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Mais detalhadamente:
4. Portugal é, entre os países da Nato um dos que mais gasta com as FA - 2,3% do
PIB, apenas superado pelos EUA, Turquia, Grécia, França e Inglaterra enquanto que
a Espanha apenas gasta 1,2% do PIB. A existência de FA custa a cada cidadão
cerca de 300 euros por ano.
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7. Os programas de equipamento das FA portuguesas visam a viabilização das
indústrias militares americana e europeias e de canalização de material obsoleto,
consumíveis e sobresselentes. Desta forma, os impostos pagos pelos trabalhadores
contribuem para a promoção dos lucros dessas indústrias. Todos observámos o
carácter ostensivamente militarista do Portas e é de esperar que a política do
governo PS nesta área (como em muitas outras) apenas se diferencie no estilo,
eventualmente, menos exibicionista, do novo ministro.
10. Esses oficiais enformam o SIS e os serviços de informações face aos quais
qualquer cidadão pode ser um inimigo a controlar ou mesmo a abater, se
conveniente como no caso da jornalista italiana no Iraque. Eles procedem ao
abastecimento das bases de dados americanas e são uma ameaça permanente
para os direitos democráticos, da esquerda e dos trabalhadores em geral.
12. As FA, mesmo em situações de calamidade, como no caso dos fogos florestais,
são pouco utilizadas. A droga chega pelo mar e pelo ar impunemente, para
distribuição na Europa e os petroleiros lavam os tanques perto da costa
portuguesa. O carácter subalterno e parasitário da burguesia portuguesa
(protagonizado pela banca) gera uma grande tolerância face ao tráfego e à
circulação do dinheiro da droga; e para isso é preciso que militares e polícias se
mostrem distraídos tal como é esterilizado em burocracia o aparelho judicial, para
evitar a repressão do crime de colarinho branco.
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14. E, do ponto de vista da História, o que têm sido as FA em Portugal ? Papel de
carne para canhão em La Lys para servir os ingleses e conseguir garantir o
triângulo de Quionga em Moçambique. Papel detonante na instauração do fascismo
com o golpe de estado de Maio de 1926. Protagonista dos massacres de Pidgiguiti
e Wiriamu, num contexto de 13 anos de guerra colonial e depois da qual ninguém
foi acusado sequer de crimes contra a humanidade. E mais recentemente, o papel
de auxiliar dos americanos na Bósnia ou no Iraque (aqui sob o uniforme da GNR). A
única acção meritória das FA, de uma parcela minoritária dos seus quadros, melhor
dizendo, foi de facto o contributo para o enterro do fascismo de origem
salazarenta.
Conclusão:
16. Porque não levanta a esquerda parlamentar a questão da extinção das FA? No
contexto de uma conciliação com a burguesia, parte da esquerda portuguesa, mais
sentimental, ainda se sente em dívida com os militares que fizeram o 25 de Abril,
esquecendo que os protagonistas já foram todos afastados e que as FA de hoje são
uma corporação reaccionária, plenamente integrada nas suas funções ao serviço
do capital.
17. Vamos discutir o assunto, gerar a controvérsia, abanar a modorra com que o
governo de Sócrates quer adormecer as consciências. Porque não um referendo? É
preciso animar a malta !
Maio 2005
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