard J. Borden. College Park, MD: Society for Human Ecology, University of Maryland, 1986, 214- 220.
La Ecologia en las Civilizaciones Antiguas, Mexico City: Fondo de Cultura Economica, 1982.
North American Indian Ecology, 2nd ed. El Paso: Texas Western UP, 1995.
Pan’s Travail - Environmental Problems of the Ancient Greeks and Romans, Baltimore: Johns Hopkins
Press.1994

HUMMEL, Richard, Hunting and Fishing for Sport: Commerce, Controversy, Popular Culture, Bowling Green,
Ohio: Bowling Green University Popular Press, 1994.
HUMPHREY, Robert R., 90 Years and 535 Miles: Vegetation Changes Along the Mexican Border, Albuquerque:
University of New Mexico Press, 1987.

HURLEY, Andrew, "Fiasco at Wagner Electric: Environmental Justice and Urban Geography in St. Louis.",
Environmental History , Vol. 2, No. 4 October 1997, pp. 460-481.
"The Social Biases of Environmental Change in Gary, Indiana, 1945-1980”, Environmental Review, 12:4 (Winter
1988): pp. 1-20.

HURT, Douglas R., American Agriculture: A Brief History, Ames: Iowa State University Press,1994.

HURT James, Writing Illinois: The Prairie, Lincoln, and Chicago. U of Illinois P, 1992.

HURT, R. Douglas, Agricultural Technology in the Twentieth Century, Manhattan, KS: Sunflower University
Press, 1991.
American Farm Tools: From Hand-Power to Steam-Power, Manhattan, KS: Sunflower UniversityPress,
1982.
Indian Agriculture in America: Prehistory to the Present, Lawrence, KS: University Press of Kansas,
1987.

HUTH, Hans, Nature and the american - Three centuries of changing altitudes, Berkeley, Calif.: University of
California Press, 1957-1990.

HVIDING, Edvard, Guardians of Marvovo Lagoon: Practice, Place, and Politics in Maritime Melanesia, Manoa:
U of Hawai’i P, 1996.

HYLAND, Howard L., "History of U.S. Plant Introduction”, Environmental Review, 1:4 (1977): pp. 26-33.

I
IGLER, David, "When is a River not a River? Reclaiming Nature's Disorder in Lux v. Haggin", Environmental
History, Vol. 1, No. 2 April 1996, pp. 52-69.
"When is a River not a River? Reclaiming Nature's Disorder in Lux v. Haggin”, Environmental history 1:2
(1996), pp.. 52-69.

IGNATOW, David, Shadowing the Ground, Hanover, NH: Wesleyan UP, 1991.

Il Confini della Tterra: Problemi e Prospettive di Storia dell'Ambiente, Milano, Angeli, c1991

Il Mondo dei Vichinghi: Ambiente, Storia, Cultura ed Arte: atti del Convegno internazionale di studi, Genova, 18-
20 settembre 1991, Genova, Sagep, [1992]

Il Padule di Fucecchio: la Lunga Storia di un Ambiente Naturale, Roma, Edizioni di storia e letteratura, 1995.

INGRAM, Gordon Brent, Anne-Marie Bouthillette, and Yolanda Retter, editors. Queers In Space: Communities /
Public Places / Sites of Resistance, Seattle: Bay Press, 1997.

INSKIP, Peter, “Discoveries, Challenges, and Moral Dilemmas in the Restoration of the Garden Building at
Stowe”, Huntington Library Quarterly, 55 (1992).

INTER Press Service, Story Earth: Native Voices on the Environment, San Francisco: Mercury House, 1993.

IRMSCHER, Christoph, “Violence and Artistic Representation in John James Audubon”, Raritan, 15.2 (1995): 97-
114.
ISENBERG, Andrew C. , "The Returns of the Bison: Nostalgia, Profit, and Preservation", Environmental History,
Vol. 2, No. 2 April 1997, pp. 179-196.

Isola d'Elba: Geologia, Flora, Fauna, Storia, Arte, Ambiente, PRO.GRA.MS Italia, [1996?].

IYER, Pico, “Laureate of the Wild”, Time, (1993).

J
JACKSON, A. R. W. e J. M. Jackson, Environmental Science: The Natural Environment and Human Impact,
Harlow : Longman, 1996.

JACKSON, John Brinckerhoff, Discovering the Verancular Landscape, New Haven: Yale University Press, 1984.
A Sense of Place, A Sence of Time, New Haven: Yale University Press, 1994.

JACKSON, Wes, ed., Meeting the Expectations of the Land: Essays in Sustainable Agriculture and Stewardship,
San Francisco: North Point Press, 1984.
Becoming Native to This Place. Washington, D.C.: Counterpoint, 1993-1996.

JACOBY, Karl, "Class and Environmental History: Lessons From 'The War in the Adirondacks'", Environmental
History , Vol. 2, No. 3 July 1997, pp. 324-342.

JACOBS, Michael, The Green Economy - Environment, Sustainable Development and the Politics of the Future
Pluto, 1991

JACOBSON, George L., Jr., and Ann Dieffenbacher-Krall, “White Pine and Climate Change: Insights from the
Past”, Journal of Forestry, 93 (July 1995): 39-42.

JAY, Tom, and Brad Matsen, Reaching Home: Pacific Salmon, Pacific Home, Alaska Northwest Books, 1994.

JAKLE, John A., "Cincinnati in the 1830's: A Cognitive Map of Travelers' Landscape Impressions”,
Environmental Review, 3:2 (Spring 1979): pp. 2-10.

JANISKEE, Robert, "Socially and Ecologically Responsible Historical Geography”, Environmental Review, 4:2
(Summer 1980): pp. 35-40.

JENKINS, A. C., The Naturalists. Pioneers of Natural History, London, 1978

JENNINGS, Francis, The Founders of America: How Indians Discovered the Land, Pioneered in It, and Created
Great Classical Civilizations ; How They Were Plunged into a Dark Age by Invasion and Conquest, and How They
are Reviving, New York: Norton, 1993.

JENSEN, Derrick, ed., Listening to the Land: Nature, Culture, and Eros, San Francisco: Sierra Club Books, 1995.

JIGGINS, Janice, Changing the Boundaries: Women-Centered Perspectives on Population and the Environmen,
Covelo, CA: Island P, 1994.

JOCKEL, Joseph T., And Alan M. Schwartz, "The Changing Environmental Role of the Canada-United States
International Joint Commission”, Environmental Review, 8:3 (Fall 1984): pp. 236-51.

JOHNSON, Lawrence E., A Morally Deep World: An Essay on Moral Significance and Environmental Ethics,
Cambridge: Cambridge UP, 1991.

JOHNSON, Melvin C. And Jonathan K. Gerland, "Tapping 'Green Gold': The Steam Rail and Logging Trams of
East Texas.", Environmental History, Vol. 1, No. 4 October 1996, pp. 46-65.
e Jonathan K. Gerland, "Tapping 'Green Gold': The Steam Rail and Logging Tram Roads of East Texas”,
Environmental history, 1:4 (1996), pp. 46-65.

JOHNSTON, Barbara R., Who Pays the Price? The Sociocultural Context of Environmental Crisis, Covelo, CA:
Island P, 1994.

JOHNSON, L., The History and Legal Phases of the Smoke Problem. Metallurgical and Chemical Engineering.
(15 February 1917.): 199-204.

JONES, Agnes, H., Hudson River School, New York: Crescent Books, 1989.

JONES, H. R., John Muir and the Sierra Club: The Battle for Yosemite, San Francisco: Sierra Club Books. 1965.

JONES, J. Owen, Index of Human Ecology / [by] J. Owen Jones and Elizabeth, A. Jones, London: Europa
Publications 1974.

JONES, Rowena Revis, “Edwards, Dickinson, and the Sacramentality of Nature”, Studies in Puritan American
Spirituality, 1 (1990).

JORDANOVA, L., PORTER, R. (eds.), Images of the Earth: Essays in the History of the Environmental science,
Chalfont Stgiles, 1979.

JOSEPHY JR., Alvin M., ed., America in 1492: The World of the Indian Peoples Before the Arrival of Columbus,
New York: Knopf:Distributed by Random House, 1992.

JOURNET, Debra, “Ecological Theories as Cultural Narratives: F. E. Clements’s and H. A. Gleason’s ‘Stories’ of
Community Succession”, Written Communication, 8.4 (1991): 446-472.

JUDD, Richard W., "Grass-Roots Conservation in Eastern Coastal Maine: Monopoly and the Moral Economy of
Weir Fishing, 1893-1911”, Environmental Review, 12:2 (Summer 1988): pp. 81-103.
"The Coming of the Clean Waters Acts in Maine, 1941-1961”, Environmental History Review, 14:3 (Fall
1990): pp. 51-73.

JUNG, Hwa Yol, and Petee Jung, "Gary Snyder's Ecopiety”, Environmental History Review, 14:3 (Fall 1990): pp.
75-87.

K
KAEMPFER, Engelbert, Exotic Pleasures: Fascicle III, Curious Scientific and Medical Observations, Carbondale:
Southern Illinois UP, 1994.

KALLAND, Arne, Asian Perceptions of Nature, Copenhagen: Nordic Institute of asian Studies, 1992

KALIL, Susie. The Texas Landscape, 1900-1986, Houston: Museum of Fine Arts, c1986.

KAMIENIECKI, S., ed., Environmental Politics in the International Arena, New York: State University of New
York Press. 1993.

KANE, Sean, Wisdom of the Mythtellers, Ontario: Broadview Press, 1994.

KAPLAN-MAXFIELD, Thomas, “Pan and Nature: Thoreau’s Imagination-Based Epistemology”, DAÍ, 54 (1993).

KATAKIS, Michael, Sacred Trusts: Essays on Stewardship and Responsibility, San Francisco: Mercury House,
1993.

KATES, J., The Conservationist as Journalist: P.S. Lovejoy and the Fight for the Cutover, American Journalism,
12:2 (Spring 1995): 123-141.
KAUFFMAN, E.G. and O.H. Walliser (eds.), Extinction Events in Earth History, New York, NY: Springer-Verlag.
1990.

KAUFMAN, Peter Iver, "The Instrumental Value of Nature”, Environmental Review, 4:1 (Spring 1980): pp. 32-
42.

KAUFMAN, Polly Welts, National Parks and the Woman’s Voice, Albuquerque: U. of New Mexico P, 1996.

KAUFMAN, Walllace, No Turning Back: Dismantling the Fantasies of Environmental Thinking, New York: Basic
Books, 1994.

KAY, Jeanne, "Native Americans in the Fur Trade and Wildlife Depletion”, Environmental Review, 9:2 (Summer
1985): pp. 118-30.

KAYE, Frances W., “International Influences on the Great Plains: An Introduction”, Great Plains Quarterly, 14.1
(1994): 3-4.
e Robert Thacker, “’Gone Back to Alberta’: Robert Kroesch Rewriting the Great Plains”, Great Plains
Quarterly, 14.3 (1994): 167-83.

KAYNE, Joel, Economy and Nature in the Fourtennth Century: Money, Market Exchange and the Emergence os
Scientific Thougt, Cambrige/NY, Cambridge Univ. Press, 1998.

KAZIN, Alfred, A Writer’s America - Landscape in Literature, N York, 1988.

KEALY, Thomas, “The Science of Gaia”, American Nature Writing Newsletter, 6.1 (1994): 8-9 .

KEENEY, Elizabeth B., The Botanizers - Amateur Scientists in Nineteenth-century, America, Chapel Hill, 1992.

KEHOE, Terence, "Merchants of Pollution?: The Soap and Detergent Industry and the Fight to Restore Great
Lakes Water Quality, 1965-1972”, Environmental History Review, 16:3 (Fall 1992): pp. 21-46.

KEITER, Robert B., and Mark S. Boyce, The Greater Yellowstone Ecosystem: Redefining America’s Wilderness
Heritage, New Haven: Yale UP, 1994

KELLER, Evelyn Fox, Reflections on Gender and Science, New Haven: Yale UP, 1985.
Secrets of Life, Secrets of Death: Essays on Language, Gender and Science, New York: Routledge, 1992.

KELLERT, Stephen R., The Value of Life: Biological Diversity and Human Society, Covelo, CA: Island P, 1996.
e Edward O. Wilson, The Biophilia Hypothesis, Washington, DC: Island Press, 1993. 31-41.
The Value of Life: Biological Diversity and Human Society, Washington, D.C: Island Press, 1995.
"Historical Trends in Perceptions and Uses of Animals in 20th Century America”, Environmental Review,
9:1 (Spring 1985): pp. 19-33.

KELSO, William M. and Rachel Most, eds., Earth Patterns: Essays in Landscape Archeology, Charlottesville:
University Press of virginia, 1990.

KENNEDY, Christina B., James L. Sell, and Ervin H. Zube, "Landscape Aesthetics and Geography”,
Environmental Review, 12:3 (Fall 1988): pp. 31-55.

KEUHLS, Thom, Beyond Sovereign Territory: The Space of Ecopolitics, Minneapolis: U of Minnesota P, 1996.

KHALID, Fazlud, Islam and Ecology, New York: Cassell, 1992.

KHEEL, Marti, “Ecofeminism and Deep Ecology: Reflections on Identity and difference”, Reweaving the World:
The Emergence of Ecofeminism, San Francisco: Sierra Club Books, 1990.

KILLAN, Gerald, and George Warecki, "The Algonquin Wildlands League and the Emergence of Environmental
Politics in Ontario, 1965-1974 “, Environmental History Review, 16:4 (Winter 1992): pp. 1-27.
KILLINGSWORTH, M. Jimmie, and Jacqueline S. Palmer, Ecospeak: Rhetoric and Environmental Politics in
America, Carbondale, IL: Southern Illinois UP, 1992.

KING, Ynestra, “Healing the Wounds: Feminism, Ecology, and the Nature/Culture Dualism”, Reweaving the
World: The Emergence of Ecofeminism, Ed. Irene Diamond and Gloria Feman. San Francisco: Sierra Club, 1990.

KINGSLAND, Sharon E., Modeling Nature: Episodes in the History of Population Ecology / Sharon E. Kingsland.
Chicago: University of Chicago Press, 1985.

KINGSOLVER, Barbara, “Animal Dreams”, Buzzworm, 3.4 (1991): 59-65.


High Tide in Tucson: Essays from Now or Never, New York: HarperCollins, 1995.

KINKEAD, Eugene, Central Park: The Birth, Decline, and Renewal of a National Treasure, New York: Norton,
1990

KINKEL, G., Biogeography and Ecology of the Canary Islands, The Hague, 1974.

KINSEY, Joni L., Plain Pictures: Images of the American Prairie, Washington/London: University of Iowa
Museum of Art by the Smithsonian Institution Press, 1996.

KINSMAN, P., Landscape, Race and National Identity: The Photography of Ingrid Pollard, Area, 27.4, December
1995.

KIRCHER, Cassie, “Ann Zwinger, An Interview”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and Environment,
1.2 (1993): 123-132.

KIRTZ, Mary K., “Inhabiting the Dangerous Middle of the Space Between: An Intramodernist Reading of
Kroetsch’s Gone Indian”, Great Plains Quarterly, 14.3 (1994): 207-17.

KISSLINGER, Jerome B., “Some Volcanoes, Volcanic Eruptions, and Earthquakes in the Former Russian
America”: Peter Doroshin’s Account of Volcanic Activity and Earthquakes between 1840 and 1866”, Pacific
Northwest Quarterly, 74:59-68 (1983)

KITTREDGE, William, Hole in the Sky, New York: Alfred A. Knopf, 1992.
Owning It All, St. Paul: Graywolf Press, 1987.
We Are Not in This Together, St. Paul: Graywolf Press, 1982.

KJEKSJNS, Helge, Ecology Control and Economic Development in East African History: the Case of Tanganyika,
1850-1950, London: Heinemann, 1977- 1996

KLEIN, Maury, Unfinished Business: The Railroad in American Life, Hanover: University of Rhode Island, 1994.

KLINE, Marcis B., Beyond the Land itself - Views of Nature in Canada and the United States, Cambridge: Mass.
Harvard University Press, 1970.

KLINKENBORG, Verlyn, “The Mustang Myth”, Audubon, 96 (January/February1994): 34-43.

KLOPPENBURG JR., Jack Ralph, First the Seed: The Political Economy of Plant Biotechnology, 1492-2000,
Cambridge: Cambridge University Press, 1988.

KNOPP, Lisa, Field of Vision, Iowa City: U of Iowa P, 1996.

KNOX, Margaret L., “Their Mother’s Keepers”, Sierra, 78.2 March/April (1993): 51-57.

KNUDSON, David Suzuki and Peter,Wisdom of the Elders: Honoring Sacred Native Visions of Nature, New York:
Bantam Books, 1992.

KOFALK, Harriet, “Food for Thought”, American Nature Writing Newsletter, 6.1 (1994): 13 .
KOLODNY, Annette, The Land Before Her: Fantasy and Experience of the American Frontier, 1630 – 1860,
Chapel Hill: University of NC Press,1984.
The Lay of the Land: Metaphor as Experience and History in American Life and Letters, Chapel Hill: U of
North Carolina P., 1975.
“Letting Go Our Grand Obsessions: Notes Toward a New Literary History of the American Frontiers”,
American Literature, 64 (1992).

KOPPES, Clayton R., "Efficiency/Equity/Esthetics: Towards a Reinterpretation of American Conservation”,


Environmental Review, 11:2 (Summer 1987): pp. 127-46.
"Environmental Policy and American Liberalism: The Department of the Interior, 1933-1953”,
Environmental Review, 7:1 (Spring 1983): pp17-41.

KORNS, J. Roderic, and Dale Morgan, West from Fort Bridger: The Pioneering of Immigrant Trails Across Utah,
Logan: Utah State UP, 1994.

KOZLOFF, E., Plants and Animals of the Pacific Northwest, Seattle: University of Washington Press, 1976.

KRALL, Florence R., Ecotone: Wayfaring on the Margins, Albany: State U of New York P, 1994.

KRASNER, James, The Entangled Eye: Visual Perception and the Representation of Nature in Post-Darwinian
Narrative, New York: Oxford UP, 1992.

KRECH III, Shepard, ed., Indians, Animals, and the Fur Trade: A Critique of Keepers of theGame, Athens:
University of Georgia Press, 1981.
The Subarctic Fur Trade: Native Social and Economic Adaptations, Vancouver: University of British
Columbia Press, 1984.

KROEBER, Karl, Ecological Literary Criticism: Romantic Imagining and the Biology of Mind, New York:
Columbia UP, 1994.

KROETSCH, Robert, “Regionalism, Postmodernism, and Robert Kroetsch: An Introduction”, Great Plains
Quarterly, 14.3 (l994): 163-66.

KRUCKEBERG, A.R., Natural History of Puget Sound Country, Seattle: University of Washington Press, 1991.
Gardening with Native Plants of the Pacific Northwest, Seattle: University of Washington Press, 1982.

KRUPAT, Arnold, Native American Autobiography: An Anthology, Madison: U of Wisconsin P, 1994

KULIKOFF, Alan, “The Transition to Capitalism in Rural America”, William and Mary Quarterly, 46, no.
1(1989): 120-144.

KUMAR, Deepak (ed.), Science and Empire. Essays in Indian Context 1700-1947, Delhi, 1991

KUNSTLER, James Howard, The Geography of Nowhere, Touchstone: 1993.

L
LABASTILLE, A., Women and Wilderness, San Francisco: Sierra Club Books. 1980.

LACHAPELLE, Dolores, Sacred Land, Sacred Sex, Rapture of the Deep, Durango, CO: Kivaki, 1992.

LACEY, Michael J.(ed.), Government and Environment Politics. Essays on Historical Developments since World
War Two, Washington, 1989, 1991.
LACHENAL, Anne-Marie, Écologie des Ostracodes du Domaine Méditerranéen: Application au Golfe de Gabès
(Tunisie Orientale), Les variations du niveau marin depuis 30 000 ans Documents des laboratoires de géologie de
Lyon 108 Université Claude-Bernard. Département des sciences de la terre,Villeurbanne, 1989

LADURIE, Em. Le Roy, Histoire du Climat depuis l’an mil, Paris, 1967.

LAFFOON, Elizabeth Anne, “Ecofeminism: An Inquiry of Therapeutic Critique Articulated by a Hybrid Social
Movement”, DAÍ, 55 (1994).

LA FRENIERE, Gilbert F., "Rousseau and the European Roots of Environmentalism”, Environmental History
Review, 14 (Winter 1990): 41-72.
"World Views and Environmental Ethics”, Environmental Review, 9:4 (Winter 1985): pp. 307-22.

LALANDE, Jeff, An Environmental History of the Little Applegate River Watershed, Jackson County, Oregon,
Medford, Or: U.S. Dept. of Agriculture, Forest Service, Rogue River National Forest, 1995.

LAMAY, C. L. and E. E. Dennis, Media and the Environment, Washington, D.C.: Island Press. 1992.

LANDAU, Misia, Narratives of Human Evolution, New Haven: Yale UP, 1991.

LANSDOWN, R. and W.Yule, eds., Lead Toxicity: History and Environmental Impact. Baltimore, Md.: Johns
Hopkins University Press. 1986.

LANKTON, Larry D. Beyond the Boundaries: The Fragmentation of Life and Landscape on the Lake Superior
Copper Mining Frontier, 1840-1875, Oxford University Press, 1997.

LAPPING, Mark B., "Toward A Social Theory of the Built Environment: Frank Lloyd Wright and Broadacre
City”, Environmental Review, 3:2 (Spring 1979): pp. 11-23.

LARRABEE, Mary Jeanne, “An Ethic of Care: Feminist and Interdisciplinary Perspectives”, Thinking Gender
Series, Ed. Linda J. Nocholson. New York: Routledge, 1993.

LARRISON, Earl J., “James Hepburn: Early Resident Naturalist in the Pacific Northwest”, Pacific Northwest
Quarterly, 38:243-259 (1947)

LARSEN, Curtis E., Life and Land Udr on the Bahrain Islands: The Geoarcheology of an Ancient Society,
Chicago, Univ. of Chicago Pres, 1983.

LARSON, Kelli A., “Kirkland’s Myth of the American Eve: Revisioning the Frontier Experience”, Midwestern
Miscellany, 20 (1992

LASLETT, Peter, The World we Have Lost - England before the Industrial Age, New York, 1971.

LAWRENCE, Bill, The Early American Wilderness as the Explorers Saw It, New York: Paragon, 1991.

LAWRENCE, Henry W., "Historic Change in Natural Landscapes: The Experimental View”, Environmental
Review, 6:1 (Spring 1982): pp. 14-37.

LEACH, Melissa and Cathy Green, Gender and Environmental History: From Representation of Women and
Nature to Gender Analysis of Ecology and Politics, Environment and History, Volume 3, No.3,1997

LEAKE, C.B., Social Aspects of Air Pollution. Proceedings, National Conference on Air Pollution, U.S. Public
Health Service, November 1820, 1958. Washington, D.C.: Government Printing Office. 1959.

LEAST HEAT-MOON, William, Prairy Erth (a Deep Map), Boston: Houghton Mifflin, 1991.

LEAVENS, Dennis, “What the River Says, That is What I Say: The World as Parable in William Stafford’s
Poems”, Paintbrush, 17 (1990).

LE BROCQUY, Louis, The Irish Landscape, Dublin: Gandon Editions, c1992.


LEE, Martha F., Earth First!: Environmental Apocalypse, New York: Syracuse UP, 1995.

LEEDS, A., e A. P. Wayda, Man, Culture and Animals - the Role of Animals in Human Ecological Adjustements,
Wash., 1965.

LEHMAN, Tim, Public Values, Private Lands: Farmland Preservation Policy, 1933-1985, Chapel Hill:University
of North Carolina Press, 1995.

LEHNER, Ernst, 1895-, Folklore and Symbolism of Flowers, Plants and Trees, by Ernst and Johanna Lehner. New
York, Tudor Pub. Co. [1960]

LEIBHARDT, Barbara, "Among the Bowheads: Legal and Cultural Change on Alaska's North Slope Coast to
1985”, Environmental Review, 10:4 (Winter 1986): pp. 277-301.
"Interpretation and Causal Analysis: Theories in Environmental History”, Environmental Review, 12:1
(Spring 1988): pp. 23-36.

LEISS, William, The Domination of Nature, New York, G. Braziller [1972]/Boston: Beacon Press, 1974.

LEMBKE, Janet, Skinny Dipping (And Other Immersions in Water, Myth, and Being Human), Lyons & Burford,
1994.

LEONARD, T., The Power of the Press: The Birth of American Political Reporting, New York: Oxford University
Press. 1986.

LEOPOLD, Luna B., A View of the River, Cambridge, MA:Harvard University, 1994.

LERNER, Andrea, Dancing on the Rim of the World, Tucson, AZ: U of Arizona P, 1990.

LESCHAK, Peter M., Seeing the Raven: A Narrative of Renewal, Minneapolis: U of Minnesota P, 1994.

LEVIN, Ted., Backtracking: The Way of a Naturalist, Post Mills, VT: Chelsea Green, 1993.
Blood Brook: A Naturalist’s Home Ground, Post Mills, VT: Chelsea Green, 1992.

LEVY, S., and S. Vanwijnbergen, “Transition Problems in Economic Reform: Agriculture in the North American
Free Trade Agreement”, American Economic Review, 85, no. 4 (September 1995): 738-754.

LEVY, Walter, and Christopher Hallowell, Green Perspectives: Thinking and Writing about Nature and the
Environment, New York: HarperCollins, 1994.

LEWIS, Chris H., "Telling Stories About the Future: Environmental History and Apocalyptic Science”,
Environmental History Review, 17:3 (Fall 1993): pp. 43-60.

LEWIS, Henry T., Patterns of Indian Buring in California: Ecology and Ethnohistory, by Henry T. Lewis. With an
introductory article: Some explanations for the rise of cultural complexity in native California with comments on
proto-agriculture and agriculture, by Lowell John Bean and Harry W. Lawton., [Ramona, Calif., Ballena Press,
1973]

LEWIS, Marin W., “The Green Threat to Nature”, Harper’s, (1992).


Green Delusions: An Environmental Critique of Radical Environmentalism, Chapel Hill, N.C.: Duke UP,
1992

LICHFIELD, Nathaniel e Haim Darin-Drabkin, Land Policy in Planning, Boston, 1980.

LIMBAUGH, Ronald H., "Stickeen and the Moral Education of John Muir”, Environmental History Review, 15:1
(Spring 1991): pp. 25-45.

LINGENFELTER, Richard E., and Richard A. Dwyer, Death Valley Lore: Classic Tales of Fantasy, Adventure,
and Mystery, Reno: U of Nevada P, 1994.
LIROFF, Richard A., A National Policy for the Environment: NEPA and its Aftermath, Bloomington: Indiana
Univ. Press, 1976.

LIST, Peter C., Radical Environmentalism: Philosophy and Tactics, Belmont, CA: Wadsworth, 1993.

LITTLE, Charles E., Challenge of the Land, New York: Open Space Action Institute, 1968.
Green Fields Forever: The Conservation Tillage Revolution in America, Washington, D.C.: Island Press,
1987.
The Dying of the Trees: The Pandemic in America’s Forests, New York: Viking, 1995.

LLOYD, William J., Landscape in Literature, Washington, 1977.

LOCKER, Thomas, Sky Tree: Seeing Science Through Art, New York: HarperCollins, 1995.

LOEFFLER, Jack, “Edward Abbey, Anarchism and the Environment”, Western American Literature, 28.1 (1993):
43-49.

LOGSDON, Gene, At Nature’s Pace: Farming and the American Dream, New York: Pantheon, 1994.

LOJEK, Helen, “Casting Flies and Recasting Myths with Norman Maclean” Western American Literature, 25.2
(1990): 145-156.
“Thoreau’s Bog People”, New England Quarterly, 67.2 (1994): 279-97.

LOPEZ, Barry, The Rediscovery of North America, New York: Vintage, 19990-1991-1992.
“Benjamin Claire, North Dakota Tradesman, Writes to the President of the United States”, North
American Review, (1992).
“Replacing Memory”, Georgia Review, 47.1 (1993): 23-38
Field Notes: The Grace Note of the Canyon Wren, New York: Knopf, 1994.

LOPEZ, Michael, Emerson and Power: Creative Antagonism in the Nineteenth Century, DeKalb: Northern Illinois
UP, 1996.

LORD, Nancy. “A Crying Country”, Sierra, 77.2. March/April (1992): 28-29.


“Beluga”, Sierra, (1991).

Lost Sarasvati; Presenting a Study of the new Personality of Early India as Emerging from a Functional-historical
Integration of recent Data on Human Ecology, Archaeology, Anthropology, Linguistics, and Literature Bearing on
the Sarasvati, the 'Lost River of the Indian History', and the Mechanics of the Human Process,Vallabh Vidyanagar,
India, Sardar Patel University [1967]

LORENZ, Edward C., "Containing the Michigan PBB Crisis, 1973-1992: Testing the Environmental Policy
Process”, Environmental History Review, 17:3 (Summer 1993): pp. 49-68.

LOVELOCK, James, Gaia: A New Look at Life on Earth, New York: Oxford UP, 1979.

LOVELY, Robert, "Wisconsin's Acid Rain Battle: Science, Communication, and Public Policy, 1979-1989”,
Environmental History Review, 14:3 (Fall 1990): pp. 21-48.

LOXLEY, R. M., The Problematic of Islands, London, 1990

LUEDERS, Edward, “Dirt, Rock, Wind, Rain, Ice, Dust: Notes on the Environment”, Weber Studies, (1992).

LUGER, Stan, "Market Ideology and Administrative Fiat: The Rollback of Automobile Fuel Economy Standards”,
Environmental History Review, 19:1 (Spring 1995): pp. 77-93.

LUND, T. A., American Wildlife Law, Berkeley, Calif.: University of California Press. 1980.

LUNDGREN, Lars, Birgitta Oden, and Sverker Oredsson, "The Use of Nature as Politics”, Environmental Review,
3:3 (Winter 1979): pp. 20-51.
LUTZ, Tom, American Nervousness, Ithaca: Cornell UP, 1991. .

LYNCH, Kevin, The Image of the City, MIT, 1960.

LYONS, Nick, A Flyfisher’s World, New York: Grove/Atlantic, 1996.

LYONS, Norbert, The McCormick Reaper Legend, New York: Exposition Press, 1955.

M
MACAULEY, David, ed., Minding Nature: The Philosophers of Ecology, New York: Guilford, 1996.

MACCAMERON, Robert, "Environmental Change in Colonial New Mexico”, Environmental History Review,
18:2 (Spring 1994): pp. 17-39.

MACCANNEL, Juliet Flower, The Other Perspective in Gender and Culture, New York: Columbia UP, 1992.

MACHOR, James, Pastoral Cities: Urban Ideals and the Symbolic Landscape of America, Madison: University of
Wisconsin Press, 1987.

MACK, Clayton, Grizzlies & White Guys: The Stories of Clayton Mack, Vancouver, B.C.: Harbour, 1995.

MACKAY, David, In the Wake of Cook. Exploration Science and Empire, 1780-91, London, 1985

MACKENZIE, J., The Empire of Nature. History Conservation and British Imperialism, Manchester, 1988

MACKINOLTY, Judy, Hope-Caten, Toni, Past Continuous: Learning Through the Historical Environment,
Rozelle, N.S.W.: History Teachers' Association of Australia, 1983

MACLEISH, William H., The Day Before America: Changing the Nature of a Continent, New York: Richard
Todd-Houghton Mifflin, 1994

MADDOX, Gregory, Custodians of the Land: Ecology & Culture in the History of Tanzania / edited by Gregory
Maddox, James L. Giblin & Isaria N. Kimambo. London: James Currey ; Athens : Ohio University Press, 1996.

MALIN, James C., History and Ecology: Studies of the Grassland, Edited by Robert P. Swierenga. Lincoln:
University of NebraskaPress, 1984

MALONE, J. J., Pine Trees and Politics, the Naval Stores and Forest Policy, London, 1964

MANDELL, Danile R., Behind the Frontier: Indians in Eighteenth-Century Eastern Massachusetts, Lincoln: U of
Nebraska P, 1996.

MANDER, Jerry, In the Absence of the Sacred: The Failure of Technology and the Survival of the Indian Nations,
San Francisco: Sierra Club Books, 1991.

MANDLER, Peter, “Politics and the English Landscape since the First World War”, Huntington Library Quarterly,
55 (1992).

MANES, Christopher, Green Rage: Radical Environmentalism and the Unmaking of Civilization, Boston: Little,
Brown, 1990.

MANGUN, William R., "The Role of Restraint and Non-Interference in the Evolution of Dutch Environmental
Policy”, Environmental Review, 6:1 (Spring 1982): pp. 38-53.

MANNION, A. M. (Antoinette M.), Global Environmental Change: a Natural and Cultural Environmental
History, Harlow: Longman Scientific & Technical, 1991
MARANGUDAKIS, Manussos, “Emerging Ideologies in the Environmental Movement: The North American
Case of ‘Deep’ and ‘Social Ecology’”, DAI 31 (1993).

MARIE-DALY, Bernice, “The Scream of the Butterly: On Reclaiming the Feminine Divine”, DAÍ, 54 (1994)

MARKOVICH, Nicholas C., Wolfgang F.E. Preiser and Fred G. Sturm, eds. Pueblo Style and Regional
Architecture, New York: Van Norstrand Reinhold, 1990.

MARKS, Robert B., "Commercialization Without Capitalism: Processes of Environmental Change in South China,
1550-1850.", Environmental History, Vol. 1, No. 1, January 1996, pp. 56-82.

MARSH, George Perkins, Man and Nature: Or, Physical Geography As Modified By Human Action, Cambridge,
MA: The Belknap Press of Harvard University Press. 1965[edições em 1864 e 1869]

MARSHALL, Peter, Nature’s Web: Rethinking Our Place on Earth, New York: Paragon House, 1994. .

MARSHALL, Robert, The People’s Forests, New York: H. Smith and R. Haas, 1933.

MARTIN, Calvin Luther, In the Spirit of the Earth: Rethinking History and Time, Baltimore: Johns Hopkins UP,
1992.

MARTIN, Thomas S., Greening the Past. Towards a Social-Ecological Analysis of History, S. Francisco, 1998.

MARX, Leo, “Does Improved Technology Mean Progress?”, American Literature, Culture, and Ideology: Essys
in Memory of Henry Nash Smith, Ed. Beverly R. Voloshin. New York: Peter Lang, 1990
The Machine in the Garden: Technology and the Pastoral Ideal in America, New York: Oxford
University Press, 1964.
American Institutions and Ecological Ideals, Science, 170. (27 November 1970): 945-952..

MASER, Chris, Resolving Environmental Conflict: Towards Sustainable Development, DelRay Beach: St. Lucia P,
1995.

MASON, Jim, An Unnatural Order: Uncovering the Roots of Our Domination of Nature and Each Other, New
York: Simon and Schuster, 1993.

MATAGNE, Patrick, The Politics of Conservation in France in the 19th Century, Environment and History
Volume 4, No.3 1998.

MATHEWS, Freya, The Ecological Self, Savage, MD: Barnes and Noble, 1991.

MATILSKY, Barbara C., Fragile Ecologies: Contemporary Artists’ Interpretations and Solutions, New York:
Rizzoli, l993.

MATOSSIAN, Mary Allerton Kilbourne, Shaping World History: Breakthroughs in Ecology, Technology, Science,
and Politics, Armonk, N.Y. : M.E. Sharpe, 1997

MATOUS, Ron, “Cold Solo”, Sierra, 77.1.January/February (1992): 136-139

MATTHIESSEN, Peter, ed., North American Indians, New York:Viking, 1989 [1844].
“Into the Ituri”, Outside, 15.5 (1990): 70-75; 138-140.

MAY, J., Globalization and the Politics of Place: Place and Identity in an Inner, London Neighborhood,
Transactions of the Institute of British Geographers, Vol. 21, No. 1.

MAYR, Ernest, The Growth of Biological Throught-Diversity, Evolution and Inheritance, Cambridge, 1982.

MAZEL, David, “Theresa Yelverton’s Zanita, Ecofeminism, and the American National Parks Debate”, Annual
Proceedings of the Philological Association of Louisiana, 1993. Argues that Zanita (1871),
Mountaineering Women: Stories by Early Climbers, College Station, TX: Texas A&M UP, 1994
Pioneering Ascents: The Origins of Climbing in America, 1642-1873, Harrisburg, PA: Stackpole Books,
1991.

MAZUR, Laurie Ann, Beyond the Numbers: A Reader on Population, Consumption, and the Environment, Covelo,
CA: Island P, 1994.

MCCORMICK, J., Rumo ao Paraíso - a História do Movimento Ambientalista, R. Janeiro, Relume-Dumará, 1992
"The Origins of the World Conservation Strategy”,Environmental Review, 10:3 (Fall 1986): pp. 177-87.

MCCLINTOCK, James I. Nature’s Kindred Spirits: Aldo Leopold, Joseph Wood Krutch, Edward Abbey, Annie
Dillard, and Gary Snyder, Madison: U of Wisconsin P, 1994.

MCCOOL, Daniel, Command of the Waters: Iron Triangles, Federal Water Development, and Indian Water,
Tucson: U of Arizona P, 1994.
Command of the Waters: Iron Triangles, FederalWater Development, and Indian Water, Berkeley:
University of California Press, 1987.

MCDONAGH, Sean, The Greening of the Church, Maryknoll, NY: Orbis Books, 1990.

MCDONNELL, Mark J. & Steward T.A. Pickett, (eds.), Humans as Components of Ecosystems: The Ecology of
Subtle Human Effects and Populated Areas, New York, NY; Springer-Verlag, 1993.

MCEVOY, Arthur F., "Toward an Interactive Theory of Nature and Culture: Ecology, Production and Cognition in
the California Fishing Industry”, Environmental Review, 11:4 (Winter 1987): pp. 289-305.

MCFADDEN, Steven S.H., Profiles in Wisdom: Native Elders Speak About the Earth, Sante Fe, NM: Bear and
Co., 1991.

MCFARLAND, Thomas, “Green Savannahs: Wordsworth and the Moral Bonding with Nature”, European
Romantic Review, 3 (1992).

MCGAA, Ed Eagle Man, Mother Earth Spirituality: Native American Paths to Healing Ourselves and Our World,
New York: Harper Collins, 1990.

McGraw-Hill Encyclopedia of Environmental Science / Sybil P. Parker, editor in chief. 2d ed.

MSGREGOR, Gaile, The Noble Savage in the New World Garden. Notes Toard a Syntatics of Place,
Ohio/Toronto, 1988.

MCGREGOR, Joann, Conservation, Control and Ecological Change: The Politics and Ecology of Colonial
Conservation in Shurugwi, Zimbabwe, Environment and History, Vol.1 No.3.

MCGREGOR, Robert Kuhn, "Deriving a Biocentric History: Evidence from the Journal of Henry David Thoreau”,
Environmental Review, 12:2 (Summer 1988): pp. 117-26.

MCGUCKEN, William, "The Canadian Federal Government, Cultural Eutrophication, and the Regulation of
Detergent Phosphates, 1970”,Environmental Review, 13:3-4 (Fall/Winter 1989): pp. 155-66.

MCGURTY, Eileen Maura, "From NIMBY to Civil Rights: The Origins of the Environmental Justice Movement.",
Environmental History , Vol. 2, No. 3 July 1997, pp. 301-323.

MCINTOSH, Robert P., The Background of Ecology. Concept and History, N. Y., 1985, 1991.

MCINTYRE, Rick, A Society of Wolves: National Parks and the Battleover the Wolf. Stillwater, MN: Voyageur
Press, Inc., 1993.

MCKEAN, Margaret A., "The Japanese Experience with Scarcity: Management of Traditional Common Lands”,
Environmental Review, 6:2 (Fall 1982): pp. 63-88.

MCKIBBEN, Bill, The End of Nature, 1988. New York: Doubleday, 1989.
“The Adirondacks”, Nature Conservancy, (1993). [Photographs by Hardie Truesdale.]
“The People and the Park”, Sierra, 1994. [Crisis in Adirondack Park.]
The Age of Missing Information, New York: Random House, 1992.

MCKIE, Ian Thomas, “Radical Environmentalism and Modernity: Nature, Ontology, and Meaning in the
Technological Era”, DAÍ, 31 (1993).

MCLOED-EVERETTE, Sharon Esther, “Walk Softly With Me: Adventures of a Woman Big-Game Guide in
Alaska”, DAÍ, 31 (1993).

MCMAHON, Michal, "Makeshift Technology: Water and Politics in 19th-Century Philadelphia”, Environmental
Review, 12:4 (Winter 1988): pp. 21-37.

MCMURPHY, John H., Harriet Kofalk, Amy Martin, and Jeffrey Davis, Speaking of Mother Earth, Eugene, OR:
Peace Place, 1994.

MCNAMEE, Gregory, Gila: The Lie and Death of an American River, New York: Orion/Crown, 1994.

MCNEILL, John Robert, The Mountains of the Mediterranean World: an Environmental History (Studies in
Environment and History), Cambridge, 1992.

MCNEILL, William, Plagues and People, N. Y., 1976

MCPHEE, John. The Control of Nature. NewYork: Farrar, Strauss, Giroux, 1989.

MCQUILLAN, Gene Peter, “Wilderness and Interference: Images of the Trail in American Literature”, DAÍ, 52
(November 1991):

MCWORTER, LaDelle, Heidegger and the Earth: Essays in Environmental Philosophy, Kirksville, MO: Thomas
Jefferson UP, 1991.

MEEKER, Joseph W., “Fields of Danger and the Wilderness of Wisdom”, The North American Review, 263 (Mar.
1978): 69-71.

MEFFE, Gary K., and Ronald Carroll, Principles of Conservation Biology, Sunderland, MA: Sinauer, 1994.

MEIKLE, Jeffrey L., "Material Doubts: The Consequences of Plastic.", Environmental History , Vol. 2, No. 3 July
1997, pp. 278-300.

MEINIG, D. W., ed., The Interpretation of Ordinary Landscapes: Geographical Essays, New York: Oxford
University Press, 1979.
The Shaping of America: A Geographical Perspective on 500 Years of History, New Haven: Yale
University Press, 1986.
Southwest: Three Peoples in Geographical Change, 1600-1970, New York: Oxford University Press,
1969.

MELOSI, Martin V., Bibliography on Urban Pollution Problems in American Cities from the Mid-nineteenth
through the Mid-twentieth Centuries, Monticello, IL: Vance Bibliographies, 1981.
Pollution and Reform in American Cities, 1870-1930, Austin: University of Texas Press. 1980.
Coping with Abundance: Energy and Environment in Industrial America, New York: Knopf, 1985.
Garbage in the Cities: Refuse, Reform, and the Environment, 1880-1980, College Station: Texas A&M
University Press, 1981, 1986.
"Cities, Technical Systems and the Environment”, Environmental History Review, 14:1-2
(Spring/Summer 1990): pp. 45-64.
"Equity, Eco-racism and Environmental History”, Environmental History Review, 19:3 (Fall 1995): pp. 1-
16.
"The Place of the City in Environmental History”, Environmental History Review, 17:1 (Spring 1993):
pp. 1-23.
"Urban Pollution: Historical Perspective Needed”, Environmental Review, 3:2 (Spring 1979): pp. 37-45.
"Energy and Environment in the United States: The Era of Fossil Fuels”, Environmental Review, 11:3
(Fall 1987): pp. 167-88.

MERCHANT, Carolyn, Earthcare: Women and the Environment, New York: Routledge, 1996.
Earthcare: Women and the Environmental Movement. Environment 23:5 (June): 6-15, 38-40.
ed. Key Concepts in Critical Theory: Ecology. Atlantic Highlands, NJ: Humanities Press
International,Inc., 1994
ed., Ecology: Key Concepts in Critical Theory (Atlantic Highlands, NJ: Humanities Press, 1994)
The Death of Nature: Women, Ecology, and the Scientific Revolution (New York: Harper & Row, 1980-
1981-1989)
“The Theoretical Structure of Ecological Revolutions”, Environmental Review, 11 (no. 4: Winter 1987):
269-74.
“Ecofeminism and Feminist Theory”, Reweaving the World: The Emergence of Ecofeminism, Ed. Irene
Diamond e Gloria Feman Orenstein. San Francisco: Sierra Club Books, 1990.
Ecological Revolutions: Nature, Gender, and Science in New England, Chapel Hill:University of North
Carolina Press, 1989.
Ecology, New Jersey: Humanities Press, 1994.
Major Problems in Environmental History: Documents and Essays, Lexington, MA: Heath, 1993.
Radical Ecology: The Search for a Livable World, New York: Routledge, 1992.
ed. Women and Environmental History, Environmental Review, VIII. 1984.

MERIDETH, Robert, The Environmentalist’s Bookshelf: A Guide to the Best Books, New York: G. K. Hall, 1993.

MERKL, Karen Ann, “Ecopsychology: Exploring Psychological Aspects of Our Relationship to Nature”, DAÍ, 56
(December 1995).

MERRELL, James H., The Indians’ New World: Catawbas and Their Neighbors From European Contact Through
the Era of Removal, New York: W.W. Norton & Company, 1989.

MERWIN, W. S., Travels, New York: Knopf, 1992.

METZNER, Ralph, The Well of Remembrance: Rediscovering the Earth Wisdom Myths of Northern Europe,
Boston: Shambhala, 1994.

MEYER, William B., Human Impact on the Earth, 1996.


“Past and Present: Land Use and Land Cover in the USA”, Consequences, vol.1,nº1 (Spring
1995):

MICHEAUX, Oscar, The Conquest: The Story of a Negro Pioneer, Lincoln: U of Nebraska P, l994 (1913).
The Homesteader, Lincoln: U of Nebraska P, l994 (1913)

MIDDLETON, Harry, On the Spine of Time: An Angler’s Love of the Smokies, New York: Simon and Schuster,
1991.

MIGHETTO, Lisa, ed., Muir Among the Animals: The Wildlife Writingsof John Muir, San Francisco: Sierra Club
Books, 1986.
Wild Animals and American Environmental Ethics, Tucson Ariz.: U of Arizona P, 1991.
"Wildlife Protection and the New Humanitarianism”, Environmental Review, 12:1 (Spring 1988): pp. 37-
49.

MILES, John, Guardians of the Park: A History of the National Parks and Conservation Association, Bristol:
Taylor and Francis, 1995.

MILES, Roger, Forestry in the English Landscape. A Study of the Cultivation of Trees and their Relationship to
Natural Amenity and Plantation Design, London, 1967.

MILLER, Alan S., Gaia Connections: An Introduction to Ecology, Ecoethics, and Economics. Savage, MD:
Rowman and Littlefield, 1991.
MILLER, Angela, The Empire of the Eye: Landscape Representation and American Cultural Politics, 1825-1875,
Ithaca, New York:Cornell University Press, 1993

MILLER, Char, “Sawdust Memories: Pinchot and the Making of Forest History”, Journal of Forestry, 92
(February 1994):8-12.
Jefferson and Nature, an Interpretation, Baltimore, 1988.
"The Greening of Gifford Pinchot”, Environmental History Review, 16:3 (Fall 1992): pp. 1-20.
e Hal Rothman(ed.), Out of the Woods. Essays in Environmental History, Pittsburgh, 1997.

MILLS, Stephanie, In Praise of Nature, Washington, D.C.: Island P, 1991.

MILNER II, Clyde A., Carol A. O’Connor, and Martha A. Sandweiss, The Oxford History of the American West,
New York: Oxford UP, 1994.

MILTON, Kay, Environmentalism.The view from Anthropology, London, 1993.


Environmentalism and Cultural Theory: Exploring the Role of Anthropology in Environmental Discourse,
New York: Routledge, 1996.

MILWARD, Peter. An Encyclopedia of Flora and Fauna in English and American Literature. Lewiston, N.Y.:
Edwin Mellen, 1992

MITCHELL, John G. “Our Disappearing Wetlands.” National Geographic 182, no. 4 (October 1992): 2-46.

MITCHELL, John Hansen, Walking Toward Walden: A Pilgrimage in Search of Place, Reading: Addison-
Wesley,1995.
Living at the End of Time, Boston: Houghton Mifflin, 1990.

MITCHELL, W.J.T., Landscape and Power,Chicago: U of Chicago P, 1994.

MITMAN, Gregg, The State of Nature: Ecology, Community, and American Social Thought, 1900-1950, Chicago:
U of Chicago P, 1992.

MITSUDA, Hisayoshi, and Charles Geisler, "Imperiled Parks and Imperiled People: Lessons from Japan's
Shiretoko National Park”, Environmental History Review, 16:2 (Summer 1992): pp. 23-39.

MONK, Janice, "Approaches to the Study of Women and Landscape”, Environmental Review, 8:1 (Spring 1984):
pp. 23-33.

MONTEIRO, Carlos Augusto de Figueiredo, A questão ambiental no Brasil 1960-1980, S. Paulo, Instituto de
Geografia da USP, 1981.

MORAN, Emilio, Human Adaptability: an Introduction to Ecological Anthropology, North Scituate, 1979.

MORGAN, Ted., Wilderness at Dawn: The Settling of the North American Continent, New York: Simon and
Schuster, 1993

MORAN, Emilio F., Human Adaptability. An Introduction to Ecological Anthropology, Colorado, 1979, 1982.

MORRIS, Gregory L., Talking Up a Storm: Voices of the New West, Lincoln: U. of Nebraska P, 1994.

MORSE, L.E., e Henifin, M.S. (Eds.), Rare Plant Conservation: Geographical Data Organization. The New York
Botanical Garden, Bronx, NY., 1981, 377 pp.

MORTON, A. G., A History of Botanical Science. An Account of the Development of Botany from Ancient Times to
the Present Day, London, 1981

MOOS, Rudolf H., The Human Context Environmental Determinants of Behavior, N. Y., 1976.

MOWREY, Marc, e Tim Redmond, Not in Our Backyard: The People and Events that Shaped America’s Modern
Environmental Movement, New York: W. Morrow, 1993.
MOYAL, Ann Mozley, A Bright & Savage Land: Scientists in Colonial Australia, Sydney: Collins, 1986.

MUGERAUER, Robert, Interpreting Environments: Tradition, Deconstruction, Hermeneutics, Austin: U of Texas


P, 1996.

MUIR, John, “The American Forests”, Atlantic Monthly, 80 (August 1897): 145-157.
Our National Parks, Boston: Houghton Mifflin, 1901.

MUKAMURI, B.B., Local Environmental Conservation Strategies: Karanga Religion, Politics and Environmental
Control, Environment and History, Vol.1 No.3.

MURPHEY, Rhoads, and Ellen Murphey, "The Japanese Experience With Pollution and Controls”, Environmental
Review, 8:3 (Fall 1984): pp. 284-94.

MURPHY, Alexander B., "Issues in the Preservation and Management of Open Space for Recreational Use in
Metropolitan Chicago”, Environmental Review, 10:1 (Spring 1986): pp. 31-43.

MURPHY, David, “Jeich Antonie: Czechs, the Land, Cather, and the Pavelka Farmstead”, Great Plains Quarterly
14.2 (1994): 85-106.

MURPHY, Patrick D. ,“The Whole Wide World Was Scrubbed Clean’: The Androcentric Animation of Denatured
Disney”, From Mouse to Mermaid: The Politics of Film, Gender, and Culture, Ed. Elizabeth Bell, Lynda Hass, and
Laura Sells. Bloomington: Indiana UP, 1995.
“My Mother’s Name is Evelyn, Not Gaia”, American Nature Writing Newsletter, 6.1 (1994): 12-13.
"Prolegomenon for an Ecofeminist Dialogics”, Feminism, Bakhtin, and the Dialogic Voice, Ed. Dale
Bauer and Susan Jaret McKinstry. Albany: State U of New York P, 1991.
“Robinson Jeffers, Gary Synder, and the Problem of Civilization”, Robinson Jeffers and a Galaxy of
Writers, Ed. William B. Thesing. Columbia, SC: U of South Carolina P, 1995.
“Robinson Jeffers’ Heroes: Divided and Resisting”, Quarry West, 27 (1990).
“Voicing Another Nature”, A Dialogue of Voices: Feminist Literary Theory and Bakhtin, Ed. Karen e
Helen Wussow Hohne. Minneapolis: U of Minnesota P, 1994.
. Critical Essays on Gary Snyder, Boston: G. K. Hall, 1990.
Literature, Nature, and Other: Ecofeminist Critiques, Albany: State U of New York P, 1995.
Understanding Gary Snyder, Columbia, SC: U of South Carolina P, 1992
“Ground, Pivot, Motion: Ecofeminist Theory, Dialogics, and Literary Practice”, Hypatia, 6 (Spring
1991) 146-161
“Prolegomenon for an Ecofeminist Dialogics”, Feminism, Bakhtin, and the Dialogic Voice, Eds. Dale
Bauer and Susan Jaret McKinstry. SUNY Press, 1991.

MURPHY, Sandra, Reckoning the Land, Flagstaff, AZ: Northland P, 1994.

MUSEUM of Modern Art (New York, NY), The Natural Paradise: Painting in America, 1800-1950: [exhibition],
the Museum of Modern Art, New York, New York: The Museum of Modern Art, c1976.

MUTEL, Cornelia F., and Mary Swander, Land of the Fragile Giants: Landscapes, Environments, and Peoples of
the Loess Hills, Iowa City: U of Iowa P, 1994. “

MYERS, Norman, e Julian L. Simon, Scarcity or Abundance?: A Debate on the Environment, New York: W.W.
Norton, 1994.

N
NABHAN, Gary Paul, and Stephen Trimble, The Geography of Childhood: Why Children Need Wild Places,
Boston: Beacon Press, 1994.
NABHAN, Gary Paul, Counting Sheep: 20 Ways of Seeing Desert Bighorn, Tucson: U of Arizona P, 1993.
Enduring Seeds: Native American Agriculture and Wild Plant Conservation, San Francisco: North Point
Press,1989.
Songbirds, Truffles, and Wolves: An American Naturalist in Italy, New York: Pantheon, 1993.
“Hummingbirds and Human Aggression: A View from the High Tanks”, Georgia Review, (1992).

NAESS, Arne, “The Deep Ecological Movement, Some Philosophical Aspects”, Philosophical Inquiry, 8 (1986):
10-13.

NARVESON, Robert D., “Vilhjalmur Stefansson: North Dakotan in the Arctic”, Midwestern Miscellany, 19
(1991).

NASAR, Jack L., Environmental Aesthetics: Theory, Research, and Application, New York: Cambridge UP, 1992.

NASH, Gerald D., United States Oil Policy,1890-1964: Business and Government in Twentieth Century America,
Pittsburgh, PA: University of Pittsburgh Press, 1968.

NASH, James A., Loving Nature: Ecological Integrity and Christian Responsibility, Nashville: Abingdon, 1992.

NASH, Roderick F., The Rights of Nature: A History of Environmental Ethics, Madison: University of Wisconsin
Press, 1989.
ed. The American Environment: Readings in the History of Conservation. Reading, MA: Addison-Wesley,
1968.
American Environmentalism: Readings in Conservation History, 3rd. ed. New York: McGraw, 1990.
Wilderness and the American Mind, Revisededition, 1973. 3ª edi., 1982. New Haven, CT: Yale University
Press.
What price nature?, BioScience, 1991. 41: 677-680.
"The Value of Wilderness”, Environmental Review, 1:3 (1977) pp. 14-25.

NASH, Stephan, ed., Facing Eden: 100 Years of Landscape Art in the Bay Area, Berkeley: U of California P, 1995.

NATIONAL Museum of American Art, Between Home and Heaven: Contemporary American Landscape
Photography, Washington D.C.: National Museum of American Art, 1992.

The Nature Almanac: a Handbook of Nature Education, Washington, D.C.: American Nature Association, 1927

Nature, Power, People: Citizens' Report on Sustainable Development, 1995. Islamabad: Sustainable Development
Policy Institute, 1995.

NEIDERHEISER, Clodaugh M., Forest History Sources of the United States and Canada; A Compilation of
theManuscript Sources of Forestry, Forest Industry, and Conservation History, Forest History Foundation, St.
Paul: St. Paul Publications, 1956.

NELSON, Richard, The Island Within, New York: Vintage, 1991 (1989).

NEMEROV, Alex, “Doing the ‘Old America’”, The West as America, Ed. William Treutnner. Washington, D.C.:
Smithsonian Institution P, 1991.

NESBIT, E. G., Leaving Eden - to Protect and Manage the Earth, Cambridge, 1991.

NEWTON, N., Design on the Land: the Development of Landscape, Cambridge, Mass. 1971.

NIBBERING, Jan Willem and Jan de Graaff, Simulating the Past: Reconstructing Historical Land Use and
Modeling Hydrological Trends in a Watershed Area in Java , Environment and History, Volume 4, No.3, 1998

NICHOLS, John. The Sky’s the Limit: A Defense of the Earth. New York: Norton, 1990.

NICHOLSON, M. ,The Environmental Revolution, London: Hodder and Stoughton. 1970.

NICOLET, Claude, Space, Geography and Politics in the Early Roman Empire, Ann Arbor, 1991.
NORRIS, Kathleen, Dakota: A Spiritual Geography, New York: Ticknor and Fields, 1993

NORRIS, Scott, Discovered Country: Tourism and Survival in the American West, Albuquerque, NM: U of New
Mexico P, 1994.

NORSE, E.A. Ancient Forests of the Pacific Northwest. Washington, DC: The Wilderness Society and Island
Press. 1990.

NORTON, Bryan G., “Thoreau’s Insect Analogies: Or, Why Environmentalists Hate Mainstream Economists”,
Environmental Ethics, 13.3 (1991): 235-251.
Toward Unity Among Environmentalists, New York: Oxford University Press, 1991
Why Preserve Natural Variety?, Princeton: Princeton University Press, 1987.

NORWOOD, Vera, Made from this Earth-american Women and Nature, Chapel Hill, 1993.

NORWOOD, Vera, MOWK, Janice (ed.), The Desert is no Lady: South Western Landscapes in Women’s Writing
and Art, N. Haven, 1987.
Made from this Earth: American Women and Nature, Chapel Hill: U of North Carolina P, 1993.

NOSS, Reed F., e Allen Y. Cooperrider, Saving Nature’s Legacy, Washington, D.C.: Island, 1994.

NOVAK, Barbara, Nature and Culture: American Landscape Painting, 1825-1875, New York: Oxford University
Press, 1980-1995.

NOWAK, David J., “Historical Vegetation Change in Oakland and Its Implications for Urban Forest
Management”, Journal of Arboriculture, 19 (September 1993): 313-319.

NOVICK, P., That Noble Dream: The Objectivity Question and the Historical Profession, New York: Cambridge
University Press. 1988.

NRIAGU, J., Lead and Lead Poisoning in Antiquity, New York: Wiley Interscience. 1983.

NUMBERS, Ronald L., God and Nature-historical Essays on the Encounter Between Christianity and Science,
Berkeley, 1986.

NYGREN, Edward J., Views and Visions -American Landscape before 1830, Washington, 1986

O’GRADY, Sean P., “Pilgrims to the Wild”, DAÍ, 52 (March 1992): 3285-A .

OLAFSSON, Haraldur, "A True Environmental Parable: The Laxa-Myvatn Conflict in Iceland, 1965-1973”,
Environmental Review, 5:2 (Fall/Winter 1981): pp. 2-38.

O’MALLEY, Therese, “Appropriation and Adaptation: Early Gardening Literature in America”, Huntington
Library Quarterly, 55 (1992).

ODUM, Eugene Pleasants, 1913-, Ecology: a Bridge between Science and Society, Sunderland, Mass: Sinauer
Associates, 1996.

OELSCHLAEGER, Max. After Earth Day: Continuing the Conservation Effort, Denton: U of North Texas P,
1992.
Caring for Creation: An Ecumenical Approach to the Environmental Crisis, New Haven: Yale UP, l994.
The Idea of Wilderness: From Prehistory to the Age of Ecology, New Haven: Yale UP, 1991.
The Wilderness Condition: Essays on Environment and Civilization, San Francisco: Sierra Club Books,
1992.

OLSON, Sherry, "Environments as Shock Absorbers, Examples from Madagascar”, Environmental Review, 12:4
(Winter 1988): pp. 61-80.

O'LOUGHTIN, Carleen, Economic and Political Change in the Leeward and Windward Islnads, N. Haven, 1968.

OLSEN, Brett J., “Wallace Stegner and the Environmental Ethic: Environmentalism as a Rejection of Western
Myth”, Western American Literature, 29.2 (1994): 123-42.

ONG, Walter S. ,“Personalism and the Wilderness”, Kenyon Review, 21(1959): 297-304.

OPIE, John, ed., Americans and Environment: The Controversy Over Ecology, Lexington, MA: D.C. Heath, 1971.
The Law of the Land: Two Hundred Years of American Farm Land Policy, Lincoln and London:
University of NebraskaPress, 1987.
"Environmental History: Pitfalls and Opportunities”, Environmental Review, 7:1 (Spring 1983): pp. 8-16.
"Frederick Jackson Turner, The Old West, and the Formation of a National Mythology”, Environmental
Review, 5:2 (Fall/Winter 1981): pp. 79-91.
"Renaissance Origins of the Environmental Crisis”, Environmental Review, 11:1 (Spring 1987): pp. 2-17.

ORR, David W., Ecological Literacy: Education and the Transition to a Postmodern World, Albany: State U of
New York P, l992.

ORSI, Jared, "From Horicon to Hamburgers and Back Again: Ecology, Ideology, and Wildfowl Management,
1917-1935”, Environmental History Review, 18:4 (Winter 1994): pp. 19-40.

ORTIZ, Simon J., After and Before the Lightening, Tucson: U of Arizona P, 1994.

ORTIZ MONASTERIO, Fernando, Tierra Profanada: Historia Ambiental de Mexico, Mexico, DF., Instituto
Nacional de Antropologia e Historia, 1987.

OZA, G.M. , "An Indian View of Man and Nature", Environ. Conservation, 10(4), 1983: 331-335.

OSBORNE, Michael, Nature, the Exotic and the Science of French Colonialism, Bloomington, 1994

OWINGS, Coren C., Environmental Values 1860-1972. A Guide to Information Sources, Michigan, 1976.

OWENS, Louis, “The American Indian Wilderness”, American Nature Writing Newletter, 6.2 (1994): 7-8.

PAEHLKE, Robert C., ed., Conservation and Environmentalism: An Encyclopedia, Hamden: Garland P, 1995.

PALMER, Marilyn e Peter Neaverson, Industry in the Landscape, 1700-1900, London; New York: Routledge,
1994

PALMER, Tim, The Case for River Conservation, Washington, D.C.: Island, 1994.

PALMER, William G., "Environment in Utopia: History, Climate, and Time in Renaissance Environmental
Thought”, Environmental Review, 8:2 (Summer 1984): pp. 162-178.

PANESSA, Giangiacomo, Fonti Greche e Latine per la Storia dell'Ambiente e del Clima nel Mondo Greco, Pisa,
Scuola Normale Superiore, 1991.
PARENTEAU, Bill, and L. Anders Sandberg, "Conservation and the Gospel of Economic Nationalism: The
Canadian Pulpwood Question in Nova Scotia and New Brunswick, 1918-1925”, Environmental History Review,
19:2 (Summer 1995): pp. 55-83.

PARKMAN, Francis, The Oregon Trail, Illustrated by Frederic Remington, Boston: Little, Brown and Company,
1904.

PASSMORES, John, Men’s Responsability for Nature. Ecological Problems and Western Traditions, London,
1974.

PATTERSON, Arthur H., "Environmental Observations on Modernization in China”, Environmental Review, 3:3
(Winter 1979): pp. 52-61.

PEARCE, Roy Harvey, Savagism and Civilization: A Study of the Indian and American Mind, Baltimore: Johns
Hopkins Press, 1965.

PECORA, Aldo, Ambiente Geografico e Società Umane, Torino Loescher editore 1978.

PERKINS, John H., "Edward Fred Knipling's Sterile-Male Technique for Control of the Screwworm Fly”,
Environmental Review, 2:5 (Spring/Summer 1978): pp. 19-37.

PERKINS, Robert, Into the Great Solitude: An Arctic Journey, New York: Henry Holt, 1991.

PEPPER, David, The Roots of Modern Environmentalism, London: Croom Helm, 1984

PERLIN, John, A Forest Journey: The Role of Wood in the Development of Civilization, Cambridge, MA: Harvard
UP, 1989-1991.

PERRIN, Noel, Last Person Rural, New York: Godine, 1992.

PETER, Charlotte M., The Eagle's Nest. Natural History and American Ideas, 1812-1842, Alabama, 1986.

PETERS, Robert L., e Thomas E. Lovejoy, Global Warming and Biological Diversity, New Haven: Yale UP, 1994.

PETERS, Timothy, “’80s Pastoral: Frederick Barthelme’s Moon Deluxe Ten Years On”, Studies in Short Fiction,
31.2 (1994): 175-185.

PETERSON, Abby, "Elin Wagner and Radical Environmentalism in Sweden: The Good Earthworm”,
Environmental History Review, 18:3 (Fall 1994): pp. 59-74.

PETERSON, Brenda, “Bread Upon the Waters”, Sierra, 78.1 (1993): 24-25.
Living By Water, New York: Fawcett Columbine, 1994.

PETERSON DEL MAR, David, "Our Animal Friends: Depictions of Animals in Reader's Digest During the
1950s.", Environmental History , Volume 3, No. 1, January 1998 pp. 25-44.

PETERSON, Linda H., “Gender and the Autobiographical Essay: Research Perspectives, Pedagogical Practices”,
College Composition and Communication, 42.2 (1991): 170-183.

PETERSON’S Guides, Education for the Earth: A Guide to Top Environmental Studies Programs, Princeton:
Peterson’s Guides, 1993.

PETTIJEAN, Patrick (eds.), Science and Empires. Historical Studies about Scientific Development and European
Expansion, Dordrecht/Boston/London, Kluwer Academic Publishers, 1992

PETULLA, Joseph M. American Environmental History; the Exploration and Conservation of Natural Resources,
S. Francisco, 1977.
American Environmental History, 2nd ed. Columbus: Merrill Publishing Co.,1988.
"Toward an Environmental Philosophy: In Search of a Methodology”, Environmental Review, 1:2 (1977):
pp. 14-43.
PHILIP, Kavita, Imperial Science Rescues a Tree: Global Botanic Networks, Local Knowledge and the
Transcontinental Transplantation of Cinchona, Environment and History, Vol.1 No.2, 1995

PHYLLIS, Stanley M., American Environmental Heroes, Springfield: Enslow Publishers, 1996.

PIACENTINI, Pablo, Story Earth: Native Voices on the Environment, San Francisco: Mercury House, 1993.

PICKERING, Samuel F., Walkabout Year: Twelve Months in Australia, Columbia: U of Missouri P, 1995.

PIELOU, E. C., A Naturalist’s Guide to the Arctic, Chicago: U of Chicago P, 1994.

PILARSKI, Michael, Restoration Forestry: An International Guide to Sustainable Forestry Practices, Durango,
CO: Kivaki P, 1994

PIMM, Stuart L., The Balance of Nature?: Ecological Issues in the Conservation of Species and Communities,
Chicago: U of Chicago P, 1991.

PINCHOT, Gifford, “How Conservation Began inthe United States”, Agricultural History, 11 (October 1937):
255-265.
Breaking New Ground, New York: Harcourt Brace, 1947.
The Fight for Conservation, New York: Doubleday, Page & Company, 1910.

PISANI, Donald J., "Fish Culture and the Dawn of Concern over Water Pollution in the United States”,
Environmental Review, 8:2 (Summer 1984): pp. 117-131.

PISTORIUS, Alan, Cutting Hill: A Chronicle of a Family Farm, New York: Harper Perennial, 1990.

PITTMAN, Walter E., Jr., "Energy from the Oceans: George Claude's Magnificent Failure”, Environmental
Review, 6:1 (Spring 1982): pp. 2-13.

PLACE, Susan, Tropical Rainforest, Latin American Nature and Society in Transition, Wilmington, Del.:
Scholarly Resources, 1993

PLANT, Judith, Healing the Wounds: The Promise of Ecofeminism, Philadelphia: New Society Publishers, 1989.

PLUM, Sydney Landon, ed., Coming Through the Swamp: The Nature Writings of Gene Stratton Porter, Salt Lake
City: U of Utah P, 1996.

PLUMWOOD, Val, Feminism and the Mastery of Nature, London: Routledge, 1993.

POJAR, J. & A. Mackinnon, Plants of the Pacific Northwest Coast. Redmond, Wa: Lone Pine Press, 1994.

POJMAN, Louis P., Environmental Ethics: Readings in Theory and Application. Boston: Jones & Bartlett, 1994.

POLK, Dora Beale, The Island of California: A History of Myth, Lincoln: U of Nebraska P, 1995.

POLLAN, Michael, Second Nature: A Gardener’s Education, New York: Atlantic Monthly P, 1991.

PONTING, Clive, A Green History of the World: The Environment and the Collapse of Great Civilizations, New
York: St. Martin’s, 1991-1993.

PORTER, Charlotte M., The Eagle’s nest-Natural History and American Ideas, 1812-1842, Alabama, 1986.

POULSEN, Richard C., “The Landscape of the Mind: Cultural Transformations of the American West”, American
University Studies XXIV: American Literature, New York: Peter Lang, 1992.

POWELL, J., Australian Environmental Management in Australia, 1788-1914, Melbourne: Oxford University
Press, 1976
POWELL, J.M., REVIEW ARTICLE. Interfusing Ethics, Ecology and History: Disputing a Non-convergent
Evolution, Environment and History, Volume 3, No.1, 1997

PRATT, Louise, Imperial Eyes-Travel Writing and Transculturation, London, 1992.

PRECODA, Norman, "Winds of Change Blow in Siberia”, Environmental Review, 3:1 (Fall 1978): pp. 2-19.

PRESLEY, Kathryn Thompson, “Neglected Popular Fiction of the Gilded Age: A Quest for Certainty”, DAÍ, 53
(July 1993): 152-A.

PREST, J., The Garden of Eden, the Botanic Garden and the Re-creation of Paradise, New Haven, 1981

PRICE, H. C., WHEELER, A.(eds.), From Linmaeus to Darwin: Commentaries on the History of Biology and
Geology, London 1985

PRICE, Jennifer, “Looking for Nature at the Mall: A Field Guide to the Nature Company”, Uncommon Ground:
Toward Reinventing Nature, Ed. William Cronon. New York: Norton, 1995. 186-203.

PRICE, Marie and Martin Lewis, The Reinvention of Cultural Geography, Annals of the Assoc. of American
Geographers 83 (1993): p. 1-17.

PRIMAVESI, Anne, From Apocalypse to Genesis: Ecology, Feminism and Christianity, Minneapolis, MN:
Fortress, 1991.

Proceedings of a Regional Meeting on the Use of Ecological Guidelines for Development in the Tropical Forest
Areas of South East Asia, held at Bandung, Indonesia 29 May to 1 June 1974. Morges, Switzerland : International
Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 1975.

PROSPERI, Adriano, Pianura: Scienze e Storia dell'Ambiente Padano, Cremona, [s. n.], stampa 1988

La Protezione dell'Ambiente Oggi e i Condizionamenti del Passato: il Ruolo della Geografia Fisica nella
Protezione dell'Ambiente; i Problemi dell'Ambiente nella Storia, Bologna, Patron, 1995.

PYLE, Robert Michael, The Thunder Tree: Lessons from an Urban Wildland, New York: Houghton Mifflin, 1993.

PYNE, S. J., World fire. The Culture of Fire on Earth, N. York, Henry Holt, 1995
Vestal Fire. An Environmental History, told Throught Fire of Europe & Europe’s Encounter with the
World, Seattle, Univ. Of Washington Press, 1997.
“Keeper of the Flame: A Survey of Anthropogenic Fire”, In Fire in the Environment: The Ecological,
Atmospheric, and Climatic Importance of Vegetation Fires, edited by P.J. Crutzen and J. G. Goldammer, 245-66.
New York: John Wiley &Sons Ltd., 1993.
Fire in America: A Cultural History of Wildland and Rural Fire. Princeton:Princeton University Press,
1982.
“Keeper of the Flame: A Survey of Anthropogenic Fire”, in P.J. Crutzen & J.G. Goldammer, eds., Fire in
the Environment: The Ecological, Atmospheric, and Climatic Importance of Vegetation Fires, 245-66 (New York:
John Wiley & Sons Ltd., 1993)
"Nataraja: India's Cycle of Fire”, Environmental History Review, 18:3 (Fall 1994): pp. 1-20.
"Heart of Whiteness: The Exploration of Antarctica”, Environmental Review, 10:4 (Winter 1986): pp.
231-46.
"Geophysics in the Giant Forest: Grove Karl Gilbert as Conservationist”, Environmental Review, 2:6
(Fall/Winter 1978): pp. 2-13.

Q
QUAMMEN, David, “The Cats that Fly by Themselves”, Outside, 19.1 (1994): 25-29.
“The Disappeared”, Outside, 16.4 (1991): 31-32; 34; 36; 38; 40.
“The Economy of Nature”, Outside, 17.2 (1992): 25-26; 28; 30; 32; 34. .Estudo sobre o ecoturismo
“The Elusive Creatures of Madagascar”, Outside, 15.4 (1990): 62-66; 68; 128-129.
“The White Tigers of Cincinnati”, Outside, 16.9 (1991): 35-36; 38; 40; 42; 45.

QUINBY, Lee, “Ecofeminism and the Politics of Resistance”, Reweaving the World: The Emergence of
Ecofeminism, an Francisco: Sierra Club Books, 1990.

R
RABILLARD, Sheila, “FEN and the Production of a Feminist Ecotheater”, Theater, 25.1 (1994): 62-71.

RABKIN, Eric S., Martin H. Greenberg, Joseph D. Olander. Carbondale(ed.), The End of the World, Southern
Illinois University Press, c1983.

RACKHAM, Oliver, The Making of the Cretan Landscape / Oliver Rackham & Jennifer Moody. Manchester; New
York: Manchester University Press: Distributed exclusively in the USA and Canada by St. Martin's Press, c1996.

RAILSBACK, Brian E., Parallel Expeditions: Charles Darwin and the Art of John Steinbeck, Moscow: U of Idaho
P, 1995.

RAINEY, Sue, Creating Picturesque America: Monument to the Natural and Cultural Landscape, Nashville:
Vanderbilt UP, 1995.

RAINEY, Thomas B., "Siberian Writers and the Struggle to Save Lake Baikal”, Environmental History Review,
15:1 (Spring 1991): pp. 47-60.

RAJAN, S. Ravi, Three Issues for Environmental Historians, Environment and History, Volume 3, No.2, 1997

RAMPINO, Michael R. e John E. Sauders, Walter S. Newman, L. K.Konigsson(ed.), Climate, History, Periodicity
and Predictability, N. Y., 1987.

RAPPAPORT, Doreen, American Women: Their Lives in Their Words, New York: Thomas Y. Crowell, 1990.

RAUBER, Paul. “Last Refuge”, Sierra, 77.1 Jan./Feb. (1992): 36-43.


“No River Wilder”, Sierra, 78.1 (1993): 34-41, 146-147.

RAVETZ, Alison e Turkington, Richard, Alison, The Place of Home: English Domestic Environments, 1914-2000,
London : E. & F.N. Spon, 1995

RAWLINS, C.L., Sky’s Witness: A Year in the Wind River Range, Illus. Hannah Hinchman. New York: Henry
Holt, 1993.

RAZAK, Arisika, “Toward a Womanist Analysis of Birth”, Reweaving the World: The Emergence of Ecofeminism,
Ed. Irene Diamond and Gloria Feman Orenstein. San Francisco: Sierra Club, 1990.

REAL, Leslie A., e James H. Brown, Foundations of Ecology: Classic Papers with Commentaries, Chicago:
University of Chicago Press, 1991.

REDCLIFT , Michael, In Our Own Image: The Environment and Society as Global Discourse, Environment and
History, Vol.1 No.1, 1995

REED, Michael A., The Landscape of Britain: from the Beginnings to 1914, London; New York: Routledge, 1990.

REICHMAN, O.J. (texto), e Steve Mulligan (fotos), Living Landscapes of Kansas, Lawrence: U of Kansas P, 1995.

REIGER, J. F., American Sportsmen and the History of Conservation, New York: Winchester Press. 1975.
REINGOLD, Nathan ROTHENBERG, M.(eds.), Scientific colonialism. A cross-cultural comparison, Washington,
1987

REISNER, M., Cadillac Desert: The American West and Its Disappearing Water, New York: Viking. 1986

RENEHAN, Edward J., Jr. John Burroughs: An American Naturalist, Post Mills, VT: Chelsea Green, 1992.

RENO, Philip, Mother Earth, Father Sky, and Economic Development: Navajo Resources and Their Use,
Albuquerque: University of New Mexico Press, 1981.

RENZ, Deborah Amanda, “Topophobia, Topophilia, and Malcolm Lowery: Environmental Perspectives in
Selected Writing”, DAÍ, 32 (1994).

REUTHER, Rosemary Radford, Gaia and God: An Ecofeminist Theology of Earth Healing, San Francisco:
HarperCollins, 1992.

RICHARDS, Ellen Swallow, Sanitation in Daily Life, Boston: Whitcomb & Barrows, 1910[1907].

RICHARDS, Mary Bradshaw, Camping Out in Yellowstone, 1882, Salt Lake City: U of Utah P, 1994.

RICHARDSON, Bonham C., Economy and Environment in the Caribbean: Barbados and the Windwards in the
Late 1800s, Barbados, Press Univ. of West Indies, 1997.

RICHTER, Bernd Stevens, Nature Mastered by Man: Ideology and Water in the Soviet Union, Environment and
History, Volume 3, No.1, 1997

RIFKIN; Jeremy e Ted Howard, Entropy a New World View, Toronto, 1980.

RITVO, Harriet, “At the Edge of the Garden: Nature and Domestication in Eighteenth- and Nineteenth-Century
Britain”, Huntington Library Quarterly, 55 (1992).

RITZ, William C., And Donald G. Trites, "Population Stabilization: Toward an Educated Public Debate”,
Environmental Review, 4:3 (Fall 1981): pp. 34-44.
"The Environment and a Human Future”, Environmental Review, 1:1 (1977), pp. 32-41.

ROBBINS, Lynn A., "The Participation of Sahaptin-Speaking Native Americans in the Hanford Site Cultural
Resource Management Plan”, Environmental History Review, 14:1-2 (Spring/Summer 1990): pp. 117-28.

ROBBINS, William G, “Landscape and Environment: Ecological Change in the Intermontane Northwest”, Pacific
Northwest Quarterly 84:140-49 (1993)
American Forestry: A History of National, State, and Private Cooperation, Lincoln and London:
Universityof Nebraska Press, 1985.
"Narrative Form and Great River Myths: The Power of Columbia River Stories “, Environmental History
Review, 17:3 (Summer 1993): pp. 1-22.

ROBERTS, N. (ed.) Ecological Relations in Historical Times Human Impact & adaptation, Oxford, Cambridge,
Mass., Blackwell, 1995
The Holocene. An Environmental History, Oxford, 1989.
A Guide to Women’s Studies in the Outdoors: Review of Research with Annotated Bibliography, College
Park, MD: Nina Roberts, 1994.

ROBERTSON, David, Mark Wheelis, e Scott McLean, “The Interdepartmental Program in Nature and Culture”,
ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 1.2 (1993): 115-122.

ROBERTSON, David, “Real Matter, Spiritual Mountain: Gary Snyder and Jack Kerouac on Mt. Tamalpais”,
Western American Literature, 27.3 (1992): 209-226.

ROBIN, Libby, Radical Ecology and Conservation Science: An Australian Perspective, Environment and History,
Volume 4, No.2 , 1998
ROBINSON, Jane, Wayward Women: A Guide to Women Travellers, New York: Oxford UP, 1990.

ROBINSON, Michael C., "The Relationship Between the U.S. Army Corps of Engineers and the Environmental
Community, 1920-1969”, Environmental Review, 13:1 (Spring 1989): pp. 1-41.

ROBINSON, Michael William, “The Rhetoric of Ecofeminism: A Postmodern Inquiry”, DAÍ, 31 (1993).

RODRIGUES, Sergio de Almeida, Ecologia e Historia da Terra; Curso de Extensão Universitaria, São Paulo:
Fund Parque Zoologico de São Paulo, 1988.

RODRIGUEZ, Sylvia. Art, Tourism, and Race Relations in Taos: Toward a Sociology of the Art Colony, Journal
of Anthropological Research, 45 (Spring 1989).

RODRÍGUEZ NEILA, Juan Francisco, Ecología en la Antigüedad clásica, Madrid: Arco/Libros, [1996]

ROE, Nicholas, The Politics of Nature: Wordsworth and Some Contemporaries, New York: St. Martin’s Press,
1992.

ROGERS, Susan Fox, Another Wilderness: New Outdoor Writing by Women, Seattle: Seal, 1994.

ROLLINS, William H., A Greener Vision of Home. Cultural Plitics and Environmental Reform in the German
Heimatschutz Movement, 1904-1918, Ann Arbor, 1997.

ROLSTON, Holmes, III, Environmental Ethics: Duties to and Values in the Natural World, Philadelphia: Temple
UP. 1990.
Conserving Natural Value. New York: Columbia UP, 1994.
Environmental Ethics: Duties to and Values in the Natural World, Philadelphia: Temple UP, 1990.

ROME, Adam W., "Coming to Terms with Pollution: The Language of Environmental Reform, 1865-1915.",
Environmental History , Vol. 1, No. 3 July 1996 pp. 6-28.

ROMEO, Stephanie, "Concepts of Nature and Power: Environmental Ethics of the Northern Ute”, Environmental
Review, 9:2 (Summer 1985): pp. 150-70.

ROMINES, Ann. “Writing the Little House: The Architecture of a Series.” Great Plains Quarterly 1994.

ROMTVEDT, David, A Flower Whose Name I Do Not Know, Townsend, WA: Copper Canyon, 1992.

RONALD, Ann, and Stephen Trimble, Earthtones: A Nevada Album, Reno: U of Nevada P, 1995.

ROOT, William Pitt, Trace Elements From a Recurring Kingdom: The First Five Books, Lewiston, ID: Confluence
P, 1994.

ROSEN, Michael J., The Company of Animals: Twenty Stories of Alliance and Encounter, New York: Doubleday,
1993.

ROSENTHAL, Bernard, City of Nature-journeys to Nature in the Age of American Romanticism, Newark, 1980.

ROSKILL, Mark W., The Languages of Landscape, University Park, Pa.: Pennsylvania State University Press,
c1997.

ROSOWSKI, Susan J., “Margaret Fuller, an Engendered West, and Summer on the Lakes”, Western American
Literature, 25.2 (1990): 125-144.

ROSS, Andrew, “Earth to Gore, Earth to Gore”, Social Text, 41 (1994).


Strange Weather: Culture, Science, and Technology in the Age of Limits, New York: Verso, 1991.
The Chicago Gangster Theory of Life: Nature’s Debt to Society, London: Verso, 1994-1995.

ROSS, Suzanne, “Response to ‘The Lorax and the Ecopolice’ by Ian Marshall”, ISLE: Interdisciplinary Studies in
Literature and Environment, 2.2 (1995).
ROSZAK, Theodore, Mary E. Gomes, and Allen Kanner, eds., Ecopsychology: Restoring the Earth, Healing the
Mind, San Francisco: Sierra Club, 1995.
“Beyond the Reality Principle”, Sierra, 78.2 March/April (1993): 58-62
The Voice of the Earth: An Exploration of Ecopsychology, New York: Touchstone, 1992.

ROTBERG, Robert I., RABB, Theodore K., Climate and History: Studies in Interdisciplinary History, Princeton,
1981

ROTH, D., The Wilderness Movement and the National Forests, College Station, Texas: Intaglio Press. 1988.

ROTHENBERG, David, Is It Painful to Think? Conversations with Arne Naess, Minneapolis: U. of Minnesota P,
1993.
Wisdom in the Open Air: The Norwegian Roots of Deep Ecology, Minneapolis: U of Minnesota P, 1992.

ROTHMAN, Hal, "Second-Class Sites: National Monuments and the Growth of the National Park System”,
Environmental Review, 10:1 (Spring 1986): pp. 45-56.
"The End of Federal Hegemony: The Wilderness Act and Federal Land Management on the Pajarito
Plateau, 1955-1980”, Environmental History Review, 16:2 (Summer 1992): pp. 41-59.

ROUND, Phillip Harris, “Scientific Americans: Natural History and the Rhetoric of National Identity, 1630-1862”,
DAÍ, 51 (May 1991): 3747-A

ROWNTREE, Lester, K., Foote and Mona Domosh. Cultural Geography, Geography in America, Gary Gaile e
Cort Willmott, eds. (1989).

RUBIN, Charles T., The Green Crusade: Rethinking the Roots of Environmentalism, New York: Free Press, 1994.

RUBLE, Blair, "The Emergence of Soviet Environmental Studies”, Environmental Review, 5:1 (Spring/Summer
1981): pp. 2-13.

RUDIG, Wolfgang, Green Politics I, Edwardsville: Southern Illinois UP, 1990.


Green Politics Two 1991, Carbondale: Southern Illinois UP, 1992.

RUE, Loyal, By Grace of Guile: The Role of Deception in Natural History and Human Affairs, New York: Oxford
UP, 1994.

RUETHER, Rosemary Radford, Women Healing Earth: Third World Women on Ecology, Mary Knoll, NY: Orbis
Books, 1996.

RUNNELS, Curtis N., “Environmental Degradation in Ancient Greece”, Scientific American, v 272 nº 3 (Mar
1995): 96-99.

RUNTE, Alfred, National Parks: The American Experience, Lincoln: University of Nebraska Press, 1979.

RUSSELL, Alan, The Forest Prime Evil, New York: Walker and Company, 1992.

RUSSELL, Dick, “Environmental Racism: Minority Communities and Their Battle Against Toxics”, The Amicus
Journal, 11 (Spring 1989): 22-32.

RUSSELL, Jim, "Relating Heritage to the Environment in Australia”, Environmental History Review, 15:3 (Fall
1991): pp. 65-81.

RUSSELL, Sharman Apt., “The Nature of Gardens”, Nature Conservancy, 1992.


Songs of the Fluteplayer: Seasons of Life in the Southwest, New York: Addison-Wesley, 1991.
When the Land was Young: Reflections on American Archaeology, Reading: Addison-Wesley, 1996.

RUSSELL, William Moy Stratton, Man, Nature, and History; Controlling the Environment, N.Y., Published for
the American Museum of Natural History by the Natural History Press [1969, c1967]
RYDEN, Kent C., Mapping the Invisible Landscape: Folklore, Writing, and the Sense of Place, Iowa City: U of
Iowa P, 1993.
Remapping the Invisible Landscape: Folklore, Writing, and the Sense of Place, Iowa City: U of Iowa P,
1993.

S
SABERWAL, Vasant K., Science and the Desiccationist Discourse of the 20th Century, Environment and History,
Volume 4, No.3, 1998

SABIN, Paul, "Searching for Middle Ground: Native Communities and Oil Extraction in the Northern Central
Ecuadorian Amazon, 1967-1993.", Environmental History , Volume 3, No. 2, April 1998, pp. 144-168.
"Voices from the Hydrocarbon Frontier: Canada's Mackenzie Valley Pipeline Inquiry (1974-1977)”,
Environmental History Review, 19:1 (Spring 1995): pp. 17-48.

SAGOFF, Mark, The Economy of the Earth, New York: Cambridge University Press, 1988.

SAIKU, Mikko, "The Extinction of the Carolina Parakeet”, Environmental History, Review 14:3 (Fall 1990): pp.
1-18.

SALLARES, Robert, Ecology of the ancient Greek world, London, Duckworth, 1991.

SALE, Kirkpatrick, Rebels Against the Future: The Luddites and Their War on the Industrial Revolution: Lessons
for the Computer Age, Reading, Mass.: Addison-Wesley Pub. Co, 1995.
The Green Revolution: The American Environmental Movement 1962-1992, New York: Hill and Wang,
1993.

SALLARES, The Ecology of the Ancient Greek World, London, Duckworth, 1991.

SALLEH, Ariel, “Second Thoughts on Rethinking Ecofeminist Politics: A Dialectical Critique”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 1.2 (1993): 93-106.

SALMON, John, e Graham Shipley(eds.), Human Landscapes in Classical Antiquity: Environment and Culture,
London/NY, Routledge, 1996.

SALTER, Christopher (ed.), The Cultural Landscape, Belmont, Mass, 1971

SÁNCHEZ PICÓN, Andrés(ed.), Historia y Medio Ambiente en el Territorio Almeriense, [Almería]: Universidad
de Almería, Servicio de Publicaciones, 1996.[Textos colóquio realizado em Março de 1995.]

SANDERS, Scott Russell, “Earth’s Body”, North American Review, (1992).


Secrets of the Universe. Boston: Beacon, 1991.
Staying Put: Making a Home in a Restless World. Boston: Beacon, 1993.
Wilderness Plots: Tales About the Settlement of the American Land. Columbus, OH: Sandstone-Ohio
State UP, 1988.

SANER, Reg, “What Does ‘Nature’ Name?”, Ohio Review, 49.4 (1993): 45-64.
The Four-Cornered Falcon: Essays on the Interior West and the Natural Scene, Baltimore: John
Hopkins UP, 1993.

SANGWAN, Satpal, Science, Technology and Colonization: an Indian Experience 1757 - 1857, Delhi, 1991.

SANTIAGO, Myrna, "Rejecting Progress in Paradise: Huastecs, the Environment, and the Oil Industry in
Veracruz, Mexico, 1900-1935.", Environmental History , Volume 3, No. 2, April 1998, pp. 169-188.

SANTMIRE, H. Paul, The Travail of Nature: Evolution, Culture, and Religion. Minneapolis: Fortress, 1993.
SARRE, Philip, Environment, Population and Development, London: Hodder & Stoughton, 1991.

SAUNDERS, Corinne J., Forest of Medieval Romance: Avernus, Broceliande, Arden, Rochester, NY: Boydell and
Brewer, 1993.

SAYRE, Robert F., New Essays on Walden, New York: Cambridge UP, 1992.

Take This Exit: Rediscovering the Lowa Landscape, Iowa City: Iowa State UP, 1990.

SCARCE, Rik, Eco-Warriors: Understanding the Radical Environmental Movement, Chicago: Noble Press, 1990.

SCHAEFFER, Francis A., Pollution and the Death of Man-the Cristian View and Ecology Wheaton, Wheaton, Ill.:
Tyndale House Publishers, 1970.

SCHAMA, Simon, Landscape and Memory, New York: Alfred A.Knopf, 1995.

SCHEFFER, Victor B., “The Sea Otter on the Washington Coast”, Pacific Northwest Quarterly, 31:371-388
(1940)

SCHLENZ, Mark, “Academe in Wonderland: Ecocriticism and the Survival of Institutions”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.1 (1994): 105-115.

SCHMIDT, Heike, 'Penetrating' Foreign Lands: Contestations over African Landscapes. A Case Study from
Eastern Zimbabwe, Environment and History, Vol.1 No.3.

SCHMIDT, Susan, “Finding a Home: Rawlings’s Cross Creek”, Southern Literary Journal, 1994.

SCHMITT, Peter J., Back to Nature: The Arcadian Myth in Urban America, New York: Oxford University Press;
Baltimore: Johns Hopkins UP, 1990.

SCHNAIBERG, A., The Environment: From Surplus to Scarcity, New York: Oxford University Press. 1980.

SCHNEIDER, Daniel W., "Enclosing the Floodplain: Resource Conflict on the Illinois River, 1880-1920”,
Environmental History, Vol. 1, No. 2 April 1996 pp. 70-96.
SCHNEIDER-HECTOR, Dietmar, “White Sands: National Monument or National Park?”, Journal of the
Southwest, 37.1 (1995): 53-78.

SCHOLTMEIJER, Marian, Animal Victims in Modern Fiction: From Sanctity to Sacrifice, Toronto: U of Toronto
P, 1993.

SCHUESSLER, Raymond, “A Brief History of the Mighty Railroad Tie”, Northern Logger & Timber Processor,
43(April 1995): 34-37, 64.

SCOULER, John, “Journal of a Voyage to N.W. America”, The Quarterly of the Oregon Historical Society, 6:54-
75 (1905) .

SECOY, D. M., And A. E. Smith, "Superstition and Social Practices Against Agricultural Pests”, Environmental
Review, 2:5 (Spring/Summer 1978): pp. 2-18.

SEGAL, Judy Z., “The Structure of Advocacy: A Study of Environmental Rhetoric”, Canadian Journal of
Communication, 16.3/4 (1991): 409-15.

SELCRAIG, “Green Fees”, Sierra, 78.4 (1993): 70-77, 86-87.

SELLERS, Christopher, "Factory as Environment: Industrial Hygiene, Professional Collaboration and the Modern
Sciences of Pollution”, Environmental History Review, 18:1 (Spring 1994): pp. 55-83.

SEN, Geeti, Indigenous Vision: Peoples of India Attitudes to the Environment, New Delhi ; London : Sage, 1992.
SENNETT, Richard, The Conscience of the Eye, W.W. Norton, 1990.

SEGRE, Luciano - Casati, Dario - Istituto nazionale di storia dell' agricoltura, Agricoltura Ambiente e Sviluppo
Economico nella Storia Europea, Milano: F. Angeli, [1993]

SERRES, Michel, The Natural Contract, Trans. Elizabeth MacArthur and William Paulson. Ann Arbor: U of
Michigan P, 1995.

SERVID, Carolyn, From the Island’s Edge: A Sitka Reader, St Paul: Graywolf P, 1995.

SESSIONS, George, ed., Deep Ecology for the 21st Century: Readings on the Philosophy and Practice of the New
Environmentalism, Boston: Shambala P, 1995.
"The Deep Ecology Movement: A Review”, Environmental Review, 11:2 (Summer 1987): pp. 105-125.

SEVILLA GUZMÁN, Eduardo e Manuel González de Molina, eds., Ecología, Campesinado e Historia, Madrid:
Las ediciones de La Piqueta, 1993

SHABECOFF, Philip, A Fierce Green Fire: The American Environmental Movement, New York: Farrar, Straus
and Giroux, 1993.
A New Name for Peace: International Environmentalism, Sustainable Development, and Democracy,
Hanover, NH, univ, Press of New england, 1996.

SHAPIRO, Harry L.(ed.), Man culture and society, N. York, 1971

SHEAL, John, Nature in Trust - the History of Nature Conservation in Britain, Glasgow, 1976
Rabbits and their History, Newton, Abbot, 1971.
"Applied Ecology and the Search for Institutional Support”, Environmental Review, 13:2 (Summer 1989):
pp. 65-79.
"The Sustainable Management of Industrial Watercourses: An English Historical Perspective.",
Environmental History, Vol. 2, No. 2 April 1997, pp. 197-215.

SHELDON, Joseph K., Rediscovery of Creation: A Bibliographical Study of the Church’s Response to
Environmental Crisis, Metuchen, NJ: Scarecrow Press, 1992.

SHELDRAKE, Rupert, The Rebirth of Nature: The Greening of Science and God, New York: Bantam Books,
1991.

SHELTON, Richard, Going Back to Bisbee, Tucson: U of Arizona P, 1992.

SHEPARD, Paul, “Gaia Doubts”, American Nature Writing Newsletter, 6.1 (1994): 11.
Man in the Landscape: A Historic View of the Esthetics of Nature, College Station: Texas A&M
UP, l991 (l967).
. Nature and Madness,San Francisco: Sierra Club Books, 1992.

SHERBROOKE, Wade C., World Desertification: Cause and Effect; a Literature Review and Annotated
Bibliography, by Wade C. Sherbrooke and Patricia Paylore. Tucson, University of Arizona, Office of Arid Lands
Studies, 1973.

SHEROW, James E., "Workings of the Geodialectic: High Plains Indians and Their Horses in the Region of the
Arkansas River Valley, 1800-1870”, Environmental History Review, 16:2 (Summer 1992): pp. 61-84.

SHERRARD, Philip, The Eclipse of Man and Nature: An Enquiry into the Origins and Consequences of Modern
Science, Hudson, NY: Lindisfarne Press, 1991.

SHERWOOD, Morgan, "The End of American Wilderness”, Environmental Review, 9:3 (Fall 1985): pp. 197-209.

SHIFFERD, Kent D., And Frank Egerton, eds. "Bibliographic Supplement II”, Environmental Review, (Winter
1978): SPECIAL ISSUE.
"Bibliographic Supplement." Environmental Review, (Fall 1977): SPECIAL ISSUE
SHIPLEY, Graham e John Salmon, Human Landscapes in Classical Antiquity: Environment and Culture, London;
New York: Routledge, 1996

SHIRLEY, Shirley. Restoring the Tallgrass Prairie: An Illustrated Manual for Iowa and the Upper Midwest. Iowa
City: U of Iowa P, 1994.

SHORT, C. Brandt, Ronald Reagan and the Public Lands: America’s Conservation Debate, 1979-1984, College
Station: Texas A&M University Press, 1989.

SHORT, John Rennie, Imagined Country - Environment, Culture, and Society, London, 1991.

SHORTLAND, Michael, Science and Nature: Essays in the History of Environmental Sciences, [Oxford]: British
Society for the History of Science , c1993

SIERRA EDITORS, “The Sierra Club Bulletin: 100 Years of Activism and Adventure”, Sierra, 78.5 (1993): 54-86.
Historia Jornal Sierra desde 1853

SIGERIST, H. E., Civilization and Disease, Ithaca, N.Y.: Cornell University Press. 1945.

SILKO, Leslie Marmon, Yellow Woman and a Beauty of the Spirit: Essays on Native American Life Today, New
York: Simon and Schuster, 1996.

SILVER, Timothy, A New Face on the Countryside: Indians, Colonists, and Slaves in the South Atlantic Forests,
1500-1800, Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

SIMMONDS, I., Changing the Earth: Culture, Environment and History, Oxford, 1989-1996.
"The Earliest Cultural Landscapes of England”, Environmental Review, 12:2 (Summer 1988): pp. 105-
116.

SIMMONS, I. G (Ian Gordon), Tooley, M. J. The Environment in British Prehistory, London: Duckworth: BBC
Books, 1981.
Changing the Face of the Earth: Culture, Environment, History, Oxford, UK; New York, NY,
USA : B. Blackwell, 1989

SIMMS, Norman, “Mythic Grandeur or Pastoral Naivete in Tangi by Witi Thimaera”, Recovering Literature: A
Journal of Contextualist Criticism, 20 (1994).

SIMON, William J., Scientific Expeditions in the Portuguese Overseas Territories (1873-1808), Lisboa, 1983

SIMONIAN, Cane, Defending the Land of the Jaguar: A History of Conservation in Mexico, Austin, 1995.

SINCLAIR, Pete, We Aspired: The Last Innocent Americans, Logan, UT: Utah State U, 1993-1994.

SINGER, Natalia Rachel, “Alone in the Sand: Landscape and Feminine Desire”, North American Review, (1993).
“Whiteout: Editing the Metaphors for the Land”, AWP Chronicle, 26.6 (1994): 1-6.

SINTON, John W., "The Phoenix of The Pines”, Environmental Review, 1:4 (1977): pp. 17-24.
"When Moscow Looks Like Chicago: An Essay on Uniformity and Diversity in Landscapes and
Communities”, Environmental History Review, 17:3 (Fall 1993): pp. 23-41.

SKOLIMOWSKI, Henryk, Dancing Shiva in the Ecological Age, Delhi: Clarion Books, 1992.

SLACK, Jennifer Daryl, and Laurie Anne Whitt, “Ethics and Cultural Studies”, Cultural Studies, Ed. Lawrence
Grossberg, Cary Nelson, e Paula A. Treichler. New York: Routledge, 1992.

SLATER, Daska, “Dress Rehearsal for Disaster”, Sierra, 79.3 (1994):

SLICER, Deborah. “Is There an Ecofeminism-Deep Ecology ‘Debate’?”, Environmental Ethics, 17.2 (1995).
SLOAN, P. R., (ed.), From Natural History to the History of Nature: Readings from Buffoon and his
Contemporaries, Notre Dame, 1981.

SLOCOMBE, D. Scott, "History and Environmental Messes: A Nonequilibrium Systems View”, Environmental
Review, 13:3-4 (Fall/Winter 1989): pp. 1-13.

SMARDON, Richard C., "When is the Pig in the Parlor?: The Interface of Legal and Aesthetic Considerations”,
Environmental Review, 8:2 (Summer 1984): pp. 146-61.

SMILOR, Raymond W., "Personal Boundaries in the Urban Environment: The Legal Attack on Noise 1865-1930",
Environmental Review, 3:2 (Spring 1979): pp. 24-36.

SMITH, Annick, Homestead, Minneapolis: Milkweed, 1995.

SMITH, Duane A., Mining America - the Industry and the Environment, 1800-1980, Lawrence, 1987

SMITH, Henry Nash, Virgin Land: The American West as Symbol and Myth, Cambridge, MA: Harvard University
Press, 1950.

SMITH, N. and L. J. Theberge, Energy Coverage Media Panic, New York: Longman. 1983.

SMITH, Thomas G., “John Kennedy, Steward Udall, and New Frontier Conservation”, Pacific Northwest
Quarterly, 64 (August 1995): 329-352.

SNOW, Donald, Inside the Environmental Movement: Meeting the Leadership Challenge, Washington, D.C.:
Island P, 1992.

SNYDER, Gary, The Practice of the Wild, San Francisco: North Point Press, 1990.
“The Watershed”, Sierra, 77.3 May/June (1992): 24-25.
A Place in Space: Ethics, Aesthetics, and Watersheds, Washington, D.C.: Counterpoint, 1996.
Gary. Mountains and Rivers Without End, Washington, D.C.: Counterpoint, 1996.
The Practice of the Wild, San Francisco: North Point, 1990.
The Death-Dealing Smog Over Donora, Pennsylvania: Industrial Air Pollution, Public Health Policy and
the Politics of Expertise, 1948-1949, Environmental History Review, (Spring 1994.): 117-138.

SNYDER, Joel, “Territorial Photography”, In Landscape and Power, edited by W.J.T. Mitchell, 175-201.Chicago,
Illinois: University of Chicago Press, 1994.

SNYDER, Lynne Page, "'The Death-Dealing Smog Over Donora, Pennsylvania': Industrial Air Pollution, Public
Health Policy, and the Politics of Expertise, 1948-1949”, Environmental History Review, 18:1 (Spring 1994): pp.
117-39.

SOLBRIG, Otto T., and Dorothy J. Solbrig, So Shall You Reap: Farming and Crops in Human Affairs, Covelo,
CA: Island P, 1994.

SOMMA, Mark, "Ecological Flight: Explaining the Move From Country to City in Developing Nations”,
Environmental History Review, 15:3 (Fall 1991): pp. 1-26.

SONNENFELD, David A., "Mexico's 'Green Revolution,' 1940-1980: Towards an Environmental History“,
Environmental History Review, 16:4 (Winter 1992): pp. 29-52.

SOROOS, Marvin S., "The International Commons: A Historical Perspective”, Environmental Review, 12:1
(Spring 1988): pp. 1-22.

SOULE, Michael E., and Gary Lease, eds., Reinventing Nature? Responses to Postmodern Deconstruction,
Washington, D.C.: Island Press, 1994-1995.

SPENCE, Mark David, "Crown of the Continent, Backbone of the World: The American Wilderness Ideal and
Blackfeet Exclusion from Glacier National Park.", Environmental History , Vol. 1, No. 3 July 1996 pp. 29-49.
SPERLIN, O. B., ed., The Brackenridge Journal for the Oregon Country, Seattle: University of Washington Press,
1984.

SPETH, William W., "Environmental Theory in Early American Ethnology”, Environmental Review, 2:6
(Fall/Winter 1978): pp. 24-33.

SPRETNAK, Charlene, States of Grace: The Recovery of Meaning in the Postmodern Age, San Francisco:
HarperCollins, 1991.

SPRING, David and Eileen, (ed.) Ecology and Religion in History, New York, Harper & Row, 1974.

SPRINGER, Haskell, America and the Sea, Athens: U of Georgia P, 1995.

SPURR, Stephen H., and Burton V. Barnes, “The American Forest Since 1600”, In Forest Ecology, 557-571.
NewYork: Ronald Press, 1964.

STAFFORD, B. M., Voyage into Substance - Science, Nature and the Illustrated Travel Account 1770-1840,
Cambridge, Mass. 1984

STAFLEU, F. A., Linnaeus and the linnaeans. The Spreading of their Ideas in Systematic Botany, 1735-1789,
Utrecht, 1971

STAMP, L. Dudley (Laurence Dudley), 1898-1966, Man and the Land, [2d ed., rev.]London, Collins, 1964.

STARBOIN, Christina Fijan, “Cooper’s Critters: Animals in the Leatherstocking Tales”, DAÍ, 54 (1993).

STEADMAN, John M, Nature into Myth: Medieval and Renaissance Moral Symbols, Pittsburgh: Duquesne
University Press; Atlantic Highlands, N.J.: distributed by Humanities Press, [1978]

STEADMAN, David W. 1995, “Prehistoric Extinctions of Pacific Island Birds: Biodiversity Meets
Zooarchaeology”, Science, vol.267 (24 Feb 1995):1123-1130.

STEARNS, Raymond P., Science in the British Colonies of America, Urbana, 1970

STEBBINS, Jr, Theodore E, TROYEN, Carol, FAIR BROTHER, Trevor J., (comps.) A New World: Masterpieces
of American Painting 1760-1910, Boston, 1983.

STEFFENS, Ron, “Burning the Mountain”, Weber Studies, 11.3 (1994): 33-40.
“On Avoiding Tourism: A Journey by Book into the Wilds”, Bloomsbury Review, 14.2 (1994): 19.
“Working the Woods”, Wild Earth, 2.3 (1992): 71-75.

STEGNER, Wallace, Angle of Repose, New York: Doubleday & Co., 1971.
The American West as Living Space, Ann Arbor: The University of Michigan Press, 1987
Where the Bluebird Sings to the Lemonade Springs: Living and Writing in the West, New York: Random
House, 1992.

STEINBERG, Theodore L., "An Ecological Perspective on the Origins of Industrialization”, Environmental
Review, 10:4 (Winter 1986): pp. 261-76.
"Do-It-Yourself Deathscape: The Unnatural History of Natural Disaster in Southern Florida.",
Environmental History , Vol. 2, No. 4 October 1997, pp. 414-438.

STEINHART, Peter, “Mud Wrestling”, Sierra, 78.1 (1993): 54-59, 148-150.

STEINITZ, Carl, "Predicting the Impacts of Suburban Development upon an Historically Valuable Landscape, the
Boston Region South Shore”, Environmental Review, 4:3 (Fall 1981): pp. 2-23.

STENEHJEM, Michele A., "Pathways of Radioactive Contamination: Beginning the History, Public Enquiry, and
Policy Study of the Hanford Nuclear Reservation”, Environmental Review, 13:3-4 (Fall/Winter 1989): pp. 95-112.
STEPHEN C. Rockefeller, and John C. Elder, Spirit and Nature: Why the Environment is a Religious Issue,
Boston: Beacon, 1992.

STERLING, Keir B., "Naturalists of the Southwest at the Turn of the Century”, Environmental Review, 3:1 (Fall
1978): pp. 20-33.

STEWART, Hilary, Cedar: Tree of Life to the Northwest Coast Indians, Seattle: University of Washington Press,
1984.

STEWART, Mart, What Nature Suffers to Groe: Life, Labor, and Landscape on the Georgia coast, 1680-1920,
Athens, Univ, of Georgia Press, 1996

STEWART, Veronica, “The Wild Side of The Wide, Wide World”, Legacy: A Jornal of American Women Writers,
11.1 (1994): 1-16.

STILL, Bayrd, Urban America: A History with Documents, Boston: Little, Brown, 1974.

STILLGOE, John R., Common Landscape of America, 1580-1845, New Haven: Yale University Press, 1982.
"Jack-o'-lanterns to Surveyors: The Secularization of Landscape Boundaries”, Environmental Review, 1:1
(1977), pp. 14-31
"Two Archetypes of Landscape: Landschaft and Linearity”, Environmental Review, 4:1 (Spring 1980):
pp. 2-17.

STINE, Jeffrey K., "Environmental Politics in the American South: The Fight over the Tennessee-Tombigbee
Waterway”, Environmental History Review, 15:1 (Spring 1991): pp. 1-24.

STINE, Peter, On Nature’s Terms: Contemporary Voices, College Station: Texas A&M UP, l992.

STONE, Christopher, The Gnat is Older than Man: Global Environment and Human Agenda, Princeton: Princeton
UP, 1993.

STOTT, R. Jeffrey, "The Historical Origins of the Zoological Park in American Thought”, Environmental Review,
5:2 (Fall/Winter 1981): pp. 52-65.

STRONG, David, “Disclosive Discourse, Ecology, and Technology”, Environmental Ethics, 16.1 (1994): 89-102.

STRUM, Harvey, and Fred Strum, "American Solar Energy Policy, 1952-1982”, Environmental Review, 7:2
(Summer 1983): pp. 135-53.

STUBBS, Brett J., Land Improvement or Institutionalised Destruction? The Ringbarking Controversy, 1879-1884,
and the Emergence of a Conservation Ethic in New South Wales, Environment and History, Volume 4, No.2, 1998

STURROCK, June, “Protective Pastoral: Innocence and Female Experience in William Blake’s ‘Songs’ and
Christina Rossetti’s ‘Goblin Market’”, Colby Quarterly, 30.2 (1994): 98-108.

SULLIVAN JR., Garrett A., “’Arden Lay Murdered in that Plot of Ground’: Surveying, Land, and Arden of
Faversham”, ELH, 61.2 (1994): 231-252.

SUMNER, Ray, A Woman in the Wilderness: the Story of Amalie Dietrich in Australia, NSW, Australia: New
South Australia, 1993.

SUNDERMEIER, Michael, “Of Wet and Of Wildness: Hopkins and the Environment”, Gerard Manley Hopkins
Annual, Omaha, NE: Creighton UP, 1992.

SUSMAN, W., Culture as History: The Transformation of American Society in the Twentieth Century, rev. ed.
New York: Pantheon. 1984.

SUTHERLAND, Guilland, An English Arcadia: Landscape and Architecture in Britain and America, San Marino,
CA: Huntington Library, 1992.
SUZUKI, David, and Peter Knudtson, eds., Wisdom of the Elders: Honoring Native Visions of Nature, New York:
Bantam, 1992.

SWAIN, D. C., Wilderness Defender: Horace M. Albright and Conservation, Chicago: University Press. 1970.

SWAN, Susan L., "Drought and Mexico's Struggle for Independence”, Environmental Review, 6:1 (Spring 1982):
pp. 54-62.

SWIFT, J., The other Eden. A new Approach to Man, Nature and Society, London, 1974.

SZASZ, Andrew, EcoPopulism: Toxic Waste and the Movement for Environmental Justice, Social Movements,
Protest, and Contention,Vol. I. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1994.

SZASZ, Ferenc M.,"The Impact of World War II on the Land: Gruinard Island, Scotland, and Trinity Site, New
Mexico as Case Studies”, Environmental History Review, 19:4 (Winter 1995): pp. 15-30.

T
TACEY, David J. (David John), Edge of the Sacred: Transformation in Australia, North Blackburn, Vic.,
Australia: HarperCollins, c1995.

TAG, Stan, “English 104: The Wilderness in American Life”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and
Environment, 1.2 (1993): 107-114.
"Forest Life and Forest Trees: Thoreau and John S. Springer in the Maine Woods”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.1 (1994): 77-84.

TALL, Deborah, From Where We Stand: Recovering a Sense of Place, New York: Knopf, 1993.

TAMMARO, Thom, Inheriting the Land: Contemporary Voices from the Midwest, Minneapolis: U of Minnesota P,
1993.

TARR, Joel A., “Historical Turning Points in Municipal Water Supply and Wastewater Disposal, 1850-1932”,
Civil Engineering, 47 (1977): 82-91.
“Out of Sight, Out of Mind: A Brief History of Sewage Disposal in the United States”, American History
Illustrated, 10 (1976):40-47.
The Search for the Ultimate Sink: Urban Pollution in Historical Perspective, Akron, OH: TheUniversity
of Akron press, 1996.
"Searching for a 'Sink' for an Industrial Waste: Iron-Making Fuels and the Environment”, Environmental
History Review, 18:1 (Spring 1994): pp. 9-34.

TARTER, Jim, “Collective Subjectivity and Postmodern Ecology”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature
and Environment, 2.2 (1995).

TASSONI, John Paul, “Lying with Sea-gull: The Ecofeminist Dialogics of Beauty in Robinson Jeffer’s ‘The
Inhumanist’”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.2 (1995).

TAUTGES, Alan, "The Oregon Omnibus Wilderness Act of 1978 as a Component of the Endangered American
Wilderness Act of 1978, Public Law 95-237”, Environmental Review, 13:1 (Spring 1989): pp. 43-61.

TAYLOR, Alan, William Cooper’s Town: Power and Persuasion on the Frontier of the Early American Republic,
New York: Knopf, 1995.
"Unnatural Inequalities: Social and Environmental Histories”, Environmental history 1:4 (1996), pp. 6-
19.
"Unnatural Inequalities: Social and Environmental Histories.", Environmental History, Vol. 1, No. 4
October 1996, pp. 6-19.
“Wasty Ways”: Stories of American Settlement, Environmental History,Volume 3, No. 3, July 1998, pp.
291-310.
TAYLOR, Bron, ed., Ecological Resistance Movements:The Global Emergence of Radical and Popular
Environmentalism, Albany: State U of New York P, 1995.

TAYLOR, James David, "'Base Commoditie:' Natural Resource and Natural History in Smith's 'The Generall
Historie'“, Environmental History Review, 17:4 (Winter 1993): pp. 73-89.

TAYLOR, Peter, The Politics of the Conservation of Nature, Environment and History, Volume 3, No.2, 1997.

TAYLOR, R. Frederick,“The Search For a Sacred Place: Essays Toward a Spirituality of Nature”, DAÍ, 53 (June
1993): 4324-A

TEAGUE, David, “Green Grass in Yellow Sky: Stephen Crane in Southwest Texas”, ISLE: Interdisciplinary
Studies in Literature and Environment, 1.2 (1993): 81-91.
The Southwest in american Literature and art: the Rise of a Desert a esthetic, Tucson, Univ. of Arizona
Press, 1997

TEBRAKE, William Henry, Medieval Frontier: Culture and Ecology in Rijnnland, Texas A&M Univ. Press, 1985.

TEICH, Mikulas, PORTER, Roy, Bogustafsson (ed.), Nature and Society in Historical Context, Texas, 1985/New
York: Cambridge University Press, 1997.

TELELIS, Ioannis G., The Climate of Tübingen A.D. 1596-1605, on the basis of Martin Crusius' Diarium,
Environment and History, Volume 4, No.1, 1998.

TERRIE, Philip G., "Verplanck Colvin, Adirondack Surveyor: Response to Wilderness”, Environmental Review,
7:3 (Fall 1983): pp. 275-90.

THAYER, Robert L., Jr, Gray World, Green Heart: Technology, Nature, and the Sustainable Landscape, Wiley,
1994.

THIRGOOD, J. V., Man and the Mediterranean Forest. A History of Resource Depletion, London, Academic
Press, 1981.

THOMAS, Christine L., "One Hundred Twenty Years of Citizen Involvement with the Wisconsin Natural
Resources Board”, Environmental History Review, 15:1 (Spring 1991): pp. 61-81.

THOMAS, Heather Smith, “History of Public Land Grazing”, Rangelands, 16 (December 1994): 50-55.

THOMAS, John L., Coping with the Past: Patrick Geddes, Lewis Mumford and the Regional Museum,
Environment and History, Volume 3, No.1, 1997

THOMAS, K., Man and the Natural World. Changing Attitudes in England 1500-1800, Oxford, 1983

THOMAS, Keith, Man and the Natural World: A History of the Modern Sensibility, New York: Pantheon Books,
1983.
O Homem e o Mundo Natural, S. Paulo, C. das Letras, 1988.

THOMAS, W. L., (ed.), Man’s Role in Changing the Face of the Earth, Chicago, 1956-1971

THOMASHOW, Mitchell, Ecological Identity: Becoming a Reflective Environmentalist, Cambridge, MA: MIT
Press, 1995.

THOMPSON, Garry, The Museum Environment, London/Boston, 1986.

THOMPSON, George, ed., Landscape in America, Austin: U of Texas P, 1995.Colectânea de ensaios

THOMPSON, William Irwin, ed., Gaia, A Way of Knowing: Political Implications of the New Biology, Hudson,
NY: Lindisfarne Press, 1987.
Gaia Two, Emergence: The New Science of Becoming, Hudson, NY: Lindisfarne Press, 1991.
THURN, Thora Flack, “The Quest for Freedom in the Changing West of Edward Abbey and Larry McMurtry”,
DAÍ, 52 (September 1991): 992-A.

TICHI, Cecilia, New World, New Earth - Environmental Reform in American Literature from the Puritans through
Whitman, N. Haven, 1979.

TIKALSKY, Frank, The Grand Canyon: Intimate Views, Tucson: U. of Arizona Press, 1992.

TILLEY, Christopher, A Phenomenology of Landscape, Berg, 1994.

TISDALE, Sallie. Stepping Westward: The Long Search for Home in the Pacific Northwest. New York:
HarperCollins, 1991.

TIVY, Joy, The Organic Resources of Scotland; their Nature and Evaluation, edited by Tivy Joy. Edinburgh,
Oliver & Boyd [1973]

TOBIAS, M., e G. Cowan, The Soul of Nature: Visions of a Living Earth, Continuum, 1994.

TOBIAS, Michael, A Vision of Nature: Traces of the Original World, Kent, OH: Kent State UP, 1995.

TOHE, Laura, “Restoring the Creative Voice Through Landscape”, American Nature Writing Newsletter, 6
(1994).

TOMER, John S., and Michael J. Brodhead, eds., A Naturalist in Indian Territory: The Journals of S.W.
Woodhouse, 1849-50, Norman: U of Oklahoma P, 1996.

TOMPKINS, Jane, West of Everything, New York: Oxford UP, 1992.

TOTMAN, C., The Green Archipelago. Forestry and Conservation in Seventeenth Century Japan, Berkley, Calif,
1989.
"A Century of Scholarship on Early Modern Japanese Forestry, 1880-1980”, Environmental Review, 9:1
(Spring 1985): pp. 34-53.

TOWNSEND, John K., Narrative of a Journey Across the Rocky Mountains to the Columbia River, Lincoln:
University of Nebraska Press, 1978.

TRAINA, Giusto, Ambiente e Paesaggi di Roma Antica, Roma: NIS, 1990.

TRASK, Haunani-Kay, From a Native Daughter: Colonialism and Sovereignty in Hawai’i, Common Courage P,
1994.

TRENTO, Salavatore Michael, A Field Guide to Mysterious Places of the West, Boulder, CO: Pruett, 1994.

TRUETT, Joe E., Circling Back: Chronicle of a Texas River Valley, Iowa City: U of Iowa P, 1996.

TRUETT, Samuel, "Neighbors by Nature: Rethinking Region, Nation, and Environmental History in the U.S.-
Mexico Borderlands.", Environmental History, Vol. 2, No. 2 April 1997, pp. 160-178.

TRUSSELL, Denys, “The Arts and Planetary Survival, Part II”, The Ecologist, 20 (1990).

TUAN, Yi-Fu, Passing Strange and Wonderful: Aesthetics, Nature, and Culture, Washington, D.C.: Island Press,
l993.
Topophilia: A Study of Environmental Perception, New York: Pantheon Books, 1979.
Space and Place: The Perspective of Experience, Minneapolis: University of Minnesota Press, 1977.
Landscapes of Fear, New York: Pantheon Books, 1979.

TUCKER, Lindsey, “Walking the Red Road: Mobility, Maternity, and Native American Myth in Alice Walker’s
“Meridian””, Women’s Studies: An Interdisciplinary Journal, 19.1 (1991): 1-17.
TUCKER, Mary Evelyn, "The Relevance of Chinese Neo-Confucianism for the Reverence of Nature”,
Environmental History Review, 15:2 (Summer 1991): pp. 55-69.

TUCKER, R. P., RICHARDS, J. F. (eds.), Global Deforestation and the Nineteenth Century World Economy,
Durham, 1983-1989.

TUCKER, Richard P., RICHARDS, J. F., World Deforestation in the Twentieth Century, Durham, N. C., 1988

TUDELA, Fernando, Desarollo y Medioambiente en America Latina y el Caribe, Madrid, 1991.

TURNER, B. L.[1945-], et. al., The Earth as Transformed by Human Action, Cambridge/N.York, Cambridge Univ.
Press with Clark Univ., 1990.

TURNER, Brian, United Nations List of National Parks and Protected Areas (1993), World Conservation
Monitoring Centre and the IUCN Commission on National Parks and Protected Areas, Covelo 1994.

TURNER, Frederick Jackson, The Significance of the Frontier in American History, Edited by Martin Ridge.
Madison, WI: Silver Buckle Press, 1994.

TURNER, Frederick, “Cultivating the American Garden:Toward a Secular View of Nature”, Harper’s, (Aug
19**): 45-52.
A Border of Blue: Along the Gulf of Mexico from the Keys to the Yucatan, New York: Holt, 1993.
Beauty: The Value of Values, Charlottesville: UP of Virginia, 1992.
Beyond Geography: The Western Spirit Against the Wilderness, New York: Viking, 1980.
Natural Classicism, Charlottesville: UP of Virginia, 1992.
Rebirth of Value: Meditations on Beauty, Ecology, Religion, and Education, Albany: State U of New
York P, 1991.
Spirit of Place: The Making of an American Literary Landscape, Washington, D.C.: Island, 1992 (1989).

TURNER, Jack, “Creating a Tradition of “The Deep Wild””, The Leader (Publication of the Outdoor Leadership
School), 1992.

TURRI, Eugenio, Gli Uomini delle Tende: i Pastori Nomadi tra Ecologia e Storia, tra Deserto e Bidonville,
Edizioni di Comunita,: Milano,1983

TURRILL, William Bertram, 1890-1961, The Royal Botanic Gardens; Kew, past and Present, London, H. Jenkins
[1959]

U
UDALL, Sharyn R., Contested Terrain: Myth and Meaning in Southwest Art, Albuquerque: University of New
Mexico Press, 1996.

UDALL, Stewart, The Quiet Crisis, NewYork: Holt, Rinehart and Winston, 1963.

UEKOETTER, Frank, Confronting the Pitfalls of Current Environmental History: An Argument for an
Organisational Approach, Environment and History, Volume 4, No.1, 1998

UNGER, Douglas,Leaving the Land, Lincoln: U of Nebraska P, 1995.

UPTON, Barbara Jean, “Towards an Environmental Ethic: A Whiteheadean Perspective”, DAÍ, 33 (December
1995).

URSCHEL, Linda K., “Emerson’s ‘The Snow-Storm’”, Explicator, 50 (1991).

URTEAGA, L., La Tierra Esquilmada - Las Ideas sobre la Conservación de la Naturaleza en la Cultura Espanola
del siglo XVIII, Barcelona, 1981
V
VAN BUREN, John, “Critical Environmental Hermeneutics”, Environmental Ethics, 17.3 (1995).

VAN DYKE, John C., The Autobiography of John C. Van Dyke, Ed. Peter Wild. Salt Lake City: Utah UP, 1993.

VAN GIESON, Judith, Raptor: A Neil Hamel Mystery, New York: Pocket Books, 1990.
The Wolf Path: A Neil Hamel Mystery, New York: HarperCollins, 1992.

VAN HISE, Charles R., The Conservation of Natural Resources in the United States, New York: Macmillan, 1910.

VAN SITTERT, Lance, "'More in the Breach Than in the Observance:' Crayfish, Conservation & Capitalism
c.1890-c.1939”, Environmental History Review, 17:4 (Winter 1993): pp. 21-46.
“Keeping the Enemy at Bay”: The Extermination of Wild Carnivora in the Cape Colony, 1889-1910,
Environmental History, Volume 3, No. 3, July 1998, pp. 333-356.

VAN SLYCK, Abigail A., Manana, Manana: Racial Stereotypes and the Anglo Rediscovery of the Southwest’s
Vernacular Architecture, 1890-1920, Gender, Class, and Shelter: Perspectives in Vernacular Architecture V,
Elizabeth Cromley e Carter L. Hudgins, eds., Knoxville: University of Tennessee Press, 1995.

VANDEVEER, Donald, & Christine Pierce, eds., People, Penguins and Plastic Trees, Belmont, Cal: Wadsworth,
1986
The Environmental Ethics and Policy Book: Philosophy, Ecology, Economics, Belmont, CA: Wadsworth,
1994.

VECSEY, Christopher, and William A. Starna, eds., Iroquois Land Claims, Syracuse, NY: Syracuse University
Press, 1988.
E Robert W. Venables, American Indian Environments: Ecological issues in Native American History,
Syracuse, NY., Syracuse Univ. Press,1980.

VERBURG, Carol F. The Environmental Predicament: Four Issues for Critical Analysis. Boston: Bedford Books
of St. Martin’s, 1995.

VERSLUIS, Arthur, Sacred Earth: The Spiritual Landscape of Native America, Rochester, VT: Inner Traditions
International, 1991.

VEST, Jay Hansford C., “The Philosophical Significance of Wilderness Solitude”, Environmental Ethics, 9 (Dec.
1987): 303-30.
"Will-of-the-Land: Wilderness Among Primal Indo-Europeans”, Environmental Review, 9:4 (Winter
1985): pp. 323-29.

VICKERY, Jim dale, Open Spaces, Minocqua, WI: North Word P, 1991.

VIETOR, Richard H. K., "The Evolution of Public Environmental Policy: The Case of 'Non-Significant
Deterioration'“, pp. Environmental Review 3 (Winter 1979): 2-19.

VIPOND, Douglas, and Russell A. Hunt, “The Strange Case of the Queen-Post Truss: John McPhee on Writing
and Reading”, College Composition and Communication, 42.2 (1991): 200-210.

VIOLA, Eduardo e outros, Ecologia e Política no Brasil, Rio de Janeiro, IUPERJ/ Espaço e Tempo, 1987

VOROS, Gyorgyi, “’A Cure of the Ground and of Ourselves’: The Ecological Poetry of Wallace Stevens”, DAÍ, 54
(1994).
“Transparencies of Sound: From Tropes of Seeing to Tropes of Hearing in the Poetry of Wallace
Stevens”, West Virginia University Philological Papers, 37 (1991).
W
WAAGE, Frederick O. (ed.), Environmental Literature-materials, Methods, Resources, N. York, 1985.
The Paradoxes of Black Agrarianism, Modern Language Association Conference. Chicago, IL, 1995.

WADDELL, Craig, “Perils of a Modern Cassandra: Rhetorical Aspects of Public Indifference to the Population
Explosion”, Social Epistemology, 8 (1994).

WAGSTAFF, J. M., The Evolution of Middle EasternLandscapes an Outline to A. D. 1840, London, 1985.
Landscape and Culture. Geographical and Arcaelogical Perspectives, Cornwall, 1987.

WALKER, Charlotte Zoe, Key D. Benjamin, and George Dunham, eds., Sharp Eyes: Proceedings of a Conference
on John Burroughs and Environmental Writing, New York: State U of New York at Oneonta, 1995.

WALKER, John D., “Plains and Prairie: Space, History, and the Literary Imagination in Australia and the United
States”, Great Plains Quarterly, 14.1 (1994): 29-48.

WALL, Derek, Green History: A Reader in Environmental Literature, Philosophy, and Politics, New York:
Routledge, 1994.

WALLACE, Allison Bulsterbaum, “’The Prospect Hence Is Infinite’: Ecocentrism in Twentieth Century American
Nature Writing”, DAÍ, 53 (May 1993): 3914-A

WALLACE, Aubrey, Eco-Heroes: Twelve Tales of Environmental Victory, San Francisco: Mercury House, 1993.

WALLACE, David Rains, The Untamed Garden and other Personal Essays, Ohio, 1984.

WALTH, Brent, Fire at Eden’s Gate: Tom McCall and the Oregon Story, Oregon Historical Society Press, 1995.

WARD, R.C., “The Spirits Will Leave: Preventing the Desecrationand Destruction of Native American Sacred
Sites on FederalLand”, Ecology Law Quarterly, 19, no. 4 (1992):795- 846.

WARNER, Sam Bass, Jr., "Environmental Re-Reading: Three Urban Novels”, Environmental History Review,
17:3 (Summer 1993): pp. 69-84.

WARREN, Karen J., “The Power and the Promise of Ecological Feminism”, Environmental Ethics, 12 (1990).
Ecological Feminism, London: Routledge, 1994.
“Feminism and Ecology: Making Connections”, Environmental Ethics, 9 (no. 1: 1987): 3-20.

WATERMAN, Laura, and Guy Waterman, Wilderness Ethics: Preserving the Spirit of Wildness, Woodstock, VT:
Countryman P, 1993.

WATKINS, Paul, Archangel, New York: Random House, 1995

WATKINS, T.H., and Patricia Byrnes, eds., The World of Wilderness: Essays on the Power and Purpose of of Wild
Country, Niwot, CO: Roberts Rhinehart, 1995.

WATSON, Lyall, Dark Nature: A Natural History of Evil, New York: HarperCollins, 1996.

WATTS, May Thielgaard, Reading the Landscape in America, New York: Collier Books, 1975.

WATTS, Sheldom, Epidemics and History. Disease, Power and Imperialism, New Haven, 1997.

WEBER, David. The Spanish Frontier in North America, New Haven: Yale University Press, 1992.

WEIDENSAUL, Scott, Mountains of the Heart: A Natural History of the Appalachians, Golden, CO: Fulcrum,
1994.
WEIGLE, Marta e Barbara Babcock, The Great Southwest of the Fred Harvey Company and the Santa Fe Railway,
Phoenix: The Heard Museum, 1996.

WEINER, Douglas R., "The Historical Origins of Soviet Environmentalism”, Environmental Review, 6:2 (Fall
1982): pp. 42-62.

WEINER, J. S., The Natural History of Man, N. Y., 1973.

WEISKEL, Timothy C., "Agents of Empire: Steps Toward an Ecology of Imperialism”, Environmental Review,
11:4 (Winter 1987): pp. 275-88.

WENNER, Lettie Mcspadden, "The Misuse and Abuse of NEPA”, Environmental Review, 7:3 (Fall 1983): pp.
229-54.

WERGER, M. J. a.(ed.), Biogepgraphy and Ecology of Southern Africa, 2 vols, Hajne, 1978.

WALL, D., Green History: A Reader in Environmental Literature, Philosophy and Politics, London: Routledge.
1994.

WENZ, Peter, Environmental Justice, Albany: State University of New York Press, 1988.

WEST, Carrol Van, “The Best Kind of Building: The New Deal Landscape of the Northern Plains, 1933-42”,
Great Plains Quarterly, 14.2 (1994): 129-41.

WESTLING, Louise H., The Green Breast of the New World: Landscape, Gender, and American Fiction, Athens:
U of Georgia P, 1996.
“Joy Harjo and Louise Erdrich: Speaking for the Ground”, American Nature Writing Newsletter, 5
(1993).

WESTON, Anthony, Back to Earth: Tomorrow’s Environmentalism, Philadelphia: Temple UP, 1995.

WESTPHAL, Dale, and Fred Westphal, eds., Planet in Peril: Essays in Environmental Ethics, New York:
Harcourt, 1994.

WESTRA, Laura & Peter D. Wenz, Faces of Environmental Racism: Confronting Issues of Global Justice
(Lanham, Md: Rowman & Littlefield, 1995)
E Thomas M. Robinson(ed.), The Greeks and the Environment, Lanham, 1997.

WHEELER, O. D., Nathaniel Pitt Langford: The Vigilante, the Explorer, the Expounder and First Superintendent
of the Yellowstone Park, Minnesota Historical Society Collections. 1915.

WHEELER, Richard, “The Park and Garden Survey at Stowe: The Replanting and Restoration of the Historical
Landscape”, Huntington Library Quarterly, 55 (1992).

WHELAN, T. (ed.), Nature Tourism: Managing for the Environment, Washington DC: Island Press. 1991.

WHISENHUNT, Donald W., The Environment and the American Experience: a Historian Looks at the Ecological
Crisis, Port Washington, NY, Kennikat Press, 1974.

WHITE, Evelyn C., “Black Women and the Wilderness”, The Stories That Shape Us, Ed. Teresa Jordan and James
Hepworth.

WHITE, Jonathan, Talking on the Water: Conversations About Nature and Creativity, San Francisco: Sierra Club,
1994.

WHITE, Lynn, Jr., “The Historical Roots of Our Ecologic Crisis”, Science, 155 (10 March 1967): 1203-1207

WHITE, Richard, Land Use, Environment, and Social Change: A History of Island County, Washington, Seattle:
University of Washington Press, 1979.
“Native Americans and the Environment”,In Scholars and the Indian Experience, edited by
W.R.Swagerty, 179-204. Bloomington, IN: Indiana University Press, 1984.
The Middle Ground: Indians, Empires, and Republicsin the Great Lakes Region, 1650-1815, Cambridge,
New York: Cambridge University Press, 1991.
The Roots of Dependency: Subsistence, Environment, and Social Change among the Choctaws, Pawnees,
and Navajos, Lincoln: University of Nebraska Press, 1983.
American Environmental History: The Development of a New Historical Field, Pacific Historical Review,
54. (August 1985): 297-335.

WHYTE, Robert Orr, 1903- , Land and Land Appraisal, The Hague: Junk, 1976.

WHITELOCK, Derek, Conquest to Conservation: History of Human Impact on the South Australian Environment,
Cowandilla, S. Aust.: Wakefield Press, 1985

WHITNEY, Gordon G., From Coastal Wilderness to Fruited Plain: A History of Environmental Change in
Temperate North America, 1500 to the Present, New York: Pantheon, 1994.

WHITTLESEY, Lee H., ed., Lost in Yellowstone: Truman Evert’s ‘Thirty-seven Days of Peril’, Salt Lake City: U
of Utah P, 1995.

WHORTON, James, Before Silent Spring: Pesticides and Public Healthin Pre-DDT America, Princeton, NJ:
Princeton University Press,1974.

WILDER, Kathryn, Walking the Twilight, Flagstaff, AZ: Northland, 1994.

WILEY, John P., Jr, Natural High, Hanover, NH: UP of New England, 1993.

WILKES, Garison, "Plant Germplasm Resources--American Independence, Past and Future”, Environmental
Review, 1:1 (1977), pp. 2-13

WILLERS, Bill, Learning to Listen to the Land, Washington, D.C.: Island P, 1991.

WILLIAMS, George C., Adaptation and Natural Selection: A Critique of Some Current Evolutionary Thought,
Princeton: Princeton UP, 1996.
Wilderness and Paradise in Christian Thought; the Biblical Experience of the Desert in the History of
Christianity & the Paradise theme in the Theological Idea of the University, New York, Harper [c1962]

WILLIAMS, Joy. “The Imaginary Everglades.” Outside 19.1 (1994): 38-43; 90-95.
“The Sly Season.” Outside 16.9 (1991): 66-68.

WILLIAMS, M., The Americans and their Forest: A Historical Geography, Cambridge, 1989

WILLIAMS, Raymond, The Country and the City, New York:Oxford University Press, 1976.

WILLIAMS, Terry Tempest, “All That is Hidden”, Sierra, 78.2 March/April (1993): 74-77.
An Unspoken Hunger: Stories from the Field, New York: Pantheon, 1994.
Desert Quartet: An Erotic Landscape, New York: Pantheon, 1995.
Refuge: An Unnatural History of Family and Place, New York: Pantheon, 1991.

WILLIS, Paul J., No Clock in the Forest, New York: Avon, 1991.

WILMERDING, John, ed., American Light: The Luminist Movement, 1850-1875, New York: Harper & Row,
1980.

WILSON, Alexander, The Culture of Nature: North American Landscape from Disney to the Exxon Valdez,
Cambridge, MA: Blackwell, 1992.

WILSON, Chris and David Kammer, Community and Continuity: The History, Architecture and Cultural
Landscape of La Tierra Amarilla, Santa Fe, New Mexico: Historic Preservation Division, Office of Cultural
Affairs, 1989.
WILSON, Chris, The Myth of Santa Fe: Tourism, Ethnic Identity, and the Creation of a Modern Regional
Tradition, Albuquerque: University of New Mexico Press, 1997.
New Mexico in the Tradition of Romantic Reaction Pueblo Style and Regional Architecture, Nicholas C.
Markovich, Wolfgang F.E. Preiser, and Fred G. Sturm, eds, New York: Van Norstrand Reinhold, 1990.

WILSON, David, The Wasting of America’s Built Environment, Rowman and Littlefield, 1992.

WILSON, Edward O., Naturalist, Covelo, CA: Island P, 1994.


The Diversity of Life, New York: Norton, l992.

WILSON, K.B., 'Water Used to be Scattered in the Landscape': Local Understandings of Soil Erosion and Land
Use Planning in Southern Zimbabwe, Environment and History, Vol.1 No.3,
"Cooperation and Conflict in a Federal-Municipal Watershed: A Case Study of Portland, Oregon”,
Environmental History Review, 16:3 (Fall 1992): pp. 71-90.

WILSON, Peter J., The Domestication of the Human Species, New Haven, 1988.

WINTHROP, Theodore, The Canoe and Saddle, or: Klalam and Klickatat, Tacoma: J. Williams, 1913

WIRTH, John D., "The Trail Smelter Dispute: Canadians and Americans Confront Transboundary Pollution, 1927-
41”, Environmental history 1:2 (1996), pp. 34-51.

WISSLER, Clark, 1870-1947, The Relation of Nature to Man in Aboriginal America, by Clark Wissler ... New
York, London [etc.] Oxford University Press, 1926.

WOHLWILL, Joachim F., "A Psychologist Looks at Land Use”, Environmental Review, 3:1 (Fall 1978): pp. 34-
48.

WOLFE, Cary. “Alone with America: Cavell, Emerson, and the Politics of Individualism.” New Literary History
25.1 (1994): 137-57.

WOLFE, Michael L., "The Wild Horse and Burro Issue, 1982”, Environmental Review, 7:2 (Summer 1983): pp.
179-92.

WOLKE, Howie, Wilderness on the Rocks, Foreword by Edward Abbey. Tucson, AZ: Ned Ludd Books, 1991.

WONG, Thomas Toone, The Chinese Response to the American Environment, 1849-1902, Ann Arbor, MI.: UMI,
1994.

WOOD, C.T., Big Muddy: Down the Mississippi through America’s Heartland, New York: Plume, 1992.

WOODWARD, Laura L., And Ralph L. Woodward, Jr., "Trudi Blom and the Lacandon Rain Forest”,
Environmental Review, 9:3 (Fall 1985): pp. 226-36.

WOOLBBRIDGE, K., Landscape and Antiquity: Aspects of English Culture at Stourhead, 1718-1838, Oxford,
1970.

Worldviews and ecology, Bucknell review ; v.37, no.2 , Lewisburg, Pa.: Bucknell University Press, 1993.

World Who is Who and Does what in Environment & Conservation / edited by Nicholas Polunin; compiled by
Lynn M. Curme. London: Earthscan, 1997.

WORSTER, Donald (ed.). 1988, The Ends of the Earth: Perspectives on Modern Environmental History,
Cambridge, UK: Cambridge University Press.
ed. American Environmentalism: The Formative Period, 1860-1915, New York: Wiley, 1973.
Nature’s Economy: The Roots of Ecology, New York: Cambridge University Press, 2d ed. 1977-1985-
1994.
“Transformations of the Earth: Toward an Agroecological Perspective in History”, The Journal of
American History, v.76 nº 4 (Mar 1990): 1087-1110
An Unsettled Country: Changing Landscapes of the American Wes, Albuquerque, NM: U of New Mexico
P, 1994.
The Wealth of Nature: Environmental History and the Ecological Imagination, New York: Oxford UP,
1993.
Under Western Skies: Nature and History in the American West, New York: Oxford UP, 1992.
"Comment: A Response to 'John Wesley Powell and the Unmaking of the West'.", Environmental History,
Vol. 2, No. 2 April 1997, pp. 216-219.
"Grass to Dust: Ecology and the Great Plains in the 1930s”, Environmental Review, 1:3 (1977), pp. 2-11.
"The Ecology of Order and Chaos”, Environmental History Review, 14:1-2 (Spring/Summer 1990): pp.
1-18.
"The Intrinsic Value of Nature”, Environmental Review, 4:1 (Spring 1980): pp. 43-49.
"The Vulnerable Earth: Toward A Planetary History”, Environmental Review, 11:2 (Summer 1987): pp.
87-103.
"World Without Borders: The Internationalizing of Environmental History”, Environmental Review, 6:2
(Fall 1982): pp. 8-13.
"Nature and the Disorder of History”, Environmental History Review, 18:2 (Spring 1994): pp. 1-15.

WPA Guide to 1930’s Montana, Tucson: U. of Arizona P, 1994

WRIGHT, Will, Wild Knowledge: Science, Language, and Social Life in a Fragile Environment, Minneapolis: U
of Minnesota P, 1992.

Y
YAFFEE, Stephen Lewis, The Wisdom of the Spotted Owl: Policy Lessons for a New Century, Washington, D.C.:
Island P, 1994.

YAHR, Warren J., Smokechaser, Moscow: U of Idaho P, 1995.

YAMAZATO, Katsunori, “Kitkitdizze, Zendo, and Place: Gary Snyder as a Reinhabitory Poet”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 1 (1993).

YEAGER, Rodger, Wildlife, Wild Death: Land use and Survival in Eastern Africa / Rodger Yeager, Norman N.
Miller. Albany, NY: State University of New York Press in association with the African-Caribbean Institute,
c1986.

YETMAN, David, Sonora: An Intimate Geography, Albuquerque: U of New Mexico P, 1996.

Z
ZANGHERI, Pietro, Repertorio Sistematico e Topografico della Flora e Fauna Vivente e Fossile della Romagna
:in base ai Materiali Contenuti nel Museo Zangheri (nel Museo Civico di Storia Naturale di Verona), con Cenni
sull'Ambiente Naturale ed una Sintesi Biogeografica: Saggio d'Illustrazione Naturalistica d'una Regione Italiana,
Verona, Museo civico di storia naturale, 1966-1970.

ZAJONC, Arthur, Catching the Light: The Entwined History of Light and Mind, New York: Bantam, 1993.

ZARIN, Daniel J., "Searching for Pennies in Piles of Trash: Municipal Refuse Utilization in the United States,
1870-1930”, Environmental Review, 11:3 (Fall 1987): pp. 207-222.

ZAKIN, Susan, Coyotes and Town Dogs: Earth First! and the Environmental Movement, New York: Viking, 1993.

ZASLOWSKY, Dyan, e T. H. Watkins, These American Lands: Parks, Wilderness, and the Public Lands,
Washington, D.C.: Island P, 1994.
ZEIST, Willen Van, Krystyna Wasylikowa, Karl Ernst Behre(ed.), Progress in Old World Palaeoethnobotany. A
Retrospective View on the Occasion of 20 Years of the International Work Group of Palaeoethnobotany,
Rotterdam, 1991.

ZELINSKY, Wilbur. The Cultural Geography of the United States, 1973, rev. 1992.
Exploring the Beloved Country: Geographic Forays into American Society and Culture, Iowa City:
University of Iowa Press, 1994.

ZELLICK, Anna, "Immigrant Homesteader in Montana, Anna Pipinich”, Environmental Review, 1:4 (1977): pp.
2-16.

ZEVELOFF, Samuel, and Cyrus Mckell, Wilderness Issues in the Arid Lands of the Western United States,
Albuquerque: U of New Mexico P, 1992.

ZIMMERMAN, M. E., Contesting Earth’s Future Radical Ecology & Post Modernity, Berkeley, 1994.
e J. Baird Callicott, George Sessions, Karen J.Warren, and John Clark, eds., Environmental Philosophy:
From Animal Rights to Radical Ecology, Englewood Cliffs, NJ: Prentice, 1993.
“Feminism, Deep Ecology, and Environmental Ethics”, Environmental Ethics, 9 (Spring 1987): 21-44.

ZOETMAN, Kees, Gaiasophy: The Wisdom of the Living Earth, Hudson, NY: Lindisfarne Press, 1991.

ZWINGER, Ann H., “Of Pebbles and Place”, Audubon, (l993)


“What’s a Nice Girl Like Me Doing in a Place Like This?”, Western American Literature, 27.2 (1992):
99-107.

ZWINGER, Susan, Stalking the Ice Dragon: An Alaskan Journey, Tucson: U of Arizona P, 1991.
“Story Telling and Science: Writing as Balancing Act.”, Writing Nature, 1994.
GRANDES TEMAS
HISTÓRIA DA CIÊNCIA

The first step of Science is to know one thing from another.This knowledge consits in their specific
distinctions; but in order that it may be fixed and permanent distinct names must be given to different
things and those names must be recorded and remembered.
Carolus Linaeus[1707-1778]

O século XVIII é na verdade o século da ciência. Tudo isto é fruto de um


triunvirato de cientistas que estão na origem de academias em Paris, Gottingen e
Uppsala: George Louis Leclerc, Comte de Buffon (1701-88), Albrecht von Haller
(1708-77), Carl von Linné (Linnaeus) (1707-78) 95.
A curiosidade do homem sobre a Natureza data do séc. III A.C. com o Museu
de Ptolomeu em Alexandrina 96, mas os rumos da actual ciência, na sua busca
incessante de descoberta da natureza delinearam-se a partir do século XVI. Os seus
principais alicerces estão nos museus de História Natural e os jardins botânicos.
Os jardins são primeiro hortus medicas, isto é, locais de cultivo de plantas com
valor medicinal. O mais antigo surgiu em 1545 em Pisa, Florença e Heidelberg. A estes
seguiram-se outros: Zurique (1560), Bolonha (1547), Leiden (1577), Leipzig (1579)
Montpellier e Heidelberg (1594), Jardin des Plantes-Paris /1635) The Royal Botanical
Garden of Edimburgh (1690), Capetown (1694), Mauritius /1735), Oxford (1621),
Cambridge (1761), Chelsea Physic Garden (1673) 97.
No século XVIII os museus de História Natural: Coimbra (1772), Charleston
(1773), Madrid (1776), Filadelfia (1786), Rio de Janeiro (1818), Buenos Aires e
Bogotá (1823), Santiago do Chile (1830), Boston e N. York(1860), Belem (1871),
Milwaukee (1880) S. José da Costa Rica (1887), Chicago e S. Francisco (1890) e S.
Paulo (1894), Praga (1894), Bruxelas (1903), Viena (1889) 98.
No caso inglês o Royal Botanic Garden exerceu um papel fundamental na
afirmação do sistema colonial. Segundo Lucille M. Brockway (1979) - the Royal
Botanic Gardens at Kew... served as a control centre which regulated the flow of
botanical information from of the metropolis to the colonial satellites, and
disseminated information emanating from them.". Tal como afirma N. Reingold (1987,
p. 354), ao referir-se ao Bristish Museum (1881), o edifício é um "templo de ciência".
Jardins botânicos e museus de História Natural detêm um papel fundamental na
afirmação da ciência e no apoio aos cientistas, mas são também as instituições que
servem de suporte a toda uma rede de contactos que a revelação das descobertas
tornava necessária a sua divulgação.
Note-se que as sociedades científicas desde o século XVII quebraram o
isolamento dos cientistas 99. A Royal Society em Londres (1662) foi o embrião deste
95
. J. L. Larson (1994).
96
. Nathan Reingold (1987), p. 352.

97
. P. Petitjean (1992), R. P. Stearns (1970), Lucille M. Bockway (1979).
98
. P. Petitjean (1992), Ch. M. Porter (1986), N. Reingold (1987); W. J. Simon (1983), H. R. Fletcher (1970).

99
. David Elliston Allen (1976). A primeira associação foi o Royal College of Physicians of London (1518).
suporte institucional. Os seus ideais alargaram-se às colónias e difundiram-se em toda
a Europa:
1760 - American Philosophical Society
1768 - American Philosophical Society at Philadelphia
1805 - Charleston Botanical Society and Garden
1846 - Smithsonian Institution
1848 - American Association for the Advancement of Science
1854 - Société Zoologique d'Acclimatation (Paris)
1890) - Botanical Society of America 100
Este enquadramento institucional é reforçado no século XIX com o
aparecimento de publicações periódicas especializadas. Estas iniciativas estão
associadas a uma retaguarda institucional. Assim, a Royal Society edita desde 1665
"the Philosophical Transactions, enquanto do outro lado do Atlântico tivemos desde
1818 o "American Journal of Science" 101.

GUIAS DE DOCUMENTOS E OBRAS RARAS

A Directory of History of Medicine Collections, Compiled by Elizabeth Tunis. Seventh edition.


Bethesda: U.S. Dept. of Health and Human Services, Public Health Service, National Institutes of
Health, History of Medicine Division, National Library of Medicine, 1997.

American Museum of Natural History, New York. Library, Research Catalog of the Library of the
American Museum of Natural History, Authors. Boston: G.K. Hall, 1977.

British Museum Library (Natural History Department), Catalogue of the Books, Manuscripts, Maps and
Drawings in the British Museum (Natural History), London: Printed by order of the Trustees, 1903-40.

BRUEMMER, Bruce, Resources for the History of Computing: a Guide to U.S. and Canadian Records,
Minneapolis: Charles Babbage Institute, Center for the History of Information Processing, University of
Minnesota, 1987.

Chemical, Medical, and Pharmaceutical Books Printed Before 1800, in the Collections of the University
of Wisconsin Libraries, Edited by John Neu. Madison: University of Wisconsin Press, 1965.

GOTTLIEB, Jean, A Checklist of the Newberry Library's Printed Books in Science, Medicine,
Technology, and the Pseudosciences ca. 1460-1750, New York: Garland, 1992.

HARPER, Peter, Guide to the Manuscript Papers of British Scientists Catalogued by the Contemporary
Scientific Archives Centre and the National Cataloguing Unit for the Archives of Contemporary
Scientists 1973-1993, Bath : NCUACS, 1993.

John Crerar Library, Chicago, A List of Books on the History of Science, Prepared by Aksel G. S.
Josephson. Chicago: Printed by order of the Board of Directors, 1911; New York: Kraus Reprint Corp.,
1966. Supplement, 1916. New York: Kraus Reprint Corp., 1967.

LAYTON, Edwin T., A Regional Union Catalog of Manuscripts Relating to the History of Science and
Technology Located in Indiana, Michigan, and Ohio. Cleveland: Program in the History of Science and
Technology, Case Western Reserve University, 1971.

LINDBERG, David C., A Catalogue of Medieval and Renaissance Optical Manuscripts, Toronto:
Pontifical Institute of Medieval Studies, 1975.

100
. Elizabrth B. Keeney (1992), P. Petitjean (1992), R. P. Stearns (1970).

101
. Elizabeth B. Keeney (1992). Confronte-se capítulo sobre as Publicações Periódicas.
Linnean Society of London, Catalogue of the Printed Books and Pamphlets in the Library of the
Linnean Society of London, New edition. London: The Society, 1925.

Linnean Society of London. Library, Catalogue of the Manuscripts in the Library of the Linnean
Society, London: Linnean Society, 1934-48.

MCGURK, Patrick, Astrological Manuscripts in Italian Libraries Other Than Rome, London: Warburg
Institute, 1966.

MOORE, Keith, A Guide to the Archives and Manuscripts of the Royal Society, London: Royal Society,
1995.

MOYAL, Ann Mozley, A Guide to the Manuscript Records of Australian Science, Canberra: Australian
Academy of Science in association with Australian National University Press, 1966.

NEBEKER, Frederik, Astronomy and the Geophysical Tradition in the United States in the Nineteenth
Century: a Guide to the Manuscript Sources in the Library of the American Philosophical Society,
Philadelphia: The Society, 1991.

Rare Books and Special Collections in the Smithsonian Institution Libraries, Ellen B. Wells and Leslie
K. Overstreet. Washington, D.C.: The Libraries, c1995.

Royal Society of London, Catalogue of Scientific Papers, 1800-1900, Metuchen: Scarecrow Reprint
Corp., 1968.

SINGER, Dorothea, Catalogue of Latin and Vernacular Alchemical Manuscripts in Great Britain and
Ireland, Dating from Before the XVI Century, Brussels: M. Lamertin, 1928-31.

Smithsonian Institution, Manuscripts of the Dibner Collection in the Dibner Library of the History of
Science and Technology of the Smithsonian Institution Libraries, Washington: Smithsonian Institution
Libraries, 1985.

STANTON, William. American Scientific Exploration, 1803-1860: Manuscripts in four Philadelphia


Libraries, Philadelphia: American Philosophical Society Library, 1991.

SUMMERS, Anne, How to find Source Materials: British Library Collections on the History and
Culture of Science, Technology and Medicine, London: The British Library, Science Reference and
Information Service, 1996.

Union Catalogue of Scientific Libraries in the University of Cambridge: Scientific Conference


Proceedings, 1644-1972, London: Mansell, 1975.

University of California, Los Angeles, A Descriptive list of Arabic Manuscripts on Medicine and
Science at the University of California, Los Angeles. Edited by A.Z. Iskandar. Leiden: E.J. Brill, 1984.

BIOBIBLIOGRAFIAS

BATSCHELET, Margaret, Early American Scientific and Technical Literature: an Annotated


Bibliography of Books, Pamphlets, and Broadsides, Metuchen, N.J.: Scarecrow Press, 1990.

BERETTA, Marco, Bibliotheca Lavoisieriana: the Catalogue of the Library of Antoine Laurent
Lavoisier, Firenze: L.S. Olschki, 1995.

Bibliografia Italiana di Storia della Scienza, Istituto e Museo di Storia della Scienza. Firenze: L. S.
Olschki, 1985 --.

Bibliografia Kopernikowska, Warsaw: Panstwowe Wydawn. Naukowe, 1958.

Bibliographia Kepleriana, Edited by Max Caspar, Munich: Beck, 1936.


Bibliography of Astronomers: Books and Pamphlets in English by and about Astronomers, Volume one:
The spirit of the nineteenth century. Compiled by Paul Luther. Bernardston Mass.: Astronomy Books,
1989.

Bibliography of Reports by the National Academy of Sciences, 1945-1985, Prepared by the Task Force
on Science Policy, Committee on Science and Technology, House of Representatives. Washington: U.S.
Government Printing Office, 1986.

Bibliography of Studies and Reports on Science Policy and Related Topics, 1945-1985, Prepared by the
Task Force on Science Policy, Committee on Science and Technology, House of Representatives.
Washington: U.S. Government Printing Office, 1987.

Bibliography of the History of Medicine. National Library of Medicine, Bethesda: U.S. Dept. of Health
and Human Services, Public Health Service, National Institutes of Health, National Library of Medicine.

Bibliography on the History of Chemistry and Chemical Technology, 17th to the 19th century, Edited by
Valentin Wehefritz; with the assistance of Zoltan Kovats. Munchen: K.G. Saur, 1994. 3 volumes.

Biblioteca Galileiana, Edited by Giampaolo Rocco di Torrepadula. Firenze, Sansoni, 1957.

BISKUP, Marian, Regesta Copernicana: Calendar of Copernicus' Papers, Wroclaw: Ossolineum, 1973.

BLACK, George W., American Science and Technology: a Bicentennial Bibliography, Carbondale:
Southern Illinois University Press, 1979.

BLACKWELL, Richard J., A Bibliography of the Philosophy of Science, 1945-1981, Westport:


Greenwood Press, 1983.

BOFFITO, Giuseppe, Bibliografia Galileiana, 1896-1940, Rome: Libreria dello stato, 1943.

BRIDSON, Gavin and James White, Plant, Animal and Anatomical Illustrations in Art and Science: a
Bibliographic Guide from the 16th Century to the Present Day, Detroit: Omnigraphics, 1990.

BRIDSON, Gavin, The History of Natural History: an Annotated Bibliography, New York: Garland,
1994.

BRUSH, Stephen G., The History of Geophysics and Meteorology: an Annotated Bibliography, New
York: Garland Publishing, 1985.
The History of Modern Physics: an International Bibliography, New York: Garland
Publishing, 1983.
The History of Modern Science: a Guide to the Second Scientific Revolution, 1800-1950,
Ames: Iowa State University Press, 1988.

CALDWELL, Lynton Keith, Science, Technology, and Public Policy: a Selected and Annotated
Bibliography, Volumes 1-3. Bloomington: Indiana University, 1968.

CARLI, Alarico and A. Favaro, Bibliografia Galileiana: 1568-1895, Firenze: Bencini, 1896. See also
Boffito, and Galileo, Man of Science.

CHANNELL, David, The History of Engineering Science: an Annotated Bibliography, New York:
Garland, 1989.

CHUBIN, Daryl E., Sociology of Sciences: an Annotated Bibliography on Invisible Colleges, 1972-
1981. New York: Garland Publishing, 1983.

COHEN, Morris, L., Law and Science: a Selected Bibliography, Cambridge: MIT Press, 1980.

COLE, William A., Chemical Literature, 1700-1860: a Bibliography with Annotations, Detailed
Descriptions, Comparisons, and Locations, London: Mansell, 1988.
Companion to the History of Modern Science, Edited by R.C. Olby. London: Routledge, 1990.

CORSI, Pietro, Information Sources in the History of Science and Medicine, Boston: Butterworth
Scientific, 1983.

CORTADA, James W., A Bibliographic Guide to the History of Computer Applications, 1950-1990,
Westport: Greenwood Press, 1996.
A Bibliographic Guide to the History of Computing, Computers, and the Information
Processing Industry, New York: Greenwood Press, 1990.
An Annotated Bibliography on the History of Data Processing, Westport: Greenwood Press,
1983.
Second Bibliographic Guide to the History of Computing, Computers, and the Information
Processing Industry, Westport: Greenwood Press, 1996.

DAUBEN, Joseph Warren. The History of Mathematics from Antiquity to the Present: a Selective
Bibliography, New York: Garland Publishing, 1985.

DEVORKIN, David H., The History of Modern Astronomy and Astrophysics: a Selected, Annotated
Bibliography, New York: Garland Publishing, 1982.

DUNBAR, Gary S., The History of Modern Geography: an Annotated Bibliography of Selected Works,
New York: Garland Publishing, 1985.

DURBIN, Paul, A Guide to the Culture of Science, Technology, and Medicine, New York: Free Press,
1980.

DUVEEN, Denis I., A Bibliography of the Works of Antoine Laurent Lavoisier, 1743-1794, London,
Dawson, 1954. Supplement. London: Dawson, 1965.

EISEN, Sydney, Victorian Science and Religion: a Bibliography with Emphasis on Evolution, belief,
and Unbelief, Comprised of Works Published from 1900-1975, Hamden, Conn.: Archon Books, 1984.

ELLIOTT, Clark A., History of Science in the United States: a Chronology and Research guide, New
York: Garland, 1996.

ERNEST Rutherford, A Bibliography of his Non technical Writings. Berkeley: Office for History of
Science and Technology, University of California, 1979.

FERGUSON, Eugene S., Bibliography of the History of Technology. Cambridge: Society for the History
of Technology, MIT, 1968.

FERGUSON, John, Bibliotheca Chemica: a Bibliography of Books on Alchemy, chemistry, and


Pharmaceutics, London: Derek Vershoyle, Academic and Bibliographical Publications, 1954.

FINE, Bernard S., The History of Electrical Technology, New York: Garland, 1991.

FREEMAN, Richard Broke, The Works of Charles Darwin: an Annotated Bibliographical Handlist,
London: Dawsons of Pall Mall, 1965. Second edition.

Front Page Physics: a Century of Physics in the News, Compiled by A.J. Meadows and M.M. Hancock-
Beaulieu. Philadelphia: Institute of Physics Pub., 1994.

FRUTON, Joseph Stewart, A Bio-bibliography for the History of the Biochemical Sciences since 1800,
Philadelphia: American Philosophical Society, 1982. Supplement, 1985.

Galileo, Man of Science. Includes the "Bibliografia Galileiana, 1940-1964: being the second
supplement to the original Carli-Favaro Bibliografia Galileiana," p. I-lxxxii. Edited by Ernan
McMullin. New York: Basic Books, 1967.
GIPPERT, Jost, Index Galenicus: Wortformenindex zu den Schriften Galens, Dettelbach: J.H. Roll,
1997. 2 volumes.

GUERRINI, Anita, Natural History and the New World, 1524-1770: an Annotated bibliography of
printed materials in the Library of the American Philosophical Society, Philadelphia: American
Philosophical Society Library, 1986.

Guide to Sources for History of Solid State Physics. Compiled by Joan Warnow-Blewett and Jurgen
Teichmann. New York: Center for History of Physics, American Institute of Physics, 1992.

Guide to the Archival Collections in the Niels Bohr Library at the American Institute of Physics. College
Park: American Institute of Physics, 1994.

HAHN, Roger. A Bibliography of Quantitative Studies on Science and its History. Berkeley: Office for
History of Science and Technology, University of California, 1980.
The New Calendar of the Correspondence of Pierre Simon La Place. Berkeley: Office for
History of Science and Technology, University of California at Berkeley, 1994.

HARKANYI, Katalin, The Natural Sciences and American Scientists in the Revolutionary era: a
Bibliography, New York: Greenwood Press, 1990.

HAZEN, Robert M., American Geological Literature, 1669 to 1850,Stroudsburg, Pa.: Dowden,
Hutchinson & Ross, 1980.

HEILBRON, J. L., Literature on the History of Physics in the 20th Century. Berkeley: Office for History
of Science and Technology, University of California,1981.

HIGBY, Gregory, The History of Pharmacy: a Selected Annotated Bibliography, New York : Garland
Pub., 1995.

HOME, Roderick Weir, The History of CLassical Physics: a Selected, Annotated bibliography, New
York: Garland Publishing, 1984.

HOUZEAU, Jean Charles, Bibliographie Generale de l'Astronomie Jusqu'en 1880, London: Holland
Press, 1964.

HURT, Douglas, The History of Agricultural Science and Technology: an International Annotated
Bibliography, New York: Garland, 1994.

ISIS Cumulative Bibliography 1966-1975: A Bibliography of the History of Science Formed from Isis
Critical Bibliographies 91-100. Indexing Literature Published From 1965 Through 1974, Edited by John
Neu. London: Mansell, 1980-1985.
Cumulative Bibliography 1976-1985: A Bibliography of the History of Science Formed From
Isis Critical Bibliographies 101-110. Indexing Literature Published From 1975 Through 1984, Edited by
John Neu. Boston: G.K. Hall, 1989.
Cumulative Bibliography 1986-1995: A Bibliography of the History of Science Formed from
the Annual Isis Current Bibliographies, Edited by John Neu. Canton: Published for the History of
Science Society by Science History Publications, 1997. Four volumes.
Cumulative Bibliography: A Bibliography of the History of Science Formed from Isis Critical
Bibliographies 1-90, 1913-65, Edited by Magda Whitrow. London: Mansell, 1971-1984.
Isis Current Bibliography of the History of Science and Its Cultural Influences, 1-- (1913 -- ).

JANSSENS, Jules L. An Annotated Bibliography on Ibn Sina (1970-1989): Including Arabic and
Persian Publications and Turkish and Russian References, Leuven: Leuven University Press, 1991.

JAYAWARDENE, S. A., The Scientific Revolution: an Annotated Bibliography, New York: Garland,
1996.
Reference Books for the Historian of Science, London: Science Museum, 1982.

KANTHA, Sachi Sri, An Einstein Dictionary, Westport: Greenwood, 1996.


KNIGHT, David M., Natural Science Books in English, 1600-1900, New York: Praeger, 1972.
Sources for the History of Science, 1660-1914, Ithaca: Cornell University Press, 1975.

KREN, Claudia. Alchemy in Europe: a Guide to Research, New York: Garland, 1990.
Medieval Science and Technology: a Selected, Annotated Bibliography, New York: Garland
Publishing, 1985.

La Collezione Galileiana della Biblioteca Nazionale di Firenze, Edited by Angiolo Procissi. Rome:
Istituto poligrafico dello Stato, Libreria dello Stato, 1985.

MANDER, W J., A Selective Bibliography of the Philosophy of Science, Oxford: Oxford University
Sub-Faculty of Philosophy, 1988.

Manuscript Sources of Medieval Medicine: a Book of Essays, Edited by Margaret R. Schleissner. New
York: Garland, 1995

MAY, Kenneth Ownsworth, Bibliography and Research Manual of the History of Mathematics,
Toronto: University of Toronto Press, 1973.

MEISEL, Max, A Bibliography of American Natural History: the Pioneer Century, 1769-1865, New
York: Hafner Publisher Co., 1967.

MIELI, Aldo, La Science Arabe et son Role dans l'Evolution Scientifique Mondiale, Leiden: E.J. Brill,
1966.

MILLER, Genevieve, Bibliography of the History of Medicine of the United States and Canada, 1939-
1960, Second edition. Baltimore: Johns Hopkins Press, 1964. [Morton, Leslie T. Morton's medical
bibliography: an annotated check-list of texts illustrating the history of medicine. Edited by Jeremy M.
Norman. 5th edition. Brookfield: Gower, 1991.]

MILLER, Gordon, The History of Science: an Annotated Bibliography, Pasadena: Salem Press, 1992.

MOLLOY, Peter M., The History of Metal Mining and Metallurgy: an Annotated Bibliography, New
York: Garland Publishing, 1986.

MOTTELAY, Paul Fleury, Bibliographical History of Electricity & Magnetism, New York: Arno Press,
1975.

NASR, Seyyed Hossein, An Annotated Bibliography of Islamic Science, Tehran: Imperial Iranian
Academy of Philosophy, 1975.

OLESON, John Peter, Bronze Age, Greek, and Roman Technology: a Select, Annotated bibliography,
New York: Garland Publishing, 1986.

OORT, Jan Hendrik, The Letters and Papers of Jan Hendrik Oort: as Archived in the University
Library, Leiden. Compiled by J.K. Katgert-Merkelijn. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 1997.

OVERMIER, Judith A., The History of Biology: a Selected, Annotated Bibliography, New York:
Garland Publishing, 1989.

Particle Physics: one Hundred Years of Discoveries: an Annotated Chronological Bibliography, V.V.
Ezhela, et al. Woodbury: American Institute of Physics, 1996.

PORTER, Roy, The Earth Sciences: an Annotated Bibliography, New York: Garland Publishing, 1983.

PRITCHARD, Alan, Alchemy, a Bibliography of English-language Writings, London: Routledge &


Kegan Paul, 1980.
RIDER, Kenneth John, The History of Science and Technology: a Select Bibliography for Students,
Second edition. London: Library Association, 1970.

RIDER, Robin, A Bibliography of Early Modern Algebra, 1500-1800. Berkeley: Office for the History of
Science and Technology, University of California, 1982.

RINK, Evald, Technical Americana: a Checklist of Technical Publications Printed before 1831,
Millwood, N.Y.: Kraus International Publications, 1981.

ROBERTS, Verne L. and Ivy Trent, Bibliotheca Mechanica, New York City: J.A. Hill, 1991.

ROTHENBERG, Marc, The History of Science and Technology in the United States: a Critical and
Selective Bibliography, New York:Garland Publishing, 1993.

ROYAL, Samuel, Medicine in Great Britain from the Restoration to the Nineteenth Century, 1660-
1800: an Annotated Bibliography, New York: Greenwood Press, 1992.

RUSSO, Francois, Elements de Bibliographie de l'Histoire des Sciences et des Techniques, Second
edition. Paris: Hermann, 1969.

SARTON, George, A Guide to the History of Science: a First Guide for the Study of the History of
Science, with Introductory Essays on Science and Tradition, New York: The Ronald Press Company,
1952.

Science in Society: an Annotated Guide to Resources, Toronto: Wall & Thompson, 1989.

SEAL, Robert A., A Guide to the Literature of Astronomy, Littleton: Libraries Unlimited, 1977.

SELIN, Helaine, Science Across Cultures: an Annotated Bibliography of Books on non-Western Science,
Technology, and Medicine. New York: Garland, 1992.

SHIERS, George. Bibliography of the History of Electronics, Metuchen: N.J., Scarecrow Press, 1972.

SKEMPTON, A. W., British Civil Engineering, 1640-1840: a Bibliography of Contemporary Printed


Reports, Plans, and Books, London: Mansell, 1987.

SMIT, Pieter, History of the Life Sciences: an Annotated Bibliography, New York: Hafner 1974.

STAPLETON, Darwin H., The History of Civil Engineering since 1600: an Annotated Bibliography,
New York: Garland Publishing, 1986.

STILLWELL, Margaret Bingham, The Awakening interest in Science during the first Century of
Printing, 1450-1550: an Annotated Checklist of first Editions Viewed from the Angle of their Subject
Content, New York: Bibliographical Society of America, 1970.

Studies of Scientific Disciplines: an Annotated Bibliography, Washington D.C.: Division of Planning


and Policy Analysis, Office of Planning and Resources Management, National Science Foundation,
1982.

Teaching in the History of Science: Resources and Strategies, Philadelphia: History of Science Society,
1989.

The History of Women and Science, Health, and Technology: a Bibliographic Guide to the Profession
and the Disciplines, Edited by Phyllis Holman Weisbard. Second edition. Madison: University of
Wisconsin System, Women's Studies Librarians, 1993.

THORNTON, John Leonard, Scientific Books, Libraries and Collectors: a Study of Bibliography and
the Book Trade in Relation to Science, 2d. rev. ed. London, Library Association, 1962. <Picture> Third
revised edition. London: Library Association, 1971. Supplement, 1969-75. London: Library Association,
1978.
Three Copernican Ttreatises: the Commentariolus of Copernicus, the Letter Against Werner, the
Narratio Prima of Rheticus, [Translated with introduction and notes by Edward Rosen. Third revised
edition. Contains a biography of Copernicus and Copernicus bibliographies, 1939-1958 and 1959-1970.]
New York, Octagon Books, 1971.

WALLIS, R.V. and P.J. Wallis, Biobibliography of British Mathematics and its Applications. Part II:
1701-1760, Letchworth, Herts: Epsilon Press, 1986.
Index of British Mathematicians. Part III: 1701-1800, Newcastle upon Tyne: PHIBB, 1993.

WHEATON, Bruce, Inventory of Sources for History of Twentieth Century Physics: Report and
Microfiche Index to 700,000 Letters, Stuttgart: GNT-Verlag, 1992.

WIEGELE, Thomas, The Social Impacts of Biotechnology: an Annotated Bibliography of Recent Works.
DeKalb: Association for Politics and the Life Sciences, Northern Illinois University, 1986.

WILLIAM, Cooper's, A Catalogue of Chymicall Books, 1673-88, Edited by Stanton Linden. New York:
Garland, 1987.

Women and Science: an Annotated Bibliography, Marilyn Bailey Ogilvie with Kerry Lynne Meek. New
York: Garland, 1996.

ZINNER, Ernst,Geschichte und Bibliographie der Astronomischen Literatur in Deutschland zur Zeit der
Renaissance, Stuttgart: A. Hiersemann, 1964.

BIBLIOGRAFIA

ABBRI, Ferdinando, e Mazzolini, Renato G. (eds.), Storia delle Scienze. Natura e Vita. Dall'Antichità
all'Illuminismo, Torino, Giulio Einaudi editore, 1990
La chimica del Settecento, Torino: Loescher, 1978.
Le terre, l'acqua, le arie: la rivoluzione chimica del Settecento, Bologna: Mulino, c1984.
Scienza e storia: analisi critica e problemi attuali / [scritti di] F. Abbri ... [et al.]; a cura di
Silvano Tagliagambe e Antonio Di Meo. 1a ed. Roma: Critica marxista, 1980.

ADAMS, A. B., Eternal Quest: The Story of the Great Naturalists, New York: Putnam, 1969.

ADAMS, Percy G., William Byrd's Natural History of Virginia, or the Newly Discovered Eden,
Richmond, 1940.

A Historical Catalogue of Scientists and Scientific Books from the Earliest Times to the Close of the
Nineteenth Century, New York: Garland Publishing, 1984.

AGASSIZ, L., Recherches sur le Poissons Fossiles, 5 vols. Neuchatel, 1833-43.


Etudes sur les Glaciers, Neuchatel (1840). Trans. A. V. Carozzi. New York: Hafner,1967.
On the Succession and Development of Organized Beings at the Surface of the Terrestrial
Globe. Edinburgh, New Philosophical Journal, 23 (1842): 388-99.

ALLEN, David E., The Naturalist in Britain; a Social History, London, Penguin,1976
A Travers un Siècle: 1780-1865, Science et Histoire, Paris, 1888

ÁLVAREZ PELÁEZ, Raquel, La Conquista de la Naturaleza Americana, Madrid, Consejo Superior de


Investigaciones Cientificas, 1993 (Cuardernos Galileo de historia de la Ciencia nº.14).

ANDRADA E SILVA, José Bonifácio de, Memoria sobre a Necessidade e Utilidade do Plantio de
Novos bosques em Portugal, Lisboa, Academia Real das Sciencias, 1815, 187pp.

ANDRADE, Antonio Alberto Banha de, O Naturalista José de Anchieta, Lisboa, 1989.
An Encyclopaedia of the History of Technology, Edited by Ian McNeil. London: Routledge, 1990.

ANGEL, Heather. Kew, A World of Plants, London: Collins & Brown: published in association with
Royal Botanic Gardens, Kew, 1993.

ANGELES CALATAYUD, Maria, Catálogo de las Expediciones y Viajes Científicos a América y


Filipinas (siglos XVIII y XIX), Madrid, CSIC, 1984

APA, Mariano, Visio Mundi: Arte e Scienza dal Medioevo al Rinascimento: Saggi e Interventi Critici,
Urbino: QuattroVenti, c1986.

A Philosophical Essay on Fecundation; or, an Impartial Inquiry into the first Rudiments of Progression
of Animal Generation, particularly of the Human Species, by a member of the Society [for Propagating
Human Nature and Knowledge], London: J. Roberts, 1742.

ARBER, Agnes, Herbals. Their Origin and Evolution, London, Cambridge Univ. Press, 3º ed. 1988.

ARBER, Edward, ed., Travels and Works of Captain John Smith, 2 vols, Edinburg, 1910.

ARISTOTELES, Generation of Animals, vols. 1-2, , London, Heinemann, 1953

AYRES, Christovão, Para a História da Academia das Sciencias de Lisboa, Coimbra, 1927.

BANKS, Sir Joseph, A Global Perspective / editors, R.E.R. Banks ... [et al.]; production editor, S.
Dickerson. [Richmond, England]: Published by the Royal Botanic Gardens, Kew on behalf of the co-
sponsors, c1994.

BARBER, L., The Heyday of Natural History: 1820-1870, London: Johnathan Cape, 1980.

BARROW, John, An Account of Travels into the Interior of Southern Africa in the Years 1797 and 1798,
London, 1801.

BARTON, William P. C., Medical Botany, Philadelphia: Carey and Lea, 1825.

BARTRAM, John., Observations on the Inhabitants, Climate, Soil, Rivers, Productions Worthy of
Notice, made by John Bartram in his Travels from Pennsylvania to Onondaga, Oswego, and the Lake
Ontario in Canada, London: J. Whiston & B. White, 1751.
A Description of East Florida with a Journal kept by John Bartram, of Philadelphia, Botanist
to His Majesty for the Floridas, London, 1766.

BARTRAM, William, The Travels of William Bartram (1791, New York, 1955.
Travels Through North & South Carolina, Georgia, East & West Florida, London: James and
Johnson, 1791.

BAYLIS, Edward, A New and Compleat Body of Practical Botanic Physic from the Medicinal Plants of
the Vegetable Kingdom, London: Stace and Maids, 1791.

BEAUX, Nathalie, Le Cabinet de Curiosités de Thoutmosis III: Plantes et Animaux du "Jardin


Botanique" de Karnak, Leuven: Dép. Oriëntalistiek: Uitgeverij Peeters, 1990.

BECK, William Samson, Modern Science and the Nature of Life. [1st ed.] New York, Harcourt, Brace
[1957]

BEER, G. R., Sir Hans Sloane and the British Museum, London, 1953.

BELL, Thomas, A History of British Reptiles, London: J. Van Voorst, 1839.

BENASSY, M: Cécile e Jean Pierre Clément, Nouveau Monde et Renouveau de l'Histoire naturelle I e
II, Paris, Univ. Paris II, 1986 e 1993.
BERNARD, N., Microbiologie, L'Oeuvre de Pasteur et ses Consequénces, Masson, Paris, 1937.

BEWICK, Thomas, A History of British Birds, Newcastle: Cook, 1832.

Biographical Dictionary of the History of Technology, Edited by Ian McNeil and Lance Day. London:
Routledge, 1996.

Biographical Encyclopedia of Scientists, Edited by John Daintith. Second edition. Philadelphia: Institute
of Physics, 1994.

Biographical Sources in the Sciences, Compiled by Janet Turner, Constance Carter, and Ruth Freitag.
Washington: Science Reference Section, Science and Technology Division, Library of Congress, 1988.

BLANCKAERT, Claude, Jean-Louis Fischer, Roselyne Rey, Nature, Histoire, Société: Essais en
Hommage à Jacques Roger, [Paris]: Klincksieck, c1995.

BLUNT, Wilfrid, El naturalista. Viajes, Obra y Vida de Carl von Linné(1707-1778), Barcelona,
Ediciones del Serbal, 1971-1982

BONNEUIL, Christophe, Des Savants pour l'Empire. La Structuration des Recherches Scientifiques
Coloniales au Temps "de la Mise en Valeur des Colonies Fançaises", 1917-1945, Paris, 1991

BOTELHO, José Justino Teixeira, «Subsídios para a Historia das Sciencias Naturais em Portugal. O
Naturalista Manuel Galvão da Silva e as suas excursões scientificas em Moçambique nos fins do século
XVIII» Boletim da Segunda Classe da Academia das Sciencias de Lisboa, Vol 18 (1923-1924), pp. 170-
183.

BRIEUX, Alain, Curiosités Scientifiques Modernes, Paris: A. Brieux, [entre 1963 e 1966]

BROC, Numa, La Geógraphie des Philosophes: Geographes et Voyayeurs Français au XVIII Siècle,
Paris, 1975

BROCKWAY, L. H., Science and Colonial Expansiom: The Role of the British Botanical Gardens, New
York: Academic Press, 1980.

BROCKWAY, Lucile, Science and Colonial Expansion: the Rule of the British Royal. Botanic Gardens,
N. York, 1979

BROOKS, E. St. John, Sir Hans Sloane: the Great Collector and his Circle, London, 1954.

BROSSE, J., La Vuelta al Mundo de los Exploradores, Barcelona, Ed. Serbal, 1985

BROTERO, Felix de Avelar, Historia Natural dos Pinheiros, larices, e abetos…, Lisboa, Impressão
Regia, 1827, 152pp.

BROWM, Harcourt, Scientific Organizations in Seventeenth Century France, 1620-1680, Baltimore,


1934.

BRUCE, James, Travels to Discover the Source of the Nile, London, 1790.

BUCKLAND, W., Notice on the Megalosaurus, or Great Fossil Lizard of Stonesfield, Transactions of
the Geological Society of London, (1824) 1:119-30.
Geology and Mineralogy Considered with Reference to Natural Theology, 2 vols. London:
William Pickering, 1836.

BUFFON, G. L. Leclerc, Las Épocas de la Natureza, Madrid, Alianza Editorial, 1977. Edición de
Antonio Beltrán Mari.
Histoire Naturelle, Généralle et Particulière, Paris, Imprimerie Royale, 1749-1767, 15 vols.
Histoire Naturelle, Généralle et Particulière… Suppléments, Paris, Imprimerie Royale, 1774-
1789, 7 vols.

BURCHELL, William J., Travels in the Interior of Southern Africa, London, 1822.

BURNETT, T., The Sacred Theory of the Earth, 2 vols. London: Walter Kettilby, 1690.

CALDER, Nigel, Nature in the Round; a Guide to Environmental Science, edited by Nigel Calder.
London, Wedenfeld [sic] & Nicolson [1973]

CALDWELL, Lynton Keith, Between two Worlds: Science, the Environmental Movement, and Policy
Choice Cambridge [England], New York: Cambridge University Press, 1990.

CALLON, M. (ed.), La Science et ses Réseaux, Paris, 1989

CAMERON, Hector Charles, Sir Joseph Banks, London: Batchworth Press, 1952.

CANDOLLE, A., Histoire des Sciences et des Savants depuis deux Siècles d'aprés l'Opinion des
Principales Académies on Sociétés Scientifiques, Paris, 1987

CARVALHO, Francisco Assis de, Instrucções sobre o modo de Preparar, e Conservar accidentalmente
os differentes exemplares zoologicos, que houverem de ser conduzidos das possessoes portuguezas
ultramarinas até a sua definitiva preparação, Lisboa, Typ. Da Academia, 1836, 83pp.

CARVALHO, José Monteiro de, Diccionario Portuguez das Plantas, Arbustos, Matas, Arvores,
Animaes Quadrupedes, e Repteis, Aves, Peixes, Mariscos, Insectos, Gomas. Mataes, Pedras, Terras,
Mineraes, etc…, Lisboa, Miguel Manescal da Costa, 1765, 600pp.

CARVALHO, Rómulo de, História Natural em Portugal no Século XVIII, Lisboa, Instituto de Cultura e
Língua Portuguesa, 1987.

CATESBY, Mark. The Natural History of the Carolinas, Florida, and the Bahamas. London: George
Edwards, 1754

CAZENAVE, Michel e Basarab Nicolescu, L'Homme, la Science et la Nature: Regards


Transdisciplinaires . Aix-en-Provence: Editions Le Mail, c1994.

CHAMBERS, R., Vestiges of the Natural History of Creation, London: Churchill, 1844. Reimpresso em
1969.

CARDON, Carlos E., Los Naturalistas en la America Latina, Ciudad Trujillo, 1949.

CHENU, J., Francisco José de Caldas, un Peregrino de las Ciencias, Madrid, Hª 16, 1992.

CITTADINO, Eugene, Nature as the Laboratory: Darwinian Plant Ecology in the German Empire,
1880-1900, Cambridge; New York: Cambridge University Press, 1990.

CLAMORGAN, Jean de, La Chasse du loup, Necessaire a la Maison Rustique…, Lyon, Gabirel Cartier,
1597, 43pp.

CLARK, George, A History of the Royal College of Physicians of London, 2 vols, Oxford, 1964-66.

CLARKSON, Rosetta E., The Golden Age og Herbs and Herbalists, N. Y, Doer Publ. Inc., 1972.

CLIFTON, Gloria C., Directory of British Scientific Instrument Makers 1550-1851, London: Zwemmer
in association with the National Maritime Museum, 1995.

COCHRANE, Archibald, A Treatise Shewing the Intimate Connection that Subsists Between Agriculture
and Chemistry, London: J. Murray and S. Hoghley, 1795.
COLM, Kiernan, Science and the Enlisghtenment in EIghteenth Century France (Studies on Voltaire
and the Eighteenth Century), Gennéve, 1968

Companion Encyclopedia of the History and Philosophy of the Mathematical Sciences, 2 volumes.
Edited by I. Grattan-Guinness. London: Routledge, 1994.

Companion Encyclopedia of the History of Medicine, Two volumes. Edited by W.F. Bynum and Roy
Porter. London: Routledge, 1993.

Comprendre et Maîtriser la Nature au Moyen Age: mélanges d'histoire des sciences offerts à Guy
Beaujouan, Genève: Libr. Droz ; Paris: Libr. Champion, 1994.

COMSTOCK, J. L., Natural History of Birds, Hartford: Robinson, 1830.

CONDARCO, R., História de la Ciencia en Bolivia, La Paz, Academia Nacional de Ciencia, 1978

CONYBEARE, W. D., On the Discovery of an almost Perfect Skeleton of the Plesiosaurus,


Transactions of the Geological Society of London (1824) 1: 381-89.

COOK, James and James King, A Voyage to the Pacific Ocean (1776-80), Dublin: Chamberlaine, 1784.

CORTADA, James, Historical Dictionary of Data Processing—Biographies, New York: Greenwood


Press, 1987.

CRAVENS, Hamilton, The Triumph of Evolution: American Scientists and the Heredity - Environment
Controversy, Philadelphia, Univ. of Pennsylvania Press, 1978

CROKER, Robert A., Pioneer Ecologist. The Life and Work of Victor Ernest Shelford, 1877-1968,
Washington, 1991.

CROMBIE, A. C. (Alistair Cameron), Science, Art, and Nature in Medieval and Modern, London; Rio
Grande, Ohio: Hambledon Press, 1996.

CROOK, J. Mordaunt, The British Museum, London: Osford Univ. Press, 1972.

CROSLAND, M., The Society of Arcueil. A View of French Science at the Time of Napoleon I, London,
1967

CROSLAND, Maurice, Science under Control: The French Academy of Sciences, 1795-1914,
Cambridge, 1992

CULPEPER, N., A Physical Directory; or, A Translation of the London Dispensatory Made by the
College of Physicians in London, London, 1649.
The Complete Herbal, London, 1847.

CURRIE, George e John Graham, The Origins of CSIRO: Science and the Commonwealth Governmant,
1901-1926, Melbourne, 1966.

CUVIER, G., Recherches sur les Ossemens Fossiles de Quadrupedes, 4 vols. Paris: Chez Deterville,
1812. [1835 ed. in English]
Essay on the Theory of the Earth, Trans. R. Kerr. Edinburgh: Blackwood, 1813.
Le Regne Animal Distribue d'apres son Organisation, 4 vols. Paris, 1817.
Memoirs pour Servir a l'Histoire et a l'Anatomie des Mollusques, Paris, 1817.

DANIELS, George H., Science in American Society. A Social History, NY, 1971.

DARWIN, Charles, Journal of Researches into the Geology and Natural History of the various
Vountries Visited by H. M. S. Beagle, from 1832 to 1836, London, 1839
The Autobiography of Charles Darwin and Selected Letters, Dover, NY, 1892 e 1958
DARWIN, Erasmus, The Botanic Garden, Containing The Loves of Plants, a Poem with Philosophical
Notes, London: Litchfield, 1789.
The Botanic Garden: A Poem in Two Parts, London: J. Johnson, 1791-94.
Zoonomia, or the Laws of Organic Life, 2 vols. London: Johnson, 1794-96.

DARWIN, Robert Waring, Principia Botanica; or, a Concise and Easy Introduction to the Sexual
Botany of Linnaeus. Newark: M. Hage, 1810.

DAVIES, G. L., The Earth in Decay: a History of British Geomorphology 1578-1878, N. Y, American
Elsevier, 1969

DAVIS, Henry B., O. Electrical and Electronic Technologies: a Chronology of Events and Inventors to
1900; from 1900 to 1940; from 1940 to 1980, Metuchen, N.J.: Scarecrow Press, 1981-1985.

DEMONTE, Yvonne, Fauna e Flora do Brasil = Fauna and Flora of Brazil / Yvonne, Rosália e
Ludmyla Demonte; texto, Chrystiane D. Ferraz Blower. Rio de Janeiro: Salamandra, [1990]

DESMOND, Kevin, The Harwin Chronology of Inventions, Innovations and Discoveries: from Pre-
history to the Present Day, London: Constable, 1987.

DESMOND, Ray, Dictionary of British an Irish Botanists and Horticulturalists including Plant
Collectors and Botanical Artists, London, 1977.

DIAZ, E. et alia, La Ciencia Periférica: Ciencia y Sociedad en Venezuela, Caracas, Monte Avila
Editores, 1983.

DICKSON, James, Fasciculus Plantarum Cryptogamicarum Brittaniae Lusitanorum Botanicorum in


Usum, Lisboa, Typ. Chalcographicae ac Litterariae ad Aecum Caeci, 1800, 94pp.

Dictionary of American Medical Biography, Edited by Martin Kaufman, Stuart Galishoff, and Todd L.
Savitt. Westport: Greenwood Press, 1984.

Dictionary of Scientific Biography, New York, Scribner 1970-.

Distinguished African American Scientists of the 20th Century, James H. Kessler and others. Phoenix:
Oryx Press, 1996.

DUCHESNE, Raymond, La Science et le Pouvoir au Québec, 1920-1965, Québec, 1978

DUVIOLS, Jean Paul, Voyageurs Français en Amérique, Paris, 1978.

ELLIOT, Clark A., Biographical Dictionary of American Scientists, the Seventeenth through the
Nineteenth Centuries, Westport, 1978, 1979.
Biographical Index to American Science: the Seventeenth Century to 1920, New York:
Greenwood Press, 1990. Supplements the 1979 edition, above. Gascoigne, Robert Mortimer.
A. History of Science in the United States: a Chronology and Research Guide, New York:
Garland, 1996.

Encyclopaedia of the History of Science, Technology, and Medicine in Non-western Cultures, Edited by
Helaine Selin. Boston: Kluwer Academic, 1997.

Encyclopedia of the History of Arabic Science, Edited by Roshdi Rashed in collaboration with Regis
Morelon. Three volumes. London: Routledge, 1996

ENGSTRAND, Iris H. Wilson, Spanish Scientist in the New World. The Eighteenth-Century
Expeditions, Washington, Univ. Washington Press, 1981.

ESTRELLA, Eduardo, José Mejía, Primer Botánico Ecuatoriano, Quito, Abya-Yala, 1988.
FERNÁNDEZ, Joaquín e Ignacio González Tascón, Ciencia, Técnica y Estado en la España Ilustrada,
Zaragoza, Ministerio de Educación y ciencia, 1990.

FERREIRA, Alexandre Rodrigues, «Diario da Viagem Philosophica pela Capitania de São José do Rio
Negro...», Revista Trimestral do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vols. 48, 49, 50, 51 Rio de
Janeiro. 1885-1888.
«Observações Geraes e Particulares, sobre a Ciasse de Mammaes observados, nos territorios
dos Rios das Amazonas, Negro e da Madeira...», Revista do Instituto Historico e Geografico da Bahia,
nº. 60, Bahia. 1934, pp. 5-217.
«Roteiro das Viagens que fez o Dr. Alexandre Rodrigues Ferreira no Brasil, 1783-1792»,
Boletim do Museu Nacional, vol. XI, nº. 2, Rio de Janeiro, 1933, DD. 103-115
Viagem Filosófica pelas capitanias do Grão Pará, Rio Negro Mato Grosso e Cuiabá, vol. Il.
Memórias-Antropologia (1974), vol. I Memórias Zoologica-Botânica(1972), Conselho Federal de
Cultura: Vol. I Geologica e Antropologica (140 gravuras) and Vol. Il Zoologia (168 gravuras), Editora
Monumental, São Paulo, 1971.

FERRI, M. e MOTOYAMA, S. (eds.), História das Ciências no Brasil, 3 vols, S. Paulo, EPU: Edusp,
1979-1981

FIGUEREDO, Fidelino, ed., «Viajantes Espanhois em Portugal», Boletim da Faculdade de Filosofia,


Ciências e Letras, nº. 3, São Paulo, 1947

FLEMING, John, The Philosophy of Zoology, Edinburg, Archibald Constable & Co, 1822.

FLETCHER, Harold Roy e William H. Brown, The Royal Botanic Garden, Edinburgh, 1670-1970,
Edinburgh, H.M.S.O., 1970.

FLOWER, W. H., Essay on Museums and other Subjects Connected with Natural History, London,
1898.

FONTES, Glória Marly Duarte Nunes de Carvalho, «Alexandre Rodrigues Ferreira (Aspectos da sua
Vida e Obra», Cadernos da Amazônia, número 10, Conselho Nacional de Pesquisas, Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia, Rio de Janeiro, 1966.

FOX, Robert e Weisz, George, The Organization of Science and Technology in France 1808-1914,
Cambridge:Cambridge University Press, 1980

FRANÇA, Carlos, «Doutor Alexandre Rodrigues Ferreira (1756-1815); Historia de uma Missão
Scientifica no Brasil no Século XVIII», Boletim da Sociedade Broteriana, vol. 1, 2.a serie, Coimbra.
1922.

FRANGSMAYR, Tore, Linnaeus. The Man and his Work, Berkeley, University of California Press,
1983.
(ed.) Science in Sweden: the Royal Swedish Academy of Sciences 1739-1989, Canton, Mass.
Science History Publications, 1989.

FREYRE, Gilberto, Contribuição Para Uma Sociologia da Biografia: O Exemplo de Luis de


Albuquerque, Governador de Mato Grosso no fim do Século XVIII, 2 vols, Lisboa, 1968.

GADILLE, Jacques. Des Sciences de la Nature aux Sciences de l'Homme / par Jacques Gadille et Régis
Ladous. Paris: J. Vrin; Lyon: Institut interdisciplinaire d'études épistémologiques, 1984.

GALERA, Andrès, La Ilustración Española y el Conocimiento del Nuevo Mundo, Madrid, CSIC, 1988.

GAMA, Manoel Jacinto Nogueira da[1º Marquez de Baependy], Memoria sobre o Loureiro Cinnamomo
Vulgo Caneleira de Ceylão por ordem de Sua Alteza Real o Principe…para Acompanhar a remessa das
plantas, que pelas reaes ordens vão serr transportadas ao Brasil, Lisboa, Officina Patriarcal, 1787,
38pp.
GARCIA, Rodolfo, «Dr. Alexandre Rodrigues Ferreira» (Conferência), Collecção Brasileira de
Divulgação, série II Biografia, nº. 3, Rio de Janeiro, 1946.

GARDNER, George, Travels in the Interior of Brazil, Principally Through the Nothern Provinces, and
the Gold and Diamond Districts, During the Years 1836-1841, London, Reeve Bothers, 1846, 562pp.

GASCAR, Pierre, Humbolt l'Explorateur, Paris, 1985

GASCHENKO, A., The British Museum and other Zoological Institutions of the West of Europe, St.
Petersburg, 1894

GASCOIGNE, Robert Mortimer, A Chronology of the History of Science, 1450-1900, New York:
Garland Publishing, 1987.

GEOFFROY SAINT-HILLAIRE, E., Philosophie Anatomique, Paris: Mequignon-Marvis, 1818.

GODE, Alexander, 1906-1970, Natural Science in German Romanticism / by Alexander Gode-von


Aesch. New York: Columbia University Press, 1941.

GODMAN, John D., American Natural History, Philadelphia: Carey and Lea, 1828.

GOLDSMITH, Oliver, An History of the Earth and Animated Nature, 8 vols. London, 1774.

GONZÁLEZ BUENO, Antonio, La Expedición Botánica al Virreinato del Perú(1777-1788), Barcelona,


Lunwerg, 1988.

GOODMAN, Nathan G., Benjamin Rush: Physician and Citizen, Philadelphia: U of Pennsylvania P,
1934.

GORTARI, E., La Ciencia en la Historia de Mexico, Mexico, Fondo de Cultura, Económica, 1963.

GOULD, Dtephen Jay, La Flecha del Tiempo. Mitos y Metáforas en el Descubrimiento del Tiempo
Geológico. Tad. De Carlos Acero Sanz, Madrid, alianza Ed., 1992

GRANSTEIN, Joannette E., Naturalist Explorations in America. 1808-1841, Cambridge, 1967.

GRATZER, Walter(ed.), A Bedside Nature: Genius and Eccentricity in Science, 1869-1953; [foreword
by Stephen Jay Gould], London: Macmillan Magazines, 1996.

GRAY, Asa, A Manual of the Botany of the Northern United States, Boston & Cambridge, 1848.

GRAY, Thomas, The Poet Gray as Naturalist (1903), [BL Cup.510.Sac.3].

Great Events from history II. Science and Technology, Edited by Frank N. Magill. Pasadena: Salem
Press, 1991.

GREENE, John C., The Death of Adam. Evolution and its Impact on Western Thought, Ames, Iowa, The
Iowa State univ. Press, 1959

GRIMARD, Edouard, Le Jardin d'Aclimation: Le Tour du Monde d'un Naturaliste, Paris, 1876

GRISEBACH, A. H. R., Flora of the British West Indies Islands, London, 1864.

GUNTHER, Albert E. e J. E. Gray, A Century of Zoology at the British Museum through the Lives of
two Keepers, 1815-1914, London: British Museum, 1975

GUNTHER, Albert, The History of the Collections contained in the Natural History Departments of
British Museum, London: Longmans & Co, 1912
HABER, Francis C., The Age of the World: Moses to Darwin, Baltimore, John Hopkins Univ. Press,
1959.

HAFERTEPE, Kenneth, The Evolution of the Smithsonian Building and its Institution, 1840-1878,
Washington, DC: Smithsoniann Institution Press, 11984

HAHN, R., The Anatomy of a Scientific Institution. The Paris Academy of Sciences, 1666-1803,
Berkeley, 1971

HAMY , E. T., «La Mission de Geoffroy Saint-Hilaire en Espagne et en Portugal (1808)», Nouvelles
Archives du Musée d'Histoire Naturelle, quatriéme série, tome dixième, premier fascicule, Paris. 1908.

HANKS, Lesley, Buffon avant l'«Histoire Naturelle», Paris, Presses Univ. de France, 1966.

HANLEY, Wayne, Natural History in America: From Mark Catesby to Rachel Carson, New York:
Quadrangle, 1977.

HARBER, Agnes, Herbals, their Origin and Evolution…1470-1670, 2º ed. Cambridge, 1938, 1953.

HEADDRICK, Daniel R., The Tentacles of Progress: Technology Transfer in the Age of imperialism,
1850-1940, N. Yor, 1988.

HECK, J. G., Iconographic Encyclopedia. Trans. Spencer Fullerton Baird. 4 vols. New York: Garrigue,
1851.

HELLEMANS, Alexander, Timetables of Science: a Chronology of the Most Important People and
Events in the History of Science, New York: Simon and Schuster, 1988.

HERSCHEL, J. F. W., Preliminary Discourse on the Study of Natural Philosophy, London: Longman,
Rees, Orme, Brown, and Green, 1831.

HERZENBERG, Caroline L., Women Scientists from Antiquity to the Present: an International
Reference Listing and Biographical Directory of some Notable Women Scientists from Ancient to
Modern Times, West Cornwall, CT: Locust Hill Press, 1986.

HETHERINGTON, Barry, A Chronicle of pre-telescopic Astronomy, New York: John Wiley & Sons,
1996.

HILLMAN, Geoffrey, Bankers, Bones and Beetles: The first Century of The American Museum of
Natural History, Garden City, N.York: Natural History Press, 1969.

HINDLE, Brooke, The Pursuit of Science in Revolutionary America, 1735-1789, Chapel Hill, 1956.

HINSLEY, Curtis, Savages and Scientists: The Semithsonian Institution and the development of
American Anthropology, 1846-1910, Washington Dc.: Smithsonian Institution Press, 1981.

History of Astronomy: an Encyclopedia, Edited by John Lankford. New York: Garland Pub., 1997.

HOENINGER, J. F. e F. D. M., The Development of Natural History in Tudor England, Charlottesville,


1969
The Growth of Natural History in Stuaret England from Gerard to the Royal Society,
Charlottesville, 1969

HOME, Rod. W., Kohstedt, Sally Gregory, International Science and National Scientific Identify:
Australia between Britain and America, Dordrecht, 1991

HOOKE, R., Micrographia: or some Physiological Descriptions of Minute Bodies Made by Magnifying
Glasses, with Observations and Inquiries thereupon, London, 1665.
The Posthumous Works of Robert Hooke, M.D., London: Smith and Walford, 1705.
HUTTON, J., Theory of the Earth; or an Investigation of the Laws Observable in the Composition,
Dissolution, and Restoration of Land upon the Globe, Transactions of the Royal Society of Edinburgh
(1788) 1:209-304.
Theory of the Earth, with Proofs and Illustrations, 2 vols. Edinburgh, 1795.

Instruments of Science: an Historical Encyclopedia, Edited by Robert Bud and Deborah Jean Warner.
New York: Garland, in association with Science Museum, London, and National Museum of American
History, Smithsonian Institution, 1998.

ISENBURG, Teresa, Viagggiatori Naturalisti Italiani in Brasile nell'Ottocento, Milano, 1989.

JARDINE, N. e J. A. Secord, E. C. Spary(ed.), Cultures of Natural History, Cambridge, 1996.

JARDINE, Sir William, The Natural History of Monkeys, Edinburgh: Lizars, 1833.

JENNER, Edward, A Flora of Tunbridge Wells, Tunbridge Wells: J. Colbran, 1845.

JORDANOVA, L. J., Lamarck, New York,1984

KALM, Peter. Travels in North America, ed. Carl Adolph Benson. New York, 1937.

KARR, Alphonse, 1808-1890, A Tour Round my Garden, Tr. from the French of Alphonse Karr. Rev.
and ed. by the Rev. J.G. Wood .A new ed. London, New York, G. Routledge, 1855.

KASTNER, Joseph, A Species of Eternity, New York: Knopf, 1977.

KEENEY, Elizabeth, The Botanizers: Amateur Scientists in Nineteenth-century America, Chapel Hill:
University of North Carolina Press, c1992.

KERR, Robert, A General History and Collection of Voyages and Travels, Edinburgh: Ramsay, 1811.

KING, Maria M., Mrs., Principles of Nature as Discovered in the Development and Structure of the
Universe, the Solar System and the Earth, Hammonton, N.J., King, 1880-1881, c1865-1880.

KLAITS, Joseph e Barrie(eds), Animals and Man in Historical Perspective, N.York, Harper & Row,
1974.

KNIGHT, David M., Natural Science Books in English 1600-1900, New York,1972.

KRAGH, H., An Introduction to the Historiography of Science, Cambridge University Press, 1987

KRASNER, James, The Entangled Eye Visual Perception and the Representation of Nature in post
Darwinan Narrative, New York,1992.

KUMAR, Deepak (ed.), Science and Empire: Essays in Indian Context, 1700-1947, Delhi, 1991

LA ROUCE FOUCAULT-LIANCOURT, Francois A. F., Duke de, Travels through the United States of
North America, London: R. Phillips, 1799.

LACERDA, J. B. de, Os Museus de História Natural e os Jardins Zoológicos de Paris e de Londres. O


Kew Garden, Rio de Janeiro, Papelaria Macedo, 1912.

LAFUENTE, Antonio e Jose Sala(cords.), La Ciencia Española en Ultramar, Madrid, Alianza Ed., 1992

LAMARCK, J. B. La Flore Francais, Paris, 1778.


Systeme des Animaux sans Vertebres, Paris: Chez Deterville, 1801
Philosophie Zoologique, Paris: Chez Dentu, 1809; H. Elliott, trans. Macmillan, London 1914,
U of Chicago 1984.
Histoire Naturelle des Animaux sans Vertebres, 7 vols. Paris, 1815-22
LANGLE, F. de, La Tragique Expedition de la Pérouse et la Langle, Paris: Hachette, 1954.

LARSON, James L., Interpreting Nature: the Science of Living Form from Linnaeus to Kant, Baltimore
: Johns Hopkins University Press, c1994.

LAUDAN, Rachel, From Mineralogy to Geology. The Foundations of a Science 1650-1830, Chicago,
The Univ. of Chicago Press, 1987.

LAURENT, Goulven, Paleóntologie et Évolution en France de 1800 a 1860: une Histoire des Idées de
Cuvier et Lamarck à Darwin, Paris, 1987

LAWRENCE, William, An Introduction to Comparative Anatomy, being two Introductory Lectures


Delivered at the Royal College of Surgeons, London, 1816
Lectures on Physiology, Zoology and the Natural History of Man, London: Callow, 1819.

LECOURT, Dominique, A quoi sert donc la Philosophie?: des Sciences de la Nature aux Sciences
Politiques, 1. éd. Paris: Presses universitaires de France, 1993.

LEITÃO, C. F. de M., História das Expedições Científicas no Brasil, São Paulo, Cia. Ed. Nacional,
1941(colecção brasiliana nº.209)

LESLIE, John, The End of the World: the Science and Ethics of Human Extinction, London ; New York
: Routledge, 1996.

LIMA, Américo de, O Doutor Alexandre Rodrigues Ferreira, Documentos Coligidos e Prefaciados,
Agência Geral do Ultramar, Lisboa, 1953.

LISBOA, Balthazar da Silva, Discurso Histórico e Politico, e Economico dos Progressos e Estado
Actual da Filosofia Natural Portugueza, Acompanhado de Algumas Reflexoens sobre o Estado do
Brasil..., Lisboa, 1786.

LOGAN, James, Experiments and Considerations on the Generation of Plants, London: C. Davis, 1747.

LONDON, John Claudius, Arboretum et Fruticetum Britannicum, 2ª ed, 8 vols, London, 1654.

LYELL, C., Principles of Geology: Being an Attempt to Explain the Former Changes of the Earth's
Surface by References to Causes Now in Operation, 3 vols. London, 1830-33.
Life, Letters, and Journals of Sir Charles Lyell, New York: AMS, 1881,

LYON, John e Phillip R. Sloan, From Natural History to the History of Nature. Readings from Buffon
and his Critics, London/Notre Dame, 1981.

LYTE, Charles, Sir Joseph Banks: Eighteenth Century Explorer, Botanist, and Entrepreneur, London,:
David & Charles, 1981

MACFARLANE, C. W. e L. A. Triebel, eds., French Explorers in Tasmania and the Southern Seas,
Sydney: Australasian Publishing company, 1937

MACGILLIVRAY, William, A History of British Birds, London: Scott, Webster and Geary, 1837.

MACKAY, David, In the Wake of Cook: Exploration, Science and Empire 1780-1801, London, 1985.

MAGY, François, 1822-1887. De la Science de la Nature; Essai de Philosophie Première, par F. Magy .
Paris, Librairie philosophique de Ladrange, 1865.

MARREY, Bernanrd e Monnet, Jean-Pierre, La Grande Histoire des Serres et des Jardins d'Hiver,
France 1780-1900, Paris, 1984

MARSH, William M, Environmental Geography : Science, Land use, and Earth Systems, John Grossa,
Jr. New York : J. Wiley, c1996.
MASSAC, Pierre Louis de, Memoria sobre a Qualidade e sobre o Emprego dos Adubos, ou Estrumes,
Lisboa Typ. Do Arco do Cego, 1801, 89pp.
e Patullo, Ensayo sobre o modo de Melhorar as Terras, Lisboa Typ. Do Arco do
Cego, 1801, 137pp.

MCGREW, Roderick E., Encyclopedia of Medical History, New York : McGraw-Hill, 1985.

MCKELVEY, Susan Delano, Botanical Exploration of the Trans-Mississippi West, 1790-1850;


foreword by Joseph Ewan; introduction by Stephen Dow Beckham. Corvallis, Or.: Oregon State
University Press, c1991.

MEISEL, Max, Bibliography of American Natural History, 3 vols, N. York: Premier Publishing Co,
1924

MENDES, João Ribeiro, «Instruções a Viagem Philoso-Phico Effectuada pelo Naturalista Dr. Alexandre
Rodrigues Ferreira, nos Anos de 1783-1792», Revista da Sociedade Brasileira de Geografia, tomo LIII,
Rio de Janeiro, 1946.

MERCHANT, Carolyn, Ecological Revolutions: Nature, Gender, and Science in New England, Chapel
Hill: University of North Carolina Press, c1989.

MIKKELI, Heikki, An Aristotelian Response to Renaissance Humanism: Jacopo Zabarella on the


Nature of Arts and Sciences, Helsinki: SHS, 1992.

MILLS, John FitzMaurice, Encyclopedia of Antique Scientific Instruments, New York: Facts on File,
1983.

MORENO, M. A., Odisea 1874. Primer Viaje Internacional de Científicos Mexicanos, México, Fondo
de Cultura Económica, 1986.

MORTON, Leslie T. and Robert J. Moore, A Chronology of Medicine and Related Sciences, Aldershot:
Scolar Press, 1997.

MOUNT, Ellis. Milestones in Science and Technology: the Ready Reference Guide to Discoveries,
Inventions, and Facts. Second edition. Phoenix: Oryx Press, 1994.

MOYAL, Ann Mozley(ed.), Scientists in Nineteenth Century Australia- A Documentary History,


Sydney, Cassell, 1976

MURRAY, John A., editor, Wild Africa: Three Centuries of Nature Writing from Africa, New York:
Oxford University Press, 1993.

NEEDHAM, Joseph, Science and Civilization in China, 7 vols., Cambridge, Cambridge Univ. Press,
1954.

NEIVA, A., Esboço Historico sobre a Botanica e Zoologia no Brasil. De Gabriel de Souza, 1587, a 7 de
setembro de 1922, S. Paulo, 1922.

NETO, L., Le Muséum National de Rio de Janeiro et son Influence sur les Sciences Naturelles au Brésil,
Paris, Librairie Ch. Delagrave, 1899.
Investigações Históricas e Científicas sobre o Museu Imperial e Nacional do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, 1870.

NEWMAN, John B., The Illustrated Botany, New York: Wellman, 1846.

Notable Twentieth-century Scientists, Edited by Emily J. McMurray, Jane Kelly Kosek and Roger M.
Valade III. Detroit: Gale Research, 1995. Four volumes
Notable Women in the Life Sciences: a Biographical Dictionary, Edited by Benjamin F. Shearer and
Barbara S. Shearer. Westport: Greenwood Press,1996.

NUTTALL, Thomas, A Manual of the Ornithology of the United States and Canada, Boston: Hillard,
Gray, 1834.

NYE, Mary Jo, Science in the Provinces: Scientific Communities and Provincial Leadership in France,
1860-1930, Berkeley, 1986

OGILVIE, Marilyn Bailey, Women in Science: Antiquity Through the Nineteenth Century: a
Biographical Dictionary with Annotated Bibliography, Cambridge: MIT Press, 1986.

OLESON, Alexandra, Brown, Ganborn C. (ed.), The Prusuit of Science in the Early American Republic:
American Scientific and Learned Societies from Colonial Times to the Civil War, Baltimore: Johns
Hopkins Univ. Press, 1976

OLIVER, F. W., ed., Makers of British Botany, Cambridge, 1913.

ORNSTEIN, Martha, The Role of the Scientific Societies in the Seventeenth Century, New York, 1913.

OSBORN, Henry Fairfield, Impressions of Great Naturalists. Reminiscences of Darwin, Huxley,


Balfour, Cope and others, N. Y., 1924.

OSBORNE, Michael A., Nature, the Exotic and the Science of French Colonialism, Bloomington, 1994

OUTRAM, Dorinda, Georges Cuvier, Vocation, Science and Authority in post-revolutionary France,
Manchester, 1984.

PANE, H. W., From Knowledge to Power: The Rise of the Science Empire in France, 1860-1939,
Cambridge, 1985

PARK, Mungo, Travels in the Interior Districts of Africa, London, 1799.

PARKINSON, Claire L., Breakthroughs: a Chronology of Great Achievements in Science and


Mathematics, 1200-1930, Boston: G.K. Hall, 1985.

PARSONS, James, Philosophical Observations on the Analogy Between the Propagation of Animals
and that of Vegetables: In which are Answered some Objections against the Indivisibility of the Soul,
which have been Inadvertently drawn from the late curious and useful Experiments upon the Polypus
and other Animals, with an Explanation of the Manner in which each Piece of a divided Polypus
becomes another perfect animal of the same species, London: C. Davis, 1752.

Particle Physics: one Hundred Years of Discoveries: an Annotated Chronological Bibliography, V.V.
Ezhela, et al. Woodbury: American Institute of Physics, 1996.

PAUL, Harry W., From Knowledge to Power: The Rise of the Science Empire in France, 1860-1939,
Cambridge, 1985

PEATTIE, Donald Culross, Green Laurels. The Lives and Achivements of the Great Naturalists, N. Y.,
1938.

PENNANT, Thomas, History of Quadrupeds, 3rd. ed. London: White, 1793.

PESCOTT, R.T.M., Collections of a Century: The History of the first Hundred Years of the National
Museum of Victoria, Melbourne, National Museum of Victoria, 1954.

PESET, J. L(ed.), La Ciencia Moderna y el Nuevo Mundo, Madrid, CSIC-SLHC, 1985. Ciencia, Via y
Eespacio en Iberoamerica, Madrid, CSIC, 1989.
e M. SELLÉS, A. LAFUENTE(cords.), Carlos III y la Ciencia de la Ilustración, Madrid,
Alinza ed., 1988.
PETIT, Jeen (eds.), Science and Empires: Historical Studies about Scientific Development and
European Expansion, Dordrecht, 1992

PHILLIPS, J., Figures and Descriptions of the Paleozoic Fossils of Cornwall, Devon, and West
Somerset. London, 1841.

PICTET, F. J., Traite de Paleontologie, ou Histoire Naturelle des Animaux Fossiles Consideres dans
leurs Rapport Zoologiques et Geologiques, Paris, 1844-46.

PINHEIRO, José Feliciano Fernandes[1º Visconde de S. Leopoldo] e Antonio Carlos Ribeiro de


Andrada Machado e Silva, Cultura Americana que contem huma Relação do terreno, Clima, producção,
e Agricultura das Colonias Britanicas no Norte da America, e nas Indias Occidentais, com observações
sobre as vantagens de se estabelecer nellas, em comparação com a Grão Bretanha, e Irlanda, 2 vols,
Lisboa, Officina de Antonio Rodrigues Galhardo, 1799, 598pp.

PISO, Willem e George Marcgraf, Indiae Utriusque re Naturali et Medica…, Leyden, F. Haack, and
Amesterdam L. Elsevier, 1658, 592pp e 400 ilustrações

POGGI , Stefano e Maurizio Bossi, Romanticism in Science: Science in Europe, 1790-1840, Dordrecht
[The Netherlands] ; Boston: Kluwer Academic, c1994.

PORTER, Roy, The Making of Geology. Earth Science in Britain. 1660-1815, London, Cambridge
Univ. Press., 1977.

PRATT, Mary Louise, Imperial Eyes. Travel Writing and Transculturation, London, 1992.1995

PRINGLE, Laurence P., comp, Discovering the Outdoors; a Nature and Science Guide to Investigating
Life in Fields, Forests, and Ponds, Edited by Laurence P. Pringle. [1st ed.] Garden City, N. Y.,
Published for the American Museum of Natural History [by] Natural History Press, 1969.

Prominent Scientists: an Index to Collective Biographies, Compiled by Paul Pelletier. Third edition.
New York: Neal-Schuman, 1994.

PUERTO, Javier, La Ilusión Quebrada. Botánica, Sanida y Política Científica en la España Ilustrada,
Barcelona, Serbal, 1988.
Ciencia de Cámara, Madrid, CSIC, 1992.[estudo sobre C. Gómez Ortega]

PUIG-SAMPER, Miguel Ángel, Las Expediciones Científicas del siglo XVIII, Madrid, Akal, 1991.

PYENSON, Lewis, Cultural Imperialism and the Exact Sciences: German Expansion Overseas, 1900-
1930, N. York: Peter Lang Publishing, 1985
Civilizing Mission: Exact Sciences and French Overseas Expansion, 1830-1940, Baltimore,
1993
Empire of Reason. Exact Sciences in Indonesia 1840-1940, N. York, 1989

RAVEN, Charles E., John Ray, Naturalist, his Life and Works, Cambridge, 1950.

RAY, John. Catalogus Plantarum circa Cantabrium Nascentium, Cambridge: J. Field, 1660.
The Ornithology of Francis Willoughby, London: John Martyn, 1678.
Historia Plantarum, 3 vols. London: Henry Faithorne, 1686-1704
The Wisdom of God Manifested in Works of Creation, London: Samuel Smith, 1691.
Miscellaneous Discourses Concerning the Dissolution and Changes of the World, London:
Samuel Smith, 1692.

REASE, D. Meredith, Rudiments of Zoology, Philadelphia: Sorin and Ball, 1847.

REINGOLD, Nathan e Rothenberg, Marc, Scientific Colonialism. A Cross-cultural Comparison,


Washington, 1987
REIS, Artur Cesar Ferreira, «A Amazonia Vista Pelo Dr. Alexandre Rodrigues Ferreira», Boletim da
Sociedade de Geografia de Lisboa, Julho-Setembro, 1957, pp. 323-336.

RIBEIRO, José Silvestre, História dos Estabelecimentos Scientificos, Litterarios e Artisticos de


Portugal nos Sucessivos Reinados dn Monarchia, tomo I, Lisboa. 1875.

RICHARDSON, Edgar P. et al., Charles Willson Peale and His World, New York: Abrams, 1982.

RITTERBUSH, Ralph C., Overtures to Biology: The Speculations of Eighteenth- Century Naturalists,
New Haven, 1964.

RIVARA, J. H. da Cunha, ed., Observações sobre a Historia Natural de Goa feitas no anno de 1784 por
Manue1 Galvão da Silva, Nova-Goa, 1862.

ROBBINS, Lionel Charles Robbins, Baron, 1898-, An Essay on the Nature and Significance of
Economic Science, 3rd ed. / foreword by William J. Baumol. London: Macmillan, 1984.

ROBERTSON, George [et al.](ed.), Future Natural: Nature, Science, Culture, London; New York:
Routledge, 1996.

RODRIGUES, João Barbosa, Les Palmiers Observations sur la Monographie de cette Famille dans la
Flora Brasiliensis, Rio de Janeiro, 1882, 53pp. e 4 litografias.

ROSSITER, Margaret, Women Scientists in America: Struggles and Strategies to 1940, Baltimore, 1982

ROUSSEAU, Jean Jacques, Letters on the Elements of Botany Addressed to a Lady, Trans. By Thomas
Martyn. London: B. White, 1785.

RUDWICK, M. J. S., The Meaning of Fossils: Episodes in the History of Paleontology, Chicago: U of
Chicago P, 1985.

RUPKE, Nicolaas A., Richard Owen. Victorian Naturalist, Yale, 1994.

RUSH, Benjamin. An Inquiry Into the Natural History of Medicine Among the Indians, 1789 [originally
read in 1774 before the American Philosophical Society].
Three Lectures Upon Animal Life, Philadelphia: Budd and Bartram, 1799.
Account of the Bilious Remitting Yellow Fever, Philadelphia: Dobson, 1794.

SÁ, José António de, Compêndio de Observaçoens que formão o Plano da Viagem Politíca e Filosofica
que se Deve Fazer dentro da Patria, Lisboa, 1783.

SACHS, Julius Von, History of Botany 1530-1860, N. Y., 1890, 1967.

SAINZ OLLERO, Héctor e outros, José Sanchez Labrador y los Naturalistas Jesuitas del Río de la
Plata, Madrid, OPU, 1989.

SALMON, W. Botanologia. The English Herbal: or History of Plants. London, 1710.

SÁNCHEZ, B. A., M. A. Puig-Samper e J. Sota, La Real Expedición Botánica a Nueva España, Madrid,
Real Jardin Botânico, 1987.

SCROPE, G. P., Memoir on the Geology of Central France, Including the Volcanic Formations of
Auvergne, the Velay and the Vivarais, London, 1827.

SEBRIGHT, John Saunders, The Art of Improving the Breeds of Domestic Animals, in a Letter
Addressed to the Right Hon. Sir Joseph Banks, K. B., London: J. Harding, 1809.

SHARROCK, Robert, The History of the Propagation and Improvement of Vegetables by the
Concurrence of Art and Nature, Oxford: T. Robinson, 1660; 2nd ed. 1672.
SHAW, George, The Naturalist's Miscellany, London, Nodder& Co, 1799(?)

SHEETS-PYENSON, S., Cathedrals of Science. The Development of Colonial Natural History


Museums during the late 19 th. Century, McGill-Queens University Press, 1988

SHTEIR, Ann B., Cultivating Women Cultivating Science, Baltimore, 1996.

SHORTLAND, Michael, Science and Nature: Essays in the History of the Environmental Sciences
[Oxford?]: British Society for the History of Science, c1993.

SIEGEL, Patricia Joan, Women in the Scientific Search: an American Bio-bibliography, 1724-1979,
Metuchen, N.J.: Scarecrow Press, 1985.

SILVA, D. A. Tavares da, O Cientista Luso-Brasileiro Dr. Alexandre Rodrigues Ferreira (Notas para o
seu Estudo), Lisboa, 1947.

SIMON, William J., Scientific Expeditions in the Portuguese Overseas Territories (1783-1808) and the
Role of Lisbon in the Intellectual Scientific Community of the late Eighteenth Century, Lisboa, 1983

SMITH, J. C., Georges Cuvier: An Annotated Bibliography of his Published Works, Washington D.C.:
Smithsonian Institution Press, 1993.

SMITH, Samuel Stanhope, An Essay on the Causes of the Variety of Complexion and Figure in Human
Species, New Brunswick: J. Simpson, 1810.

SMITH, W., Strata Identified by Organised Fossils, London, 1816.

SOTO ARANGO, Diana e M. a. Puig-Samper, Luis Carlos Arboleda(eds.), La Ilustración en América


Colonial, Madrid, CSIC Ed. Doce Calles/Colciencias, 1995

SOTOS, C., Flora y Fauna Cubanas del Siglo XVIII, Madrid, Turner, 1984.

STAFFORD, Robert A., Scientist of Empire: Sir Roderick Murchison, Scientific Exploration, and
Victorian Imperialism, Cambridge, 1989

STAFLEU, F. A., Linnaeus and the Linnaeans, Utrech, 1971.

STEARN, William T., The Natural History Museum at South Kensington: A History of the British
Museum (Natural History) 1753-1980, London: Heinemann, 1981

STEARNS, Raymond P., Science in the British Colonies of America, Urbana; Univ. of Illinois Press,
1970

STERLING, Keir B. Natural Science in America. New York: Arno Press, 1974.

STRAHAN, Ronald, Rare and Curious Specimens: An Illustrated History of the Australian Museum,
1827-1979, Sydney: Australian Museum, 1979.

TARACENA, A, La Expedición Botánica al Reino de Guatemala, Guatemala, Ed. universitaria, 1983.

TARUGI , Luisa Rotondi Secchi, L'Uomo e la Natura nel Rinascimento, 1. ed. Milano: Nuovi orizzonti,
1996.

TEXERA, Yolanda, La Exploración Botánica en Venezuela 1754-1950, 1. ed. Caracas: Fondo Editorial
Acta Científica Venezolana, 1991.

The Cambridge Dictionary of Scientists. David Millar and others, Cambridge: Cambridge University
Press, 1996

The History of Science and Technology: a Narrative Chronology, New York: Facts on File, 1988.
THIERY DE MENONVILLE, Nicolas-Joseph, Memoria sobre a Cultura da Urumbeba, e sobre a
Criação da Conchonilha, Lisboa, Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1799, 45pp.

THOMPSON, Susan J., A Chronology of Geological Tthinking from Antiquity to 1899, Metuchen: The
Scarecrow Press, 1988.

TRABULSE, E., Ciencia y Religión en el siglo XVII, México, El Colégio de México, 1974
Historia de la Ciencia en México, vol.I, México, Conacyt-Fondo de Cultura Económica, 1983.

TYSON, E., Orang-Outang, sive Homo Sylvestris ["Man of the Woods"], London, 1699.

VANDELLI, Domingos, Florae Lusitanicae et Brasiliensis Specimen, et Epistolae ab Eruditis Viris


Carolo a Linne, Antonio de Haen and Dominicum Vandelli scriptae, Coimbra, Typographia Academico-
Regia 1778, 96pp.

VANDERPOOL, Harold Y. comp., Darwin and Darwinism; Revolutionary Insights Concerning Man,
Nature, Religion, and Society, Edited and with an introd. by Harold Y. Vanderpool, Lexington, Mass.,
Heath [1973]

VARNHAGEN, Frederico Luiz Gulherme de, Manual de Instruções Praticas sobre a Sementeira,
Cultura e Corte dos Pinheiros, e Conservação da Madeira dos mesmos, Lisboa, Typ. Da Academia,
1836, 101pp.

VELOSO, José Mariano da Conceição(?), Memoria sobre a Caneleira para acompanhar a remessa das
plantas, que o Principe N. Senhor manda transportar para o Brazil, Lisboa, Regia Officina
Typographica, 1797 ou 1798, 11p.
Naturalista Instruido nos diversos Methodos Antigos, e Modernos de Ajuntar,
Preparar, e Conservar as producções dos tres reinos da natureza, Lisboa, Afficina da Casa Litteraria do
Arco do Cego, 1800, 90pp.

Voyage aux îles d'Amerique, Paris, Archives Nationales, 1992.

WOLF, Abraham, A History of Science, Technology, and Philosophy in the 16th and 16th centuries,
London, 1950.

WOLF, Harry, The Transits of Venus: A Study of Eigteenth-Century Science, Princeton, 1959.

Women in Chemistry and Physics: a Biobibliographic Sourcebook, Edited by Louise S. GRINSTEIN,


Rose K. Rose, and Miriam H. Rafailovich. Westport: Greenwood Press, 1993.

Women in the Biological Sciences: a Biobibliographic Sourcebook, Edited by Louise S. GRINSTEIN,


Carol A. Biermann and Rose K. Rose. Westport: Greenwood Press, 1997.

WOODWARD, J., An Essay Toward a Theory of the Earth and Terrestrial Bodies, Especially Minerals;
and also of the Seas, Rivers, and Springs, London: Wilkin, 1695.

World who's who in Science: a Biographical Dictionary of Notable Scientists from Antiquity to the
Present, Edited by Allen G. Debus. Chicago: Marquis-Who's Who, Inc., 1968.

YASCHENKO, A., The British Museum and other Zoolozical Institutions of the West of Europe, St.
Petersburg, 1894

YOUNG, David, The Discovery of Evolution, Cambridge: Cambridge UP, 1992.


RELIGIÃO

"Christianity taught that man had dominion over natural and so man has
treated nature in a destrutive way. "
(Francis A. Schaeffer, Pollution and the Death of Man, Illinois, 1973)

O debate entre a Religião e a Ciência parece ser eterno. Note-se que é a partir dele que
parte outro referente à relação entre esta e a Ecologia. A forma como o homem se
relaciona com o quadro natural prende-se muito com as suas crenças religiosas. Insiste-
se que o Cristianismo com base na Bíblia defende uma relação dominadora do homem
face ao meio que o envolve. O texto que encima esta breve referência assim o reitera.
Todavia, a partir da década de setenta muitos teólogos e pastores da igreja participam
activamente no movimento ambientalista, dando-nos uma imagem distinta da relação
do Cristianismo com a Ecologia. Aqui salientam-se os livros de Richard Austin(1987),
Daniel Spring[1974, John Camody(1983), Ian Bradley(1992), Ian Barbour(1966 e
1977), P. W. Bakken(1955).

Neste quadro justifica-se a valorização dada à vida e obra de S. Francisco de Assis,


considerado o patrono da Ecologia. Ele é a resposta aos detractores do Cristianismo.
Confira-se por exemplo os textos de Maio Marzi(1981), Roger Souell(1988), P. D.
Allen(1996).

O mais relevante desta polémica é o debate que se ateou em torno da Religião e da


Ciência. A centúria oitocentista mercê dos avanços da Ciência foi o palco desses
confrontos. Em face disto a Ciência foi considerada uma reacção aos dogmas da Bíblia.
Os dois mais destacados expoentes deste debate são John W. Draper[1811-1882] e
Andrew Dickson White[1832-1918] com textos publicados, respectivamente, em 1874
e 1896. A sua aportação é o corolário do debate que ocorreu desde 1859 com a
publicação de Origin of Species de Charles Darwin. A bibliografia propicia-nos alguns
textos orientadores da descoberta deste debate, a que merecem a nossa atenção os
livros de Francis C. Haber(1959), T. Cosslett(1984), David C. Lindberg(1986).

AGAR, William Macdonough, 1894-, Catholicism and the Progress of Science, New York, The
Macmillan company, 1940.

ALLEN, Paul Marshall e Joan de Ris Allen, Francis of Assisi's Canticle of the Creatures: a Modern
Spiritual Path, New York : Continuum, 1996.

ALON, Azariah, The Natural History of the Land of the Bible, Garden City, N.Y.: Doubleday, 1978

ANDERSON, Alexander Walter, Plants of the Bible, New York, Philosophical Library [1957]
Creation in the Old Testament, Philadelphia: Fortress Press; London: SPCK, 1984.

ANDERSON, Paul Russell, 1907-, Science in Defense of Liberal Religion; a Study of Henry More's
Attempt to link Seventeenth Century Religion with Science, New York and London, G. P. Putnam's sons,
1933.
ARMSTRONG, Edward A., Saint Francis: Nature Mystic- The Derivation and Significance of the
Nature Stories in the Franciscan Legend, Berheley, 1973

AUSTIN, Richard Cartwright, Hope for the Land: Nature in the Bible, Atlanta, Ga.: John Knox Press,
1988.
Environmental Theology, Atlanta, Ga.: J. Knox Press; Abingdon, Va.: Creekside Press, c1987-
c1990.

BAILEY, Liberty Hyde, The Holy Earth, 1980, c1915.

BAKKEN, Peter W., 1957-, Ecology, Justice, and Christian Faith: a Critical Guide to the Literature /
Peter W. Bakken, Joan Gibb Engel, e J. Ronald Engel.Westport, Conn.: Greenwood Press, 1995.

BARBOUR , Ian G., Issues in Science and Religion, N.J.: Prentice-Hall, 1966
Earth Might be Fair; Reflections on Ethics, Religion, and Ecology, Edited by Ian G. Barbour.
Englewood Cliffs, N.J., Prentice-Hall [1972]
(ed.) Western Man and Environmental Ethics, Reading, Mass.: Addison-Wesley, 1973
Religion and Science, [San Francisco] : HarperSanFrancisco, 1997.

BARNETTE, Henlee H., The Church and the Ecological Crisis, Grand Rapids, Eerdmans, 1972

BERGER, Carl Science, God, and Nature in Victorian Canada / Carl Toronto; Buffalo: University of
Toronto Press, c1983.

BERRY, Thomas Mary, Teilhard in the Ecological Age, Cambersburg, Pa.: Published for the American
Teilhard Association for the Future of Man by Anima Books,, 1982
e Clarke, Thomas E., Befriending the Earth: a Theology of Reconciliation Between Humans
and the Earth, 1991.

BERRY, Thomas Mary, The Dream of the Earth, S. Francisco, Calif.: Sierra Club Books, 1990, c1988.

BERRY, Wendell[1934-], The Unsettling of America, S. Francisco, Sierra Club Books, 1977
The Gift of Good Land, S. Francisco, North Point Pess, 1981

BOFF, Leonardo, Ecologia, Mundialização, Espiritualidade: a Emergencia de um Novo Paradigma,


São Paulo, SP: Editora Atica, 1993.

BOLIN, Robert C. Race, Religion, and Ethnicity in Disaster Recovery / Robert Bolin and Patricia
Bolton. [Boulder. Colo.]: Institute of Behavioral Science, University of Colorado, 1986.

BOUMA-PREDIGER, Steven, The Greening of Theology: the Ecological Models of Rosemary Radford
Ruether, Joseph Sittler, and Juergen Moltmann, Atlanta, Ga.: Scholars Press, c1995.

BOWMAN, Douglas C., Beyond the Modern Mind: the Spiritual and Ethical Challenge of the
Environmental Crisis, 1990.

BOZEMAN, Theodore Dwight, Protestants in an Age of Science: the Baconian Ideal and Antebellum
American Religious Thougt, Chapel Hill: Univ. of N. Carolina Press, 1977

BRADLEY, Ian C., God is Green: Ecology for Christians, foreword by Jonathon Porritt, New York:
Image Books, 1992.

BREUILLY, Elizabeth, and Palmer, Martin, Christianity and Ecology, / edited by Elizabeth Breuilly and
Martin Palmer.London; New York: Cassell, 1992.

BROWNE, Janet, The Secular Ark: Studies in the History of Biogeography, New York, 1983.

BROOKE, John Hedley, Science and Religion. Some Historical Perspectives, London, 1991.
CALEGARI, Giulio, La Religione della Sete: l'Uomo e l'Acqua nel Sahara: atti del Ciclo di Incontri
Organizzato dal Centro Studi Archeologia Africana di Milano (ottobre-novembre 1992) = La religion de
la soif: l'homme et l'eau dans le Sahara: Centro studi archeologia africana, 1993.

CARMODY, John, 1939-, Ecology and Religion: Toward a new Christian Theology of Nature, New
York : Paulist Press, c1983.

CARRASCO, Davíd(ed.), The Imagination of Matter: Religion and Ecology in Mesoamerican


Traditions Oxford, England: B.A.R., 1989.

CARUS, Paul, 1852-1919, God; an Enquiry into the Nature of Man's Highest Ideal and a Solution of the
Problem from the Standpoint of Science, Open Court Pub. Co. [c1908]

CASON, John Walter, The Growth of Christianity in the Liberian Environment, [New York] 1962. [tese
Columbia University.]

CHENU, M.-D., O.P., Nature, Man, and Society in the Twelfth Century: Essays on new Theological
Perspectives in the Latin West, Chicago, 1968

CLARK, Gordon Haddon, The Philosophy of Science and Belief in God, Nutley, N.J., Craig Press, 1964.

COBB, John B., A Christian Natural Theology: Based on the Thought of Alfred North Whitehead,
Philadelphia, 1965
Is it too Late?: a Theology of Ecology, Rev. ed. Denton, Tex.: Environmental Ethics Books,
Beverly Hils, Cali. 1972/1995.

COLLINS, Paul, God's Earth: Religion as if Matter Really Mattered, North Blackburn, Vic.: Dove,
1995.

CONLON, James, 1936-, Geo-justice: a Preferential Option for the Earth; [foreword by Thomas
Berry].Winfield, BC, Canada: Wood Lake Books; San Jose, CA: Resource Publications, c1990.

CONSER, Walter H., God and the Natural World, Columbia, S.C.: University of South Carolina Press,
c1993.

COSSLETT, Tess(ed.), Science and Religion in the Nineteenth Century, Cambridge, Cambridge Univ.
Press, 1984.

COSTE, René, Dieu et l'Écologie: Environnement, Théologie, Spiritualité, Tout simplement. Débattre,
Ed. de l'atelier Paris, 1994

Crisis, Ecologia y Justicia Social: Ponencias Plenarias del 2do. Encuentro Latinoamericano de Cultura,
Etica y Religion Frente al Desafio Ecologico, Buenos Aires, 2 al 5 de diciembre de 1990 /
[organizacion] CIPFE, Fundacion del Sur. Montevideo, Uruguay : CIPFE, [1991]

CROSBY, Donald A. Religious Experience and Ecological Responsibility / edited by Donald A. Crosby
& Charley D. Hardwick.New York : P. Lang, c1996.

DE MARZI, Mario, San Francesco d'Assisi e l'Ecologia, Padova: Edizioni laurenziane Cappuccini S.
Croce, [1981].

DERR, Thomas Sieger, 1931-, Environmental Ethics and Christian Humanism; with critical responses
by James A. Nash and Richard John Neuhaus; introduction by Max L. Stackhouse, Nashville: Abingdon
Press, c1996.

DERRICK, Christopher, The Delicate Creation: Towards aTheology of the Environment, London, Tom
Stacey Ltd, 1972

DE SANTIS, Stefano, 1957-, Nature and man: the Hindu perspectives, Varanasi: Sociecos & Dilip
Kumar Publishers, 1995.
DEWITT, Calvin B. Missionary Earthkeeping / edited by Calvin B. DeWitt and Ghillean T. Prance;
introduced by J. Mark Thomas. Macon, Ga. : Mercer University Press, 1992.
The Environment and the Christian: What Does the New Testament say about the
Environment? / edited by Calvin B. DeWitt.Grand Rapids, Mich.: Baker Book House, c1991.

DILLARD, Annie, Holy the Firm, N.Yor: Harper & Raw, 1988, c1977.
Pilgrim at Tinker Creek, N. York: Haper’s Magazine Press, 1988, c1974.
Teaching a Stone to Talk: Expeditions and Encounters, N.Yor: Harper & Raw, 1988, c1982.

DILLENBERGER, John, Protestant Thought and Natural Science: A Historical Interpretation, Garden
City; N. Y., 1960,1961

DOUGLAS, David, Wilderness Sojourn: Notes in the Desert Silence, S. Francisco, Harper & Row,
1987.

DOWD, Michael, Earthspirit: a Handbook for Nurturing an Ecological Christianity, Mystic, Conn.:
Twenty-Third Publications, 1991.

DRAPER, John William, [1811-1882], History of the Conflict Between Religion and Science, New
York, D. Appleton and company, 1875. 1927

DREES, Willem B., 1954-, Religion, Science, and Naturalism, Cambridge; New York: Cambridge
University Press, 1996.

DUBOS, Rene J., A God within: a Positive Philosophy for a more Complete Fulfillment of Human
Potentials, N. York: Scribner, 1972 e 1984.

DWIVEDI, O. P., Environmental Crisis and Hindu Religion / O.P. Dwivedi and B.N. Tiwari, New
Delhi: Gitanjali Publishing House, 1987.

Ecotheology: voices from South and North, edited by David G. Hallman, Geneva, Switzerland: WCC
Publications; Maryknoll, N.Y.: Orbis Books, 1994.

ELDER, Frederick, Crisis in Eden: A Religious Study of Man and Environment, Nashville, Tenn., 1970

Encontro Latino-americano de Teologia da Terra (1st: 1989: Itatiaia, Rio de Janeiro, Brazil) A
Teologia se fez Terra / Primeiro Encontro Latino-americano de Teologia da Terra. Rio de Janeiro, RJ:
Centro Ecumenico de Documentação e Informação; Sao Leopoldo, RS: Editora Sinodal; Genebra, Suiça:
Rede Latino Americana de CPID, 1991.

Encuentro de Cultura, Etica y Religion Frente al Desafio Ecologico, 2nd: 1990: Buenos Aires,
Argentina.

EPPERLY, Bruce Gordon, At the Edges of Life: a Holistic Vision of the Human Adventure, St Luis Mo.,
Chalise Press, 1992.

FELIKS, Yehuda, Nature and Man in the Bible: Chapters in Biblical Ecology, London/New York:
Soncino Press, c1981.

FLEMING, Donald, John William Draper and the Religion of Science, Philadephia, Univ. of
Pennsylvania Press, 1950

FOLSOM, Paul, And Thou Shalt Die in a Polluted Land, Liguori Mo., 1971

FORCE, James E. e Richard H. Popkin. Dordrecht(ed.), The Books of Nature and Scripture: Recent
Essays on Natural Philosophy, Theology, and Biblical Criticism in the Netherlands of Spinoza's Time
and the British Isles of Newton's Time Boston: Kluwer Academic, c1994.
FRANCIS, OF ASSISI, Saint, 1182-1226, Canticle of the Sun = Cantico di Frate Sole / Saint Francis of
Assisi; illustrated by Carol J. Blinn, Easthampton, Mass.: Warwick Press, 1983.
The Hymn of the Sun / by St. Francis of Assisi; illustrations by Tony Wright, Rhinebeck, N.Y.:
Broken Glass, c1990.

FRANCAVIGLIA, Richard V., The Mormon landscape: existence, creation, and perception of a unique
image in the American West, New York: AMS Press, 1978.

FRITSCH, Albert J., Eco-church: an Action Manual / Albert J. Fritsch with AngelaIadavaia-Cox, San
Jose, Calif.: Resource Publications, c1992.

GANOCZY, Alexandre, Theologie der Natur, Zurich: Benziger, c1982.

GILKEY, Langdon Brown, 1919-, Nature, Reality, and the Sacred: the Nexus of Science and Religion,
Minneapolis: Fortress Press, c1993.

GILLISPIE, Charles Coulston, Genesis and Geology: A Study in the Relations of Scientific Thought,
Natural Theology, and Social Opinion in Great Britain, 1790-1850, New York, Harper/Mass. Harvard
Univ. Press [1959, c1951]

GILLISPIE, Neal C., Charles Darwin and the Problem of Creation, Chicago: Univ. of Chicago Press,
1979.

GOSLING, David L., 1939-, Science and Religion in India, Madras: Published for Christian Institute for
the Study of Religion and Society, Bangalore, by Christian Literature Society, 1976.

GOTTFRIED, Robert R., Economics, Ecology, and the Roots of Western faith: Perspectives from the
Garden, Lanham, Md.: Rowman & Littlefield, c1995.

GOTTLIEB, Roger S. (ed.), This Sacred Earth: Religion, Nature, New York: Routledge, 1996.

GRANBERG-MICHAELSON, Wesley, A Worldly Spirituality: the Call to Redeem Life on Earth, 1st
ed. San Francisco: Harper & Row, c1984

GREGERSEN, Niels H., Michael W.S. Parsons e Christoph Wassermann(ed.), The Concept of Nature in
Science and Theology, Switzerland: Labor et Fides, c1997-

GREGORY, Frederick, Nature Lost?: Natural Science and the German Theological Ttraditions of the
Nineteenth Century, Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1992.

GREENE, John C., The Death of Adam: Evolution and its Impact on Western Thought, Ames: Iowa
State Univ. Press, 1959.

HABER, Francis C., The Age of the World: Moses to Darwin, Baltimore: Johns Hopkins Press, 1959.

HALLMAN, David G., A Place in Creation: Ecological Visions in Science, Religion, and Economics,
1992.
Ecotheology : voices from the South and North Liberating life : contemporary approaches to
ecological theology / edited by Charles Birch, William Eakin, Jay B. McDaniel, Maryknoll, N.Y.: Orbis
Books, c1990.
Ecotheology: Voices from South and North, Geneva, Switzerland: WCC Publications;
Maryknoll, N.Y.: Orbis Books, 1994.

HAMILTON, Lawrence S. e Helen F. Takeuchi (ed.), Ethics, Religion and Biodiversity: Relations
between Conservation and Cultural Values, Cambridge: White Horse, 1993.

HAMILTON, Michael[1927-](ed.), This Little Planet, N. York, Scribner, 1970

HAREUVENI, Nogah, Nature in our Biblical Heritage; translated from Hebrew and adapted by Helen
Frenkley. Kiryat Ono, Israel: Neot Kedumim, c1980.
HARGROVE, Eugene C. (ed.), Religion and Environmental Crisis, Athens: University of Georgia
Press, c1986. Papers presented at a colloquium held at the University of Denver made possible by a
grant from the Phillips Foundation of Minneapolis through the University Denver's Center for Judaic
Studies Bibliography: p. 213-220.

HART, John, The Spirit of The Earth: A Theology of the Land, N. York, 1984

HAYS, Samuel P., Conservation and the Gospel of Efficiency: the Progressive Conservation Movement
1890-1920, New York: Atheneum, 1969

HEDLEY, George Percy, 1899-, Religion and the Natural World, Seattle, Distributed by the University
of Washington Press, 1962.

HENDRY, George Stuart, 1904-, Theology of Nature, 1st ed. Philadelphia: Westminster Press, c1980.

HERVIEU-LÉGER, Danièle, Religion et Écologie, [colloque] / sous la direction de Daniele Hervieu-


Leger. Paris: Editions du Cerf, 1993.

HOBART, Michael E., Science and Religion in the Thought of Nicolas Malebranche, Chapel Hill: Univ.
of North Carolina Press, 1982.

HOUGH, Adrian Michael, God is not 'Green': a Re-examination of Eco-theology, Leominster:


Gracewing, 1997.

HOVEMKAMP, Herbert, Science and Religion in America 1800-1860, Philadelphia, University of


Pennsylvania Press, 1978

HOOYKAAS, R., Religion and the Rise of Modern Science, Mich., Wm. E. Eerdmans, 1972

HUGHES, J. Donald, e Jim Swan, "How Much of the Earth is Sacred Space?", Environmental Review,
10:3 (Fall 1986): pp. 247-59.

HULL, Fritz, Earth & Spirit: the Spiritual Dimension of the Environmental Crisis, N. York: Continuum,
1993.

HUME, C. W., The Status of Animals in Christian Religion, London, Universities Federation For animal
Welfare, 1956

International Congress on the History of Sciences (18th: 1989: Hamburg, Germany, and Munich,
Germany), Religion and Environment, Bochum: Universitatsverlag Dr. N. Brockmeyer, 1990.

International Paul Tillich Symposium (4th: 1992: Frankfurt am Main,Germany), Natural Theology
Versus Theology of Nature?: Tillich's Thinking as Impetus for a Discourse among Theology,
Philosophy, and Natural Sciences, proceedings of the IV. International Paul Tillich Symposium, held in
Frankfurt/Main, 1992 / edited by Gert Hummel = Naturliche Theologie

JORANSON , Philip N., Cry of the Environment: Rebuilding the Christian Creation Tradition / edited
by Philip N. Joranson, Ken Butigan (the Center for Ethics and Social Policy).Santa Fe, N.M.: Bear,
c1984.

KAISER, Christopher B., Creational Ttheology and the History of Physical Science, Leiden; New York:
Brill, 1997.

KELLY, Franklin, Frederic Edwin Church and the National Landscape, Washington, 1988

KINSLEY, David R., Ecology and Religion: Ecological Spirituality in Cross-cultural Perspective,
Englewood Cliffs, N.J.: Prentice Hall, c1995.
KLAAREN, Eugene M, Religious Origins of Modern Science: Belief in Creation in Seventeenth-
Century Thought, Mich., Wm. B. Eerdmans, 1977.

KOCHER, Paul H., Science and Religion in Elizabethan England, San Marino, Calif.: Huntington
Library, 1953.

KOWALSKI, Gary A., Green Mountain Spring and other Leaps of Faith, Boston, Mass.: Skinner House
Books, c1997.

LANGFORD, Jerome J., Galileo, Science and the Church, Ann Arbor: Univ. Of Michigan Press, 1971.

LARSON, Edward J., Trial and Error: the Popularization of Darwinism in Germany, 1860-1914,
Chapel Hill: Univ. of North Carolina Press, 1981.

LA TORRE, Maria Antonietta, Ecologia e Morale: l'Irruzione dell'Istanza Ecologica nell'Etica


dell'Occidente, Assisi: Cittadella, c1990.

LAUNAY, Louis de, [1860-], L'Eglise et la Science, Paris, B. Grasset [1936]

LEAX, John, Standing Ground: a Personal Story of Faith and Environmentalism, Grand Rapids, Mich.:
Zondervan Pub. House, 1991.

LEISS, William, The Domination of Nature, New York, George Brazilier, 1972

LINDBERG, David C. e Ronald L. Numbers(ed.), God and Nature: Historical Essays on the Encounter
between Christianity and Science, Berkeley: University of California Press, c1986.

LOW, Mary, 1952-, Celtic Christianity and Nature: Early Irish and Hebridean Traditions / Mary
Low.Edinburgh: Edinburgh University Press, c1996.

LUBAC, Henri de, 1896- A Brief Catechesis on Nature and Grace; translated by Richard Arnandez.San
Francisco: Ignatius Press, c1984.

MCCOOK, Henry C. (Henry Christopher), [1837-1911], The Gospel in Nature: a Series of Popular
Discourses on Scripture Truths Derived from Facts in Nature, Philadelphia, Allen Lane & Scott, 1887.

MCCRACKEN, Andrew Vance, [1897-], The Theological Reactions of the Victorian Poets to the
Natural Sciences and Evolutionism ..., Chicago, Ill., 1935.

MCDANIEL, Jay B. [1949-], Earth, Sky, Gods & Mortals: Developing an Ecological Spirituality,
Mystic, Conn.: Twenty-third Publications, 1990.
Roots and wings: Christianity in an age of ecology and dialogue, Maryknoll, N.Y.: Orbis
Books, c1995.

MCDONAGH, Sean, 1935-, To Care for the Earth: A Call for a New Theology, Santa Fe, N. Mex., 1987
The Greening of the Church, Maryknoll, N.Y.: Orbis Books; London: G. Chapman,
1990.

MCFAGUE, Sallie, Models of God: Theology for an Ecological, Nuclear Age, Philadelphia, Fortress
Press, 1987.
The body of God : an ecological theology, Minneapolis: Fortress Press, c1993.

MEYER, Art, and Meyer, Jocele, Earth-keepers: Environmental Perspectives on Hunger, Poverty, and
Injustice, Scottdale, Pa.: Herald Press, 1991.

MICK, Lawrence E., 1946-, Liturgy and Ecology, Collegeville, Minn.: Liturgical Press, 1997.

MILNE, Courtney[1943-], Spirit of the land: sacred places in native North America, Toronto: Viking,
1994.
The Sacred Earth, Toronto, Viking, 1994, c1991.

MOLTMANN, Jurgen, God in Creation: a new Theology of Creation and the Spirit of God, 1st
HarperCollins pbk. ed. [San Francisco]: Harper San Francisco, 1991.

MOONEY, Christopher F., Theology and Scientific Knowledge, Notre Dame: University of Notre Dame
Press, c1996.

MOORE, James R., The post-Darwinian Controversies: A Study of the Protestant _Stuggle to come to
Terms with Darwin in Great Britain and America, 1870-1900, Cambridge, Cambridge Univ. Press, 1979

MOORE, Judy Hull, God's Plan for Air; edited by Delores Shimmin. Chicago, Ill.: Moody Press, c1980.

MORGAN, Robert, The Nature of New Testament Theology. The Contribution of William Wrede and
Adolf Schlatter, edited, translated, and with an introd. by Robert Morgan. Naperville, Ill., A. R. Allenson
[1973]

MORTON, John Edward, Christ, Creation, and the Environment, Auckland: Anglican Communications,
c1989.

MOULE, C. F. D., Man and Nature in the New Testament, Philadelphia, 1964

MURTHY, S. R. N., 1936-, Ancient Indian Ttheories of the Earth, Pune: University of Poona, 1992.

NEEDHAM, Joseph(ed.), Science and Reality, N. York, George Braziller, 1955.

NASR, Seyyed Hossein, Religion & the Order of Nature, New York: Oxford University Press, 1996

NEUSNER, Jacob, 1932-, The Ecology of Religion: from Writing to Religion in the Study of Judaism,
Ga.: Scholars Press, c1997./Nashville: Abingdon Press, c1989.

NORRIS, Kathleen, Dakota: a Spiritual Geography, N. York, Vivknor & Fields, 1993.

North American Conference on Christianity and Ecology (1st: 1987:Epworth Forest Center), Christian
Ecology: Building an Environmental Ethic for the Twenty-first Century: the Proceedings from the First
North American Conference on Christianity and Ecology / edited by Frederick W. Krueger. San
Francisco, Calif.: The Conference, c1988.

NORTHCOTT, Michael S., The Environment and Christian Ethics, Cambridge [England]; New York:
Cambridge University Press, 1996

OELSCHLAEGER, Max, Caring for Creation: an Ecumenical Approach to the Environmental Crisis,
New Haven: Yale University Press, c1994.

OGUTU, Gilbert E.M. (ed.), God, Humanity & Mother Nature, Masaki Publishers, c1992.

OSPOVAT, Dov, The Development of Darwin's Theory: Natural History, Natural Theology, and
Natural Selection, 1838-1859, Cambridge, Cambridge Univ. Press, 1981

PACINI, Roberto, [1958-], Questione Ecologica e Responsabilita del Cristiano, Cinisello Balsamo,
Milano: Edizioni paoline, c1991.

PALEY, William, Natural Theology, Bosoton, Greg international, 1970.

PANNENBERG, Wolfhart, [1928-], Toward a Theology of Nature: Essays on Science and Faith, edited
by Ted Peters. 1st ed. Louisville, Ky.: Westminster/J. Knox Press, c1993.

PARKINSON, George Hathaway, 1875-, Charles Darwin's Influence on Religion and Politics of the
Present Day ..., by George H. Parkinson. [n.p., n.d.]
PARMELEE, Alice, All the Birds of the Bible; their Stories, Identification and Meaning, New York,
Harper, [1959]

PASSMORE, John, Man's Responsibility for Nature: Ecological Promise of Christian Theology,
Philadelphia, 1985

Pastoral, Mensaje y Homilia sobre Problemas Ecologicos, Santo Domingo, Republica Dominicana:
Pontificia Universidad Catolica Madre y Maestra, 1990.

PAUL, Harry W., The Edge of Contingency: French Catholic Reaction to Scientific Change from
Darwin to Duhem, Gainesville: Univ. Press of Florida, 1979.

PEACOCKE, A. R.(ed.), The Sciences and Theology in the Twentieth Century, Notre Dame, Ind.: Univ.
of N. Dame Press, 1981.

PEDERSEN, Olaf, The Book of Nature, Vatican City State: Vatican Observatory Publications; Notre
Dame, Ind Distributed by The University of Notre Dame Press, 1992

PEELMAN, Nancy, The Beasts, Birds, and Fish of the Bible; illustrated by Ben F. Kocian. New York:
Morehouse-Barlow Co., [1975]

PERKO, F. Michael (Francis Michael), A Time to Favor Zion: the Ecology of Religion and School
Development on the Urban Frontier, Cincinnati, 1830-1870, DeKalb, Ill.: Educational Studies Press,
Northern Illinois University, 1988.

PINCHES, Charles Robert, McDaniel, Jay B. (Jay Byrd) [1949-], Good news for animals?: Christian
approaches to animal well-being, Maryknoll, N.Y.: Orbis Books, c1993.

PUIG-SAMPER, Miguel Angel, Cronica de una Expedicion Romantica al Nuevo Mundo La Comisión
Científica del Pacifico(1862-1866), Madrid, Consejo Superior de Investigaciones Cientificas-Centro de
Estudios Históricos, 1988.

QUAM-WICKHAM, Nancy, "Cities Sacrificed on the Altar of Oil: Popular Opposition to Oil
Development in 1920s Los Angeles", Environmental History , Volume 3, No. 2, April 1998, pp. 189-
209.

RANGANATHANANDA, Swami, Religious and Scientific Culture of India, Waltair: Andhra


University Press, 1978

RAPPAPORT, Roy A., Ecology, Meaning, and Religion, Richmond, Calif.: North Atlantic Books,
c1979.

RAVEN, Charles Earle, [1885-], Natural Religion and Christian Ttheology, First Series: Science and
Religion, Cambridge [Eng.] University Press, 1953.

REDWOOD, John, Reason, Ridicule and Religion: the Age of Enligthnment in England 1660-1750,
Cambridge, Mass.: Harvard Univ. Press, 1976.

REYNOLDS, Vernon, The Social Ecology of Religion, Ralph Tanner. New York: Oxford University
Press, 1995.

ROBERTS, Windsor Hall, [1892-], The Reaction of Amercian Protestant Churches to the Darwinian
Philosophy, [Chicago] 1939

ROCKEFELLER, Steven C., and Elder, John, Spirit and Nature: why the Environment is a Religious
Issue: an Interfaith Dialogue, Boston, Beacon Press, 1992.

RUBIO, A. Garcia, Reflexão Cristã sobre o Meio Ambiente[et al.], São Paulo, Brasil: Edições Loyola,
c1992.
RUSSELL, Bertrand Russell, 3d earl, [1872-], Religion and Science, New York, H. Holt [1935]

RUSSELL, C. A.(ed.), Science and Religion Belief: a Selection of Recent Historical Studies, London,
1973
The Earth, Humanity, and God: the Templeton Lectures, Cambridge, 1993 /Colin A.
Russell.London : UCL Press, 1994.

RUST, Eric C., Nature and Man in Biblical Thought, London, 1953

SANTMIRE, H. Paul, Brother Earth: Nature, God and Ecology in Time of Crisis, N. York, 1970.
The Travail of Nature: the Ambiguous Ecological Promise of Christian Theology, Philadelphia,
1985

SARASOLA, Simon, [1871-], La Obra de los Catolicos y Creyentes en las Ciencias Exactas, Fisicas y
Naturales. Habana, Cultural, 1944.

SCHAEFFER, Francis August, Genesis in space and time; the flow of biblical history, Downers Grove,
Ill., Inter-Varsity Press [1972]
Pollution and the Death of Man: the Christian view of Ecology, Wheaton, ill.: Tndale House,
1973.

SCHARPER, Stephen B., The Green Bible / compiled and edited by Stephen B. Scharper and Hilary
Cunnningham. Maryknoll, N.Y.: Orbis Books; Leominster, England: Gracewing, c1993

SCHMIDT, Peter J., Back to Nature. The Arcadian Myth in Cuban America, N. York, 1969

SCHONBERG, David, [1946-], Ecology and Beyond: a Biblical Approach to Life, Relationships, and
Environment, Alexandria, MN: Caravan Books, c1995.

SERRANO PEREZ, Vladimir, Teologia de la Ecologia, editor. 1. ed. Quito, Ecuador: CEDECO:
Ediciones ABYA-YALA, 1991.

SHAPIRO, Barbara J., Probability and Certainty in Seventeenth-Century England: A Study of the
Relationships between Natural Science, Religion, History, Law and Literature, Princeton: Princeton
Univ. Press, 1983.

SHELDON, Joseph Kenneth, Rediscovery of Creation: a Bibliographical Study of the Church's


Response to the Environmental Crisis, Metuchen, N.J.: American Theological Library Association:
Scarecrow Press, 1992.

SHEPARD, Paul[1925-], Man in the Landscape: a Historic View of the Esthetics of Nature, College
Station, Texas A & M Univ, Press, 1991, c1967.

SHERRARD, Philip. The Rape of Man and Nature: an Enquiry into the Origins and Consequences of
Modern Science, Colombo: Sri Lanka Institute of Traditional Studies, c1987.

SHERRELL, Richard(ed.), Ecology: Crisis and New Vision, Richmond, John Knox Press, 1971

SHIPLEY, Maynard, The War on Modern Science: A Short History of the fundamentalist Attacks on
Evolution and Modernism, New York, Alfred A. Knopf, 1927.

SINGER, Charles, Religion and Science Considered in their Historical Relations, N. York, Robert M.
Mcbride, s.d..

SKOLIMOWSKI, Henryk, Eco-Theology: Toward a new Religion for Our Times, Madras, India, 1985

SMITH, Willard S. Animals, Birds, and Plants of the Bible, by Willard S. Smith. Drawings by William
Duncan. London, Hodder and Stoughton, 1973, c1971.
SORRELL, Roger D. (Roger Darrell), 1954-, St. Francis of Assisi and Nature: Tradition and Innovation
in Western Christian Attitudes Toward the Environment, New York: Oxford University Press, 1988.

SOSIS, Howard Justin, The Colonial Environment and Religion in Haiti: an Introduction to the Black
Slave Cults in Eighteenth Century Saint-Domingue, [Tese] Columbia University, 1971.

SOUZA FILHO, João A. de (João Antonio), Ecologia a Luz da Biblia: Deve a Igreja Exercer uma
Acção Pratica no Sentido de Preservar o Meio Ambiente?, São Paulo, SP: Editora Vida, c1992.

SPRING, David., Ecology and Religion in History / edited by David and Eileen Spring. New York:
Harper & Row, 1974.

SPURWAY, Neil (ed.), Humanity, Environment, and God: Glasgow Centenary Gifford Lectures,
Oxford, UK; Cambridge, Mass., USA: Blackwell, 1993.

STEFANI, Piero, Gli Animali e la Bibbia: i Nostri Minori Fratelli, Roma: Garamond, c1994.

STEIN, David E., A Garden of Choice Fruit: 200 Classic Jewish Quotes on Human beings and the
Environment, Wyncote, Pa.: Shomrei Adamah, 1991.

STEWART, Jr, Claude Y., Nature in Grace: A Study in the Theology of Nature, National Association of
Baptist Professors of Religion Dissertation Series, nº.3, Macon, Ga. 1983

STOLL, Mark[1954-], Protestantism, Capitalism, and Nature in America, 1st ed. Albuquerque:
University of New Mexico Press, c1997.

THOMAS, Keith, Man and the Natural World: an History of Modern Sensibility, New York, 1983

TRABULSE, Elias, Arte y Ciencia en la Historia de Mexico, Mexico, D.R.: Fomento Cultural Banamex,
1996.
Ciencia y Religion en el Siglo XVII, [1. ed. Mexico] El Colegio de Mexico [1974]
Critica y Heterodoxia: Ensayos de Historia Mexicana, 1ª.ed. Guadalajara, Jal.:
Universidad de Guadalajara/Xalli, 1991.
El Circulo Roto: Estudios Historicos sobre la Ciencia en Mexico, 1ª ed. Mexico:
Fondo de Cultura Economica, 1982.
Historia de la Ciencia en Mexico: Estudios y Textos / [recopilacion e introduccion de]
Elias Trabulse.1a ed. Mexico, D.F.: Conacyt: Fondo de Cultura Economica, 1983-c1989.
Historia de la Ciencia y la Tecnologia / introduccion y seleccion de Elias Trabulse;
German Somolinos d'Ardois ... [et al.].1. ed. Mexico, D.F.: El Colegio de Mexico, 1991.
Jose Maria Velasco y La Flora del Valle de Mexico, [Mexico]: Instituto Mexiquense
de Cultura, 1991-1992.
La Ciencia Perdida: fray Diego Rodriguez, un Sabio del Siglo XVII, 1a ed. Mexico:
Fondo de Cultura Economica, 1985.

TUAN, Yi-Fu, Man and Nature, Washington, D. C., 1971

TUCKER, Mary Evelyn e John A. Grim. Maryknoll(ed.), Worldviews and Ecology: Religion,
Philosophy, and the Environment, N.Y. : Orbis Books, c1994.

TURNER, Frank Miller, Between Science and Religion: The Reaction to Scientific Naturalism in later
Victorian England, New Haven: Yale Univ. Press, 1974.

TURNER, Frederick, Rebirth of Value: Meditations on Beauty, Ecology, Religion, and Education,
Albany: State University of New York Press, c1991.

TURNER, James, Without God, Withoutcred: the Origins of Unbelief in America, Baltimore: Johns
Hopkins Univ. Press, 1985
VERSLUIS, Arthur, Sacred Earth: the Spiritual Landscape of Native America, Rochester, Vt.: Inner
Traditions International: Distributed to the book trade in the U.S. by American International Distribution
Corp., c1992.

VIDYARTHI, L.P., Ecology, Economy, and Religion of Himalayas /edited by L.P. Vidyarthi, Makhan
Jha.Delhi: Orient Publications, 1986.

WALLACE-HADRILL, D. S. (David Sutherland), The Greek Patristic View of Nature, [by] D. S.


Wallace-Hadrill. Manchester, Manchester U.P.; New York, Barnes & Noble [1968]

WALKER, Winifred, All the Plants of the Bible, London, Lutterworth [1958, c1957]

WALSH, James Joseph[1865-], The Popes and Science; the History of the Papal Relations to Science
During the Middle Ages and Down to our own Ttime, New York, Fordham University Press, 1908.

WATTS, Allan W., Man, Nature and Woman, N. York, 1958

WESTFALL, Richard S., Science and Religion in Seventeenth-century England, New Haven, Yale
University Press, 1958.//Ann Arbor e Londres, Univ. of Michigan Press, 1973.

WHITE, Andrew Dickson[1832-1918], The Warfare of Science, New York, D. Appleton and Co, 1876.
A History of the Warfare of Science with Theology in Christendom, New York D. Appleton,
1896 (em 2 vols) / New York, Dover Publications [1960]

WHITE, Edward Arthur[1907-], Science and Religion in American thought; the Impact of Naturalism,
Stanford, Stanford University Press, 1952.

WHITE, Lynn, Jr, Machina ex Deo: Essays in the Dynamism of Western Culture, Cambridge, 1968.

WILBERT, Johannes, Mindful of Famine: Religious Climatology of the Warao Indians, Cambridge,
Mass.: Harvard University Center for the Study of World Religions: Distributed by Harvard University
Press, c1996.

WILKINSON, Loren, ed., Earthkeeping: Christian Stewardship of Natural Resources, Grand Rapids,
Mich., 1980

WILLIAMS, Arnold, The Common Expositor: an Account of the Commentaries on Genesis, 1527-1633,
Chapel hill, 1948

WILLIAMS; Georgett, Wilderness and Paradise in Christian Thought, N. York, 1960/1962

WOOD, John Karl, The Nature of Conflicts between Science and Religion, Logan, Utah State University
Press, 1962.

WRIGHT, Nancy G., Ecological Healing: a Christian Vision / Nancy G. Wright and Donald
Kill.Maryknoll, N.Y.: Orbis: Codel, c1993.
A ARTE

Uma das fontes privilegiadas para estudo do impacto humano no quadro natural
encontra-se na expressão plástica. Assim a gravura e pintura assumem um importante
papel de fonte histórica. Foi nos EUA que esta fonte mereceu nos últimos anos a
merecida atenção 102. Na verdade, a pintura americana do século XIX revela um
desusado apego ao quadro natural do continente numa onda de fundamentação do
sentimento nacional 103. É o período de Hudson River School. Aqui há uma busca pelo
espaço não produtivo, dominado pelos pântanos e selva. Situação que dá lugar após à
guerra civil aos temas exóticos.
A pintura é também um meio de expressão da actividade e exploração dos
cientistas. Humbolt foi dos primeiros a ter a noção disso 104. Deste modo o período que
decorre de 1840 a 1880 é o momento do livro ilustrado em toda a Europa 105.
A fotografia é a memória estática do momento do "click", enquanto a gravura
regista tudo isso pelo olhar do desenhador ou pintor. No primeiro caso tudo depende da
qualidade da objectiva, da película e câmara fotográfica enquanto no segundo é o crivo
do olhar do seu autor, os seus interesses, objectivos, formação e cultura que fazem
saltar para a tela ou papel os pormenores do quadro, a sua disposição e tamanho. É
comum questionar-se face uma imagem, quem, quando e o quê, mas poucos se
perguntam sobre o porquê destes ou daqueles motivos e quais os objectivos que os
regeram. Estas interrogações conduzem-nos a rumos muito seguros na investigação do
nosso tema.
As diversas leituras ecológicas da pintura e gravura valorizam a luz e a
paisagem. Nesta última a atenção é votada à presença do arvoredo, dos lagos,
montanhas e quedas de água. A prsença da figura do homem não é constante e varia da
Europa para a América. Enquanto no velho continente a presença humana é assídua e
de escala bastante notória, já do outro lado do Atlântico é evidente a ausência. Quando
aparece é quase sempre em pose contemplativa 106. Na década de sessenta do século
XIX foi evidente o gosto pelas árvores milenares, que fizeram a fama de algumas
localidades, correndo mundo em descrição e ilustrações 107. Já no fim do século é
evidente a atenção nos aspectos geológicos, as rochas são as protagonistas. Assim John
Barrow [1792-1793] é atraído pela "Loo Rock of Funchal" 108. Esta última situação
adequa-se às preocupações da ciência.

Os jardins são outra forma de expressão do relacionamento do homem com o


meio natural. Aliás, Paul Shepard (1991) confirma que através deles o homem
comunica com a natureza do mundo. Duck Clifford (1963) precisa: "garden is man's
idealized view of the world... Gardens cannot be considered in detachment from the
people who made them" 109

102
. Barbara Novak (1980), Ann Bermingham (1986), David Miller (1989) e Angela Miller (1993)
103
. A. Miller (1993), p.8.
104
. "Landscape painting in its influence on the study of nature",in Cosmos, 1850.

105
. B. Novak (1980), pp. 116-117.
106
Barbara Novak, 1980, pp.35, 184-189
107
Hans Hunt, 1990, p.142
108
Barbara Stafford, 1984, 68-72
109
. Derek Clifford (1963), p. 15.
O jardim no mundo cristão está inevitavelmente ligado à ideia de Paraíso. E
aqui a ideia de Paraíso está associada às flores e fontes 110. Todavia esta comunhão do
homem com a natureza não é apenas apanágio do mundo cristão. Assim a ideia de
jardim com o espaço de retiro, reflexão e comunhão com a natureza está presente na
civilização muçulmana oriental desde a China ao Japão. Daqui resulta a presença dos
jardins muçulmanos 111, chinês 112, ou japonês que influenciaram de forma decisiva os do
mundo cristão. Uma das visões mais completas disso é-nos dada por Cristopher
Thacher (1979) e Marie Luise Gothein (1966).
O Primeiro jardim terá surgido na China no tempo do imperador Wu Ti(140-86
A.C.). Na Europa os primeiros jardins surgiram em Itália - Pisa(1543), Padua (1545) -
mas foi o de Versailles (1662) aquele que mais fama adquiriu e foi alvo de cópias113. O
século XVII anuncia já um novo tipo de jardim que tem como referência os de Oxford
(1621), Chelsea (1673), Edimburgh (1680)e Kew (1759) 114. Estámos perante o início
dos actuais jardins botânicos que se afirmam como repositórios de plantas exóticas de
todo o mundo.
Os séculos XVI/XVIII são ainda o momento da grande revolução na arte da
jardinagem. Os jardins tornam-se populares, sucedendo-se inúmeras edições de livros
sobre flores e jardins.
Existem vários tipos de jardins que se popularizam no mundo ocidental. O
jardim italiano do século XVII é dominado pela água estatuária e uma ponte central. Já
o jardim francês é um espaço traçado a esquadria, situação que vai influenciar a
jardinagem até ao século XX altura em que estes sob influência do Japão perde a sua
geometria 115. Todavia, em Inglaterra temos desde fins do século XVII o chamado
"Tudor Garden" em que a geometria cede lugar ao quadro natural 116.
Os elementos fundamentais dos jardins são as flores, árvores, água e elementos
arquitectónicos (pontes, estátuas) que se articulam de forma harmónica de acordo com
a sensibilidade cultural da cada região e época 117. O jardim não é apenas "design" e
estilo mas também é inspiração da pintura e literatura. O culto pelas árvores é já
evidente no século XVII. São elas que orientam a afirmação das classes possidentes e
lhe dão grandiosidade em avenidas em frente das suas casas 118. O próprio acto de
plantar uma árvore, que hoje se celebra com grande pompa no dia dedicado à mesma,
está já documentado no século XVIII 119.
A Europa parte no século XV à procura do Éden, bíblico ou descrito na
literatura clássica greco-romana 120. Foi este um dos motivos do empenho de Colombo,

110
. K. Thomas (1983), p. 243.

111
. R. Stewart Johnston (1991).

112
. J. G. Simmons (1996), p. 166.
113
. J. G. Simmons (1996), p.166.

114
. K. Thomas (1983), p. 227.
115
. P. Shepard (1991), pp. 78-117.

116
. Johan Dixom Hunt e P. Willis (1975).
117
. Terry Comito (1971)

118
. K. Thomas (1983), pp. 297-209)

119
. K. Thomas (1983), pp. 210-221.
120
Cf. Jean DELUMEAU, Une Histoire du paradis- le jardin des délices, Paris, 1992; John PREST, The Garden od Eden: the
botanic garden and the re-creation of paradise, New Haven, 1988, pp.30-33.
mas também dos navegadores portugueses. O seu reencontro era encarado como uma
conciliação com Deus, o apagar do pecado original de Adão e Eva.
Esta imagem persegue quase todos os navegadores quinhentistas e deverá estar
por detrás do empenho daqueles que aportaram à Madeira. Tenha-se em conta que as
duas primeiras crianças nascidas na ilha, filhas de Gonçalo Aires Ferreira tiveram
nomes bíblicos de Adão e Eva 121. O encontro da ilha era o retorno ao Éden, que aos
poucos se perdeu tal como sucedera aos primogénitos Adão e Eva. A recuperação desta
imagem acontecerá mais tarde no século XVIII em que a ilha é de novo o paraíso
redescoberto para o viajante ou tísico ingleses, recuperado e revelado ao cientista, seja
ele inglês, alemão ou francês, através das recolhas ou da recriação através dos jardins
botânicos.

BIBLIOGRAFIA
ADAMS, William Howard, Nature Perfected Gardens Through History, NY, 1991.

ADHÉMAR, Jean, Les Joies de la Nature au XVIIIe Siècle, [Paris, 26 mai-31 août] 1971. [Catalogue par
Jean Adhémar. Avec la collaboration de Marie-Cécile Barthe. Préface par Étienne Dennery.] Paris,
Bibliothèque nationale, 1971
Les lithographies de paysage en France à l'époque romantique, Paris, F. De Nobele, 1976.

ANDERSON, Patricia, The Course of Empire: The Eric Canal and the New York Landscape, 1825-
1875, Rochester, 1984

ANDREWS, Malcolm, The Search for the Picturesque: Landscape Aesthetics and Tourism in Britain,
1760-1800, Stanford, CA: Stanford University Press, 1989.

ANGEL, Heather, Nature Photography; its Art and Techniques, London, Fountain Press, 1972.

ASQUITH, Pamela H. e Arne Kalland(ed.), Japonese Images of Nature. Cultural Perspectives,


Richmond, 1997.

AUBRUN, Marie Madeleine, Aspects du Paysage Néo-classique en France de 1790 à 1855, exposition
du 30 mai au 22 juin 1974 / [catalogue établi par Marie-Madeleine Aubrun]. Paris: Galerie du fleuve,
[1974]

BARBIER, Carl Paul, William Gilpin: his Drawing, Traching, and Theory of the picturesque, Oxford,
1963

BARRELL, John, The Idea of Landscape and the Sense of Place, 1730-1840, Cambridge, 1972
The Dark Side of the Landscape: The Rural Poor in English Painting, 1730-1840, Cambridge,
Eng.,1974

BATEY, Mavis. Jane Austen and the English Landscape, London: Barn Elms; Chicago, Ill.: Chicago
Review Press, 1996.

BENINGFIELD, Gordon. Beningfield's English Landscape, Salem, N.H.: Salem House, 1986, c1985

BERMINGHAM, Ann, Landscape and Ideology. The English Rustic Ttradition, 1740-1860, Berkeley,
University of California Press, 1986

121
Ernesto GONÇALVES, Portugal e a ilha, Funchal, 1992, pp.13-17
BICKNELL, Peter, Beauty, Horror and Immensity: Picturesque Landscape in Britain, 1750-1850 /
exhibition selected and catalogued by Peter Bicknell, Cambridge; New York: Cambridge University
Press; Cambridge: Fitzwilliam Museum, 1981

BLANGRUND, Annette e Novak, Barbara (eds.), Next to Nature; Landscape Paintings from the
National Academy of Design, N. York, 1990

BLUM, Ann Shelby, Picturing Nature. American Nineteenth-Century Zoological Illustration,


Princetown, 1993.

BORN, Wolfang, American Landscape Painting an Interpretation, New Haven, 1948

BURLE MARX, Roberto, Arte & Paisagem: Conferências Escolhidas, São Paulo, SP: Nobel, 1987.

BRYANT, William Cullen, Philosophy of Landscape Painting, St. Louis, 1882

CANTOR, Jay, The Landscape of Change: View of Rural new England, 1790-1865, Stenbridge, 1976

CARITA, Helder e H. Cardoso, Portuguese Gardens, Lisboa, 1991.

CARROLL-SPILLECKE, Maureen, Landscape Depictions in Greek Relief Sculpture: Development and


Conventionalization, Frankfurt am Main; New York: P. Lang, 1985.

CARR, Gerald L., The Early Landscapes of Frederic Edwin Church, 1845-1854, Fort Worth, 1987

CATALANO, Gary, An Intimate Australia: the Landscape & Rrecent Australian Art, Sydney, NSW:
Hale & Iremonger, c1985.

CAUQUELIN, Anne. L'Invention du Paysage, Paris: Plon, c1989.

CHIARINI, Marco, Mostra di DisegniItaliani di Paesaggio del Seicento e del Settecento, Firenze, L. S.
Olschki, 1973.
I Disegni Italiani di Paesaggio dal 1600 al 1750, [Venezia, Sodalizio del libro]; [Treviso], Libreria
editrice Canova, 1972. Brooklyn Institute of Arts and Sciences. Museum.

CLARK, Kenneth, Landscape into Art, N. York, 1950

CLEWIS, Beth, Index to Illustrations of Animals and Plants, New York: Neal-Schuman, c1991.

CLIFORD, Derek, A History of Garden Design, NY, 1963.

COFFIN, David R., The English Garden. Meditation and Memorial, Princetown, 1994.

COMITO, Terry, The Idea of the Garden in the Renaissance, N. Brunswick, 1971.

CONSTABLE, John, Various Subjects of Landscape Characteristic of English Scenery from Pictures
Painted by John Constable, R.A. London, 1830.

COSGROVE, Denis e Stephen Daniels(eds.), The Iconography of Landscape: Essays on the Symbolic
Representation, Design and Use of Past Environments, New York: Cambridge Univ. Press, 1988

DANCE, S. Peter. The Art of Natural History, New York: Arch Cape Press: distributed by Crown
Publishers, 1990

DAVIES, John, The Landscape of Belief. Encountering the Holy Land in Nineteenth-Century American
art and Culture, Princeton, 1996.

DICK, John Henry, Other Edens The sketchbook of an Artist Naturalist, Connecticut, 1979.
DOUGHTY, Thomas, 1793-1856, Thomas Doughty, 1793-1856; an American Pioneer in Landscape
Painting, Selection and catalogue by Frank H. Goodyear, Jr. Philadelphia, Pennsylvania Academy of the
Fine Arts [1973]

EMBODEN, William A., Leonardo da Vinci on Plants and Gardens, Portland, 1987.

ENTWISLE, E. A. French Scenic Wallpapers, 1800-1860, by E. A. Entwisle. Leigh-on-Sea, F. Lewis,


1972.

FAIRBROTHER, Nan, The Nature of Landscape Design: as an Art Form, a Craft, a Social Necessity,
With a foreword by F. Fraser Darling. [1st American ed.] New York, Knopf, 1974.

FERBE, Linda, William Trost Richards: American Landscape and Maritime Painter 1833-1905, N.
York, 1973

FLEMING-WILLIAMS, Ian, Constable: Landscape Watercolours and Drawings, London, 1976

FONG, Wen, Summer Mountains: the Timeless Landscape, New York: Metropolitan Museum of Art,
1975.

FORD, Brian J., Images of Science: a History of Scientific Illustration, London : British Library, 1992.

FOSHAY, Ella M., e Sally Mills, All Seasons and Every Light: Nineteenth Century American
Landscapes from the Collection of Elias Cyman Magoon, Pough Keepsi N. Y., 1983

FREEDBERG, David, Dutch Landscape Prints of the Seventeenth Century, London: British Museum
Publications, c1980.

FRIEDMAN, Martin et alia, Visions of America: Landscapes as Metaphor in the late Twentieth Century
[Denver, Colo.]: Denver Art Museum; [Columbus, Ohio]: Columbus Museum of Art; [New York]:
Distributed by H.N. Abrams, 1994.

GAEHTGENS, Thomas W., Heinz Ickstadt (eds.), American Icons - Transatlantic Perspectives on
Eighteenth - and Nineteenth - Century Amercian Art, Santa Monica, 1992

GANAY, Ernest, Bibliographie del'Art des Jardins, Paris, 1989.

GOETZMANN, William H., Looking at the Land of Promise: Pioneer Images of the Pacific Northwest,
Pullman, Wash.: Washington State University Press, 1988

GOOD YEAR, Frank, Thomas Doughty, 1793-1856: An American Pioneer in Landscape painting,
Philadelphia, 1973

GOTHEIN, Marie Luise, A History of Garden Art, NY, 1966, 2 vols. Com a priemeira edição em
Alemão de 1913.

GUPTA, Shakti M., Plants in Indian Temple Art, Delhi: B.R. Pub. Corp.: Sales office, D.K. Publishers
Distributors, c1996.

HARRIS, John, The Artist of the Country House. A History of Country House and Garden view Painting
in Britain 1540-1870, N. Jersey, 1979.

HASSELT, Carlos van, Dessins de Paysagistes Hollandais du XVIIe Siècle, de la Collection


Particulière Conservée à l'Institut Néerlandais de Paris, Expositions. Bruxelles, Bibliothèque Albert Ier,
22 octobre-24 novembre 1968; Rotterdam, Musée Boymans-Van Beuningen, 1er décembre 1968-12
janvier 1969; Paris, Institut néerlandais, 1er février-16 mars 1968; Berne, Musée des beaux-arts, 1er
avril-11 mai 1969. [Bruxelles, Bibliothèque royale de Belgique], 1968.
HAWES, Louis, The American Scene 1820-1900; an Exhibition of Landscape and Outdoor Genre held
in Honor of the Sesquicentennial of Indiana University, Bloomington, Indiana University Art Museum,
1970.
Presences of Nature: British Landscape, 1780-1830, New Haven, Conn., 1982

HEMINGWAY, Andrew, Landscape Imagery and Urban Culture in Early Nineteenth-Century Britain,
Cambridge [England]; New York, NY, USA: Cambridge University Press, 1992.

HEMMING, Charles, British Landscape Painters: a History and Gazetteer, London: Victor Gollancz
Ltd., 1989.

HEPPER, J. N., Royal Botanic Garden Kew. Gardens for Science and Pleasure, HMSO, Londrres,
1982.

HERDEG, Walter, The Artist in the Service of Science. Der Künstler im Dienst der Wissenschaft.
L'Artiste au Service de la Science, Editor: Walter Herdeg. Zürich, W. Herdeg, The Graphis Press
[c1973]

HERRMANN, Luke, British Landscape Painting of the Eighteenth Century, New York, Oxford
University Press, 1974 [c1973]

HITCHCOCK, Henry Russell, In the Nature of Materials, 1887-1941; the Buildings of Frank Lloyd
Wright, New foreword and bibliography by the author. New York, Da Capo Press, 1973 [c1942]

HODGES , Elaine R.S. .[et al.], The Guild Handbook of Scientific Illustration, New York: Van Nostrand
Reinhold, c1989.

HOLMES; C. J., Constable and his Influence in Landscape Painting, Westminster: Archibald Constable
and Co, 1902.

HOWARD, Peter, Landscapes: the Artists' Vision, London; New York: Routledge, 1991.

HUNT, John Dixon, The Figure in the Landscape: Poetry, Painting, and Gardening, during the
Eighteenth Century, Baltimore, 1976
e Peter Willis(ed.), The Genius of the Place. The English Landscape 1620-1820, NY, 1975.

HUNTINGTON, David, The Landscapes of Frederic Edwin Church: Vision of an American era, N.
York, 1966

HUTH, Hans, Nature and the American: three Centuries of Changing Attitudes, Berkeley, 1957

HYAMS, Edward, A History of Gardens and Gardening, N. York, Praeger, 1971.

KROEBER, Karl, Romantic Landscape Vision: Constable and Wordsworth, Madison, Wis., 1975

L'Image et la Science: actes du 115e Congrès nationale des sociétés savantes, Avignon, 1990. Paris: Ed.
du CTHS, 1992

JOHNSTON, R. Stewart, Scholar Gardens of China. A Study and Analysis of the Spatial Design of the
Chineses Private Garden, Cambridge, 1991.

JON, Dennis Michael, Poetic Horizons: the Landscape Tradition in Britain, 1750-1850: Prints,
Drawings, Watercolors, Minneapolis: Minneapolis Institute of Arts, c1996.

KELLY, Franklin e Gerald L. Carr, The Early Landscape of Frederic Edwin Church, 1845-1854, Forth
Worth, 1987

KEYNES, Donald D., Catherine Campbell, Robert Mcgrath e R. Stuart Wallace, The White Mountains:
Place and Perceptions, Hanover, 1980
KLONK, Charlotte, Science and the Perception of Nature: British Landscape Art in the late Eighteenth
and Early Nineteenth Centuries, New Haven: Published for the Paul Mellon Centre for Studies in British
Art by Yale University Press, c1996.

KOKE, Richard J., American Landscape and Genre Paintings in the New-York Historical Society,
Boston, 1982

LARTIGUE, Charles de, Les Paysages de Paul Cézanne, Lyon: Créations du Pélican, c1995.

LAWALL, David B. Asher B. Durand, A Documentary Catalogue of the Narrative and Landscape
Paintings, N. York, Garland Pub, 1978

LAWSON, Elizabeth, The Natural Art of Louisa Atkinson, Sydney, Australia: State Library of New
South Wales Press, c1995.

LAWSON, Prebles, Robert, Landscape and Written Expression in Revolutionary America: the World
turned upside Down, N. York, 1988

LITVAK, Lily, El Tiempo de los Trenes: el Paisaje Español en el Arte y la Literatura del
Realismo(1849-1918), 1. ed. Barcelona: Ediciones del Serbal, 1991.

MACHOTKA, Pavel, Cézanne: Landscape into Art, New Haven: London: Yale University Press, c1996.

MACCUBBIN, Robert P. e Peter Martin(ed.), British and American Gardens in the Eighteenth Century:
Eighteen Illustrated Essays on Garden History, Williamsburg, 1984.

MADDOX, Kenneth e Susan Danly Walthers, The Railroad in the American Landscape, 1850-1950,
Wellesley, 1981

MANTHORNE, Emma, Tropical Renaissance: North American Artists Exploring Latin America, 1839-
1879, Washington, 1989

MCBURNEY, Henrietta, Mark Catesby's Natural History of America: the Watercolours from the Royal
Library, Windsor Castle; with an introduction by Amy R.W. Meyers. Houston, Tex.: Museum of Fine
Arts, Houston, 1997.

MCKINSUY, Elizabeth, Niagara Falls: Icon of the American Sublime, N. York, 1985

MCTIGUE, Bernard, Nature Illustrated: Flowers, Plants, and Trees, 1550-1900: from the Collections of
the New York Public Library; foreword by Eleanor Perenyi. New York: H.N. Abrams, 1989.

MERCIER, André, De la Science à l'Art et à la Morale, Neuchâtel, Éditions du Griffon [1950]

MERRITT, Howard, To Alk with Nature, the Drawings of Thomas Cole, Yonkers, 1982

MILLER, Angela, The Empire of the Eye. Landscape Representation and American Cultural Politics,
1825-1875, Washington, 1993

MILLER, David (ed.), American Iconology: Situating the Image in Nineteenth-century Culture, New
Haven, 1993
American Iconology: New Approaches to Nineteenth-century Art and Literature, New Haven,
1993

MILLER, Jo, Drawings of the Hudson River School, 1825-1875, Brooklyn, [N.Y.] Brooklyn Museum
[1969]30 de novembro de 1997

MILLER, Naomi F. e Kathryn L. Gleason(ed.), The Archaeology of Garden and Field, Philadelphia,
1994.
MIQUEL, Pierre, Le Paysage Français au XIXe siècle, Maurs-la-Jolie: Éditions de la Martinelle, 1975-
1985.

MOLLET, André, Le Jardin de Plaisir, Paris, 1981.

MYERS, Kenneth, The Catskills: Painters, Writers and Tourists in the Montains, 1820-1895, Yonkers,
1987

NEVIUS, Blake. Cooper's Landscapes: an Essay on the Picturesque Vision, Berkeley: University of
California Press, c1976.

NORMAN Mackenzie, Art Gallery. In Search of America: 19th Century Painters and Writers;
[exhibition] Norman Mackenzie Art Gallery, October 29-November 28, 1971.[Regina? Canada, 1971]

NOUVEL-KAMMERER, Odile(direcção de ), Papiers Peints Panoramiques, Paris: Musée des arts


décoratifs: Flammarion, c1990.

NOVAK, Barbara, American Painting in the Nineteenth Century, N. York, 1969


Nature and Culture. American Landscape and Painting, 1825-1875, N. York, 1980
The Natural Paradise: Painting in America, 1800-1950, N. York, 1976

NYGREN, Edward J. e al, Views and Visions: American Landscape Before 1830, Washington, 1986

Il Paesaggio nel Disegno del Cinquecento Europeo. Mostra all'Academia di Francia, Villa
Medici. Roma, 20 novembre 1972-31 gennaio 1973. Roma, De Luca, 1972.

PANTHORNE, Katherine Emma, Tropical Renaissance: Norht American Artists Exploring Latin
America, 1839-1879, Washington, 1989

PARRIS, Leslie, Landscape in Britain c.1750-1850, [Foreword by Sir Norman Reid. London] Tate
Gallery, 1973.
e Conal Shields, Constable: the Art of Nature, London, 1971

PELUFFO LINARI, Gabriel, El Paisaje a través del Arte en el Uruguay, Montevideo: Edición Galería
Latina, [1994 or 1995]

PETERSON, Jeanette F. (ed.), Flora and Fauna Imagery in Precolumbian Cultures: Iconography and
Function =Imágenes de Flora y Fauna en Culturas Precolumbinas: Iconografía y Función, Oxford,
England: B.A.R., c1983.
The Paradise Garden Murals of Malinalco: Utopia and Empire in Sixteenth-Century Mexico,
1st ed. Austin: University of Texas Press, 1993.
Precolumbian Flora and Fauna: Continuity of Plant and Animal Themes in Mesoamerican Art
/ text by Jeanette Favrot Peterson; with an essay by Judith Strupp Green; designed by Martha
Longenecker. San Diego, Calif.: Mingei International Museum of World Folk Art, c1990.

PETRUCCIOLI, Attilio(ed.), Gardens in the Time of the Great Muslin Empires. Theory and Design,
Leiden, 1997.

PHILLIPS, Sandra e Linda Weintraub, Charmed Peaces: Hudson River Artists and their Houses,
Studios, and Vistas, N. York, 1988

PINAULT, Madeleine. Le Peintre et l'Histoire Naturelle, Paris: Flammarion, 1990.


Peintre et l'Histoire Naturelle. English The Painter as Naturalist: from Dürer to Redouté;
translated by Philip Sturgess. Paris: Flammarion, c1991.

PISANO, Ronald G., Long Island Landscape Painting, 1820-1920, Boston, Mass., 1985

RAGOZZINO, Anna Maria, Piante e Frutta nelle Pitture Pompeiane: la Sala Pompeiana della Facoltà
di Agraria in Portici, Salerno [Italy]: P. Laveglia, [1991]
RAVENSWAAY, Charles Van, Drawn from Nature. The Botanical Art of Joseph Prestela and his Sons,
Washington, DC.: Smithsonian Institution Press, 1984.

RIOS, Gregorio de los, Agricultura de Jardines, que trata de la manera que se ha de criar, Governar, y
Conservar las Plantas, y todas las demas cosas que para esto se Requieren, Madrid, P. Madrigal, 1592,
reedição e estudo de Joaquín Fernández Pérez e Ignacio González Tascón, 1991.

REEVES, Eileen Adair, Painting the Heavens: Art and Science in the Age of Galileo, Princeton, N.J.:
Princeton University Press, c1997.

ROSENTHAL, Michael, British Landscape Painting, Oxford, 1982


Constable the Painter and His Landscape, New Haven, Conn., 1983

RYDELL, Robert W. All the Word's Afair: Visions of Empire at American Internacional Expositions,
1876-1916, Chicago, 1984

RYX, Martyn, The Art of the Plant World. The Great Botanical Illustrations and their Work, NY.

SANTINI, Pier Carlo, Il Paesaggio nella Pittura Contemporanea, A cura di Pier Carlo Santini.
[Milano], Electa, [1971?].

SAUNDERS, Gill, Picturing Plants: an Analytical History of Botanical Illustration, London: Zwemmer
in association with The Vicoria and Albert Museum; Berkeley: University of California Press, 1995.

SHANESA, E., Turner's Picturesque Views in England and Wales, 1825-1838, London, 1979

SOLKIN, David, Richard Wilson: The Landscape of Reaction, London, Tate Gallery Catalogue, 1982

STAFFORD, Barbara Maria, Voyage into Substance: Art, Science, Nature, and the Illustrated Travel
Account, 1760-1840, Cambridge, Mass.: MIT Press, c1984.

STALEY, Allen, The Pre-Raphaelite Landscape, Oxford, 1073

STEIN, Roger, Susquehanna: Images of the Settled Landscape, Birghamton, 1981


The Dark Side of the Landscape: The Rural Poor in English Landscape, 1730-1860,
Cambridge, 1980

TAYLER, Edward W., Nature and Art in Renaissance Literature, New York, Columbia University
Press, 1964.

TAYLOR, Basil, Constable: Paintings, Drawings and Watercolors, London: Phaidon Press, 1979.

THACKER, Christopher, The History of Gardens, Berkeley, 1979.

THACKRAY, John C., A Catalogue of Manuscripts and Drawings in the General Library of the
Natural History Museum, London, London ; New York: Mansell, 1995.

TOMASI, Lucia Tongiorgi, An Oak Spring. Flora Flower illustration from the Fifteenth Century to the
Present Time, Virginia, 1997.

TRABULSE, Elías. Arte y Ciencia en la Historia de México, México, D.F.: Fomento Cultural Banamex,
A.C., c1995.

TRAPNELL, David H. (David Hallam), Nature in Art: a Celebration of 300 Years of Wildlife Paintings,
Newton Abbot [England]: David & Charles, c1991.

UPTON, Richard, The Tuscan Landscapes of Richard Upton / essays by Stanley I. Grand, Fred Licht.
Wilkes-Barre, Pa.: Sordoni Art Gallery, c1997
VANDERVELL, Anthony. Game & the English Landscape: the Influence of the Chase on Sporting Art
and Scenery / Anthony Vandervell & Charles Coles; foreword by the Duke of Wellington. New York:
Viking Press; [London]: Debrett's Peerage Ltd., [1980]

VAUGHAN, William, Hans Joachim Neidhart e Helmut Borsch-Supan, Gaspar Daniel, Friederich,
1774-1840: Romantic Landscape Painting in Dresden, london, 1972
Art and the Natural World in Nineteenth-century Britain: Three Essays, [Lawrence,
Kan.]: Spencer Museum of Art, University of Kansas, c1990.

VERGARA, Lisa, Rubens and the Poetics of Landscape, 1st ed. New Haven: Yale University Press,
c1982.

WADDINGTON, Conrad Hal, 1905-1975, Behind Appearance; a Study of the Relations between
Painting and the Natural Sciences in this Century, 1st ed.] Cambridge, Mass., MIT Press [1970, c1969]

WALLACE, David Rains, The Untamed Garden and other Personal Essays, Ohio, 1984.

WHITE, Christopher, English Lanscape, 1630-1850. Exhibition catalogue for the Yale Center for
British Art. New Haven, Conn., 1977

WOODRING, Carl, Nature into Art: Cultural Transformations in Nineteenth-century Britain,


Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1989.
LITERATURA

A vaga romântica da literatura que cedo se expandiu desde França coloca o


escritor e poeta próximos da Natureza. Esta corrente literária tem paralelo nos Estados
Unidos com o pastorialismo que se desenvolve a partir do século XVII. Aqui a escrita
surge na primeira pessoa numa descrição real, como se pode provar da leitura de J.
White, Th. Cole e George Marsh 122. O pastorialismo é a revolta pacifica contra a
Revolução Industrial. Dois livros demarcam o romantismo americano: Walde. Or Life
in the Woods(1854) de Henry David Thoreau e Moby-Dick (1851) de H. Melville. O
último é, segundo Annie Dillard, "the best book ever written about nature" 123.
Thoreau é uma referência no panorama de "nature writing". A sua obra abriu
uma nova era na valorização do mundo natural. Thoreau afirmava que "a writer is the
scribe of all nature"" 124 e que tem como função fazer compreender a natureza. Ele foi,
na verdade, o escritor mais popular da literatura romântica nos EUA e a sua obra
influenciou os estudos de História Natural 125. É, por isso mesmo considerado o santo
patrono dos escritores sobre o meio-ambiente americano 126.
Se Thoreau merece o epíteto de patrono dos escritores da Natureza já John
Muir (1813-1914) e John Burroughs (1837-1921) estão nas origens do movimento
ecológico 127, movimento que tem a sua plena afirmação no post segunda guerra
mundial. Os reflexos desta nova corrente estão também patentes no discurso
literário 128. Nos últimos anos editaram-se diversas colectâneas destes textos agora
recuperados numa perspectiva de História do meio-ambiente 129.
A Natureza é um constante motivo de inspiração dos poetas. Mesmo Fernando
Pessoa[1888-1935] num dos seus heterónimos não perde a oportunidade para afirmar:
Além disso, fui o único poeta da natureza" 130. Na poesia americana a expressão mais
evidente do romantismo é Wodsworth 131.
Em Portugal o romantismo legou-nos algumas paginas de ouro da literatura do
século XIX. A produção literária e de estudos teóricos 132 envolve alguns dos nomes
sonantes: que vão desde Júlio Dinis a Almeida Garrett. É aliás o primeiro quem
inaugura a escola naturalista com os Serões na Província(1870) 133.

122
. Don Scheese (1996), pp. 11-38.
123
. Robert Fuch (1990), p. 26

124
. F. Setwart (1994), p. 233.

125
. L. Buell (1995), Paul Brooks (1980), A. Kazin (1988), F. Stewart (1994).
126
. L. Buell (1995), p. 115.
127
. Robert Funch (1990), p. 23.

128
. P. Schmitt (1969).
129
. Donald Worster (1993), E. Heyne (1992), Joseph-Wood Kutch (1961), Lynn Merrill (1989), Harry Berger J. (1988), Leslie
Real (1991), Scott Slovic (1992), Paul Brooks (1980.

130
Poemas de Alberto Caeiro, Lisboa, 1979, p.87.
131
. J. Bate (1991), G. Rotella (1991).

132
Eis alguns estudos: em 1884 temos Estética Naturalista de Eça de Queirós e Estética Naturalista. Estudos Críticos de Júlio
Lourenço Pinto; em 1894 A Filosofia da Natureza dos Naturalistas de Antero de Quental e Arte e Natureza de Latino Coelho.
133
Sobre o Romantismo Português veja-se: Teófilo Braga, História do Romantismo em Portugal, Lisboa, 1984(fac-símile da ed.
de 1880); José Augusto França, O Romantismo em Portugal, Lisboa., 1993; Maria Aparecida Ribeiro, História Crítica da
Literatura Portuguesa. Vol. VI. Realismo e Romantismo, Lisboa, 1994.
BIBLIOGRAFIA

ABBEY, Lloyd, Abbey: Selections, 1959-1989, Buffalo: GDS Inc, 1996.

ABRAMS, M.H., The Mirror and the Lamp: Romantic Theory and the Critical Tradition, New York:
Norton, 1953

ABU-JABER, Diana, “Jersey Sky”, American Nature Writing Newsletter, 6.1 (1994): 7.

ADAMS, Eric, Francis Danby: Varieties of Poetic Landscape, New Haven, Published for the Paul
Mellon Centre for Studies in British Art by Yale University Press, 1973.

ALBERTI, Solieri and Tsetsi, "La città sostenibile. Analisi, scenari e proposte per un'ecologia urbana in
Europa", Published by Angeli in 'Ambiente e Società', section 1, no. 10, 1994.

ALCÁZAR V., Reinaldo, Paisaje y Novela en Bolivia, [La Paz] Difusión [1973]

ALCOCER, Francisco, fl. 1578. Ecología e Historia: Probanzas de Indios y Españoles Referentes a las
Catastróficas Lluvias de 1578, en los Corregimientos de Trujillo y Saña; versión paleográfica y
comentarios, Lorenzo Huertas Vallejos. Chiclayo, Perú: CES Solidaridad, 1987.

ALCORN, John, The Nature Novel from Hardy to Lawrence, New York: Columbia Univ. Press, 1977.

ADDISON, Jeanne, The Shakespearean Wild: Geography, Genus, and Gender, Lincoln: U of Nebraska
P, 1991.

ALEXIE, Sherman, The Lone Ranger and Tonto Fistfight in Heaven, New York: Atlantic Monthly
Press, 1993.

ALLEN, Katharine, The Treatment of Nature in the Poetry of the Roman Republic. (Exclusive of
Comedy). Madison, Wis., 1899.

ALLEN, Paula Gunn, Voice of the Turtle: American Indian Literature, 1900-1970. New York:
Ballantine, 1994.

AMENDOLA, G. e B. Roffi,"Ambiente e Territorio". Published by Pirola, 1994.

ANDERSON, Chris, and Lex Runciman, A Forest of Voices: Reading and Writing the Environment.
Mountain View, CA: Mayfield, 1995.

AL-MADANI, Yusur Wajeeh, “Errand to the Center: The Archetypal Journey Image in Thoreau, Poe,
and Melville”, DAÍ, 43 (1983). [A nostalgia do Paraíso na literatura séc. XIX]

AMIDON, Elias, Earth Prayers from Around the World: 365 Prayers, Poems, and Invocations, San
Francisco: HarperCollins, 1991

ANAYA, Rudolfo, The Anaya Reader, New York: Warner Books, 1995.

ANDERSON, Chris, e Lex Runciman, A Forest of Voices: Reading and Writing the Environment,
Mountain View: Mayfield Pub., 1995.

ANDERSON, Lorraine, Sisters of the Earth: Women’s Prose and Poetry About Nature, New York:
Vintage, 1991. Colectânea de textos desde séc. XIX.

ANDREWS, Roy Chapman, ed., My Favorite Stories of the Great Outdoors: Nature Lovers Treasury,
N.Y.:Greystone 1950
ANDRUSS, Van, Christopher Plant, Judith Plant, e Eleanor Wright, eds., Home: A Bioregional Reader,
Philadelphia: New Society Publishers, 1990.

APPLEWHITE, James, “Postmodernist Allegory and the Denial of Nature”, Kenyon Review New Series,
11, no. 1 (Winter 1989): 1-17.

ARANT, Tommy Joe, “House Made of Dawn and the Social Context of Contemporary Native American
Literature”, DAÍ, 52 (1992): 3278-.

ASIMOV, Isaac e Jason A. Shulman, Isaac Asimov's Book of Science and Nature Quotations, 1st ed.
New York : Weidenfeld & Nicolson, c1988.

ASLESON, Robyn, Dialogue with Nature: Landscape and Literature in Nineteenth-Century America
/Robyn Asleson, Barbara Moore. Washington, D.C.: Corcoran Gallery of Art, 1985.

ATKINSON, Geoffroy[1892-1960], Le Sentiment de la Nature et le Retour à la Vie Simple (1690-1740),


Genève, Droz, 1960.

ATTFIELD, Robin e Andrew Belsey, Philosophy and the Natural Environment, Cambridge [England];
New York, NY, USA: Cambridge University Press, c1994.

AUSTIN, Mary, & John Muir, Writing the Western Landscape, Ann H. Zwinger, ed. (Boston: Beacon
Press, 1994)

BAGBY, George F., Frost and the Book of Nature, Knoxville: University of Tennessee Press, 1993.

BAKELESS, John, The Eyes of Discovery, Phila.: Lippincott, 1950

BALLOON, Victoria Ann, “Letting the Ape and the Tiger Die: The Man/Animal Dichotomy in Three
Works of American Literature, 1906-1914”, DAÍ, 32 (1994).

BANERJEE, Dharmadas, “Nature Imagery in Siegfried Sassoon’s War Poetry”, Panjab U Research
Bulletin, 21 (1990).

BANERJEE, Soma, “Mirroring the Land: Nature Poetry in Australian Literature”, Commonwealth
Review, 2 (1990-91).

BARBOUR, Ian G., ed, Western Man and Environmental Ethics, Reading Pa.: Addison, 1973

BARCLAY, Donald A., James H. Maguire, and Peter Wild, Into the Wilderness Dream: Exploration
Narratives of the American West, Salt Lake City: U of Utah P, 1994. [Colectânea de textos]

BARCOTT, Bruce (ed.), Northwest Passages: A Literary Anthology of the Pacific Northwest from
Coyote Tales to Roadside Attractions, Seattle: Sasquatch, 1994-1995.

BARNARD, Anne, “A North American Connection: Women in Prairie Novels”, Great Plains
Quarterly, 14.1 (1994): 21-28.

BARNES, T. and J. Duncan, eds., Writing Worlds: Discourse, Text and Metaphor in the Representation
of Landscape, London: Routledge, 1992.

BARNIE, J., “Poetry and the New Nature”, Poetry Wales, 26 (1990).

BARON, Robert C. and Elizabeth Darby Junkin eds., Of Discovery and Destiny: an Anthology of
American Writers and the American Land, Golden Colo.: Fulcrum Press, 1986

BARRELL, John, The Idea of Landscape and a Sense of Place, 1730-1840: An Approach to the Poetry
of John Clare, Cambridge, Eng., 1972/Cambridge, Univ. Press, 1983

BATE, Jonathan, “Wordsworth, Ruskin, and the Moral of Landscape”, Literature and Belief 10 (1990).
Romantic Ecology: Wordsworth and the Environmental Tradition, London: Routledge, 1991.

BATES, Marston, The Nature of Natural History, N.Y.: Scribner's, 1950

BATEY, Mavis, Jane Austen and the English Landscape, London: Barn Elms; Chicago, Ill.: Chicago
Review Press, 1996.

BATTEN, , Charles L., Pleasurable Instruction. Form and Convention in Eighteenth-Century Travel
Literature, Berkeley, 1978.

BAUER, Michel Wayne, “Romantic Naturalism in the American Essay: The Formation and Evolution
of a Literary Tradition”, DAÍ, 53 (July 1992): 148-A.

BAUMANN, Helmut, Die Griechische Pflanzenwelt in Mythos, Kunst und Literatur, München: Hirmer,
c1982.

BAYM, Nina, “Melodramas of Beset Manhood: How Theories of American Fiction Exclude Woman
Authors”, American Quarterly, 33, nº. 2 (Summer 1981): 123-39.

BEACH, Joseph Warren, 1880-1957, The Concept of Nature in Nineteenth-century English Poetry, New
York, The Macmillan Company, 1936.

BEARLY, Beverly Simmons, ed., Treat the Earth Gently: the Friendship of Man and Nature in

BECKER, John E., “A Concealed Totality: Science and Poetry in The Essays of Stephen Jay Gould”,
Soundings: An Interdisciplinary Journal, 74.3-4 (1991): 559-579.

BEEBE, William, ed., The Book of Naturalists. an Anthology of the Best Natural History, N.Y.: Alfred
A. Knopf, 1944.

BEGEIBING, Robert J. and Owen Grumbling, eds., The Literature of Nature: The British and American
Traditions, Medford, NJ: Plexis, l993-1994. Poemas e textos sobre o mundo natural desde séc. XIX

BEEGEL, by Susan F., Susan Shillinglaw, Wesley N. Tiffney, Jr (ed.), Steinbeck and the Environment:
Interdisciplinary Approaches / with a foreword by Elaine Steinbeck. Tuscaloosa: University of Alabama
Press, c1997.

BEHRONDT, Stephen C. (ed.), History and Myth: Essays on English Romantic Literature, Detroit,
1990

BEIGEL, Jennifer, “Literature and the Living World: Environmental Education in the English
Classroom”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.2 (1995).

BELLANCA, Mary Ellen, “Gerard Manley Hopkins’s Journal and the Poetics of Natural History”,
Modern Language Association Convention, Chicago, IL, 1995.

BENDER, Robert, “A Sense of Place in the Work of Marge Piercy”, Ways of Knowing: Essays on
Marge Piercy, Ed. Sue Walker e Eugenie Hammer.Mobile, AL: Negative Capability, 1991.

BENEDIKTSSON, Thomas E., “Montana Ecologue: The Pastoral Art of William Stafford”, World, Self,
Poem: Essays on Contemporary Poetry from the “Jubilation of Poets”, Ed. Leonard M. Trawick. Kent,
OH: Kent State UP, 1990.

BENJAMIN, Kay, “A Wild Delight: The Art and Style of Nature Writing”, Sharp Eyes: Proceedings of
a Conference on John Burroughs and Environmental Writing, Ed. C. Z. Walker, K.D. Benjamin, e G.
Dunham. New York: State University College of New York at Oneonta, 1995. 86-91.

BENN, Sheila Margaret, Pre-romantic Attitudes to Landscape in the Writings of Friedrich Schilller,
Berlin ; New York : W. de Gruyter, 1991.
BENNETT, G.F. and J.C. Bennett, Environmental Literature: a Bibliography, Park Ridge, N.J.: Noyes
Data Corporation

BENNETT, P., “Late 19th Century Women’s Nature Poetry and the Evolution of the Imagist Poem”,
Legacy, 9 (1992).

BERES, Nancy, Mitzi Chandler, Russell Dalton, eds., Island of Rivers: an Anthology Celebrating 50
years of Olympic National Park, Seattle, Wash.: Pacific Northwest National Parks and Forests

BERGON, Frank, ed., The Wilderness Reader, New York: New American Library, 1980.
”Wilderness Aesthetics”, American Literary History, 9.1 (1997):128+
Shoshone Mike, Reno: U of Nevada P, 1994.[ Novela]
Wild Game, Reno: University of Nevada P., 1995.

BERRY, Wendell, "Poetry and Place", Standing by Words, San Francisco:North Point Press, 1983.

BESS, Jennifer, “Remodeling Eden in Early Modern Travel Narratives, Science and Poetry”, DAÍ, 56
(November 1995), 1995.

THE BEST Nature Writing of Joseph Wood Krutch, Salt Lack City, 1949-1970.

BEUNAT, Nathalie, “Nature vs. Culture in Dashiell Hammett’s Nightmare Town”, Clues: A Journal of
Detection 15.1 (1994): 53-58.

BEWELL, William, Wordsworth and the Age of Enlightenment, New Haven: Yale University Press,
c1989

BEVIS, William W., “Region, Power, Place”, Reading the West; New Essays on the Literature of the
American West, Ed. Michael Kowalewski. New York: Cambridge UP, 1996.

BIESE, Alfred, 1856-1930, The Development of the Feeling for Nature in the Middle Ages and Modern
Times, London, G. Routledge & Sons, ltd.; New York, E.P. Dutton & Co., 1905.

BLACK, Ralph W., “W.S. Merwin and the Nature of Nature”, American Nature Writing Newsletter, 5
(1993).
“From Concord Out: Henry David Thoreau and the Natural Sublime”, ISLE: Interdisciplinary
Studies in Literature and Environment, 2.1 (1994): 65-75.

BLACKBURN, Alexander, e C. Kenneth Pellow, eds., Higher Elevations: Stories from the West; A
Writers’ Forum Anthology, Athens: Ohio UP, 1993.

BLEW, Mary Clearman, Balsamroot: A Memoir, New York: Viking, 1994.


Runaway: A Collection of Stories, Lewiston: Confluence Press, 1990.

BLUNDEN, Edmund, 1896-1974, Nature in English Literature, London, L. & Virginia Woolf, 1929.

BLY, Robert ed., News of the Universe: Poems of Twofold Consciousness, San Francisco,1980.

BONDS, Diane S., “The Language of Nature in the Poetry of Mary Oliver”, Women’s Studies, 21
(1992).

BONE, Drummond, “Shelley, Wordsworth, and Byron: The Detail of Nature”, Wordsworth Circle, 23
(1992).

BONTA, Marcia Myers, ed., American Women Afield: Writings by Pioneering Women Naturalists,
College Station: Texas A&M UP, 1991-1995.

BOOTH, Edward Townsend, God Made the Country, N.Y.: Knopf 1946.
BORLAND, Hal ed., Our Natural World: the Land and Wildlife of America as Seen and Described,
Brattleboro, Vt.Stephen Daye Press 1939

BOSSARD, Timothy Dean, “Cape Cod: Thoreau’s Experiment in Human Culture”, DAÍ, 54 (1994).

BOUDREAU, Gordon V., The Roots of Walden and the Tree of Life, Nashville: Vanderbilt University
Press, 1990.

BRADLEY, John, ed., Atomic Ghost: Poets Respond to the Nuclear Age, Minneapolis: Coffee House
Press, 1995.

BRAHMA, Gourikumar, Odia shityare prakrti = Nature Painting in Oriya Literature, Kataka: Buks
enda Buks, 1978.

BRANCH, Michael, “Ecocriticism: Surviving Institutionalization in the Academic Environment”, ISLE:


Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.1 (1994): 91-99.
“Ecocriticism: The Nature of Nature in Literary Theory and Practice”, Weber Studies, 11.1
(1994): 41-55.
“You Say You Want a Revolution? Environmental Reform in the Literature of the 1860’s and
1960’s.”, Nobody Gets Off the Bus: The Viet Nam Generation Big Book, Woodbridge, CT: Viet Nam
Generation Inc., 1994.

BRANTLEY, Richard E., Coordinates of Anglo-American Romanticism: Wesley, Edwards, Carlyle and
Emerson, Gainesville: UP of Florida, 1993.

BROOKS, Paul, The Pursuit of Wilderness, Boston: Houghton Mifflin, 1971


Speaking for Nature: How Literary Naturalists from Henry Thoreau to Rachel Carson Have
Shaped America, Boston: Houghton Mifflin, 1980.
The House of Life: Rachel Carson at Work and Selections from her Writings, New York:
Houghton Mifflin, 1994.

BROPHY, Robert J., Robinson Jeffers: Myth, Ritual and Symbol in his Narrative Poems, Hamden,
Conn.: Case Western Reserve Univ. Pr. 1973

BROWER, David, ed., Wilderness: America's Living Heritage, San Francisco: Sierra Club 1961

BROWN, David, e Neil Carmony, Aldo Leopold’s Wilderness: Selected Early Writings by the Author of
“A Sand County Almanac”, Harrisburg, PA: Stackpole, 1990.

BRYAN, John Thomas Ingram, 1868-1953, The Interpretation of Nature in English Poetry, Tokyo:
Kaitakusha, 1932.

BRYANT, Paul T., “Echoes, Allusions and Reality in Hayduke Lives!”, Western American Literature,
25.4 (1991
“The Structure and Unity of Desert Solitaire”, Western American Literature, 28.1 (1993): 3-19.
[Estudo sobre Abbey]

BUELL, Lawrence, The Environmental Imagination: Thoreau, Nature Writing, and the Formation of
American Culture, Cambridge: Massachusetts: The Belknap Press of Harvard University Press, 1994-
1995.

BUGGE HANSEN, Niels, That Pleasant Place. The Representation of Ideal Landscape in English
Literature from the 14th to the 17th Century, Kobenhavn, Akademisk Forlag, Eksp.:DBK, 1973.

BÜHLER, Pierre, Présence, Sentiment et Rhétorique de la Nature dans la Littérature Latine de la


France Médiévale de la fin de l'Antiquité au XIIe Siècle: Introduction à l'Etude d'un Mouvement
Esthétique, Paris: Honoré Champion, 1995.

BUMP, Jerome, “Poet of Nature”, Critical Essays on Gerard Manley Hopkins, Ed. Alison G. Sulloway.
Boston: G. K. Hall, 1990.
BURGESS, Cheryll Anne, “Out-of-Doors: Representations of Nature in Sarah Orne Jewett, Willa
Cather, and Eudora Welty”, DAI, 51 (March 1991): 3071-
“Nature in Women’s Writing: Whose Footsteps to Follow”, American Nature Writing
Newsletter, 4.1 (1992): 8-9.

BURR, Cornelia Ann, “Perceptions of the Landscape in Twentieth Century American Literature:
Landscapes from Four American Regional Writers”, DAÍ, 55 (1994).

BURROWS, Russell, “Wallace Stegner’s Version of Pastoral”, Western American Literature, 25.1
(1990): 15-25.

BUSHNELL, Nelson S., A Walk After John Keats, N.Y.: Farrar and Rinehart. 1936

BUTLER, Douglas R., “Norman Maclean’s A River Runs Through It: Word, Water, and Text”,
Critique: Studies in Contemporary Fiction, 33.4 (1992): 263-73.

BUTLER, James R., e Elaine Butler. “Kindred Spirits: The Relationship between John Burroughs and
John Muir”, Sharp Eyes: Proceedings of a Conference on John Burroughs and Environmental Writing,
Ed. C.Z. Walker, K.D. Benjamin, e G. Dunham. New York: State University of New York at Oneonta,
1995. 22-36.

CALLENBACH, Ernest, Ecoptopia: The Notebooks and Reports of William Weston, Berkeley: Banyan
Tree Books, 1975.

CALLICOTT, J. Baird ed., Companion to A Sand County Almanac: interpretive and critical essays,
Madison, Wisconsin: Univ. of Wisc. Pr. 1987

CALLICOTT, J. Baird e Roger T. Ames(ed.), Nature in Asian traditions of thought: essays in


environmental philosophy, State University of New York Press, c1989.

CAMPBELL, Sue Ellen, “The Land and Language of Desire: Where Deep Ecology and
Poststructuralism Meet”, Western American Literature, 24 (November 1989): 199-211.
“Feasting in the Wilderness: The Language of Food in American Wilderness Narratives”,
American Literary History, 6 (1994):1-23.

CAPITAN, Colette, La nature à l'ordre du jour, 1789-1793, Paris: Kimé, c1993.

CARLIN, John, “Metaphors of Vision: The Mediation of Self and Nature Through Language in the
Work of Ralph Waldo Emerson, Thomas Cole, Emily Dickinson, Walt Whitman, and Thomas Eakins”,
DAÍ, 47 (1987).

CARLSON, Douglas (Guest Editor), “Focus on Nature Writing”, Georgia Review, 47.1 (1993).

CARSON, Gerald, Man, Beasts and Gods: a History of Cruelty and Kindness to Animals, N.Y.:
Scribner's, 1972

CASSUTO, David N., “Dripping Dry: Literature, Politics and Water in the Desert Southwest”, DAÍ, 55
(1994).

CASTANIER, Chris, “Roadworks: The Open Frontier in American Literature of Travel”, DAÍ, 53 (June
1993): 4318-A.

CAVALIERO, Glen, The Rural Trdition in the English Novel 1900-1939, N. York: Macmillan, 1977.

CHARLIER, Gustave, 1885-, Le Sentiment de la Nature chez les Romantiques Français, Paris,
Fontemoing et Cie, 1912.

CHARLTON, Donald Geoffrey, New Images of the Natural in France: a Study in European Cultural
History, 1750-1800, Cambridge, [Cambridgeshire]; New York; Cambridge University Press, 1984.
CHENETIER, Marc, “Tinkering, Extravagance: Thoreau, Melville, and Annie Dillard”, Critique:
Studies in Contemporary Fiction, 31.3 (1990): 157-72

CHENEY, Donald, Spenser's Image of Nature; Wild Man and Shepherd in The Faerie Queene, New
Haven, Yale University Press, 1966.

CHENEY, Jim, “Postmodern Environmental Ethics: Ethics as Bioregional Narrative”, Environmental


Ethics, 11 (Summer 1989): 117-134.

CHRISTIE, John e Sally Shuttleworth, Nature Transfigured: Science and Literature, 1700-1900,
Manchester, UK; New York: Manchester University Press; New York NY, USA: Distributed
exclusively in the USA and Canada by St. Martin's Press, 1989.

CINCOTTA, Héctor Dante, El Tiempo y la Naturaleza en la Obra de Ricardo E. Molinari, Bs. As. [i.e.
Buenos Aires]: Corregidor, c1992.

CLARKE, Joni Adamson, “A Place to See: Ecological Literary Theory and Practice”, DAÍ, 56
(November 1995).

CLOUGH, Wilson Ober, The Necessary Earth; Nature and Solitude in American literature, Austin,
University of Texas Press [1964]

CLOW, Deborah, e Donald Snow, Northern Lights: A Selection of New Writing from the American
West, New York: Vintage, 1994

COFFIN, Robert P. Tristram, On the Green Carpet, Indianapolis: Bobbs-Merrill: 1951

COHEN, Michael P., “Response to Branch’s ‘Ecocriticism”, ISLE: Interdisciplinary Studies in


Literature and Environment, 2.1 (1994): 105-109.
The Pathless Way: John Muir and American Wilderness, Madison, Wisconsin: U of
Wisconsin P, 1984.

COKINOS, Christopher, “A Hawk in the Margin’s Cage: Robinson Jeffers and the Norton
Anthologies”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 1.2 (1993): 25-44.
“After the Obit: The Greening of Contemporary American Poetry”, American Nature Writing
Newsletter, 5 (1993).
“Gaia, Shiva, Poetry”, American Nature Writing Newsletter, 6.1 (1994): 5-6.

COLLIGAN-TAYLOR, Karen, The Emergence of Environmental Literature in Japan, New York:


Garland, 1990.

COLLINS, Henry Hill ed., The American Year: Nature Across America Through the four Seasons as
Observed by the Great Writers and Naturalists of Past and Present, New York, Putnam [1961]

COMMAGER, Steele, The Odes of Horace: a Critical Study, Norman: University of Oklahoma Press,
1995.

CONSTABLE, John, John Constable's Correspondence, ed. de R. B. Beckett, 6 vols, Ipswitch: Suffolk
Records Society, 1962-70

COOK, Martha, “Nikki Giovanni: Place and Sense of Place in Her Poetry”, Southern Women Writers:
The New Generation, Ed. Tonette Bond Inge. Tuscaloosa: U of Alabama P, 1990.

COOLEY, John, Earthly Words: Essays on Contemporary American Nature and Environmental
Writers, Ann Arbor: U of Michigan P, 1994.

COOPER, John Charles, “Three Poems for Thomas Merton: Fourth Street Rapture; I will flee to the
Dharma, I will flee to the Sangha, I will fless to the Buddha; and a Thai Translation”, Merton Seasonal,
20.2 (Spring 1995): 12-14.
CORNELIA, William Barnabas, The Classical Sources of the Nature References in Ronsard's Poetry,
New York Columbia University, c1934

CORNELL, Daniel, “A Vision of Stewardship: Wendell Berry’s Ecological Ethic”, Literature and
Belief, 12 (1992).

CORNWELL, Margery, “’A Bird in the Hand is a Certainty, but a Bird in the Bush May Sing’:
Description of a Literature Course About Humans and Nature Using a Curriculum of Inclusion”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.1 (1994): 123-139.

COURON, John, The American Landscape: A Critical Anthrology of Prose and Poetry, N. York, 1974

CRONON, William. "A Place for Stories: Nature, History, and Narrative.", The Journal of American
History 78 (March 1992): 1347-1376.

CRONYN, George W., ed., American Indian Poetry. an Anthology of Songs and Chants. Introduction by
Mary Austin. N.Y.: Liveright 1934

DAGGY, Robert E., “Choirs of Millions: Thomas Merton and God’s Creatures”, Merton Seasonal,16.3
(1991): 11-17.
“Thomas Merton: The Desert Call”, Merton Seasonal, 18.2 (1993): 8-15.

DANA, Elizabeth, “Marjorie Kinnan Rawlings’s Linguistic Mirror of Nature: An Ecological Criticism”,
DAÍ, 30 (Fall 1992): 481.

DASSOW, Laura, Seeing new Worlds: Henry David Thoreau and Nineteenth-century natural science,
Madison, Wis.; London: University of Wisconsin Press, c1995.

DAVID ELLISTON, Allen, The Naturalist in Britain: A Social History, London: Allen Lane, 1976.

DAVIDSON, Arnold E., Coyote Country: Fictions of the Canadian West, Durham, NC: Duke UP, 1994.

DAVIS, H.L., Collected Essays and Short Stories, Moscow: University of Idaho Press, 1986.

DAVIS, William Paul, “The ‘Lords’ and ‘Witnesses’ of Creation: Mythologizing and Demythologizing
Nature in American Literature”, DAÍ, 51 (September 1990): 850-A.

DAWSON, CARL, Victorian Noon: English Literature in 1850, Baltimore: Johns Hopkins University
Press, 1979.

DEAN, Bradley P., ed. Faith in a Seed: The Dispersion of Seeds and Other Natural History Writings,
By Henry D. Thoreau. Washington, D. C.: Island/Shearwater, 1993.

DEAN, Thomas K., “Teaching Leslie Marmon Silko as Nature Writer”, American Nature Writing
Newletter, 6.2 (1994): 15-16.

DECKER, William Merrill, “The Wild, the Divine, and the Human Word: Rereading Wendell Berry”,
North Dakota Quarterly, 59 (1991).

DE LANOYE, Ferdinand, The Sublime in Nature: Complied from the Descriptions of Travellers and
Celebrated Writers, N.Y.: Scribner, Armstrong 1875

DEMING, Alison Hawthorne, Science and Other Poems, Baton Rouge: Louisiana State UP, 1994.

DEVINE, Maureen, Woman and Nature: Literary Reconceptualizations, Metuchen, N.J.: Scarecrow
Press, 1992.

DICKERSON, Lynn, “Elements of 19th-Century Romanticism in Contemporary Forest Management


Practices”, Journal of Forestry, 93.9 (1995): 36-40.
DIETRICH, Deborah Jean, “Into The Woods: The Evolution of the Journey Narrative, In Early
American Literature, 1620-1744.” DAI 53 (September 1992): 809-A.

DILLARD, Annie, The Living, New York: Harper Collins, 1992.

DILLINGHAM, William B., Melville’s Later Novels, Athens: U of Georgia P, 1995.

DILLMAN, Richard, Essays on Henry David Thoreau: Rhetoric, Style, and Audience, West Cornwall,
CT: Locust Hill, 1993.

Discovery: Great Moments in the Lives of Outstanding Naturalists. Wood Engravings by Thomas W.
Nason, Phila.: Lippincott, 1961

DIXON, Melvin, Ride Out the Wilderness: Geography and Identity in Afro-American Literature,
Urbana, Illinois: U of Illinois P, 1987.

DOBSON, Andrew, ed., The Green Reader: Essays Toward A Sustainable Society, San Francisco:
Mercury, 1991. Temas: "The Green Critique" (E. F. Schumacher, Garrett Hardin, Fritjof Capra, David
Ehrenfeld, Murray Bookchin, among others); "The Green Society" (Kirkpatrick Sale, Judith Plant, etc.);
"Green Economics"; "Green Political Strategies" ( Petra Kelly, Aldous Huxley, David Foreman, Edward
Abbey etc.); e "Green Philosophy" (Aldo Leopold, Arne Naess, Carolyn Merchant, James Lovelock,
etc.).

DODD, Wayne, “Art and Nature: Essays by Contemporary Writers”, Ohio Review, 49 (1993)[Numero
especial dedicado à Arte e Natureza.]

DOIG, Ivan, The Sea Runners, Atheneum, 1982.


This House of Sky: Landscapes of a Western Mind, New York: Harcourt Brace Jovanovich,
1978.

DOUGLAS, David, “Journals and Letters of David Douglas”. The Quarterly of the Oregon Historical
Society, 5:215-271 (1904), 5:325-369 (1904), 6:76-97 (1905), 6:206-227 (1905), 6:288-309 (1905),
6:417-449 (1905)

DOYLE, Helen MacKnight, Mary Austin: Woman of Genius, N.Y.: Gotham House 1939

DUFOUR-KOWALSKA, Gabrielle, Caspar David Friedrich: aux Sources de l'Imaginaire Romantique,


Lausanne, Suisse: L'Age d'homme, c1992.

DUNCAN, David James, The River Why, San Francisco: Sierra Club, 1983.

DUNLAP, Thomas R., “Nature Literature and Modern Science”, Environmental History Review, 14
(1990).

DUPUY, Edward J., Autobiography in Walker Percy: Repetition, Redemption, and Recovery, Baton
Rouge: Louisiana State UP, 1995.

DURRENBERGER, Robert W., Environment And Man: A Bibliography, Palo Alto: National
Press Books 1970

DWYER, Jim, Earth Works: An Annotated Bibliography of Recommended Fiction and Nonfiction about
Nature and the Environment for Adults and Young Adults, Neal-Schuman 1996.

EBBATSON, Roger, Lawrence and the Nature Tradition: a Theme in English Fiction, 1859-1914,
Brighton, Sussex: Harvester Press; Atlantic Highlands, N.J.: Humanities Press, 1980.

E.D.H. Johnson, The Poetry of Earth: A Collection of English Nature Writings, New York: Atheneum,
1966.
(ed.) American Environmentalism: Readings in Conservation History, 3rd. ed. New York:
McGraw, 1990.

ELDER, John, Imagining the Earth: Poetry and the Vision of Nature, 2nd ed.,Athens: University of
Georgia Press, 1985 e1996.

ELLIOTT, Brian Robinson, The Landscape of Australian Poetry, by Brian Elliott. Melbourne, Canberra
[etc.] Cheshire [1967]

EGAN, Timothy, The Good Rain: Across Time and Terrain in the Pacific Northwest, New York: Knopf,
1990

EKIRSCH, Arthur, Man and Nature in America, Lincoln: Univ. of Nebraska, 1973

ELDER, John C., Imagining the Earth: Poetry and the Vision of Nature, Urbana: U of Illinois P. 1985.
“John Muir and the Literature of Wilderness.” Massachusetts Review 22 (June 1981): 375-86.
e Hertha Wong, Family of Earth and Sky: Indigenous Tales from Around the World, New York:
Beacon, 1994.
ed. American Nature Writers, 2 vols. New York: Charles Scribners’ Sons Reference Books,
1996.
“Mary Oliver’s Question”, American Nature Writing Newletter, 5 (1993).
Following the Brush, Boston: Beacon, 1992.
Imagining the Earth: Poetry and the Vision of Nature, 2nd ed. Athens: U of Georgia P, 1996.

ELKINS, Andrew, “The Ecological Vision of Thomas Hornsby Ferril”, Western American Literature
27.2 (1992): 109-120.

EL-SHARIF, Nabil Mahmoud, “Ecological Themes in the Poetry of A.R. Ammons, Allen Ginsberg, and
Gary Snyder”, DAÍ, 44 (1984).

EMERSON, Ralph Waldo, e Henry David Thoreau, “Nature” and “Walking”, Boston: Beacon, 1991.

ENGEL, Leonard, ed., The Big Empty: Essays on Western Landscapes as Narrative, Albuquerque:
University of New Mexico Press, 1994
“Landscape and Place in Tony Hillerman’s Mysteries”, Western American Literature, 28.2
(1993): 111-122.

ENSTICE, Andrew. Thomas Hardy, Landscapes of the Mind, London: Macmillan, 1979.

ERISMAN, Fred, “Farmer Boy: The Forgotton ‘Little House’ Book”, Western American Literature,
28.2 (1993): 123-130.

EVANS, Pauline Rush, ed., Good Housekeeping's Best Book of Nature Stories Englewood Cliffs, N.J.:
Prentice Hall 1957

EVERSON, William, Archetype West: the Pacific Coast as a Literary Region, Berkeley, Calif.: Oyez
1976
Face of North America: the Natural History of a Continent, N.Y.: Harper 1963

EYSTUROY, Annie O., This Is about Vision: Interviews with Southwestern Writers, Albuquerque: U of
New Mexico P, 1990.

FAIRSBANK, Carol, Prairie Women: Images in American and Candian Fiction, New Haven: Yale
University Press, 1986.

FALK, Marcia, “Strange Plant: Nature and Spirituality in the Poetry of Zelda. A Translator’s Reading”,
Religion and Literature, 23 (1991).

FALK., Robert, Literature and Ideas in America: Essays in Memory of Harry Hayden Clark, [Athens]:
Ohio University Press, c1975.
FALKENSTEIN, Linda Anne, “The Simulated Wilderness in the Contemporary American Novel”, DAÍ,
52 (May 1992): 3927-

FARRELL, Kate, Art and Nature: An Illustrated Anthology of Nature Poetry, New York: Metropolitan
Museum of Art, 1992.

FARRIS, Sara, “Woman Writing Nature: Creating an Ecofeminist Praxis”, DAÍ, 53 (1993).

FAUROT, Margaret, Hardy’s Topographical Lexicon and the Canon of Intent: A Reading of the Poetry,
New York: Peter Lang, 1990.

FEINGOLD, Richard, Nature and Society: Later Eighteenth-century Uses of the Pastoral and Georgic,
New Brunswick, N.J.: Rutgers University Press, c1978.

FELCH, Susan M., “Nature as Emblem: Natural Images in T.S. Eliot’s Early Poetry”, Yeats Eliot
Review: A Journal of Criticism and Scholarship, 11 (1992).

FEROE, Paul, ed., Silent Voices: Recent American Poems on Nature, St.Paul Minn.: Ally Press, 1978

FETTERLEY, Judith, “Nineteenth-Century Literary Regionalism”, College English, 56.8 (1994).

FITTER, Chris, Poetry, Space, Landscape: Toward a new Theory, Cambridge [England]; New York,
NY, USA: Cambridge University Press, 1995.

FINCH, G.L., “Larkin, Nature, and Romanticism”, Critical Survey, 3 (1991).

FINCH, Robert e Elder, John, The Norton Book of Nature Writing, N. York, 1990

FINE, David, “Running Out of Space: Vanishing Landscapes in California Novels”, Western American
Literature, 26.3 (1991): 209-218.

FLADER, Susan L., Thinking Like a Mountain: Aldo Leopold and the Evolution of an Ecological
Attitude toward Deer, Wolves, and Forests, Lincoln: Univ. of Nebraska Pr., 1978

FLADER, Susan L., e J. Baird Callicott, eds., The River of the Mother of God and Other Essays, By
Aldo Leopold. Madison: U of Wisconsin P, 1991.

FLEHARTY, Eugene D., Wild Animals and Settlers on the Great Plains, Norman: U of Oklahoma P,
1995.

FLETCHER, Pauline, Gardens and Grim Ravines: the Language of Landscape in Victorian Poetry,
Princeton, N.J.: Princeton University Press, c1983

FOERSTER, Norman, Nature in American Literature: Studies in the Modern View of Nature. 1923,
N.Y.: Russell, 1958
From these Beginnings: a Biological Approach to American History, N.Y.: Harper and Row
1984

FOLEY, Andrew, “A Sense of Place in Contemporary White South African English Poetry”, English in
Africa, 19 (1992).

FOSTER, Emily, ed., The Ohio Frontier: An Anthology of Early Writings, Lexington: UP of Kentucky,
1996.

FOUCHÉCOUR, C. H. de, La Description de la Nature dans la Poésie Lyrique Persane du XIe Siècle;
Inventaire et Analyse des Thèmes, Paris, C. Klincksieck, 1969.

FOUQUET, Daniel, Yves Stalloni.Textes & Documents sur la Nature, Paris: Ellipses, c1990.
FOX, Stephen, John Muir and hisLegacy The American Conservation Movement, Boston, 1981-1990

FOX, William L., ed., Tumblewords: Reading and Writing the West, Reno: U of Nevada P, 1995.

FREDERICKS, Nancy, Melville’s Art of Democracy, Athens: University of Georgia P, 1995.

FREEMAN, Martha, ed., Always, Rachel: The Letters of Rachel Carson and Dorothy Freeman, 1952-
1964, Boston: Beacon P, 1995.

FRITZELL, Peter A., Nature Writing and America: Essays Upon a Cultural Type, Ames: Iowa State
UP, 1990.

FULMAR, Hal W., and Carl L. Kell, “A Sense of Place, A Spirit of Adventure: Implications for the
Study of Regional Rhetoric”, Rhetoric Society Quarterly, 20.3 (1990): 225-32.

GAFFNEY, Carmel,“’The Green Singer’: Neilson’s Pastoral Poetry”, Southerly: A Review of Australian
Literature, 54.2 (1994): 82-96.

GALVIN, Brendan, “The Contemporary Poet and the Natural World”, Georgia Review, 47.1 (1993):
130-144.

GANGEWERE, Robert J. ed., The Exploited Eden: Literature on the American Environment. N.Y.:
Harper, 1972

GARB, Yaakov Jerome. “How Scientific Accounts Appeal to Their Authors and Readers: A Case Study
in the Nature Writing of Loren Eiseley.” DAI 54 (1994). Gates, Paul W. Agriculture and the Civil War.
New York: Knopf, 1965.

GEIKIE, Archibald, Sir[1835-1924], The Love of Nature Among the Romans during the later Decades of
the Republic and the first Century of the Empire, by Sir Archibald Geikie..London, J. Murray, 1912.
Types of Scenery and their Influence on Literature, London, New York, Macmillan,
1898.

GIFFORD, Terry, “Saccharine or Echo Soundings? Notions of Nature in Seamus Heaney’s ‘Station
Island’”, New Welsh Review, 3 (1990).
Green Voices: Understanding Contemporary Nature Poetry, New York: St. Martin’s Press,
1995.

GILLIAM, Ann, ed., Voices For The Earth: a Treasury of the Sierra Club Bulletin 1893-1977, San
Francisco: Sierra Club, 1979

GISH, Robert Franklin, Songs of My Hunter Heart: A Western Kinship, Albuquerque: U of New Mexico
P, 1994.
When Coyote Howls: A Lavaland Fable, Albuquerque: U of New Mexico P, 1994.

GLACKEN, Clarence, Traces on the Rhodian Shore: Nature and Culture in Western Thought from
Ancient Times to the end of the Eighteenth Century, Berkeley:Univ. of California Press 1976

GLOTFELTY, Cheryll Burgess, “Western, Yes, But is it Literature?: Teaching Ronald Lanner’s The
Pinion Pine”, Western American Literature, 27.4 (1993): 301-310.

GLOTFELTY, Cheryll, and Harold Fromm, eds., The Ecocriticism Reader, Athens: U of Georgia P,
1995 e 1996.

GODE-VON AESCH, Alexander[1906-1970], Natural Science in German Romanticism, New York:


Columbia University Press, 1941.

GOSSE, Philip Henry, F.R.S., Letters from Alabama, (U.S.) Chiefly Relating to Natural History,
Tuscaloosa: U of Alabama P, 1993.
GOUGEON, Len, “Holmes’s Emerson and the Conservative Critique of Realism”, South Atlantic
Review, 59.1 (1994): 107-25.

GRABER, Linda, Wilderness As Sacred Space, Wash. D.C.: Ass. of Am. Geographers 1976

GRADY, Wayne, From the Country: Writings About Rural Canada, Ontario: Camden House, 1991.

GREENE, Kathleen Conyngham, comp. The English Landscape in Picture, Prose and Poetry, London,
Ivor, Nicholson & Watson, ltd., 1932.

GREENFIELD, Bruce, Narrating Discovery: The Romantic Explorer in American Literature, 1790-
1855, New York: Columbia UP, 1992.

GREENWAY, William, “The First Spinning Place: Poetry, Religion, and the Environment”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 1 (1993): 107-117.
“Traveling Through the Light: Nature Writing in the Poetry Writing Workshop”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 1 (1993).

GRIFFIN, Susan, Woman and Nature: the Roaring Inside Her, N.Y.: Harper, 1980
Made from this Earth an Anthology of Writings, Cambridge, 1982.

GROVER, Edwin Osgood ed., The Nature Lover's Knapsack: An Anthology of Poems for Lovers of the
Open Road, N.Y.:Crowell Co. 1927

GRUSIN, Richard, “Thoreau, Extravagance, and the Economy of Nature”, American Literary History,
5.1 (1993): 30-50.

GUITTON, Édouard, Jacques Delille, 1738-1813, et le Poème de la Nature en France de 1750 à 1820,
Paris: C. Klincksieck, [1974

GUTIERREZ, Donald, Subject-Object Relations in Wordsworth and Lawrence, Ann Arbor: UMI
Research Press, 1987.

HAAS, C. E. de, Nature and the Country in English Poetry of the First Half of the Eighteenth Century,
LITT. D. Amsterdam, H.J. Paris, 1928.

HAIG-BROWN, Roderick L., A River Never Sleeps, New York: W. Morrow, 1946.
Return to the River: A Story of the Chinook Run, New York: W. Morrow, 1941.

HAINES, John, Living Off the Country: Essays on Poetry and Place, Ann Arbor: Univ. of Michigan
Press, 1981
New Poems, 1980-88, Brownsville, OR: Story Line P, 1990.
The Owl in the Mask of the Dreamer, St. Paul: Graywolf, 1993.
The Stars, the Snow, the Fire: Twenty-five Years in the Alaska Wilderness, New York:
Washington Square, 1992.

HAIR, Dell[1871-], Nature Beautiful, a Collection of Poems by Dell Hair, the Policeman Poet,
illustrated by Burton H. Huntly. 7th ed. Boston, The Christopher Publishing house [c1930]

HALLOWELL, Christopher, and Walter Levy, Green Perspectives:Thinking and Writing About Nature
and the Environment, New York: HarperCollins, 1994.

HALPERN, Daniel (ed.) Annie Dillard, Gretel Ehrlich, Robert Finch, John Hay, Edward Hoagland,
Lopez, On Nature: Nature, Landscape, and Natural History, San Francisco: North Point Press, 1987

HALPERN, David e Dan Frank, The Nature Reader, NY, 1996.

HALPERIN, David, Before Pastoral: Theocritus and the Ancient Tradition of Bucolic Poetry, Princeton:
Princeton Univ. Press, 1981.
HANLEY, Wayne, Natural History in America: From Mark Catesby to Rachel Carson, N.Y.: N.Y.
Times, 1977

HARDING, Walter, H.D., Thoreau in the Woods and Fields of Concord: Selections from the Journal of
H.D.Thoreau.The Days of Henry Thoreau: a Biography, N.Y.: Dover 1982

HARGROVE, Nancy Duvall. Landscape as Symbol in the Poetry of T. S. Eliot, Jackson: University
Press of Mississippi, 1978

HARRIS, Lancelot Stephen, The Nature of English Poetry; an Elementary Survey, by L. S. Harris. With
a pref. by Sir Arthur Quiller-Couch. London, J.M. Dent [1931]

HARRIS, Sharon M., American Women Writers to 1800, New York: Oxford UP, 1995.

HARWELL, Albert Brantley, Jr., “Writing the Wilderness: A Study of Henry Thoreau, John Muir, and
Mary Austin”, DAÍ, 53 (January 1993): 2370-A

HARTMANN, Geoffrey H., The Unmediated Vision: An Interpretation of Wordsworth, Hopkins, Rilke,
and Valery, New York: Harcourt Brace, 1966.

HASLAM, Gerald W., Color Dreams and Other Fictions,Reno: U of Nevada P, 1994.
The Other California: The Great Central Valley in Life and Letters, Reno: U of Nevada P,
1994
“Who Speaks for the Earth? A Course on Literature of the Environment”, English Journal, 62
(1973): 42-48.

HEAD, Yvonne, “The Struggle For Habitable Space Described in American Narratives, 1622-1991:
Initiations in Terror and Freedom”, DAÍ, 53 (August 1993): 498-A..

HEIL, Patricia Leeuwenburg, “The Frontier Heroine in American Literature”, DAÍ, 43 (1983).

HENIGHAN, Tom, Natural Space in Literature: Imagination and Environment in Nineteenth and
Twentieth Century Fiction and Poetry, Ottawa: Golden Dog Press, 1982.

HENLEY, Patricia, Friday Night at Silver Star: Stories, St. Paul: Graywolf Press, 1986.

HENRICKSSON, John, North Writers: A Strong Woods Collection, Minneapolis: U. of Minnesota P,


1991.

HERNDL, Carl, and Stuart Brown, eds., Green Culture: Rhetorical Analyses of Environmental
Discourse, Madison: University of Wisconsin Press, 1996.

HEWITT, Winston R., Through those Living Pillars. Man and Nature in the Works of Emile Zola, The
Hague, Mouton, 1974.

HEYNE, Eric, Desert, Garden, Margin, Range: Literature on the American Frontier, New York:
Twayne, 1992.

HICKS, Philip, The Development of the Natural History Essay in American Literature, Philadephia:
Univ. of Penn. Press, 1924-1925.

HICKS, G. Dawes (George Dawes), [1862-1941], Critical Realism; Studies in the Philosophy of Mind
and Nature, by G. Dawes Hicks. London, Macmillan, 1938.

HIGHET, Gilbert, Poets in Landscape, N.Y.: Knopf, 1957

HIGLEY, Sarah Lynn, Between Languages: the Uncooperative Text in Early Welsh and Old English
Nature, University Park, Pa.: Pennsylvania State University Press, c1993
HILBERT, Betsy, “The Quest of the Woman Nature Writer”, American Nature Writing Newsletter, 4.1
(1992): 6-7.

HINSLEY, Curtis e David R. Wilcox, eds., The Southwest in the American Imagination, Vol. 1: The
Writings of Sylvester Baxter, 1881-1889, Tucson: University of Arizona Press, 1986.

HOLMAN, David Marion, A Certain Slant of Light: Regionalism and the Form of Southern and
Midwestern Fiction, Baton Rouge: Louisiana State UP, 1995.

HORIGAN, Stephen, Nature and Culture in Western Discourses, London; New York: Routledge, 1988.

HORNADAY, Clifford Lee[1879-], Nature in the German Novel of the Late Eighteenth Century, 1770-
1800, New York, Columbia University Press, 1940.

HOWE, Susan, The Birth-Mark: Unsettling the Wilderness in American Literary History, Hanover, NH:
Wesleyan UP, 1993.

HOYER, Mark T., “Gary Snyder and Wovoka”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and
Environment, 2.2 (1995).
“Mary Austin and Northern Paiute Religion(s)”, American Nature Writing Newsletter, 6.2
(1994): 12-13

HUBER, J. Parker, Writing Nature, Brattleboro, VT: J. Parker Huber, 1994.

HUNT, Anthony, “’The Hump-Backed Flute Player’: The Structure of Emptiness in Gary Snyder’s
Mountains and Rivers Without End”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 1.2
(1993): 1-23.

HUNT, John Dixon, The Figure in the Landscape: Poetry, Painting, and Gardening during the
Eighteenth Century, Baltimore, 1976

HUSSA, Linda, Where the Wind Lives: Poems from the Great Plains, Layton, UT: Gibbs-Smith, 1994.

HUTH, Hans[1892-] Nature and the American: three Centuries of Changing Attitudes, [Lincoln]
University of Nebraska Press [1972]

HUTMAN, Norma Louise, Machado: a Dialogue with Time; Nature as an Expression of Temporality in
the Poetry of Antonio Machado, [1st ed. Albuquerque] University of New Mexico Press [1969]

JACKSON, Kenneth Hurlstone, Studies in Early Celtic Nature Poetry, Felinfach: Llanerch, 1995.

JENKS, Joseph William [1808-1884], The Rural Poetry of the English Language, Illustrating the
Seasons and Months of the Year, Boston, J. P. Jewett and company; Cleveland, O., Jewett, Proctor, and
Worthington; [etc., etc.] 1856.

JOHNSON, E.D.H. ed., The Poetry of Earth: a Collection of English Nature Writings from Gilbert
White of Selborne to Richard Jefferies. Illustrated by their Contemporaries, N.Y.: Atheneum, 1966

JOHNSON, Sandra Humble, “Literary Epiphany in the Work of Annie Dillard”, DAÍ, 50 (May 1990):
3589-

JONAS, Gerald, The Living Earth Book of North American Trees, Pleasantville, New York: Reader’s
Digest Association,1993.

JONES, William Frank, Nature and Natural Science: the Philosophy of Frederick J.E. Woodbridge,
Buffalo, N.Y.: Prometheus Books, 1983.

JORDANOVA, L. J., Languages of Nature: Critical Essays on Science and Literature, foreword by
Raymond Williams 1st ed. New Brunswick, N.J.: Rutgers University Press, 1986.
JOUKOVSKY-MICHA, Françoise, Paysages de la Renaissance, Paris: Presses universitaires de France,
[1974]

KARMAN, James, Robinson Jeffers: Poet of California the Literary West Series, San Francisco:
Chronicle 1987

KARANIKAS, Marianthe, “A Gaian Mirror: Teaching Nature Writing”, American Nature Writing
Newsletter, 6.1 (1994): 14.

KAZIN, Alfred, A Writer’s America - Landscape in Literature, N York, Knopf: Distributed by Random
House 1988.

KEGG, Maude, Portage Lake: Memories of an Ojibwe Childhood, Ed. John D. Nichols, Minneapolis: U
of Minnesota P, 1991.

KEITH, W. J., The Poetry of Nature: Rural Perspectives in Poetry from Wordsworth to the Present
Toronto, Buffalo: University of Toronto Press, 1980.
The Rural Tradition: a Study of the Non-fiction Prose Writers of the English Countryside,
[Toronto] University of Toronto Press [c1974]

KHATTRY, Suraj Prasad, [-1958], Nature in Eighteenth Century Poetry, [Allahabad] University of
Allahabad [1964]

KICH, Martin, Western American Novelists, Hamden: Garland P, 1995.

KIERAN, John, ed., John Kieran's Treasury of Great Nature Writing. Edited with comments and
Biographical Notes by ... N.Y.: Garden City, N.Y.: Hanover House 1957

KISTEL, Paul Daniel, Nature in the Poetry of D. H. Lawrence, [Los Angeles] 1970.

KITTREDGE, William, Hole in the Sky, New York: Alfred A. Knopf, 1992.
Owning It All, St. Paul: Graywolf Press, 1987.
We Are Not in This Together, St. Paul: Graywolf Press, 1982.

KLENZE, Camillo von, The Treatment of Nature in the Works of Nikolaus Lenau: an Essay in
Interpretation, Chicago : University of Chicago Press, 1902.

KLINE, Marcia B., Beyond the Land itself; Views of Nature in Canada and the United States,
Cambridge, Mass., Harvard University Press, 1970.

KNOEPFLMACHER, U.C. and G.B. Tennyson, eds., Nature and the Victorian Imagination, Berkeley:
U. of California Press, 1977.

KNOWLES, Karen. Celebrating the Land: Women’s Nature Writings, 1850-1991. Flagstaff, AZ:
Northland, 1992.

KOCH, Bill, “Thomas Merton and Walt Whitman: Seekers of the ‘Passage to India’”, Merton Seasonal,
16.2 (1991): 15-18

KOERNER, Joseph Leo, Caspar David Friedrich and the Subject of Landscape, New Haven: Yale
University Press, 1990.

KOLODNY, Annette, The Lay of the Land: Metaphor as Experience and History in American Life and
Letters, Chapel Hill: Univ. of North Carolina Press, 1975

KOWALEWSKI, Michael, ed., Reading the West, New York: Cambridge UP, 1996.
Temperamental Journeys: Essays on the Modern Literature of Travel, Athens: U of Georgia P,
1992.
KRASNER, James, The Entangled Eye: Visual Perception and the Representation of Nature in Post-
Darwinian Narrative, New York: Oxford UP, 1992

KROEBER, Karl, Ecological Literary Criticism: Romantic Imagining and the Biology of Mind, New
York: Columbia UP, 1994.
Romantic Landscape Vision: Constable and Wordsworth, [Madison] University of Wisconsin
Press [1975]

KRUTCH, Joseph W. (ed.), Great American Nature Writing, N York, 1950


The Best Nature Writing of Joseph Wood Kurtch, N. York, 1970.
The Twelve Seasons. A Perpetual Calendar for the Country, N. York, 1949

KUTZINSKI, Vera M., “Unseasonal Flowers: Nature and History in Placido and Jean Toomer”, Yale
Journal of Criticism, 3 (1990).

LACEY, Norman, Wordsworth's View of Nature and its Ethical Consequences, Hamden, Conn., Archon
Books, 1965.

LANDIS, Benson Y., Poetry and Rural Life: Some American Poets and their Writings, New York: Dept.
of Town and Country Church, Division of Home Missions, National Council of the Churches of Christ
in the U.S. A., 1956.

LANKFORD, Scott, “John Muir and the Nature of the West: An Ecology of American Life, 1864-
1914”, DAÍ, 52 (March 1992): 3283-

LAPRADE, Pierre Marin Victor Richard de[1812-1883], Le Sentiment de la Nature avant le


Christianisme par Victor de Laprade, 2. éd. Paris, Didier et ce, 1866.
Le Sentiment de la Nature chez les Modernes, 2e ed. Paris: Didier et Cie, Libraires-Éditeurs,
1870.

LEACH, Eleanor Winsor, Vergil's Eclogues; Landscapes of Experience, Ithaca [N.Y.] Cornell
University Press [1974]29 de novembro de 1997

LEGLER, Gretchen Tracy, “Toward a Postmodern Pastoral: Contemporary Women Writers’ Revisions
of the Natural World”, DAÍ, 55 (March 1995).
“Towards a Postmodern Pastoral: The Erotic Landscape in the Work of Gretel Ehrlich”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 1.2 (1993): 45-56.
Toward a Postmodern Pastoral: Contemporary Women Writers’ Revisions of the Natural
World, Minneapolis: University of Minnesota P, 1993.

LEISS, William, The Domination of Nature, Boston: Beacon Press, 1972

LEOPOLD, Aldo. Sand County Almanac, Oxford, England: Oxford UP, 1949.
Aldo Leopold’s Wilderness: Selected Early Writings, Ed. David E. Brown and Neil B.
Carmony. Harrisburg, PA: Stackpole Books, 1990.
Round River: From the Journals of Aldo Leopold, New York: Oxford UP, 1993 (1953).
Sand County Almanac, New York: Oxford University Press, 1949.

LEVERE, Trevor Harvey, Poetry Realized in Nature: Samuel Taylor Coleridge and Early Nineteenth-
century Science, Cambridge [England]; New York: Cambridge University Press, 1981.

LEVINE, George, Darwin and the Novelists: Patterns of Science in Victorian Fiction, Cambridge:
Harvard Univ. Press, 1988.

LEVY, Walter, and Christopher Hallowell, Green Perspectives: Thinking and Writing about Nature and
the Environment, New York: HarperCollins, 1994.

LEWISTON, Cameron Wybrow. (ed.), Creation, Nature, and Political Order in the Philosophy of
Michael Foster(1903-1959): the Classic Mind Articles and Others, with Modern Critical Essays, N.Y.:
E. Mellen Press, c1992.
LEYDET, Francois, ed., Tomorrows's Wilderness, San Francisco: Sierra Club 1963

LIMON, John, The Place of Fiction in the Time of Science: A Disciplinary History of American Writing,
New York: Cambridge UP, 1990.

LINDHOLDT, Paul Jeffrey, “A Critical Edition of John Josselyn’s 1674 Account of Two Voyages to
New England”, DAÍ, 46 (1986).
“Evolution and the Gaia Hypothesis”, American Nature Writing Newsletter, 6.1 (1994): 10.

LITTLEFIELD, Daniel F., and James W. Parins, eds., Native American Writing in the Southeast: An
Anthology, 1875-1935, Miss, Jackson Univ., 1995

LITVAK, Lily, El Tiempo de los Trenes: el Paisaje Español en el Arte y la Literatura del
Realismo(1849-1918), 1. ed. Barcelona : Ediciones del Serbal, 1991.

LOCKE, David, Science as Writing, New Haven: Yale UP, 1992.

LOVE, Glen A., “Et in Arcadia Ego: Pastoral Theory Meets Ecocriticism”, Western American
Literature, 27.3 (1992): 195-207.
“Revaluing Nature: Toward an Ecological Criticism”, Western American Literature, 25.3
(1990): 201-215.
The World Begins Here: An Anthology of Oregon Short Fiction, Corvallis: Oregon State UP,
1995.

LORSCH, Susan E., Where Nature Ends: Literary Responses to the Designification of Landscape,
Rutherford: Fairleigh Dickinson University Press; London: Associated University Presses, c1983.

LOVEJOY, Mary Isabella, [1849-], Nature in Verse a Poetry Reader for Children, Boston, New York
[etc.] Silver, Burdett & company 1895.

LOVELL, Ernest James, Byron, the Record of a Quest; Studies in a Poet's Concept and Treatment of
Nature, Austin, University of Texas Press, 1949 [i. e. 1950]

LOWE, J. J. and Walker, M. J. C., Reconstructing Quaternary Environments (2nd Edition), Addison
Wesley, Londman, Harlow. 1997.

LOWENTHAL, David and Martyn Bowden, Geographies of the Mind: Essays in Historical Geosophy
in Honor of John Kirtland Wright, N.Y.: Oxford Univ.Press, 1976

LUCE, Morton[1849-1943], Man and Nature or Essays and Sketches, London, G. Bell & Sons, 1935.

LUTTS, Ralph H., “John Burroughs and the Honey Bee: Bridging Science and Emotion in
Environmental Writing”, Sharp Eyes: Proceedings of a Conference on John Burroughs and
Environmental Writing, Ed. C.Z. Walker, K.D. Benjamin, and G. Dunham. New York: State U of New
York at Oneonta, 1995. 49-61.
The Nature Fakers, Golden, CO: Fulcrum, 1990.

LUTWACK, Leonard, The Role of Place in Literature, Syracuse: Syracuse UP, 1984.

LUZ, Fábio[1864-1938], A Paizagem no Conto, na Novella e no Romance; Estudo Destinado aos


Cursos de Literatura, S. Paulo, Monteiro Lobato, 1922.

LYNCH, Tom, “The Osage Seasons in John Joseph Mathews’s Talking to the Moon”, American Nature
Writing Newsletter, 6.2 (1994): 10-11.

LYNN, Merrill, The Romance of Victorian Natural History, Oxford UP, 1989.

LYON, Thomas J. ed. and with a history by..., This Incomparable Lande: a Book of American Nature
Writing, Boston: Houghton Mifflin 1989
MABEY, Richard (ed.), Landscape with Figures: an Anthology of Richard Jofferie's Prose, chosen and
introduced by Richard Mabey.Harmondsworth, Middlesex, England ; New York, N.Y., U.S.A. :
Penguin, 1983.
. The Oxford Book of Nature Writing, New York: Oxford UP, 1995.

MACANDREW, Ronald M., Naturalism in Spanish Poetry from the Origins to 1900, Aberdeen,
Printers, Milne and Hutchinson, 1931.

MACHOR, James L., Pastoral Cities: Urban Ideals and the Symbolic Landscape of America, Madison,
Wis.: University of Wisconsin Press, 1987.

MACKIE, Alexander, Nature Knowledge in Modern Poetry, being Chapters on Tennyson, Wordsworth,
Matthew Arnold, and Lowell as Exponents of Nature-study, London, Longmans, Green, and co., 1906.

MACLEAN, Norman, A River Runs Through It and Other Stories, Chicago: University of Chicago
Press, 1976.

MAINIERO, Lina, American Women Writers: A Critical Reference Guide From Colonial Times to the
Present, New York: Continuum, 1992.

MALINS, Edward Greenway, English Landscaping and Literature, 1660-1840, Imprint London, New
York [etc.] Oxford U.P., 1966.

MAMMINO, L., Industria. Ambiente. Evoluzione storica, Published by G. D'Anna, 1994.

MAN, Paul de, The Rhetorical Romanticism, N. York, 1984

MANQUAT, Maurice, Aristote, Naturaliste, par Maurice Manquat. Paris, J. Vrin, 1932.

MARBLE, Annie Russell, 1864-1936, comp., Nature Pictures by American Poets, New York, the
Macmillan company; London, Macmillan & co., ltd., 1899.

MARCONI, Catherine Lewallen, Handspan of Red Earth: An Anthology of American Farm Poems,
Iowa City: U of Iowa Press, 1991.

MARÍN, Diego, Poesía Paisajística Española, 1940-1970: Estudio y Antología, London: Tamesis,
1976.

MARSHALL, Donald G., “Kant and English Nature Poetry”, Iowa Review, 21 (1991).

MARTIN, Julia, “New, with Added Ecology? Hippos, Forest and Environmental Literacy”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.1 (1994): 1-11.
“Practising Emptiness: Gary Snyder’s Playful Ecological Wrok”, Western American
Literature, 27.1 (1992): 3-19.
“Speaking for the Green of the Leaf”, CEA Ctitic, 54 (1991).
“The Snake Person Takes on the Cock-Sure Boys”, Postmodern Studies 8: Liminal
Postmodernisms: The Postmodern, the (Post-)Colonial, and (Post-)Feminist N.d.

MARX, Leo, The Machine in the Garden, N.Y.: Oxford Univ. Pr., 1964

MARSHAL, Ian Stewart, “Mountains to Match the Man: National Identity and the Mountain in
American Literature, Beginnings to 1860”, DAÍ, 49 (1989).
“Literal and Metaphoric Harmony with Nature: Ecofeminism and Harriet Prescott Spofford’s
‘Circumstance’”, Modern Language Studies, 23 (Spring 1993): 48-58.
“The Lorax and the Ecopolice”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and
Environment, 2.2 (Fall) (1995).

MASUMOTO, David, Epitaph for a Peach: Four Seasons on My Family Farm, San Francisco:
HarperCollins, 1995
MATIKO, Beverly, “Fictionalizing the Audience in Literary Nonfiction: A Study of the Essays of Annie
Dillard and Lewis Thomas”, DAÍ, 53 (February 1993): 2816-A

MCCLINTOCK, James, Nature's Kindred Spirits: Aldo Leopold, Joseph Wood Krutch, Edward Abbey,
Annie Dillard, Gary Snyder, Madison: University of Wisconsin Press,

MCDOWELL, Michael J., “Finding Tongues in Trees: Dialogical and Ecological Landscapes in Henry
David Thoreau, Robinson Jeffers, and Leslie Marmon Silko”, DAÍ, 54 (July 1993):
“Since Earth is Earth: An Ecological Approach to Robert Frost’s Poetry”, South
Carolina Review, 24.1 (1991): 92-100

MCGREGOR, Robert Kuhn, A Wider View of the Universe: Henry Thoreau's Study of Nature, Urbana:
University of Illinois Press, c1997.

MCHARG, Ian, Design with Nature. N.Y.: Natural History Press, 1971

MCLAUGHLIN, Edward Tompkins[1860-1893], Studies in Mediæval Life and Literature, New York,
London, G. P. Putnam's sons, 1894.

MCMILLIN, T.S., “The Best Read Naturalist?: Burroughs, Emerson, & the Text of Nature”, Sharp
Eyes: Proceedings of a Conference on John Burroughs and Environmental Writing, Ed. C.Z. Walker,
K.D. Benjamin, and G. Dunham. New York: State U of New York at Oneonta, 1995. 62-75.

MCNAMEE, Gregory, Named in Stone and Sky: An Arizona Anthology, Tucson: U of Arizona P, 1993.

MELBOURNE, Jane, “Self-Doubt in the Wilderness in Paradise Regain’d”, SEL: Studies in the English
Language 1500-1900, 34.1 (1994): 135-51.

MELHAM, Tom, John Muir's Wild America, Wash. D.C.: National Geographic Soc.1976

MERCHANT, Carolyn, Major Problems in American Environmental History, Lexington, 1983


The Death of Nature: Women, Ecology and the Scientific Revolution, N.Y.: Harper, 1982

MERRIAM, John C., The Garment of God: Influence of Nature in Human Experience, N.Y.: Scribner's
1943

MERRILL, Christopher, The Forgotten Language: Contemporary Poets and Nature, Salt Lake City:
Gibbs Smith, 1991
Watch Fire: Poems, Freedonia, NY: White Pine Press, 1994.

MERRILL, Lynn L., The Romance of Victorian Natural History, New York: Oxford University Press,
1989.

MERTON, Thomas, and Tim Cronley, “Aubades: Lake Erie (1942 and 1992)”, Merton Seasonal, 18.1
(1993): 4-5.
“Hagia Sophia: An Excerpt”, Merton Seasonal, 20.1 (Winter 1995): 1.
Entering the Silence: The Journals of Thomas Merton, Vol 2: 1942-1951. Ed. Jonathan
Montaldo. San Francisco: HarperCollins, 1995.
Run to the Mountain: The Story of a Vocation/The Journals of Thomas Merton, Vol. 1: 1939-
1941. Ed. Patrick Hart OCSO. San Francisco: HarperCollins, 1995.

MILLER, Perry, Errand into the Wilderness, Cambridge, Mass.: Harvard Univ. Press, 1956

MINOR, Lisa Graves, “Spirit of Place: Aspects of Setting in the Novels of D.H. Lawrence”, DAÍ, 51
(1990

MINOTT, Katherine Elizabeth, “Seeing With a Soulful Eye: An Analysis and Anthology of the Nature
Writing of Blind and Visually Impaired Persons”, DAÍ, 33 (October 1995).
MITCHELL, F. and Ryan, M., Reading the Irish Landscape, Tower House, Dublin, 1997

MITMAN, Gregg, The State of Nature: Ecology, Community, and American Social Thought, 1900-1950,
Chicago: University of Chicago Press, 1992.

MIVART, St. George Jackson[1827-1900], Nature and Tthought: an Introduction to a Natural


Philosophy, London: Kegan Paul, Trench, & co., 1882.

MODIANO, Raimonda, Coleridge and the Concept of Nature, Tallahassee: Florida State University
Press, c1985.

MORGAN, Bayard Quincy[1883-], Nature in Middle High German Lyrics, Göttingen, Vandenhoeck &
Ruprecht; Baltimore, The Johns Hopkins press, 1912

MORGAN, C. Lloyd (Conwy Lloyd)[1852-1936], The Interpretation of Nature, by C. Lloyd Morgan.


New York, G. P. Putnam, 1906.

MORGAN, Sarah, and Dennis Okerstrom, eds., The Endangered Earth: Readings for Writers, Boston:
Allyn and Bacon, 1992.
Voices for the Land: An Environmental Reader, Allyn and Bacon, 1992.

MORRIS, David Copland, “Nature, Pleasure, and the Sublime: Gary Snyder’s Gesture with Language”,
American Nature Writing Newsletter, 5 (1993).
“Celebration and Irony: The Polyphonic Voice of Edward Abbey’s Desert Solitaire”, Western
American Literature, 25.3 (1990): 201-215.

MÖRWALD, Eva, The Role of Nature in William Oxley's Poetry, Salzburg, Austria: Institut für
Anglistik und Amerikanistik, Universität Salzburg, 1989.

MOSLEY, Ivo comp., Green Book of Poetry, Kirstead, Norfolk: Frontier Pub., 1993, [Farcet, Gilles,
1959- ]

MOUCHON, Jean Pierre, Les Éléments Naturels dans la Poésie Lyrique de Marvell, Paris: Éditions
Ophrys, c1979.r

MUELLER, Marnie, Green Fires: Assault on Eden; A Novel of the Ecuadorian Rainforest, Curbstone P,
1994. Novela

MUIR, John ed., West of the Rocky Mountains, [Reimpressão por] Running Press, N.Y.: Wiley, 1973

MURRAY, John A., “The Rise of Nature Writing: America’s Next Great Genre?”, Manoa, 4.2 (1992):
73-96.
A Republic of Rivers: Three Centuries of Nature Writing from Alaska and the Yukon, New
York: Oxford UP, 1990.
A. Nature’s New Voices, Golden, CO: Fulcrum, 1992.
Out Among the Wolves: Contemporary Writings on the Wolf, Seattle: Alaska Northwest Books,
1994.
The Great Bear: Contemporary Writings on the Grizzly, Anchorage: Alaska Northwest Books,
1992.
ed. American Nature Writing 1995, San Francisco: Sierra Club, 1995.
American Nature Writing, 1996. San Francisco, CA.: Sierra Club Books ; c1996.
Nature Writing Handbook: A Creative Guide, San Francisco: Sierra Club, 1995.

MYERSON, Joel, ed., The Cambridge Companion to Henry David Thoreau, New York: Cambridge UP,
1995.
. Emerson and Thoreau: The Contemporary Reviews, New York: Cambridge UP, 1992.

NAEF, Weston J., James N. Wood e Therese Than Heyman, Era of exploration; the rise of landscape
photography in the American west, 1860-1885, N. York, 1975,
NAEM (Palmer, J. W.) , Songs of Nature, Selected from Many Sources, with many illustrations from
original designs by T. Moran, Miss Hallock, Church [and others] ... New York, Scribner, Armstrong,
and Company, 1873.

NASH, Roderick Frazier, ed., American Environmentalism: Readings in Conservation History, 3rd. ed.
New York: McGraw, 1990.
Environment and Americans, Melbourne: Krieger, 1979
Nature and Madness, San Francisco: Sierra Club, 1983
Nature and the American, Lincoln: Univ. of Nebraska Pr., 1972
Nature's Economy: the Roots of Ecology, San Francisco: Sierra Club 1977

The Naturalist's Poetical Companion, with notes / selected by a fellow of the Linnaean Society, London:
Hamilton, Adams; J. Y. Knight, 1833.

NELSON, Nancy Owen, ed., Private Voices, Public Lives: Women Speak on Literary Life, Denton: U of
North Texas P, 1995.

NICKOLSON, Marjorie, Mountain Gloom, Mountain Glory: the Development of the Aesthetics of the
Infinite, Ithaca: Cornell Univ. Press 1959

NORDEN, Christopher, “Ecological Restoration as Post-Colonial Ritual of Community in Three Native


American Novels”, SAIL: Studies in Native American Literature, 6.4 (1994): 94-106.

O’CONNELL, Nicholas, At the Field’s End: Interviews with Twenty Pacific Northwest Writers, Seattle:
Madrona, 1987.

O’GRADY, John P., “Unhandling Our Perspective”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and
Environment, 2.1 (1994): 117-121.
Pilgrims to the Wild: Everett Ruess, Henry David Thoreau, John Muir, Clarence King,
Mary Austin, Salt Lake City: U of Utah P, 1993.

OELSCHLAEGER, Max., The Idea of Wilderness: From Prehistory to the Age of Ecology, New Haven:
Yale UP, 1991.

OLIVAR, Guy, Nature Poétique, Paris, Promotion et édition, 1967.

OLSEN, Brett J., "Wallace Stegner and the Environmental Ethic: Environmentalism as a Rejection of
Western Myth", Western American Literature, 29:123-42 (1994)

OROZCO DÍAZ, Emilio, Paisaje y Sentimiento de la Naturaleza en la Poesía Española, Madrid:


Ediciones del Centro, [1974]

OWINGS, Loren C., Environmental Values, 1860-1972, Detroit: Gale Research Co.,1976

PAGH, Nancy, “The Silent, Awe-Filled Spaces”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and
Environment, 2.1 (1994): 37-52.

PAGANO, Susanna, Mondo Umano Naturale e Sovrannaturale in Manzoni, [Florence]: Accademia


Vittorio Alfieri, [1992]

PAPA, James Anthony, Jr., “Economy, Kinship, Solitude, and Vision: Walden as a Narrative Model in
the Work of Edward Abbey, Henry Beston, Richard Byrd, and Annie Dillard”, DAÍ, 56 (January 1996).

PARINI, Jay, and Robert Pack, Poems for a Small Planet: Contemporary American Nature Poetry,
Hanover, NH: UP of New England, 1993.

PARRIS, Leslie, Landscape in Britain c.1750-1850, [Foreword by Sir Norman Reid. London] Tate
Gallery, 1973.
PARRISH, Nancy Clyde, “Fair and Tender Ladies at Tinker Creek: Women Writers Coming of Age”,
DAÍ, 55 (1994).

PATTERSON, Mark R., ed., Henry D. Thoreau, Journal 3: 1848-1851, Princeton: Princeton UP, 1990.

PAUL, Sherman, e Don Scheese, eds., North Dakota Quarterly, 59.2 (1991).
For Love of the World: Essays on Nature Writers, Iowa City: U of Iowa P, 1992..

PAULSON, Ronald, Literary Landscape, Turner and Constable, New Haven: Yale University Press,
1982.

PAYNE, Daniel G., “In Sympathy With Nature: American Nature Writing and Environmental Politics,
1620-1920”, DAÍ, 54 (1994).
Voices in the Wilderness: American Nature Writing and Environmental Politics, UP of
New England, 1995.

PEAKE, Charles, comp., Poetry of the Landscape and the Night: Two Eighteenth-century Traditions,
London, Edward Arnold, 1967.

PEARCE, T.M., Mary Austin, N.Y.: Twayne, 1965

PEARSALL, Derek Albert, Landscapes and Seasons of the Medieval World, [by] Derek Pearsall and
Elizabeth Salter. London, P. Elek [1973]

PEATTIE, Donald Culross, Singing in the Wilderness: a Salute to John James Audubon, N.Y.:
Putnam's, 1935

PEATTIE, Roderick, ed, The Pacific Coast Ranges, N.Y.: Vanguard, 1946.

PECK, H. Daniel, Thoreau’s Morning Work: Memory and Perception in A Week on the Concord and
Merrimac Rivers, the Journal, and Walden.”, New Haven: Yale UP, 1990.

PERDUE, Theda, ed., Cherokee Editor: The Writings of Elias Boudinot, Athens: U of Georgia P, 1996.

PERKINS, William D., Frank Bergon, e Frank Knight, eds., Indexes to the Collected Works of John
Burroughs, New York: John Burroughs Association, 1995.

PETERSEN, David, “Cactus Ed’s Moveable Feast: A Preview of Confessions of a Barbarian: Pages
from the Journals of Edward Abbey”, Western American Literature, 28.1 (1993): 33-41.
Confessions of a Barbarian: Selections from the Journals of Edward Abbey, 1951-1989,
Boston: Little, Brown, 1994.
The Poetry of Edward Abbey: Earth Apples, New York: St. Martin’s, 1994. 71

PETERSON, Dale E., “’Samovar Life’: Russian Nurture and Russian Nature in the Rural Prose of
Valentin Rasputin”, Russian Review, 53.1 (1994): 81-96.

PEYER, Bernard, The Singer Spirit: Early Short Stories by North American Indians, Tucson: U of
Arizona P, 1990.

PHELAN, Steve, “Common Ground”, American Nature Writing Newsletter, 6.2 (1994): 14-15

PICHASKE, David R., Late Harvest: Rural American Writing, New York: Paragon House, 1991, 1992.

PIESCHEL, Bridget Smith, “The Rhetoric of Degeneration From Bradford to Cooper”, DAÍ, 50
(February 1990): 2489-A.

PILKINGTON, Tom, “Fate and Free Will on the American Frontier: Cormac McCarthy’s Western
Fiction”, Western American Literature, 28 (1993).
PINTO, Maria Cecilia de Moraes, A Vida Selvagem: Paralelo entre Chateaubriand e Alencar, 1ª ed.,
São Paulo, SP, Brasil: USP: CAPES: Annablume, 1995.

PIPER, H. W. (Herbert Walter), The Ssinging of Mount Abora: Coleridge's Use of Biblical Imagery and
Natural Symbolism in Poetry and Philosophy, Rutherford [N.J.]: Fairleigh Dickinson University Press ;
London: Associated University Presses, c1987.

PLATTNER, Marc F., Rousseau's State of Nature: an Interpretation of the Discourse on Inequality
/Marc F. Plattner. Dekalb: Northern Illinois University Press, 1979.

PLATTS, Geoffrey, TREK! Man Alone in the Arizona Wild: The Desert Journals of Geoffrey Platts,
Carefree Communications, 1991

Poésie, Nature et Sacré, Lyon: Maison de l'Orient, 1984

The Poetry of Earth, a Nature Anthology, London, G. Harrap [1909?]

POLAND, Tim, “A Relative to All That Is: The Eco-hero in Western American Literature”, Western
American Literature, 26.3 (1991): 195-208.
. “The Picture Written in the Dirt: The Old and New West in Dan O’Brien’s Spirit of the Hills”,
Western American Literature, 20 (1990): 233-242.

PONS, Emile, Le Thème et le Sentiment de la Nature dans la Poésie Angol-saxonne, Strasbourg [etc.]
Librairie Istra; [London, New York] H. Milford, Oxford University Press, 1925.

PORTE, Joel, In Respect to Egotism: Studies in American Romantic Writing, New York: Cambridge UP,
1991.

PORTER, J. S., “Thomas Merton and Wendell Berry: A Brief Study in Tone”, Merton Seasonal, 17
(1992

PRATT, Peter Phillip, “The Paradoxical Wilderness: Mailer and American Nature Writing”, DAÍ, 46
(1986).

PRÉAUX, Claire Simon Byl e Georges Nachtergael, Le Paysage Grec, Bruxelles: Éditions de
l'Université de Bruxelles, 1979.

QUAMMEN, David, Natural Acts: a Sidelong View of Science and Nature, N.Y.: Schocken 1985
“Half-Blinded Poets and Birds”, Outside, 15.1 (1990): 25-28..

QUANTIC, Diane Dufra, “Frederick Manfred’s The Golden Bowl: Myth and Reality in the Dust Bowl”,
Western American Literature, 25.4 (1991): 297-309.
The Nature of the Place: A Study of Great Plains Fiction, Lincoln: U of Nebraska P, 1995.

QUETCHENBACH, Bernard W., “Back from the ‘Far Field’: Speaking of (and for) Nature in the Work
of Three Contemporary American Poets”, DAÍ, 55 (1994).

QUIGLEY, Peter, “Nature and Power in Emerson and Melville”, Philological Papers, (1991).

RAGLON, Rebecca Sue, “American Nature Writing in the Age of Ecology: Changing Perceptions,
Changing Forms”, DAÍ, 52 (May 1992): 3930-A.

RAMMAL, Samir M., “Teaching Environmental Literature to EFL Students in Palestinian Universities”,
ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.2 (1995).

RANDALL, John Herman, 1899- Nature and Historical Experience; Essays in Naturalism and in the
Theory of History. New York, Columbia University Press, 1958.

RAPACZYNSKI, Andrzej, Nature and Politics: Liberalism in the Philosophies of Hobbes, Locke, and
Rousseau, Ithaca, N.Y.: Cornell University Press, 1987
REDFIELD, James M., Nature and Culture in the Iliad: the Tragedy of Hector, Chicago: University of
Chicago Press, 1975.

REED, James, Sir Walter Scott: Landscape and Locality, London: Athlone Press, 1980.

REGIS, Pamela Thompson, “Natural History and the American Literature of Place, 1765-1789”, DAÍ,
50 (1990).
Describing Early America: Bartram, Jefferson, Crevecoeur and the Rhetoric of Natural
History, DeKalb: Northern Illinois UP, 1992.

REICHERT, John, Milton's Wisdom: Nature and Scripture in Paradise Lost. Ann Arbor, University of
Michigan Press, c1992.

RELKE, Diana M., “Myths of Nature and the Poetry of Canadian Women: An Alternative Reading of
Literary History”, New Literatures Review, 23 (1992).
“The Ecological Vision of Isabella Valancy Crawford: A Reading of Malcolm’s Katie”, Ariel:
A Review of International English Literature, 22 (1991).

REVILLA ARGÜESO, Angel, Paisaje y Poesía; Ascesis Panameña, Panama, 1964.

REYNOLDS, David S., Walt Whitman’s America: A Cultural Biography, New York: Knopf, 1995.

REYNOLDS, Myra, The Treatment of Nature in English Poetry between Pope and Wordsworth, New
York, Gordian Press, 1966.

RICHARDS, Gertrude Moore[-1927] comp., The Melody of Earth; an Anthology of Garden and Nature
Poems from Present-day Poets, selected and arranged by Mrs. Waldo Richards. Boston, New York,
Houghton Mifflin Company, 1918.

RICHMOND, Hugh M., Renaissance Landscapes. English Lyrics in a European Tradition, The Hague,
Mouton, 1973.

ROBERTS, Charles, George Douglas, Sir, 1860-1943, ed. Poems of wild life. London, W. Scott;
[etc.,etc.,] 1888.

ROBERTS, Elizabeth, and Elias Amidon eds., Earth Prayers: 365 Prayers, Poems and Invocations from
around the World for Honoring the Earth, N.Y.: Harper,

ROBERTS, Jeanne Addison, The Shakespearean wild: geography, genus, and gender, Lincoln:
University of Nebraska Pres, 1991

ROBINSON, Marilynne, Housekeeping, New York: Bantam Books, 1980.

ROCKMAN, Alexis, Alexis Rockman: Second Nature / with essays by Douglas Blau ... [et al.]. Normal,
Ill.: University Galleries of Illinois State University, 1995

ROE, Nicholas, The Politics of Nature: Wordsworth and Some Contemporaries, New York: St. Martin's
Press, 1992.

RONALD, Ann, ed., Words For The Wild; The Sierra Club Trailside Reader, San Francisco: Sierra
Club, 1987

RONALD, Ann, The New West of Edward Abbey, Albuquerque. Univ. of N. Mex. Pr.1982

ROOKMAAKER, H. R., Towards a Romantic Conception of Nature: Coleridge's Poetry up to 1803 : a


Study in the History of Ideas, Amsterdam ; Philadelphia: J. Benjamins Pub. Co., 1984.

ROORDA, Randall Keith, “Dramas of Solitude: Narratives of Retreat in American Nature Writing”,
DAÍ, 56 (July 1995).
ROOSEVELT, Theodore, Theodore Roosevelt’s America: Selections from the Writings of theOyster Bay
Naturalist, Edited by Farida A. Wiley. New York:Devin-Adair, 1955.

ROSE, Suzanne D., “Following the Trail of Footsteps: From the Indian Notebooks to Walden”, New
England Quarterly, 67.1 (1994): 77-99.
“Tracking the Moccasin Print: A Descriptive Index to Henry David Thoreau’s Indian
Notebooks and a Study of the Relationship of the Indian Notebooks to Mythmaking in Walden”, DAÍ,
55 (1994).

ROSENTHAL, Bernard, City of Nature: Journeys to Nature in the Age of American Romanticism,
Newark : University of Delaware Press, c1980.

ROSS, Carolyn. Writing Nature: An Ecological Reader for Writers. New York: St. Martin's, 1995.

ROSS, Harry J., “Trapped By Society, Imprisoned in the Wilderness: Captivity in American Literature,
1680-1860”, DAÍ, 50 (October 1990): 948-A.

ROSSI, William, “Thoreau and Native Americans”, American Nature Writing Newsletter, 6.2 (1994):
11-12.

ROTELLA, Guy L., Reading and Writing Nature: The Poetry of Robert Frost, Wallace Stevens,
Marrianne Moore, and Elizabeth Bishop, Boston: Northeastern UP, 1990-1991.

ROTHWELL, Robert L., Henry David Thoreau: An American Landscape, New York: Paragon House,
1992.

RUECKERT, William, “Into and Out of the Void: Two Essays. I. Boxed in the Void: An Essay on the
Late Sixties in America. II. Literature and Ecology: An Experiment in Ecocriticism”, The Iowa Review,
9, no. 1 (Winter 1978): 62-86.

RUNTE, Alfred, National Parks: the American Experience. Lincoln, Nebraska: Univ. of Nebr. Press,
1987 Second Edition

RUOFF, A. LaVonne Brown, “The Rainbow Way: Native American Literature and the English
Curriculum”, CEA Critic, 56.3 (1994): 3-18.

RUSSELL, Kate Esary, “The Hidden Darkness: Landscape as Psychological Symbol in Kate Chopin’s
Fiction”, DAÍ, 56 (January 1996).

RYAN, John E., “The Muddy Tablet”, ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and Environment,
2.2 (1995).

RYDEN, Kent, The Working Landscapes of John McPhee and Gretet Ehrlich, Modern Language
Association Convention. Chicago, IL, 1995.

SAUER, Carl O., Land and Life: A Selection from the Writings of Carl Ortwin Sauer, Edited by John
Leighly. Berkeley: Universityof California Press, 1963.

SAUER, Peter, Finding Home: Writing on Nature and Culture from “Orion” Magazine, Boston:
Beacon, 1992.

SAUNDERS, Ian, “Richard Rorty and Star Wars: On the Nature of Pragmatism’s Narrative”, Textual
Practice, 8.3 (1994): 435-448.

SAVINEL, Pierre, La Terre et les Hommes dans les Lettres Gréco-latines, Paris: Editions Sang de la
terre, c1988.

SCHEESE, Donald Frederick, “Inhabitors of the Wild: Henry David Thoreau, John Muir, Aldo Leopold,
and Edward Abbey”, DAÍ, 52 (January 1992): 2556-A.
Nature Writing: the Pastoral Impulse in America, New York: Twayne Publishers; London:
Prentice Hall International, c1996.

SCHNEIDER, Marcel, Jean-Jacques Rousseau et l'Espoir Écologiste, Paris: Éditions Pygmalion, c1978.

SCHOLEFILED, Sara Dunn and Alan, eds., Poetry for the Earth, New York: Fawcett-Columbine, 1991.

SCHRAMM, Karen Nancy, “The Inspirational Wilderness: The Role of the Forest in the Literature of
the American Renaissance”, DAÍ, 52 (April 1992): 3603-A.

SCHULTZ, Elizabeth A., Unpainted to the Last: Moby-Dick and Twentieth-Century American Art,
Lawrence: UP of Kansas, 1995.

SCHWENINGER, Lee, “Reading the Garden in Gilman’s ‘The Yellow Wallpaper’”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.2 (1995). [Ecofeminismo]
“Writing Nature: Silko and Native Americans as Nature Writers” MELUS, 18.2 (1993): 47-60.

SCOULAR, Kitty W., Natural Magic; Studies in the Presentation of Nature in English Poetry from
Spenser to Marvell, Oxford, Clarendon Press, 1965.

SCRIBONIUS, Wilhelm Adolf, 16th cent Naturall Philosophy: or, A Description of the World, and of
the Severall Creatures there in Contained: viz. of the angels, of mankinde, of the heavens, the starres,
the planets, the foure elements, with their order, nature and government: as also of minerals, mettals,
plants, and precious stones, with their colours, formes, and vertues, By Daniel Widdovves. The second
edition, corrected and enlarged London, Printed by T. Cotes, for I. Bellamie, 1631.

SEGAL, Charles, Sophocles' Tragic World: divinity, Nature, Society, Cambridge, Mass.: Harvard
University Press, 1995.

SERLE, Ambrose [1742-1812], Americans Against Liberty, or, An Essay on the Nature and Principles
of True Freedom: Shewing [sic] that the Designs and Conduct of the Americans tend only to Tyranny
and Slavery, London : Sold by J. Matthews, 1775.

SETON, Ernest Thompson, Animals Worth Knowing, Selected from “Life Histories of Northern
Animals”, Garden City, NY: Doubleday, Page & Co.,1925.
America: Selections from the Writings of the Artist-Naturalist, Edited by Farida A. Wiley. New
York: Devin-Adair,1954.
The Biography of a Grizzly, New York: Grosset & Dunlap, 1900.

SEVILLA GUZMÁN. Eduardo e Manuel González de Molina, eds., Ecología, campesinado e historia,
Madrid: Las Ediciones de La Piqueta, 1993

SHAIRP, John Campbell[1819-1885], On Poetic Interpretation of Nature, New York, Hurd and
Houghton; Boston, H.O. Houghton and Company, 1877.

SHELDON, Paul, For Love of the World: Essays on Nature Writing, Iowa City: U of Iowa P, 1992.

SHERRINGTON, Charles Scott, Sir, 1857-1952, Goethe on Nature & on Science, [2d ed Cambridge,
University Press, 1949.

SHIPLEY, Graham e John Salmon, Human Landscapes in Classical Antiquity: Environment and
Culture, London; New York: Routledge, 1996.

SHORE, William, The Nature of Nature: New Essays from America’s Finest Writers on Nature, New
York: Harcourt Brace, 1994.

SIMMONS, Kenith L., “Rejoicing and Reminiscing: From W.S. Merwin’s The Lice to The Rain in the
Trees”, West Virginia U Philological Papers, 37 (1991).
SLOAN, Kim, Alexander e John Robert Cozens: The Poetry of Landscape, New Haven: Yale University
Press, 1986.

SLOVIC, Scott H., e Terrell F. Dixon, eds., Being in the World: An Environmental Reader for Writers,
New York: Macmillan, 1993.
e Ken-ichi Noda, guest editors, Folio A, Tokyo: Fumikura, 1993.
‘Chanticleer in the Morning’: Seeking Awareness in American Nature Writing Since Thoreau,
DAÍ, 52 (March 1992): 3286-A.
e Neila C. Seshachari, eds., Weber Studies, 11.3 (1994).
. “‘The eye commanded a vast space of country’: Alexander von Humboldt’s Comparative
Method of Landscape Description”, Publication of the Society for Literature and Science, (1990).
“A Paint Brush in One Hand and a Bucket of Water in the Other: Nature Writing and the
Politics of Wilderness: An Interview with Rick Bass”, Weber Studies, 11.3 (1994): 1-22.
. “Aestheticism and Awarness: The Psychology of Edward Abbey’s The Monkey Wrench
Gang”, CEA Critic, (1993).
“An Annotated Booklist for Teachers of Environmental Literature”, CEA Critic, (1991).
“Contemporary American Nature Writing: An Introduction”, Folio A, (1993).
“Humboldt’s Comparative Landscape Descriptions and the Sacrifice of the Exotic”,
Geographia Spiritualis: Festschrift fur Hanno Beck, Ed. Detlef Haberland. Frankfurt, Germany: Peter
Lang, 1993.
“Marginality, Midnight Optimism, and the Natural Cipher: An Approach to Thoreau and
Eiseley”, Weber Studies, (1992).
Seeking Awareness in American Nature Literature, Salt Lake City: U of Utah P, 1992.

SCHMITT, Peter J., Back to Nature: the Arcadian Myth in Urban America, N.Y.: Oxford Univ. Press,
1969

SCHWARTZ, William ed., Voices For The Wilderness, N.Y.: Ballantine 1969

SCOTT, J.W. Robertson, ed., A Century Of Nature Stories, London: Hutchinson, sd.
Seeking Awareness in American Nature Writing: Henry Thoreau, Annie Dillard, Edward
Abbey, Wendell Berry, Barry Lopez, Salt Lake City: U of Utah P, 1992.

SHEPARD, Paul e Barry Sanders, The Sacred Paw: the Bear in Nature, Myth, and Literature, N.Y.:
New Directions, 1969

SHTEIR, Ann B., Cultivating Women, Cultivating Science: Flora's Daughters and Botany in England
1760-1860, Baltimore, JHU, 1996

SINGLETON, Esther (ed. e tradutor), Wonders of Nature: as Seen and Described by Great Writers,
N.Y.: Dodd, 1900

SISKIN, Clifford H., The Historicity of Romantic Discourse, N. York, 1988

SLOVIC, Scott H., and Terrell F. Dixon, eds., Being in the World: An Environmental Reader for
Writers, New York: Macmillan, 1993.

SMALLWOOD, William Martin e Mabel Sarah Coom SmallWood, Natural History and the American
Mind, N.York:Columbia Univ. Press, 1941
Speaking for Nature: How Literary Naturalists from Henry Thoreau to Rachel Carson Have
Shaped America, San Francisco: Sierra Club, 1980.

SMITS, Ivo, “The Poem as Painting: Landscape Poetry in Late Heian Japan”, Transactions of the
Asiatic Society of Japan, 6 (1991).
The Pursuit of Loneliness: Chinese and Japanese Nature Poetry in Medieval, Japan, ca. 1050-
1150, Stuttgart : F. Steiner, 1995.

SNYDER, Gary, No Nature: New and Selected Poems, New York: Pantheon, 1992.
SNYDER, William C., “Mother Nature’s Other Natures: Landscape in Women’s Writing, 1779-1830”,
Women’s Studies: An Interdisciplinary Journal, 21.2 (1992): 143-162.

SOARES, Angélica [et al.], Ecologia e Literatura, Rio de Janeiro, RJ: Tempo Brasileiro, 1992.

SOUTAR, George[1864-1939], Nature in Greek Poetry, Studies Partly Comparative, London, Pub. for
St. Andrews University by H. Milford, Oxford University Press, 1939.

SPENCER, Jeffry B., Heroic Nature; Ideal Landscape in English Poetry from Marvell to Thomson,
Evanston [Ill.] Northwestern University Press, 1973.

SPENCEr, Sylvia, ed., Up from the Earth; a Collection of Garden Poems, 1300 B.C.-A.D. 1935, chosen
and decorated by Sylvia Spencer. Boston, Houghton Mifflin Company, 1935.

SPOLSKY, Ellen, Gaps in Nature: Literary Interpretation and the Modular Mind, New York: State U
of New York P, 1995.

STAFFORD, William, My Name is William Tell, Boise: Confluence, 1992.


Passwords, New York: HarperCollins, 1991.
The Darkness Around Us, New York: Harper Collins, 1994.

STALLO, J. B. (John Bernhard)[1823-1900], General Principles of the Philosophy of Nature: with an


outline of some of its recent Developments among the Germans, Embracing the Philosophical Systems of
Schelling and Hegel, and Oken's System of Nature, By J. B. Stallo. Boston, W. Crosby and H. P.
Nichols, 1848.

STAVE, Shirley A., The Decline of the Goddess: Nature, Culture, and Women in Thomas Hardy's
Fiction, Westport, Conn.: Greenwood Press, 1995.

STEGNER, Wallace, Angle of Repose, New York: Doubleday & Co., 1971.

STEGNER, Wallace, The American West as Living Space, Ann Arbor: The University of Michigan
Press, 1987.

STEINHACKER, Charles, and Susan Flader, The Sand County of Aldo Leopold, Photographs by Charles
Steinhacker. Essay by Susan Flader. San Francisco, 1975

STEPHENSON, William C., “A New Type of Nature Writing”, Midwest Quarterly, 36.2 (1995): 170-
190.

STERNLICHT, Sanford, All Things Herriot: James Herriot and His Peaceable Kingdom, New York:
Syracuse UP, 1995.

STEWART, Frank, A natural History of Nature Writing, Covelo(California), 1994-1995

STILGOE, John R., Common Landscape of America: 1580 to 1845, New Haven, Conn.:Yale Univ.
Press, 1982

STOKER, Teresa N., International Environmental Issues: African Case Studies, Monticello, Ill.: Vance
Bibliographies. 1987.

STOWELL, Robert F. e William L. Howarth, A Thoreau Gazetteer, Princeton N.J.: Princeton Univ. Pr.
1970

STROUD, Patricia Tyson, “Forerunner of American Conservation: Naturalist Thomas Say”, Forest &
Conservation History, 39 (October 1995): 184-190.

STTORE, W. H.(ed.), The Nature of Nature. New Essays from America's finest Writers on Nature, NY,
1994.
SULLOWAY, Alison G., “The Nature of Art, Nature, and Human Nature in Hopkins’ Poetry”, Critical
Essays on Gerard Manley Hopkins, Ed. Alison G. Sulloway. Boston: G. K. Hall, 1990.

SWARTHOUT, Doris L., An Age of Flowers: Nature: Sense and Sentiment in Victorian America. Old
Greenwich, Conn.: Chatham Press 1975

SWARTZ, Janey e Duane Toomsen, Environmental Literature for Young Readers. Environmental
Education Coordinator, Iowa Department of Public Instruction, Grimes State Office Building, Des
Moines, IA 50319

TARUGI , Luisa Rotondi Secchi, L'Uomo e la Natura nel Rinascimento, 1. ed. Milano: Nuovi orizzonti,
1996.

TAYLER, Edward W., Nature and Art in Renaissance Literature, New York, Columbia University
Press, 1964.

TAYLOR, Cynthia Hinkel, “Out of Bounds: Women Writers and the Western Landscape”, DAÍ, 54
(September 1993): 925-A.

TEALE, Edwin Way ed, The Wilderness World of John Muir. with an Introduction and Interpretive
Comments. Drawings by Henry B. Kane, Boston: Houghton Mifflin 1954

TEMPLE, Judy Nolte, Open Spaces, City Places: Contemporary Writers on the Changing Southwest,
Tucson: U of Arizona P, 1994.

TERRES, John K. ed, The Audubon Book of True Nature Stories. Illustrated by Walter W. Furguson,
N.Y.: Crowell 1949

THACKER, Robert, The Great Prairie: Fact and Literary Imagination, Albuquerque: University of
New Mexico Press, 1989.

THANI NAYAGAM, Xavier S., Landscape and Poetry; a Study of Nature in Classical Tamil Poetry,
[2d ed..] Bombay, New York, Asia Pub. House [1966]

THOMAS, Keith, Man and the Natural World: a History of the Modern Sensibility, N.Y.: Pantheon,
1983

THOREAU, Henry, The Writings of Henry David Thoreau, 20 vols., Boston, 1906
Topophilia: a Study of Environmental Perception, Attitudes and Values Engelwood Cliffs, N.J.:
Prentice-Hall 1974
John Burroughs, John Muir, Bradford Torrey, Dallas Lore Sharp, and Olive Thorne Miller, In
American Fields and Forests, New York: Houghton Mifflin, 1909.
Faith in a Seed: The Dispersion of Seeds and Other Late Natural History Writings, Covelo,
CA: Island P, 1993. Ed. Bradley P. Dean
. Thoreau on Birds, Ed. Francis H. Allen. Boston: Beacon Press, 1992.
Walden and Resistance to Civil Government, Ed. William Rossi. New York: Norton, 1992.
Walden, Boston: Ticknor and Fields, 1854.
l'éveillé du Nouveau Monde, [ed. de Gilles Farcet; présentation par Arnaud Desjardins; préface
par Maurice Gonnaud ; postface, dialogue avec Kenneth White.] Paris : Sang de la terre, c1986.

TICHI, Cecelia, New World, new Earth: Environmental Reform in American Literature from the
Puritans through Whitman, New Haven: Yale University Press, 1979.

TIDWELL, Paul, “Academic Campfire Stories: Thoreau, Ecocriticism, and the Fetishism of Nature”,
ISLE: Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.1 (1994): 53-64

TIEZZI, Enzo e Nadia Marchettini, Oltre l'Illuminismo: l'Ecologia come Ricomposizione tra il
Romanticismo della Natura e l'Illuminismo della Ragione, Napoli: CUEN, c1996.
TOMKIEWICZ, Katarzyna, “Hunting and Fishing in Contemporary American Literature”, DAÍ, 56
(September 1995).

TRACY, Henry Chester, American Naturalists, N.Y.: Dutton, 1930

TREAT, John Whittier, Writing Ground Zero: Japanese Literature and the Atomic Bomb, Chicago: U of
Chicago P, 1995.

TREE, Isabella, The Ruling Passion of John Gould: A Biography of the British Audubon, Grove
Weidenfeld, 1992.

TRIMBLE, Stephen, ed., Words from the Land, Reno: U of Nevada P, 1995.[Colectânea de textos de 20
autores contemporâneos]

TROXCLAIR, Madelyn Clare, “An Examination of the Wilderness Theme in Twentieth Century
American Literature: Revising Myths and Projections Regarding Nature and Women”, DAÍ, 51 (March
1991

TSUTAKAWA, Mayumi, Edge Walking on the Western Rim: New Works by 12 Northwest Writers,
Hong Kong: One Reel, 1994-1995 [Visão da Natureza e Cultura com a nova escrita]

TUAN YI-FU, The Hydrologic Cycle and the Wisdom of God, Toronto: Univ. of Toronto Press, 1968

TUERK, Richard, “Emerson’s ‘Woodnotes’ Poems”, American Transcendental Quarterly, 6 (1992).

TURNER, Brian, “Giving Good Reasons: Environmental Appeals in the Nonfiction of John McPhee”,
Rhetoric Review, 13.1 (1994): 164-.
“Rhetorics of Assent: A Rhetorical Analysis of ‘Good Reasons’ Arguments for the
Environment in the Nonfiction of Jonathan Schell, Wendell Berry, and John McPhee”, DAÍ, 53 (June
1993): 4324-A.

TURNER, Frederick, Beyond Geography: the Western Spirit against the Wilderness, N.Y.: Viking, 1980

TURNER, James, The Politics of Landscape: Rural Scenery and Society in English Poetry, 1630-1660,
Oxford, 1979

VAN DYKE, Henry editor, Poetry of Nature, N.Y.: Doubleday, 1911.

VIGNAU WILBERG-SCHUURMAN, Thea, Archetypa Studiaque Patris Georgii Hoefnagelii, 1592:


Natur, Dichtung und Wissenschaft in der Kunst um 1600 = Nature, Poetry and Science in Art around
1600, [Übersetzung aus dem Deutschen, Michael ] München: Staatliche Graphische Sammlung, 1994

TURNER, J., The Politics of Landscape: Rural Scenery and society in English Poetry 1630-1660,
Cambridge: Harvard University Press, 1979.

UNDERWOOD, Susan O’Dell, “The Appalachian Literary Tradition and the Works of Fred Chappell:
Three Essays”, DAÍ, 56 (October 1995).

VAN MATRE, Steve e Bill Weiler, eds., The Earth Speaks: an Acclimatization Journal, Warrenville,
Ill.: The Institute for Earth Education, 1983

VAN TIEGHEM, Paul[1871-1948], Le Sentiment de la Nature dans le Préromantisme Européen, Paris,


A.G. Nizet, 1960.

VARADARAJAN, M.[1912-1974], The Treatment of Nature in Sangam Literature (Ancient Tamil


Literature), [2d ed.] Madras, South India Saiva Siddhanta Works Pub. Society, Tinnevelly, 1969.

VEITCH, John[1829-1894], The Feeling for Nature in Scottish Poetry, Edinburgh; London: W.
Blackwood and Sons, 1887.
VERBURG, Carol J., The Environmental Predicament: Four Issues in Critical Analysis, Boston:
Bedford-St. Martin's, 1995.

VERMES, Jean, ed., The Wilderness Sampler, Harrisburg, Pa.: Stockpole, 1968

VICKERY, Jim dale, Wilderness Visionaries; Marshall, Muir, Olson, Rustrum, Service, Thoreau.
Merrilville, Indiana: ICS Books 1986

VOROS, Gyorgyi, Notations of the Wild: Ecology in the Poetry of Wallace Stevens, Iowa City:
University of Iowa Press, c1997.

WAAGE, Frederick O. ed., Teaching Environmental Literature: Materials, Methods, Resources. N.Y.:
Modern Language Association of Am.,1985

WAGMAN, Frederick Herbert, Magic and Natural Science in German Baroque Literatire; a Study in
the Prose Forms of the later Seventeenth Century, New York, Columbia University Press, 1942.

WAID, Candace Jane, “The American Persephone: Women and Writing in Wharton’s Narratives of
Separation”, DAÍ, 48 (1988).

WALKER, Melissa, ed., Reading the Environment, New York: Norton, 1994.

WALKER, Pamela, “Thoreau and Contemporary American Nonfiction Narrative Prose of Place”, DAÍ,
52 (January 1992): 2557-A.

WALL, Derek, Green History a Reader in Environmental Litrature, Philosophy and Politics, N. York,
1996

WALLACE, David Rains, ”Burros and Mustangs: Literary Evolutionism and the Wilderness West”,
Reading the West: New Essays on the Literature of the American West, Ed. Michael Kowalewski. New
York: Cambridge UP, 1996. 44-59.

WARDE, Anton Russell, A Consideration of the Views of Nature held by Goethe and his Faust, Lincoln,
Neb., 1969.

WARREN, Mary Anne, The Nature of Woman: an Encyclopedia & Guide to the Literature, Inverness,
Calif.: Edgepress, c1980.

WATERLOW, Sarah, Nature, Change, and Agency in Aristotle's Physics: a Philosophical Study,
[Oxfordshire]: Clarendon Press; New York: Oxford University Press, 1982.

WATKINS, T.H., John Muir's America. Photographs by Dewitt Jones, N.Y.: Crown, 1976

WATSON, John Richardson, The Picturesque Landscape in English Romantic Poetry, London, 1970

WEINERT, Friedel, Laws of Nature: Essays on the Philosophical, Scientific and Historical Dimensions,
Berlin; New York: Walter de Gruyter, 1995.

WEIS, Monica, SSJ, “Living Beings Call Us to Reflective Living: Mary Austin, Thomas Merton and
Contemporary Nature Writers”, Merton Seasonal, 17.4 (1992): 4-9.

WEISS, Ila, Poetic Landscape: the Art and Experience of Sanford R. Gifford, Newark: University of
Delaware Press, c1987.

WENTZELL, Gregg Webster, “Wildness and the American Mind: The Social Construction of Nature in
Environmental Romanticism from Thoreau to Dillard”, DAÍ, 54 (1994)
WESLEY, John[1703-1791], A Compendium of Natural Philosophy: being a Survey of the Wisdom of
God in the Creation, New ed., rev., corr., and adapted to the present state of science, by Robert Mudie.
London : Printed for Thomas Tegg and Son, 1836

WEST, Harbert Faulkner, The Nature Writers: a Guide to Richer Reading, Brattleboro, Stephen Daye
Press, 1939.

WESTPHAL, Dale, e Fred Westphal, eds., Planet in Peril: Essays in Environmental Ethics, New York:
Harcourt, 1994.

WHEELER, Michael, ed., Ruskin and Environment: The Storm Cloud of the Nineteenth Century,
Manchester UP, 1995.

WHICHER, George F. ed., Poetry of the New England Renaissance 1790-1890, N.Y.: Hold, Rinehart
and Winston, 1950

WHITE, R. S., Natural Law in English Renaissance Literature, Cambridge, 1996.

WHITEHEAD, Alfred North[1861-1947], Alfred North Whitehead; his Reflections on Man and Nature,
Selected and with a prologue by Ruth Nanda Anshen. [1st ed.] New York, Harper [1961]

WILCOX, Alice Wilson, Treasured Nature Lyrics, selected by Alice Wilson Wilcox. Boston, R. G.
Badger [c1919]

WILD, Peter, “A Western Sun Sets in the East: The Five ‘Appearances’ Surrounding John C. Van
Dyke’s The Desert”, Western American Literature, 25.3 (1990): 217-231.
. “Sentimentalism in the American Southwest: John C. Van Dyke, Mary Austin, e Edward
Abbey”, Reading the West: New Essays on the Literature of the American West, Ed. Michael
Kowalewski. New York: Cambridge UP, 1996. .
The Desert Reader, Salt Lake City: U of Utah P, 1991.
Pioneer Conservationists of Western America, Missoula, Montana:Mountain Press Pub.
Co,1979
Wilderness and the American Mind, New Haven: Yale Univ. Pr, 1973

WILHELM, James J., The Cruelest Month; Spring, Nature, and Love in Classical and Medieval Lyrics,
New Haven, Yale University Press, 1965.

WILKINS, Thurman, John Muir: Apostle of Nature, Norman: U of Oklahoma P, 1995.

WILKINSON, Gerald, Turner on Landscape: the Liber Studiorum, London: Barrie & Jenkins, 1982.

WILLIAMS, Dennis Christopher, “The Range Of Light: John Muir, Christianity, And Nature In The
Post-Darwinian World”, DAÍ, 53 (October 1992): 1258-

WILLOUGHBY, Westel Woodbury[1867-1945], An Examination of the Nature of the State. A Study in


Political Philosophy, By Westel Woodbury Willoughby. New York, London, Macmillan and co., 1896.

WINTHROP, Theodore, The Canoe and Saddle, or: Klalam and Klickatat, Tacoma: J. Williams, 1913.

WOODLIEF, Ann, “American Nature Writing: A Computer and Writing Intensive Course”, ISLE:
Interdisciplinary Studies in Literature and Environment, 2.1 (1994): 141-149..

WOODS, Michael, The Poet and the Natural World in the Age of Góngora, Oxford [Eng.]; New York:
Oxford University Press, 1978

WORSTER, Donald E., 1941- comp., American Environmentalism; the Formative Period, 1860-1915,
Edited by Donald Worster. New York, Wiley [1973]

YOUNG, Andrew,[1885-1971], The Poet and the Landscape, London, R. Hart-Davis, 1962.
YOUNG, Robert M., Darwin's Metaphor: Nature's Place in Victorian Culture, Cambridge: Cambridge
Univ. Press, 1985.

YU, Ning, “From Facts to Truth: Henry Thoreau’s Metaphorical Use of Geography”, DAÍ, 54 (1994).

ZALLER, Robert, “Land and Value: The Ecology of Robinson Jeffers”, Western American Literature,
26.1 (1991): 9-20.

ZANGRILLI, Franco, Lo Specchio per la Maschera: il Paesaggio in Pirandello, Napoli: E. Cassitto,


c1994.

ZDANYS, Jonas, “Configuring the Landscape: The Poetry of Nijole Miliauskaite”, World Literature
Today: A Literary Quarterly, 64 (1990).

ZIMMERMAN, Michael E., J. Baird Callicott, George Sessions, Karen J.Warren, and John Clark, eds.,
Environmental Philosophy: From Animal Rights to Radical Ecology, Englewood Cliffs, NJ: Prentice,
1993.

ZIPES, Jack, The Brothers Grimm: From Enchanted Forests to the Modern World, N. York: Routledge,
Chapman and Hall, 1988.

ZUCKERT, Catherine H., Natural Right and the American Imagination: Political Philosophy in Novel
Form, Savage, Md. : Rowan & Littlefield, c1990.

ZWINGER, Ann H. ed., Writing the Western Landscape, By Mary Austin and John Muir. Boston:
Beacon, 1994.
ECOFEMINISMO

He says that woman speaks with nature. That she hears


voices from under the earth. That wind blow in her ears
and trees whisper to her.(…)
Susan Griffin[1978]

Um dos movimentos radicais ecologistas é o Ecofeminismo. A ele liga-se


também uma corrente literária, que marcou nos últimos anos a História do ambiente. O
termo foi usado pela primeira vez por Françoise d'Eauboune 134. Note-se que desde a
década de setenta que o movimento feminista defende a ideia que o ambiente é
feminino, pelo que o combate ecológico está ligado à libertação da mulher 135. De
acordo com Karen J. Warren "ecological feminism is the name give to a variety of
position that have roots in different feminist practices and philosophies" 136. Por outro
lado para Carolyn Merchant, uma historiadora deste movimento, "women and nature
have an age-old association - an affiliation that has persisted throughout culture,
language, and history"".137
Foi Rachel Carson [1907-1964], com o seu livro "Silent Spring" (1962) quem
fez despertar a consciência dos cientistas, políticos e historiadores para o movimento
ecológico 138. A aproximação da sua obra ao Ecofeminismo deu-se em 1987 com a
conferência "Ecofeminist perspectives", preparada para celebrar os 25 anos de
publicação do livro de Rachel Carson.
A primeira conferência a fazer apelo a esta aproximação da mulher aos
problemas do ambiente teve lugar em 1974 na Universidade da Califórnia, a que se
seguiram outras na década imediata 139. Os dois textos mais marcantes que historiam
este movimento são os de Susan Griffin, Women and Nature (1978) e Carolyn
Merchant, the Death of Nature (1980)
É de salientar o papel assumido no passado pelas mulheres na defesa e
valorização do meio ambiente. O facto mais evidente disto está na obra de Rachel
Carson 140, a que poderá juntar-se a iniciativa de outras mulheres desde o século XVIII,
como o prova o estudo de Marcia Myers Bonta Women in the Field (1991) 141.

BIBLIOGRAFIA
Agricultural and environmental policies and their impact on advancement of professional women and on
rural women's effort in attaining sustainable food security in East Africa : a summary / by the Kenya
National Action Committee (NAC) of the East African Women Leaders in Agriculture and Environment
(AWLAE) Program. [Nairobi, Kenya?] : NAC, [1994]

134
. François d'Eauboune, le féminisme ou la mort, Paris, 1974, pp. 213-252. Irene Diamond, Reweaving the world, S. Francisco,
1990, p. 100.
135
. M. Zimmerman, Contesting Earth's Future, Berkely, 1994, p. 233-319; M. Zimmerman, Environmental Philosophy..., NY,
1993, p. 263.
136
. M. Zimmerman, 1993, p. 264.
137
. C. Merchant, the Death of Nature, S. Francisco, 1980, p. XIX.
138
. Outras obras: Under the Sea Wind(1941), The Sea Around US(1951), The Edge of the Sea(1955).
139
. Irene Diamond, Reweaving the world... S. Francisco, 1990, p. 8.
140
. Veja-se Mary A. Mccay (1993), Linda Lear (1997), Carol B. Garter (1983) Martha Freeman (1994).

141
Aqui são assinaladas algumas destas pioneiras: Jane Colden(1724-1766), Agnes Chase, Alice Eastwood, Elizabeth K. Britton,
Martha Maxwell, Kate Brandegee.
AOKI, Yayoi[1927-], Kyosei Jidai no Feminizumu: Hirakareta Mirai o Motomete, Tokyo: Orijin
Shuppan Senta, 1994.

BIEHL, Janet[1953-], Finding our Way: Rethinking Ecofeminist Politics, Montreal; New York : Black
Rose Books, c1991.

BIGWOOD, Carol[1957-], Earth Muse: Feminism, Nature, and Art, Philadelphia: Temple University
Press, 1993.

BIRKE, Lynda I. A., Feminism,Animals, and Science: the Naming of the Shrew, Buckingham [England];
Philadelphia: Open University Press, 1994.

BONTA, Marcia Myers, Women in the Field. Americas Pioneering Women Naturalists, Texas, 1991.

BRANDT, Barbara, Whole Life Economics: Revaluing Daily Life, Philadelphia, PA: New Society
Publishers, c1995.

BROOKS, Paul, The House of Life : Rachel Carson at work, with selections from her writings published
and unpublished, London : Allen and Unwin, 1973
Speaking for Nature: how Literary Naturalists from Henry Thoreau to Rachel Carson
Have Shaped America, with drawings by the author, Boston: Houghton Mifflin Co., 1980

BUDAPEST, Zsuzsanna Emese[1940-], The Goddess in the Office: a Personal Energy Guide for the
Spiritual Warrior at Work,[San Francisco, Calif.]: Harper San Francisco, c1993.

CALDECOTT, Leonie e Stephanie Leland, eds., Reclaim the Earth: Women Speak Out for Life on
Earth, London: Women's Press, 1983.

CAPUTI, Jane. Gossips, Gorgons & Crones: the Fates of the Earth / by Jane Caputi; foreword by Paula
Gunn Allen. Santa Fe, N.M. : Bear & Co. Pub., c1993.

CARSON, Rachel[1907-1964], Silent Spring, London Peguin Group, 1991[1ª edição em 1962]
Always, Rachel: the letters of Rachel Carson and Dorothy Freeman, 1952-1964, Boston:
Beacon Press, c1995
Under the Sea-Wind, a Naturalist's Picture of Ocean Life, by Rachel L. Carson. Illustrated by
Howard French. New York, Simon and Schuster, 1941.
The Sense of Wonder, [by] Rachel Carson. Photos. by Charles Pratt and others., New York,
Harper & Row [1965, c1956]
Of Man and the Stream of Time, Claremont, Calif., Scripps College, 1962.
The Edge of the Sea, With illus. by Bob Hines,Boston, Houghton Mifflin, 1955.
Of Man and the Stream of Time, Claremont, Calif., Scripps College, 1962.

CHENEY, Jim, "Ecofeminism and Deep Ecology", Environmental Ethics, 9 (no.2: Summer 1987): 115-
45.

CLARK, J. Michael (John Michael)[1953-], An Unbroken Circle: Ecotheology, Theodicy, & Ethics,
with a prefatorial essay by Arthur Frederick Ide. Las Colinas, Tex.: Monument Press, 1996.
Defying the Darkness: Gay Theology in the Shadows, Cleveland, Ohio: Pilgrim Press, 1997.

Con-spirando: Revista Latinoamericana de Ecofeminismo, Espiritualidad y Teologia, Santiago, Chile:


Colectivo Con-spirando, 1992-

COOPER, Susan, Made from this Earth - American Women and Nature, Chapel Hill, 1993.

CUOMO, Chris J.Feminism and Ecological Communities: an Ethic of Flourishing / Chris J.


Cuomo.London ; New York : Routledge, 1998.

DALY, Mary[1928-], Quintessence--Realizing the Archaic Future: a Radical Elemental Feminist


Manifesto, Boston : Beacon Press, 1998.
DIAMOND, Irene e Gloria Orenstien (eds), Reweaving the World. The Emergence of Ecofeminism, S.
Francisco, 1990. [Em especial textos de Charlene Spretnak (3-15) e C. Merchant (100-106)]

DIAMOND, Irene[1947- ], Fertile Ground: Women, Earth, and the Limits of Control, Boston: Beacon
Press, c1994.

DIETRICH, Gabriele, Reflections on the Women's Movement in India: Religion, Ecology, Development,
New Delhi: Horizon India Books, 1992.

DUNBAR, Dirk[1954-], The Balance of Nature's Polarities in new Paradigm Theory, New York : P.
Lang, c1994.

DUNLAP, Thomas R, "Nature Literature and Modern Science", Environmental History Review, 14:1-2
(Spring/Summer 1990): pp. 33-44.

Ecofeminism: Women, Animals, Nature, edited by Greta Gaard, Philadelphia: Temple University Press,
1993.

Ecofeminism: Women, Culture, Nature, edited by Karen J. Warren; with editorial assistance from Nisvan
Erkal, Bloomington: Indiana University Press, c1997.

Ecofeminism and the Sacred, edited by Carol J. Adams. New York: Continuum, 1993.

Ecofeminism Now! , Medusa Productions presents, 1996.

Ecofeminist Literary Criticism: Theory, Interpretation, Pedagogy, edited by Greta Gaard and Patrick D.
Murphy. Urbana : University of Illinois Press, c1998.

Ecologia, Feminismo, Desenvolvimento, Maria Inácia d'Avila, Naumi de Vasconcelos, organizadoras.


[Rio de Janeiro, Brazil] : EICOS-UFRJ, 1993.

Ecotheology: Voices from South and North, edited by David G. Hallman. Geneva, Switzerland: WCC
Publications ; Maryknoll, N.Y. : Orbis Books, 1994.

Environmental Education for the 21st Century:Iinternational and Interdisciplinary Perspectives,


Patricia J. Thompson, editor; with an introduction by Ricardo Fernández. New York: Peter Lang, c1997.

Environmental Philosophy:From Animal Rights to Radical Ecology, general editor, Michael E.


Zimmerman; associate editors, J. Baird Callicott ... [et al.]. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall, c1993.

Feminist Political Ecology: Global Issues and Local Experience, edited by Dianne Rocheleau, Barbara
Thomas-Slayter, and Esther Wangari. London ; New York : Routledge, 1996.

Feminists for Animal Rights[newsletter], New York, NY : Feminists for Animal Rights,

FERRY, Luc, Nouvel Ordre Écologique. English The new Ecological Order, translated Carol Volk,
Chicago: University of Chicago Press, c1995.

FOGLEMAN, Valerie M., "American Attitudes Towards Wolves: A History of Misperception",


Environmental Review, 13:1 (Spring 1989): pp. 63-94.

GAARD, Greta, ed., Ecofeminism: Women, Animals, Nature, Philadelphia:Temple UP, 1993.
Ecological Politics: Ecofeminists and the Greens, Philadelphia: Temple University Press, 1998.

GARTNER, Carol B., Rachel Carson, N. Y.,1983

Gender, Ethnicity, and Class in Modern, Portuguese-speaking Culture, edited by Hilary Owen.
Lewiston [N.Y.] : E. Mellen Press, c1996.
Género y Ambiente en Latinoameârica / Margarita Velázquez, coordinadora. Cuernavaca, Morelos:
Universidad Nacional Autónoma de México, Centro Regional de Investigaciones Multidisciplinarias,
1996.

GOULD, Lewis L., "First Lady as Catalyst: Lady Bird Johnson and Highway Beautification in the
1960s", Environmental Review, 10:2 (Summer 1986): pp. 76-92.

GLOVER, James M., "Romance, Recreation, and Wilderness: Influences on the Life and Work of Bob
Marshall", Environmental History Review, 14 (Winter 1990): 23-39.
"Thinking Like a Wolverine: The Ecological Evolution of Olaus Murie", Environmental
Review, 13:3-4 (Fall/Winter 1989): pp. 29-45.

GRIFFIN, Susan. Woman and Nature: The Roaring Inside Her, New York: Harper and Row, 1978.
Made from this Earth: an Anthology of Writings, New York : Harper & Row, c1982.
The Eros of Everyday Life: Essays on Ecology, Gender, and Society, New York : Doubleday,
c1995.
Bringing peace Home:Ffeminism, Violence, and Nature, edited by Karen J. Warren and Duane
L. Cady, Bloomington : Indiana University Press, c1996.
Ecofeminism: Women, Culture, Nature, edited by Karen J. Warren; with editorial assistance
from Nisvan Erkal, Bloomington : Indiana University Press, c1997.
Ecological Feminism, edited by Karen J. Warren ; with the assistance of Barbara Wells-Howe,
London ; New York : Routledge, 1994.
Ecological Feminist Philosophies, edited by Karen J. Warren, Bloomington: Indiana University
Press, 1996.

HARDING , D.J.L.(ed.), Britain since Silent Spring: an update on the ecological effects of agricultural
pesticides in the UK proceedings of a symposium held in Cambridge on 18 March 1988, London:
Institute of Biology, 1988

Healing the Wounds: the promise of Ecofeminism, edited by Judith Plant. Philadelphia, PA: New Society
Publishers, c1989.

HOLLAND-CUNZ, Barbara[1957-], Soziales Subjekt Natur. Spanish Ecofeminismos; [traducción de


Arturo Parada], Madrid: Cátedra; [Valencia]: Universitat de València, Instituto de la Mujer, 1996.

HOWELL, Nancy R.[1953-], A Feminist Cosmology: Ecology, Solidarity, and Metaphysics, Atlantic
Highlands, N.J.: Humanities Press, 1997.

HYNES, H. Patricia, The Recurring Silent Spring, Series: The Athene series, New York; Oxford:
Pergamon, 1989

Informativo Mulher e Meio Ambiente, São Paulo, Brasil: CIM, [1991]-1992.

JANIK, Del Ivan, "D. H. Lawrence and Environmental Consciousness", Environmental Review, 7:4
(Winter 1983): pp. 359-72.

JOHNSON, Elizabeth A.[1941-], Women, Earth, and Creator Spirit, New York: Paulist Press, c1993.

KHEEL, Marti, "Ecofeminism and Deep Ecology: Reflections on Identity and Difference", Reweaving
the World: The Emergence of Ecofeminism, San Francisco: Sierra Club Books, 1990.

KING, Ynestra, "Healing the Wounds: Feminism, Ecology, and the Nature/Culture Dualism",
Reweaving the World: The Emergence of Ecofeminism, San Francisco: Sierra Club Books, 1990.

KRALL, Florence R., [1926-], Ecotone: Wayfaring on the Margins, Albany: State University of New
York Press, c1994.

LEAR, Linda, Rachel Carson, N. Y., Ungar,1983


Rachel Carson: Witness for Nature,1st ed , New York: Henry Holt, 1997
"Rachel Carson's 'Silent Spring'", Environmental History Review, 17:3 (Summer 1993): pp.
23-48.

LUTTS, Ralph H., "Chemical Fallout: Rachel Carson's 'Silent Spring,' Radioactive Fallout, and the
Environmental Movement", Environmental Review, 9:3 (Fall 1985): pp. 211-25.

LYONS, Alana, Now it's our Turn: how Women can Transform their Lives and Save the planet, Malibu,
Calif. : Jaguar Books, c1998.

MARBURG, Sandra Lin, "Women and Environment: Subsistence Paradigms, 1850-1950",


Environmental Review, 8:1 (Spring 1984): pp. 7-22.

MARCO, Gino J., Robert M. Hollingworth, e William Durham(ed.), Silent Spring Revisited,
Washington, D.C.: American Chemical Society, 1987

MARIE-DALY, Bernice, Ecofeminism: sacred matter/sacred mother, Chambersburg, PA: Published for
the American Teihard Association for the Future of Man, Inc. by Anima Books, 1991.

MÄRKE, Erika, Frauen erheben ihre Stimme: Geschlechterfrage, Ökologie und Entwicklung, Frankfurt:
IKO-Verlag für Interkulturelle Kommunikation, [1995]

MARSHALL, Ian, "Literal and Metaphoric Harmony with Nature: Ecofeminism and Harriet Prescott
Spofford's 'Circumstance'", Modern Language Studies, 23 (Spring 1993): 48-58.

MCCAY, Mary A., Rachel Carson, New York: Twayne Publishers; New York; Oxford: Maxwell
Macmillan International, c1993

MELLOR, Mary, Breaking the Boundaries. German Wann, wenn nicht jetzt!: für einen
ökosozialistischen Feminismus, aus dem Englischen von Ursula Gramm. Hamburg: Argument-Verlag,
c1994.
Feminism & Ecology, Washington Square, N.Y.: New York University Press, 1997.

MERCHANT, Carolyn, "Introduction: women ans ecology", in the Death of Nature, S. Francisco, 1980,
pp. XIX-XXIV
"Nature as a female", in ibidem, pp. 1-41.
The Death of Nature: Woman, Ecology, and the Scientific Revolution, San Francisco: Harper
and Row, 1981.
"Ecofeminism and Feminist Theory", Reweaving the World: The Emergence of Ecofeminism,
San Francisco: Sierra Club Books, 1990.
"The Theoretical Structure of Ecological Revolutions", Environmental Review, 11 (no. 4:
Winter 1987): 269-74.
Earthcare:Women and the Environment, New York: Routledge, 1996.
Terra femina[et al.]; [organizadoras, Rosiska Darcy de Oliveira, Thais Corral]. [Brazil]:
Instituto de Ação Cultural : Rede de Defesa da Espécie Humana, [1992]-
Radical Ecology: the Search for a Livable World, New York: Routledge, 1992.
"Women of the Progressive Conservation Movement, 1900-1916", Environmental Review, 8:1
(Spring 1984): pp. 55-85.

MIES, Maria. Ecofeminism, Maria Mies & Vandana Shiva, Halifax, N.S.: Fernwood Publications;
London; Atlantic Highlands, N.J.: Zed Books, c1993.

MIT WISSEN, Widerstand und Witz: Frauen für die Umwelt, herausgegeben von Christine von
Weizsäcker und Elisabeth Bücking. Freiberg : Herder, c1992.

MURPHY, Patrick D., [1951-], Literature, Nature, and Other: Ecofeminist Critiques, Albany: State
University of New York Press, c1995.
. "Ground, Pivot, Motion: Ecofeminist Theory, Dialogics, and Literary Practice", Hypatia, 6
(Spring 1991) 146-161.
"Prolegomenon for an Ecofeminist Dialogics", Feminism, Bakhtin, and the Dialogic Voice,
Eds. Dale Bauer and Susan Jaret McKinstry. SUNY Press, 1991.
MURPHY, Raymond[1943-], Rationality and Nature: a Sociological Inquiry into a Changing
Relationship, Boulder: Westview Press, 1994.

NEALSON, Christina[1950-], Living on the Spine: a Woman's Life in the Sangre de Cristo Mountains,
Watsonville, CA : Papier-Mache, c1997.

NORDQUIST, Joan, Radical Ecological Theory: a Bibliography, compiled by Joan Nordquist. Santa
Cruz, CA : Reference and Research Services, 1993.
Ecofeminist Theory: a Bibliography, compiled by Joan Nordquist. Santa Cruz, CA: Reference
and Research Services, 1994.

NORWOOD, Vera, Made from this Earth - American Women and Nature, Chapell Hill, 1993
e Janice Mouk (ed.), the Desert is no Lady, N. Haven, 1987
"Heroines of Nature: Four Women Respond to the American Landscape", Environmental
Review, 8:1 (Spring 1984): pp. 34-56.

Planeta Fêmea, São Paulo, Brasil: CIM, 1993.

PLANT, Judith, ed., Healing the Wounds: The Promise of Ecofeminism. Philadelphia and Santa Cruz,
CA: New Society Publishers, 1989.

PLUMWOOD, Val, Feminism and the Mastery of Nature, London: Routledge, 1993.

Power, Population, and the Environment: Women Speak, compiled by Gillian Phillips [for] WEED
Foundation =Poder, Población, y Ambiente: Hablan las Mujeres / compilado por Gillian Phillips [para]
WEED Foundation. Montevideo, Uruguay: NGONET, [1992]

PRIMAVESI, Anne[1934-], From Apocalypse to Genesis: Ecology, Feminism, and Christianity,


Minneapolis: Fortress Press, 1991.

PUIG I BOIX, Josep, L'Ecologisme: Aprenent a Rehabitar la Terra, Barcelona: Barcanova, 1991.

QUINBY, Lee, "Ecofeminism and the Politics of Resistance", Reweaving the World: The Emergence of
Ecofeminism, San Francisco: Sierra Club Books,1990.

RAE, Eleanor, Women, the Earth, the Divine, Maryknoll, N.Y.: Orbis Books, c1994.

RAO, Manisha, Theory and Practice of Ecofeminism in India: an Analysis, Pune: Women's Studies
Centre, Dept. of Sociology, University of Pune, 1996
.
Readings in Ecology and Feminist Theology, Mary Heather MacKinnon and Moni McIntyre,
editors.Kansas City : Sheed & Ward, c1995.

Reweaving the World: the Emergence of Ecofeminism, edited and with essays by Irene Diamond and
Gloria Feman Orenstein. San Francisco: Sierra Club Books, c1990.

RUETHER, Rosemary Radford, Women healing earth: Third World Women on Ecology, Feminism, and
Religion, edited and with introductions by Rosemary Radford Ruether. Maryknoll, N.Y.: Orbis Books,
c1996.

SALLEH, Ariel[1944-], Ecofeminism as Politics: Nature, Marx, and the Postmodern, London; New
York: Zed Books; New York: Distributed exclusively in the USA by St. Martin's Press, 1997.

SHEARER, Benjamin F. e Barbara S. Sherarer(ed.), Notable Women in the life Sciences. A Biographical
Dictionary, West Port, 1996.

SHTEIR, Ann B., Cultivating Women Cultivating Science, Baltimore, 1996


SNYDER, Howard A. EarthCurrents: the Struggle for the World's Soul, Nashville: Abingdon Press,
c1995.

SÖLLE, Dorothee. Den Himmel Erden: eine ökofeministische Annäherung an die Bibel, Dorothee Sölle,
Luise Schottroff. München: Deutscher Taschenbuch Verlag, c1996.

SPRETNAK, Charlene, States of Grace: The Recovery of Meaning in the Postmodern Age, San
Francisco: Harper San Francisco, 1991.

STURGEON, Noël[1956-], Ecofeminist natures: race, gender, feminist theory, and political action,
New York: Routledge, 1997.

Terra Femina, Rio de Janeiro, RJ, Brazil: IDAC : REDEH, 1992-

The Gendered new World Order: Militarism, Development, and the Environment, edited by Jennifer
Turpin and Lois Ann Lorentzen. New York: Routledge, 1996.

This Sacred Earth: Religion, Nature, Environment, edited by Roger S. Gottlieb. New York: Routledge,
1996.

Toxic Struggles: the Theory and Practice of Environmental Justice, edited by Richard Hofrichter;
foreword by Lois Gibbs. Philadelphia: New Society Publishers, c1993.

VAN EMDEN, H. F. (Helmut Fritz), Beyond Silent Spring: Integrated Pest Management and Chemical
Safety, Helmut F. van Emden and David B. Peakall London : Chapman & Hall, 1996

VAN GOGH, Anna[1931-], Promise me Love: a Preview of a Brighter Tomorrow; foreword by Jack
Anderson. Grand Junction, Colo.: Lucy Mary Books, 1992.

Voeten in de Aarde: Radicale Groene Denkers, Frederik Janssens & Ullrich Melle (red.). Antwerpen:
Hadewijch ; Utrecht: J. van Arkel, c1996.

WARREN, Karen, "Feminism and Ecology: Making Connections", Environmental Ethics, 9 (nº. 1:
1987): 3-20.

WHORTON, James C., [1942-], Before Silent Spring: pesticides and public health in pre-DDT America,
Princeton: Princeton University Press, 1974

Women and Environment, Harare: Zimbabwe Women's Resource Centre and Network, [1993]

Women Healing Earth: Third World Women on Ecology, Feminism, and Religion, edited and with
introductions by Rosemary Radford Ruether. Maryknoll, N.Y.: Orbis Books, c1996.

Women Working in the Environment, edited by Carolyn E. Sachs. Washington, D.C.: Taylor & Francis,
c1997.

Zhenshchina i zemlëiìa = Woman and Earth, Hartford, CT : [s.n.], 1992-

ZIMMERMAN, Michael E.[1946-], Contesting Earth's Future:Rradical Ecology and Postmodernity,


Berkeley: University of California Press, c1994.
"Feminism, Deep Ecology, and Environmental Ethics", Environmental Ethics, (Spring 1987):
21-44.
FLORESTA

A floresta é indissociável da História do Homem. Não obstante o Cristianismo


assumir uma atitude hostil ela esteve sempre presente nos grandes momentos da
História da Cristandade. Ela é a nossa principal reserva de riqueza, fornece-nos lenha e
madeiras que até meados do século XIX se tornaram indispensáveis à sobrevivência e
comodidades humanas. Por todos os tempos a riqueza de uma região dependeu desta
reserva que delimitava a fronteira do espaço agrícola e humanizado.
No século XVIII com Rousseau o quadro natural assumiu um papel distinto,
passando a estar envolvido no quotidiano. Já o homem do século XIX vê a floresta
doutra forma. Ele perdeu o medo e o instinto dominador e agora procura nela a
harmonia. É essa a lição de David Thoreau em "Waden" 142. É também neste momento
que o homem toma consciência da sua acção devastadora sobre a floresta. O primeiro
grito é de Marsh em "Man and nature" (1874). Perante isto sucederam-se reacções,
com as medidas de protecção da floresta em 1669 a ordenança francesa das florestas de
Colbert e depois como o free timber act (1873) e a criação dos parques e reservas:
Yosemite National Park em 1890 - ou as associações privadas - Sierra Club (1892) - e
publicas - Divisão de Florestas (1886)143.
A devastação da floresta causou efeitos destrutivos considerados catastróficos.
A situação mais evidente nas ilhas onde o hinterland é reduzido. A primeira imagem
disto é a ilha de Chipre, onde a construção naval e a exportação levaram a que esta
perdesse o epíteto de ilha verde, dado pelos antigos 144. A situação repete-se na Madeira,
Canárias e a maioria das Antilhas.
Um dos aspectos significativos do recurso à floresta foi a construção naval. A
expansão europeia desde o século XV implicou uma revolução neste sector. Os séculos
XVII e XVIII de forte competência das potências europeias no domínio do mar e do
Novo Mundo conduziram ao forte incremento da construção naval. Até 1862, altura
em que se atinge a idade do ferro, a madeira é a matéria prima de construção naval 145.
O caso mais evidente disto está na Inglaterra que, perdida a sua floresta socorre-se das
madeiras de América do Norte para assegurar o seu poderio naval. Aliás, este
continente foi a principal reserva europeia: a Nova Inglaterra para os ingleses e o
Canadá para os franceses 146.
A Madeira assume aqui um lugar de destaque. A ilha ganhou o seu nome do
denso arvoredo, mas a presença do homem desde o século XV rapidamente conduziu
ao seu desaparecimento da vertente sul. Tal como afirma S. Pyne 147 a situação da
Madeira não é uma caricatura do processo de deflorestação, mas a sua evidencia.
Tendo em conta estas múltiplas funções da floresta os estudos realizados
repartem-se em a História da Floresta em geral 148, os seus múltiplos usos que vão desde

142
. Robert Pogue Harrison, 1992.

143
. Michael Wiiliams (1992), p. 375-460.
144
. J. V. Thirgood (1981), p. 125; F. Perlin (1989).

145
. R. G. Albion (1926).

146
. F. Palin (1991), p. 175-176, 266; M. Williams (1992), p. 82-101.
147
. S. J. Pyne (1982), p. 124.

148
. M. Williams (1989), W. Dean (1995).
o combustível 149 a construção naval 150. A sua incessante procura conduz o homem à
busca de medidas da sua defesa que surgem em circunstâncias e conjunturas de crise
deste inestimável recurso 151
Da leitura dos clássicos e da produção recente releva-se uma situação particular
que toca de novo o arquipélago da Madeira. A Madeira não se posiciona apenas nos
anais da História universal como a primeira área de ocupação atlântica, pioneira na
cultura e divulgação do açúcar ao Novo Mundo. A expansão europeia não se resume
apenas ao encontro e desencontro de Culturas, mas também marca o início de um
processo de transformação ou degradação do meio-ambiente152. O europeu carrega
consigo a fauna e flora do seu convívio e com valor económico, que irão provocar
profundas mudanças nos novos eco-sistemas. Com isto acontece que o espaço vivido e
natureza se universalizam. O processo de imposição da chamada biota portátil
europeia, no dizer de Alfred Crosby 153, foi responsável por alguns dos primeiros e
mais importantes problemas ecológicos . Quem não se lembra da praga dos coelhos do
Porto Santo? Que dizer do incêndio que lavrou na ilha durante sete anos ? Estas
situações são assiduamente referenciadas pela actual historiografia americana que se
dedica ao estudo da História do meio ambiente, sendo o seu ponto de partida e alento
para esta incursão temática inovadora.
Outro facto também insistentemente referido é o da própria ilha da Madeira. O
nome foi o atributo para referenciar a abundância e aspecto luxuriante do seu bosque.
Tão pomposamente referida por Camões 154:

Passamos a grande ilha da Madeira


Que do muito arvoredo assim se chama
Das que povoamos a primeira
mais célebre por nome que por fama
(…)

Em pouco tempo, as queimadas para abrir clareiras de cultura e habitação, o


debaste para fruição das lenhas e madeiras, fizeram-na desmerecer tal epíteto. Da
Madeira quase só ficou o nome…!
A tradição refere que os navegadores portugueses atearam um incêndio à densa
floresta para poder penetrar, mas este ganhou tais proporções que os atemorizou.
Foram sete anos de chama acesa, diz a tradição. Todavia, hoje ninguém acredita nesta
versão divulgada por Francisco Alcoforado e repetida em Cadamosto e outros autores
da época. A ser verdade teria reduzido a ilha a carvão…
A situação expressa uma realidade que pautou a expansão europeia e que só nos
últimos anos tem cativado a atenção do historiador. Tudo isto tem origem num produto
devorador que conquista a economia de mercado e que pautou a evolução da economia
atlântica a partir do século XV. O carrasco é o açúcar. A sua disponibilidade só é
possível com esse processo de degradação do meio que viu nascer os canaviais.

149
. R. Reynolds (1942), Teresa Botelho(1986).
150
. Robert Albion (1965), P. Bamford (1956), R. Fries (1951).
151
. L. Wilson (1948), J. Malone (1964), W. Schofield (1968), L. Rakestraw (1979).
152
. Cf. Elionor G. K. MELVILLE, A Plague of sheep- Environmental consequences of the conquest of Mexico, N. York, 1994,
p.88
153
Imperialismo ecológico- a expansão biológica da europa. 900-1900, S. Paulo, 1993, 87, 238
154
Lusíadas, est.5, canto V, 1613
BIBLIOGRAFIA
ACKERMAN, Robert E., Archaeoethnology, ethnoarchaeology and the problems of past cultural
patterning, In Ethnohistory of southwestern Alaska and the southern Yukon: method and content, (ed.)
Margaret Lantis, pp. 11-47. Studies in Anthropology, 7. Louisville: University of Kentucky. 1970.

AGEE, James K., "Forest Fire History and Ecology of the Intermountain West", Inner Voice, 7:6-7
(March/April 1995)
Fire Ecology of Pacific Northwest Forests, Washington, D.C.: Island Press, 1994.

AIKEN, S. Robert, Vanishing Rain Forests: the Ecological Transition in Malaysia, S. Robert Aiken and
Colin H. Leigh. Oxford: Clarendon Press; New York: Oxford University Press, 1992.

ALBION, Robert G., Forests and Sea Power: The Timber Problem of the Royal Navy, 1652-1862,
Cambridge Mass., 1926/Hamden, Coon.1965

ALLEN, Ruth A., East Texas Lumber Workers: An Economic and Social Picture, 1870-1950, Austin,
Texas, 1961.

ANDERSON, Anthony B., (ed.) Alternatives to Deforestation: Steps toward Sustainable use of the
Amazon Rain Forest. New York, Columbia University Press, c1990. [Papers presented at an international
conference held in Belem, Brazil January]

ANDERSON, E., Plants, Man and Life, Little Brown and Co., Boston. 1952
Plants, Man and Life, University of California Press, Berkeley. 1952

ANDERSON, Mark Louden[1895-1961], A History of Scottish Forestry; edited by Charles J.


Taylor.London, Nelson, 1967.

AAGESEN, David L., "On the Northern Fringe of the South American Temperate Forest: The History
and Conservation of the Monkey-Puzzle Tree.", Environmental History, Volume 3, No. 1, January 1998
pp. 64-85.

APLET, Gregory, et al., Defining Sustainable Forestry, Washington, D.C.: Island Press, 1993.
[Colectânia de textos de autores diversos.]

APPLEGATE, Jesse, "Umpqua Agriculture, 1851", Oregon Historical Quarterly, 32:135-144 (1931)

ARPEE, Edward, 1899- Lake Forest, Illinois; History and Reminiscences, 1861-1961, [Lake Forest]
Rotary Club of Lake Forest, 1963 [c1964]

ARRINGTON, L., "Irrigation in the Snake River Valley: An Historical Overview", Idaho Yesterdays,
30:3-11 (spring/summer 1986)

BALLOU, Robert, Early Klickitat Valley Days, Goldendale, Wash.: Printed by the Goldendale Sentinel,
1938.

BAMFORD, Paul Walden, Forests and French Sea Power. 1660-1789, Toronto, 1956.

BARRY, J. Neilson, "Agriculture in the oregon Country in 1795-1844", Oregon Historical Quarterly,
30:161-168 (1929)
"Use of Soil Products by Indians", Oregon Historical Quarterly, 30:43-52 (1929)

BATES, Marston, The Forest and the Sea, London, Vintage, 1973.

BENNETT, B.C., Plants and People of the Amazonian Rainforests: The Role of Ethnobotany, in
Sustainable Development. Bioscience, 42(8) 1992:599-607.

BIONDI, Edoardo(ed.), Il Bosco nell'Appennino: Storia, Vegetazione, Ecologia, Economia e


Conservazione del Bosco Appenninico, Fabriano, Fabriano, 1989
BLACK, S. Rexford., Private and State Forestry in California, 1917-1960, S. Rexford Black; an
interview conducted by Amelia R. Fry., 1968.

BOAG, Peter G., Environment and Experience: Settlement Culture in Nineteenth Century Oregon,
Berkeley: University of California Press, 1992.

BOENING, Rose M., "History of Irrigation in the State of Washington", Washington Historical
Quarterly, 9:259-276 (1918); 10:21-45 (1919)

BOTELHO, Teresa Maria Baker, Tecnologia Popular e Energia no Sector Residencial Rural: Um
Estudo sobre Fogão a Lenha, Rio de Janeiro, 1986

BOWEN, William A., The Willamette Valley: Migration and Settlement of the Oregon Frontier, Seattle:
University of Washington Press, 1978.

BRIGGS, Harold E., "The Early Development of Sheep Ranching in the Northwest", Agricultural
History, 11:161-180 (1937)

BROCKMAN, C. Frank, Trees of North America, New York, Golden Press, 1968.

BROWN, Beverly A., In Timber Country: Working People's Stories of Environmental Conflict and
Urban Flight, Philadelphia: Temple University Press, 1995.

BRYANT, Raymond L, The Political Ecology of Forestry in Burma, 1824-1994, Honolulu: University
of Hawai'i Press, 1997

BUNTING, Robert, "Abundance and the Forests of the Douglas-Fir Bioregion, 1840-1920",
Environmental History Review, 18:4 (Winter 1994): pp. 41-62.
The Pacific Raincoast: Environment and Culture of an American Eden, 1778-1900,
Lawrence/Kansas, Univ. Press of Kansas, 1996

BURNS, Anna C., A History of the Louisiana Forestry Commission, Natchitoches, Louisiana Studies
Institute, Northwestern State College [1968]

CALDWELL, Warren W., and Lynn M. Snyder, Dendrochronology in Plains Prehistory: An


Assessment, Plains Anthropologist, 28(99) 1983:30-44.

CAMPBELL, Archer Stuart[1899-], Studies in Forestry Resources in Florida.., [Gainesville] The


University of Florida [1932-34]

CARROLL, Charles F., The Timber Economy of Puritan New England, Providence, RI., 1973

CARSTENSEN, Vernon R., Farms or Forests: Evolution of a State Land Policy for Horthern
Wisconsin, 1850-1932, Madinson, Wis., 1958

CASALS COSTA, Vicente[1951-], Los Ingenieros de Montes en la España Contemporánea, 1848-


1936; prefacio de Antonio Monzón Perala. 1. ed. Barcelona: Ediciones del Serbal, 1996.

CASTETTER, Edward F., Willis H. Bell, and Morris E. Opler, The Ethnobotany of the Chiricahua and
Mescalero Apache, University of New Mexico Bulletin No. 297, Biological Services Vol. 4, No. 5,
Ethnobiological Studies in the American Southwest, No. 3, Albuquerque, New Mexico. 1936

CHAPMAN, J. and A. Shea, The Archaeobotanical record: Early Archaic Period to Contact in the
Lower Little Tennessee River Valley, Tennessee Anthropologist, 6, 1981:64-84.

CHAUDHURI, A. B. (Amal Bhusan) [1926-], Environment and Resources of Tropical and Temperate
Forests of India, by A.B. Chaudhuri, assisted by H.B. Naithani. Dehra Dun, India: International Book
Distributors, c1985.
CHOMKO, S. and G. Crawford, Plant Husbandry in Prehistoric Eastern North America: New Evidence
for its Development, American Antiquity, 43,1978:405-408.

CLARK, D.H., "Sawmill on the Columbia", The Beaver, 42-44 (June 1950)

CLARK, Norman H., Mill Town, Seattle: University of Washington Press, 1970

CLEPPER, Henry, Crusade for Conservation: The Centennial History of the American Forestry
Association, Washington, DC., 1975

COCHET, P. Étude et Culture de la Forêt, Paris, 1971.

COLE, Douglas, "Early Artistic Perceptions of the British Columbia Forest", in Journal of Forest
History, 18:4, 1974, 128-131.

COLEBOURN, Phil, Ancient Woodland, [produced in the County Planning Department; written by Phil
Colebourn; designed and illustrated by Paul Jones], [Winchester]: Hampshire County Council, c1983.

CONKLIN, Harold C., Ecological Interpretations and Plant Domestication, American Antiquity, 25,
1959:260-262.

CONRAD, Totman, The Lumber Industry in Early Modern Japan, Honolulu, 1995.

COOLIDGE, Philip T., History of the Maine Woods, Bangor, Maine, 1963.

CORVOL, Andrée, La Forêt: Perceptions et Représentations, textes réunis et présentés par Andrée
Corvol, Paul Arnould et Micheline Hotyat. Paris: L'Harmattan, 1997.
L'Homme aux bois. Histoire des Relations de l'Homme rt de la Forêt, XVIIe-Xxe siècles, Paris,
Fayard, 1987.

COULTER, Calvin B., "The Victory of National Irrigation in the Yakima Valley, 1902-1906", Pacific
Northwest Quarterly, 42:99-122 (1951)

COX, John H., "Trade Associations in the Lumber Industry of the Pacific Northwest, 1899-1914",
Pacific Northwest Quarterly, 41:265-311 (1950)

COX, Thomas R., Mills and Market: A History of the Pacific Coast Lumber Industry to 1900, Seattle,
1974.
"Thomas R., "Closing the Lumberman's Frontier: The Far Western Pine Country", Journal of
the West, 33:59-66 (July 1994)
"The Conservationist as Reactionary: John Minto and American Forest Policy", Pacific
Northwest Quarterly, 74:146-53 (1983)
"The North American-Japanese Timber Trade: A Survey of Its Social, Economic, and
Environmental Impact", in John F. Richards & Richard P. Tucker, World Deforestation in the Twentieth
Century, 164-86, 290-301 (1988)
"Trade, Development, and Environmental Change: The Utilization of North America's Pacific
Coast Forests to 1914", in Richard P. Tucker & J.F. Richards, eds., Global Deforestation and the
Nineteenth-Century World Economy, 14-29, 180-84 (1983)
ed., This Well-Wooded Land: Americans and their Forests from Colonial Times to the Present,
Lincoln: Univeristy of Nebraska Press, 1985.

CRITES, G., Middle Woodland Paleoethnobotany of the Eastern Highland Rim of Tennessee: An
Evolutionary Perspective on Change in Human-Plant Interaction, Ph.D.dissertation, Department of
Anthropology, University of Tennessee, Knoxville. 1985
Human-Plant Mutualism and Niche Expression in the Paleoethnobotanical record, American
Antiquity, 52, 1987:725.

DANA, Samuel Trask e FAIRFAX, Sally K., Forest and Range Policy: Its Development in the United
States, ed ed, N. York, 1980.
DAMODARAN, Vinita, Famine in a Forest Tract: Ecological Change and the Causes of the 1897
Famine in Chotanagpur, Northern India, Environment and History, Vol.1 No.2, 1995

DARGAVEL, John, The Coming of Age to Australian Forests, Environment and History, Volume 4,
No.2, 1998

DAVIS, Richard C., Encyclopedia of American Forest and Conservation History, 2 vols. New York:
MacMillan, 1983, 780 pp
North American Forest History: A Guide to Archives and Manuscripts in the United States and
Canada, Santa Barbara, CA: Forest History Society, 1977.

DEAN, Warren[1932-1994], With Boradax and Fireband. The Destruction of the Brazilian Atlantic
Forest, 1995.
A Ferro e Fogo. A história e a devastação da Mata Atlântica Brasileira, S. Paulo, Companhia
das Letras, 1996
"Forest Conservation in Southeastern Brazil, 1900 to 1955", Environmental Review, 9:1 (Spring
1985): pp. 55-69.

DEEVEY, Edward S., Pollen analysis and Mexican archaeology: an attempt to apply the method,
American Antiquity, 10, 1944:135-149.

DEFEBAUGH, James Elliot, History of the Lumbery Industry in America, 2 vols, Chicago, 1906

DE MONTIGNY, André, Sur les coûts recurrents en écologie forestière: guide méthodologique pour
l'estimation des coûts et revenus recurrents / André De Montigny, Michel Thibault; Comité permanent
inter-états de lutte contre la sécheresse dans le Sahel; Organisation de coopération et développement
économique, Boucherville, Québec, Canada: Agrovet, c1984.

Desarrollo Forestal y Medio Ambiente en el Uruguay. Montevideo, Uruguay: Centro Interdisciplinario


de Estudios sobre el Desarrollo, Uruguay, 1990-

DETLING, Leroy E., Historical Backround of the Flora of the Pacific Northwest. University of Oregon,
Museum of Natural History Bulletin, 13, 1968.

DEVALL, Bill, Clearcut: the Tragedy of Industrial Forestry, edited by Bill Devall. San Francisco:
Sierra Club Books/Earth Island Press, c1993.

DIMBLEBY, G.W., Plants and Archaeology, Unwin Brothers Limited, Pall Mall, London. 1967

DOIG, Ivan., Early Forestry Research: a history of the Pacific Northwest Forest & Range Experiment
Station, 1925-1975 [Washington: Forest Service, U.S. Dept. of Agriculture, 1976]

DROZE, Wilomon H., Trees, Prairies, and People: A History of Tree Planting in the Plains States,
Denton, Te., 1977

DRUMHELLER, Daniel M., "Uncle Dan" Drumheller Tells Thrills of Western Trails in 1854, Spokane:
Inland-American Print Co., 1925.

DURHAM, Nelson W., History of the City of Spokane and Spokane County, Washington, Spokane: S. J.
Clarke Pub. Co., 1912.

DRUMMOND, José, "The Garden in the Machine: An Environmental History of Brazil's Tijuca Forest",
Environmental history, 1:1 (1996), pp 83-104.

EDEN, Michael J., Ecology and Land Management in Amazonia, Londres, Belhaven Press, 1990.

ELLISON, Joseph W., "The Beginnings of the Apple Industry in Oregon", Agricultural History, 11:322-
343 (1937)
ELMORE, Francis H., Ethnobotany of the Navajo, School of American Research Monograph Series No.
1(7). University of New Mexico Press, Albuquerque. 1944

EVANS, John E., ed., Powerful Rockey: the Blue Mountains and the Oregon Trail, La Grande, Or:
1990. Colectânea de textos..

FAHEY, John, "Big Lumber in the Inland Empire: The Early Years, 1900-1930", Pacific Northwest
Quarterly, 76:95-103 (1985)

FAHL, Ronald J., North American Forest and Conservation History: A Bibliography, Santa Barbara,
Calif., 1977.

FAIRHEAD, James and Melissa Leach, Reading Forest History Backwards: The Interaction of Policy
and Local Land Use in Guinea's Forest-Savanna Mosaic, 1893-1993, Environment and History, Vol.1
No.1, 1995

FARB, Peter, The Forest, N. York, Time-Life Books, 1963.

FICKEN, Robert E., The Forested Land: A History of Lumbering in Western Washington, Durham, NC:
Forest History Society, 1987.

FEARNSIDE, P., "Ecological research reserve for Brazil's Amazon rain-forest established in Ouro Preto
do Oeste", Rondonia, Environ. Conservation, 11(3) 1984: 273-274.
"Land-use trends in the Brazilian Amazon egion as factors in acclerating deforestation",
Environ. Conservation, 10(2) 1983: 141-148.
"Roads in Rondonia: highway construction and the farce of unprotected reserves in Brazil's
Amazonian forest", Environ. Conservation, 11(4) 1984: 358-360.

FIEGE, Mark, "Creating a Hybrid Landscape: Irrigated Agriculture in Idaho", Illahee, 11(1&2):60-76
(1995)

FITZHARRIS, Tim[1948-], Forest: a National Audubon Society book; drawings by Don Li-Leger.
Washington, D.C. : Starwood Pub., c1991.

FLADER, Susan, Thinking Like a Mountain: Aldo Lepold and the Evolution of an Ecological Attitude
toward Deer, Wolves, and Forests, Columbia, Mo., 1974

FLEET, Harriet. New Zealand's Forests, Auckland, N.Z.; Portsmouth, N.H., U.S.A.: Heinemann, 1984.

FLIPPEN, John Brooks, "The Nixon Administration, Timber, And The Call Of The Wild",
Environmental History Review, 19:2 (Summer 1995): pp. 37-54.

FORD, R., Paleoethnobotany in American Archaeology, In Advances in Archaeological Method and


Theory, vol. 2, edited by M. Schiffer, pp. 285-336. Academic Press, Orlando, Florida. 1979

FORD, Richard I., The Nature and Status of Ethnobotany, Anthropological Paper, Museum of
Anthropology No. 67. University of Michigan, Ann Arbor. 1978

Forestry, Parks and Conservation Oral History, collection: nos. 1-45 / University of California,
Berkeley. Glen Rock, N. J.: Microfilming Corp. of America, c1978.

La Forêt dans ses Confins Andins: la Ceja de Montaña: Actes du 3e colloque, Association française
pour l'étude et la recherche sur les pays andins ...Grenoble, 3, 4 et 5 déc. 1977; [publié par l']Université
des langues et lettres de Grenoble, Centre d'études et de recherches sur le Pérou et les pays andins,
Grenoble: C.E.R.P.A., 1977.

FORSYTH, A., and Miyata, K., Tropical Nature: Life and Death in the Rain Forests of Central and
South America, Charles Scribner & Sons., 1983, 272 pp.
FOX, William F., A History of the Lumber Industry of the State of New York, Harrison, NY, 1976

FRENCH, David H., Ethnobotany of the Pacific Northwest Indians, In Economic Botany, Vol.19,
1965, pp. 378-382.

FRIES, Robert F., Empire in Pine: The Story of Lumbering in Wisconsin, 1830-1900, Madison, Wis.,
1951.

GADANT. Jean, L'Atlas des Forêts de France, sous la direction de Jean Gadant. Scale, etc.Scales differ.
Paris : J.-P. de Monza, [1991]

GIBSON, James R., Farming the Frontier: The Agricultural Opening of the Oregon Country, 1786-
1846, Seattle: University of Washington Press, 1985.

GIDDINGS, J.L., Jr., Dendrochronology in northern Alaska, University of Alaska Publication, vol. 5.
1941

GILCREST, Evelyn, "Alvord Ranch Interlude: Life on a Celebrated Range", Oregon Historical
Quarterly, 63:304-341 (1962)

Gilmore, Melvin R., The Ethnobotany Laboratory at the University of Michigan, Occasional
Contributions from the Museum of Anthropology of the University of Michigan No. 1. University of
Michigan, Ann Arbor. 1932

GOODWIN, O. C., Eight Decades of Forestry Firsts: a History of Forestry in North Carolina, 1889-
1969, Raleigh: School of Forest Resources, N.C. State University, 1969.

GOSSETT, Gretts, "Stock Grazing in Washington's Nile Valley", Pacific Northwest Quarterly, 55:119-
127 (1964)

GRAY, Stephan, "The Government's Timber Business: Forest Policy and Administration in British
Columbia, 1912-1928", BC Studies, 81:24-49 (1989)

GREELEY, William B., Forests and Man, N. York, Doubleday and Comp., 1951.

GRUMBINE, R. Edward, Ghost Bears: Exploring the Biodiversity Crisis, Washington, D.C.: Island
Press, 1992.

GUHA, Ramachandra, The Unquiet Woods: Ecological change and Peasant Resistance in the
Himalaya, 1st University of California Press ed., Berkeley: University of California Press, 1900, c1989.

GUNTHER, Erna, Ethnobotany of Western Washington, (revised edition), University of Washington


Press, Seattle & London ,1945 (revisto e reeditado em 1973).

HALBAKKEN, David S., A History of Wheat-Growing in Oregon during the Nineteenth Century
[Thesis: University of Oregon, Eugene, 1948]

HAMILTON, Eloise, Forty Years of Western Forestry in the American Studies: A History of the
Movement to Conserve Forest Resources by Cooperative Effort, 1909-1949, Portland, Oreg., 1949.

HANSEN, Henry P., Paleoecology of Two Peat Deposits on the Oregon Coast, Oregon State
University Press, Corvallis. 1941

HARDING, Bruce C., "Water from Pend Oreille: The Gravity Plan for Irrigating the Columbia Basin",
Pacific Northwest Quarterly, 45:52-60 (1954)

HEINTZELMAN, Oliver H., "The Evolution of an Industry: The Dairy Economy of Tillamook County,
Oregon", Pacific Northwest Quarterly, 49:77-81 (1958)
HEIZER, Robert F., The First Dendrochronologist, American Antiquity, 22, 1956:186-188.

HELLSON, John C., and Morgan Gadd, Ethnobotany of the Blackfoot Indians, National Museum of
Man Mercury Series, Canadian Ethnology Service Paper No. 19, Ottawa, Canada. 1974

HERBST, Peter, Kafka in the Forest: A Personal Note on Monga Forest and Contemporary History in
New South Wales, Environment and History, Volume 4, No.2 , 1998

HICHMAN, Nollie W., Mississippi Harvest: Lunbering in the Longleaf Pine Belt, 1840-1915,
University of Miss., 1962

HINDLE, Brooke, ed., America's Wooden Age: Aspects of its Early Technology, Tarrytown, NY., 1975

HIRT, Paul, A Conspiracy of Optimism: Management of the National Forests Since World War Two,
Lincoln: University of Nebraska Press, 1994.

History of Sustained-yield Forestry: a Symposium: Western Forestry Center, Portland, Oregon, October
18-19, 1983, Harold K. Steen, general editor; coordinated by the Forest History Society for the
International Union of Forestry Research Organizations (IUFRO), Forest History Group [Santa Cruz,
CA] : The Society, c1984.

HOLD, John A. Eister, Lumber and Trade in the Seaboard Cities of the Old South. 1607-1860, Univ. of
Mississipi, 1970. [Tese.]

HOTCHKISS, George, History of the Lumber and Forest Industry of the Northwest, Chicago, 1898 e
1957.

HUGHES, J. Donald, "Forest Indians: The Holy Occupation", Environmental Review, 1:2 (1977): pp. 2-
13.

HURT, R. Douglas, Agricultural Technology in the Twentieth Century, Manhattan: Sunflower


University Press, 1991.
American Agriculture: A Brief History, Ames: Iowa State University Press, 1994.
American Farm Tools: From Hand-Power to Steam-Power, Manhattan: Sunflower University
Press, 1982.

HURST, James Willard, Law and Economic Growth: The Legal History of the Lumber Industry in
Wisconsin, 1836-1915, Cambridge, Mass., 1964

IMMELMAN, W. F. E. e C. L. Wicht, D. P. Ackerman(ed.), Our Green Heritage: a Book about


Indigenous and Exotic Ttrees in South Africa, about Trees and Timber in our Cultural History and about
our Extensive Silvicultural, Forestry and Timber Industries, Cape Town, Tafelberg, 1973.

INGLIS, Jack M., A History of Vegetation on the Rio Grande Plain, Texas Parks and Wildlife
Department Bulletin No. 45. Texas Parks and Wildlife Department, Austin. 1964

ISE, John, Our National Parl Policy: a Critical History, Baltimore, 1961.

JAMES, N. D. G., A Forestry Centenary: the History of the Royal Forestry Society of England, Wales,
and Northern Ireland, Oxford: Basil Blackwell, 1982.
A History of English Forestry, Oxford: Blackwell, 1981 e 1990.

JOHANNESSEN, Carl L., W. A. Davenport, Artimus Millet, and S. McWilliams, Paleoethnobotany.


In American Bottom Archaeology, edited by Charles J. Bareis and James W. Porter, pp. 197-214.
University of Illinois Press, Urbana. 1984

JORDAN, Carl F.(ed.).Amazonian Rain Forests: Ecosystem Disturbance and Recovery: case Studies of
Ecosystem Dynamics under a Spectrum of Land use-intensities, New York: Springer-Verlag, c1987.
JORDAN, Julia Anne, Ethnobotany of the Kiowa Apache, Master's Thesis, University of Oklahoma.
1965

JUBOKU-METZGER, D., Forest exploitation in Sierra Leone. Ecologist, 13(6) 1983: 239-241.

JUDSON, Katharine Berry, Subject Index to the History of the Pacific Northwest and of Alaska As
Found in the United States Government Documents, Congressional Series, in the American State
Papers, and in Other Documents, 1789-1881, Olympia: Lamborn, 1913.
"The Hudson's Bay Company and the Pacific Northwest", Century, 101:197-209 (1920)

KENDALL, Thomas S., "Thomas S. Kendall's Letter on Oregon Agriculture, 1852", Agricultural
History, 9:187-197 (1935)

KINDSCHER, Kelly, Edible Wild Plants of the Prairies: An Ethnobotanical Guide, University of
Kansas Press, Lawrence, Kansas. 1987

KINGSTON, Ceylon Samuel, "Introduction to Cattle Into the Pacific Northwest", Washington
Historical Quarterly, 14:163-185 (1923)

KINNEY, J. P., The Development of Forest Law in America…, N. York, 1917.


Indian Forest and Range: A History of the Administration and Conservation of the Redman's
Heritage, Washington, DC., 1950.

KRAJINA, Vladimir J., Ecosystem Perspectives in Forestry; an H. R. MacMillan lectureship address


delivered at the University of British Columbia, Wednesday, March 15, 1972 by Vladimir J. Krajina.
Vancouver, University of British Columbia, 1972.

KRUCKEBERG, Arthur R., Natural History of Puget Sound Country, Seattle: University of Washington
Press, 1991.

KRUEGER, Myron Edward[1890-], Forestry and Technology in Northern California, 1925-1965,


Myron E. Krueger. Entevista conduzida por Amelia R. Fry. 1968.

KUHLEIN, Harriet V., and N. J. Turner ,Traditional Plant Foods of Canadian Indigenous Peoples:
Nutrition, botany, and use. Food and Nutrition, in Human History and Anthropology, Vol 8. Gordon and
Breach Science Publishers, Philadelphia. 1991

KUHLER, Joyce B., A History of Agriculture in the Yakima Valley, Washington, from 1880 to 1900,
Teses: University of Washington, Seattle, 19xx.

KURTZ, Edwin B., Henry Tucker, and James L. Liverman, Reliability of identification of fossil pollen
as corn, American Antiquity, 25, 1960:605-606.

KUUSELA, Kullervo[1924-], Forest Resources in Europe, 1950-1990, Cambridge: Cambridge


University Press, 1994.

LANGSTON, Nancy, "A Wild, Managed Forest", The Land Report, (Summer, 1995)
"Columbia Basin Blues" Inner Voice, (August, 1995)
Forest Dreams, Forest Nightmares: The Paradox of Old Growth in the Inland West, Seattle:
University of Washington Press, 1995.

LARSON, Agnes M., History of the White Pine Industry in Minnesota, Minneapolis, Minn.,1949

LATHAM, Bryan, Timber: Its Development and Distribution, London, 1957.

LAWRENCE, Joseph C., "The Forest and the Trees: A Review Article", BC Studies, 30:77-82 (1976)
LEHMKUHL, John F., et al., Historical and Current Forest Landscapes of Eastern Oregon and
Washington. Part I: Vegetation Pattern and Insect and Disease Hazards, Portland: U.S. Department of
Agriculture, Forest Service, Pacific Northwest Research Station, 1994.

LEOHR, Rodney C., ed., Forests for the Future: The Story of Sustained Yield as Told in the Diaries and
Papers of David T. Mason, 1907-1950, St. Paul, Minn., 1952

LEWIS, William S, The Story of Early Days in the Big Bend Country, Breaking Trails, Rush of Miners,
Coming of Cattlemen, Making of Homes, Pioneer Hardships in the Big Bend Country, Spokane: W.D.
Allen, 1926.

LILLARD, Robert G., The Great Forest, N. York, 1948

LOMAX, Alfred L., "History of Pioneer Sheep Husbandry in Oregon," Oregon Historical Quarterly
29:99-143 (1928)

LOMAX, Alfred L., Pioneer Woolen Mills in Oregon; History of Wool and the Woolen Textile Industry
in Oregon, 1811-1875, Portland: Binfords & Mort, 1941.

LONG, Thelma S., Some Aspects of the Sheep Industry in Eastern Oregon from 1860-1910, [Teses:
University of Oregon], Eugene, 1943.

LOWER, Arthur R. M., Great Britain's Woodyard: British America and the Timber Trade, 1763-1867,
Toronto, 1973

LUTZ, H. J. (Harold John)[1900-], Forest Ecology, the Biological Basis of Silviculture, Vancouver,
Canada: University of British Columbia, 1959.

LYMAN, William D., "Walla Walla County and Early History", Coast, 15:148-155 (1908)

MABBOTT, Leslie L., A History of the Wenatchee-Okanogan Apple Industry Prior to 1930, Teses:
State College of Washington, Pullman, 1940.

MACAULAY, Jane Katherine, The Paleoethnobotany of the Hine Village Site, A Fort Ancient
Component in the Middle Ohio River Valley, Master's thesis, Department of Anthropology, University of
Toronto. 1990

MACKEY, James C., The Documentation of Environmental Control of Morphological Variability in


Archaeological Maize: A Paleoenvironmental Reconstruction Technique, Plains Anthropologist,
28(101) 1983:209-217.
A Thirteenth Centuray A. D. Example of the Successful Use of Archaeological Corn
Collections for Paleoenvironmental Reconstruction: A Reply to Benz, Plains Anthropologist, 30(108)
1985:149-159.

MAGNUSSON, Elva C., "Naches Pass", Washington Historical Quarterly, 25:171-181 (1934)

MAHAR, James Michael, Ethnobotany of the Oregon Paiutes of the Warm Springs Indian
Reservation, B.A. thesis, Reed College, Portland, Oregon. 1953

MALONE, Joseph J., Pine Trees and Plitics: The Naval Stores and Forest Policy of Colonial New
England, 1691-1775, Seattle, 1964.

MANN, Michael, Ecological Change in North India: Deforestation and Agrarian Distress in the Ganga-
Jamna Doab 1800-1850, Environment and History, Vol.1 No.2, 1995

MANWOOD; John, A Treatise of the Laws of the Forest, Amesterdam, 1976.

MARCUS, C. J., Heart of Oak. A survey of British Sea Power in the Georgian Era, London, 1975.
MARLOWE, Christopher, The Black Forest; its People, History and Traditions, by Christopher
Marlowe; with Twenty-eight Illustrations and Sketch-map, London, John Lane [1929]

MARTENS, Jochen, Forests and their Destruction in the Himalayas of Nepal, Kathmandu: Nepal
Research Centre; Wiesbaden, W. Germany: F. Steiner Verlag, distributor, 1983.

MARTIN, Paul S., and Floyd W. Sharrock, Pollen analysis of prehistoric human feces: a new
approach to ethno-botany, American Antiquity, 30(2) 1964:168-180.

MASER, Chris, Forest Primeval: The Natural History of an Ancient Forest, San Francisco, Sierra club
Books, 1989.

MAUNDER, Elwood R., "Building on Sawdust", Pacific Northwest Quarterly, 51:57-62 (1960)

MCCANN, James C., "The Plow and the Forest: Narratives of Deforestation in Ethiopia, 1840-1992.",
Environmental History, Vol. 2, No. 2 April 1997, pp. 138-159.

MCCULLOCH, Walter Fraser, Forestry and Education in Oregon, 1937-1966; an interview conducted
Amelia R. Fry. 1968.

MCNEILL, John R., "Agriculture, Forests, and Ecological History: Brazil, 1500-1984",
Environmental Review, 10:2 (Summer 1986): pp. 122-33.

MENON, K. P. V.(compil.), History and Development of Forestry and Forest Industries in Malaysia: a
Bibliography, Kepong, Malaysia: Library, Forest Research Institute, 1976.

MEANY, Edmond S., "Western Spruce and the War", The Washington Historical Quarterly, 9:255-258
(1918)

MENZIES, Nicholas K., Forest and Land Management in Imperial China, Basingstoke: Macmillan,
1994.

MERZ, Robert W., A History of the Central States Forest Experiment Station, 1927-1965, St. Paul,
Minn., 1981

MONCKTON, Stephen G., Huron Paleoethnobotany, Ontario Archaeological Reports 1. Ontario


Heritage Foundation, Toronto. 1992 226 pages.

MOORE, Elizabeth H. And Jack W. Witham, "From Forest to Farm and Back Again: Land Use History
as a Dimension of Ecological Research in Coastal Maine", Environmental History, Vol. 1, No. 3 July
1996 pp. 50-69.

MORGAN, D. R., The Influence of Forestry Practices on the Ecology of Freshwater Fish in New
Zealand: an Introduction to the Literature, by D. R. Morgan and E. Graynoth. Wellington: New Zealand
Ministry of Agriculture and Fisheries, 1978.

MORGAN, Murray, The Mill on the Boot: The Story of the St. Paul & Tacoma Lumber Company,
Seattle: University of Washington Press, 1982.

MORSE, Robert D., The Hudson's Bay Company Activities in the Oregon Territory, 1824-1846, Teses:
University of Oregon, Eugene, 1927.

MUNSON, Patrick J., Contributions to Osage and Lakota Ethnobotany, Plains Anthropologist, 26 (93)
1981:229-240.

MYERS, Norman, and Richard P. Tucker, "Deforestation in Central America: Spanish Legacy and
North American Consumers", Environmental Review, 11:1 (Spring 1987): pp. 55-71.

NADKERNI, M:V. et alia, The Political Economy of Forest Use and Management, Nueva Delhi, Sage,
1989.
NABHAN, Gary Paul, Enduring Seeds: Native American Agriculture and Wild Plant Conservation,
North Point Press, San Francisco. 1989

NEESON, Eoin[1927-], A History of Irish Forestry, Dublin: Lilliput Press in association with the Dept.
of Energy, 1991.

NEIDERHEISER, Clodaugh M., Forest History Sources of the United States and Canada; a
Compilation of the Manuscript Sources of Forestry, Forest Industry, and Conservation History, Saint
Paul, Forest History Foundation, 1956.

NELSON, Beatrice Ward, State Recreation: Parks, Forests and Game Preserves, Washington, DC,
1928

NELSON, Charles, A History of the U. S. Forest Products Laboratory (1910-1963), Madinson. Wis.,
1977.

NESBIT, Robert C. and Charles M. Gates, "Agriculture in Eastern Washington, 1890-1910", Pacific
Northwest Quarterly, 37:279-302 (1946)

NESIUS, Ernest J. (Ernest Joseph)[1912-], The First 100 Years: a History of the West Virginia
Agricultural and Forestry Experiment Station, Morgantown, W. Va.: West Virginia University,
Agricultural and Forestry Experiment Station, 1988.

NEUMANN, Roderick P., Forest Rights, Privileges and Prohibitions: Contextualising State Forestry in
Tanganyika, Environment and History, Volume 3, No.1, 1997

NICKERSON, Norton H., Variation in cob morphology among certain archeological and
ethnological races of maize, Annals of the Missouri Botanical Garden, 40, 1953:79-111.

NORRIS, Frank, "A Lone Voice in the Wilderness: The National Park Service in Alaska, 1917-1969",
Environmental history, 1:4 (1996), pp. 66-76.

NORSE, Elliott A., Ancient Forests of the Pacific Northwest, Washington D.c., Island Press, 1990.

Northern Pacific Railway Company, The Pacific Northwest. Facts Relating to the History, Topography,
Climate, Soil, Agriculture, Forests, Fisheries, Mineral Resources, Commerce, Industry, Lands, Means of
Communication, etc. of Oregon and Washington Territory, New York: 1882.

NORTON, Helen H., and Steven J. Gill, The Ethnobotanical Imperative: A Consideration of
Obligation, Implication, and Methodology, Northwest Anthropological Research Notes, 15(1) 1981:117-
134.

OLIPHANT, J. Orin, "History of Livestock Industry in the Pacific Northwest", Oregon Historical
Quarterly, 49:3-29 (1948)
"The Cattle Herds and Ranches of Oregon Country", Agricultural History, 21:217-238 (1947)
"The Cattle Trade from the Far Northwest to Montana", Agricultural History, 6:69-83 (1932)
"The Cattle Trade on Puget Sound", Agricultural History, 7:129-149 (1933)
"The Cattle Trade through the Snoqualmie Pass", Pacific Northwest Quarterly, 38:193-213
(1947)
"The Cattle Trade Through the Snoqualmie Pass", Pacific Northwest Quarterly, 38:193-214
(1947)
"The Eastward Movement of Cattle from the Oregon Country", Agricultural History, 20:19-43
(1946)
"Winter Losses of Cattle in the Oregon Country", Washington Historical Quarterly, 23:3-17
(1932)
On the Cattle Ranges of the Oregon Country, Seattle: University of Washington Press, 1968.

PALMER, Tim, The Snake River: Window to the West, Washington, D.C.: Island Press, 1991.
PEACOCK, Sandra Leslie, Piikani Ethnobotany: Traditional Plant Knowledge of the Piikani People of
the Northwestern Plains, M.A. Thesis, Department of Archaeology, University of Calgary, Alberta.
1991, 256 pps.

PEARSALL, D., Paleoethnobotany, Academic Press, Orlando, Florida. 1989

PELZER, Louis, "A Cattlemen's Commonwealth on the Western Range", Mississippi Valley Historical
Review, 13:30-49 (1927)

PERRY, David, Forest Ecosystems, Baltimore: Johns Hopkins, 1995.

The Pinchot Institute System for Environmental Forestry Studies, Upper Darby, Pa., Northeastern Forest
Experiment Station, 1973.

PISANI, Donald J., From the Family Farm to Agribusiness: The Irrigation Crusade in California and
the West, 1850-1931, Berkeley: University of California Press, 1984.
To Reclaim A Divided West: Water, Law, and Public Policy, 1848-1902, Albuquerque:
University of New Mexico Press, 1992.

PUBOLS, Ben H. and Heisig, Carl P., Historical and Geographic Aspects of Wheat Yields in
Washington, Pullman, State College of Washington, Agricultural Experiment Station Bulletin No. 355,
1937.

RAAB, Mark L., and Anne I. Woosley, A Terrace Habitat and Late Prehistoric Settlement in North
Central Texas: Pollen and Geological Evidence, Plains Anthropologist, 27(97) 1982:185-193.

RACKHAM, Oliver. Ancient Woodland: its History, Vegetation and Uses in England, London: E.
Arnold, 1980.

RAKESTRAW, Lawrence, "Gifford Pinchot, Agnes V. Scannell, and the Early Years of the U.S. Forest
Service", Oregon Historical Quarterly, 92:60-75 (1991)
A History of Forestry Conservation in the Pacific Northwest, 1891-1913, N. York,
1979.

RAMAKRISHNA, Kilaparti, World Forests for the Future: their Use and Conservation, edited by
Kilaparti Ramakrishna and George M. Woodwell, New Haven: Yale University Press, c1993

RANDHAWA, Mohindar Singh[1909-], A History of Agriculture in India, New Delhi: Indian Council
of Agricultural Research, 1980-1986.

RASMUSSEN, Wayne, Agriculture in the United States: A Documentary History, New York: Random
House, 4 vols., 1975.

RATESTRAW, Lawrence, A History of the United States Service in Alaska, Anchorage, 1981.

RAWAT, Ajay S.(ed.), History of Forestry in India, New Delhi: Indus Pub. Co., 1991.
History and Growth of Forestry in Central Himalaya, 1815-1947, New Delhi: Nehru
Memorial Museum and Library, 1993.

REID, Anthony, Humans and Forests in Pre-colonial Southeast Asia, Environment and History, Vol.1
No.1, 1995

REISNER, Marc, Cadillac Desert: The American West and Its Disappearing Water, New York: Viking
Penguin, Inc., 1986.

RENFREW, J.M., Paleoethnobotany: The Prehistoric Food Plants of the Near East and Europe,
Columbia University Press. 1963
REYNOLDS, R.V. e PIERSON, Albert H., Fuel Wood Used in the United States, 1630-1930,
Washington, DC,.,1942

RICARDO, Cassiano, A Floresta e a Agricultura em nossa Expansão Geográfica, Rio de Janeiro, 1964.

RICHARD, P., "Indian Forestry Policy in Two Eras: Continuity or Change?", Environmental History
Review, 17:1 (Spring 1993): pp. 49-76.

ROBBINS, Wilfred W., John Peabody Harrington, and Barbera Friere-Marreco, Ethnobotany of the
Tewa Indians. Smithsonian Institution Bureau of American Ethnology Bulletin 55. Government Printing
Office, Washington, D.C. 1916

ROBBINS, William G., "The Western Lumber Industry: A Twentieth-Century Perspective", in Gerald
D. Nash & Richard W. Etulian, eds., The Twentieth-Century West: Historical Interpretations, 233-56
(1989)
"Timber Town: Market Economics in Coos Bay, Oregon, 1850 to the Present", Pacific
Northwest Quarterly, 75:146-155 (1984)

ROBBINS, William G., Hard Times in Paradise: Coos Bay, Oregon, 1850-1986, Seattle: University of
Washington Press, 1988.
American Forestry: a History of National, State, and Private Cooperation, Lincoln: University
of Nebraska Press, c1985.

ROCHE, Michael, History of Forestry, [Wellington, N.Z.]: New Zealand Forestry Corp. Ltd in
association with GP Books, c1990

ROOT, Mathew J., The Paleo-Ethnobotany of the Nebo Hill Site, Plains Anthropologist, 24(85)
1979:239-247.

RUBNER, Heinrich, "Greek Thought and Forest Science", Environmental Review, 9:4 (Winter 1985):
pp. 277-95.

SANTAMARIA, Juan Manuel, Los Bosques en Castilla y León, Valladolid: Ambito, [1987]

SARVIS, Will, "The Mount Rogers National Recreation Area and the Rise of Public Involvement in
Forest Service Planning," Environmental History Review, 18:2 (Spring 1994): pp. 41-65.

SCHENCK, Carl Alwin, The Birth of Forestry in America: Biltmore Forest School, 1898-1913, Santa
Cruz, Calif., 1955 e 1974.

SCHLERETH, Thomas J., "Plants Past: A Historian's Use of Vegetation as Material Culture Evidence",
Environmental Review, 4:1 (Spring 1980): pp. 20-28.

SCHOFIELD, William R., Forestry, Lobbying, and Resource Legislation, 1931-1961; an interview
conducted by Amelia R. Fry. 1968.

SCHULMAN, Edmund, Dendrochronology in the Pines in Arkansas, Ecology, 23(3) 1942:309-318.

SHAFER, Harry J., and V.M. Bryant, Jr., Archaeological and Botanical Studies at Hinds Cave Val
Verde County, Texas, Anthropology Laboratory Special Series No. 1 Texas A&M University, College
Station. 1977

SHAW, R. M., "Range Sheep Industry in Kittitas County, Washington", Pacific Northwest Quarterly,
33:153-170 (1942)

SHEPHERD, Jack, The Forest Killers: The Destruction of The American Wilderness, N. York, 1975.

SMITH, David C., A History of Lumbering in Maine, 1861-1960, Orono, Maine, 1972
SMITH, Frank E., Land and Water: Conservation in the United States, A Documentary History, New
York: Chelsea House, 2 vols., 1971.

SMITH, Huron H. , Ethnobotany of the Menomini Indians, Bulletin of the Public Museum of the City
of Milwaukee, Vol. 4. 1923

SOLBRIG, Otto T. & Dorothy J. Solbrig, So Shall You Reap, Washington, D.C.: Island Press, 1994.

SOUZA, Bernardo José de, O Pau-Brasil na História Nacional, 2º ed., S. Paulo, 1978. !ª ed. 1938.

SPLAWN, Andrew Jackson, Ka-Mi-Akin, the Last Hero of the Yakimas, Portland, Ore.: Kilham Stat.
and Print. Co., 1917.

SPONSEL, Leslie E., Tropical Deforestation: the Human Dimension, edited by Leslie E. Sponsel,
Thomas N. Headland, and Robert C. Bailey; with a foreword by Jeffrey A. McNeely. New York:
Columbia University Press, c1996.

Springer, J.W., An Ethnohistoric Study of the Smoking Complex, in Eastern North America.
Ethnohistory, 28, 1981:217-235. Stahle, David W.

SPURR, Stephen H., & Burton V. Barnes, "The American Forest Since 1600", in Forest Ecology, 557-
571, New York: Ronald Press, 1964.

STAHLE, David W., John G. Hehr, Graham G. Hawks, Jr., Malcom K. Cleaveland, and Stevenson,
Matilda Cox, Ethnobotany of the Zuni Indians, Extract of the 30th Annual Report of the Bureau of
American Ethnology:33-102. U.S. Government Printing Office, Washington D.C. 1915

STEEN, Harold K., Changing Tropical Forests: Historical Perspectives on Today's Challenges in
Central & South America, proceedings of a conference sponsored by the Forest History Society and
IUFRO Foresty History Group / edited by Harold K. Steen & Richard P. Tucker. [Durham, N.C.]: Forest
History Society; [Vienna, Austria]: IUFRO Forest History Group, c1992.
The U. S. Forest Service. A History, Seattle, Univ. of Washington, 1976.

STRATTON, Owen S., A Study of Early Oregon Agriculture, 1843-1850, Teses: Reed College,
Portland, Oregon, 1938.

STRITE, Daniel D., "Up the Kilchis, Part III & Part IV", Oregon Historical Quarterly, 73:171-192, 212-
227 (1972)

SUTTON, Ann[1923-], Eastern forests, by Ann Sutton and Myron Sutton, "A Chanticleer Press Edition"
New York : Knopf, 1985.

TALBOT, James J., Woodpower: New Perspectives on Forest Usage, edited by James J. Talbot and
Winfield Swanson, International Science and Technology Institute. New York: Pergamon Press, c1981.

TARELLO, Walter, Il Cervo e il Capriolo: Storia Naturale, Comportamento, Ecologia, Miti e


Leggende, Patologia e Gestione, Musumeci, Quart, 1991

TAYLOR, Charles James[1912-], Synecology and Silviculture in Ghana, [Edinburgh] Published on


behalf of the University College of Ghana by Nelson [1960]

THAYER, William Makepeace, Marvels of the New West, Norwich, Conn.: Henry Bill Pub. Co., 1887.

THOMAS, W. (ed.), Man as a Maker of New Plants and New Plant Communities, In Man's Role in
Changing the Face of the Earth, pp. 763-777. University of Chicago Press, Chicago, 1956.

TOTMAN, Conrad, The Green Archipelago. Foretry in Preindustrial Japan, Berkeley, Univ. of
California Press, 1989.
TOWLE, Jerry C., "Changing Geography of Willamette Valley Woodlands", Oregon Historical
Quarterly, 83:66-87 (1982)

Tropical Forest Ecosystems: a State-of-knowledge Report, Paris: Unesco, 1978

TUCKER, Richard P. e J. F. Richards, Global Deforestation and the Nineteenth Century World
Economy, Durham, Duke Univ. Press, 1991.

TURNBULL, Colin M., The Forest People, London, Picador, 1976.

TURNER, N., J. Thomas, B.F. Carlson, and R.T. Ogilvie, Ethnobotany of the Nitinaht Indians of
Vancouver Island. British Columbia, Provincial Museum Occasional Papers No. 24. Victoria, B.C. 1982

TURNER, N., R. Bouchard, and D.I.D. Kennedy, Ethnobotany of the Okanag-Colville Indians of
British Columbia and Washington, British Columbia Provincial Museum Occasional Papers No. 21.
Victoria, B.C. 1980

TURNER, Nancy J.,The Ethnobotany of the Bella Colla Indians of British Columbia, In Syesis, Vol.
6. 1973, British Columbia Provincial Museum, Victoria, B.C.

TURNER, Nancy J., Laurence C. Thompson, Terry Thompson, and Annie Z. York, Thompson
Ethnobotany; Knowledge and Usage of Plants by the Thompson Indians of British Columbia, Royal
British Columbia Museum Memoir No.3, Vancouver. 1990

VALENTINE, Rodney J., "Pioneer Settlers' Abuse of Land Laws in the Nineteenth Century: The Case
of the Boise River Valley, Idaho", Agricultural History, 67:47-65 (Summer 1993)

VANDERMEER, John H., Breakfast of Biodiversity: the Truth about Rain Forest Destruction, by John
Vandermeer and Ivette Perfecto; foreword by Vandana Shiva. Oakland, Calif.: Institute for Food and
Development Policy, c1995.

VATTER, Barbara, A Forest History of Douglas County Oregon to 1900: A Microcosmic Study of
Imperialism, New York: Garland Publishing, 1985.

VEHIK, Susan C., An Analysis of Pollen Samples From the Kelley Site, Doniphan County, Kansas,
Plains Anthropologist, 16(52) 1971:134-137.

VESTAL, Paul A., and Richard Evans Shultes, The Economic Botany of the Kiowa Indians, as it
Relates to the History of the Tribe, Harvard Botanical Museum, Cambridge, Massachusetts. 1939

WEAKLY, Harry E. , Dendrochronology and Archaeology in Nebraska. Plains Anthropologist 7(16)


1962:138-146.
Dendrochronology in the Central Plains. Kansas Anthropological Association Newsletter 10(2)
1964:1-9.
Tree Ring Dating and Archaeology in South Dakota. Plains Anthropologist Memoir 8, 16(54
pt.2) 1971:1-51.

WHITE, Richard, Land Use, Environment, and Social Change: A History of Island County, Washington,
Seattle: University of Washington Press, 1979.

WHITE, W. Thomas, "Main Street on the Irrigation Frontier: Sub-Urban Community Building in the
Yakima Valley, 1900-1910", Pacific Northwest Quarterly, 77:94-103 (1986)

WHITING, Alfred F., Ethnobotany of the Hopi. Northern Arizona Society of Science and Art,
Northland Press, Flagstaff. 1966

WHITLEY, Edward C., "Agricultural Geography of the Kittitas Valley, Washington," Pacific Northwest
Quarterly 61:3-18 (1950)
WHITNEY, Gordon, From Coastal Wilderness to Fruited Plain, 1994.

WIDNER, Ralph W., ed., Forests and Forestry in the American States: A Reference Anthology,
Wahington, Dc., 1968

WILLIAMS, Michael, Americans and Their Forests: A Historical Geography, Cambridge: Cambridge
University Press, 1989.

WILLSON, Lillian M., Forest Conservation in Colonial Times, St. Paul, Minn., 1948

WINTHER, Oscar, O., The Great Northwest: A History, New York: Knopf, 1950

WYMAN, Leland C. and Stuart K. Harris, The Ethnobotany of the Kayenta Navaho. University
of New Mexico Publications in Biology #5. 1951

WOOD, Richard C., A History of Lumbering in Maine, 1820-1861, Orono, Maine, 1935.

WORSTER, Donald, Rivers of Empire: Water, Aridity, and the Growth of the American West, New
York: Pantheon, 1985.

WRINCH, Leonard A., "The Formation of the Puget's Sound Agricultural Company", Washington
Historical Quarterly, 24:3-8 (1933)

YETT, Jane, "Women and Their Environments: A Bibliography for Research and Teaching",
Environmental Review, 8:1 (Spring 1984): pp. 86-94.

YODER, Fred R., "Pioneer Social Adaptation in Lincoln County, Washington 1875-1890", Research
Studies of the State College of Washington, 10:179-197 (1942)
"Pioneer Social Adaptation in Northwestern Washington 1885-1910", Research Studies of the
State College of Washington, 8:85-109 (1940)
"Pioneer Social Adaptation in the Palouse Country of Eastern Washington", Research Studies
of the State College of Washington, 6:131-159 (1938)

YOUNG, F. G., "Ewing Young and His Estate; a Chapter in the Economic and Community
Development of Oregon", Oregon Historical Society Quarterly, 21:171-315 (1920)

YOUNGQUIST, W. G. e FLEISCHER, H. O., Wood in American Life, 1776-2076, Madinson, Wis.,


1977.

ZAREMBA, Joseph, Economics of the American Lumber Industry, N. York, Robert Speller and Sons,
1963.

ZACKRISSON, L. Östlund, O. And H. Strotz, Potash Production in Northern Sweden: History and
Ecological Effects of a Pre-industrial Forest Exploitation, Environment and History, Volume 4, No.3,
1998

ZEISLER-VRALSTED, Dorothy, "Reclaiming the Arid West: The Role of the Northern Pacific Railway
in Irrigating Kennewick, Washington", Pacific Northwest Quarterly, 84:130-39 (1993)

ZIGMOND, Maurice L., Kawaiisu Ethnobotany, University of Utah Press, Salt Lake City, Utah. 1981

ZIVNUSKA, John A., U.S. Timber Resources in a World Economy, Baltimore, Resources for the
Future, Inc., 1967.
AGRICULTURA

O desenvolvimento da agricultura é considerado um dos factores fundamentais


de intervenção do Homem no quadro natural. O processo de sedentarização humana e a
consequente domesticação de animais e plantas implicaram a mais evidente expressão
desta mudança 155. Foi o coumt de Buffon quem primeiro se deu conta deste impacto,
sendo secundado por George Perkins Marsh em 1864 com "Man and Nature".
O impacto da agricultura no quadro natural é um tema de grande impacto na
Historiografia do Meio Ambiente. Aqui, para além dos estudos que tratam de História
de Agricultura, temos que evidenciar aqueles que estabelecem uma relação deste sector
de actividade com a Ecologia 156 e da perspectiva de uma intervenção harmónica através
de uma agricultura sustentada157. Neste contexto é evidente o papel assumido pela cana
de açúcar, cujos efeitos devastadores são notórios nas áreas onde a cultura se fez 158
Josué de Castro 159 traça-nos o retrato violento da cana de açúcar: "Já afirmou
alguém, com muita razão, que o cultivo da cana de açúcar se processa em regime de
autofagia: a cana devorando tudo em torno de si, engolindo terras e mais terras,
dissolvendo o húmus do solo, aniquilando as pequenas culturas indefesas e o próprio
capital humano, do qual a sua cultura tira toda a vida. E é a pura verdade... Donde a
caracterização inconfundível das diferentes áreas geográficas açucareiras, com seu
ciclo económico, com as fases de rápida ascensão, de esplendor transitório e de
irremediável decadência. ". Esta ideia é corroborada por Mário Lacerda de Melo 160:
"Dificilmente se encontrarão formas de utilização dos recursos dos solos que se
possam rivalizar com a agro industria canavieira quanto à capacidade de condicionar
um tipo de sociedade e de economia, de modelar um tipo de paisagem e de estruturar
um tipo de arranjo económico do espaço".
A cana de açúcar poderá ser considerada como a cultura agrícola mais
importante da História da Humanidade, pois provocou o maior fenómeno em termos de
mobilidade humana, económica, comercial e ecológica. A sua afirmação como cultura
agrícola é milenar e abrange vários quadrantes do planeta. É de todas as plantas
domesticadas pelo Homem aquela que acarreta maiores exigências. Ela quase que
escraviza o homem, esgota o solo, devora a floresta e dessedenta os cursos de água. A
sua exploração intensiva desde o século XV gerou grandes exigências em termos de
mão-de-obra, sendo responsável pela maior fenómeno migratório à escala mundial que
teve por palco o Atlântico: a escravatura de milhões de africanos. Ligado a tudo isso
está também um conjunto variado de manifestações culturais que vão desde a literatura
à musica e à dança.
Foi o Oriente descobriu a doçura, tendo a Papua Nova Guiné como Berço. Os
árabes fizeram-no chegar ao ocidente e foram os principais arautos da sua expansão.
Genoveses e venezianos encarregaram-se do seu comércio e Europa. Mas é nas ilhas
que ela encontrou um dos principais viveiros da sua afirmação e divulgação no
Ocidente: Creta e Sicília no Mediterrâneo, Madeira, Açores, Canárias, Cabo Verde e S.
Tomé no Atlântico Oriental Puerto Rico, Cuba, Jamaica, Demerara(…) nas Antilhas.
155
. Andrew Goudie, 1994, p. 20: "Both the domestication of animals and cultivation of plants have been among the most
significant causes of human impact". Cf. P. Ucko, 1969.
156
. A. Bergeret, 1997, N. Gligo, 1986, D. Vasey, 1992, W. Weischet, 1993, D. Helms, 1993, John Jones, 1993, B. Glaeser, 1995.

157
. G. Douglas, 1984, N. Jackson, 1984, M. Hatfield, 1994, Miguel Altieri, 1995, L. Burssarard, 1997..
158
. Cf. para Antilhas David Watts, 1987.
159
Geografia da Fome, R. Janeiro, 1952, p.73
160
O Açúcar e o homem, 1975
A realidade sócio-económica que serve de suporte ao açúcar diferencia-se no seu
percurso do Pacífico/Índico para o Mediterrâneo/Atlântico. Assim, no primeiro caso
não assume a posição dominante na economia, primando pelo carácter secundário,
enquanto no segundo é patente o seu efeito dominador na economia e
sociedade/associação ao escravo, que começa no Mediterrâneo e se reforça no
Atlântico.
A cana, tal como afirma Josué de Castro 161, é autofágica. A realidade histórica
dos últimos cinco séculos, em que ela assumiu um estatuto de produção em larga
escala, assim o confirma. Aquilo que aconteceu na Madeira dos séculos XV e XVI,
repetiu-se nas Canárias, Caraíbas e só não atingiu idênticas proporções no Brasil,
porque a mata atlântica era extensa. Mesmo assim aqui os problemas, embora mais
tarde, também tiveram lugar. Gilberto Freire 162 afirma que "o canavial desvirginou
todo esse mato grosso de modo mais cru pela queimada. A cultura da cana… valorizou
o canavial e tornou desprezível a mata".
O processo é simples. Para plantar a cana derruba-se ou queima-se a floresta.
Depois para fabricar o açúcar essa floresta faz falta para manter acesa a chama dos
engenhos, ou construir estas infra-estruturas. A cana tem na floresta o seu maior amigo
e inimigo. Um exemplo apenas evidencia a dimensão que assumiu este processo. Para
o Brasil no século XVIII cada quilo de açúcar equivale a 15 kg de lenha queimada,
dando média anual de 210.000 toneladas. A cada hectare deverá corresponder 200
toneladas 163. A evolução recente da mata atlântica no Brasil, passados mais de cem
anos sobre o incremento da máquina a vapor nos engenhos, continua a ser tragada por
outros agentes. Assim entre 1985 a 1990 ela perdeu 5.330 km2, ficando em
83.500km2, isto cerca de 8% da floresta encontrada portugueses em 22 de Abril de
1500.
Esta continuada acção devastadora é assim descrita:
"Durante quinhentos anos, a Mata Atlântica propiciou lucros fáceis: papagaios,
corantes, escravos, ouro, ipecacuanha, orquídeas e madeira para o proveito de seus
senhores coloniais e, queimada e devastada, uma camada imensamente fértil de cinzas
que possibilitavam uma agricultura passiva, imprudente e insustentável. A população
crescia cada vez mais, o capital "se acumulava", enquanto as florestas desapareciam;
mais capital então "se acumulava" - em barreiras à erosão de terras de lavoura, em
aquedutos, controle de fluxos e enchentes de rios, equipamentos de dragagem, terras de
mata plantada e a industrialização de sucedâneos para centenas de produtos outrora
apanhados de graça na floresta. Nenhuma restrição se observou durante esse meio
milénio de gula, muito embora, quase desde o início, fossem entoadas intermitentes
interdições solenes que, nos dias atuais, são contínuas e frenéticas." 164
Em 1660 o município de Salvador da Baía definiu um conjunto de medidas,
que não foram suficientes uma vez que em 1804 no Recôncavo era evidente a falta de
lenhas e madeiras 165. O desaparecimento da floresta próxima dos engenhos fazia
aumentar os custos de fabrico do açúcar, agora onerados com os da lenha.
O processo é similar nas regiões que antecederam o boom do açúcar americano.
Senão vejamos. Em Motril a primeira metade do século XVI é definida por uma quebra
da produção açucareira, atribuída à falta de lenhas, o que levou a uma tomada de

161
Josué de CASTRO, Geografia da Fome, R. Janeiro, 1952, p.73
162
Nordeste- aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do nordeste do Brasil, R. Janeiro, 1985
163
Warren DEAN, A ferro e fogo. A História e a devastação da mata atlântica brasileira, S. Paulo, 1995, pp.191-196
164
Ibidem, 380
165
Shawn W. MILLER, "Fuelwood in colonial Brazil: The economic consequences of fuel depletion for the Bahian Recôncavo,
1549-1820", in Forest and Conservation History, XXXVIII, 1994, pp. 181-192
medidas desde 1540 166. A situação repete-se na Madeira e Canárias 167, o que provoca
uma reacção dos proprietários de engenho, materializada em medidas exaradas em
ordens régias e posturas Municipais 168.
As ilhas, pela limitação do seu espaço, são as primeiras a ressentir-se desta
realidade. Sucede assim em ambos os lados do Atlântico, apontando-se como única
excepção as ilhas de S. Tomé e Príncipe. Nas Caraíbas a situação é igual. A ilha de
Santo Domingo, hoje Haiti e Rep. Dominicana, a cultura da cana teve um apogeu
curto de pouco mais de cinquenta anos, pois que em 1550 a notória escassez de lenha
conduziu ao abandono de muitos engenhos desde 1570. Já em Jamaica, a promoção
pelos ingleses da cultura, levou à busca de soluções. Primeiro o trem jamaicano que
terá sido a solução mais eficaz. Com este sistema de fornalha o aproveitamento de
lenha era evidente, pois apenas com uma só fogueira se conseguia manter as três
fornalhas. Concomitantemente tivemos o recurso ao bagaço como combustível. Note-
se que ambas as situações difundem-se primeiro nas Antilhas inglesas a partir da
década de oitenta do século XVII e só depois atingem as demais áreas açucareiras 169.
A generalização deste sistema aconteceu primeiro nas ilhas, carentes de lenha, e
só depois chegou ao Brasil. A sua entrada definitiva na industria açucareira do Brasil é
de 1806, altura em que Manuel Ferreira da Câmara, na Baía, adaptou o seu engenho a
esta nova situação. Todavia nesta época a grande inovação era já a maquina a vapor,
que começou a ser usada no Brasil a partir de 1815. Entretanto a Caldeira de vacuum,
inventada em 1830 por Norbert Rillius de New Orleans, foi a técnica que revolucionou
o fabrico do açúcar e que mais contribuiu para a economia de combustível.
Não ficam por aqui os efeitos negativos da actividade agrícola no quadro
natural. Vários são os estudos que nos elucidam sobre os efeitos resultantes da
domesticação de animais e plantas, processo que ocorre a partir de 800 A.C. Daniel E.
Vasey[1992] traça-nos esse processo e evidencia as transformações ocorridas a partir
da segunda metade do século XIX com o recurso a adubos quimicos, pesticidas e
herbicidas. Foi, aliàs, de acordo com este quadro que no após II Grande Guerra surgiu
o grito de Rachel Carson[1962] face a uma Primavera de silêncio e clama para que
todos a entendam: The history of life on earth has been a history of interaction between
living hings and their surroundings.(…) The most alarming of all man's assaults upon
the environment is the contamination of air, earth, rivers, and sea with dangerous and
even lethal materials" 170. Foi este grito ecologico sobre os efeitos dos produtos
quimicos que fez despertar a consciência de políticos, cientistas, fazendo despoletar a
afirmação do movimento e das publicações científicas e Historiográficas.

BIBLIOGRAFIA
Advances in Agroecology Proceedings of a Symposium held at the 15th International Congress of Soil
Science, Acapulco, Mexico, July 10-16, 1994.

166
. Antonio MALPICA CUELLO, "Medio físico y territorio- el ejemplo de la caña de azúcar a finales de la edad media", in
Paisajes del azucar, Actas del quinto seminario internacional sobre la caña de azúcar, Motril, 1995, p.34; Margarita M. BIRRIEL
SALCEDO, "la producción azucarera de la Andalucía mediterránea. 1500-1750", in Producción y comercio del azúcar de caña en
época preindustrial, Actas del tercer seminario d internacional, Motril, 1993, p.130.
167
Cf. James J. PARSONS, "Human influences on the pine and laurel forests of the Canary islands", in Geographical Review,
LXXI, nº.3, 1981, pp.253-271
168
Alberto VIEIRA,"introdução a estudo do direito local insular", in VII Colóquio de História Canario americana(1986), Las
Palmas, 673-712
169
. confronte-se David WATTS, Las Indias Occidentales. Modalidades de desarollo, cultura y cambio medioambiental desd
1492, Madrid, 1992
170
Silent Spring, p.23.
Agricoltura e Difesa dell'Ambiente, 2. ed. riveduta ed ampliata. - Roma: Instituto di Tecnica e
Propaganda Agraria, 1974.

Agriculture and the Environment, Washington, DC : [U.S. Dept. of Agriculture]: For sale by the Supt. of
Docs., U.S. G.P.O., [1991]

Agro-ecological Assessments for National Planning: the Example of Kenya, Soil Resources,
Management and Conservation Service, FAO Land and Water Development Division and International
Institute for Applied Systems Analysis. Rome: Food and Agriculture Organization of the United
Nations, c1993.

Agroecology / [edited by] C. Ronald Carroll, John H. Vandermeer, Peter Rosset. New York: McGraw-
Hill, c1990.

Agroecosystems of Smallfarmers and their Socio-economic Impact: a Case Study from Tête Chemin, St.
Lucia, W.I. / Wolf-Dietrich Sahr. Saarbrücken; Fort Lauderdale: Breitenbach, 1987.

ALTIERI, Miguel A. Agroecology: the Science of Sustainable Agriculture, with contributions by John
G. Farrell ... [et al.]. 2nd ed. Boulder, Colo.: Westview Press; London: IT Publications, 1995.

Anonymous, "Letters Descriptive of Oregon Country in Its Earlier Conditions, Oregon Historical
Society Quarterly, 4:178-184 (1903)

APPLEGATE, Jesse, "Umpqua Agriculture, 1851," Oregon Historical Quarterly 32:135-144 (1931)

ARRINGTON, L., "Irrigation in the Snake River Valley: An Historical Overview", Idaho Yesterdays,
30:3-11 (spring/summer 1986)

BALLOU, Robert, Early Klickitat Valley Days, Goldendale, Wash.: Printed by the Goldendale Sentinel,
1938.

BARRETT, Stephen W., Ethnohistory of Indian Fire Practices in Western Montana. Intermountain
Forest and Range Experiment Station, USDA Forest Service; and the Montana School of Forestry, 1979

BARRY, J. Neilson, "Agriculture in the oregon Country in 1795-1844", Oregon Historical Quarterly,
30:161-168 (1929)
"Use of Soil Products by Indians", Oregon Historical Quarterly, 30:43-52 (1929).

BAUMANN, P.B., Historical Evidence on the Incidence and Role of Common Property Regimes in the
Indian Himalayas, Environment and History, Volume 3, No.3,1997

BERGERET, A., Nourrir en Harmonie avec l'Environnement: Trois Études de Cas et al.], La Haye:
Mouton, c1977.

BIDWELL, Percy Wells [1888-], History of Agriculture in the Northern United States, 1620-1860, by
Percy W. Bidwell and John I. Falconer. Clifton [N.J.] A. M. Kelley, 1973.

BLOCH, Marc, Les Caractères Originaux de l’Histoire Rurale Française, Paris, A. Colin, 1931

BODY, Richard, Red or Green for Farmers (and the rest of us), Saffron Walden, Essex [England]:
Broad Leys, 1987.

BOENING, Rose M., "History of Irrigation in the State of Washington", Washington Historical
Quarterly, 9:259-276 (1918); 10:21-45 (1919)

A Brief history of the Committee on Agriculture, Nutrition, and Forestry, United States Senate, and
Landmark Agricultural Legislation, 1825-1986, Washington: U.S. G.P.O., 1986.

BRIGGS, Harold E., "The Early Development of Sheep Ranching in the Northwest", Agricultural
History, 11:161-180 (1937)
BRUSSAARD, Lijber, Soil Ecology in Sustainable Agricultural Systems, Ronald Ferrera-Cerrato. Boca
Raton: CRC/Lewis Publishers, c1997.

BRYANT, Vaughn M., Prehistoric Diets, University Lecture Series. Texas A&M University. College
Station. 1979

BURGER, Anna, The Agriculture of the World, Aldershot, England; Brookfield, Vt., USA: Avebury,
c1994.

CAMPBELL, Bruce M. S. e Mark Overton, Land, Labour and Livestock. Historical Studies in European
Agricultural Productivity, Manchester, Manchester University Press, 1991.

CARLOS CARAVAGLIA, Juan, "Ecosistemas y Tecnologia Agraria: Elementos para una Historia
Social de los Ecosistemas Agrarios Rioplatenses, 1700-1830", Desarrollo Económico, 28, nº.11, Buenos
Aires, 1989, pp.549-575.

CHAMBERS, Jonathan David, 1898- e G. E. Mingay, The Agricultural Revolution, 1750-1880, London,
Batsford [c1966]

CHARTRES, J. e D. Hey, English Rural Society 1500-1800. Essays in Honour of Joan Thirsk,
Cambridge, Cambridge Univ. Press, 1982.

CLEAVER, Frances, Water as a Weapon: The History of Water Supply Development in Nkayi District,
Zimbabwe, Environment and History, Vol.1 No.3

CLINQUART, Pierre, Le Terrier de Rabouillet, Pyrénées-Orientales: Description d'un Agrosystème


Méditerranéen Submontagnard au XVIIIe Siècle, Interprétation de sa Dynamique du XVIe au XIXe
Siècles, Poitiers: Faculté des Sciences, Service d'Écologie et Biogéographie, 1978.

COHEN, Mark N., The Food Crisis in Prehistory, Yale University Press. 1977

CONE, L. Winston e J. F. Lipscomb(ed.), The History of Kenya Agriculture, [Nairobi, Kenya]


University Press of Africa, 1972.

COULTER, Calvin B., "The Victory of National Irrigation in the Yakima Valley, 1902-1906", Pacific
Northwest Quarterly, 42:99-122 (1951).

CROSBY, Alfred W., "An Ecohistory of the Canary Islands: A Precursor of European Colonialization
in the New World and Australasia", Environmental Review, 8:3 (Fall 1984): pp. 214-35.

CUTLER, Hugh C., and Thomas W. Whitaker, History and Distribution of the Cultivated Cucurbits in
the Americas, American Antiquity, 261961:469-485.

DAHLBERG, Kenneth A., Beyond the Green Revolution: the Ecology and Politics of Global
Agricultural Development, New York: Plenum Press, [c1979]

DAVIDSON, B. R. (Bruce Robinson) e H.F. Davidson, Legumes, the Australian Experience: the
Botany, Ecology, and Agriculture of Indigenous and Immigrant Legumes, Taunton, Somerset, England:
Research Studies Press; New York: J. Wiley, c1993.

DEMAREE, Albert Lowther[1894-], The American Agricultural Press, 1819-1860, Philadelphia,


Porcupine Press, 1974.

DENOON, Donald, A Time to Plant and a Time to Uproot: a History of Agriculture in Papua New
Guine, edited by Donald Denoon and Catherine Snowden for the Department of Primary Industry.
[Papua New Guinea]: Institute of Papua New Guniea Studies, [198-]

DION, Roger, Histoire du Paysage Rural Français, Pais, Flamarion, 1991.


DOUGLAS., Gordon K, Agricultural Sustainability in a Changing World Order, Boulder, Colo.:
Westview Press, 1984.

DRUMHELLER, Daniel M., "Uncle Dan", Drumheller Tells Thrills of Western Trails in 1854, Spokane:
Inland-American Print Co., 1925.

DUBY, Georges e ª Wallon, Histoire de la France Rurale, 4 tomos, Paris, 1975-1876

DUNLAP, Thomas R, "Australian Nature, European Culture: Anglo Settlers in Australia",


Environmental History Review, 17:1 (Spring 1993): pp. 25-48.
"The Triumph of Chemical Pesticides in Insect Control 1890-1920", Environmental Review,
2:5 (Spring/Summer 1978): pp. 38-47.

DURHAM, Nelson W., History of the City of Spokane and Spokane County, Washington (Spokane: S. J.
Clarke Pub. Co., 1912)

ECKHOLM, Erik P., Losing Ground: Environmental Stress and World Food Prospects, 1st ed., New
York: Norton, c1976.

EKOS '91 :International Symposium at Ecology and Environment in Agriculture, 11.3-13.3., 1991,
Prague, CSFR / Institut of Scientific and Technical Information for Agriculture in Prague, House of
Technology in Prague., Praha: The Institut, c1991.

ELLISON, Joseph W., "The Beginnings of the Apple Industry in Oregon", Agricultural History, 11:322-
343 (1937).

ENDFIELD, Georgina H. And Sarah L. O'Hara, Conflicts Over Water in 'The Little Drought Age' in
Central Mexico, Environment and History,Volume 3, No.3,1997

FLANNERY, Kent V., The Origin of Agriculture, Annual Review of Anthropology, 2, 1973:271-310.

FIEGE, Mark, "Creating a Hybrid Landscape: Irrigated Agriculture in Idaho", Illahee, 11(1&2):60-76
(1995)

Ford, Richard I, Gardening and Farming Before A.D. 1000: Patterns of Prehistoric Cultivation North of
Mexico, Journal of Ethnobiology, 1(1)1981:6-27.
Patterns of Prehistoric Food Production in North America, In Prehistoric Food Production in
North America, edited by Richard I. Ford, pp.341-364. Museum of Anthropology Anthropological
Papers No.75, University of Michigan, Ann Arbor, 1985.

FRITZ, Gayle J. , Prehistoric Ozark Agriculture, The University of Arkansas Rockshelter Collections.
Ph.D. dissertation, University of North Carolina, Chapell Hill. 230 pages. University Microfilms, Ann
Arbor. 1986

FROST, Warwick, European Farming, Australian Pests: Agricultural Settlement and Environmental
Disruption in Australia, 1800-1920, Environment and History, Volume 4, No.2, 1998

GENO, Barbara J. , Food Production in the Canadian Environment, by Barbara J. Geno, Larry Geno.
Ottawa: Science Council of Canada: available from Printing and Pub. Supply and Services Canada,
1976.

GIBSON, James R., Farming the Frontier: The Agricultural Opening of the Oregon Country, 1786-
1846, Seattle: University of Washington Press, 1985.

GIFFORD, E. W. , The Analysis of Prehistoric Diets, Academic Press, New York. 1985

GILCREST, Evelyn, "Alvord Ranch Interlude: Life on a Celebrated Range", Oregon Historical
Quarterly, 63:304-341 (1962)
GLAESER, Bernhard, Environment, Development, Agriculture: Integrated Policy through Human
Ecology, Armonk, N.Y.: M.E. Sharpe, 1995

GLASSOW, Michael A., Prehistoric Agricultural Development in the Northern Southwest: A Study
in Changing Patterns of Land Use, Ballena Press Anthropological Papers No. 16, Socorro, New Mexico.
1980

GLEN, D.M., Ecology and Integrated Farming Systems: Proceedings of the 13th Long Ashton
International Symposium, edited by D.M. Glen, M.P. Greaves, H.M. Anderson. Chichester [England];
New York: Wiley, 1995.

GLIGO, Nicolo, Agricultura y Medio Ambiente en América Latina, 1a ed.Ciudad Universitaria Rodrigo
Facio: Editorial Universitaria Centroamericana; [San José, Costa Rica]: Sociedad Interamericana de
Planificación, 1986.

GODOY, Ricardo A., Mining and Agriculture in Highland Bolivia: Ecology, History, and Commerce
among the Jukumanis, Tucson: University of Arizona Press, c1990.

GOPAL, Lallanji, Aspects of History of Agriculture in Ancient India, Varanasi: Bharati Prakashan, 1980

GOSSETT, Gretts, "Stock Grazing in Washington's Nile Valley", Pacific Northwest Quarterly, 55:119-
127 (1964)

GRAY, L. C., History of Agriculture in the Southern United States to 1860, Clifton [N.J.] A. M. Kelley,
1973.

Great Plains Legal Culture and Irrigation Development: The Minitare (Mutual) Irrigation Ditch
Company, 1887-1896," Environmental history Review, 19:4 (Winter 1995): pp. 49-66.

GUILAINE, Jean, ed., Pour une Archéologie Agraire, Paris, Armand Colin, 1991.

HALBAKKEN, David S., A History of Wheat-Growing in Oregon during the Nineteenth Century,
Teses: University of Oregon, Eugene, 1948.

HARDING, Bruce C., "Water from Pend Oreille: The Gravity Plan for Irrigating the Columbia Basin",
Pacific Northwest Quarterly 45:52-60 (1954)

HATFIELD, J.L, Sustainable Agriculture Systems, edited by J.L. Hatfield, D.L. Karlen. Boca Raton:
Lewis Publishers, c1994

HAWKES, J. G., The Potato Evolution, Biodiversity and Genetic Resources, Washington D. C., 1990.

HEINTZELMAN, Oliver H., "The Evolution of an Industry: The Dairy Economy of Tillamook County,
Oregon", Pacific Northwest Quarterly, 49:77-81 (1958)

HEISER, C., Origins of Some Cultivated New World Plants, Annual Review of Ecology and
Systematics, 10, 1979:309-326.

HELMS, Douglas e Douglas E. Bowers(ed.), The History of Agriculture and the Environment,
Washington, D.C.: Agricultural History Society, 1993.

HICKS, Cedric Stanton, Sir[1892-], Man and Natural Resources: an Agricultural Perspective, London,
Croom Helm [1975]

HILL, Christopher V., "Water and Power: Riparian Legislation and Agrarian Control in Colonial
Bengal", Environmental History Review, 14 (Winter 1990): 1-20.

HUNT, Robert Lee, A History of Farmer Movements in the Southwest, 1873-1925 [s.l.: s.n., 1935?]
HURT, R. Douglas, Agricultural Technology in the Twentieth Century, Manhattan: Sunflower
University Press, 1991.
American Agriculture: A Brief History, Ames: Iowa State University Press, 1994
American Farm Tools: From Hand-Power to Steam-Power, Manhattan: Sunflower University
Press, 1982.
Indian Agriculture in America: Prehistory to the Preset, University of Kansas Press,
Lawrence, Kansas. 1987

JACKSON, Wes, Meeting the Expectations of the Land: Essays in Sustainable Agriculture and
Stewardship, edited by Wes Jackson, Wendell Berry, Bruce Colman. San Francisco: North Point Press,
1984.

JARCHOW, Merrill E. [1910-], The Earth Brought Forth; a History of Minnesota Agriculture to 1885,
by Merrill E. Jarchow. St. Paul, Minnesota Historical Society, 1949. New York, Johnson Reprint Corp.
[1970]

JELINEK, Lawrence J., Harvest Empire: a History of California Agriculture, San Francisco: Boyd &
Fraser, c1979.

JONES, E. L. (Eric Lionel), The Development of English Agriculture, 1815-1873; prepared for the
Economic History Society, London, Melbourne [etc.] Macmillan, 1968.

JONES, John Gareth(ed.), Agriculture and the Environment, New York: E. Horwood, 1993.

JUDSON, Katharine Berry, Subject Index to the History of the Pacific Northwest and of Alaska As
Found in the United States Government Documents, Congressional Series, in the American State
Papers, and in Other Documents, 1789-1881, Olympia: Lamborn, 1913.

JUDSON, Katherine Berry, "The Hudson's Bay Company and the Pacific Northwest", Century,
101:197-209 (1920)

KAISER, Harry M., Agricultural Dimensions of Global Climate Change, edited by Harry M. Kaiser,
Thomas E. Drennen. Delray Beach, Fla.: St. Lucie Press, c1993.

KELLER, J. E., The Subsistence Paleoecology of the Middle Neches Region of Eastern Texas, Ph.D.
dissertation, Department of Anthropology, University of Texas at Austin. 1974

KENDALL, Thomas S., "Thomas S. Kendall's Letter on Oregon Agriculture, 1852", Agricultural
History, 9:187-197 (1935)

KHAN, Farieda, "Soil Wars: The Role of the African National Soil Conservation Association in South
Africa, 1953-1959", Environmental History , Vol. 2, No. 4 October 1997 , pp. 439-459.

KINGSTON, Ceylon Samuel, "Introduction to Cattle Into the Pacific Northwest", Washington
Historical Quarterly, 14:163-185 (1923)

KUHLER, Joyce B., A History of Agriculture in the Yakima Valley, Washington, from 1880 to 1900,
Thesis: University of Washington, Seattle, 19xx.

KUMAR, Tuk-Tuk,[1955-], History of Rice in India: Mythology, Culture, and Agriculture, Delhi: Gian
Pub. House, c1988.

LADURIE, Em. Le Roy, Paysans de Languedoc, Paris, 1966.

LEE, Chan, A Culture History of Rice with Special Reference to Louisiana, Ph.D. dissertation,
Louisianna State University, Baton Rouge. 1960

LEE, Mabel Ping-hua[1897-], The Economic History of China; with Special Reference to Agriculture,
New York, AMS Press [1969]
LEHMAN, Tim, "Failed Land Reform: The Politics of the 1981 National Agricultural Lands Study",
Environmental History Review, 14:1-2 (Spring/Summer 1990): pp. 129-49.

LÉTOURNEAU, Firmin, Histoire de l'Agriculture (Canada Français), préf. De Lionel Groulx. [s.l.:
s.n.], 1950 (Montreal : Impr. populaire)

LEWIS, William S, The Story of Early Days in the Big Bend Country, Breaking Trails, Rush of Miners,
Coming of Cattlemen, Making of Homes, Pioneer Hardships in the Big Bend Country, Spokane: W.D.
Allen, 1926.

LOMAX, Alfred L., "History of Pioneer Sheep Husbandry in Oregon", Oregon Historical Quarterly,
29:99-143 (1928)
Pioneer Woolen Mills in Oregon; History of Wool and the Woolen Textile Industry in Oregon,
1811-1875, Portland: Binfords & Mort, 1941

LONG, Thelma S., Some Aspects of the Sheep Industry in Eastern Oregon from 1860-1910, Teses:
University of Oregon, Eugene, 1943.

LYMAN, William D., "Walla Walla County and Early History", Coast, 15:148-155 (1908)

MABBOTT, Leslie L., A History of the Wenatchee-Okanogan Apple Industry Prior to 1930, Thesis:
State College of Washington, Pullman, 1940.

MADISON, Mark, Potatoes Made of Oil: Eugene and Howard Odum and the Origins of American
Agroecology, Environment and History, Volume 3, No.2, 1997

MAGNUSSON, Elva C., "Naches Pass", Washington Historical Quarterly, 25:171-181 (1934)

MANNION, A. M. (Antoinette M), Agriculture and Environmental Change: Temporal and Spatial
Dimensions, Chichester: Wiley, c1995.

MANGELSDORF, Paul C., Corn: Its Origin, Evolution, and Improvement, Harvard University
Press, Cambridge, Massachusetts. 1974

MANGLESDORF, Paul C., Richard S. MacNeish, and Gordon R. Wiley 1971 Origins of Agriculture in
Middle America, In Prehistoric Agriculture:488-515. Stuart Struever, editor. Natural History Press,
Garden City, New York.

MANGLESDORF, Paul C., Richard S. MacNeish, and Walton C. Galinat, Archeological Evidence on
the Diffusion and Evolution of Maize in Northeastern Mexico, Harvard University, Botanical Museum
Leaflets 17(5) 1956:125-150.

MANGLESDORF, Paul C., Richard S. MacNeish, and Walton C. Galinat , The Domestication of Corn,
In Prehistoric Agriculture:472-86. Stuart Struever, editor. Natural History Press, Garden City, New
York. 1971

MARTEN, Gerald G. (ed.), Traditional Agriculture in Southeast Asia: a Human Ecology Perspective,
Boulder: Westview Press, c1986.

MASEFIELD, G. B. (Geoffrey Bussell), A Short History of Agriculture in the British Colonies,


Westport, Conn.: Greenwood Press, 1978, c1950

MEE, Margaret. Margaret Mee, in Search of Flowers of the Amazon Forests: Diaries of an English
Artist Reveal the Beauty of the Vanishing Rainfores, edited by Tony Morrison; foreword by H.R.H. the
Duke of Edinburgh. Woodbridge, England: Nonesuch Expeditions, c1988.

MEKOUAR, Mohamed Ali., The Environmental Impact of Economic Incentives for Agricultural
Production: a Comparative Law Study, Rome: Food and Agriculture Organization of the United
Nations, 1990.
MERCHANT, Carolyn, "Hydraulic Technologies and the Agricultural Transformation of the English
Fens", Environmental Review, 7:2 (Summer 1983): pp. 165-77.

METZNER, Joachim K.[1940-], Agriculture and Population Pressure in Sikka, Isle of Flores: a
Contribution to the Study of the Stability of Agricultural Systems in the Wet and Dry Tropics, Joachim
K. Metzner. Canberra, Australia; Miami, Fla.: The Australian National University, 1982.

MILLER, Ralph E.[1908-], The History of the School of Agriculture, 1851-1960, St. Paul: University of
Minnesota, Institute of Agriculture, Forestry, and Home Economics, [1979]

MIRANDA NETO, Manoel José de, A Opção Agroambiental: Dependência Alimentar e Exploração da
Miséria, Lucros do Caos e Paradoxos do Progresso, Belém [Brazil]: Editora Cejup, 1996.

MOOR , Jap de e Dietmar Rothermund (eds.), Our Laws, their Lands: Land Laws and Land use in
Modern Colonial Societies, Münster: LIT, [1994?]

MOREYRA DE ALBA, Beatriz Ines, La Producción Agropecuaria Cordobesa, 1880-1930: Cambios,


Transformaciones y Permanencias, Córdoba: Centro de Estudios Históricos, 1992

MORSE, Robert D., The Hudson's Bay Company Activities in the Oregon Territory, 1824-1846 (Thesis:
University of Oregon, Eugene, 1927)

NABHAN, Gary Paul, Enduring Seeds: Native American Agriculture and Wild Plant Conservation, San
Francisco: North Point Press, 1989.

NAREDO, José Manuel, La Evolución de la Agricultura en España (1940-1990); nota preliminar por
Manuel González de Molina.Granada: Universidad de Granada, 1996.

Natural Resources and the Human Environment for Food and Agriculture, Rome: Food and Agriculture
Organization of the United Nations, 1980.

NESBIT, Robert C. and Charles M. Gates, "Agriculture in Eastern Washington, 1890-1910", Pacific
Northwest Quarterly, 37:279-302 (1946)

NETTING, Robert McC., Smallholders, Householders: Farm Families and the Ecology of Intensive,
Sustainable Agriculture, Stanford, Calif.: Stanford University Press, 1993

NICOLINI, Luigi, Agricoltura e Dibattito Ecologico, 1. ed. Firenze: La nuova Italia, 1978.

Northern Pacific Railway Company, The Pacific Northwest. Facts Relating to the History, Topography,
Climate, Soil, Agriculture, Forests, Fisheries, Mineral Resources, Commerce, Industry, Lands, Means of
Communication, etc. of Oregon and Washington Territory, New York: 1882.

OLIPHANT, J. Orin, "History of Livestock Industry in the Pacific Northwest", Oregon Historical
Quarterly, 49:3-29 (1948)
"The Cattle Herds and Ranches of Oregon Country", Agricultural History, 21:217-238 (1947)
"The Cattle Trade from the Far Northwest to Montana", Agricultural History, 6:69-83 (1932)
"The Cattle Trade on Puget Sound", Agricultural History, 7:129-149 (1933)
"The Cattle Trade through the Snoqualmie Pass", Pacific Northwest Quarterly, 38:193-213
(1947)
"The Eastward Movement of Cattle from the Oregon Country", Agricultural History, 20:19-43
(1946)
"Winter Losses of Cattle in the Oregon Country", Washington Historical Quarterly, 23:3-17
(1932)
On the Cattle Ranges of the Oregon Country, Seattle: University of Washington Press, 1968.

ORWIN, Christabel Susan (Lowry) e Edith H. Whetham, History of British Agriculture, 1846-1914,
Newton Abbot, David and Charles, 1971.

PARRY, M.L., Climatic Change, Agriculture and Setlement, Folkestone, Dawon, 1978.
PALMER, Tim, The Snake River: Window to the West, Washington, D.C.: Island Press, 1991.

PATIÑO, Víctor Manuel, Historia de la Actividad Agropecuaria en América Equinoccial, 1. ed. Cali,
Impr. Departamental, 1965.

PEACOCK, Evan, Historical and Applied Perspectives on Prehistoric Land Use in Eastern North
America, Environment and History,Volume 4, No.1, 1998

PELZER, Louis, "A Cattlemen's Commonwealth on the Western Range", Mississippi Valley Historical
Review, 13:30-49 (1927)

PERKINS, John H., "Insects, Food, and Hunger: The Paradox of Plenty for U.S. Entomology, 1920-
1970", Environmental Review, 7:1 (Spring 1983): pp. 71-96.

PISANI, Donald J., From the Family Farm to Agribusiness: The Irrigation Crusade in California and
the West, 1850-1931, Berkeley: University of California Press, 1984.
To Reclaim A Divided West: Water, Law, and Public Policy, 1848-1902, Albuquerque:
University of New Mexico Press, 1992.
"Irrigation, Water Rights, and the Betrayal of Indian Allotment", Environmental Review, 10:3
(Fall 1986): pp. 157-76.

POST, John Dexter[1925-], The last Great Subsistence Crisis in the Western World, Baltimore: Johns
Hopkins University Press, c1977.[clima]

Problemi Economici nei Rapporti tra Agricoltura e Ambiente: atti del XXV Convegno di Studi della
SIDEA, Ancona, Ottobre 1988, [Roma]: Società italiana di economia agraria; [Bologna]: Il Mulino,
c1989.

PUBOLS, Ben H. and Heisig, Carl P., Historical and Geographic Aspects of Wheat Yields in
Washington, Pullman, State College of Washington, Agricultural Experiment Station Bulletin No. 355,
1937.

RASMUSSEN, Wayne(compil.), Agriculture in the United States: A Documentary History, New York:
Random House, 4 vols., 1975.

REAMAN, George Elmore[1889-1969], A History of Agriculture in Ontario, With forewords by


William A. Stewart and J. A. C. Auld., Don Mills, Ont., Saunders of Toronto, c1970.

REISNER, Marc, Cadillac Desert: The American West and Its Disappearing Water, New York: Viking
Penguin, Inc., 1986.

Report on Natural Resources for Food and Agriculture in the Asia and Pacific Region, Rome: Food and
Agriculture Organization of the United Nations, 1986.

RINDOS, David , Symbiosis, Instability, and the Origins and Spread of Agriculture: A New Model,
Current Anthropology, 21(6) 1980:751-772.
The Origins of Agriculture, An Evolutionary Perspective. Academic Press, New York. 1984

ROBB, Peter, Meanings of Agriculture: Essays in South Asian History and Economics, Delhi: Oxford
University Press, 1996.

ROSE, Jerome C., Barbera A. Burnett, Michael S. Nassaney, and Mark W. Blauer, Paleopathology and
the Origins of Maize Agriculture in the Lower Mississippi Valley and Caddoan Culture Areas, in
Paleopathology and the Origins of Agriculture, edited by Cohen, Mark N. and George J. Armelagos,
pp.393-425. Academic Press, New York. 1984

ROSSET, Peter, The Greening of the Revolution: Cuba's Experiment with Organic Agriculture, edited
by Peter Rosset and Medea Benjamin. Melbourne, Vic., Australia: Ocean Press, 1994.
RUSSELL, Edward J. (Edward John), Sir[1872-1965], A History of Agricultural Science in Great
Britain, 1620-1954, [by] Sir E. John Russell. Foreword by Sir Bernard Keen. London, Allen & Unwin,
1966.

SAHA, Santos C., A History of Agriculture in Liberia, 1822-1970: Transference of American Values,
Lewiston, N.Y., USA: E. Mellen Press, c1990

SALAMAN, Redcliffe N., The History and Social Influence of the Potato, N.Y., 1949, 1985

SÁNCHEZ GONZÁLEZ, Bartolomé, Políticas Agrarias y Desarrollo: Paraguay, 1954-1994, Asunción,


Paraguay: Amambay Ediciones, 1997.

SAUER, Carl, Agricultural Origins and Dispersals, N. York, American Geographical Society, 1952.

SCHAEFFER, Claude E., The Subsistence Quest of the Kutenai: A Study of the Interaction of Culture
and Environment, Ph.D. dissertation, University of Pennsylvania. 1940.

SCHAFFER, Daniel, "Managing Water in the Tennessee Valley in the Post-War Period", Environmental
Review, 13:2 (Summer 1989): pp. 1-16.

SEHGAL, J.L., Agro-ecological Regions of India, [et al.]. Nagpur, India: National Bureau of Soil
Survey & Land Use Planning, Indian Council of Agricultural Research, 1990.

SHAW, R. M., "Range Sheep Industry in Kittitas County, Washington", Pacific Northwest Quarterly,
33:153-170 (1942)

SMITH, Brian D., Origins of Agriculture in Eastern North America, Science, 246, 1989:1566-1571.

SMITH, Bruce D., The Independent Domestication of Indigenous Seed-Bearing Plants in Eastern North
America, Center for Archaeological Research, Southern Illinois University, Occasional Papers 7. 1986

SMITH, Craig S., Seeds, Weeds, and Prehistoric Hunters and Gatherers: The Plant Macrofossil
Evidence from South-Central Wyoming, Plains Anthropologist, 33(120) 1988:141-158.

SMITH, David C.(ed.), Climate, Agriculture, and History, Washington, D.C.: Agricultural History
Society, 1990.

SMITH, Frank E., Land and Water: Conservation in the United States, A Documentary History, New
York: Chelsea House, 2 vols., 1971.

SMITH, Mark, "The Political Economy of Sugar Production and the Environment of Eastern Cuba,
1898-1923", Environmental History Review, 19:4 (Winter 1995): pp. 31-48.

SOBOLIK, Kirstin D., Prehistoric Diet From the Lower Pecos Region of Texas, Plains Anthropologist,
36(135) 1991:139-152.

SOLBRIG, Otto T. & Dorothy J. Solbrig, So Shall You Reap, Washington, D.C.: Island Press, 1994.

SPIELMANN, Katherine A., Inter-Societal Food Acquisition Among Egalitarian Societies: An


Ecological Study of Plains-Pueblo Interaction in the American Southwest, Ph.D. dissertation, University
of Michigan, Ann Arbor. 1982

SPLAWN, Andrew Jackson, Ka-Mi-Akin, the Last Hero of the Yakimas, Portland, Ore.: Kilham Stat.
and Print. Co., 1917.

STEWART, Mart A., "Rice, Water, and Power: Landscapes of Domination and Resistance in the
Lowcountry, 1790-1880", Environmental History Review, 15:3 (Fall 1991): pp. 47-64.
STOCK, Janet Ann, The Prehistoric Diet of Hinds Cave, Val Verde County, Texas. Master's thesis,
Texas A&M University, University Microfilms International, Ann Arbor. 1983

STRATTON, Owen S., A Study of Early Oregon Agriculture, 1843-1850, Teses: Reed College,
Portland, Oregon, 1938.

TEBRAKE, William H., "Land Drainage and Public Environmental Policy in Medieval Holland",
Environmental Review, 12:3 (Fall 1988): pp. 75-93.
"Land Reclamation and the Agrarian Frontier in the Dutch Rijnland, 950-1350 A.D ",
Environmental Review, 5:1 (Spring/Summer 1981): pp. 27-36.

THAYER, William, Makepeace, Marvels of the New West, Norwich, Conn.: Henry Bill Pub. Co., 1887.

THORNTON, Joseph B.[1932-], The Agricultural Transformation of 19th Century Jamaica: a


Microgeographic Study of the Decline of the Plantation System and the Emergence of the Small Farm
System in the Parishes of St. Andrew and St. Thomas, Thesis(Ph.D.)Clark Universuty, 1980.

TRAVIS, Anthony S., "Poisoned Groundwater and Contaminated Soil: The Tribulations and Trial of
the First Major Manufacturer of Aniline Dyes in Basel", Environmental History, Vol. 2, No. 3 July
1997, pp. 343-365.

TROLLDALEN, Jon Martin, On the Fringe: a Systems Approach to the Evolution of the Environment
and Agricultural Production in the Gambia, West Africa, 1948-1983, Jon Martin Trolldalen. [Oslo]:
University of Oslo; Aas: NORAGRIC, 1991.

UCKO, Peter J. e G. W. Dimbleby(ed.), The Domestication and Exploitation of Plants and Animals,
London, Duckworth, 1969.

VALARCHÉ, Jean. Problèmes de l'Agriculture Suisse, Fribourg: Éditions Universitaires, c1975.

VALENTINE, Rodney J., "Pioneer Settlers' Abuse of Land Laws in the Nineteenth Century: The Case
of the Boise River Valley, Idaho", Agricultural History, 67:47-65 (Summer 1993)

VASEY, Daniel E., An Ecological History of Agriculture: 10,000 B.C.-A.D. 10,000, Ames: Iowa State
University Press, 1992.

WAGNER, Gail E., The Corn and Cultivated Beans of the Fort Ancient Indians, The Missouri
Archaeologist 47, 1986:107-136.
Uses of Plants by the Fort Ancient Indians, Ph.D. dissertation, Department of Anthropology,
Washington University, St. Louis. 1987
Corn in Eastern Woodlands Late Prehistory, Paper presented at the Conference on Corn and
Culture in the Prehistoric New World, Minneapolis. 1990

WASYLIKOWA, Krystyna, Analysis of Fossil Fruits and Seeds, In Handbook of Paleoecology,


edited by Bjorn E. Berglund, pp. 571-590. John Wiley, Chichester, 1986

WATERS, Donald J., An "Empire of Necessity": Capital Accumulation on West Indian Plantations and
the Problem of Artisan Manufacturing, 1620-1880, 1982, Teses (Ph. D.)Yale University, 1982.

WATSON, Patty Jo, The Impact of Early Horticulture in the Upland Drainages of the Midwest and
Midsouth, In Prehistoric Food Production in North America, edited by Richard I. Ford, pp. 99-147.
Anthropological Papers 75, Museum of Anthropology, University of Michigan, Ann Arbor. 1985

WATTS, David, West Indies: Patterns, Developpment Culture and Environmental Change since 1492,
London, Cambridge Univ. Press, 1987. [Edição em castelhano de 1992]

WEATHERWAX, Paul, Indian Corn in Old America, The Macmillan Company, New York. 1954
WEISCHET, Wolfgang, The Persisting Ecological Constraints of Tropical Agriculture, Wolfgang
Weischet and Cesar N. Caviedes. Harlow, Essex, England: Longman Scientific & Technical; New York:
Wiley, 1993.

WESTMACOTT, Richard Noble, New Agricultural Landscapes: Report of a Study / Undertaken on


Behalf of the Countryside Commission, by Richard Westmacott and Tom Worthington, during 1972.
Cheltenham: Countryside Commission, 1974.

WETTERSTROM, Wilma, Food, Diet, and Population at Prehistoric Arroyo Hondo Pueblo, New
Mexico. School of American Research Press, Santa Fe, New Mexico. (Arroyo Hondo Archaeological
Series, Vol. 6). 1986

WHITE, W. Thomas, "Main Street on the Irrigation Frontier: Sub-Urban Community Building in the
Yakima Valley, 1900-1910", Pacific Northwest Quarterly, 77:94-103 (1986)

WHITLEY, Edward C., "Agricultural Geography of the Kittitas Valley, Washington", Pacific Northwest
Quarterly, 61:3-18 (1950)
"Agricultural Geography of the Kittitas Valley, Washington", Pacific Northwest Quarterly,
41:3-18 (1950)

WILLS, Wirt H., Early Prehistoric Agriculture in the American Southwest, School of American
Research Press, Santa Fe, New Mexico. 1988

WING, E.S. y BROWN, A.E.: Paleonutrition. (Orlando). GOODMAN, A.H. et al.: 1984, Health
changes at Dickson Mounds, Illinois (A.D. 950-1300), in Paleopathology at the Origins of Agriculture
1979. (M.N. Cohen & G.J. Armelagos eds.): 54-73.

WING, Elizabeth S., and Antoinette B. Brown, Paleonutrition: Method and Theory in Prehistoric
Foodways, Academic Press, Inc. 1979

WINTER, Joseph C., Aboriginal Agriculture in the Southwest and Great Basin, Ph.D. dissertation,
University of Utah. 1974

WINTHER, Oscar, O., The Great Northwest: A History, New York: Knopf, 1950

WORSTER, Donald, Rivers of Empire: Water, Aridity, and the Growth of the American West, New
York: Pantheon, 1985.

WRINCH, Leonard A., "The Formation of the Puget's Sound Agricultural Company", Washington
Historical Quarterly, 24:3-8 (1933)

WYCKOFF, William, and Katherine Hansen, "Settlement, Livestock Grazing and Environmental
Change in Southwest Montana, 1860-1990", Environmental History Review, 15:4 (Winter 1991): pp.
45-71.

YANOVSKY, Elias, Food Plants of the North American Indians, United States Department of
Agriculture Miscellaneous Publications No. 237, 1936.

YANOVSKY, E., and R. M. Kingsbury, Analysis of Some Indian Food Plants, Journal of the
Association of Official Agricultural Chemists, Vol. 21, 1938, pp. 648-665.

YARNELL, Richard A., and M. Jean Black,Temporal Trends Indicated by a Survey of Archaic and
Woodland Plant Food Remains from Southeastern North America, Southeastern Archaeology, 4(2)
1985: 93-106.
Aboriginal Relationships Between Culture and Plant Life in the Upper Great Lakes Region,
Anthropological Papers, Museum of Anthropology, University of Michigan, No. 23. Ann Arbor, 1964.
Plant Food and Cultivation of the Salts Cave, In Archaeology of the Mammoth Cave Area,
edited by Patty Jo Watson, Academic Press, 1974.
Early Plant Husbandry in Eastern North America, In Culture Change and Continuity, edited by
Charled E. Cleland, 1976, pp. 265-273.
Domestication of Sunflower and Sumpweed in Eastern North America, In The Nature and
Status of Ethnobotany, edited by Richard I. Ford, pp. 289-299. Museum of Anthropology,
Anthropological Papers #67. 1978, University of Michigan, Ann Arbor.
Inferred Dating of Ozark Bluff Dweller Occupations Based on Achene Size of Sunflower and
Sumpweed, Journal of Ethnobiology, 1(1) 1981:55-60.

YODER, Fred R., "Pioneer Social Adaptation in Lincoln County, Washington 1875-1890", Research
Studies of the State College of Washington, 10:179-197 (1942)
"Pioneer Social Adaptation in Northwestern Washington 1885-1910", Research Studies of the
State College of Washington, 8:85-109 (1940)
"Pioneer Social Adaptation in the Palouse Country of Eastern Washington", Research Studies
of the State College of Washington, 6:131-159 (1938)

YOUNG, F. G., "Ewing Young and His Estate; a Chapter in the Economic and Community
Development of Oregon", Oregon Historical Society Quarterly, 21:171-315 (1920)

ZEISLER-VRALSTED, Dorothy, "Reclaiming the Arid West: The Role of the Northern Pacific Railway
in Irrigating Kennewick, Washington", Pacific Northwest Quarterly, 84:130-39 (1993)
PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

As publicações periódicas exercem um papel importante na divulgação da


ciência e na descoberta do mundo natural. No século XVII tivemos Journal des
Savants e Philosophical Transactions. Em finais do século XIX tivemos a popular
Science (1883) seguida em 1900 de Natural History. Depois disso, dentro de uma
perspectiva restrita de História do meio-ambiente, a publicação periódica mais
significativa surge em 1990: Environmental Review e Environmental History Review.
Este último publicado por American Society for Environmental History tem mudado de
título: Forest & Conservation History (1990-1995), Journal of Forest History (1975-
1989), Forest History (1959-1974), Forest History Newsletter (1957-1958).

1.CRONOLOGIA DAS PUBLICAÇÕES PERIODICAS


1631. Teofrasto Renaudot(1586-1653) publica a Gazeta de França

1665. Denis de Sallo(1626-1699) publica Journal des Savants


Em Londres publica-se: Philosophical Transactions

1804. Philadelphia Medical & Physical Journal

1810. American Mineralogical Journal

1817. American Monthly Magazine & Critical Review

1818. American Journal of Science

1822. New York Medical & Physical Journal


Western Quarterly Reporter of the Medical, Surgical & Nature

1823. Boston Journal of Philosophy & the Arts.

1827. Western Journal of Medical & Physical Sciences.

1828. Publica-se em Londres: The Magazine of Natural History.

1835. Magazine of Horticulture & Botany

1845. American Journal of Agriculture & Science

1846. Charleston Medical Journal and Review

1865. American Journal of Conchology

1883. Science

1887. Publica-se em Londres: Journal of Botany

1900. Natural History

1963. Publicação revista Environment

1990. Environmental Review


Forest & Conservation History
2.Guias
BOLTON, Henry Carrington, A Catalogue of Scientific and Technical Periodicals, 1665-1895, Second
edition. Washington: Smithsonian Institution, 1897. New York: Johnson Reprint Corp., 1965.

FOWLER, Maureen J., Guides to Scientific Periodicals: Annotated Bibliography, London: Library
Association, 1966.

GASCOIGNE, Robert Mortimer, A Historical Catalogue of Scientific Periodicals, 1665-1900: with a


Survey of their Development, New York: Garland Publishing, 1985.

Scientific and Technical Periodicals of the Seventeenth and Eighteenth Centuries: a Guide, Compiled by
David Kronick. Metuchen: Scarecrow Press, 1991.

Scudder, Samuel H., Catalogue of Scientific Serials of all Countries Including the Transactions of
Learned Societies in the Natural Physical and Mathematical Sciences, 1633-1876, New York: Kraus
Reprint Corporation, 1965.

World list of Scientific Periodicals Published in the Years 1900-1960, Fourth edition. Edited by Peter
Brown and George Burder Stratton. London: Butterworth, 1963-1965. Supplement. World list of
scientific periodicals: new periodicals titles, 1960-1968. London: Butterworth, 1970.

3.LISTA
Acta Botanica Fennica, Helsinki: Societas pro Fauna et Flora Fennica, 1925-. Irregular Vol.1(1925)-.
Obs. : Textos em filandês, alemão e inglês.

Acta Forestalia Fennica, [Helsinki]: Suomen Metsatieteellinen Seura, 1913-. Irregular Vol.1 (1913)-.
Obs.: "Arbeiten der Forstswissenschaftlichen Gesellschaft in Finland," 1913-. Textos em
filandês, sueco alemão e inglês; index 1913-72, 1v.

Acta Oecologica. Oecologia Generalis, [Paris]: Gauthier-Villars, 1980-. Trimestral. Vol. 1, no. 1-
10(1980-1989). ISSN: 0243-766X

African Journal of Ecology, Oxford [Eng., etc.] Published for the East African Wild Life Society by
Blackwell Scientific Publications. ISSN: 0141-6707

Agricole: Journal of Makerere Agricultural and Forestry Society, Kampala, Uganda: Faculty of
Agriculture, Issues for <1976-> published by Makerere University, Faculty of Agriculture and Forestry.

Ambio. A Journal of the Human Environment, Research and Management, [Stockholm]: Royal Swedish
Academy of Sciences; [Boston Universitetsforlaget] [distributor], c1972-, Bimensal, Vol. 1, no. 1 (Feb.
1972)-, ISSN: 0044-7447

American Forests, Washington, D.C.: American Forestry Association, - ISSN: 0002-8541 0002-854
1931-, Issued by: American Forests, Vols. for 1978-<1992> include section: National register of big
trees, also published separately <1994?->; Issues for Mar./Apr. 1995-Aug. 1995 include special section
titled: Urban forests, previously published separately.

Annales Botanici Fennici, 1964- ISSN: 0003-3847 Notes:Articles in English and German.Vols. for
1964- issued by Suomalainen Elèainja Kasvitieteellinen Seura Vanamo; for <1975-> by Suomen
Biologian Seura Vanamo.Supersedes: Suomalaisen Elèainja Kasvitieteellisen Seuran Vanamon
Kasvitieteellisièa julkaisuja; and in part: Archivum Societatis Zoologae Botanicae Fennicae 'Vanamo.'
Annual journal/ Forestry Association of Botswana. Gaborone, Botswana: The Association, 1984-:
Obs.: continuação: Annales botanici Societatis Zoologic Botanic Fennic Vanamo Archivum
Societatis Zoolog Botanic Fennic Vanamo. Helsinki: Societas Zoologica

Annales Botanici Fennici, Helsinki, Societas Biologica Fennica Vanamo, 1964-, Articles in English and
German. Vols. for 1964- issued by Suomalainen Elèainja Kasvitieteellinen Seura Vanamo; for <1975->
by Suomen Biologian Seura Vanamo. Supersedes: Suomalaisen Elèainja Kasvitieteellisen Seuran
Vanamon Kasvitieteellisièa julkaisuja; and in part: Archivum Societatis Zoologae Botanicae Fennicae
'Vanamo.'

Annual Journal (Forestry Association of Botswana), Annual journal/ Forestry Association of Botswana.
Gaborone, Botswana: The Association, 1984-

Annual Review of Ecology and Systematics, v. 1- 1970- Editor: 1970- R. F. Johnston Palo Alto, Calif.
Annual Reviews 23 v. 1- 1970- ISSN 0066-4162

Arboretum Amazonicum: iconographia dos mais importantes vegetães espontaneos e cultivados da


região amazônica, decada l-4; 1900-1906. Belém, Museu Paraense de Historia Natural e Ethnografia,
1900-1906. O 5 vol. Apareceu com a série em 1988: Arboretum Amazonicum. 5a década: iconografia
dos mais importantes vegetais espontaneos e cultivados da região amazônica, by Paulo B. Cavalcante.
Editor: J. Huber.

Asclepio: Archivo Iberoamericano de Historia de la Medicina y Antropologia Medica, 1964- Madrid:


Instituto "Arnaldo de Vilanova" de Historia de la Medicina, Consejo Superior de Investigaciones
Cientificas, 1964- v. Annual ISSN:0210-4466
Obs.: continua em Archivo Iberoamericano de Historia de la Medicina y Antropologia Medica
1954-1963

Atlantic Forestry Journal, [Halifax, N.S.: Atlantic Forestry Journal Pub., 1987]-, ISSN: 0832-5502
"Serving all forestry sectors in Atlantic Canada".

Audubon magazine July/Aug, 1961-July/Aug. 1966, [New York, N.Y.: National Audubon Society,
Quinzenal, Começa com v. 63, no. 4, July/Aug. 1961. ISSN: 0097-7136, Volumes 99(1966-1997)

Audubon Action, [New York, N.Y.: National Audubon Society, 1982-, Vol. 1, no. 1 (Oct. 1982)-, ISSN:
0738-2111

Audubon Field Notes, [New York]: National Audubon Society, [1947-1970], Periodicidade: quinzenal,
Vol. 1, no. 1 (Jan. 1947)-v. 24, no. 6 (Dec. 1970).
Obs.: Antigos títulos: Audubon magazine 0004-7694; American birds 0004-7686

Audubon Magazine, New York, National Audubon Society., v. 43-63, no. 3; Jan. 1941-May/June 1961.
ISSN: 0004-7694

Audubon Wildlife Report, New York, N.Y.: National Audubon Society, c1985-, Periodicidade: annual,
1985-, ISSN: 0885-6044

Australian Journal of Ecology, Oxford [Eng.] Published for the Ecological Society of Australia by
Blackwell Scientific Publications.

Australian Natural History [ANH], Continues:Australian museum magazine, Nature Australia,


Periodical, Sydney: Australian Museum, 1962-1995. Quarterly Notes:From Vol. 22, no. 12 (1989)
Obs.: titulo em ANH: Australian natural history; desde v. 24 (1) 1992: ANH

Behavioral Ecology and Sociobiology, Berlin, New York, Springer-Verlag, 1976-, 8 edições (2 vols.)
yearly, <1981->, ISSN: 0340-5443

Bibliographia Forestalis, 1941-, Berlin-Wannsee. Annual

Biological Conservation, v. 1- Oct. 1968-, Barking, Eng. [etc.] Applied Science Publishers [etc.] oito no.
Por ano, 1975-, Quarterly, 1968-74, Inglês e francês.
Biological Conservation, Barking, Essex England: Applied Science Publishers, 4 edições por vol., 3
vols. por ano <, 1979-> Vol. 1, no. 1 (Oct. 1968). ISSN: 0006-3207

Botanica Fennica Vanamo, 1964-, Quarterly, Vol. 1 (1964) -.


Obs.: Vols. for 1964- publicado por Suomalainen Elain- ja Kasvitieteellienen Seura Vanamo;
em 1975- por Suomen Biologian Seura Vanamo English and German

Botanical Jjournal of the Linnean Society, [http://www.hbuk.co.uk/www/ideal/journals/ bt.htm]. v. 62-


Jan. 1969- [London, New York] Academic Press. Academic Press, 111 Fifth Avenue, New York, N.Y.
10003 8 no. a year

Chemosphere, v. 1- 1972-, Oxford, New York, Pergamon Press. Bimonthly "Chemistry, physics, and
biology as focused on environmental problems."

Ciência Hoje: revista de divulgação científica da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ano
1, no. 1 (jul./agosto de 1982)-, [Rio de Janeiro]: A Sociedade, 1982-, Av. Venceslau Braz, 71, fundos,
casa 27, Rio de Janeiro, RJ, CEP 22290

Commonwealth Forestry Review(The), London: Commonwealth Forestry Association, [1962- ISSN:


0010-3381

Current Advances in Ecological Sciences, Oxford, New York, Pergamon Press. v. 1-14; Jan. 1975-Dec.
1988.
Titulos antigos: Current Advances in Ecological & Environmental Sciences 0955-6648, ISSN:
0306-3291

E : the Environmental Magazine, Norwalk, CT: Earth Action Network, c1990-, Bimensal vol. 1, no. 1
(Jan./Feb. 1990)-, ISSN: 1046-8021

East African Agricultural and Forestry Journal, Nairobi: Govt. Printer, [1960-. ISSN: 0012-8325 Some
issues combined. Issued by: East Africa High Commission, 1960-1961; East African Common Services
Organization, 1962-1967; East African Community, 1968-Apr. 1970; East African Agriculture and
Forestry Research Organization, July 1970- ; Kenya Agricultural Research Institute,

East African Wildlife Jjournal, [Oxford: Blackwell Scientific Publications, -1978]. ISSN: 0070-8038
Published for the East African Wild Life Society.
Obs.: Continuada em Março de 1979 por: African journal of ecology.

Earth Care Annual(The), [Vienna, Va.]: National Wildlife Federation; Emmaus, Pa.: Rodale Press;
[New York, N.Y.?]: Distributed by St. Martin's Press, c1990-

Ecologia Mediterranea, Marseille: Universite de Droit, d'Economie et des Sciences d'Aix-Marseille,


1975-. Annual, Vol.1(1975)-. Subtitulo: revue d'ecologie terrestre et limnique.

Ecology, [Tempe, Ariz., etc., Ecological Society of America, etc.] v. 1- Jan. 1920- "Official publication
of the Ecological Society of America."

Ecological Economics: the Journal of the International Society for Ecological Economics, Amsterdam,
The Netherlands; New York: Elsevier, c1989-. 6 ano, 1991-, Vol. 1, no. 1 (Feb. 1989)-, ISSN: 0921-
8009

Ecologist Quarterly(The), [Wadebridge, Eng.: Ecosystems Ltd., Trimestral. Nos.. 1 (spring 1978)-. 4
(winter 1978).
Títulos antigos: Ecologist 0012-9631; New Ecologist 0141-6952; Ecologist (Wadebridge,
England: 1979) 0261-3131. ISSN: 0142-0399

Ecologist(The) "Journal of the Post Industrial Age.", Wadebridge, Eng. : Ecosystems Ltd. 1979-, Vol. 9,
no. 3 (May/June 1979)-,
Títulos antigos: Ecologist Quarterly; New Ecologist. ISSN: 0261-3131
Ecology "Official publication of the Ecological Society of America", [Brooklyn, N.Y., etc. : Brooklyn
Botanic Garden, etc.], 6 números ao ano, Vol. 1 (Jan. 1920)-
Títulos antigos: Plant World 0096-8307, Vols. 1-30, 1920-49. 1 v.; vols. 31-50, 1950-69. 1 v.,
ISSN: 0012-9658

Ecology and Religion Newsletter, 1, Janeiro de 1973

Ecumene: a Journal of Environment, Culture, Meaning, [Ecumene (Sevenoaks, England) Sevenoaks,


Kent, U.K.: E. Arnold, 1994-, Trimestral, Vol. 1, no. 1 (Jan. 1994)-. ISSN: 0967-4608

Ekonesia: a Journal of Indonesian Human Ecology, Jakarta: Forum Penelitian dan Pengembangan
Antropologi Ekologi, Program Studi Antropologi-Program Pascasarjana, Universitas Indonesia, [1993-
ISSN: 0854-2163

Empire Forester, Syracuse, N.Y., SUNY College of Forestry. Annual. Issued by the Forestry Club of the
New York State College of Forestry at Syracuse University, 1919-55; by the Forestry Student
Association, 1956-60; by the college's Students Association, 1961-

Empire Forestry: journal of the Empire Forestry Association, London; New York: Macmillan, [1922]
Issue for Mar. 1922 called v. 1 but consititutes, v. 1, no. 1.

Empire Forestry Review, London: Empire Forestry Association, [1946-1962]. Whole numbering begins
with: v. 37 (1958) = no.91.

Environment Abstracts, Vol. 4, no. 1 (Jan. 1974)-, New York: Environment Information Center, 1974-,
Monthly. Published by: Environment Information Center, 1974-1981; by: EIC Intelligence Inc., 1982-
1987; by: Bowker A&I Pub., 1988-. Vols.
Obs.: 1980- edição encadernada anual. Vols. 1974-1987 com indice anual: Environment index.
Vols. for 1988-1993 o índice: Environment abstracts annual. Vols. for 1994- indice mensal dos volumes,
cumulativo por quatro números.

Environment Africa, No. 1 (Dec. 1980)-, Nairobi : Regional Office for Africa, UNEP, 1980-

Environment and Behavior, EB. Environment and Behavior <, Dec. 1969->, [Beverly Hills, Calif.] :
Sage Publications. Bimensal desde Jan. 1981->, Vol. 1, (June 1969)-. ISSN: 0013-9165

Environment this Month (The), Lancaster, Eng., MTP Environment Ltd. Mensal, v. 1, no. 1-2; July-Aug.
1972.
Titulos antigos: Environment & Change

Environmental Conservation, "The international journal devoted to maintaining global viability through
exposing and countering environmental deterioration resulting from human population pressure and
unwise technology." Lausanne, Elsevier Sequoia. Quarterly, v. 1- spring 1974-. ISSN: 0376-8929

Environmental History Review: EHR: a publication of the American Society for Environmental History,
HER, Newark, N.J.: New Jersey Institute of Technology, c1990-, American Society for Environmental
History.New Jersey Institute of Technology. Periodicidade quadrimestral Vol. 14, nos. 1-2
(spring/summer 1990)-.
Antigo título: Environmental Review (Pittsburgh, Pa.) 0147-2496. ISSN: 1053-4180 0147-
2496, Volumes 19(1990-1995)

Environmental History Review, Merged with: Forest & Conservation History, to form: Environmental
History.: EHR : a publication of the American Society for Environmental History.(HER). Newark, N.J.:
New Jersey Institute of Technology, c1990-1995. Periodicidade: trimestral.Vol. 14, nos. 1-2
(spring/summer 1990)-v. 19, no. 4(winter 1995).
Titulos antigos: Environmental Review (Pittsburgh, Pa.) 0147-2496; Forest & Conservation
History 1046-7009; Environmental History 1084-5453. ISSN: 1053-4180 0147-2496
Environmental Review An Interdisciplinary Journal, [Pittsburgh, Pa., American Society for
Environmental History]. Periodicidade: trimestral, No. 1-6, 1976-1978; v. 3-v.13, no.3-4 (fall1978-
fall/winter 1989),
Titulo antigo: Environmental History Review 1053-4180. ISSN: 0147-2496

Forest & Conservation History, Vol. 34, no. 1 (Jan. 1990)-v. 39, no. 4 (Oct. 1995). Durham, NC: Forest
History Society, 1990-1995. Forest History Society, 701 Vicker Ave., Durham, Quarterly.

Foresters, 1982- by: Institute of Chartered Foresters. Vols. 1 (1927)-10 (1936) with v. 9-10; Vols. 11
(1937)-20 (1950); Vols. 21 (1951)-30 (1958)

Forestry Abstracts, Slough, Eng., Commonwealth Agricultural Bureaux. Note: Quarterly, 1939-72;
monthly, 1973-74. Prepared by the Commonwealth Forestry Bureau. Includes supplements. Indexes:
Vols. 1-5, 1939-44. 1 v.

Forestry: Journal of the Institute of Forestry, Kathmandu: The Institute, English and Nepali.

Forestry: the Journal of the Society of Foresters of Great Britain, London: Oxford University Press,
ISSN: 0015-752X Vols. for <1939-> issued by: Society of Foresters of Great Britain; -1981 by: Institute
of Foresters; 1982- by: Institute of Chartered Foresters. Vols. 1 (1927)-10 (1936) with v. 9-10; Vols. 11
(1937)-20 (1950); Vols. 21 (1951)-30 (1958) Notes:, no. 1, published in 1939. Alguns números com
suplementos. Vols. for <1939-> issued by: Society of Foresters of Great Britain.

Forestry Abstracts, Slough, Eng., Commonwealth Agricultural Bureaux.Quarterly, 1939-72; monthly,


1973-74. Prepared by the Commonwealth Forestry Bureau. Includes supplements.

Forestry Quarterly, Ithaca, N.Y.: Cornell University, 1902-1916.Vol. 1 published under the direction of
a Board of Advisers of the Faculty and Alumni of the New York State College of Forestry; v. 2-14 under
the direction of a Board of Editors. In Jan. 1917, Forest quarterly merged with: Society of American
Foresters. Proceedings of the Society of American Foresters to form: Journal of forestry, and continued
the vol. numbering of the former.

GeoJournal, v. 1- 1977-, Wiesbaden, Akademische Verlagsgesellschaft.8 issues a year, 1984-,


Bimonthly, 1977-1983. "International journal for physical, biological and human geosciences and their
application in environmental planning and ecology." Includes occasional consecutively numbered
supplementary issues.

Ghana Forestry Journal, Kumasi, Ghana: Ghana Forestry Association, 1968-, None published 1968-
June 1976.

Ghana Journal of Forestry, Kumasi, Ghana: Forestry Research Institute of Ghana (CSIR), [1994-

Indian Forester(The), Dehra Dun, etc. Monthly. Began publication in 1875. Ceased publication with v.
96, no. 5, May, 1970?

Indian Journal of Ecology, [Ludhiana] Indian Ecological Society. ISSN: 0304-5250


Obs.: Australian journal of ecology, Published: Oxford [Eng.] Published for the Ecological
Society of Australia by Blackwell Scientific Publications.

Indian Journal of Forestry, Dehra Dun, Bishen Singh Mahendra Pal Singh. ISSN: 0250-524X Subtitulo:
"A quarterly journal of forestry, agriculture, horticulture, natural history, wild life, and field botany."

International Forest Fire News, Continues: Forest fire newsletter. Geneva [Switzerland]: ECE/FAO
Agriculture and Timber Division, [1989-. Semiannual Vol. numbering dropped with no. 2, Dec.
1989.Vol. 2, no. 1 (July 1989)-

International Journal of Ecology and Environmental Sciences, Published: Jaipur, International Scientific
Publications.
International Journal of Sustainable Development and World Ecology(The), London; New York:
Parthenon Pub. Group, 1994-

Irish Forestry; journal of the Society of Irish forestors, Wexford. ISSN: 0021-1192. Subtitulo: vol. 1:
The official publication of the Society of Irish Foresters.

ISLE(Interdisciplinary Studies in Literature and Environment), Indiana, PA: Indiana University of


Pennsylvania, Periodicidade: bienal, Primeiro nº1.1 (Primavera,1993), Numeros Publicados: 4(1993-
1997). ISSN: 1076-0962

Journal of Animal ecology(The), Oxford [etc.] Blackwell Scientific Publ. [etc.]. ISSN: 0021-8790 Edited
for the British Ecological Society.

Journal of Applied Ecology(The), Oxford [Eng.] Blackwell Scientific Publications. ISSN: 0021-8901
Edited for the British Ecological Society.

Journal of Beijing Forestry University, English ed. Beijing, People's Republic of China: Beijing Forestry
University, [1992-. ISSN: 1004-7301
Obs.: em Chinese: Pei-ching lin yeh ta hsèueh hsèueh pao.

Journal of Ecology(The),v. 1- Mar. 1913- Oxford [etc.] Blackwell Scientific Publ.Frequency 6 issues a
year, <1996>-Four no. a year, <1960>-

Journal of Forestry, Washington, Society of American Foresters.ISSN: 0022-1201


Obs.: Subtítulo "Official organ of the Society of American Foresters." Formed by the union of:
Forestry quarterly, and:Society of American Foresters. Proceedings of the Society of American
Foresters, continua numeração. Início publ. 1947 .

Journal of Ecology(The), v. 1- Mar. 1913-, Oxford [etc.] Blackwell Scientific Publ., 6 issues a year,
<1996>- Four no. a year, <1960>

Journal of Human Ecology, (Delhi, India) Journal of human ecology. Delhi: Kamla-Raj Enterprises,
1990- ISSN: 0970-9274

Journal of Human Ecology, Madrid, Spain: Universidad Autonoma de Madrid, 1990-, ISSN: 1130-071X
In English with summaries in English and Spanish.

Journal of Northeast Forestry University, (English edition). Harbin, China: Northeast Forestry
University, 1990- ISSN: 1002-5618

Journal of Sustainable Forestry, Binghamton, NY: Food Products Press, c1993- ISSN: 1054-9811.
Obs.: alguns numeros com títulos distintos.

Journal of the Cincinnati Society of Natural History(The), Cincinnati: The Society, 1878/79 [i.e. 1878 or
1879]-1945. ISSN: 0885-3487 Vols. 3-4 include four reports on archaeological explorations near
Madisonville, O., conducted under the direction of the Literary and Scientific Society of Madisonville.
(Also issued separately).

Journal of the Forestry Commission, London: Forestry Commission, 1922-1969. No. 1 (1922)-no. 36
(1968-69)

Journal of the South African Forestry Association(The), Pretoria: The Association, [1938]-1962. None
published 1945.Text mostly in English; some Afrikaans. No. 11-20, 1944-51, 1 v.; No. 21-30,1951-57, 1
v.; 31-40, 1958-62, 1 v.

Journal of Tropical Ecology, Cambridge [Cambridgeshire]; New York, NY :Published for INTECOL
and the ICSU Press by Cambridge University Press, 1985- ISSN: 0266-4674

Journal of Vegetation Science: official organ of the International Association for Vegetation Science,
Knivsta, Sweden: Opulus Press, [1990-. ISSN: 1100-9233 Imprint varies: Uppsala, Sweden, <1993->
Klinki: the Jjournal of the Forestry Society of the Papua New Guinea, University of, Papua New Guinea
University of Technology. Forestry Society.

Landscape Ecology,The Hague: SPB Academic Pub., c1987-. Periodicidade: Quarterly, Vol. 1, no. 1
(July 1987)-. ISSN: 0921-2973

Many Smokes, -v. 18, no. 2 (summer 1984). Reno, Nev.: Sun Bear, 1966-1984. 3 no. a year, 1982-
summer 1984, Quarterly, 1966-1977, 3 no. a year, 1978, 2 no. a year, 1979-1981.Began publication in
1966. Issues for spring 1974-1975 published in Klamath Falls, Or.; for 1976-summer 1984 in Spokane,
Wash. Publisher varies: Many Smokes Pub. Co., spring 1974-1975; Bear Tribe, winter 1976; Medicine
Chief of the Bear Tribe Medicine Society, 1976-summer 1984. Suspended publication during 1971.

Mesopotamia: the Journal of Agriculture and Forestry Research, Mosul, Iraq: College of Agriculture
and Forestry, University of Baghdad, 1966-.
Obs.: Textos em inglês; sumarios em Arabe.

National Parks & Conservation Magazine "The Environmental Journal", [Washington] National Parks
& Conservation Association], v. 44-54 (no. 271- ); Apr. 1970-Dec. 1980.
Titulos antigos: National Parks Magazine 0730-9473; National Parks (Washington, D.C.)
0276-8186. ISSN: 0027-9870

Natural History, [New York, American Museum of Natural History], v. 1- Apr. 1900-Mensal desde
1980.
Titulos antigos: Nature Magazine Jan. 1960. ISSN: 0028-0712

Natural History, [New York, N.Y.: American Museum of Natural History, [1919-. Mensal Dec. 1980-.
Vol. 19, no. 1 (Jan. 1919)-.
Titulos antigos: American Museum Journal (New York, N.Y.) 1049-1112; Nature Magazine
Jan. 1960. ISSN: 0028-0712

Naturaliste Canadien(Le), Quebec: Universite Laval, 1868-, Monthly 1868-Jan. 1942; Bimonthly
Feb./Mar. 1942- Nov./Dec. 1946; 1966-1979; Quarterly 1980-, Vols. 21-56 called also "2e serie". v. 1-
36; v. 57-73 called also "3e serie", v. 1-17 Vol. 1 (Dec. 1868) -. Notes: Cover subtitle v. 101 no. 6(Nov.-
Dec. 1974):

Nature Magazine "An illustrated monthly with popular articles about nature", [Baltimore, Md.:
American Nature Association], 1923-1959. Vol. 1 (Jan. 1923)-v. 52, no. 10 (Dec. 1959).
Titulos antigos: Nature-Study Review 0734-7006; Natural History Jan. 1960 0028-0712, Vol. 1
(1923)-v. 20 (1943)

Nature of Woman (The).. "An encycopedia & guide to literature", Inverness, Calif., Edgepress. 1980,
Warren, Mary Anne. ISSN: 0197-842X

Nature Study, "A journal of environmental education and interpretation", [Morehead, KY, etc.]
American Nature Study Society. Quarterly, v. 19- Mar. 1965-.
Titulos antigos: American Nature Study Society. ANSS news. ISSN: 0028-0860

Nature, [London, etc., Macmillan Journals ltd., etc.]. Semanal 1981-.v. 1- Nov. 4, 1869- v.390:no.6656
(1997:Nov. 13). ISSN: 0028-0836 0302-2889

Nature/Science Annual, New York: Time-Life Books. 1970-1978 ed. ISSN: 0085-3860

New Ecologist(The),"Journal of the post industrial age." With: The Ecologist quarterly, supersedes: The
Ecologist, [Wadebridge, Eng., Ecosystems Ltd.]. Bimensal, v. [8]-9, no. 2; Jan./Feb. 1978-Mar./Apr.
1979.
Titulos antigos: The Ecologist, ISSN 0012-9631; e juntou-se a Ecologist Quarterly 0142-0399
para dar origem a Ecologist (Wadebridge, England: 1979) 0261-3131. ISSN: 0141-6952

New Zealand Forestry: journal of the N.Z., Institute of Foresters Inc. Wellington, N.Z.:
New Zealand Journal of Forestry Science, [Rotorua, N.Z.: Forest Research Institute, ISSN: 0048-0134
Vols. for 1971-<76> issued jointly by the New Zealand Forest Service.

New Zealand Journal of Forestry(The), [Tokoroa, etc.] New Zealand Institute of Foresters. Official
journal of the New Zealand Institute of Foresters. ISSN: 0048-0134 Vol. 8, 1959-63, with v. 8, no. 5.
Vols. 9-11, 1964-66, with v. 11, no. 2. Vols. 12-14, 1967-69, with v. 14, no. 2.

Nigerian Journal of Forestry(The), Ibadan: Forestry Association of Nigeria,

Northern Journal of Applied Forestry, Bethesda, MD: Society of American Foresters, c1984-

Oikos. Supplementum, "Acta Oecologica Scandinavica" 1951-73; "A journal of ecology" 1975
[Copenhagen, Munksgaard], No. 1-15, 1951-73 (inclui v. 1-25, 1949-74 de Oikos) in 16, 1975.ISSN:
0078-4265

Pakistan Journal of Forestry(The), Peshawar [etc.] Pakistan Forest Institute [etc.]. ISSN: 0030-9818
Editor: 1951- S. A. A. Anvery

Papua New Guinea Journal of Agriculture, Forestry and Fisheries, Konedobu, Papua New Guinea:
Dept. of Primary Industry, 1984- ISSN: 0256-954X.

Philippine Journal of Forestry(The), Manila: Dept. of Agriculture and Commerce, 1938-, "Official
organ of the Bureau of Forestry." Suspended between 3d quarter of 1941 and June/Sept. 1947.
None published 1948. No more published? Vol. 1- issued by the Dept. of Agriculture and
Commerce; -issued by the Dept. of Agriculture and Natural Resources. Continues: Makiling echo.Other
authors: Philippines. Dept. of Agriculture and Commerce. Philippines. Dept. of Agriculture and
NaturalResources. Philippines. Bureau of Forestry.

Popular Science monthly(The) New York, D. Appleton v. 1-47; May 1872-Oct. 1895
Continuação: Appleton's popular science monthly

Popular Science, monthly [New York: McClure, Phillips and Co., 1900- Vol. 57 (June 1900)-v. 156, no.
6 (June1950)
Obs.: não publicou numero de Nov. 1919

Quarterly Journal of Forestry, London, Royal Forestry Society of England, Wales and Northern Ireland.
Official publication of the Royal Forestry Society. ISSN: 0033-5568 Published by the society under
earlier names: V.1-25, Royal English Arboricultural Society; v. 26-41, Royal English Forestry Society

Revue d'Ecologie et de Biologie du Sol, Continued by: European Journal of Soil Biology. Paris :
Gauthier-Villars, [1964] - 1991. Quarterly. Vol.1, no.1(Juin 1964) - v.28 (1991).
Notas: Textos em inglês, francês, alemão, espanhol; sumarios em Francês, inglês . ISSN: 0035-
1822

Science AAAS observer; Guide to scientific instruments, Cambridge, Mass.: Moses King, [1883-.
Semanal, [Vol. 1], no. 1 (Feb. 9, 1883)-v. 23, no. 581 (Mar. 23, 1894); New ser., v. 1, no. 1 (Jan. 4,
1895)-.
Titulos antigos: Science Scientific monthly 1958 0096-3771. ISSN: 0036-8075

Science, [Science (Weekly), Cambridge, Mass.: Moses King, [1883-, [Vol. 1], no. 1 (Feb. 9, 1883)-v.
23, no. 581 (Mar. 23, 1894); n.s., v. 1, no. 1 (Jan. 4, 1895).
Titulos antigos: Science 0036-8075; Scientific Monthly 0096-3771 Jan. 1958. ISSN: 0036-8075
003-8076

Science, [Washington, D.C., American Association for the Advancement of Science], 10 edições ano,
Nov. 1980-86, v. 1-7, no. 6; Nov./Dec. 1979-July/Aug. 1986. ISSN: 0193-4511
Scientific Monthly (The) [Washington, etc., American Association for the Advancement of Science, etc.]
v. 1-85; Oct. 1915-Dec. 1957 Note: Official publication of the American Association for the
Advancement of Science Edited for many years by J. M. Cattell
Obs.: continua obsorvido por Science

Scottish Forestry, Edinburgh, Royal Scottish Forestry Society. ISSN: 0036-9217 "The journal of the
Royal Scottish Forestry Society."

Sierra [San Francisco, Sierra Club], Monthly (except July/Aug. and Nov./Dec.), v. 62, no. 8- Oct. 1977-.
Titulos antigos: Sierra Club bulletin 0037-4725

Society and Natural Resources, New York: Taylor & Francis, 1988-, Vol. 1, no. 1(1988)-

South African Forestry Journal: the official journal of the S.A. Forestry Association = Suid-Afrikaanse
bosboutydskrif: die offisièelle tydskrif van die S.A. Bosbouvereniging. Pretoria: The Association, [1962-
1996] Chiefly English, with some Afrikaans. Issued by: S.A. Forestry Association in collaboration with
the S.A. Institute of Forestry, 1972-1989; by: Southern African Institute of Forestry, 1990-1996. No. 41
(Apr./June 1962)-60 (1967) 1 v.; No. 156 (1987)-177 (1996) 1 v. ISSN: 0038-2167

Soviet Journal of Ecology(The), New York, Consultants Bureau.Translation from the Russian. ISSN:
0096-7807 Notas: Bibliography of Agriculture 0006-1530 Vol. 18, Tradução de Russian. International
Journal of Ecology and Environmental Sciences. Jaipur, International Scientific Publications. ISSN:
0377-015X

Soviet Journal of Ecology(The), New York, Consultants Bureau. v. 2- Jan./Feb. 1971-.ISSN: 0096-7807

Terra Nova: Nature & Culture, Cambridge, MA: MIT Press, c1996-.
Periodicidade: trimestral, Vol. 1, no. 1 (winter 1996)-. ISSN: 1081-0749. Volumes publicados:
2 (1996-1997)

Trends in Ecology & Evolution, Amsterdam, The Netherlands: Elsevier Science Publishers, 1986-.
Annual, Vol. 1 -12(1986-1997)-. ISSN: 0169-5347

Western Journal of Applied Forestry, Bethesda, MD: Society of American Foresters, c1986-,- ISSN:
0885-6095 Jan. 1986, "premier issue".Publication of the Society of American Foresters.

Whole Earth Rev. Whole Earth Review, Sausalito, CA: Point, c1984-

Wildfire,Vol. 1, no. 1 (winter solstice issue 1984)-, [Spokane, Wash.: published by the Medicine Chief
of the Bear Tribe Medicine Society], 1984-.
Obs.: Continua com Many smokes

World Animal Review, Rome: FAO, 1972-. Quarterly. Suspenso entre no. 65 (1988) e 66 (1991), No. 1
1972-.
Ob.: Subtitulo: "A quarterly journal on animal health, production and products" desde nº.66
(1991). Outros títulos: Revue Mondiale de Zootechnie; Revista Mundial de Zootecnia,

Yale Conservation Studies, New Haven, Yale Conservation Club. v. 1-6; 1952-57.
PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO

MADEIRA DE EDEN A ARCA DE NOÉ


O madeirense e o quadro natural
™
Para a História do Ambiente no Arquipélago da
Madeira

FUNCHAL, 1998
DEFINIÇÃO DO TEMA

A Historiografia tem propiciado nos últimos anos uma grande abertura na temática e
forma de abordagem dos diversos aspectos da História. A História do Meio Ambiente é
um dos domínios que conquistou um lugar de destaque, tendo na Historiografia norte-
americana um lugar de grande relevo. A Historiografia norte-americana foi pioneira
neste tipo de abordagem e por isso mesmo foi a partir dos contactos com alguns dos
seus mais destacados historiadores, como D. Worster e Alfred Crosby, que tivemos
contacto com esta realidade.

Deste modo não será por acaso que a compilação bibliográfica que reunimos seja
baseada na sua quase totalidade na produção norte-americana. Na verdade é aí que
este novo domínio da Historiografia encontra maior número de adeptos e especialistas.
Também, por isso mesmo, é possível encontrar em qualquer das bibliotecas norte-
americanas essa volumosa bibliografia de que a que tivemos oportunidade de ler e
consultar nos últimos anos é apenas uma amostra.

Note-se que na Europa depois de alguns pioneiros estudos de F. Braudel e Emanuel Le


Roy Ladurie só nos últimos anos parece ter retornado o interesse pelo estudo da
evolução do quadro natural e da sua inter-acção com o Homem. Para além da
Inglaterra podemos assinalar a Finlândia, Itália e Espanha 171.

A leitura de alguns dos títulos mais destacados desta bibliografia, como sejam os textos
de A. Crosby 172, Donald Worster 173, R. Nash 174, J. Donald Hughes 175 e R. A. Grove 176,
despertaram em nós o entusiasmo pelo estudo da temática, ao mesmo tempo que nos
incutiram a curiosidade pela melhor elucidação das informações avulsas que
encontramos em quase todos eles sobre o papel específico da Madeira. Foi, na verdade
esta última situação que nos levou a definir o presente projecto de investigação em que
se pretende aclarar e fundamentar essas referências com uma abordagem exaustiva da
inter-acção do madeirense com o quadro natural.

A ilha ficou como um marco da intervenção do homem no quadro natural. A densa


florestal desapareceu num ápice por força da necessidade das culturas que alimentaram
a dependência do mercado madeirense à Europa. A cana de açúcar tem na Madeira a
sua primeira experiência em larga escala e rapidamente são visíveis os efeitos do seu
impacto ecológico. Por outro lado a permanente vinculação da ilha ao mundo colonial
britânico desde a segunda metade do século XVII fez com que a Madeira se tornasse
numa das peças chaves da História da Ciência. Em pouco tempo a ilha transformou-se
num laboratório vivo que atraiu cientistas ingleses, franceses e alemães. Estes são dos

171
. Manuel Gonzalez de Molina(ed.), Historia y Ecologia, Madrid, 1993.

172
.Nomeadamente The Columbin Exchange, Nestport, 1973; Imperialismo Ecológico, S. Paulo, 1993

173
. The Ends of the Earth, Cambridge, 1988
174
. American Environmentalism, N. York, 1990.
175
. Pan’s Travail, Baltimore, 1994
176
. Green Imperialism, Cambridge, 1995.
dois motivos suficientes que dão suporte a um considerável números de questões sobre
o devir histórico madeirense e que permitem usar as diversas fontes documentais na
construção de uma diferente visão da História da ilha. Em certa medida é a
oportunidade de dar voz ao quadro natural e através das suas múltiplas manifestações
com evidências e testemunhos históricos torná-lo inteligível.

Perante isto podemos a afirmar que aquilo que nos propomos concretizar não se
resume apenas a uma História do Meio Ambiente que se preocupa com a relação do
Homem com o quadro natural que o envolve, mem tão pouco uma História da Ciência
que se preocupe liminarmente com os nomes dos cientistas e as suas descobertas. A
envolvência da ilha leva-nos a atender aos dois aspectos em simultâneo e a procurar
entender, não apenas o papel da ilha, mas fundamentalmente o que derivou desse
protagonismo para a realidade interna do próprio arquipélago.

O desenvolvimento do tema privilegiará por uma lado esse papel da ilha na evolução
da Ciência europeia dos séculos XVII a XIX, através dos inúmeros cientistas que
fizeram escala aqui e nos deixaram as suas impressões de viagem, os seus estudos
científicos, as suas compilações botânicas e herbários, as suas gravuras. Estamos assim
perante um domínio de grande interesse e merecedor da nossa atenção.

Aqui uma das tarefas fundamentais será a recolha de toda essa informação imprensa
sobre a forma de livro e gravuras e ao mesmo tempo fazer apelo aos núcleos
documentais de alguns jardins botânicos e sociedades científicas europeias. Neste
contexto é necessário dedicar igual atenção À literatura científica e à de viagens, pois
ambas apresentam informação de grande interesse para esta abordagem. A compilação
aqui apresentada reúne apenas aquilo que foi possível reunir até ao pressente, baseado
apenas nos fundos bibliográficos da Madeira e da Biblioteca Publica de Nova York 177.

177
. O acesso à British Library, uma das mais ricas neste conjunto de informação só será possível depois da mudança definitiva dos
livros e da sua disponibilização ao público.
ASPECTOS A DESENVOLVER NO PRESENTE PROJECTO

1. O EDEN
1.1 O mito do Eden: da antiguidade ao século XV
1.2. A descoberta do Eden: os portugueses, a revelação e transformação
1.3. A redescoberta do Eden: o turismo dos séculos XIX e XX
1.4. A reinvenção do Eden: a literatura, a gravura

2. A FERRO E FOGO
2.1. a conquista do espaço: socalcos e levadas
2.2 O açúcar e meio ambiente: uma história de autofagia
2.3. A madeira da Madeira: as serras de água, o comércio de lenha e tabuado
2.4. Em defesa da madeira: as posturas municipais

3. A VINGANÇA DA NATUREZA
As aluviões, a erosão, a seca, o clima

4. A ARCA DE NOÉ

4.1. da Europa ao Novo mundo: o processo de mundialização da fauna e


flora
4.2. do Novo Mundo à Europa: o exotismo, os novos sabores e a riqueza
4.3. O Homem à descoberta da Natureza: a Ciência dos séculos XVIII e XIX
4.4. A outra Arca de Noé: os jardins botânicos,
4.5. O império do verde: a defesa do quadro natural e os parques ecológicos

BIBLIOGRAFIA E FONTES
APRESENTAÇÃO DOS TEMAS

1. O EDEN
A ideia de Eden perpassa o pensamento cristão e manteve-se como uma constante
do processo de descoberta e conquista do espaço Atlântico 178. A Madeira
enquadra-se dentro desse espirito sendo insistente a recorrência poética. É
significativo que os dois gémeos, os primeiros nascidos na ilha, tenham sido
baptizados de Adão e Eva 179. Esta ideia está presente no espírito dos
descobridores mas também daqueles eruditos e aristocratas que frequentaram a
ilha a partir da segunda metade do século XIX. O Turismo, que tem na ilha um
dos primeiros destinos da aristocracia europeia é alicerçado nessa ideia e nas
condições que a mesma oferece para a cura da tísica pulmonar.

2. A FERRO E FOGO

Parafraseando o livro de Warren Dean 180 sobre o Brasil podemos afirmar que a
humanização do Eden madeirense só foi possível pela força do fogo e do ferro. O
Fogo, o célebre incêndio que segundo a tradição devastou a ilha por sete anos,
deu lugar aos diversos instrumentos que auxiliaram o ilhéu na construção de poios
e na transformação das encostas em verdadeiros jardins de searas, canaviais e
vinhedos. Duas situações tiveram um impacto inevitável na paisagem madeirense:
as levadas e a cana de açúcar. Os seus efeitos sobre o quadro natural são
conhecidos noutras áreas e aqui a situação não foge à regra. Na verdade a
agricultura é um processo de transformação do quadro natural que contribui de
forma directa para inúmeras mudanças ecológicas 181.

3. A VINGANÇA DA NATUREZA

As aluviões são a vingança da natureza no entender do homem do século XIX. A


configuração quase piramidal da ilha, sulcada de inúmeras ribeiras, e o facto das
melhores áreas agrícolas e os núcleos de povoamento se situaram junto a estas,
evidenciaram os efeitos catastróficos das enxurradas. E estas acontecem porque as
encostas se encontram escarpas, desprovidas de arvoredo, levando a que a água
das chuvas corra torrencialmente para as ribeiras. Na primeira metade do século
XIX atinge-se a situação limite de total abandono a falta de cautela perante este
perigo, surgindo também as aluviões de maior efeito em toda a ilha.

178
. Cf. Jean Delumeau, Une Histoire du Paradis. Le Jardin des Délices, Paris, 1992; S. Buarque de Holanda, Visão do Paraíso.
Os Motivos Edénicos no Descobrimento do Brasil, S. Paulo, 1992; C. L. Sanford, The Quest for Paradise, Urbana, 1961.
179
. C.f Ernesto Gonçalves, Portugal e a Ilha, Funchal, 1992, pp.13-18
180
. A Ferro e Fogo. A História e Devastação da Mata Atlântica, S. Paulo, 1996.
181
. Confronte-se Guia Bibliografico o tema Agricultura. Este papel da agricultura tem sido um tema de grande interesse pelos
especialistas. Confronte-se: I.G. Simmons, Changing the Face of the Earth, Cambridge, 1996; A. M. Mannion, Global
Environmental Change, London, 1997; H. Wheatey(ed.), Agriculture resource Explotation nd Environmental Change, Hampshire,
1997.
4. A ARCA DE NOÉ

A arca de Noé é mais um símbolo bíblico capaz de definir a atitude do homem


com face ao quadro natural. A ilha funcionou em certa medida face à História
botânica como a arca de Noé do Novo Mundo. Mas no fundamental aquele papel
que mais evidenciou o protagonismo da Madeira foi o de espaço ou jardim de
aclimatação de plantas com valor económico, ornamental e científico. A ilha
mercê das suas condições climáticas e da sua função nas rotas oceânicas,
nomeadamente no que concerne aos ingleses, rapidamente se transformou num
espaço de aclimatação de plantas.

A SITUAÇÃO DOS TEMAS A ABORDAR

Olhando à historiografia madeirense é evidente uma insistente abordagem de


temas que se relacionam com os problemas causados pela desflorestação da ilha e
das medidas de protecção. Note-se o particular interesse dos políticos e estudiosos
madeirenses por estas questões, nomeadamente no período que decorre entre
finais do século XIX e inícios do presente. A situação a que havia chegado o
coberto florestal da ilha, os incêndios que então se sucederam, tornaram
pertinente esta desmesurada atenção. Todavia esta abordagem é feita de acordo
com o interesse dos homens da época, da sua salvaguarda e protecção face à
perigosidade eminente das encostas escalvadas que circundam a cidade. É pouco
evidente na maioria destes estudos a necessidade de um relacionamento
harmónico do homem com o quadro natural e a definição de formas de
desenvolvimento económico de acordo com isso. Um dos raros estudos que abre
perspectivas para essa abordagem é de Orlando Ribeiro 182.

ANEXO

A SITUAÇÃO DOS ESTUDOS SOBRE O TEMA

O ponto da situação dos estudos sobre a História do Meio-Ambiente e o rumo que


esta área temática tem tido nos últimos anos é feito nesta compilação em anexo,
sempre antecedida de um comentário e do colocar de algumas questões
consideradas pertinentes para a sua abordagem.

182
. Ilha da Madeira até meados do Século XX, Lisboa, 1985
1. História do Meio Ambiente: guia bibliográfico

Guia bibliográfico comentado sobre a temática em questão. Este guia foi feito como
forma de iniciação aos interessados no tema, sendo resultado das pesquisas feitas nos
últimos anos nalgumas das mais importantes bibliotecas norte-americanas,
completadas com o recurso à Internet.

1. A Madeira e a História do Meio Ambiente

Introdução ao tema e compilação da informação imprescindível para a investigação da


temática no arquipélago da Madeira. As orientações incidem sobre os diversos
instrumentos de trabalho onde surgem as compilações de gravuras, aos textos poéticos
e literários, a documentação mais significativa e alguns dos mais interessantes estudos
monográficos sobre a temática ou domínios conexos.
HISTORIA DO MEIO AMBIENTE
Guia bibliográfico

Funchal, 1998
Com este guia e compilação pretende-se orientar o leitor interessado no conhecimento
da produção bibliográfica. Para isso, a cada tema juntaram-se breves textos
introdutórios, ou uma indicação para uma pesquisa mais aprofundada com a procura nas
diversas bibliotecas especializadas neste tipo de fundos bibliográficos.

A actualidade da edição disponível muitas vezes via Internet permite um acesso rápido e
imediato. Deste modo deu-se atenção, quando possível, a este novo suporte que está a
revolucionar as formas de acesso à informação. A maior parte da pesquisa foi feita nas
Bibliotecas do Congresso em Washigton e Publica de Nova York, da biblioteca da
Univ. de Columbia(NY), na Biblioteca do Museu de História Natural(NY),
completando-se a informação por pesquisas on-line através da Internet.

A cronologia das edições permite fazer o enquadramento histórico da abordagem da


temática, situação imprescindível na compreensão dos conteúdos que são um reflexo de
conjunturas que marcaram a evolução da História da Ciência e da relação do Homem
com o meio natural.

A bibliografia arruma-se em Biobibliografias, um inventário geral, publicações


periódicas e uma ordenação por temas fundamentais: História da Ciência, Religião, A
Arte, Ecofeminismo, Agricultura, a Floresta e Literatura. No conjunto desta produção
bibliográfica aqui reunida merecem destaque isolado os autores e textos considerados
clássicos, por aquilo que deram de forma directa ou indirecta para a afirmação da
História da Ciência e do Meio Ambiente, do conhecimento do quadro natural que nos
rodeia e no germinar de uma diferente visão da relação do homem com o meio natural.
A História do Meio Ambiente é uma criação da geração de sessenta do presente século,
mas lança as suas raízes em épocas recuadas.

Este conjunto de autores, que se repartem entre a observante extasiado e o cientista


atento, são os pilares fundamentais da História da Ciência nos séculos XVIII e XIX, ou
então a expressão plena do romantismo literário. Aqui estão reunidos alguns dos
protagonistas mais marcantes desta geração. No domínio da História da Ciência temos:
Comte de Buffon, Carl von Linné, Joseph Banks, Charles Darwin, Ernst Haeckel, John
James Adubon. A Literatura da descoberta e defesa da natureza tem nos EUA uma
conjuntra influente de autores que influenciaram o mundo europeu. São eles: Gilbert
White, David Henry Thoreau, Thomas H. Huxley, John Muir e William H. Hudson.
Neste domínio é rica a oferta digital, como se poderá verificar através da listagem das
páginas web, onde é possível encontrar os textos fundamentais.

Num domínio à parte reunimos a informação referente ao arquipélago da Madeira .


Aqui estão reunidos os testemunhos de autores nacionais e estrangeiros. Os Livros
ilustrados e as gravuras apresentam-se também como uma fonte fundamental para a
descoberta da evolução do quadro natural. Eles são um dado imprescindível na
descoberta da relação dos madeirenses e visitantes com o quadro natural.
HISTORIA DO AMBIENTE- TEORIA

Man and nature is the basic fundamental fact of History. The relationship is
mutual and necessary". Arthur A. Ekirch, Man and Nature in America,
Colombia, 1963

A História do Meio ambiente é sem dúvida uma criação do mundo científico e


universitário americano e por isso teve aqui desde a sua origem até a actualidade uma
valorização inexcedível. A década de sessenta foi o momento ideal para o seu
nascimento, contribuindo para isso alguns trabalhos que hoje são um marco do alerta
para a situação em que o Homem estava intervindo e destruindo o meio natural. São
dois os livros que se assumem como o despertar das consciências dos cidadãos e dos
políticos para esta cruzada. Em 1962 Rachel Carson publica "Silent Spring",
considerado o verdadeiro alerta para os efeitos do "DDT" sobre a Natureza e ficou como
o grito de alerta às autoridades e motivo de reflexo de jovens de gerações de
académicos. Seis anos depois juntou-se o texto de Paul Ehrlich: The Population
Bomb 183.
A década de sessenta é na verdade o momento de afirmação simultânea do
movimento ambientalista na historiografia com a "Environmental History". Daqui
deverá resultar, certamente, a tendência para identificação de "Environmental History"
com a História do ambientalismo 184, o que é insistentemente negado pelos teóricos e
historiadores desta nova disciplina.
O ambiente não foi apenas motivo de denuncia pública, mas também de
reflexão filosófica e historiográfica. E é precisamente neste domínio que ganha forma o
novo domínio historiográfico. Na década de setenta para além de se assistir as reedições
de clássicos do século XIX, como Henry David Thoreau e Ralph Aldo Emerson 185, é de
salientar a publicação destas novas reflexões. O ciclo inicia-se em 1935 com Paul Sears
em Deserts on the March e prossegue na década de cinquenta. Primeiro em 1957 com
"Nature and the American” de Hans Hunt, que é secundado com "Conservation and the
Gospel of Efficiency" de Samuel P. Hays(1959). O movimento prossegue nos anos
imediatos com uma maior precisão temática:
1963: Man and Nature in America de Arthur A. Ekirch Jr.
1967: Wilderness and the American Mind de R. Nash
In the House of Stone ou Light: A Human History oh the Grand Canyon
de J. Donald Hughes.
1970: The Greening of America de Charles A. Reich
1972. Columbian Exchange de A. Crosby
1973: American Environmentalism de Donal Worster 186

Este movimento, tal como o referimos, ganhou fortes raízes nos meios
académicos 187. Deste modo por iniciativa de R. Nash, na Universidade de Califórnia,
183
Carl G. Hernsl, Green Culture, 1996, pp.21-45.
184
. D. Worster "World without borders: the internationalizing of environmentel History: critical issues", K. E. Bailes (ed.)
Environmental History: critical issues in comparative perspective, Lanham, 1985, 664.

185
. Sand County Almanac foi reeditado em 1968.
186
. Char Miller e Hall Rothman, Out of the Woods. Essays in Environmental History, Pittsburgh, 1997, XXII-XXIII.
Donald Worster na de Yale e Brandeis no Hawaii a disciplina entrou nos currículos de
ensino. Estava lançada a semente que cedo iria justificar. Enquanto na América crescia
esta consciência ambientalista, fruto dos alertas para a destruição da Natureza, na
Europa a História Social, que a Escola dos Annales era a principal promotora,
desembocava no mesmo rumo e na clara definição a valorização desta nova disciplina.
Note-se que um número dos Annales de 1974 dedica especial atenção ao tema. Por
outro lado F. Braudel, um dos expoentes máximos desta escola, pode ser considerado o
pai desta disciplina no continente europeu.
Este novo movimento historiográfico vai ao encontro das solicitações da
sociedade. Em 1970 temos a primeira comemoração do dia da terra e a criação da EPA -
Environmental Protection Agency. Era também a época de pujança dos movimentos
ecológicos 188. E foi também a duvida levantada sobre a historicidade do movimento
ecológico que levou a esse novo olhar sobre o passado humano e a sua interacção com o
meio natural 189. Os estudos acabaram por provar que a ideia de preservação do meio
ambiente não surgiu apenas após a segunda Guerra Mundial 190. Daqui resultou a
revelação do fulgurante movimento ambientalista de finais do século passado e
princípios do nosso, bem como a revelação do primeiro ambientalista radical na figura
de John Evelyn (1620-1706) 191. Todavia os trinta anos que se sucedem à década de
setenta são cruciais para a sua afirmação. É o período de mudança do ambientalismo
entendido como religião para uma actividade profissional orientada de acordo com os
ditames da ciência 192 .
Neste contexto a afirmação da História do meio ambiente lança as suas raízes
institucionais e académicas, sendo de realçar a criação em 1976 da "American Society
for Environmental History" e a revista "Environmental Review" 193 a uma interpretação
ecológica da História 194. O reconhecimento definitivo de "Environmental History" está
patente na mesa redonda organizada em 1990 por "The Journal of American History".
De acordo com J. Donald Hughes "Environmental history, as a subject, is
the study of how humans have related, to the natural world through time. As a method,
it is the application of ecological principles to history" 195. Para Donald Worster "its
principal peal became of deepening our understanding of how humans have been
affected by their natural environemtal through time and, conversely, how they have
affected that enviroment and with that results" 196. E W. Beinart precisa que a
"Environmental history deals with the various dialogues over time between people and
the rest of nature, focusing on recipocal impacts" 197. Neste contexto poderá referenciar-

187
. O primeiro curso "American Environmental History" surgiu em 1970 na Universidade de California (Santa Barbara), Vide
Carolyn Merchant, “Major Problems in American Environmental History" surgiu em 1970 na Universidade de Califórnia (Santa
Barbara), vide Carolyn Merchant, Major Problems in American Environmental History, Lexington, 1983. E o significativo estudo
de R. Nash, "American Emvironmental History. A new teaching frontier", Pacific Historical Review, 363 (1974), 362-372.

188
. K. Wallace, No turning back..., N. York, 1994, 28-55; Derek Wall, Green History, N. York, 1994.
189
. D. Wall, ibidem, p. 1-3.
190
. Tenha-se em conta os estudos de C. Glacken, Traces on the Rhodian Shore, Berkeley, 1967; Richard Grove, Green imperialism,
Cambridge, 1994; Donald Worster, Nature's Economy, Cambridge, 1977.
191
. P. Brimblecombe, The big smoke. A history of air pollution in London since medieval time, London, 1987 (48-52).
192
. R. Nash American Environmentalism, N. York, 1990.

193
. A Revista sofreu várias transformações no seu título. Veja-se Capitulo Revistas. A primeira fase da publicação até 1983 foi
coordenada por John Opie, altura em que lhe sucedeu J. Hughes.

194
. C. Merchant, Major problems in American Enviromental History, 1993, 2.
195
. Pan's Travail, London, 1994, p. 3.
196
. The ends of the earth, 1988, p. 290-291.
197
. Environmental and History, 1995, p. 1.
se a página na Internet da Forest History Society (Durham-North Carolina) onde
encontramos a mais intuitiva definição e objecto que nos ocupa: "Understanding the
past for its impact on the future" 198. Já Joachim RadKau, à pergunta sobre o que é a
História do Meio Ambiente responde que esta nova disciplina "investiga cómo el ser
humano mismo ha influido en estas condiciones y cómo reaccionó ante las
alteraciones." 199
Tal como nos refere Donald Worster 200 a ideia de ecologia é anterior ao
aparecimento da palavra oecologia. Esta surge pela primeira vez em estudo de Ernst
Haeckel e em 1893 era já usual no Congresso Internacional de Botânica

A partir deste enquadramento global desenvolveram-se vários ramos da História


do Ambiente, que têm evidenciado nos últimos anos uma tendência para a
especialização.
O clima é uma das evidências do impacto negativo das questões ecológicas.
Deste modo a História do clima é o meio para averiguar da forma de intervenção do
homem no quadro natural e dos seus efeitos secundários. Depois do celebrado estudo de
E. le Roy Ladurie 201 sucederam-se estudos de grande impacto: Raymond Bradley e
Philip D. Jones (1992), F. M. Chambers (1993), Richard H. Grove (1997), H. Lamb
(1982, 1995) e T. M. L. Wigley (1981) 202
Um ramo da Arqueologia, do meio ambiente começou após a II Guerra
Mundial e ganhou notoriedade na década de setenta. De acordo com Johan Evans
"Environmental Archaelogy is the study of the past environment of man" 203. Por outro
lado E. J. Reitz 204 destaca que "Environmental Archaeology is an ecletic field that
encompasses the earth sciences, zoology and botany". Na verdade, são vários os
factores determinantes do quadro natural que perdura nas várias camadas de
sedimentação. É através da recolha de informações sobre animais, plantas, solo é
possível reconstruir o ambiente do passado. E é essa a função primordial da
Arqueologia do Meio-Ambiente e que faz com que à mesma se liguem as Ciências da
Terra, Arqueo-botanica, Zoo-arqueologia e a Geo-arqueologia 205. Os estudos sobre Zoo-
arqueologia tiveram em Elizabeth Wing a sua líder nos EUA e América Latina206.

BIBLIOGRAFIA

BERNART, W. e P. Coates " The Nature of Environmental History. The United States and South Africa
Compared", in Environmental History, London, 1995, pp. 1-161.

BERTRAND, Georges, “pour Une Histoire Écologique de la France Rurale” in Histoire de la France
Rurale, dir. G. Duby, t.I, Paris, Seuil, 1975, 34-111.
198
Forest History Societey, 1997-98[on-line], disponível em http://www.lib.duke.edu/forest/index.html[06-07-98].
199
. Gonzalez Molina, Historia y Ecologia, 1993, p. 121.
200
. Generelle Morphologie der organis men, Berlim, 1866.

201
Histoire du Climat depuis L'An Mil, Paris, 1972.
202
. Vide Bibliografia Geral
203
. J. Evans, 1978.
204
. Case Studies in Environmental Archeology, 1996, p. 1.
205
. E. J. Reitz et alia "Issues in Environmental Archaelogy", in E. J. Reitz (eds), Case Studies in Environmental Archaelogy, N.
York, 1996, pp. 3-16.

206
. Cf. Elizabeth J. Reitz, Case Studies in Envrionmental Archaelogy, 1996, pp.359-371
“Paysage et Géographie Physique Global”, in Revue Géographique et du Sud-Ouest, Toulouse,
nº.3, 1968

BRAUDEL, Fernand, L’Identité de la France. Espace et Histoire, Paris, 1986.

CASTRO, Therezina de, Estudos de Geo-História, S. Paulo, 1971.

CRONON, William, "A Place for Stories: Nature, History, and Narrative." Journal of American History,
78 (March 1992): 1347-1376..
"The Uses of Environmental History."Environmental History Review 17 (Fall 1993): 1-22.

CROSBY, Alfred W. "The Past and Present of Environmental History." American Historical Review 100,
no. 4 (October 1995): 1177-1190.

FEBVRE. Lucien, La Terre et l’Évolution Humaine. Introducton Géografique à l’Histoire, Paris, La


Renaissance du Livre, 1922.
A Terra e a Evolução Humana. Introdução Geográfica à História, 2ª ed., Lisboa, Edições
Cosmos, 1991

FONTANA, Josep, "Historia, Espacio y Recursos Naturales: De la Geografía Humana a la


«EcoHistoria»", in La Historia Después del fin de la Historia, Barcelona, Crítica, 1992, pp.65-78.

HUGHES, J. Donald, "Storici e storia ambientale. L'"American Society for Environmental History",
Quaderni storici, v. 21, (2) 1986, pp. 505
"Ecology and Development as Narrative Themes of World History," Environmental History
Review 19:1-16 (Spring 1995)
Pan's Travail, London, 1994, pp. 1-7

JAEHN, Thomas, The Environment in the Twentieth-Century American West: A Bibliography,


Albuquerque: Center for the American West, University of New Mexico, 1990.

LADURIE, Em. Le Roy, Le Territoire de l’Historien, Paris, 1973

JAMIESON, Duncan R. "American Environmental History."CHOICE 32, no. 1 (September 1994): 49-60.

LEIBHARDT, Barbara. "Interpretation and Causal Analysis: Theories in Environmental History."


Environmental Review 12 no. 1 (1988): 23-36.

LEWIS, Chris H., "Telling Stories About the Future: Environmental History and Apocalyptic Science,"
Environmental History Review, 17:43-60 (Fall 1993)

MARTÍNEZ ALIER, J., "La interpretación Ecologista de la Historia Socioeconomica: Algunos Ejemplos
Andinos", Revista Andina, 8, nº1, 1990, pp.9-46.

MERCHANT, C., "What is Environmental History?", in Major problems in American Environmental


History, Lexington, 1983, pp. 1 - 31
"Gender and Environmental History", Journal of American History, Abilene, Kan., v. 76, (4),
1990, pp. 1117
ed., Major Problems in American Environmental History, Lexington: D.C. Heath, 1993.

MILLER, Char e Hall Rothman, "Introduction", in Out of the Words. Essays in Environemtal History,
Pittsburgh, 1997, pp. XI-XVI.

MUGERAUER, Robert, Interpreting Environments: Tradition, Deconstruction, Hermeneutics, Austin:


University of Texas Press, 1996.

NASH, R. F., "The Potential of Environmental History" in American Environmentalism. Readings in


Conservation History, N. York, 1990, pp. 1-8
Environmental History, in the state of American History, Chicago, 1970, pp. 249-260.
PIEROTTI, Piero, Introduzione all'Ecostoria, Milão, Franco Angeli, 1982.

RADKAY, Joachim, "Qué es la Historia del Medio Ambiente?", in M. Gonzalez Molins, Historia y
Ecologia, Madrid, 1993, pp. 119-146

Science du Paysage, in Revue Géographique et du Sud-Ouest, Toulouse, nº.2, 1972.

WHITE, Richard, "American Environmental History: The Development of a New Historical Field",
Pacific Historical Review, v. 54, 1985, pp. 297
"Environmental History, Ecology, and Meaning", Journal of American History, Abilene, Kan.,
v. 76, (4), 1990, pp. 1111

WORSTER, Donald, "Doing Environmental History," in Donald Worster, ed., The Ends of the Earth:
Perspectives on Modern Environmental History 289-307 (New York: Cambridge University Press, 1988)
"Nature and the Disorder of History," Environmental History Review 18:1-15 (Summer 1994)
ed. The Ends of the Earth: Perspectives on Modern Environmental History. Cambridge; New
York: CambridgeUniversity Press, 1988.,
et al. "A Roundtable: Environmental History." Journal of American History 74, no. 4 (March
1990): 1087-1147.
"Nature and the Disorder of History."Environmental History Review 18 (Summer 1994):1-15.
"History as natural History" in the Weath of Nature, Oxford, 1993; pp. 30.
"Appendix: doing enviromental history" in The Ends of the Earth, Cambridge, 1988, pp. 289-
307.
OS CLÁSSICOS

Sob o epígrafe reunimos aqueles autores que mais influenciaram os rumos da


Ciência e História Natural a partir do século XVII.
Note-se que a primeira resenha dos diversos aspectos do quadro natural surge
com Theophrastus (380-287 A.C.) com Historia Plantorum, só editada em 1483. Depois
temos a volumosa obra, História Natural, de Plínio o Velho (23-79 D.C.). Os
descobrimentos europeus do século XV provocaram novas orientações para o
conhecimento e estudo do mundo natural. O Novo Mundo, pelos seus aspectos exóticos,
exerce um certo fascínio: Garcia da Orta (1501-1563) com o Colóquio dos Simples
(1563) é pioneiro disso. Todavia é na segunda metade do século XIX que estes ganham
toda a sua pujança. São três os pioneiros neste movimento: Carl von Linné (1707-1778)
foi pai da classificação das plantas, seguido de perto pelo Comte de Bufon (1707-1786).
Gilbert White (1720-1793) surge nos EUA com a sua proclamada obra "The Natural
History of Selborne" (1789) como o iniciador dos ensaios de História Natural. Teve
seguidores em G. Perkins Marsh e John Muir (1838-1914), David H. Thoreau (1817-
1862) e Leopold Aldo (1886-1948). Este último tornou-se famoso com a sua obra "A
Sand County Almanac" (1949), que cedo se transformou na Bíblia dos activistas
ecológicos dos anos sessenta e setenta.
A actividade científica teve continuadores em Alexander Von Humbolt e
Charles Darwin (1809-1882). Este último ficou célebre com a sua obra "On the Origin
of Species" (1859).
Nos Estados Unidos da América aquele que se tornou mais popular foi
John James AUDUBON[1785-1851]. O seu amor e dedicação pela Natureza ficou
concentrado nos pássaros. A Ornitologia foi a sua paixão, legando-nos uma valiosa
colecção de gravuras destes: The Birds of America (4 vols., 1827-1838, e 1840-1844) e
(5 vols., 1831-1939) Ornithological. Biography (5 vols., 1831-1839). Em 1886 surgiu
Audubon Society, que passou a publicar no ano seguinte uma revista: Adubon Magazine.
Este movimento é fruto da iniciativa de George Bird Grinnell, quem melhor entendeu a
obra de John James Audubon.

CRONOLOGIA DA BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL

380-287 A.c.: Theophrastus: De Historia Plantorum, publicado em Latim em 1483

384-322 Ac.: Aristóteles: Historia Natural

234-149 A.c.: Cato De Re Rustica

116-26 A.c.: Varro De Re Rustica

c.100-55 Ac.- Poeta Lucrecius que publicou De Natura Rerum

106-43 Ac.- Cícero que publica De Natura Deorum

70-19 A.c.: Vergilio Georgicas


Séc. I .:Columella: De re rustica e De Arboribus

23-79. : Plinio o velho que publica Historia Naturalis em 37 livros

c.50: Lucius Columella: De Re Rustica em 12 livros e De Arboribus

c.250.: Palladius: De Re Rustica, 12 livros

1470. Publicação do primeiro herbário: Encyclopaedia of Bartholomaeus

1526. Gonzal Ferandez de Oviedo y Valdés(1478-1557): De la Natural Hystoria de las Indias

1530. Otto Brunfeld publica Herbarium Vivae Icones

1542. Leonhard Fuchs(1501-1566) publica De Historia Stirpium

1551-58. Konrad von Gesner(1516-1565) publica Historia Animalium em 5 vols

1563. Garcia Da Orta(1501-1568): Coloquios dos Simples e Drogas e Cousas Medicinas da India

1573. Cristovão da Costa(1540-1599): Tractado de las Drogas y Medicinas de las Indias Orientales.

1583. Andrea Cesalpino(1519-1603) publica De Plantis Libri XVI. Contem os rudimentos do sistema de
Lineo de classificação das plantas.

1589. José d'Acosta(1539?-1600): Historia Natural y Moral de las Indias.

1590: Jose de Anchieta: Historia Natural y Moral de las Indias(reedição em 2 vols em 1894)

1592. John Manwood: A Treatise of the Laws of Forest.


Adam Zaluziansky von Zaluzian(1558-1613): Methodi Herbariae

1597. John Gerard: The Herballor Generall Histoire of plantes. Com edição revista em 1633 por Thomas
Jonhson(c.1600-1644).

1607.:Edward Topsell: Historie of Four- Footed Beastes

1616: Godfrey Godman: The Fall of Man, or the Corruption of Nature, Proved by the Light of Our
Natural Reason.

1627. Kaspar Bauhin: Chart of the Botanical Theater.

1629.John Parkinson: Paradisi in Sole, Paradisus Terrestris, or a Garden of all sorts of Pleasant Flowers
which our English Aure Will Permit.(com ed. de 1971 com introdução de Harold J. Abrahams)

1651. Jean Bauhin(1541-1613): Histoire Universelle des Plantes.

1662/1664. John Evelyn(1620-1706): Silva. A discourse of Forest Trees and the Propaganda of Timber
in His Majesty´s Dominions

1665. Jean Baptiste Colbert: Memoire on Forests

1666. Robert Boyle: Origin of forms and Qualities

1669. Robert Morison: Praeludia Botanica. Principio do sistema de classificação das plantas.

1675.: Marcello Malpighi(1628-): Anatome Plantarum

1676. Francis Willoughby: Ornithologia


1677. John Ray: Catalogus Plantorum Angliae.

1678. Martin Lister: Historiae Animalium Angliae.

1686 John Ray(1628-1705) um dos fundadores da História Natural sistematizada: Historia Plantarum
Generalis. A segunda parte foi publicada em 1704

1687 . Isaac Newton publica: Mathematical Principles of Natural Philosophy

1691. John Ray publica o seu tratado de Teologia Natural: the Wisdon of Good Manifested in the Works
of the Creation

1695. John Woodward[1665-1728]: Essay Towards a Natural History of the Earth

1731.: Philip Miller(-1771), considerado o principe dos jardins: The Gardeners Dictionary
John Arbuthnot: An Essay Concerning the Effects of Air on human Bodies.

1737. Carl von Linné(Linnaeus)[1707-1778], publica: Genera Plantorum

1748. Montesquieu publica L'Esprit des Lois.

1749. Carl von Linné(Linnaeus)[1707-1778], publica The Oeconomy of Nature(atribuída ao seu discípulo
Isaac Bilberg) e Histoire Naturelle Génerale
Comte de Buffon[1707-1788]: Histoire Naturelle, générale et Particulière. Em 44 vols,
publicada entre 1749 e 1804. A edição em inglês é de 1812.

1751-1765 Diderot publica Encyclopédie

1753. Carl von Linné(Linnaeus)[1707-1778], publica Species Plantarum. Introdução de um sistema para
classificar os seres vivos.

1764 Comte de Buffon: De la Nature, Première Vue

1778. Carl von Linné(Linneo/Linnaeus)[1707-1778], publica Systema Naturae


Johann Reinhold Forster(1739-98) publica Observations made during a Voyage round the
World.

1788. Gilbert White publica The Natural History of Selborne. É o iniciador dos ensaios sobre História
Natural na América.

1789 William Aton: Hortus Kewenses or a catalogue of the Plants Cultivated in the Royal Botanic
Gardens at Kews. Apresenta uma lista de 5.500 plantas.

1792. O Botânico alemão, Karl Willdenow(1765-1812), publica Principles of Botany [traduzido para
inglês em 1805]

1798. Cuvier{[1769-1832]: Tableau of the Natural History of Animals.

1807. Alexander von Humboldt: Essai sur la Geographie des Plantes

1831. HMS Beagle de Charles (Robert) Darwin


Montly American Journal of Geology & Natural Science

1809. Lamarck[1744-1829]: Philosophie Zoologique

1830. Johann Friedrich Blumenbach[1752-1840], conhecido com o Buffon alemão, publica: Handbook of
Natural History.

1833. Charlotte de Latoru: Le Langaje des Fleurs


1835. David H Thoreau inicia o seu Daily Journal

1849. David H Thoreau publica A Week on the Concord and Merrimack

1851. Melville: Moby Dick

1854. David H Thoreau publica Walden, or Life in the Woods

1857-1861. H. T. Buckle publica History of Civilization in England em três volumes.

1859. On the Origin of Species de Charles (Robert) Darwin

1864. George Perkins Marsh publica Man and Nature.

1866. Ernest Haeckel, no seu livro, Generelle Morphologie, a palavra Oecologie

1871. The Descent of Man de Charles (Robert) Darwin

1877. W. H. Hudson publica A Chrystal Age, criando o conceito de ecotopia

1878. John Wesley Powell: Report on the Lands of the Arid Region of the United States

1884. David H Thoreau publica Summer

1887. David H Thoreau publica Winter

1894. John Muir publica The Mountains of California

1895. Eugenius Warming(1841-1924): Plantesamfund. Edição em inglês em 1909: The


Oecology of Plants: an Introduction to the Study of Plany Comunities.

1896. Andrew Dickison White: History of the Warfare of Science with Theology in Christendom

1901. Our National Parks de John Muir

1903: Mary Hunter Austin: The Land of Little Rain

1905. John Burroughs: Ways of Nature

1915. Travels in Alaska de John Muir

1916. A Thousand-Mile Walk to the Gulf de John Muir

1939. John Steinbeck: The Grapes of Wrath


1945. A. G. Tansley: Our Heritage of Wild Nature

1948. Fairfield Osborn[1887-1969]: The Plundered Planet

1949 A Sand County Almanac Leopold, (Rand) Aldo(1887-1948) . É considerada a "biblia" dos
activista ecológicos dos anos 60 e 70

1962. Rachel Carson: Silent Spring.

1968. René Dubois: The Wooing of the Earth

1972: Edward Abbey: A Walk in the Park


Emmanuel Le Roy Ladurie: Histoire du climat
Alfred W. Crosby: The Columbian Exchange: biological and cultural consequences of 1492

1979. James Lovelock: Gaia. A new Look at Life of Earth

1986. Alfred W. Crosby:Ecological Imperialism- the Biological Expansion of Europe 900-1900

1992 . Al Gore: Earth in the Balance


BIBLIOGRAFIA: CLÁSSICOS

PÁGINAS WEB:

Ashton Nichols, Department of English, Dickinson College, A Romantic Natural History [on-line]
disponível em http://media.dickinson.edu/english/romnat/romnat1.htm Página sobre as relações entre a
Literatura e a História Natural no século antes da publicação por Charles Darwin de On the Origin of
Species (1859)

Don Weis, A Project of EcoTopia /USA 1997 [on-line] disponível em http://www.ecotopia.org/ehof/


Projecto dedicado aos heróis do movimento ambientalista: H. Thoreau, J. Muir, Aldo Leopold(…)

BUFFON, George Louis Leclerc, Comte de, 1707­1788.

Buffon's Natural History, abridged: including the history of the elements, the earth, mountains,
rivers, seas, winds, whirlwinds, waterspouts, volcanoes, earthquakes, man, quadrupeds, birds, fishes,
shell-fish, lizards, serpents, insects, and vegetables. London: Published for C. and G. Kearsley, 1792.
Correspondance Générale, recueillie et annotée par H. Nadault de Buffon, Genève, Slatkine
Reprints 1971, 2 vols.
Correspondance Générale. Recueillie et annotée par H. Nadault de Buffon. Genève, Slatkine
Reprints, 1971.
Correspondance Inédite, recueillie et annotée par H. Nadault de Buffon, París, Hachette, 1860,
2 vols.
De l'Homme. Présentation et notes de Michèle Duchet.Paris, F. Maspero, 1971.
Histoire Naturelle: g'en'erale et particuliere; avec la description du Cabinet de roi. Paris : De
l'Imprimerie royale, 1749-1789. Contents: t. 1. De la maniere d'etudier et de traiter l'histoire naturelle.
Histoire et th'eorie de la terre / par m. Buffon. 1749.t. 2. Histoire generale des animaux. Histoire
naturelle de l'homme / par m. de Buffon. 1799.--t. 3. Description du Cabinet du roy / par m. Daubenton.
Histoire naturelle de l'homme / par m. de Buffon. 1749.--5.4-15. [Quadrupeds] / par m. de Buffon et m.
Daubenton. 1753-67. Suppl'ement. 7 v. / par m. de Buffon. 1774-89.-t. 16-24. Histoire naturelle des
oiseaux / par m. de Buffon et m. Gueneau de Montbeillard. 9 v. 1752-83.--t. [25-29] Histoire naturelle
des min'eraux / par m. de Buffon.
Histoire Naturelle des Minéraux, París, Imprimerie royale, 1783-1788, 5 vols.
Histoire Naturelle des Oiseaux, París, Imprimerie royale, 1770-1783, 9 vols.
Histoire Naturelle Générale et Particulière.. Suppléments, París, Imprimerie royale, 1774-
1789, 7 vols.
Histoire Naturelle, Générale et Particulière, París, Imprimerie royale, 1749-1767, 15 vols.
Histoire Naturelle. Choix et préface de Jean Varloot, Gallimard, Col. Folio, París, 1984.
Las Épocas de la Naturaleza, edición de Antonio Beltrán Mari, Madrid, alianza Editorial, 1997.
1ª edição em 1779.
Les Époques de la Nature. Édition critique avec le manuscrit, une introduction et des notes par
Jacques Roger. Memoires du Muséum National d'Histoire Naturelle. Nouvelle Série. Série C, Sciences
de la Terre. Tome X. París. 1962/Reeditado em Éditions du Muséum, 1988.
Oeuvres Complètes de Buffon, avec la nommenclature linnéenne et la classification de Cuvier,
revues et annotées par M. Flourens... Garnier frères, París, 1853-1855, 12 vols.
Oeuvres Complètes de Buffon. Nouvelle édition annoté et précédée d'une introduction par J. L.
de Lanessan... Suivie de la correspondance général de Buffon, recueillie et annotée par M. Nadault de
Buffon... A. Le Vasseur, París, 1884-1885 14 vol.
Oeuvres Philosophiques de Buffon. Texte établi et présenté par Jean Piveteau, Presses
Universitaires de France, París, 1954 (Corpus Général des Philosophes Francais. Auteurs modernes,
tome XLI, 1).
Un Autre Buffon / préf. de Jacques-Louis Binet ; introd. et annotation de Jacques Roger. Paris:
Hermann, c1977.

ESTUDOS SOBRE O AUTOR:

A Cabinet of Natural History: containing pretty pictures of birds, animals, fishes, reptiles, serpents &
insects / embellished with engravings on wood, by Thomas Bewick of Newcastle. Alnwick: Printed at
the Apollo Press, by and for W. Davison, 1809.

BARSANTI, G. «Linné et Buffon: deux visions différentes de la nature et de l'histoire naturelle», Revue
de Synthèse, 1984. n° 113-114, pp. 83-112.

Buffon / par Léon Bertin [et al.]. Paris: Muséum National dHistoire Naturelle, 1952.

Buffon: Biographie Imaginaire et Rréelle / par Yann Gaillard, suivie de Voyage à Montbard / par
Hérault de Séchelles ; préf. d'Edgar Faure.Paris: Hermann, c1977.

Buffon 1788-1988 / [Paul-Marie Grinevald ... et al.; introduction de Jean Dorst]. Paris: Impr. Nationale,
[1988]

Buffon 1788-1988 / c[Paul-Marie Grinevald ... et al.; introduction de Jean Dorst].Paris: Impr. Nationale,
[1988]

Buffon 88: Actes du Colloque International pour le Bicentenaire de la Mort de Buffon: (Paris,
Montbard, Dijon, 14-22 juin 1988) / réunis par Jean-Claude Beaune ... [et al.]; sous la direction de Jean
Gayon; préface d'Ernst Mayr; postface de Georges Canguilhem. Paris: J. Vrin; Lyon: Institut
interdisciplinaire d'etudes epistémologiques, 1992.

BUTLER, Samuel, 1835-1902. Evolution, Old and New; or, The Theories of Buffon, Dr. Erasmus
Darwin, and Lamarck, as compared with that of Charles Darwin.London, A.C. Fifield [191-?]

COMAS, J. Buffon, 1707-1788, Precursor de la Antropologia Fisica. Mexico: Universidad Nacional


Autonoma de Mexico . 1958

FARBER, Paul L. «Buffon and the concept of species», em Journal of History of Biology, vol. 5, 1972.
259-284.
«Buffon and Daubenton: divergent tradicions within the Histoire Naturelle», em Isis, vol. 66,
.1975, 63-74.

FELLOWS, Otis Edward, 1908- Buffon, by Otis E. Fellows and Stephen F. Milliken. New York,
Twayne Publishers [1972]
«Voltaire and Buffon: Clash and Conciliation», em Symposium, 1955, vol. IX, 2, 222-235.
«Buffon and Rousseau: Aspects of a Relationship», em Publications of Modern Language
Association, junho. 1960.
«Buffon Place in the Enlightenment», em Studies on Voltaire and Eigeteenth-Century, Genève.
1963.

FLOURENS, Pierre, 1794-1867. Histoire des Ttravaux et des Idées de Buffon. 2. ed. rev. et augm. Paris,
Hachette, 1850.
Des manuscrits de Buffon, Paris, Garnier, 1860

GAILLARD, Yann, Buffon. Biographie Imaginaire et Réelle. Hermann, Col. Savoir. París. 1977.

GASPAR, Pierre, 1916- Buffon / Pierre GasPar. [Paris]: Gallimard, c1983.

GAYON, J., et al., eds. (1992) Buffon 88. Paris: J. Vrin.

GÓMEZ TORRES, Ana María. Las Ideas de Buffon sobre Retórica y Poética en los Inicios de la Teoría
Literaria Moderna / Ana María Gómez Torres. [S.l.]: AEDILE, [1996]
HANKS, Lesley. Buffon avant l'"Histoire Naturelle" / par Lesley Hanks.1er éd. Paris: Presses
Universitaires de France, 1966.

Henri Nadault de Buffon et Buffon: Catalogue de l'exposition présentée au Musée Buffon de Montbard,
31 juillet-1er novembre 1993 / par Luc Dunias et Pierre Ickowicz.Montbard: Musée Buffon, 1993.

HÉRAULT DE SECHELLES, Marie Jean, 1760-1794. Voyage à Montbar, contenant des détails très-
intéressants sur le caractère, la personne et les écrits de Buffon. Cet ouvrage, auquel on a joint des
notes curieuses, est suivi de Réflections sur la déclamation, d'un Eloge d'Athanase Auger, et d'autres
morceaux de littérature du même auteur. Paris, Solvet, an IX [i. e. 1801]

LEBASTEUR, Henri. Buffon, par Henri Lebasteur ... Quatrième édition. Paris, Soc. française
dimprimerie et de libraire [189-?]

MAYR, E. , The Growth of Biological Thought. Cambridge: Harvard University Press, 1982.

NADAULT DE BUFFON, Henri, 1831-1890. Buffon, sa Famille, ses Callaborateurs et ses Familiers.
Mémoires par M.Humbert-Bazile, son secrétaire, mis en ordre, annotés et augmentés de documents
inédits par M. Henri Nadault de Buffon. Paris, J. Renouard, 1863.

NORTH-COOMBES, Alfred.The Vindication of François Leguat: a comprehensive appraisal of


Leguat's natural history observations in the Island of Rodrigues, Indian Ocean (1708) and a thorough
refutation of his detractors from Buffon and Cuvier to the late Professor Geoffrey Atkinson and his
supporters / by Alfred North-Coombes. Port Louis, Mauritius: Service Bureau, 1979.

PICASSO, Pablo, 1881-1973. Picasso, il Bestiario per la Storia Naturale di Buffon: 31 rami biffati / a
cura di Alfonso Ciranna. Milano: Mazzotta, c1988.

ROGER, Jacques, professeur. Buffon, un Philosophe au Jardin du Roi / Jacques Roger. [Paris] : Fayard,
c1989.
«Diderot et Buffon en 1749», em Diderot Studies, vol. IV, 221236, Genéve, Droz. 1963.
Buffon un Philosophe au Jardin du Roi, Fayard, Paris. 1989.
Les Sciences de la Vie dans la Pensee Francaise du XVIII Siecle. Paris: Armand Colin. 1963

SCAMMON, R. E. (1927) The first seriatim study of human growth. American Journal of Physical
Anthropology, 10:329-336.

SLOAN, Philip R. «The Buffon-Linnaeus Controversy», en Isis, 67, 1976. 356-375.


Buffon, German Biology, and the Historical Interpretation Tradução inglesa de J. G. Winter,
com prefacio de W. H. Hobbs, Ann Arbor, Univ. of Michigan (orig. 1669). 1979.

WILKIE, J. S. «Buffon, Lamarck, and Darwin: the originality of Darwin's theory of evolution», em P.
R. Bell (Ed.) Darwins Bzologzeal Work, The Cambridge Univ. Press. 1959
«The Idea of Evolution in the Writings of Buffon» I, II y III, Annals of Science, vol. 12, n.° 1, 3
y 4 de Março, Setembro eDezembro, 1956. 48-62,212-227 y 255-266, respectivamente.

ZOCCHI, F. (1988) Accuracy of Buffon's 200-year-old experimental data, Nature, 336:318.

PÁGINAS WEB

Jonathan Marks University of California at Berkeley, George-Louis Leclerc, Count of Buffon French
naturalist, 1707-1788 [on-line] disponível em http://pantheon.yale.edu/~jmarks/Buffon/Buffon1.htm

Friends of Buffon Society Home Page, [on-line] disponível em


http://www.geology.washington.edu/~ghiorso/BuffonWWW/

JOC/EFR December 1996, Louis Leclerc Comte de Buffon, 1996 [on-line] disponível em
http://www.vma.bme.hu/mathhist/Mathematicians/Buffon.html
LINNÉ, Carl von, 1707­1778.

Systema Naturae: Sistens Regna tria Naturae, in Classes et Ordines Genera et Species
Redacta Tabulisque Aeneis Illustrata. Lipsiae: G. Kiesewetter, 1748.
Systema Naturae. Stockholm: Laurentii Salvii Holmiae, 1735. [10th ed. 1758].
Amoenitates Academicae. 7 vols. Stockholm: Laurentii Salvii Holmiae, 1749-69.
Species Plantarum. 1753; London, 1959.
A Dissertation on the Sexes of Plants. London, 1786.
Lapland Journey (Lachesis Lapponica), trans. Carl Troilius, ed. James Edward Smith.
London, 1792.
A Selection of the Correspondence of Linnaeus and Other Naturalists, ed. James
Edward Smith. London, 1821.

ESTUDOS SOBRE O AUTOR:

ALIX, Pierre Michel, 1762-1817. Charles Linné. [graphic] / P.M. Alix Sculpt. ca. 1775-1800.

BOBROV, Evgenii Grigorevich. Karl Linnei. 1707-1778.Leningrad, "Nauka," Leningr. otd-nie,


1970.

CADDY, Florence, 1837- Through the Fields with Linnæus; a Chapter in Swedish History, by
Mrs. Florence Caddy. London, Longmans, Green, and co., 1887.

CALLOT, Emile. La Philosophie de la Vie au XVIIIe Siècle, étudiée chez Fontenelle,


Montesquieu, Maupertuis, La Mettrie, Diderot, d'Holbach, Linne. Paris, M. Rivière, 1965

DICKINSON, Alice, Carl Liannaeus, Pionner of Modern Botany, N. York, 1967.

DURIS, Pascal.Linné et la France, 1780-1850 / Pascal Duris.Genève: Librairie Droz, 1993.

FRANGSMYR,Tore. Linnaeus. The Man and his Work, University of California Press, Berkeley, Los
Angeles, Londres. 1983

FRIES, Robert Elias, 1876-1930. Linné af Rob. E. Fries. Stockholm: H. Geber [1907]

GAGE, A. T. (Andrew Thomas), 1871-1945. A Bicentenary History of the Linnean Society of London /
Andrew Thomas Gage and William Thomas Stearn. London; San Diego, CA: Published for the Linnean
Society of London [by]Academic Press, c1988.

GOERKE, Heinz. Carl von Linné. Arzt, Naturforscher, Systematiker. 1707-1778. Mit 28 Abbildungen.
Stuttgart, Wissenschaftliche Verlagsgesellschaft, 1966.

GOURLIE, Norah. The Prince of Botanists, Carl Linnaeus. London, H.F. & G. Witherby [1953]

GREENE, Edward Lee, 1843-1915. Carolvs Linnaevs, by Edward Lee Greene with an Introdvction by
Barton Warren Evermann. Philadelphia, Christopher Sower company [c1912]

HAGBERG, Knut, 1900- Carl Linnaeus / Knut Hagberg. Stockholm: Bokförlaget Natur och Kultur,
1939.
Carl Linnæus, den Linneanska Ttraditionen. Stockholm, Natur och kultur [1951]. [Com
tradução para inglês por Alan Blair.]
Carl Linnaeus, Translated from the Swedish by Alan Blair.New York, Dutton, 1953.
HAMMARSKJÖLD, Dag, 1905-1961. The Linnaeus Tradition and our Ttime. [Stockholm] Norstedt
[1957]

Journal of the Proceedings of the Linnean Society. Botany.Vol./date v. 1-7 ; 1857-1864.London,


Linnean Society, Longman, Green, Longman, Roberts & Green, Williams and Norgate.

KROK, Th. O. B. N. (Th. Ossian Bolivar Napoleon), 1834-1921. Bibliotheca Botanica Suecana ab
Antiquissimis Temporibus ad Finem Anni MCMXVIII, Auctore Th. O.B.N. Krok. Svensk botanisk
litteratur fran äldsta tider t.o.m. 1918, av Th. O.B.N. Krok. Utg. efter författarens död.Uppsala,
Stockholm, Almqvist & Wiksells boktryekeri-a.-b. (i distribution) [1925]

LARSON, James L. Reason and Experience; the Representation of Natural order in the Work of Carl
von Linné, by James L. Larson. Berkeley, University of California Press, 1971.

LEVERTIN, Oscar, 1862-1906. Carl von Linné: Nagra Kapitel ur ett Oafslutadt Arbete / af Oscar
Levertin. Stockholm: Bonnier, 1906.

LIMOGES, Camille (Ed.) , Carlo Linneo. L'Equilibrio della Natura. [Edição italiana com texto de
Linneo «De fundamento scientiae oeconomicae e physica et scientia naturali petendo» de 1740] de
Giuliano Pancaldi, Feltrinelli, Milano. 1982.

Linnaeus, the Man and his Work / edited by Tore Frangsmyr; with contributions by Sten Lindroth,
Gunnar Eriksson, Gunnar Broberg. Berkeley: University of California Press, c1983.

LIOY, Paolo, 1836-1911. Linneo, Darwin, Agassiz: nella Vita Intima / Paolo Lioy. Milano: Fratelli
Treves, 1904.

MALMESTRÖM, Elis, 1895- Carl von Linné, Geniets kamp för Klarhet. [Stockholm] Bonnier [1964]
1895- Carl von Linnés Religiösa Askadning ...Stockholm, Svenska kyrkans diakonistyrelse
[1926]

MARCUCCI, Silvestro. Bentham e Linneo: una Interpretazione Singolare / Silvestro Marcucci. Lucca:
M. Pacini Fazzi, 1979

MILLER, John. An Illustration of the Sexual System of Linnaeus. London: Miller, 1799.

MYER, Tore Frangs, Linnaeus the Man and his Work, Berkeley, 1983.

NORTON, Charles Eliot, 1827-1908. The Poet Gray as a Naturalist, with Selections from his Notes on
the Systema Naturæ of Linnæus and Facsimiles of some of his Drawings, Boston, C. E. Goodspeed,
1903.

SANDBERGS BOKHANDEL, Stockholm. A Catalogue of the Works of Linnaeus Issued in


Commemoration of the 250th Anniversary of the Birthday of Carolus Linnaeus, 1707-1778. Stockholm
[1957]

STÖVER, Dietrich Johann Heinrich, 1767-1822. The Life of Sir Charles Linnæus ... to which is added, a
Copious List of his Works, and a Biographical Sketch of the Life of his Son: by D. H. Stoever, by D. H.
Stoever, PH.D. Tr. from the original German by Joseph Trapp, A. M. London, B. and J. White, 1794.

SYDOW, Carl Otto von. Carl von Linné 1778-1978: utställning i Uppsala universitetsbibliotek.
[Uppsala: Uppsala universitetsbibliotek, 1978]

UGGLA, Arvid Hj. (Arvid Hjalmar) 1883-1964. Carl von Linné [Aus dem Schwedischen von Herbert
A. Frenzel] Stockholm, Schwedisches Institut [1959]

Universität Tübingen. Universitätsbibliothek. Carl von Linné und die Deutschen Botaniker seiner Zeit:
Ausstellung zum300jährigen Bestehen des Botanischen Gartens im Rahmen des 500 jährigen
University of Kansas. Libraries. A Catalog of an Exhibition Commemorating the 250th Anniversary of
the birth of Carolus Linnaeus, 1707-1957, and the 200th Anniversary of theIissue of the Systema
Naturae, 10th edition, 1758-1958. By Thomas R. Buckman. Lawrence, 1957.

PÁGINAS WEB

The Strandell Collection Hunt Institute, 1997, [on-line] disponível em


http://huntbot.andrew.cmu.edu/HIBD/HIBD-T/HI-Strandell-T.html "includes all published works, in
almost every known edition and translation, by the great Swedish naturalist-physician Carl Linnaeus as
well as most of those by his many students, and most of the world's literature about Linnaeus and his
students".

Carolus Linnaeus, [on-line] disponível em http://mail.utep.edu/~means/linnaeus.html, "Stuart Carran


The Pennsylvania Electronic Edition, Carolus Linnaeus, or Carl Linné, 1707-1778, Swedish botanist".

Peter Sengbusch, CARL von LINNÉ (1707-1778) [on-line] disponível em


http://www.english.upenn.edu/~jlynch/Frank/People/linnaeus.html

CARL von LINNÉ [on-line] disponível em


http://www.rrz.uni-hamburg.de/biologie/b_online/d01/linne.htm

WHITE, Gilbert, 1720-1793.

Antiquities on Selbourne in the County of Southampton.London, Falcon press, [1950]


Selborne, et Sogns Natur og Fugleliv. [Oversat af Niels Haislund] Illustreret af Mads stage.
Kobenhavn, H. Hagerup, 1951.
Selections. 1993 Passages from the Natural History of Selborne, Naturalist's Journal and
other Writings / selected and introduced by Colin Campbell; wood engravings by Thomas Bewick.
Cambridge: Silent Books, 1993.
The Natural History and Antiquities of Selborne / Gilbert White; introduced by Ian Niall ;
engravings by Chris Wormell.London: Folio Society, 1994 (1995 printing)

TEXTOS SOBRE O AUTOR:

CARNOCHAM, W. B., Cultural Landscapes. Gilbert White and the Natural History of Selbourne,
Stanford, Cal., 1989.

CHRISTOPHER, John. Gilbert White and his Selborne.London, Kimber, 1970.

EALING, Eng. Public Libraries. Selborne Society Library; a Catalogue of mss., Books and Periodicals
Devoted to Gilbert White and Natural History. [Ealing] Ealing Reference Library, 1958.

EMDEN, Cecil Stuart. Gilbert White in his Village. Illus. by Lynton Lamb.London, New York, Oxford
University Press, 1956.

HODGSON, John (John R.) Matter of Curious Inquiry: Gilbert White and the Natural History of
Selborne / text by John Hodgson.1st ed. [Manchester] : JRULM, 1993.

HOLT-WHITE, Rashleigh. The Life and Letters of Gilbert White of Selborne. Written and edited by
Rashleigh Holt-White.New York, AMS Press [1969]

JOHNSON, Walter, 1867- Gilbert White, Pioneer, Poet, and Stylist, by Walter Johnson ...London, J.
Murray [1928]
MARTIN, Edward Alfred, 1864- A Bibliography of Gilbert White, the Natural Historian and
Antiquarian of Selborne [by] Edward A. Martin.Westminster, Roxburghe Press [1897]
A Bibliography of Gilbert White, the Naturalist & Antiquarian of Selborne. With a biography
and a descriptive account of the village of Selborne, London, Halton & co, 1934

SCOTT, Walter S. (Walter Samuel), 1870-1951. White of Selborne and his Times. [London] J.
Westhouse, 1946.

SHELLEY, Henry C. (Henry Charles). Gilbert White and Selborne. Illustrated from photographs by the
author. New York, C. Scribner's Sons [1909]

WRIGHT, John Charles, 1852- "Saint" Gilbert: the Story of Gilbert White and Selborne / by J.C.
Wright.London: Elliot Stock, 19-

PÁGINAS WEB

Hampshire County Council, Hantsweb - Selborne Parish Council, 1997 [on-line] disponível em
http://selborne.parish.hants.gov.uk/

Hampshire County Council, Gilbert White's House & Selborne, 1998 [on-line] disponível em
http://www.hants.gov.uk/leisure/house/gilbwhit/index.html

Gilbert White (1720-1793) A Walk around Selborne [on-line] disponível em


http://www.townpages.co.uk/fitness/walks/literary/white.htm

Banks, Joseph Sir, 1743-1820

Banks' Florilegium: 1900 London: Alecto Historical Editions in association with the British
Museum (Natural History), <1981 >-1988.
A Short Account of the Cause of the Disease in Corn, ca 1805 London, Printed for J. Harding,
1805.
The Journal of Joseph Banks in the Endeavour / 1980 Guildford, Surrey, England: Genesis
Publications in association with Rigby, 1980.
The Sheep and Wool Correspondence of Sir Joseph Banks, 1979 [London]: British Museum
(Natural History) [for] the Library Council of New South Wales, 1979.

ESTUDOS SOBRE:

BEASLEY, A. W. Fellowship of Three: the Lives and Association of John Hunter (1728-1793), the
Surgeon; James Cook (1728-1779), the Navigator; and Joseph Banks (1743-1820), the Naturalist /
A.W. Beasley. Kenthurst, N.S.W.: Kangaroo Press, c1993.

British Museum (Natural History) Catalogue of the Natural History Drawings Commissioned 1984
Westport, CT; London: Meckler Publishing in Association with British Museum (Natural History),
1984-1987.

Captain Cook's Florilegium; 1973 London, Lion and Unicorn Press, 1973.

CARTER, Harold Burnell His Majesty's Spanish Flock; Sir Joseph Banks and the Merinos of George III
of England, by H. B. Carter. [Sydney] Angus & Robertson [1964]
Sir Joseph Banks (1743-1820): a Guide to Biographical and Bibliographical Sources / by
Harold B. Carter.Winchester, UK: St Paul's Bibliographies in Association with British Museum (Natural
History), 1987/ 1988.
COOK, James, 1728-1779. The Journal of H.M.S. Endeavour 1768-1771 / by Lieutenant James
Cook.Guildford, Surrey, England: Genesis Publications; Adelaide [South Australia]: Rigby Limited,
1977.

CORSI, Pietro. The Age of Lamarck: Evolutionary Theories in France 1790-1830 / Pietro Corsi.
Berkeley: University of California Press, c1988.

DAWSON, Warren R. (Warren Royal), 1888- The Banks letters; a calendar of the manuscript
correspondence of Sir Joseph Banks, preserved in the British Museum, the British Museum (Natural
History) and other collections in Great Britain. Edited by Warren R. Dawson.London, Printed by order
of the Trustees of the British Museum, 1958.

GASCOIGNE, John, Ph. D., Joseph Banks and the English Enlightenment: useful knowledge and polite
culture / John Gascoigne.Cambridge; New York: Cambridge University Press, 1994.

LYSAGHT, Averil M., comp. Joseph Banks in Newfoundland and Labrador, 1766; his diary,
manuscripts, and collections. [Edited by] A. M. Lysaght. With a foreword by Joseph Smallwood.
Berkeley, University of California Press [1971]

LYTE, Charles. Sir Joseph Banks: 18th century explorer, botanist, and entrepreneur / Charles Lyte.
Newton Abbot, Devon; North Pomfret, Vt.: David & Charles, c1980.

MAIDEN, J. H. (Joseph Henry), 1859-1925, Sir Joseph Banks, the "Father of Australia," / by J. H.
Maiden. Sydney: W. A. Gulick; London: K. Paul, 1909.

O'BRIAN, Patrick, 1914- Joseph Banks, a life / Patrick O'Brian. London: C. Harvill, 1987//Boston,
1993.

RUTHERFORD, Homer Vincent, 1921-, Banks, K.B., P.R.S.; the autocrat of the philosophers. London,
Batchworth Press [1952]

Sir Joseph Banks: a global perspective / editors, R.E.R. Banks ... [et al.]; production editor, S.
Dickerson. [Richmond, England]: Published by the Royal Botanic Gardens, Kew on behalf of the co-
sponsors, c1994. Rydén, Stig, 1908-1965.

SMITH, Edward, 1839-1919. The life of Sir Joseph Banks, president of the Royal society, with some
notices of his friends and contemporaries, by Edward Smith, with a photogravure frontispiece and
sixteen other illustrations. London, John Lane; New York, John Lane, 1911.

PÁGINAS WEB

The Natural History Museum. A unique resource. The Banks Archive 1997 [on-line] disponível em
http://www.nhm.ac.uk/info/banksarchive/

Jim Devine, Hunterian Museum, Univ of Glasgow, Captain Cook Voyages of Discovery: Sir Joseph
Banks 1743- 1820, [on-line] disponível em http://www.gla.ac.uk/Museum/HuntMus/cook/banks.html

Alan Ventress, State Library of New South Wales Sir Joseph Banks' papers [on-line] disponível em
http://www.slnsw.gov.au/Banks/

Stuart Curran, English Department at the Univ of Pennsylvania , People, Joseph Banks, 1998 [on-line]
disponível em http://www.english.upenn.edu/~jlynch/Frank/People/banks.html

AUDUBON, John James, 1785-1851


The art of Audubon: the complete birds and mammals / John James Audubon; with an introd.
by Roger Tory Peterson, New York: Times Books, c1979.
Audubon and his journals, by Maria R. Audubon, with zoölogical and other notes by Elliott
Coues ..., New York, C. Scribner's Sons, 1899.
Audubon birds from the original water colors in the New York historical society; Audubon's
text with notes by Donald A. Shelley., New York, Hastings house [1946]
Audubon, by himself; a profile of John James Audubon from writings selected, arranged, and
edited, by Alice Ford., [1st ed.], Garden City, N.Y., Published for the American Museum of Natural
History [by] the Natural History Press [1969
Audubon in Louisiana, New Orleans, Louisiana State Museum; Friends of the Cabildo, 1966.
Audubon in the West Compiled, edited, and with an introd. by John Francis McDermott, [1st
ed.], Norman, University of Oklahoma Press [1965]

Audubon reader: the best writings of John James Audubon / edited by Scott Russell Sanders,
Bloomington : Indiana University Press, c1986.
Audubon watercolors and drawings, [Utica? 1965]
Audubon's America; the narratives and experiences of John James Audubon, edited by Donald
Culross Peattie; illustrated with facsimiles of Audubon's prints and paintings, Boston, Houghton Mifflin
Company, 1940.
Audubon's story of his youth. Introduction by Maria R. Audubon, [New York] C. Scribner's
Sons, c1893.
Audubon's wildlife.With selections from the writings of John James Audubon. [Editor:] Edwin
Way Teale, New York, Viking Press [1964]
Bird biographies. Selected and edited by Alice Ford, New York, Macmillan, 1957.
Birds of America.Audubon's Birds of America. Introduction and descriptive captions by Ludlow
Griscom, Popular ed., New York, Macmillan Co., 1950.
The birds of America, from drawings made in the United States and their territories, New
York, J.J. Audubon; Philadelphia, J.B. Chevalier, 1840-44.
Delineations of American scenery and character, by John Audubon; with an introduction by
Francis Hobart Herrick ..., New York, G.A. Baker & Company, 1926.
Journal The 1826 journal of John James Audubon. Transcribed with an introd. and notes by Alice
Ford from the original in the collection of Henry Bradley Martin. Edition [1st ed.], Norman, University
of Oklahoma Press [1967]
Journal of John James Audubon made during his trip to New Orleans in 1820-1821, edited by
Howard Corning, foreword by Ruthven Deane., Boston, The Club of odd volumes, 1929.
Journal of John James Audubon made while obtaining subscriptions to his "Birds of
America"1840-1843, edited by Howard Corning, foreword by Francis H. Herrick., Boston, The Club of
odd volumes, 1929.
The life and adventures of John James Audubon, the naturalist. Ed., from materials supplied by
his widow, by Robert Buchanan, London, S. Low, son, & Marston, 1868.
The original water-color paintings by John James Audubon for The birds of America. Reproduced
in color from the collection at the New-York Historical Society. Introd. by Marshall B.
Davidson.Original ed. New York: American Heritage Pub. Co.; Distributed by Crown Publishers, 1966.
Ornithological biography, or An account of the habits of the birds of the United States of
America; accompanied by descriptions of the objects represented in the work entitled The birds of
America, and interspersed with delineations of American scenery and manners. By John James Audubon
. . ., Edinburgh, A. Black; [etc., etc.] 1831-1849 [i.e. 1839]
Works. 1979 The complete Audubon / a precise replica of the complete works of John James
Audubon, comprising the Birds of America (1840-44) and the Quadrupeds of North America (1851-54)
in their entirety, 75th Anniversary ed.Kent [Ohio]: Published for the National Audubon Society by
Volair Books, 1979, c1978.
Scènes de la nature dans les États-Unis et le Nord de l'Améríque / ouverage traduit par Eugène
Bazin. Paris : P. Bertrand, 1857.
A synopsis of the birds of North America. By John James Audubon ..., Edinburgh, A. and C.
Black; [etc., etc.] 1839
The viviparious quadrupeds of North America / [text] by John James Audubon and John
Bachman, New York : Audubon, 1846-53.
Works. 1979 The complete Audubon / a precise replica of the complete works of John James
Audubon, comprising the Birds of America (1840-44) and the Quadrupeds of North America (1851-54)
in their entirety, 75th Anniversary ed., Kent [Ohio]: Published for the National Audubon Society by
Volair Books, 1979, c1978.

Estudos Sobre o Autor


ADUBON, Maria(ed.), John James Audubon and His Journals, N. York, Putman, 1900.

ADAMS, Alexander B. , John James Audubon; a biography, New York, Putnam [1966]

BURROUGHS, John, 1837-1921. , John James Audubon, Woodstock, N.Y. : Overlook Press, 1987.

FORD, Alice, 1906- , John James Audubon: a biography, Norman, univ. of Oklahoma Press., 1954/
New York : Abbeville Press, c1988

FOSHAY, Ella M., 1948-, John James Audubon, New York : Harry N. Abrams, in association with the
National Museum of American Art, Smithsonian Institution, 1997.

GRAHAM, JR, Frank, The Audubon Ark. A History of the National Audubon Society, Austin, Univ. of
Texas, 1990.

John James Audubon, peintre naturaliste américain, 1785-1851: [exposition], Centre Culturel
Américain octobre-novembre 1960, Paris : Le Centre, [1960]Julho 15, 1998

John James Audubon, The birds of America and other important printed books by Audubon, Mark
Catesby and John Gould: the properties of the University of Edinburgh, The Roman Catholic Dioceseof
Lexington, the Redwood Library and Athenaeum : Friday, April 24, 1992 at 2:00 p.m., New York, N.Y.:
Christie, Manson & Woods International, 1992.

KASTNER, Joseph, John James Audubon , New York : H.N. Abrams, [1992]

KIERAN, Margaret Ford, 1905-, John James Audubon, by Margaret and John Kieran; illustrated by
Christine Price, New York, Random House [1954]

OWENS, Carlotta J., John James Audubon : The birds of America, Washington, D.C.: National Gallery
of Art, c1984.Christie, Manson & Woods International Inc.

PROBY, Kathryn Hall, 1921-, Audubon in Florida. With selections from the writings of John James
Audubon, Coral Gables, Fla., University of Miami Press c1974.

REYNOLDS, Gary A, John James Audubon & his sons: catalog, New York, N.Y. (33 Washington Pl.,
New York): Grey Art Gallery and Study Center, c1982.

WEED, Clarence Moores, 1864-1947, comp., Bird life stories, comp. from the writings of Audubon,
Bendire, Nuttall, and Wilson, by Clarence Moores Weed., Chicago [etc.] Rand, McNally & company
[1904]

DARWIN, Charles, 1809-1882.

A Calendar of the Correspondence of Charles Darwin, New York: Garland Pub., 1985.
/Cambridge; New York, NY: Cambridge University Press, 1994.
A Concordance to Charles Darwin's Notebooks, 1836-1844, Ithaca: Cornell University Press,
1990.
A Monograph of the sub-class Cirripedia, Washington Square, N.Y.: New York University
Press, 1988.
Charles Darwin, 1809-1882, Napoli: Macchiaroli, 1982/ Wellington, N.Z.: Nova Pacifica,
1982.
Charles Darwin's Beagle diary, Cambridge [Cambridgeshire]; New York: Cambridge
University Press, 1988.
Charles Darwin's Letters, Cambridge; New York, NY, USA: University of Cambridge, 1996.
Charles Darwin's Marginalia, New York: Garland, 1990
Charles Darwin's Natural Selection, London; New York: Cambridge University Press, 1975.
Charles Darwin's Notebooks, 1836-1844, [London]: British Museum (Natural History); Ithaca,
N.Y.: Cornell University Press, 1987.
Darwin a Barcelona, Barcelona: Promocions Publicacions Universitaries, c1984.
Darwin en Chile, Santiago de Chile: Editorial Universitaria, 1996.
Darwin en el Archipielago de Galapagos, [Quito, Ecuador?]: Comision Permanente para la
Defensa del Patrimonio Nacional, [1985]
Darwin on Man: A Psychological Study of Scientific Creation, New York, E. P. Dutton, 1974.
Darwin, Charles, 1809-1882. Metaphysics, Materialism, & the Evolution of Mind , Chicago:
University of Chicago Press, 1980.
Darwin's Forgotten World, Los Angeles: Reed Books, 1978.
Diary of the Voyage of H.M.S. Beagle, New York: New York University Press, 1987.
Darwin and Henslow: the Growth of an Idea; Letters 1831-1860. Edited by Nora Barlow for
the Bentham-Moxon Trust.Berkeley, University of California Press, 1967
[Extracts from Letters Addressed to Professor Henslow], [Cambridge, Cambridgeshire: J.S.
Henslow, 1835]
Fertilization of Orchids by Insects, Stanfordville, N.Y.: E. M. Coleman, 1979.
Human Nature, Darwin's View, New York: Columbia University Press, 1985.
Insectivorous Plants, New York: New York University Press, 1989.
Journal of Researches, New York: New York University Press, 1987.
Monographs of the fossil Lepadidae and the fossil Balan, Washington Square, N.Y.: New York
University Press, 1988.
On Evolution, Indianapolis, IN: Hackett Pub., c1996.
On the Movements and Habits of Climbing Plants, (Bruxelles, Culture et civilisation, 1969)
On the Origin of Species, 1859, Washington Square, N.Y.: New York University Press, 1988.
Por Darwin en el Centenario de su Muerte, 1882-1982, Ciudad de La Habana: Editorial
Cientifico-Tecnica, c1985.
The Autobiography of Charles Darwin, 1809-1882, New York: Norton, 1969, 1993.
The Collected Papers of Charles Darwin, Chicago: University of Chicago Press, 1977./Chicago
: University of Chicago Press, 1980, c1977.
The Correspondence of Charles Darwin, Cambridge [England]; New York: Cambridge
University Press, 1985-<1994 >
The Darwin Reader, New York: Norton, 1987. /New York: Norton, 1996.
The Descent of Man and Selection in Relation to Sex, Franklin Center, Pa.: Franklin Library,
1980./ 1981 Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1981./ 1989 New York: New York University
Press, 1989. / Amherst, NY: Prometheus Books, 1997.
The Different Forms of Flowers on Plants of the Same Species, Bruxelles, Civilisation, 1969]. /
Chicago: University of Chicago Press, c1986. /New York: New York University Press, 1989.
The Effects of Cross and Self Fertilisation in the Vegetation, New York: New York University
Press, 1989.
The Essential Darwin, Boston: Little, Brown, c1984.
The Expression of Emotions in Man and Animals, London: Julian Friedmann; New York: St.
Martin's Press, 1979. / London ; Dover, N.H.: F. Pinter, 1983. /Oxford; New York: Oxford University
Press, 1989.
The Formation of Vegetable Mould Through the Action of Bruxelles, Impression Anastaltique
Culture et Civilisation, [1970]. / Chicago: University of Chicago Press, 1985. /1989 New York: New
York University Press, 1989.
The Foundations of the Origin of Species, New York: New York University Press, 1987.
The Geology of the Voyage of H.M.S. Beagle, New York: New York University Press, 1987.
The Illustrated Origin of Species, New York: Hill and Wang, 1979/ London: Faber and Faber,
1979.
The Life and Letters of Charles Darwin, New York, Johnson Reprint Corp. [1969]
The Movements and Habits of Climbing Plants, Washington Square, N.Y.: New York
University Press, 1988.
The Origin of Species, London: Dent; New York: E. P. Dutton, 1972. /Franklin Center, Pa.:
Franklin Library, 1975./Oxford; New York: Oxford University Press, 1996.
The origin of species / 1975 New York: Norton, [1975]
The Origin of Species: Complete and Fully Illustrated, Harmondsworth, Penguin, Franklin
Center, Pa.: Franklin Library, 1978. /New York: Gramercy Books, c1979. /New York: Avenel
Books:distributed by Crown Publishers, [1979] / Chicago: Encyclopaedia Britannica, Inc., c1990. / New
York: Modern Library, 1993.
The Origin of Species, 1876, Washington Square, N.Y.: New York University Press, 1988.
The Portable Darwin, New York: Penguin Books, 1993.
The Power of Movement in Plants, New York: New York University Press, 1989.
The Red Notebook of Charles Darwin, [London]: British Museum (Natural History); Ithaca:
Cornell University Press, 1980.
The Structure and Distribution of Coral Reefs, Tucson, Ariz.: University of Arizona Press,
c1984.
The Variation of Animals and Plants under Domestication, Baltimore, MD: Johns Hopkins
University Press, 1998.
The Various Contrivances by which Orchids are Fertilise, Chicago: University of Chicago
Press, 1984. / Washington Square, N.Y. New York University Press, 1988.
The Voyage of Charles Darwin, New York: Mayflower Books, [1979] /1986 New York:
Parkwest Publications; London: British Broadcasting Corp., 1986.
The Voyage of the Beagle, London: Dent; New York: Dutton, 1967. / London, England; New
York, N.Y., USA: Penguin Books, 1989.
The Works of Charles Darwin, New York: New York University Press, 1987-1989.
The Zoology of the Voyage of H.M.S. Beagle. The Zoology of the voyage of H.M.S. Beagle,
under the command of Captain Fitzroy, R.N.,during the years 1832 to 1836 : published with the
approval of the Lords Commissioners of Her Majesty's Treasury, edited and superintended by Charles
Darwin, Esq. London: published by Smith, Elder and Co., 1839-1843./ New York: New York University
Press, 1987.
Variation of Animals and Plants under Domestication., Washington Square, N.Y.: New York
University Press, 1988.
What Darwin Saw in his Voyage round the World …, New York: Weathervane Books:
distributed by Crown Publishers, [1978]

ESTUDOS SOBRE:

ALEXANDER, Richard D., Darwinism and Human Affairs / Richard D. Alexander.Seattle: University
of Washington Press, c1979

APPLEMAN, Philip, 1926- comp. Darwin / edited by Philip Appleman.2d ed. New York: Norton,
c1979.
Darwin's Ark: Poems / by Philip Appleman; illustrations by Rudy
Pozzatti.Bloomington: Indiana University Press, c1984.

ARNOULD, Jacques, Frère. Darwin, Teilhard de Chardin et cie: l'Eglise et l'évolution / Jacques
Arnould. Paris: Desclée de Brouwer, c1996.

Autobiographies / Charles Darwin, Thomas Henry Huxley; edited with an introd. by Gavin de Beer.
London; New York: Oxford University Press, 1974.

BALDWIN, James Mark, Darwin and the Humanities, 2nd ed , London: Swann Sonnenschein, 1910

BANTON, Michael P. ed. Darwinism and the Study of Society, a Centenary Symposium. With
contributions by Michael Banton [and others] Edited by Michael Banton. With an introd. by
J.Bronowski.London, Tavistock Publications; Chicago, Quadrangle Books [1961]

BARKOW, Jerome H. Darwin, Sex, and Status Biological Approaches to Mind and Culture / Jerome
H.Barkow. Toronto; Buffalo: University of Toronto Press, c1989.
BARRETT, Paul H., A Concordance to Darwin's Origin of Species, first edit, Ithaca, N.Y.: Cornell
University Press, 1981.

BARZUN, Jacques, 1907- Darwin, Marx, Wagner: Critique of a Heritage. Rev. 2d ed. Garden City,
N.Y., Doubleday, 1958.

BECKSTROM, John H., 1932- Darwinism Applied: Evolutionary Paths to Social Goals / John H.
Beckstrom.Westport, Conn.: Praeger, 1993.

BEER, Gillian. Darwin's Plots: Evolutionary Narrative in Darwin, George Eliot, and Nineteenth-
Century Fiction / Gillian Beer.London; Boston: Routledge & Kegan Paul, 1983.

BELL, Peter Robert. ed. Darwin's Biological Work; Some Aspects Reconsidered, by P.R. Bell [and
others] Edited by P.R. Bell.Cambridge [Eng.] University Press, 1959.

BEVERLEY, Robert Mackenzie, 1796(?)-1868. The Darwinian Theory of the Transmutation of Species
Examined by a Graduate of the University of Cambridge.London: J. Nisbet, & Co., 1867.

BOWLER, Peter J. Darwinism / Peter J. Bowler.New York: Twayne Publishers; Toronto: Maxwell
Macmillan Canada; New York Maxwell Macmillan International, c1993.

BRADFORD, Gamaliel, 1863-1932. Darwin, by Gamaliel Bradford Boston, New York, Houghton
Mifflin company, 1926.

BROWN, Ron. Darwin Dilemmas / by Ron Brown and Pat Studdy-Clift.Carlisle, W.A.: Hesperian
Press, 1992.

BURNABY, John Darwin and the Human Situation.Cambridge, W. Heffer [1959]

CAUDILL, Edward. Darwinism in the Press: the Evolution of an Idea / Edward Caudill. Hillsdale, N.J.:
L. Erlbaum Associates, c1989.

COBBE, Frances Power, 1822-1904. Darwinism in Morals, and other Essays. Reprinted from the
Theological and Fortnightly reviews, Fraser's and Macmillan's magazines, and the Manchester friend.
By Frances Power Cobbe.London, Edinburgh, Williams and Norgate, 1872.

COMFORT, Alex, 1920- Darwin and The Naked Lady; Discursive Essays on Biology and Art. London,
Routledge & K. Paul, [c1961]

CONRY, Yvette. Correspondance entre Charles Darwin et Gaston de Saporta. Précédée de Histoire de
la Paléobotanique en France au XIXe siècle. Paris, Presses universitaires de France, 1972.

CROOK, D. P. (David Paul) Darwinism, War, and History: the Debate over the Biology of war from the
"Origin of species" to the First World War / Paul Crook.Cambridge [England]; New York: Cambridge
University Press, 1994.

DALE, Peter Allen, In Pursuit of a Scientific Culture: Science, Art, and Society in the Victorian Age,
Madison: U. of Wisconsin Press, 1989 .

DARLINGTON, C. D. (Cyril Dean), 1903- Darwin's Place in History. Oxford, Blackwell, 1959.

Darwin and Evolution / David Corbett, editor.[Adelaide]: Dept. of Continuing Education, University of
Adelaide, 1980

Darwin in Retrospect / H.H.J. Nesbitt, editor; J.C.S. Wernham [et al.]Toronto: Ryerson Press, 1960.

Darwin to Einstein: Historical Studies on Science and Belief / edited by Colin Chant and John
Fauvel.London; New York: Longman, 1980.
Darwin, Marx, and Freud: their Influence on Moral Theory / edited by Arthur L. Caplan and Bruce
Jennings. New York: Plenum Press, c1984.

Darwinism and Divinity: Essays on Evolution and Religious Belief / edited by John Durant. Darwinisme
et Société / sous la direction de Patrick Tort. 1 re éd. Paris: Presses universitaires de France, 1992.
[Paper presented at a conference held June 4-6, 1991, in Paris, France.Includes bibliographical
references and index.]

Darwin's Laboratory: Evolutionary Theory and Natural History in the Pacific /edited by Roy M.
MacLeod and Philip F. Rehbock.Honolulu: University of Hawaii Press, c1994.

DE LA FUENTE, Carlo A. Darwin e il Cammino Verso il DNA / [a cura di Carlo A. de la Fuente].-


Roma : Cremonese, 1974

DENNETT, Daniel Clement. Darwin's Dangerous Idea: Evolution and the Meanings of Life / Daniel C.
Dennett.New York: Simon & Schuster, c1995.

DESMOND, Adrian, 1947- Darwin / Adrian Desmond and James Moore. London: Michael Joseph,
1991. Appleman, Philip, 1926- comp. Darwin. [1st ed.] New York, Norton [1970]

DORDOLOT, Canon, 1855-1929. Darwinism and Catholic Thought, by Canon Dorlodot. Translated by
the Rev. Ernest Messenger.London [etc.] Burns, Oates and Washbourne, ltd., 1922-

DUROUX, Paul Émile. Les Darwin.Paris, Éditions Universitaires [1972]

EISELEY, Loren C., 1907-1977. Darwin and the Mysterious Mr. X: new Light on the Evolutionists / by
Loren C.Eiseley. 1st ed. New York: Dutton, c1979.

FISKE, John, 1842-1901 Darwinism and other Essays, by John Fiske. New ed., rev. and enl.Boston and
New York, Houghton, Mifflin and Company, 1900.

GLICK, Thomas F. Darwin y el Darwinismo: en el Uruguay y en América Latina / Thomas F. Glick.


[Montevideo, Uruguay]: Universidad de la República, Facultad de Humanidades y Ciencias,
Departamento de Publicaciones, [1989]

GRAY, Asa, 1810-1888. Darwiniana; Essays and Reviews Pertaining to Darwinism. Edited by A.
Hunter Dupree.Cambridge, Belknap Press of Harvard University Press, 1963.

GREENE, John C. Darwin and the Modern World View.Baton Rouge, Louisiana State University Press
[1961]

GRINNELL, George James. The Darwin Case, a Computer Analysis of Scientific Creativity [by George
James Grinnell] Berkeley, Cal., 1969.

GRUBER, Howard E. Darwin on Man: a Psychological Study of Scientific Creativity / Howard E.


Gruber; foreword to the 1st ed. by Jean Piaget.2nd ed Chicago: University of Chicago Press, 1981.

HAYCRAFT, John Berry, d. 1922. Darwinism and Race Progress, by John Berry Haycraft. London, S.
Sonnenschein; New York, Scribner, 1895.

HEADLEY, F. W. (Frederick Webb), 1856-1919. Darwinism and Modern Socialism / by F. W.


Headley. London: Methuen, 1909

HENKIN, Leo Justin, 1906- Darwinism in the English Novel, 1860-1910; the Impact of Evolution on
Victorian Fiction. New York, Russell & Russell, 1963 [c1940]

HIMMELFARB, Gertrude. Darwin and the Darwinian Revolution. London, Chatto & Windus, 1959.

HINGSTON, R. W. G. (Richard William George), 1887- Darwin, by F. W. G. Hingston


HOPKINS, Robert S. Darwin's South America [by] Robert S. Hopkins. New York, John Day Co. [1969]

HULL, David L. Darwin and his Critics: the Reception of Darwin's Theory of Evolution by the
Scientific Community / David L. Hull.Chicago: University of Chicago Press, 1983, c1973.

HUXLEY, Thomas Henry, 1825-1895. Darwiniana; Essays. New York, D. Appleton and Company,
1897.

Il Darwinismo in Italia: Testi / di Filippo De Filippi ... [et al.]; a cura di Giacomo Giacobini e Gian
Luigi Panattoni. Torino: Unione tip.-editrice torinese, 1983.

Il Darwinismo nel Pensiero Scientifico Contemporaneo.Napoli: Guida, [1984]

IRVINE, William (1959), 'The influence of Darwin on literature', Proceedings of the American
Philosophical Society, vol. 103 (October), pp. 616-28.

ISAACS, Leonard, 1939- Darwin to Double Helix: the Biological Theme in Science Fiction / Leonard
Isaacs. London; Boston: Butterworths, 1977.

JOHNSON, Phillip E., 1940- Darwin on Trial / Phillip E. Johnson. Downers Grove, Ill.: InterVarsity
Press, c1991.

JONES, Arthur Edward (1950), Darwinism and its Relationship to Realism and Naturalism in American
Fiction, 1860 to 1900 (Madison: Drew University Press).

KEITH, Arthur, Sir, 1866-1955. Darwin Revalued. London, Watts [1955]

KOHN, David ed, The Darwinian Heritage, Princeton: Princeton University Press, 1986.

LACK, David Lambert. Darwin's Finches; an Essay on the General Biological Theory of Evolution by
David Lack.New York, Harper [1961]

LADOUS, Régis. Darwin, Marx, Engels, Lyssenko et les Autres / par Régis Ladous. Paris: J. Vrin;
Lyon: Institut interdisciplinaire d'études epistemologiques, 1984.

LANDUCCI, Giovanni. Darwinismo a Firenze: tra Scienza e Ideologia (1860-1900) / Giovanni


Landucci. Firenze: L. S. Olschki, 1977.

LEROY, Jean-F. Darwin, Paris, Seghers, 1966.

LEVINE, George, 1931- Darwin and the Novelists: Patterns of Science in Victorian Fiction / George
Levine.Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1988.

LOEWENBERG, Bert James, 1905- Darwin, Wallace, and the Theory of Natural selection; including
the Linnean Society papers. Cambridge, Arlington Books, 1959.

LOEWENBERG, Bert James, 1905- ed. Darwinism; Reaction or Reform? New York, Rinehart [1957]

LOVTRUP, Soren. Darwinism: the Refutation of a Myth / Soren Lovtrup.New York: Croom Helm in
association with Methuen, c1987.

MACHIN, Alfred, 1888- Darwin's Theory Applied to Mankind, by Alfred Machin ... With a foreword by
Sir Arthur Keith, F.R.S.London, New York [etc.] Longmans, Green and Co. [1937]

MCNEIL, Maureen. Under the Banner of Science: Erasmus Darwin and his Age / Maureen McNeil.
Manchester, UK; Wolfeboro, NH, USA: Manchester University Press, c1987.

MITCHELL, P. Chalmers (Peter Chalmers), Sir, 1864-1945. Evolution and the War. French Le
Darwinisme et la Guerre / par P. Chalmers Mitchell; traduit de l'anglais par Maurice Solovine; lettre-
préface de Émile Boutroux. Paris: F. Alcan, 1916.
MOORE, James R. (James Richard), 1947- The Darwin Legend / James Moore.Grand Rapids, Mich.:
Baker Books, c1994.

MOOREHEAD, Alan, 1910- Darwin and the Beagle / Alan Moorehead. New York: Crescent Books:
Distributed by Crown Publishers, 1983, c1969.

MORTON, Peter, The Vital Science: Biology and the Literary Imagination 1860-1900, London: Allen &
Unwin, 1984.

MURPHY, Elymer J., Beyond Darwin, Sussex, England: Book Guild, c1982.

NADVI, Khurshid S. Darwinism on Trial / Khurshid S. Nadvi.2nd rev. ed. London: Ta-Ha, 1993

NOBEL CONFERENCE (18th 1982: Gustavus Adolphus College) Darwin's Legacy / Nobel Conference
XVIII, Gustavus Adolphus College, St. Peter, Minnesota edited by Charles L. Hamrum; with
contributions by Stephen Jay Gould ... [et al.].1st ed. San Francisco: Harper & Row, c1983.

NORRIS, Margot, Beasts of the Modern Imagination: Darwin, Nietzsche, Kafka, Ernst and Lawrence,
Baltimore: Johns Hopkins UP, 1985.

O'HANLON, Redmond, Joseph Conrad and Charles Darwin: The Influence of Scientific Thought on
Conrad's Fiction , Atlantic Highlands: Humanities Press, 1984.

OLDROYD, David Roger. Darwinian Impacts: an Introduction to the Darwinian Revolution / David
Roger Oldroyd.Kensington, Australia: New South Wales University, c1980.

ONG, Walter J., ed. Darwin's Vision and Christian Perspectives; [Papers] Foreword by John Wright.
New York, Macmillan, 1960.

ORMSBY, Robert McKinley, 1814-1881. Darwin / by Robert McK. Ormsby.New York: Printed by P.F.
McBreen, [1876]

OSPOVAT, Dov, 1947-1980. The Development of Darwin's Theory: Natural History, Natural Theology,
and Natural Selection, 1838-1859 / Dov Ospovat. Cambridge: Cambridge University Press, 1981 (1995
[printing])

PANCALDI, Giuliano. Darwin in Italia. English Darwin in Italy: Science Across Cultural Frontiers /
Giuliano Pancaldi; translated by Ruey Brodine Morelli.Updated and expanded ed. Bloomington: Indiana
University Press, c1991.

PARODIZ, Juan J. (Juan José) Darwin in the New World / J.J. Parodiz.Leiden: Brill, 1981.

PECKHAM, Morse (1959), 'Darwinism and Darwinisticism', Victorian Studies, vol. 3 (September), pp.
3-40.

PELLEGRINO, Charles R. Darwin's Universe: Origins and Crises in the History of Life / Charles R.
Pellegrino, Jesse A. Stoff. 2nd ed. Blue Ridge Summit, PA: TAB Books, 1986.

PLAINE, Henry L., ed. Darwin, Marx, and Wagner; a Symposium. [Columbus] Ohio State University
Press [1962]

PLOTKIN, H.C. (Henry C.) Darwin Machines and the Nature of Knowledge / Henry Plotkin.
Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1994.

QUATREFAGES DE BRÉAU, Armand de, 1810-1892. Darwin et ses Précurseurs Français étude sur
le Ttransformisme, par A. de Qutrefages.2. éd. rev. et augm.Paris, G. Baillière, 1892.

RICHARDS, Robert John, 1942- Darwin and the Emergence of Evolutionary Ttheories of Mind and
Behavior /Robert J. Richards.Chicago: University of Chicago Press, 1987.
RITCHIE, David George, 1853-1903. Darwin and Hegel, with other Philosophical Studies, by David G.
Ritchie.London, S. Sonnenschein & Co.; New York, Macmillan & Co., 1893.

RITVO, Lucille B., 1920- Darwin's Influence on Freud: a Tale of two Sciences / Lucille B. Ritvo. New
Haven: Yale University Press, c1990.

ROBERTS, Jon H. Darwinism and the Divine in America: Protestant Intellectuals and Organic
Evolution, 1859-1900 / Jon H. Roberts.Madison, Wis.: University of Wisconsin Press, 1988.

ROPPEN, George, Evolution and Poetic Belief. A Study in Some Victorian and Modern Writers, Oslo:
Oslo University Press, 1956.

ROUTH, Harold Victor, Towards the Twentieth Century: Essays in the Spiritual History of the
Nineteenth, Cambridge: Cambridge University Press, 1937.

RUSE, Michael. Darwinism Defended: a Guide to the Evolution Controversies / Michael Ruse;
foreword by Ernst Mayr.Reading, Mass.: Addison-Wesley, Advanced Book Program/World Science
Division, 1982.

RUSE, Michael. The Darwinian Paradigm: Essays on its History, Philosophy, and Religious
Implications / Michael Ruse. London; New York: Routledge

Selections. 1956 The Darwin Reader; edited by Marston Bates and Philip S. Humphrey. New York,
Scribner [1956]

SIMPSON, George Gaylord, 1902- The Book of Darwin, New York: Washington Square Press, c1982.

SIMS, Michael, 1958- Darwin's Orchestra: an Almanac of Nature in History and the Arts / Michael
Sims.1st ed. New York: Henry Holt, 1997.

SNELL, Reginald. Darwin [by] L. B. Pekin [pseud.] London, L. and Virginia Woolf at the Hogarth
Press, 1937.

STEVENSON, Lionel, 1902- Darwin Among the Poets, Lionel Stevenson.Chicago, Ill., The University
of Chicago press [c1932
'Darwin and the novel', Nineteenth-Century Fiction, vol. 15 (June), 1960, pp. 29-38.

STORNAIOLO, Ugo. Darwin, Marx, Freud, Einstein: l'Avventura del Pensiero Occidentale / Ugo
Stornaiolo.Milano, Italy: Centro studi Terzo mondo, [1992]

The Darwinian Heritage: Including Proceedings of the Charles Darwin Centenary Conference,
Florence Center for the History and Philosophy of Science, June 1982 / edited by David Kohn, with
bibliographic assistance from Malcolm J. Kottler. Princeton, N.J. : Princeton University Press, in
association with Nova Pacifica, c1985.

The Fragile Environment: the Darwin College Lectures / edited by Laurie Friday and Ronald
Laskey.Cambridge [England] ; New York : Cambridge University Press, 1989.

THORNTON, Ian W. B. Darwin's Islands: a Natural History of the Galápagos [by] Ian Thornton. [1st
ed.]Garden City, N. Y., Published for the American Museum of Natural History [by] Natural History
Press, 1971.

TODES, Daniel Philip. Darwin without Malthus: the Struggle for Existence in Russian Evolutionary
Thought / Daniel P. Todes.New York: Oxford University Press, 1989.

TURNER, John Mills (1944), 'The Response of Major American Writers to Darwinism, 1859-1910',
unpublished PhD thesis, Harvard University.
VANDERPOOL, Harold Y., comp. Darwin and Darwinism; Revolutionary Insights Concerning Man,
Nature, Religion, and Society. Edited and with an introd. by Harold Y. Vanderpool. Lexington, Mass.,
Heath [1973]

VUCINICH, Alexander, 1914- Darwin in Russian Tthought/ Alexander Vucinich. Berkeley: University
of California Press, c1988.

WEINDLING, Paul. Darwinism and Social Darwinism in Imperial Germany: the Contribution of the
cell Biologist Oscar Hertwig (1849-1922) / Paul Julian Weindling. Stuttgart; New York: G. Fisher,
1991.

WHITE, Michael, 1959- Darwin: a Life in Science/ Michael White and John Gribbin. London: Simon &
Schuster, 1995.

WINSLOW, John H., 1932- Darwin's Victorian Malady; Evidence for its Medically Induced Origin [by]
John H. Winslow. Philadelphia, American Philosophical Society, 1971.

YOUNG, Robert Maxwell. Darwin's Metaphor: Nature's Place in Victorian Culture/ Robert M. Young.
Cambridge [Cambridgeshire]; New York: Cambridge University Press, 1985.

ZIMMERMAN, Paul Albert, 1918- ed. Darwin, Evolution, and Creation [by] Paul A. Zimmerman,
editor [and others] Saint Louis, Concordia Pub. House, 1959.

ZIRKLE, Conway, Evolution, Marxian Biology, and the Social Scene, Philadelphia: University of
Pennsylvania Press, 1959.

PÁGINAS WEB

Dr Graham Smith Darwin, Charles (author), Darwin, Charles (author) [on-line] disponível em
http://indigo.stile.le.ac.uk/~sgj/STILE/t0002448.html
Internet Infidels, Charles Darwin [1809 - 1882], 1995-1998, [on-line] disponível em
http://infidels.org/library/historical/charles_darwin/
livros: The Descent Of Man (1871) On the Origin of Species (1859) The Voyage Of The Beagle (1909)

Sébastien Rouget , Charles Darwin et L'évolution, 08 novembre 1997 [on-line] disponível em


http://users.aol.com/darwinisme/index.html

James Cook University, On the Origin of Species by Means of Natural, Selection, or the Preservation of
Favoured, Races in the Struggle for Life. Charles Darwin, M.A, 1996[on-line] disponível em
http://www.cimm.jcu.edu.au/hist/stats/galton/darwin/index.htm

Discover Galapagos - Darwin's Enchanted Islands [on-line] disponível em


http://www.discovergalapagos.com/

Stuart Curran, Pennsylvania Electronic Edition of Frankenstein, Charles Darwin, 1809-1882 [on-line]
disponível em http://www.english.upenn.edu/~jlynch/Frank/People/cdarwin.html

Johannah E. Barry, International Galapagos Tour Operators Association, The Charles Darwin
Foundation [on-line] disponível em http://www.igtoa.org/darwin.htm.

Descent of Man [ 1871]Charles Darwin [ 1809 - 1882 ]1995-1998, [on-line] disponível em


http://www.infidels.org/library/historical/charles_darwin/descent_of_man/

Department of Rare Books and Special University of South Carolina, Collections.The C. Warren Irvin,
Jr., Collection of Charles Darwin and Darwiniana, 16 July 1997[on-line] disponível em
http://www.sc.edu/library/spcoll/nathist/darwin/darwin.html
The Secular Web, On the Origin of Species (1859) Charles Darwin [on-line] disponível em
http://www.secular.org/library/historical/charles_darwin/origin_of_species/

The Secular Web, The Voyage of The Beagle (1909) Charles Darwin[on-line] disponível em
http://www.secular.org/library/historical/charles_darwin/voyage_of_beagle/

THOREAU, David Henry, 1817-1862.

A Pig Tale, New Fairfield, Conn.: Bruce Rogers, 1947.


A Week on the Concord and Merrimack Rivers, Avon, Conn.: Limited Editions Club,
1975./Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1980. /Franklin Center, Pa.: Franklin Library, 1983./
New York : AMS Press, 1982. /New York, N.Y.: Literary Classics of the United States: Distributed to
the trade in the U.S. and Canada by Viking Press, c1985.
A Yearning toward Wildness, Atlanta: Peachtree Publishers, c1991. / New York: Penguin
Books, 1993.
An American Landscape, New York: Paragon House, 1991.
Autumnal Tints, Bedford, Mass.: Applewood Books, [1996]
Backwoods and along the Seashore, Boston: Shambhala, 1995.
Cape Cod, Portland, Me., Printed at the Anthoensen Press for the members of the Limited
Editions Club, 1968/ New York: AMS Press, [1982] /Boston: Little, Brown, c1985. / Princeton, N.J.:
Princeton University Press, 1988/City at bay: 1979 New York: Arbor House, c1979 Princeton, N.J.:
Princeton University Press, 1993.
Civil Disobedience, and other Essays, New York: Dover Publications, 1993.
Civil Disobedience, Boston, D. R. Godine, 1969.
Clear Dky, Pure Light, Lincoln, Mass.: Penmaen Press, c1978.
Consciousness in Concord, New York: AMS Press, [1985]
Dynasty of Power, New York: Arbor House, c1982.
Early Essays and Miscellanies, Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1975.
Excursions, and Poems, New York: AMS Press, [1982]
Faith in a Seed, Washington, D.C.: Island Press/Shearwater Books, c1993.
Familiar Letters, New York: AMS Press, [1982]
Great Short Works of Henry David Thoreau, New York: Harper & Row, 1982.
Henry D. Thoreau, Paris: L'Herne, c1994.
Henry David Thoreau, New York: Gramercy; Avenel, N.J.: Distributed by Outlet Book Co.,
c1993.
House-warming and Winter Visitor, Camden, N.J.: Haddon Craftsmen, 1936.
In the Footsteps of the artist, Wilmington, Del.: Middle Atlantic Press, c1986.
In the Woods and Fields of Concord, Salt Lake City, Utah: G.M. Smith, 1982.
In Wildness is the Preservation of the World, San Francisco: Sierra Club, [1988], c1962.
Journal, Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1981-<1992 > / New York: AMS Press,
[1982]
Letters to Various Persons, Folcroft, Pa.: Folcroft Library Editions, 1975./ Norwood, Pa.:
Norwood Editions, 1976. / Philadelphia: R. West, 1978.
Life without Principle, Folcroft, Pa.: Folcroft Library Editions, 1977./ Norwood, Pa. : Norwood
Editions, 1978.
Political Writings, New York: Cambridge University Press, 1996.
Reflections at Walden, [Kansas City, Mo., Hallmark, 1971]
Selected Writings, Arlington Heights, Ill.: H. Davidson, [1988]
Selections 1988 Thoreau's Comments on the art of Writing / edited and with an introduction by
Richard Dillman. Lanham, Md.: University Press of America, c1987.
Selections from the Journals, New York: Dover Publications, c1995.
Simplify, Simplify and other Quotations from Henry David, New York: Columbia University
Press, c1996.
Solitude, New York: Modern Library, 1996.
Some Unpublished Letters of Henry D. and Sophia E. Thor, New York: AMS Press, [1985]
Sweet, Wild World, Boston: Charles River Books, c1982.
The Annotated Walden: Walden; New York, C. N. Potter; distributed by Crown Publishers
[c1970]
The Bluebird Carries the Sky on his Back. , [Los Angeles] Stanyan Books [1970]
The green Thoreau, San Rafael, Calif.: New World Library, c1992.
The Illustrated A Week on the Concord and Merrimack river, Princeton, N.J.: Princeton
University Press, 1983.
The Journal of Henry David Thoreau, Salt Lake City: Peregrine Smith Books, 1984.
The Maine Woods, New York, N.Y.: Penguin Books, 1988.
The Maine woods. 1982 New York: AMS Press, [1982] / New York: Perennial Library, 1987,
c1864.
The Moon, New York: AMS Press, [1985]
The Natural History Essays, Salt Lake City: Peregrine Smith, 1980. / 1989 Salt Lake City:
Peregrine Smith Books, [1989]
The Natural Man, Wheaton, Ill.: Theosophical Pub. House, 1978.
The Poet's Delay, New York: Rizzoli, 1992.
The Portable Thoreau, New York: Penguin Books, 1977, c1964.
The Santanic Condition, New York: Arbor House, c1981.
The Service, New York: Gordon Press, 1976, c1902.
The Thoreau Calendar, Norwood, Pa.: Norwood Editions, 1977.
The Thoughts of Thoreau, New York: L. Dodd, Mead, 1987.
The Winged Life, Covelo, Calif.: Yolla Bolly Press, c1986. /San Francisco: Sierra Club Books,
c1986/ New York: HarperPerennial, 1992.
The Works of Henry David Thoreau, Stamford, Conn.: Longmeadow Press, 1995.
The Writings of Henry David Thoreau, New York: AMS Press, [1982]
Thoreau Country, San Francisco: Sierra Club Books, 1975.
Thoreau in the Mountains, writings by Henry David Thoreau; commentary by William
Howarth. New York: Farrar, Straus, Giroux, c1982.
Thoreau on Birds, Bosto : Beacon Press, c1993.
Thoreau on Writing, Conway, AR: University of Central Arkansas Press; Lanham, MD
Distributed by arrangement with University Pub. Associates, c1989.
Thoreau Today; Selections from his Writings. Edited by Helen Barber Morrison. With an
introd. by Odell Shepard. New York, Comet Press Books, 1957.
Thoreau's Cape Cod, with the early photographs of Herbert W. Gleason. Edited, with an
introd., by Thea Wheelwright. Barre, Mass., Barre Publishers, 1971.
Thoreau's Comments on the Art of Writing, Lanham, MD: University Press of America, c1987.
Thoreau's Garden , Mechanicsburg, PA: Stackpole Books, c1996.
Thoreau's Literary Note-book 1840 [1840-1848?] in the Library of Congress. Facsimile text
edited by Kenneth Walter Cameron. Hartford, Transcendental Books [c1964]
Thoreau's Minnesota Journey, New York: AMS Press, [1985]
Thoreau's Vision: the Major Essays. Edited by Charles R. Anderson. Englewood Cliffs, N.J.,
Prentice-Hall [1973]
Thoreau's Walde, Waukesha, Wis.: Country Beautiful, c1976.
Thoreau's World; Miniatures from his Journal, Englewood Cliffs, N.J., Prentice-Hall [1971]
Two Fragments from the Journals, Iowa City: Windhover Press, University of Iowa, c1968.
Walden,/ 1969 Columbus, Ohio, C. E. Merrill [1969] / London : W. Scott, [1886]/1981. /1982
New Yor: AMS Press, [1982] / Walden; 1970 [London] Distributed by Heron Books [c1970] / Salt Lake
City: G.M. Smith, 1981. /Philadelphia, Pa: Running Press, c1987./Princeton, N.J.: Princeton University
Press, 1989. /Philadelphia, Pa: Courage Books, c1990. /London: J.M. Dent; Rutland, Vt.: C.E. Tuttle,
c1992./ Boston: Houghton Mifflin, 1995 /Stamford, CT : Longmeadow Press, 1996. /Boston: Beacon
Press, c1997. Oxford; New York: Oxford University Press, 1997.
Walden; and, Civil Disobedience, Harmondsworth, Middlesex, England; New York, N.Y.:
Penguin Books, 1983.
Walden; and, Resistance to Civil Government, New York: W.W. Norton, c1992.
Walden and other Writings of Henry David Thoreau, New York: Modern Library, 1992.
Walden, a Concordance, New York: Garland Pub., 1985.
Walden, and other Writings, Garden City, N.Y., Doubleday [1970] / New York; Modern
Library, c1981.
Walden, or Life in the Woods; On the duty of Civil dis , New York: Collier Books, 1986, c1962.
/ Philadelphia: H. Altemus, [1899?] / New York: A.A. Knopf, c1992/ Walden, or, Life in the woods /
1973 Garden City, N.Y.: Anchor Press/ Doubleday, 1973. /Franklin Center, Pa.: Franklin Library, 1981.
/ Franklin Center, Pa.: Franklin Library, 1983. / New York: Vintage Books/The Library of America,
1991./ New York: Dover Publications, 1995.
Walden Salt Lake City, G.M. Smith, / Franklin Center, Pa: Franklin Library, 1976.
Walking, Boston: Applewood Books, 1987. / Dallas: Heritage Press, 1989/ San Francisco:
Harper San Francisco, c1994.
Where I Stand, Greensboro, N.C.: Tudor Publishers, c1992.
Wild Apples, [Bedford, Mass.]: Applewood Books; Chester, CT: Distributed by Globe Pequot
Press, [1992]
Wood-notes Wild: 1995 Carbondale: Southern Illinois University Press, c1995.
Works of Henry David Thoreau, New York: Avenel Books: distributed by Crown Publishers,
c1981./ New York, NY: Longmeadow Press, 1986, c1981.

ESTUDOS SOBRE:

ANDERSON, Charles. The Magic Circle of Walden. New York, 1968.

BENNETT, Jane, 1957- Thoreau's Nature: Ethics, Politics, and the Wild / Jane Bennett. Thousand
Oaks, Calif.: Sage Publications, c1994.

BICKMAN, Martin. Walden: Volatile Truths. New York, 1992.

BOONE, Joseph Allen. "Delving and Diving for Truth: Breaking through to Bottom in Thoreau's
Walden." ESQ 27 (1981): 135-46.

BOUDREAU, Gordon V. The Roots of Walden and the Tree of Life. Nashville, 1990.

CAVELL, Stanley. The Senses of Walden. New York, 1972.

CAMERON, Kenneth Walter, 1908- The Thoreau Secondary Bibliography. Supplement two (1836-
1940): with an Appendix of Commentary and Documents / by Kenneth Walter Cameron. Hartford:
Transcendental Books, c1997.
ed. Thoreau's Harvard Years; Materials Introductory to new Explorations, Record of fact and
Background. Hartford, Transcendental Books [1966]

CHANNING, William Ellery, 1817-1901. Thoreau: the Poet-naturalist; with Memorial Verses / by
William Ellery Channing; new ed., enl., edited by F. B. Sanborn.New York: Biblo and Tannen, 1951

CHRISTIE, John Aldrich. Thoreau as World Traveler. New York: Columbia University Press with the
cooperation of the American Geographical Society, 1965.

DICKENS, Robert. Thoreau: the Complete Individualist; his Relevance--and Lack of it--for our
Time.[1st ed.]New York, Exposition Press [1974]

DOMBROWSKI, Daniel A. Thoreau the Platonist / Daniel A. Dombrowski.New York: P. Lang, c1986.

FLAK, Micheline. Thoreau; ou la Sagesse au Service de l'Action. [Paris] Seghers [1973]

GARBER, Frederick. Thoreau's Fable of Inscribing / Frederick Garber. Princeton, N.J.: Princeton
University Press, c1991.
.Thoreau's Redemptive Imagination / Frederick Garber. New York: New York University Press,
1977.

GOLEMBA, Henry L. Thoreau's Wild Rhetoric / Henry Golemba. New York: New York University
Press, c1990.

GURCHE, Charles. Thoughts from Walden Pond by Henry David Thoreau, San Francisco:
Pomegranate, 1998.
HAMILTON, Franklin W. Thoreau on the Art of Writing, by Franklin W. Hamilton. [n.p., 1967]

HANSON, Elizabeth I. Thoreau's Indian of the Mind / Elizabeth I. Hanson. Lewiston, N.Y.: Edwin
Mellen Press, c1991.

HARDING, Walter Ray, 1917- A Thoreau Handbook / Walter Harding.New York: New York
University Press, c1959.
The New Thoreau Handbook. New York, 1980.
ed. Thoreau: a Century of Criticism. Dallas, Southern Methodist University Press, 1954.
ed. Thoreau, Man of Concord. New York, Holt, Rinehart and Winston [1960]
Thoreau's Library.Charlottesville, University of Virginia Press, 1957.

Harvard University. Class of 1837. Memorials of the Class of 1837 of Harvard University Thoreau and
his Harvard Classmates; Henry Williams' Memorials of the Class of 1837. With a commentary and an
index by Kenneth Walter Cameron. Hartford, Transcendental Books [1965]

HICKS, John H. (John Harland), 1919- ed. Thoreau in our Season, edited with an introd. by John H.
Hicks. [Amherst] University of Massachusetts Press [1966]

HILDEBIDLE, John, 1946-, Thoreau, a Naturalist's Liberty / John Hildebidle. Cambridge, Mass. :
Harvard University Press, 1983.

HOUGH, Henry Beetle, 1896- Thoreau of Walden; the Man and his Eventful Life. New York, Simon
and Schuster, 1956.

JOHNSON, Linck C., 1946-, Thoreau's Complex Weave: the Writing of A Week on the Concord and
Merrimack Rivers, with the Text of the First Draft / Linck C. Johnson. Charlottesville: Published for the
Bibliographical Society of the University of Virginia, by the University Press of Virginia, 1986.

JONES, Samuel Arthur, 1834-1912. Thoreau Amongst Friends and Philistines, and other Thoreauviana
/ by Samuel Arthur Jones; edited by George Hendrick. Athens, Ohio: Ohio University Press, c1982.

KEYES, Langley Carleton. Thoreau, Voice in the Edgeland; a Biography in Sonnets. Chapel Hill,
University of North Carolina Press [1955]

LANE, Lauriat, Jr. ed. Approaches to Walden. Belmont, 1961.

LEBEAUX, Richard, 1946- Thoreau's Seasons / Richard Lebeaux. Amherst: University of


Massachusetts Press, 1984.

MCINTOSH, James, 1934- Thoreau as Romantic Naturalist; his Shifting Stance Toward Nature.Ithaca.
Cornell University Press [1974]

MELTZER, Milton, 1915- ed. A Thoreau Profile, by Milton Meltzer and Walter Harding. New York,
Crowell [1962]

METZGER, Charles Reid, 1921- Thoreau and Whitman: a Study of their Esthetics. Seattle, University
of Washington Press, 1961.

MOLLER, Mary Elkins, 1929- Thoreau in the Human Community / Mary Elkins Moller.Amherst:
University of Massachusetts Press, 1980.

PAUL, Sherman. ed. Thoreau, a Collection of Critical Essays.Englewood Cliffs, N.J., Prentice-Hall
[1962]
The Shores of America: Thoreau's Inward Exploration. Urbana, 1958

PECK, H. Daniel. Thoreau's Morning Work, memory and perception in A week on the Concord and
Merrimack rivers, The journal, and Walden / H. Daniel Peck. New Haven: Yale University Press, c1990.
REDDY, V. Narayan Karan. Thoreau, Gandhi, Vinoba/ by V. Narayan Karan Reddy. Hyderabad: India
Sahitilata Publications, [1962?]

RULAND, Richard, ed. Twentieth Century Interpretations of Walden: A Collection of Critical Essays.
Englewood Cliffs, 1968.

SATTELMEYER, Robert. Thoreau's Reading: a Study in Intellectual History with Bibliographical


Catalogue / Robert Sattelmeyer.Princeton, N.J.: Princeton University Press, c1988.

SAYRE, Robert F. Thoreau and the American Indians / Robert F. Sayre.Princeton, N.J.: Princeton
University Press, c1977.

SCHNEIDER, Richard J., Henry David Thoreau, Boston, 1987.

SEAL, Cheryl, 1951-, Thoreau's Maine Woods, photographs by Robert F. Bukaty. Emmaus, Pa.: Yankee
Books; New York: Distributed by St. Martin's Press, 1992.

SEEFURTH, Nathaniel Henry. Thoreau; a View from Emeritus, by Nathaniel H. Seefurth.Chicago,


Seefurth Foundation [1968]

SEYBOLD, Ethel. Thoreau; the Quest and the Classics. New Haven, Yale University Press, c1951

SHANLEY, J. Lyndon. The Making of Walden. Chicago, 1957.

STOWELL, Robert Frederick, 1920- A Thoreau Gazetteer, by Robert F. Stowell. Edited by William L.
Howarth.Princeton, N.J., Princeton University Press, 1970.

The Thoreau log: a Documentary Life of Henry David Thoreau, 1817-1862 /[compiled by] Raymond R.
Borst.New York: G.K. Hall; Toronto: Maxwell Macmillan Canada; New York :Maxwell Macmillan
International, c1992.

Thoreau Abroad; twelve Bibliographical Essays. Edited by Eugene F. Timpe. With a foreword by
Walter Harding. [Hamden, Conn.] Archon Books, 1971.

Thoreau as Seen by his Contemporaries / edited by Walter Harding.New York: Dover Publications,
1989.

Thoreau Country: Photographs and Text Selections from the Works of H. D. Thoreau / by Herbert W.
Gleason; edited by Mark Silber; introd. by Paul Brooks. San Francisco: Sierra Club Books, 1975.

Thoreau: Philosopher of Freedom; Writings on Liberty by Henry David Thoreau, selected, with an
introduction, by James MacKaye New York, The Vanguard Press, 1930

Thoreau's Psychology: Eight Essays/ edited by Raymond D. Gozzi.Lanham, MD: University Press of
America, c1983. Essays originally presented at a conference held in Apr., 1978 at the State University
College of Arts and Sciences at Geneseo, N.Y. and sponsored by the Conversations in the Disciplines
Program of the State University of New York.Includes bibliographical references.

WOLF, William J. Thoreau: Mystic, Prophet, Ecologist [by] William J. Wolf. Philadelphia, United
Church Press [1974]

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS:

Thoreau Journal Quarterly. Vol./date v. 1-13; Jan. 1969-July/Oct. 1981.Orono, Me. [etc.] Published by
the Thoreau Fellowship.

The Thoreau Quarterly. Vol./date Vol. 14, no.1 (winter 1982)-v. 17, no.1 & 2 (winter/spring 1985).
[Minneapolis, Minn.] : Thoreau Quarterly, Inc., 1982-1985.
The Thoreau Society Bulletin.Chapel Hill, N. C. [etc.]Irregular, 1941-43; quarterly, 1944-Published by
the Thoreau Society.

PÁGINAS WEB

TEXTOS:
A Plea for Captain John Brown [on-line] disponível em gopher://gopher.vt.edu:10010/02/149/2
Life Without Principle [on-line] disponível em gopher://gopher.vt.edu:10010/02/149/3
Slavery In Massachussetts [on-line] disponível em gopher://gopher.vt.edu:10010/02/149/4
Another site with Walden [on-line] disponível em gopher://gopher.vt.edu:10010/02/149/5

Thoreau, Henry David: Walden [on-line] disponível em gopher://gopher.vt.edu:10010/02/149/5

David Henry Thoreau [on-line] disponível em http://burn.ucsd.edu/~anow/ppl/wri/thoreau/index.html

University of Toronto, The Maine Woods , [on-line] disponível em


http://dev.library.utoronto.ca/utel/nonfiction/thoreauh_mw/mw_titlepage.html

Josh Knauer, Henry David Thoreau a biography , 1995 [on-line] disponível em


http://envirolink.org/elib/enviroethics/thoreaubio.html

Henry David Thoreau (1817-1862) , [on-line] disponível em http://history.hanover.edu/19th/thoreau.htm

Henry David Thoreau [on-line] disponível em http://members.tripod.com/~TortiseShell_Cottage/t-


thoreau.htm

Jone Johnson, Henry David Thoreau,1995 [on-line] disponível em


http://miso.wwa.com/~jej/1thorea.html Links to all the sources of Thoreau's writings on the Web

Jone Johnson, Henry David Thoreau,1995 [on-line] disponível em


http://miso.wwa.com/~jej/1thorea.html
TEXTOS: Civil Disobedience: 1849 Life Without Principle: 1863 Plea for Captain John
Brown: 1859 Slavery in Massachusetts: 1854 Walden; or Life in the Woods: 1854

Index of Walden [on-line] disponível em


http://rotten.egg.com/ReadingRoom/Literature/OnWaldenPond/index.html

University of Maryland , Sean Mahoney, CyberSaunter: Henry David Thoreau [on-line] disponível em
http://umsa.umd.edu/thoreau/

University of Maryland, The Life of Henry David Thoreau [on-line] disponível em


http://umsa.umd.edu/thoreau/history.html

Civil Disobedience , [on-line] disponível em http://www.cs.indiana.edu/statecraft/civ.dis.html

Cynthia Melville and Dara Murray, Henry David Thoreau, 1997 [on-line] disponível em
http://www.delta.edu/~anburke/amlit/studentwork/thoreau.html

Walden [on-line] disponível em http://www.ecomall.com/wood.htm

Walking by Henry David Thoreau [on-line] disponível em


http://www.glue.umd.edu/~pdouglas/walking.html

Writings of Henry D. Thoreau: The Journal [on-line] disponível em http://www.gsu.edu/~wwwhdt/

Ray Angelo, Botanical Index to Henry Thoreau's Journal. Web Introduction, 1998 [on-line] disponível
em http://www.herbaria.harvard.edu/~rangelo/BotIndex/WebIntro.html

New England Literary Tour [on-line] disponível em http://www.inc.net/~fhs/littour/walden.html


Universit of California, ElizabethWhiterell, The Writing of Henry D. Thoreau , 1998 [on-line]
disponível em http://www.library.ucsb.edu/depts/thoreau/

Universit of California , The Writings of Henry D. Thoreau: Frequently Asked Questions [on-line]
disponível em http://www.library.ucsb.edu/depts/thoreau/bfaq.html

WALDEN Mailing list, [on-line] disponível em http://www.mcelhearn.com/thoreau/waldenlist.html


WALDEN is a mailing list dedicated to Henry David Thoreau (July 12, 1817 to May 6, 1862)

Thoreau, Henry David, [on-line] disponível em


http://www.netwalk.com/~vireo/Thoreau_Henry_David.html

Genius Ignored. Chapter 5. Thoreau, [on-line] disponível em


http://www.serve.com/Lucius/Thoreau.index.html

The Electronic Drummer(The Thoreau Institute), 1998 [on-line] disponível em


http://www.teleport.com/~rot/index.html

The Thoreau Society [on-line] disponível em http://www.waldenfont.com/thoreau/thorsoc.htm

Henry David Thoreau Pages, 1996 [on-line] disponível em http://www.wwander.com/hdtp.html

HUXLEY, Thomas Henry 1825-1895

A Course of Elementary Instruction in Practical Biology, 1876 London and New York,
Macmillan and co., 1876./ 1879 London, Macmillan and co., 1879. / 1883 London, Macmillan and co.,
1883.
A Manual of the Anatomy of Vertebrated Animals. 1871 London, J. & A. Churchill, 1871. /
New York, D. Appleton and company, 1872. /1886 New York, D. Appleton and company, 1886. /
Agnosticism and Christianity, and other Essays / 1992 Buffalo, N.Y. : Prometheus Books,
1992.
American Address, with a Lecture on the Study of Biology, 1877 London, Macmillan and co.,
1877.
An Introduction to the Classification of Animals. 1869 London, J. Churchill & sons, 1869
Animal Autotism, and other Essays, Science and Culture; 1884 [New York, J. Fitzgerald & co.,
1884]
Autobiography and Selected Essays, 1909 Boston, New York [etc.] Houghton Mifflin
company [c1909] / 1910 New York, Chicago, D. Appleton and company, 1910/1911/1912 / 1896 [New
York, D. Appleton and company, 1896-1902] /1968 New York, Greenwood Press [1968]
Critiques and Addresses. 1873 London, Macmillan and co., 1873. / 1873 New York, D.
Appleton and company, 1873.
Darwiniana. 1896 New York, D. Appleton and company, 1896.
Discourses, Biological and Geological; 1968 New York, Greenwood Press [1968]
Essays upon some Controverted Questions, 1892 New York, D. Appleton, 1892. / 1929 New
York, The Macmillan company, 1929.
Evidence as to Man's Place in Nature. 1863 London and Edinburgh, Williams and Norgate,
1863. / 1871 New York, D. Appleton and company, 1871/1880 New York, The Humboldt publishing co.
[1880]
Evolution and Ethics and other Essays, 1893 London, New York, Macmillan and co.,
1893/1896 New York, D. Appleton and company, 1896. /, 1893-1943, 1947 London, Pilot Press, 1947. /,
1902 New York, D. Appleton and company, 1902. // 1960 St. Clair Shores, Mich., Scholarly Press [196-
?] /1989 Princeton, N.J.: Princeton University Press, c1989
Freedom in Science and Tteaching. 1879 London, C. K. Paul & co., 1879.
Hume, 1879 New York, Harper & brothers [1879]/ 1884 New York, J. W. Lovell company
[1884] / New York, Harper & brothers [1887] / 1902 New York, D. Appleton and company, 1902. /1968
New York, AMS Press [1968]
Hume, with Helps to the Study of Berkeley; 1894 New York, D. Appleton and company, 1894./
1896 New York, D. Appleton and company, 1896.
Huxley's Autobiography and Selected Essays from Lay Sermons, 1910 New York [etc.]
Longmans, Green, and co., 1910.
Introduccion al Estudio de las Ciencias. 1890 Nueva York, D. Appleton y compania, 1890.
Introductory [science primer] /1880 London, Macmillan and co., 1880. /1882 New York, D.
Appleton and company, 1882. /1890 New York, Cincinnati [etc.] American book company [189-?]
Lay Sermons, Addresses and Reviews. 1870 New York, D. Appleton & company, 1870. / 1871
New York, D. Appleton & company, 1871.
Lectures & Lay Sermons, 1926 London & Toronto, J. M. Dent & sons, ltd.; New York, E. P.
Dutton & co. [1926]
Lectures and Essays, 1902 New York, The Macmillan Company, 1902.
Lectures on Evolution: with an Appendix on the Study of Biology. 1882 [New York, J.
Fitzgerald & co., 1882]
Lectures on the Elements of Comparative Anatomy. 1864 London, J. Churchill and sons, 1864.
Lessons in Elementary Physiology, 1900 New York, The Macmillan company; [etc., etc.]
1900.
Life and Letters of Thomas Henry Huxley, 1913 London, Macmillan and co., ltd., 1913.
Man's Place in Nature, and other Anthropological Essays, 1890 New York, Hurst and
company [189-?] / 1894 New York, D. Appleton and company, 1894. / 1896 New York, D. Appleton
and company, 1896. / 1902 New York, D. Appleton and company, 1902. / 1904 New York, J. A. Hill
and company, 1904. / [Ann Arbor] University of Michigan Press [1959]
Method and Results; Essays 1893 New York, D. Appleton and company, 1893. / New York,
D. Appleton and company, 1896. /. 1902 New York, D. Appleton and company, 1902./ 1933 London, J.
M. Dent & sons, ltd.; New York, E. P. Dutton & co., inc.[1933] /1968 New York, Greenwood Press
[1968]
More Criticisms on Darwin, and Administrative Nihilism. 1883 New York, D. Appleton and
company, 1883.
On a Piece of Chalk. 1967 New York, Scribner [1967]
On Education in Universitites. 1876 [n.p.] 1876.
On our Knowledge of the Causes of the Phenomena of Organic Nature. 1863 London, R.
Hardwicke, 1863.
On the Educational Value of the Natural History Sciences. 1854 London, J. Van Voorst, 1854.
On the Origin of Species: 1863 New York, D. Appleton and company, 1863/ New York, D.
Appleton and company, 1872. / 1878 New York, D. Appleton and company, 1878. / 1968 Ann Arbor,
University of Michigan Press [1968]
On the Physical Basis of Life. 1869 New Haven, Conn., The college courant, 1869. /1870 New
Haven, Conn., C. C. Chatfield, 1870.
On Yeast, Protoplasm, and the Germ Theory. 1873 Boston, Estes & Lauriat [1873]
Physiography: 1888 New York, D. Appleton and company, 1888.
Physiography: an Introduction to the Study of Nature. 1877 London, Macmillan and co., 1877.
/ 1878 London, Macmillan and co., 1878. / 1892 New York, D. Appleton & company, 1892. / 1893
London and New York, Macmillan and co., 1893. /1900 New York, D. Appleton and co., limited;
London, Macmillan and co., limited, 1900. / 1934 New York, Harcourt, Brace and company [c1934]
Science and Christian Tradition. 1894 New York, D. Appleton and company, 1894. / 1896
New York, D. Appleton and company, 1896. /1902 New York, D. Appleton and company, 1902./ New
York, Greenwood Press [1968]
Science and Culture, and other Essays. 1882 New York, D. Appleton and company, 1882.
Science and Education Essays 1896 New York, D. Appleton and company, 1896. /New York,
D. Appleton and company, 1901. /1904 New York, J. A. Hill and company, 1904./ 1925 London,
Macmillan and co., limited, 1925. /1964 New York, Philosophical Library [1964]
Science and Hebrew Tradition; Essays 1894 New York, D. Appleton and company, 1894. /
1897 New York, D. Appleton and company, 1897. /1901 New York, D. Appleton and company, 1901.
Selected Essays and Addresses of Thomas Henry Huxley; 1910 New York, The Macmillan
company, 1910.
Selections from Huxley, 1912 New York, H. Holt and company, 1912.
Selections from Huxley, Embracing the Autobiography; On the Advisableness of Improving
Natural Knowledge; A Liberal Education and where to find it; On a Piece of chalk. 1911 Boston, New
York [etc.] Ginn and company [c1911]
Selections from the Essays of Thomas Henry Huxley. 1948 New York, F. S. Crofts, 1948.
/1986 Arlington Heights, Ill. : H. Davidson, [1986] printing, c1948.
Social Diseases and Worse Remedies. 1891 New York, The Humboldt publishing co. [1891]
/1891 London, and New York, Macmillan and co., 1891.
Social Diseases and Worse Remedies; Letters to the "Times" on Mr. Booth's Scheme with a
pref. and reprinted introductory essay. 1891 London, New York, Macmillan, 1891.
T. H. Huxley's Diary of the Voyage of H. M. S. Rattlesnake. 1935 London, Chatto and Windus,
1935. / 1936 Garden City, N.Y., Doubleday, Doran & company, inc., 1936.
Technical education, and other essays. 1885 New York, J. Fitzgerald, 1885.
The Advance of Science in the last Half-century, 1887 New York, D. Appleton and company,
1887. / 1888 New York, D. Appleton and company, 1888.
The Crayfish. 1880 New York, D. Appleton and company, 1880. / 1881 London, C. K. Paul &
co., 1881.
The Elements of Physiology and Hygiene; 1868 New York, D. Appleton and company, 1868. /
1873 New York, D. Appleton and company, 1873. / 1896 New York, Cincinnati [etc.] American book
company [c1896]
The Essence of T. H. Huxley: Selections from his Writin 1967 London, Melbourne [etc.]
Macmillan, New York, St. Martin's P.,1967
London. University. Imperial College of Science and Technology. The Huxley Papers; a
Descriptive Catalogue of the Correspondence, Manuscripts and Miscellaneous Papers of the Rt. Hon.
Thomas Henry Huxley ... 1946 London, Published for the Imperial College of Science and Technology
by Macmillan, 1946.
The Major Prose of Thomas Henry Huxley / 1997 Athens: University of Georgia Press, c1997
The Oceanic Hydrozoa; a Description of the Calycophoridae and Physophoridae Observed
during the Voyage of H.M.S. "Rattlesnake," 1859 London, Printed for the Ray society, 1859.
The Scientific Memoirs of Thomas Henry Huxley, ed. --Supplementary volume 1903 London,
Macmillan and co., limited; New York, D. Appleton and company, 1903.
Touchstone for Ethics, 1893-1943 1947 New York, Harper [1947]

ESTUDOS SOBRE:

AINSWORTH DAVIS, J. R. (James Richard), 1861-1934. Thomas H. Huxley; by J.R. Ainsworth Davis
...London, J.M. Dent & co.; New York, E.P. Dutton & co., 1907

AYRES, Clarence Edwin, 1891-1972. Huxley, by Clarence Ayres. New York, W.W. Norton &
Company, inc. [c1932]

BIBBY, Cyril. T. H., Huxley; Scientist, Humanist and Educator. London, Watts [1959]

CLODD, Edward, 1840-1930. Thomas Henry Huxley, by Edward Clodd ... New York, Dodd, Mead and
Co., 1902.

COLLIE, Michael. Huxley at Work: with the Scientific Correspondence of T.H. Huxley and the Rev. Dr
George Gordon of Birnie, near Elgin / Michael Collie.Houndmills, Basingstoke, Hampshire: Macmillan,
1991.

COURTNEY, Janet Elizabeth (Hogarth) 1865-, Freethinkers of the Nineteenth Century, by Janet E.
Courtney. New York, E.P. Dutton, 1920.

DESMOND, Adrian J., 1947-, Huxley: the Devil's Disciple / Adrian Desmond. London: Michael Joseph
; New York, N.Y. : Viking Penguin, 1994.

HUXLEY, Leonard, 1860-1933. Thomas Henry Huxley, a Character Sketch, by Leonard Huxley.
London, Watts & Co., 1920.
Imperial College of Science and Technology. The Huxley Papers; a Descriptive Catalogue of the
Correspondence, Manuscripts and Miscellaneous Papers of the Rt. Hon. Thomas Henry Huxley ...
Preserved in the Imperial College of Science and Technology, London, by Warren R. Dawson. London,
Published for the Imperial College of Science and Technology by Macmillan, 1946.

IRVINE, William, 1906-1964. Thomas Henry Huxley.[London] Published for the British Council by
Longmans, Green [1960]

JENSEN, J. Vernon (John Vernon), 1922-, Thomas Henry Huxley: Communicating for Science / J.
Vernon Jensen.Newark: University of Delaware Press; London; Cranbury, NJ: Associated University
Presses, c1991.

MITCHELL, P. Chalmers (Peter Chalmers), Sir, 1864-1945. Thomas Henry Huxley; a Sketch of his Life
and Work, by P. Chalmers Mitchell. New York [etc.] G.P. Putnam's sons, 1900.

PARADIS, James G., 1942-, T. H. Huxley: Man's Place in Nature / James G. Paradis. Lincoln:
University of Nebraska Press, c1978.

PETERSON, Houston, 1897- Huxley, Prophet of Science, by Houston Peterson. [1st ed.] London, New
York, Longmans, Green, 1932.

PINGREE, Jeanne. Thomas Henry Huxley: a list of his Scientific Notebooks, Drawings and other
Papers, Preserved in the College Archives. London, Imperial College of Science and Technology, 1968.

SHAFER, Robert, 1889-1956. Christianity and Naturalism; Essays in Criticism, second series, by
Robert Shafer. New Haven, Yale University Press, 1926

VOORHEES, Irving Wilson, 1878- The Teachings of Thomas Henry Huxley, by Irving Wilson
Voorhees. New York, Broadway Publishing Co., 1907

PÁGINAS WEB

Valencia Community College, Hudson, William Henry (1841-1922), 1997[on-line] disponível em


http://valencia.cc.fl.us/lrcwest/hudson.html

Alan Pert, Green Mansions, [on-line] disponível em


http://www.harbour.sfu.ca/~hayward/van/glossary/mansions.html

The Secular Web, Thomas Henry Huxley [1825-1895] Christianity and Agnosticism (1889) Collected
Essays - Volume V (1893) [on-line] disponível em
http://www.infidels.org/library/historical/thomas_huxley/

James Cook Univ., Thomas Henry Huxley, 1997[on-line] disponível em


http://www.cimm.jcu.edu.au/hist/stats/hux/index.htm

Thomas Henry Huxley (Internet Encyclopedia of Philosophy) 1996[on-line] disponível em


http://www.utm.edu/research/iep/h/huxley.htm

Darwin, Huxley and the Natural Sciences, [on-line] disponível em


http://www.routledge.com/psmedia/darwhuxl.htm

HAECKEL, Ernst Heinrich Philipp August, 1834-1919.


HAECKEL, Ernst Heinrich Philipp August, 1834-1919. The Evolution of Man: a Popular Exposition of
the Principal Points of Human Ontogeny and Phylogeny. New York: Appleton, 1879.
Aus Insulinde Malayische Reisebrief. Bonn:Emil Strauss, 1901.

ESTUDOS SOBRE O AUTOR:

CARNERI, B. Bartholomäus von Carneri's Briefwechsel mit Ernst Haeckel und Friedrich Jodl,
Herausgegeben von Margarete Jodl. Leipzig, K.F. Koehler, 1922.

HECHT, Gerhard. Botanická Cinnost Ernsta Haeckela na Teplicku 1852: príspevek k zivotopisu
pokrokového nemeckého prírodovedce = Botanische Tätigkeit Ernst Haeckels in der Teplitzer Gegend
1852; ein Beitrag zur Biographie eines fortschrittlichen deutschen Wissenschaftlers/ Gerhard
Hecht.Teplice: Oblastní muzeum, 1974.

HUBBARD, Elbert, 1856-1915. Little Journeys to Homes of Great Scientists ... written by Elbert
Hubbard ... East Aurora, N.Y., The Roycrofters, 1905

KLEMM, Peter. Ernst Haeckel, der Ketzer von Jena; ein Leben in Berichten, Briefen und Bildern.
Leipzig, Jena, Berlin, Urania-Verlag (1966)

MAURER, Friedrich, 1859- Ernst Haeckel und die Biologie. Festrede zur Feier von Ernst Haeckels 80.
Geburtstag. Jena, Fischer, 1914

PARTENHEIMER, Maren. Goethes Tragweite in der Naturwissenschaft: Hermann von Helmholtz,


Ernst Haeckel, Werner Heisenberg, Carl Friedrich von Weizsäcker/ von Maren Partenheimer. Berlin:
Duncker & Humblot, c1989.

PÁGINAS WEB

Ernst Haeckel (foto) [on-line] disponível em http://www.rrz.uni-


hamburg.de/biologie/bonline/d36/hackel.htm

The Museum of Paleontology, University of California at Berkeley Ernst Haeckel (1834-1919) , [on-
line] disponível em http://www.ucmp.berkeley.edu/history/haeckel.html

MUIR, John, 1838-1914.

A Thousand-mile Walk to the Gulf, Boston: Houghton Mifflin, [1981] c1916. /Atlanta, Ga.:
Cherokee Pub., 1990./ San Francisco: Sierra Club Books, c1991. /New York: Penguin Books, 1992.
A Foot to Yosemite, San Francisco: Published for its members by the Book Club of California,
1936, c1924.
Alaska, the Harriman Expedition, 1899, New York: Dover Publications, 1986.
All the World Over, San Francisco, Calif.: Sierra Club Books, 1996.
John Muir, London : Diadem Books; Seattle: Mountaineers, [1992] / London : Baton Wicks;
Seattle : Mountaineers, 1996.
John Muir: his Life and Letters and other Writings / edited and introduced by Terry Gifford.
London: Baton Wicks; Seattle: Mountaineers, 1996.
John Muir Summering in the Sierra, Madison, Wis.: University of Wisconsin Press, 1984.
."Articles written by John Muir for the San Francisco Daily evening bulletin in the years 1874-1875"--
Pref.
John Muir, in his own Words , Lafayette, Calif.: Great West Books, 1988.
John Muir's Guide to Cape Town and the Western Cape / photos. by Sally Whately-Smith ;
shopping guide by Trisha Campbell & Carol J. Foy, Cape Town : H. Timmins, 1976
John Muir's Longest Walk: John Earl, a Photographer, Traces his Journey to Florida; with
Excerpts from John Muir's Thousand-mile Walk to the Gulf.
John of the Mountains, Madison: University of Wisconsin Press, [1979] c1938.
Letters from Alaska, Madison, Wis.: University of Wisconsin Press, c1993.
Letters to a Friend, Written to Mrs. Ezra S. Carr, 1866, Atlanta, Ga.: Cherokee Pub., 1990.
Mountaineering Essays, Salt Lake City: Peregrine Smith Books, 1984. / Salt
Lake City: Peregrine Smith Books, [1989] / Salt Lake City: University of Utah Press, c1997.
Muir among the Animals the Wildlife Writings of John Muir / Lisa Mighetto, editor. San
Francisco, CA: Sierra Club Books, c1986.
My First Summer in the Sierra, Boston: Houghton Mifflin, 1979, c1916. / New York, NY:
Penguin Books, 1987/.Covelo, Calif. : Yolla Bolly Press, 1988. /1990 Atlanta, Ga.: Cherokee Pub.,
1990. / San Francisco: Sierra Club Books, [1990
Nature Writings, New York, N.Y.: The Library of America : distributed to the trade in the U.S.
by Penguin Books USA, c1997.
Northwest Passages, Palo Alto, Calif.: Tioga Pub. Co., c1988.
Our National Parks. Boston, Houghton Mifflin [1901] St. Clair Shores, Mich., Scholarly Press
[1970?] /Madison, Wis.: University of Wisconsin Press, [1981] /San Francisco : Sierra Club Books,
c1991.
Rambles in King's River Country, Ashland, Or.: L. Osborne, 1977.
Rambles of a Botanist Among the Plants and Climates of 1974 Los Angeles: Dawson's Book
Shop, 1974.
South of Yosemite, Berkeley: Wilderness Press, c1988.
Steep Trails. Edited by William Frederic Bade. Dunwoody, Ga., N. S. Berg, 1970 [c1918] /
Atlanta, Ga.: Cherokee Pub. Co., 1990, c1909./ San Francisco: Sierra Club Books, c1994.
The Cruise of the Corwin, San Francisco: Sierra Club Books, c1993.
The John Muir Papers / R.H. Limbaugh and K.E. Lewis, editors. Alexandria, VA: Chadwyck-
Healey, 1985. Accompanied by guide: The guide and index to the microform edition of the John Muir
papers, 1858-1957 (1986)
The Mountains of California, New York, N.Y., U.S.A.: Penguin, 1985. / San Francisco: Sierra
Club Books, c1988. / Atlanta, Ga.: Cherokee Pub., 1990. /New York: Penguin Books, 1993.
The Story of my Boyhood and Youth, San Francisco: Sierra Club Books, c1988.
The Wild Muir, Yosemite National Park, Calif.: Yosemite Association, c1994.
The Yosemite, Madison, Wis.: University of Wisconsin Press, 1986, c1912. /San Francisco:
Sierra Club Books, c1988. / San Francisco: Sierra Club Books, c1989.
To Yosemite and beyond: Madison: University of Wisconsin Press, 1980.
Trails of Wonder; [Kansas City, Mo., Hallmark, c1972] /New York: AMS Press, 1978, c1915.
/Boston: Houghton Mifflin, 1979. / San Francisco: Sierra Club Books, c1988. /New York: Penguin
Books, 1993.
West of the Rocky Mountains, Philadelphia: Running Press, c1976.
Wilderness Essays, Salt Lake City: Peregrine Smith, 1980-1988.

ESTUDOS SOBRE:

ANDERSON, Peter, 1956- John Muir: Wilderness Prophet / by Peter Anderson. New York: Watts,
c1995.

DINES, Glen. John Muir / 1974 New York: Putnam, [1974]

DUNHAM, Montrew. John Muir: 1975 Indianapolis: Bobbs-Merrill, c1975.


John Muir: Young Naturalist / by Montrew Dunham; illustrated by Al Fiorentino. 1st Aladdin
Paperbacks ed. New York: Aladdin Paperbacks, 1998.

EMANUELS, George. John Muir, Inventor / by George Emanuels. 1st ed. Fresno, Calif.: Panorama
West Books, 1985.

FORCE, Eden. John Muir / 1990 Englewood Cliffs, N.J.: Silver Burdett Press, c1990
FOX, Stephen R. John Muir and his Legacy: the American Conservation Movement / Stephen Fox. 1st
ed. Indianapolis: Bobbs-Merrill, c1975.

FULLER, O. Muiriel. John Muir of Wall Street: a Story of Thrift/ by O. Muiriel Fuller.New York: The
Knickerbocker Press, c1927.

GRAVES, Charles Parlin, 1911-1972. John Muir, 1973 New York, Crowell, [1973]

ITO, Tom. John Muir / 1996 San Diego, CA: Lucent Books, c1996.

John Muir / by Thomas J. Lyon; editors, Wayne Chatterton, James H. Maguire. Boise, Idaho:
Boise State College, c1972.

JONES, Dewitt. John Muir's America / photos. by Dewitt Jones; text by T. H. Watkins. 1st ed. New
York: Distributed by Crown Publishers, c1976.

JONES, Holway R. John Muir and the Sierra Club; the Battle for Yosemite, by Holway R. Jones. San
Francisco, Sierra Club, 1965.

KIMES, William F. John Muir: 1977 Palo Alto, Calif.: W. P. Wreden, 1977.
John Muir, a Reading Bibliography. Chronologically compiled and annotated by William F.
Kimes & Maymie B. Kimes. Foreword by Lawrence Clark Powell. Palo Alto, Calif. W. P. Wreden,
1977. 1986

LEDBETTER, Cynthia E., 1950- John Muir/ 1993 Vero Beach, Fla.: Rourke Publications, c1993.

LIMBAUGH, Ronald, John Muir's "Stickeen" and the Lessons of Nature, Fairbanks, Alaska: University
of Alaska Press, c1996.

LYON, Thomas J. (Thomas Jefferson), 1937- John Muir / 1972 Boise, Idaho: Boise State College,
c1972.

National Broadcasting Company, inc. John Muir, a Great American Conservationist. [Washington,
Forest Service, U. S. Dept. of Agriculture [1938]

NORMAN, Charles, 1904- John Muir, Father of our National Parks. New York, Messner [1957]

SEATTLE. John Muir School. John Muir; a Pictorial Biography, 1938 [Seattle, Wash., Printed by
Lowman and Hanford co., c19

SMITH, Herbert F. (Herbert Franklin), 1933- John Muir, by Herbert F. Smith.New York, Twayne
Publishers [1965]

TALMADGE, Katherine S. John Muir: 1993 New York: Twenty-first Century Books, 1993.
John Muir: at Home in the Wild / Katherine S. Talmadge; illustrated by Antonio Castro. 1st ed.
New York: Twenty-first Century Books, 1993.

The Guide and Index to the Microform Edition of the John Muir Papers, 1858-1957 / edited by Ronald
H. Limbaugh and Kirsten E. Lewis.Alexandria, VA: Chadwyck-Healey Inc., 1986.

TOLAN, Sally. John Muir: Naturalist, Writer, and Guardian of the North American Wilderness / by
Sally Tolan. Gareth Stevens Children's Books ed. Milwaukee: G. Stevens Children's Books, 1990.

WILKINS, Thurman. John Muir: Apostle of Nature/ by Thurman Wilkins. Norman: University of
Oklahoma Press, c1995.

WINKLEY, John W. John Muir, Naturalist; a Concise Biography of the Great Naturalist. Martinez,
John Muir Historical Park Assn. [1959]
PÁGINAS WEB

Muir, John: Steep Trails[on-line] disponível em


ftp://uiarchive.cso.uiuc.edu/pub/etext/gutenberg/etext95/sttrl10.txt

Larry Spencer, The John Muir Homepage, [on-line] disponível em http://oz.plymouth.edu/~lts/muir.html


Mountain Thoughts

Texts (anchored html) John Muir [on-line] disponível em http://pantheon.cis.yale.edu/~thomast/texts/


TEXTOS: Mountain Thoughts , A Near View of the High Sierra, Snow-Storm on Mount Shasta
Illustrated, Wild Wool

texts (anchored html) John Muir [on-line] disponível em


http://pantheon.cis.yale.edu/~thomast/texts/snow/snow.html
TEXTOS: Steep Trails: California - Utah - Nevada - Washington - Oregon - The Grand
Canyon, Storm on Mount Shasta, Wild Wool

Strathclyde University, John Muir Centre Welcome , 1994 [on-line] disponível em


http://www.cs.strath.ac.uk/contrib/JMC/

Horacio Arevalo's Muir Woods, 1997[on-line] disponível em


http://www.geocities.com/Yosemite/Rapids/3439/index-i.html

Denis Mollison , The John Muir Trust [on-line] disponível em http://www.ma.hw.ac.uk/jmt/ “The John
Muir Trust was formed in 1983 to safeguard and conserve wild places and to increase awareness and
understanding of the value of such places.”

Don Weiss , John Muir & I, The Man, The Trail, and The Wilderness Ideal, 1990, [on-line] disponível
em http://www.mandala.co.jp/echoes/JMI/JMIhome.html

Sierra Club--John Muir, 1996, [on-line] disponível em http://www.sierraclub.org/history/muir/


TEXTOS: The Water Ouzel, Stickeen

Harold Wood and Harvey Chinn, The John Muir Exhibit, 1996[on-line] disponível em
http://www.sierraclub.org/john_muir_exhibit/
TEXTOS: A Rival of the Yosemite, Man's Place in the Universe, Mt. Ritter, My First Summer in
the Sierra, Our National Parks, The Earthquake , The Story of my Boyhood and Youth, The Treasures of
the Yosemite, Features of the Proposed Yosemite National Park,

College of the Siskiyous Library Mount Shasta Collection John Muir, 1997 [on-line] disponível em
http://www.siskiyous.edu/Library/ShastaCollection/Literature/jmuir/index.html
Artigos: Modoc Memories (1874), Notes from Shasta (1877), Salmon Breeding (1874), Shasta
Bees (1874), Shasta Game (1874) , Shasta in Winter (1874), Snow-Storm on Mount Shasta (1877)

College of the Siskiyous Library Mount Shasta Collection John Muir, 1997 [on-line] disponível em
http://www.siskiyous.edu/Library/ShastaCollection/Mountaineering/snowstrm.htm
TEXTOS: Snow-Storm on Mount Shasta

HUDSON, W. H. (William Henry), 1841-1922

A Shepherd's Life: Impressions of the South Wiltshire Downs / by W.H. Hudson; illustrated by
Bernard C. Gotch. London: Methuen, 1910.
Far Away and long Ago: a Childhood in Argentina / W.H. Hudson; introduction by Sir Nicolas
Cheetham. London: Century, 1985.
Green Mansions: a Romance of the Tropical Forest, by W.H. Hudson. New York, G.P.
Putnam's Sons; London, Duckworth & Co., 1904.
Idle Days in Patagonia, by W. H. Hudson ... Illustrated by Alfred Hartley and J. Smit. London,
Chapman & Hall, ltd., 1893.
Landscapes and Literati: unpublished letters of W.H. Hudson and George Gissing / edited and
introduced by Dennis Shrubsall and Pierre Coustillas. Salisbury, Wiltshire: M. Russell, 1985.
Letters from W. H. Hudson, 1901-1922, edited and with an introduction by Edward Garnett.
New York, E.P. Dutton & company [c1923]
Men, Books and Birds, by W.H. Hudson; with notes, some letters, and an introduction, by
Morley Roberts. London, E. Nash & Grayson, Limited [1925
South American Sketches / by W. H. Hudson. London: Duckworth, 1909.
The Land's End; a Naturalist's Impressions in West Cornwall, by W. H. Hudson. With forty-
nine illustrations by A. L. Collins.London, Hutchinson & Co., 1908.
The Purple Land: Being the Narrative of one Richard Lamb's Adventures in the Banda Orientál
in South America, as told by himself / W.H. Hudson; illustrated by Keith Henderson. [2d ed.]New York:
Three Sirens Press, [1904?]
W. HW. H. Hudson's Tales of the Pampas. New York: A. A. Knopf, 1939.

SOBRE AUTOR

GODDARD, Harold Clarke, 1878-1950. W. H. Hudson: Bird-man, by Harold Goddard. New York, E.P.
Dutton & Company [c1928]

HAMILTON, Robert, 1908- W. H. Hudson; the Vision of Earth, by Robert Hamilton. London, J.M.
Dent and sons ltd. [1946]

LIANDRAT, Fancisque. W. H. Hudson, 1841-1922, Naturaliste; sa Vie et son Oeuvre.Lyon, M. Audin,


1946.

MILLER, David, 1950- W.H. Hudson and the Elusive Paradise/ David Miller. Houndmills, Basingstoke,
Hampshire: Macmillan, 1990.

ROBERTS, Morley, 1857-1942. W.H. Hudson: a Portrait / by Morley Roberts. London: Eveleigh Nash
& Grayson, 1924

RONNER, Amy D. W.H. Hudson: the Man, the Novelist, the Naturalist / Amy D. Ronner. New York:
AMS Press, c1986.

SHRUBSALL, Dennis. W. H. Hudson: Writer and Naturalist / [by] Dennis Shrubsall.Tisbury [Eng.]:
Compton Press, c1978.

TOMALIN, Ruth. W. H. Hudson. London, H. F. & G. Witherby [1954]

WILSON, George Francis. A Bibliography of the Writings of W.H. Hudson, by G.F. Wilson. London,
The Bookman's Journal, 1922.

PÁGINAS WEB
Valencia Community College, Hudson, William Henry (1841-1922), 1997[on-line] disponível
em http://valencia.cc.fl.us/lrcwest/hudson.html

LEOPOLD, ALDO, 1886-1948.

A Sand County Almanac Illustrated, Madison, Wis.: Tamarack Press; New York: distributed by
Oxford University Press, 1977/1987 New York: Oxford University Press, 1987, c1949.
Aldo Leopold, Ankeny, Iowa: Soil Conservation Society of America, c1987.
Aldo Leopold's Southwest, Albuquerque: University of New Mexico Press, 1995.
Aldo Leopold's Wilderness, Harrisburg, PA: Stackpole Books, c1990.
Game Management, Madison, Wis.: University of Wisconsin Press, 1986, c1961.
Round River, Minocqua, WI: NorthWord Press, 1991/ New York: Oxford University Press,
c1993.
The River of the Mother of God and other Essays, Madison, Wis.: University of Wisconsin
Press, c1991.

ESTUDOS SOBRE:

Aldo Leopold: the Man and his Legacy / Thomas Tanner, editor; foreword by Stewart L. Udall. Ankeny,
Iowa: Soil Conservation Society of America, c1987.

CALLICOTT, J. Baird. In Defense of the Land Ethic: Essays in Environmental Philosophy / J. Baird
Callicott.Albany, N.Y.: State University of New York Press, c1989.

FLADER, Susan. Thinking like a Mountain: Aldo Leopold and the Evolution of an Ecological Attitude
toward Deer, Wolves, and Forests / Susan L. Flader. Columbia: University of Missouri Press, 1974. .]
London University of Nebraska Press, 1978. Madison, WI London University of Wisconsin Press
[1994?]

MCCLINTOCK, James I., 1939- Nature's Kindred Spirits: Aldo Leopold, Joseph Wood Krutch, Edward
Abbey, Annie Dillard, and Gary Snyder / James I. McClintock. Madison, Wis.: University of Wisconsin
Press, c1994

MEINE, Curt. Aldo Leopold: his Life and Work / Curt Meine.Madison, Wis.: University of Wisconsin
Press, 1988.

Round River; from the Journals of Aldo Leopold. Edited by Luna B. Leopold; illustrated by Charles W.
Schwartz. New York, Oxford University Press, 1953.

PÁGINAS WEB

Don Weiss, Ecology Hall of Fame Aldo Leopold 1887-1948,1997 [on-line] disponível em
http://ecotopia.org/ehof/leopold/index.html

Excerpts from the Works of Aldo Leopold, [on-line] disponível em


http://gargravarr.cc.utexas.edu/chrisj/leopold-quotes.html
Textos: Acts of Creation Killing the Wolf Death of a Species Land Ethic Conservation
Conservation and Living from the Land Profit Motive Ecological Education Development Industry vs.
Wilderness Safe for Cows Silphium Idle Spots Various Short Quotes

About Aldo Leopold, [on-line] disponível em http://www.bigeastern.com/eotp/ep_aldol.htm

The Leopold Education Project (LEP) Vicki Vialle, [on-line] disponível em http://www.lep.org/

Kathe Crowley, Aldo Leopold Nature Center, 1997-1998[on-line] disponível em


http://www.naturenet.com/alnc/

Potrebbero piacerti anche