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Oração Inicial:
Fil.4,9: O que aprendestes, recebestes, ouvistes e vistes em mim é o que deveis praticar.
Fil.3,17: Sede meus imitadores, irmãos e olhai atentamente, para os que vivem, segundo o
exemplo que nós damos!
1. Paulo era, como semita, um homem “ardente de paixão”, no que diz, no que escreve, no
que faz!
Paulo vem de uma cultura bem específica e circunscrita, certamente minoritária, que é a do povo de
Israel e da sua tradição. No mundo antigo e nomeadamente no âmbito do Império Romano, os
judeus deviam representar cerca de 10% da população total; depois em Roma, por volta dos meados
do século I, o seu número era ainda menor, alcançando ao máximo 3% dos habitantes da cidade. Os
seus credos e o seu estilo de vida, como acontece também hoje, distinguiam-nos claramente do
ambiente circunstante; e isto podia ter dois resultados: ou a ridicularização, que podia levar à
intolerância, ou então a admiração, que se exprimia de várias formas de simpatia, como no caso dos
"tementes a Deus" ou dos "prosélitos", pagãos que se associavam à sinagoga e partilhavam a fé no
Deus de Israel.
Paulo mostra, por diversas vezes, e com orgulho, as suas raízes judaicas. Prova que é um «judeu a
cem por cento», a ponto de se tornar perseguidor da Igreja. Leia-se:
• II Cor.11,22; São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São descendentes de
Abraão? Também eu.
• Rom.11,1: Pergunto então: terá Deus rejeitado o seu povo? De maneira nenhuma! Pois
também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.
• Fil.3,5-6: Circuncidado ao oitavo dia, sou da raça de Israel, da tribo de Benjamim, um hebreu
descendente de hebreus; no que toca à Lei, fui fariseu; 6no que toca ao zelo, perseguidor
da Igreja; no que toca à justiça - a que se procura na lei - irrepreensível.
• Gal.1,13-14: Ouvistes falar do meu procedimento outrora no judaísmo: com que excesso
perseguia a Igreja de Deus e procurava devastá-la; e no judaísmo ultrapassava a muitos dos
compatriotas da minha idade, tão zeloso eu era das tradições dos meus pais.
Nas suas Cartas, só usa o nome de Paulo e nunca o de Saulo, como São Lucas nos Actos, e este
último somente até Act.13,9. A partir daqui, também São Lucas passa a designá-lo por Paulo.
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Eu dirá que é isto o que há de melhor em São Paulo, enquanto judeu: a sua grande paixão! Paulo era
um homem “ardente de paixão”, em tudo o que dizia, escrevia e fazia. Se primeiro foi um
apaixonado da lei judaica, tornar-se-á depois um apaixonado de Jesus Cristo, alguém que foi
“alcançado por Jesus Cristo” (Fil.3,12) e a partir do qual, tudo o mais, do seu passado judaico, é
esterco! Como Homem de paixão, que era, Paulo entrou em guerra com Barnabé e com Pedro, com
judeus e pagãos; mas, por outro lado, revelava extrema afectividade e calor humano, com todos os
seus colaboradores e fiéis. Como disse Bento XVI, “Paulo é um homem combativo. No seu
caminho não faltaram contendas. Não procurou uma harmonia superficial. Com efeito, Paulo nunca
usa de adulação. A verdade era para ele demasiado grande para estar disposto a sacrificá-la, em vista
de um sucesso externo. Para ele, a verdade que tinha experimentado no encontro com o
Ressuscitado merecia bem a luta, a perseguição, o sofrimento. Mas o que o motivava, no mais
profundo do seu ser, era ser amado por Jesus Cristo e o desejo de transmitir aos outros este amor”
(Bento XVI). Paulo era uma pessoa capaz de amar, e todo o seu intenso agir e sofrer, só se explicam
a partir desta paixão! Diríamos, a este respeito, que aquele que não vive com uma chama a arder
dentro de si não é homem. O homem de hoje, desapaixonado, dormente, anestesiado, nem a própria
dor sente. “No meu coração ardia / havia o espírito de uma paixão / consegui arrancá-la um dia / Já
não sinto o coração” (António Machado).
Constrangido a defender o seu apostolado perante os seus adversários, Paulo não pede para
comparar discursos sábios ou formas atraentes de falar de Jesus Cristo, mas evoca antes os sinais
visíveis da paixão do Senhor, que fazem dele um alter christus, um ícone visível de Cristo: «São
ministros de Cristo? Falo a delirar: eu ainda mais. Muito mais pelos trabalhos, muito mais pelas
prisões, imensamente mais pelos açoites…» (2Cor 11,23).
A nossa palavra deve ser cada vez mais, dia após dias, um sermo corporis, uma pregação que não se
limite à palavra – a qual no fim de contas não é difícil de pronunciar, pois basta um bom curso de
oratória para disso ser capaz – mas uma pregação credível, que passe antes de mais pelo testemunho
da vida, pelos sinais da cruz de Cristo impressos na realidade do nosso corpo: «Trazemos sempre no
nosso corpo a necrose (o morrer quotidianamente um pouco mais) de Jesus, para que também a
vida de Jesus se manifeste no nosso corpo. De facto, estando ainda vivos, somos continuamente
expostos à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste na nossa carne
mortal» (2 Cor 4,10-11).
A importância do testemunho na evangelização, foi-nos recordada de forma especial por Paulo VI, o
qual observa: «O homem contemporâneo escuta de melhor vontade as testemunhas do que os
mestres e escuta os mestres, porque eles são testemunhas» (EN 41).
“Evangelizar não é uma estratégia e não se reduz a um programa: é uma paixão de amor por Jesus
Cristo e pelos nossos irmãos e irmãs. Com Paulo, o ardor da evangelização brota da sua paixão por
Jesus Cristo. O encontro com Cristo na estrada de Damasco mudou a sua vida. Aos Filipenses
confessa ter sido completamente apanhado por Jesus Cristo “para o conhecer na força da sua
ressurreição e na comunhão com os seus sofrimentos, conformando-me com Ele na morte, para ver
se atinjo a ressurreição de entre os mortos” (Fil 3,10-11). A sua vida reduz-se à identificação com
Cristo: “Para mim viver é Cristo” (Fil 1,21; cf. Gal 2,20); tudo o mais é lixo (cf. Fil 3,8). Esta
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identificação é com a Páscoa de Jesus, na Sua morte e ressurreição: “Nós pregamos um Cristo
crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios”, mas para os que são chamados
[...], Ele é poder de Deus e sabedoria de Deus” (1Co 1,23-24). Esta paixão por Jesus Cristo e a
certeza de que na Sua Cruz se decidiu o novo destino humano, geram em Paulo a urgência da
evangelização, em que ele se sente como cooperador de Deus (cf. 1Co 3,9). “Ai de mim, se eu não
evangelizar!” (1Co 9,16). A evangelização é o seu futuro, o sentido do tempo que lhe resta para
viver, o que o leva a relativizar o seu passado (cf. Fil 3,13).
A Igreja existe para evangelizar e se não existe para isso, nem existe. João Paulo II na Carta
Apostólica Novo Millennium Ineunte (N.M.I. 40) diz que esta paixão não deixará de suscitar uma
nova missionariedade. Quem descobriu Cristo não o pode guardar para si.
“Devemos reviver em nós o sentimento ardente de Paulo que o levava a exclamar: «Ai de mim se
não evangelizar!» (1 Cor. 9,16). Esta paixão não deixará de suscitar na Igreja uma nova
missionariedade, que não poderá ser delegada a um grupo de «especialistas», mas deverá
corresponsabilizar todos os membros do povo de Deus. Quem verdadeiramente encontrou Cristo,
não pode guardá-Lo para si; tem de O anunciar. É preciso um novo ímpeto apostólico, vivido como
compromisso diário das comunidades e grupos cristãos. Que isso se faça, porém, no devido
respeito pelo caminho próprio de cada pessoa e com atenção pelas diferentes culturas em que deve
ser semeada a mensagem cristã, para que os valores específicos de cada povo não sejam renegados,
mas purificados e levados à sua plenitude.
Que ardor?
- Já fizeste uma experiência semelhante à de Paulo, de ser encontrado realmente por Cristo?
- Quais as tuas motivações mais profundas para o serviço de catequista? Compara-as com as
motivações de São Paulo
- O que é que em ti impede o sentido da urgência da evangelização?
2. Paulo, como grego, era um homem de razão, e por isso um homem que reflectia bem!
Este foi um dos dois factores que favoreceram a missão de Paulo. A cultura grega, ou melhor
helenista, que depois de Alexandre Magno se tinha tornado património comum pelo menos do
Mediterrâneo oriental e do Médio Oriente, mesmo que tenha integrado em si muitos elementos das
culturas de povos tradicionalmente considerados bárbaros. Este factor tornará Paulo exemplar, não
apenas para os judeus, mas também para os gentios
3. Paulo, como romano, era um homem de acção, e por isso, diríamos, um bom organizador;
O segundo factor determinante na missão de Paulo foi a estrutura político-administrativa do
império romano, que garantia paz e estabilidade desde a Britânia até ao Egipto meridional,
unificando um território de dimensões nunca vistas. Neste espaço podia-se mover com suficiente
liberdade e segurança, usufruindo entre outras coisas de um sistema rodoviário extraordinário, e
encontrando em cada ponto de chegada características culturais de base que, sem prejudicar os
valores locais, representavam contudo um tecido comum de unificação super partes, a tal ponto que
o filósofo judeu Filone Alexandrino, contemporâneo do próprio Paulo, elogia o imperador Augusto,
porque "compôs em harmonia todos os povos selvagens... tornando-se guardião da paz" (Legatio ad
Caium 146-147)” (Bento XVI).
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Destes dois factores, podemos colher um segundo desafio: Alargar os horizontes do anúncio do
Evangelho!
Este alargar do horizonte do anúncio do Evangelho é o desafio feito à Igreja por João Paulo II,
lançando-a para uma nova evangelização. É que a Igreja também hoje corre o risco de limitar o
anúncio de Jesus Cristo àqueles que continuam no seu redil, compreendem a sua linguagem e
conhecem as suas leis, e tem dificuldade em anunciar Jesus Cristo a uma sociedade cada vez mais
secularizada.
Paulo teve desilusões e sucessos e pode inspirar-nos a Igreja actual a discernir, nos anseios dos
homens e mulheres do nosso tempo, aberturas à Palavra de Deus. Ela é chamada a ler, nas buscas e
inquietações humanas, os “sinais dos tempos”, indicativos da necessidade e do desejo da salvação
(cf. G.S. nn. 4 e 11)”.
Olhando à volta:
Quando dizemos “nascido de Deus” falamos de um outro começo na vida de Paulo. “São Paulo não
foi transformado por um pensamento, mas por um acontecimento, pela presença irresistível do
Ressuscitado, da qual nunca poderá duvidar, tão forte tinha sido a evidência do evento, deste
encontro. Este mudou fundamentalmente a vida de Paulo; neste sentido pode-se e deve-se falar de
uma conversão” (Bento XVI, Audiência 3.09.2008). Paulo não é um “autoprojectado”, mas um
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homem “novo”, um homem “sofrido”. Dizemos «sofrido» porquanto sofre nele a acção desse
outrem, que é Deus. Esta acção de Deus, que o faz nascer de “novo” evidencia-se no uso dos
verbos, em que se torna claro que é Deus quem se revela a ele, Se faz ver a ele e luta com ele.
a) verbo “oraô”, no aoristo passivo, com dativo beneficiário: “fez-se ver a Pedro e a Paulo”;
Note-se o verbo usado: “euraká”, no prefeito grego: «eu vi», no sentido mais preciso de que “vi e
estou a ver”. Ele testemunha o que viu e continua a ver. Cristo «fez-se ver» (ôfthê) aos Doze e em
último lugar a mim, o mais pequeno dos apóstolos. Paulo pôde dizer: “é pela graça de Deus, que
sou o que sou e a sua graça em mim, não ficou vazia”. Deu-se nele, portanto, um novo começo, que
é iniciativa e obra de Deus.
b) verbo “apocaliptô”, que significa “revelação”, “desvelação” enquanto iniciativa que vem de
Deus, do alto, de cima:
• Gal.1, 11-12.15-16: Com efeito, faço-vos saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado,
não o conheci à maneira humana; pois eu não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por
uma revelação (“apocalipseôs”) de Jesus Cristo. Mas, quando aprouve a Deus - que me
escolheu desde o seio de minha mãe e me chamou pela sua graça - revelar (“apocalipsai”) o
seu Filho em mim, para que o anuncie como Evangelho entre os gentios, não fui logo consultar
criatura humana alguma…
Note-se que Paulo diz recebi este evangelho, «por revelação»”, como quem diz: tal não é obra dos
homens, mas obra de Deus em mim…
• Fil.3,12-14: Não que já o tenha alcançado ou já seja perfeito; mas corro, para ver se o alcanço,
já que fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não me julgo como se já o tivesse alcançado.
Mas uma coisa faço: esquecendo-me daquilo que está para trás e lançando-me para o que vem
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à frente, corro em direcção [luto e persigo] à meta, para o prémio a que Deus, lá do alto, nos
chama em Cristo Jesus.
Na "Estrada de Damasco", Saulo tem o encontro que marcou definitivamente a sua vida. Quanto a
mim, Paulo nunca se "converteu" no sentido em que nunca abjurou da sua fé "antiga" para abraçar
uma fé "nova". Paulo nasce judeu, vive como judeu e morre como judeu. E alguém que "simples-
mente" encontra em Cristo o Messias esperado por si próprio e pelo seu povo. Quando o encontra-
segue-o. Só isso. Mas, não há ruptura, não há apostasia, não há nenhum corte de continuidade, mas
um seguimento continuado da esperança que finalmente encontra a sua certeza.
• I Cor.9,1: Não sou eu um homem livre? Não sou um Apóstolo? Não vi Jesus, nosso Senhor?
Não sois vós a minha obra no Senhor? Paulo diz: «vi» usando o verbo “oraô” (ver), no perfeito
(eôraka), como quem diz que viu e está ainda a ver… É o mesmo verbo que São João nas
palavras de Maria Madalena: «Eu vi» (Jo.20,18), estou a ver, estou a viver dessa visão… Com a
vida cheia do Ressuscitado é possível ver o Senhor.
• I Cor.9, 16: Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma
obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!
Para Paulo, evangelizar não é um título de glória, mas uma necessidade que se lhe impõe (I
Cor.9,16). «Ai de mim», diz Paulo, como diziam os profetas, querendo dizer «arruíno-me» se não
anunciar Aquele que vive em Mim. Por aqui se vê que evangelizar é a graça e a missão da Igreja,
dizia Paulo VI (EN 14).
“Evangelizar constitui, de facto, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda
identidade. Ela existe para evangelizar, ou seja, para pregar e ensinar, ser o canal do dom da graça,
reconciliar os pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de Cristo na santa missa, que é o
memorial da sua morte e gloriosa ressurreição”.
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que o Evangelho que anuncia o recebeu naquele momento. Ele próprio o confessa aos cristãos de
Corinto: “transmiti-vos em primeiro lugar o que eu próprio havia recebido: que Cristo morreu pelos
nossos pecados, segundo as Escrituras e foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo
as Escrituras e apareceu a Cefas, depois aos doze (…). Depois disso (…) apareceu-me também a
mim” (1Cor. 15,3-8). Paulo considera esta a sua graça própria, a escolha misericordiosa de Deus:
“pela graça de Deus sou o que sou; e a graça que me foi dada não foi estéril” (1Cor. 15,10). Toda a
vida de Paulo se situa depois deste encontro, vive dele, em plena alegria (cf. Fil. 1,21; Gal. 2,20), o
mais é lixo (cf. Fil. 3,8); “Ai de mim se não anunciar o Evangelho!” (1Cor. 9,16) – e dá testemunho
dos efeitos desse encontro: “O Reino de Deus (…) é justiça e paz e alegria no Espírito Santo”
(Rom. 14,17); por isso, Paulo esquece o que fica para trás e atira-se para as coisas que estão à sua
frente (cf. Fil. 3,13). Não admira que inicie as suas Cartas com a saudação nova da graça e da paz
de Deus, Nosso Pai, e do Senhor Nosso, Jesus Cristo, e as termine sempre com a graça do Senhor
Nosso, Jesus Cristo… E o autor do Livro dos Actos dos Apóstolos fecha o Livro deixando Paulo em
Roma “a anunciar o Reino de Deus e a ensinar o que diz respeito ao Senhor Jesus Cristo” (Act.
28,31). Esta fidelidade de Paulo a Jesus Cristo sugerir-nos-á caminhos de conversão para todos os
evangelizadores, também eles chamados a deixarem-se possuir por Jesus Cristo para poderem
anunciar o Seu Evangelho.
Paulo evangeliza com tempo, com ternura, com amor. Evangeliza um a um. Tem uma relação
directa, próxima, intensa. Tem uma relação umbilical com Cristo e com as pessoas. Dá-lhes tempo.
Hoje o amor mede-se pelo tempo que damos. Vejamos onde e com quem gastamos o tempo e
saberemos o que mais amamos, a quem mais amamos…
• Leia-se I Cor.4,14-15: Não escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas para vos admoestar,
como a meus filhos muito queridos. Na verdade, ainda que tivésseis dez mil pedagogos em
Cristo, não teríeis muitos pais, porque fui eu que vos gerei [verbo guénaô] em Cristo Jesus,
pelo Evangelho.
• Leia-se Filemon 1, 10: Peço-te pelo meu filho, que gerei na prisão: Onésimo!
• Leia-se Gal.4,19: Meus filhos, por quem sinto outra vez dores de parto, até que Cristo se forme
entre vós!
• Leia-se I Tes.2,5-12: Por isso, nunca nos apresentámos com palavras de adulação, como sabeis,
nem com pretextos de ambição. Deus é testemunha. Nem procurámos glória da parte dos
homens, nem de vós, nem de outros. Quando nos poderíamos impor como apóstolos de Cristo,
fomos, antes, afectuosos no meio de vós, como uma mãe que acalenta os seus filhos quando
os alimenta. Tanta afeição sentíamos por vós, que desejávamos ardentemente partilhar
convosco não só o Evangelho de Deus mas a própria vida, tão queridos nos éreis (…) Sabeis
que, tal como um pai trata cada um dos seus filhos, também a cada um de vós exortámos,
encorajámos e advertimos a caminhar de maneira digna de Deus, que vos chama ao seu reino e à
sua glória.
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com Cristo. Ela é o corpo de Cristo (cf. Rom 12,15; 1Co 12, 12-30; Ef 1,22s; 4,4-6; Col 2,19), é a
sua esposa (cf. Ef 5,25-32), retomando a velha imagem do amor esponsal de Deus pelo Seu Povo.
Esta descoberta da vida nova em Cristo é uma autêntica iniciação à vida, é a iniciação cristã,
chamar-se-lhe-á mais tarde. É uma descoberta, de surpresa em surpresa, até à alegria do estar para
sempre com o Senhor. É uma caminhada catecumenal, porque aprofunda continuamente a alegria
do seu início: a fé em Jesus Cristo e o mergulhar n’Ele, no Baptismo.
O Ano Paulino oferece-nos estímulo para aperfeiçoar a nossa catequese e conceber a acção pastoral
como um meio de aprofundar um processo contínuo de iniciação cristã.
Paulo sempre soube escolher para si colaboradores, que ele ama, estima e estimula. Não trabalha
sozinho, nem tem ciúmes de quem pode fazer melhor do que ele. Quando fracassa em Corinto,
envia Tito e fica feliz por Corinto, fica feliz por ver a alegria de Tito. É Cristo que conta.
• Leia-se II Cor.2, 12-13: Quando cheguei a Tróade, para pregar o Evangelho de Cristo, e apesar
de lá me estar aberta uma porta no Senhor, não tive sossego de espírito porque não encontrei
Tito, meu irmão. Despedi-me deles e parti para a Macedónia.
• Leia-se II Cor. 7,5: Com efeito, chegados à Macedónia, não tivemos qualquer sossego, mas
sofremos toda a espécie de tribulação: lutas, por fora; temores, por dentro. Deus, porém, que
consola os humildes, consolou-nos com a chegada de Tito, e não só com a sua chegada mas
também com a consolação que ele tinha recebido de vós.
Para termos a ideia da vasta rede dos seus colaboradores, leia-se Rom.16,1-15, em que nos dá uma
lista imensa de cristãos que foram expulsos de Roma, fugiram para Oriente e voltaram a Roma.
Vejam-se não só os nomes, mas como ele se refere a cada um:
• Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que também é diaconisa na igreja de Cêncreas: recebei-a no
Senhor, de um modo digno dos santos, e assisti-a nas actividades em que precisar de vós. Pois
também ela tem sido uma protectora para muitos e para mim pessoalmente.
• Saudai Priscila e Áquila, meus colaboradores em Cristo Jesus, pessoas que, pela minha vida,
expuseram a sua cabeça. Não sou apenas eu a estar-lhes agradecido, mas todas as igrejas dos
gentios. Saudai também a igreja que se reúne em casa deles.
• Saudai o meu querido Epéneto, o primeiro fruto da Ásia para Cristo.
• Saudai Maria, que tanto se afadigou por vós.
• Saudai Andrónico e Júnia, meus concidadãos e meus companheiros de prisão, que tão notáveis
são entre os apóstolos e que, inclusivamente, se tornaram cristãos antes de mim.
• Saudai Ampliato, que me é tão querido no Senhor.
• Saudai Urbano, nosso colaborador em Cristo, e o meu querido Estáquio.
• Saudai Apeles, que deu provas do que ele é em Cristo.
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• Saudai os da casa de Aristóbulo.
• Saudai Herodião, meu concidadão.
• Saudai os da casa de Narciso, que pertencem ao Senhor.
• Saudai Trifena e Trifosa, que se afadigam pelo Senhor.
• Saudai a minha querida Pérside, que tanto se afadigou pelo Senhor.
• Saudai Rufo, o eleito no Senhor, e a mãe dele que o é também para mim.
• Saudai Assíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas e todos os irmãos que estão com eles.
• Saudai Filólogo e Júlia, Nereu e sua irmã, Olímpio e todos os santos que estão com eles.
Desta complexa rede de colaboradores, compreendemos uma das razões do sucesso pastoral de São
Paulo e que tem sido uma das tónicas do magistério pastoral do nosso Bispo Dom Manuel
Clemente: o desafio da co-responsabilidade na nova evangelização.
Para Paulo o Evangelho é uma força de comunhão. Jesus Cristo, ao atrair cada um a si, pela fé,
deseja a Igreja onde se vive a caridade, a comunhão com Deus, por Jesus Cristo e com os irmãos.
Paulo concebe a sua missão como um edificar contínuo da Igreja que Jesus Cristo, deseja e ama. O
seu principal instrumento catequético são as suas cartas, todas elas directa ou indirectamente,
dirigidas às Igrejas. Estas são o seu interlocutor. Catequizando as Igrejas, faz uma catequese sobre a
Igreja.
Paulo acentua, antes de mais, a identificação da Igreja com o próprio Cristo. A união a Cristo,
realizada no baptismo, é tão profunda, que a Igreja é a nova dimensão do Corpo de Cristo, a nova
fase do mistério da encarnação (cf. 1Co 12,27; Rom 12,5). Deste novo corpo, Cristo é a cabeça,
porque a Igreja vive e alimenta-se da plenitude de Cristo ressuscitado (cf. Ef 1,22-23; Col 1,18;
3,19). Paulo encarna, na sua solicitude pelas comunidades, o amor e a ternura de Jesus Cristo pela
Igreja (cf. 2 Co 11,2-3, 29; 1 Tes 2,7-12).
Conclusão: Se quiséssemos reunir estes vários desafios, eu diria, que «aprender a missão com São
Paulo» é enfrentar a Missão global, segundo esta fórmula paulina: “Todo o Cristo, para todos os
homens, com todos os meios”.
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III. PROPOSTAS DE ACTIVIDADES
• Usar o DVD, “Paulo: de Tarso para o mundo”, Ed. Paulinas e o respectivo “Guia de
aprofundamento, discussão e reflexão”, elaborado por Pe. Tiago Perego.
• Preparar Peddy-paper a partir dos “passos de São Paulo” ou das suas viagens
missionárias;
• Organizar uma Exposição sobre a “A vida de São Paulo”
• Propor visita a cadeias, recordando “Paulo, prisioneiro de Cristo”. Paulo passou por
muitas prisões (II Cor.11,23), em Filipos (Act.16,23), em Jerusalém (Act.21,33), em
Cesareia (Act.23,23), em Roma (Act.28,20.30); em Éfeso (I Cor.15,32; II Cor.1,1.8-9). Teve
de comparecer diante de vários tribunais, em Corinto (Act.18,12), em Jerusalém
(Act.22,20) e em Cesareia (Act.24,1.2).
• Visitar e conhecer Igrejas de outras confissões cristãs não católicas, tendo em conta o
objectivo ecuménico do ano Paulino;
• Promover uma feira dos “média” ao serviço da evangelização: Rádios de Inspiração
Cristã, Publicações Católicas, Divulgação de Sites…
• Criar uma lista de endereços, aos quais enviar, por e-mail, ou sms, diariamente um
pensamento paulino, abrangendo as 13 Cartas de São Paulo;
• “Paulo na grande feira do religioso”: Encenar, numa praça, o Discurso de Paulo no
Areópago de Atenas. Convidar artistas, pensadores, ateus… para assistir ao
espectáculo e participar numa tertúlia-debate;
• Uma “Carta” por mês… (do professor aos alunos, de um amigo a outro amigo; da
Escola a outra Escola, de um grupo e outro grupo… inspirados em II Cor.3,2-3: “A
nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações, conhecida e lida por todos os
homens. É evidente que sois uma carta de Cristo, confiada ao nosso ministério, escrita, não com
tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que
são os vossos corações”.
• Organizar visitas de estudo, passeios ou peregrinações a locais com alguma marca de
São Paulo (ver por exemplo, azulejos nas imediações da Basílica da Santíssima
Trindade em Fátima) ou a Igrejas, decretadas pelo Bispo Diocesano, como lugares de
peregrinação neste Ano Jubilar (cf. www.diocese-porto.pt)
• Promover Peregrinação Nacional a Fátima, no dia 25 de Janeiro (Festa da Conversão de
São Paulo).
• Visitar Exposição «Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo», organizada pela PAULUS Editora e
que durante o Ano Paulino (de 28 de Junho de 2008 a 29 de Junho de 2009) irá
percorrer algumas dioceses de Portugal. Estará na Igreja de São Lourenço (Igreja dos
Grilos) de 3 de Fevereiro a 2 de Março, com o intuito de dar a conhecer, de uma forma
simples e didáctica, a figura e a obra de tão grande homem de Deus, esta exposição é
constituída por 4 módulos: 1º Breve cronologia de São Paulo, a conversão, a missão e as
suas cartas; 2º As viagens de São Paulo; 3º Ouvir São Paulo (passagens das suas cartas
lidas por personalidades da sociedade portuguesa); 4º Quis São Paulo (perguntas e
respostas sobre São Paulo).
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Aspectos práticos
1. Pontualidade
2. Marcação de faltas
3. Disponibilidade para a formação (paroquial, vicarial, diocesana; cf. Ano Paulino)
4. Relação com a eucaristia
Música:
CD:
Paulo de Cristo, música 5: É Cristo que vive em mim!
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