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A Expressão Plástica no Contexto Educativo

A EXPRESSÃO PLÁSTICA NO CONTEXTO


EDUCATIVO
Sofia Paulo – Maio de 2009

Os Artistas trazem o futuro ao presente, por isso nunca são


reconhecidos nas suas épocas. Eles captam o futuro através do mundo
espiritual.

A Arte é fazer visível o invisível.


(Paul Klee)

Em 1º Lugar...Observar:
• Sem interferir no processo criativo da criança;
• Para a conhecer, para avaliar o seu sentir; se está alegre ou tensa, se
está feliz e entusiamada ou insegura e frustrada, etc...
• Como se senta a pintar ou desenhar;
• Como segura o lápis ou o pincél;
• Como coloca o papel (se tenta mudar a direcção da folha à medida
que desenha);
• Como ocupa o papel: faz um desenho de grandes dimensões; ou um
desenho muito pequeno;
• Como é o traço, a linha, se é grosso ou fino, leve ou forte; se treme;
• Se coordena o desenho com o movimento corporal; observar os
movimentos do corpo, se todo o corpo se movimenta ou só a mão;
• Se fala enquanto desenha; ou se coloca a língua sobre os lábios
(significa literamente estar a saborear o que está a fazer);
• etc...

Em 2º Lugar...Disponibilidade:
• A nossa, como educadores, o que implica dar valor á actividade
artística compreendendo a sua verdadeira e inestimável função no
desenvolvimento global da criança e contribuição para os processos
afectivos e cognitivos; a criança deve viver momentos imaginativos e
criativos alternadamente com momentos de concentração, pois aqui
reside o equilíbrio;
• Para encontramos momentos, no ritmo semanal de actividades
escolares, para nos dedicarmos com as crianças à actividade
artística; ou melhor ainda integrar a actividade artística no
currículo;
• Para preparar os materiais zelosamente, na presença das crianças,
para que elas entendam o seu verdadeiro valor;

Educar com Arte:

• O mais importante é disfrutar, retirar prazer da actividade artística;


• SER o exemplo, sempre; não esperemos das crianças aquilo que não
fazemos ou não acreditamos;

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A Expressão Plástica no Contexto Educativo

• Nunca impor, ou seja, criar as condições para que a criança vá


descobrindo a sua própria personalidade e individualidade artística;
• A intervenção do professor deve ser sobretudo uma orientação e não
a apresentação da solução;
• A orientação passa, com o decorrer do tempo, por levar a criança a
descobrir um equilíbrio no seu trabalho;
• Ou seja, em primeiro lugar dar espaço para a experimentação livre,
que muitas vezes é caótica e, a pouco e pouco, guiá-las para que
encontrem uma ordem, um equilíbrio;
• Nós adultos, temos que fazer e envolver-nos no processo criativo em
simultâneo com as crianças, para ser o exemplo. Como a criança
aprende por imitação, dará valor a tudo o que lhe for apresentado
consoante o valor que nós mesmos damos ao que estamos a fazer;
por isso, percorremos o caminho e os processos em conjunto; o
professor não fica de fora, faz e é activo juntamente com as crianças;
• Dar confiança, incentivar e apreciar o esforço e decisões que a
criança vai tomando ao longo do seu processo criativo é permitir-lhe
uma individualidade artística;
• Se a criança está num impasse e está insegura, damos sempre uma
orientação mas não uma pormenorização do que ela poderá fazer...
deixemos as crianças descobrirem por si diferentes caminhos;
• Gostar mais de uns resultados e menos de outros faz parte dos
processos de crescimento;
• O adulto deve observar o trabalho da criança com seriedade, isto é,
sem exuberância excessiva e ainda menos com indiferença;
• O fundamental é não julgar;
• É verdade que não vamos todos ser grandes mestres, mas a
realidade é que todos nós somos artístas;
• As crianças precisam de repetição, de ritmo, de algo artístico (como
por exemplo um poema), pois isto vai influir na sua concentração e
capacidade de retenção, na sua segurança e confiança; e precisam
de espantar-se, de sentir admiração, de sentir a beleza no mundo e à
sua volta pois isto irá influenciar grandemente o seu sentido moral;
• Todo o objecto de ensino pode ser transmitido através da arte; mas é
a nossa atitude que irá despertar nas crianças a vontade de
aprender ou seja, ensinar através da arte e com arte;

Cor:
• Impressiona a nossa alma, o nosso âmago;
• Por isso, toda a vivência da cor amplia as nossas emoções, sensações
e a nossa alma;
• Até cerca dos 3 anos a criança não distingue cores;
• Até cerca dos 7 anos as crianças veêm as cores inteiras. Isto significa
que, quando pintam com uma cor percepcionam a sua
complementar em simultâneo, ou seja, quando uma criança, nestas
idades, pinta com uma cor, em realidade está a interiorizar todas as
outras (p. ex: se pinta com azul, em simultâneo interioriza a cor

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A Expressão Plástica no Contexto Educativo

complementar, o laranja, que é obtido pela mescla de amarelo com


magenta). E na verdade o que isto quer dizer, é que as crianças não
precisam de muitas cores para pintar, pois com duas cores
primárias já criarão um mundo.
• A cor com que a criança pinta é uma cor matéria, as que interioriza
são cores imateriais, luminosas, que estão no éter;
• Pode-se compreender melhor isto reflectindo sobre o facto de só
vermos cor na presença de luz; ou seja cor e luz são dois elementos
indissociáveis;
• A cor é uma consequência do contraste entre luz e escuridão; tal é
facilmente observado através de um prisma;
• Experiência com o prisma; se colocarmos um quadrado preto sobre
um folha branca e o observamos através de um prisma vemos que,
em cima do quadrado preto surgem as cores frias (Azul, Azul Forte e
Violeta) e que do outro lado do quadrado sobre a folha branca
surgem as cores quentes (Amarelo, Laranja e Vermelho); estas são as
6 cores prismáticas; o Verde é uma cor fronteira; surge por exemplo
se tivermos uma folha listada na vertical, com listas alternadas de
preto e branco, então aqui quando o Azul que está sobre uma lista
preta encontra o Amarelo que está sobre uma lista branca, surge o
Verde;

Exp. 1 Exp. 2

• Por conseguinte fazer mesclas de Azul com Amarelo para obter Verde
é um dos exercícios artísticos mais equilibrados em termos de
pintura;
• Outra confirmação desta consequência pode ser observada no
amanhecer e no entardecer, quando a luz do sol confronta a
escuridão da terra e então surgem cores fortes no céu: as cores
quentes mais próximas do sol e as cores frias na terra, até que o sol
se enconde e essas cores frias sobem dando lugar aos violetas e
azuis escuros que se observam no céu e se deixa de ver as cores
quentes;
• O mesmo se passa com o arco-íris que surge na presença de nuvens
(a escuridão) + o sol (a luz) + a água da chuva
(o prisma).
Círculo Cromático:

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A Expressão Plástica no Contexto Educativo

Cores Primárias: Amarelo Limão; Magenta; Azul


Cores Complementares: Laranja/Azul; Verde/Magenta; Violeta/Amarelo
Cores Características: São aquelas que, não sendo complementares
combinam sem se anularem; contrastam e têm
força;
Magenta/Azul; Magenta/Amarelo;
Violeta/Laranja; Violeta/Verde;
Verde/Laranja; Azul/Amarelo;
Cores Não Características: São aquelas que combinadas se anulam;
não contrastam e não têm força;
Magenta/Violeta; Magenta/Laranja;
Verde/Amarelo; Verde/Azul;
Laranja/Amarelo; Violeta/Azul;

Todos Somos Artistas:


• Na manifestação artística, seja de crianças ou de adultos, nunca há
erros; apenas existem experiências de cor e forma;
• A arte é um processo sempre em transformação, se aqui colocámos
uma cor que não resultou como queriamos aceitamos um novo
desafio de transformar esse resultado noutro, porque
verdadeiramente nunca nos equivocamos, apenas experimentamos e
somos desafiados continuamente;
• O processo criativo e criador é por isto e por excelência um dos
maiores contribuintes para a ampliação e plasticidade das nossas
funções neurológicas, influindo nas nossas emoções, na nossa
capacidade intelectual e de resolução de problemas, na nossa
flexibilidade face ao inesperado;
• Uma “queda” não é mais do que uma oportunidade para nos
levantarmos; depois reflectimos sobre o que nos fez cair, que
escolhas nos levaram a esse caminho, e então podemos tomar uma
nova decisão em relação ao rumo a seguir. De igual modo, qualquer
“equívoco” em arte não é mais do que uma oportunidade para tomar
novas decisões;
• O simples acto artístico é por isto, muito mais complexo e
significativo na vida do ser humano e da criança em particular, do
que à primeira vista poderia parecer;
• A arte é provavelmente o acto e o processo de crescimento mais
valioso que o ser humano tem à sua disposição.
O Trabalho Artístico é Partilhado:

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A Expressão Plástica no Contexto Educativo

• Ou seja, se as crianças desenham nós desenhamos com elas, se elas


pintam nós pintamos com elas; todos os elementos do grupo
participam;
• O adulto, no entanto, deve ter atenção ao que pinta e desenha pois
as crianças estão ávidas para copiar o que fazemos e nós queremos
que elas desenvolvam as suas formas, a sua linguagem artística, a
sua própria capacidade criadora e criativa;
• O modelo fundamental que o adulto pode apresentar é a sua atitude
face ao trabalho, a sua entrega e gosto pelo que pinta ou desenha;
isto é realmente o que importa que a criança queira imitar.

Pintura versus Desenho:


• A pintura e o desenho são processos criativos diferenciados;
• A pintura é uma expressão livre das emoções; corresponde a uma
manifestação da vida e do sentimento;
• O desenho é uma exploração da forma através do qual a criança
revela o seu conhecimento do mundo e de si própria (a evolução
gráfica da criança, que é universal para todos os povos e culturas, é
disso um testemunho);
• A pintura e o desenho coexistem na maioria das obras de arte, não
devem é ser confundidas na sua essência;
• “Pintar é uma escola de coragem” pois cada pincelada é um passo e
cada pincelada é uma decisão; nada se pode apagar mas tudo se
pode transformar;
• Também por este motivo, a pintura com aguadas é preferêncial ao
guache, pois se este último densifica muito e é mais difícil de
transformar, a aguarela é facilitadora desses processos;
• Na pintura e no desenho com crianças não há erros só experiências
e se assim for, amplia a sua auto-estima, a sua segurança, a sua
capacidade criadora;
• Na pintura, a criança deve começar por explorar uma só cor
primária, até ter explorado as três cores primárias; só depois se dão
duas cores primárias; aqui começa a descobrir as suas relações e
resultados (cores secundárias); em geral com aguarela não se dão as
três cores primárias pois a criança facilmente transformará tudo em
castanhos e disfrutará menos; por outras palavras a pintura ficará
“suja”; para este tipo de trabalho o melhor é com pigmento de pastel
ou giz em pó.

Barro:
• A modelagem é uma expressão sensorial do tacto que combina a
vivência das emoções com a exploração da forma;
• O barro preferêncial para as crianças é o barro refractário; é um
barro mole, geralmente cinza, e com grãos;
• Os grãos do barro estimulam o tacto e o facto de ser mole possibilita
uma variedade de explorações que promovem a confiança e auto-
estima das crianças;

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• O barro vermelho é mais difícil de trabalhar, é menos flexível e por


isso dificulta a exploração do próprio material e o prazer que a
criança pode retirar do mesmo;
• Assim como acontece com a evolução gráfica da criança, a
modelagem deve ser um processo livre de exploração espontânea;
• As crianças tornam-se extremamente criativas e imaginativas
quando podem trabalhar o barro livremente; criam formas
fantásticas, contam histórias com as formas que fazem, constroem
relações com os seus pares brincado com os brinquedos que vão
moldando espontaneamente;
• A modelagem dirigida fará mais sentido quando as crianças já
tiverem bastante à vontade e domínio sobre este material, podendo,
caso contrário, criar frustrações do ser e não ser capaz de fazer,
prejudiciais no seu caminho artístico; neste tipo de trabalho é
importante a criança partir de uma forma arredondada ou esférica e
depois fazer figuras simples (p. ex: de animais).

A Arte e a Criança:

• O desenho é das primeiras manifestações da criança (não a pintura);


• Primeiro a criança desenha com o movimento de todo o seu corpo
imprimindo marcas desse movimento (0-3 anos);
• Depois conta o que desenha pela associação que se produz no
momento em que desenha (3-5 anos);
• Em seguida começa a ser capaz de fixar um tema para desenhar de
ante-mão (5-7 anos);
• Verifica-se que: primeiro as crianças começam por fazer rabiscos
aleatórios ou garatujas (cerca dos 18 meses); depois surge o círculo,
as formas circulares e por vezes espiraladas; em seguida surge a
cruz ou o ponto ao centro do círculo. São formas arquetípicas e estão
presentes na fase do desenvolvimento gráfico da criança,
independentemente do seu contexto cultural;
• Por volta dos 3 anos surgem as primeiras representações humanas
sob a forma de um círculo com dois traços que se prolongam em
baixo (pernas) e um traço em cada lado do círculo (braços) - fase do
girino ou cabeçudo; A pouco e pouco, à medida que a criança vai
tomando crescente consciência do seu corpo, a figura humana
também vai sendo aperfeiçoada; o corpo alonga-se, surgem as mãos
com vários dedos; mais tarde a roupa, e vão surgindo cada vez mais
pormenores no seu desenho;
• Também a partir dos 3 anos começam a surgir grafismos
intencionais que imitam a escrita do adulto; é chamada de pré-
escrita; a criança, imita a escrita fazendo grafismos da esquerda para
a direita e de cima para baixo; muitas vezes neste processo, revela ao
adulto o que está a fazer (uma carta para a mãe; a lista de compras,
etc.) tornando-se não só escritora como leitora;
• Aos 3-4 anos surgem as primeiras representações de casas, árvores,
o sol, a lua, caminhos, carros, elementos que fazem parte da sua

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vida quotidiana e que a marcam; em geral os elementos são


humanizados, ou seja atribuir características humanas como olhos e
boca a estes elementos (algo que se pode prolongar até aos 7-8 anos);
• A criança desenha sempre o conhecimento que tem de si e do
mundo; situações que se passam na sua vida; o que se passa no seu
interior (se está mal isso fica marcada no desenho e o contrário); por
vezes desenha o que se vai passar com ela, como se antevesse; por
exemplo desenha montanhas se vão começar a cair dentes e os
definitivos a irromper, ou poderá fazer orelhas muito grandes,
desproporcionadas, se for ter uma otite, etc.;
• A criança desenha mais aquilo que sabe do que aquilo que vê, é o
que designamos ideografismo. Por isso, por exemplo quando desenha
a casa desenha-a como se fosse transparente revelando o que existe
e se passa no seu interior; a terra é representada com uma linha
horizontal na parte inferior do papel e o céu com uma linha
horizontal na parte superior do papel, pois ela sabe que essa é a
ordem; com o tempo vai aproximando ambas as linhas até se
encontrarem ao centro marcando a linha do horizonte;
• Também desenha sempre com uma perspectiva afectiva o que
significa que tende a destacar, geralmente por tamanho, os
elementos que são mais importantes para si (p.ex: é frequente a mãe
aparecer com um tamanho maior do que a casa);
• Espaço topológico e perspectiva aérea são outras características do
desenho infantil que surgem mais tarde (a partir dos 9 anos); a
criança desenha rebatendo os elementos no plano (p.ex: desenha
vários caminhos vistos de cima e rebate no plano as casas, os carros,
etc.); assim muitas vezes representa as figuras como silhuetas ou de
perfil (como acontece muitas vezes com a representação do nariz
numa cara vista de frente);
• A criança também desenha sempre a 2 dimensões; as noções de
perspectiva só surgem muito mais tarde (em geral na pré-
adolescência, cerca dos 11-12 anos);
• As fases do desenvolvimento gráfico infantil têm sempre esta
sequência independentemente da idade com que a criança começa a
desenhar; se a uma criança só é possibilitado desenhar a partir dos
7 anos, ela irá repetir todas as fases, desde o rabisco até à
capacidade de perspectiva, só que num espaço de tempo mais curto.
• Outra questão importante é a lateralidade: as crianças começam por
ser ambidestras; de seguida tornam-se esquerdinas e só por volta
dos 6/7 anos é que se definem como destras ou esquerdinas; até que
essa definição se revele importa deixar a criança usar as suas mãos
livres de pré-conceitos.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

PINTURA

Escada Cromática:

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• 3 cores primárias nas suas qualidades frias e quentes;


• Frias Quentes
Azul da Prússia Azul Ultramarino
Amarelo Limão Amarelo Dourado
Vermelho Carmim Vermelhão
• Começando de cima para baixo faz-se a seguinte sequência: Amarelo
Limão; Amarelo dourado; Vermelhão (surgem os Laranjas); Vermelho
Carmim; Azul Ultramarino (surgem os Violetas); e Azul da Prússia
(que expande-se um pouco mais no papel do que as outras cores
para no final voltar a mesclar com um pouco de Amarelo Limão e
obter os Verdes);
• Ao longo da escada manter as cores puras e obter as várias mesclas
possíveis;

Diálogo:
• 2 pessoas;
• 2 cores (Vermelhão/Amarelo Dourado; Azul Prússia/ Amarelo Limão;
Vermelho Carmim/ Azul Ultramarino);
• 1 pincél;
• 1 pergunta – 1 resposta;
• A comunicação sem palavras;
• É uma “conversa” espontânea; não deve ser combinada, nem haver
nenhuma sugestão de qualquer das partes, e aqui reside o
empolgamento e o desafio;
• Manter cada cor na sua essência numa parte do papel e ocupar o
resto papel com todas as mesclas possíveis das duas cores;

DESENHO

Desenho Dinâmico das Qualidades Primitivas:


• Coloca-se uma folha de grandes dimensões (p. ex: papel de cenário)
numa superfície grande (várias mesas juntas) e todas as crianças se
distribuem ao seu redor;
• À vez, cada criança faz um traço imprimindo uma qualidade
primitiva (água, fogo, ar ou terra) para, no final, criar um ambiente.
Estes são os temas principais mas outras sugestões ficam em aberto.
Cada criança continua a linha que lhe foi deixada até que a última
una a sua linha à primeira que foi feita pela primeira criança;
• No início só se usa um lápis de cera que gira por todas as crianças;
• As linhas usadas têm a ver com o movimento do elemento: como se
move a água, o fogo e o ar; já no caso da terra, que é inerte, não têm
a ver com o seu movimento mas a sua dinâmica, como as linhas de
uma rocha, dos minerais;
• Depois procura-se nas linhas figurações que têm a ver com o
elemento escolhido;

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• Os ambientes de água são ideais para acalmar: procuram-se os


peixes; conchas; plantas marinhas....
• Os de fogo dão ânimo: delineam-se e pintam-se as labaredas;
• O ar dá leveza e ligeireza: procuram-se os pássaros, as nuvens;
• A terra dá estrutura: procuram-se as rochas, os minerais e, com
crianças em geral, a vida que existe debaixo da terra;
• É um tipo de desenho que estimula o sentido de grupo.

Do Caos à Ordem:
• Partindo de um ponto faz-se uma linha contínua, aleatória, num
movimento rápido e caótico que no final termina no ponto de partida;
• Não encher demasiado o papel de linhas para ser mais fácil dar-lhe
uma ordem a seguir;
• Pode-se pintar com lápis de cor os diferentes espaços delineados: ou
só com as cores primárias e mesclas entre elas; ou com as cores
primárias e secundárias;
• Ou pode-se ordenar da seguinte forma: em cada cruzamento de
linhas a regra é que uma passa por baixo e a outra por cima
alternadamente intercalando as linhas, o que significa que se tem
que ir desenhando uma segunda linha paralela à primeira; começa-
se com o primeiro cruzamento a passar por cima; o efeito é o de uma
corda entrelaçada.

Outros Exercícios:

Desenho de Forma:
• Para desenvolver a motricidade, a orientação espacial, a lateralidade
e a caligrafia;
• O adulto desenha sempre primeiro (no quadro) e depois é que as
crianças fazem o exercício;
• Fazer primeiro o desenho que se pretende fazer no ar, desenhando
com o dedo e só depois fazer no papel;
• Simetrias: 1º Eixo de Simetria Vertical;
2º Eixo de Simetria Horizontal;
3º Eixos de Simetria Vertical e Horizontal;
Mandalas;
• Linhas de Iniciação à Escrita;
• Formas Geométricas: 1º Desenhadas à mão com lápis, fazendo
continuamente sobreposições;
2º Desenhar as formas aumentando-as
e/ou diminuindo-as (efeito de espiral);
• Formas Nórdicas e Celtas;
Conto das cores (Aguarela):
• Construir uma história através do encontro cores: primeiro só com
duas cores (p. ex: Amarelo e Azul), depois pode-se escolher uma
dessas cores (p. ex: Azul) e escolher uma terceira (p. ex: Magenta)

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para continuar a história, e assim sucessivamente; as cores não são


infinitas mas as tonalidades obtidas são e as emoções e imaginação
que suscitam também.

Criar Jardins/ Paisagens (Aguarela):


• Colocar pequenas manchas de duas cor es previamente escolhidas;
• Rodeá-las com verde (Amarelo + Azul);
• Pôr caules e folhas.

Decalcomania:
• Colocar tinta pouco diluída ao centro do papel seco; depois dobra-se
o papel ao meio e comprime-se a tinta de modo a espalhá-la; abre-se
o papel e completa-se a imagem, na altura ou depois se secada, com
aguarela, ceras ou lápis de cor.

QUE ÉPOCA ARTÍSTICA?/ QUE PINTORES

Época Artística:

• Pré-História/Pinturas Rupestres - é a época na história da arte que se


identifica com a criança; maior parte das pinturas foram feitas às
escuras, nas paredes e tectos rochosos de abrigos e grutas, por isso
os “pintores” imprimiam a essência do animal, das caçadas, da
natureza, daquilo que fazia parte da sua vida quotidiana, do que
conheciam do mundo e de si mesmos, através do movimento;
também há pinturas feitas ao ar livre sobre superfícies rochosas;
usavam como cores os pigmentos minerais e como ligantes gordura,
urina, tutano, saliva ou sangue.

• Arte Megalítica – representada sobretudo em menires, dólmens,


cromeleques, túmulos onde os artistas imprimiam desenhos
geométricos, espirais, animais estilizados e elementos abstractos,
signos ou símbolos, outra característica do desenho infantil. Na arte
megalítica há presença de muitos símbolos circulares mas não há
escrita e mais raramente representam figuras humanas;

• Impressionismo: representação do mundo visível com cores puras


justapostas e pinceladas curvilíneas e pequenas, que provocam um
efeito de luz na retina; a luminosidade é sobretudo o que os
impressionistas procuram captar e imprimir nas suas obras; os
impressionistam descobriram que a sombra têm um tom azulado;
(Claude Monet; Chile Hassam; Jonh Henry Twachtman; Lilla Cabot
Perry);

• Expressionismo: o visível é representado pelas emoções que


despertam no ser humano, com uma policromia intensa e variada,

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enfatizando a individualidade do artísta; (Franz Marc; August Macke;


Paul Cézanne; Lyonel Feininger);

• Fauvismo: exaltação do contraste cromático e sentido decorativo;


(Franz Marc; Henry Matisse);

• Surrealismo: tendo por conceito básico o maravilhoso, constitui uma


exploração do psiquismo do ser humano (muito inspirado na teoria
psicanalítica de Freud); (Marc Chagall; Joan Miró);

• Cubismo: representação do volume em superfícies planas,


geométricas; o artista procura captar as linhas geométricas,
sobretudo linhas rectas, que se podem observar no mundo visível;
podendo chegar a um abstraccionismo; (Paul Cézanne; Lyonel
Feininger; Franz Marc);

• Abstraccionismo: sem representação do mundo visível, é um


movimento artístico que pode combinar formas geométricas ou
formas livres, com movimentos, mas sobretudo tem a ver com o
mundo interior livre e descondicionado do artísta; (Wassily
Kandinsky; Paul Klee).

Pintores:

Wassily Kandinsky (Abstraccionismo):

• Criou uma relação entre a cor e a música:

Branco – silêncio;
Amarelo – trompeta gigante; fanfarra ruidosa;
Verde – violino (sons amplos e calmos de uma gravidade média)
Azul claro – flauta;
Azul médio – violoncelo;
Azul escuro – contrabaixo (sonoridade suave); orgão (sons graves);
Preto – pausa;
Cinzento – insonoro e imóvel;
Vermelho claro – clarim (soa como predominante numa fanfarra);
Vermelho médio (Cinábrio) – tuba; tambor;
Vermelho Forte - violoncelo (sons médios e graves); violino (sons claros,
elevados e vibrantes);
Castanho – “retardação”;
Laranja – sino da igreja (como uma voz contralto); viola (interpretando
Um largo);
Violeta – corne inglês; flauta de cana; fagote (sons graves).

• Para Kandinsky, o Amarelo Irradia, o Azul Concentra e o Vermelho


Equilibra.

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A Expressão Plástica no Contexto Educativo

Marc Chagall (Surrealismo):

• Não cedendo à influência de outras correntes artísticas, embora seja


inserido no surrealismo, Chagall representava cenas do dia a dia da
comunidade judaica em que estava inserido, sobretudo as suas
memórias da infância. Encontram-se como temas centrais do seu
trabalho: a vida quotidiana da comunidade judaica; retratos de
familiares e pessoas dessa comunidade; o casamento; a bíblia e o
circo. As características mais predominantes na sua obra são o
mundo onírico do sonho, o encantatório, a poesia, a ternura, o amor.

Frases célebres:

«Amar a arte é a própria vida»;

«A arte, parece-me ser, sobretudo um estado de alma».;

«Se criar com coração, quase tudo resulta.»;

«Como se sabe um bom homem pode ser um artista. Mas nunca


ninguém poderá tornar-se um verdadeiro artista se não for um grande
homem e, por conseguinte, também um bom homem.».

Franz Marc (Expressionismo):

• Tendo como temas centrais a natureza, o bem, a beleza e a verdade


do animal que não vê no homem, Marc atribuiu um significado a
cada cor:

Azul – austeridade masculina e espiritual;


Amarelo – alegria feminina;
Vermelho – violência.

August Macke (Expressionismo);


Paul Klee (Abstraccionismo);
Joan Miró (Surrealismo);
Paul Cézanne (Cubismo/ Expressionismo);
Claude Monet (Impressionismo);
Lyonel Feininger (Expressionismo/ Cubismo);
Piet Mondrian (Neo-Plasticismo);
Guilherme Parente (
Leonardo da Vinci (Renascimento)
Chile Hassam (Impressionismo);
John Henry Twachtman (Impressionismo);
Lilla Cabot Peery (Impressionismo);

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Rafael (Renascimento).

Contemplação de Obras de Arte:

1º) Aspecto Físico da Obra: que dimensões e forma tem; se tem muitas
cores; que figuras ou elementos se apresentam; qual foi a matéria prima
usada; se a tinta é espessa; se tem muitas pinceladas sobrepostas;
como é a pincelada, curta, alongada;

2º)O Que Lhe Dá Vida: tem a ver com o ritmo da pintura, com o desenho
por detrás da pintura, o desenho dos movimentos que se podem
observar; onde há mais cor; no fundo é a expressividade da obra;

3º) O Que Lhe Dá Alma: tem a ver com a expressão das figuras ou
elementos da obra; com a pintura em si - que sentimentos, sensações
ou emoções a obra suscita em nós; qual a mensagem;

4º) Condição Espiritual: tem a ver com a composição da obra.

Com As Crianças:

• Em primeiro lugar, a contemplação da obra é feita em silêncio; a


pouco e pouco as crianças irão fazer observações por si e o adulto dá
resposta a essas observações; estimula, sem forçar, a que falem
sobre o que observam: se gostam ou não da obra, que elementos e
figuras identificam, se gostam das cores (é importante deixar que
sejam as crianças a nomear as cores que distinguem), etc;
• A contemplação da obra servirá apenas de inspiração para partir
para um trabalho plástico, preferencialmente em aguarela, ceras,
pigmentos de pastel ou giz moído;
• Não se pretende que a criança faça uma cópia da obra mas ampliar a
qualidade de imagens que observa em termos de cor e formas, (bem
diferentes das formas estériotipadas que habitualmente vêem), que
faça uma leitura individual e emocional da obra e que esta lhe
permita experimentar novas vivências de cor e forma quando passar
ao exercício artístico;
• A obra deverá ser apresentada em tamanho grande, se possível com
data show ou em poster;

O Homem é uma Obra de Arte que integra todas as artes, por isso
devemos devolver ao mundo o nosso Ser Criativo.
(Maya Mouse)

Este documento foi elaborado com base em conhecimentos e vivências


adquiridas ao longo da minha formação pessoal e profissional, no

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A Expressão Plástica no Contexto Educativo

âmbito do trabalho educativo enquanto Educadora de Infância e


Professora de Educação Pela Arte.
Contudo a maior e inigualável contribuição veio das aprendizagens e
reflexões feitas ao longo dos quatro anos do Curso de Terapia Artística
(ainda a decorrer) sob a orientação da Professora de Classe e Arte
Terapeuta Maya Mouse.

Esta foi, por isso, a minha grande referência para a realização deste
documento, no entanto deixo aqui referências bibliográficas que podem
ajudar na descoberta do mundo artístico em cada um de vós e com as
crianças com quem trabalhamos.

Bibliográfica Recomendada:

Goethe, Johann Wolfgang von, (1810), A Teoria das Cores;

Heide, Paul von der, (1987), Terapia Artística Vol. I, (Editora


Antroposófica);

Hauschka, Margarethe (1987), Terapia Artística Vol. II, (Editora


Antroposófica;

Hauschka, Margarethe (1987), Terapia Artística Vol. III, (Editora


Antroposófica;

Kandinsky, Wassily, (2006), Do Espiritual na Arte, 7ª Edição, (Edições


70);

Kandinsky, Wassily, (2008), Gramática da Criação, (Edições 70);

Lanz, Rudolf, (2005), A Pedagogia Waldorf, Editora Antroposófica;

Steiner, Rudolf, (1924), A Arte de Educar, Editora FEWB.

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