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retribuir

Ressocializar versus retribuir

Apresenta a finalidade da pena em seu aspecto retributivo e


ressocializador, com especial destaque para a Teoria Mista.
Enfocando sempre a expectativa da sociedade para que a violência
seja contida e haja uma prevenção real da mesma.
25/jul/2003

Vanderlei Kloos
vkloos@hotmail.com
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INTRODUÇÃO

Discutir a finalidade da pena é permitir aos acadêmicos de Direito,


em particular, e a sociedade, de forma geral, entender a necessidade
de compreender os mecanismos de retribuição e ressocialização da
pena. De forma que preserve sempre a figura da pessoa humana.
Este artigo demonstra que o Direito é dinâmica e seu dinamismo é
que permite que cada vez mais as pessoas sejam vistas na totalidade.
Porém, as condições sociais e políticas, muitas vezes, não
acompanham a necessidade de se dar condições dignas para todos –
até mesmo aos infratores.

Escolas Penais

Destaca-se que diversas foram as escolas penais, porém, as que


trouxeram debates profundos e influenciaram significantemente o
mundo foram: Escola Clássica e Escola Positivista.

A concepção clássica da pena, defendida por Cesare Beccaria, entre


outros, na primeira metade do século XIX estabelecia que a pena era
meramente um mal imposto ao indivíduo, que mereceria um castigo
em vista de uma falta, considerada, crime, involuntária ou
conscientemente cometida. Desta forma punia-se o agente porque
cometeu o crime.

Para a Escola Clássica a pena era tida como puramente retributiva,


não havia preocupação com a pessoa do delinqüente. Segundo
Manoel Pedro Pimentel “a ausência da preocupação com a pessoa
do infrator foi o ponto fraco da referida escola”. (Mirabete, 1998:
242).

A Escola Positiva, defendida por Feurebach, entendia que caberia ao


Estado a responsabilidade de zelar pelo Direito; sendo o crime uma
violação do Direito, caberia ao Estado impedi-lo através da coação
psíquica ou física. A pena seria uma intimidação para todos – em seu
aspecto abstrato, e para o criminoso, em seu aspecto concreto. A
pena era o meio de defesa pessoal. Onde o homem é responsável,
porque vive, e enquanto viver em sociedade.

Jeremias Bentham dizia que “... a pena é um mal tanto para o


indivíduo, que a ela é submetido, quanto para a sociedade, que se
vê privada de um elemento que lhe pertence, mas que se justifica
pela utilidade” (Mirabete, 1998:242-243). Desta feita a pena é a
prevenção geral quando é capaz de intimidar todos os componentes
da sociedade e de prevenção particular, ao impedir que o infrator
pratique novos crimes.

Destas duas escolas: Clássica e Positivista surge a Teoria Mista que


unifica os dois conceitos: a pena retributiva e ressocializadora; desta
feita a pena deve retribuir e prevenir a infração.

Surgem também outras características na aplicação da pena que


seriam as medidas de seguranças, buscando sempre atender o
caráter de periculosidade e inimputabilidade dos infratores.
Uma visão humanista da pena passa a ser aceita pela sociedade, na
medida que a mesma não vê avanços na punição como vingança
pessoal ou do Estado. Esse caráter humanizador permite que se
discuta a pena como instrumento de ressocialização do condenado.

No Brasil a teoria mista repercutiu em nosso código, permitindo-se a


inserção da prevenção e da punição; assim como as medidas de
segurança para atender a peculiaridade de cada caso criminal.

A Escola da Defesa Social, defendida por Miguel Reale, abrange


outra perspectiva sobre a finalidade da pena, “não sendo mais
entendida como expiação ou retribuição de culpa, mas sim como
instrumento de ressocialização do condenado, cumprindo que o
mesmo seja submetido a tratamento após o estudo da sua
personalidade”. (Reale, 1998)

2. Os problemas da Ressocialização

Encontra-se em todos os doutrinadores do Direito a afirmação


categórica de que a pena deve ressocializar o preso, inseri-lo na
sociedade, deve ter caráter preventivo e punitivo, no entanto, a
realidade dos presídios brasileiros mostra exatamente o contrário: a
única finalidade da pena é punir o preso, destacando que os nossos
presídios, mais parece depósito de corpos humanos do que local de
ressocialização.

O que dificulta a análise do tema, é que na maioria dos casos,


falamos em ressocialização e reeducação de quem sequer foi
socializado ou educado, quase sempre estamos falando de pessoas
que foram literalmente excluídas da sociedade, não quando foram
encarceradas, mas sim em todo o trajeto de suas vidas, pessoas que
não tiveram muitas oportunidades, nem tampouco conseguiram
manter a dignidade de vida e acabaram por enveredar no mundo
marginal, sem ter a real consciência das conseqüências nefastas de
seus atos, para si e para a sociedade em geral.

Não há que se falar de prevenção ou punição sem que se destaque a


necessidade de estruturar a aplicabilidade da pena. Pois, é de suma
importância, que a sociedade se sinta segura para poder perceber a
necessidade de humanizar as penas, como bem coloca a Escola da
Defesa Social. Por enquanto, torna-se difícil no Brasil falar em penas
mais brandas ou mais humanas, quando boa parte da população se
sente prisioneira em sua própria casa.

Pessoas que não conseguem viver plenamente a sua humanidade,


não conseguem também ver a humanidade do outro. Ainda mais se
esse outro foi capaz de subtrair bens alheios, matar ou cometer
outros crimes. A sociedade os rejeita imediatamente e transfere para
o Estado a responsabilidade da punição – que nesses casos espera-se
que sejam os mais severos possíveis – assim se sentem mais seguros.
Porém uma segurança falsa, já que estar na prisão não é garantia de
segurança, uma prova concreta são os esquemas dos crimes feitos a
partir da prisão.

Ocorre principalmente pelo fato de não haver um programa que


atenda as peculiaridades de cada preso e possibilite o retorno dos
mesmos à sociedade. Eles entram como “ladrões de galinhas” e saem
“bandidos profissionais”. Uma pena severa não trará solução para os
mesmos, mas uma política que os faça recuperar a humanidade
poderá contribuir para uma sociedade mais tranqüila.

CONCLUSÃO

O homem quanto ser social, entrega ao Estado à responsabilidade de


prevenir a prática de delitos e promover a reinserção social do
condenado; acreditando-se que somente a força da lei será suficiente
para que a marginalidade diminua.

As teorias voltadas para a finalidade da pena mostraram ao longo


dos anos, que somente o Estado não é capaz de resolver o problema
da marginalidade. É necessária uma consciência de que se há
aumento de violência, também deve estar ocorrendo aumento da
exclusão social. Cabe a toda sociedade identificar as causas e ataca-
las devidamente.

O que não se pode deixar é os “oportunistas”, que vêem no pânico


social em relação ao aumento da violência, um motivo para defender
idéias desumanizadoras como: pena de morte. Precisamos avançar
em nossos direitos e permitir que todos sejam cidadãos plenos e isso
só ocorre quando a pena for vista em toda a sua extensão social,
quando for permitido ao homem entender os seus atos, diante do
coletivo e corrigi-los; permitindo que seja novamente inserido na
sociedade.

O que irá diminuir a violência e os conflitos sociais não é a


intensidade ou o agravo da pena, e sim a certeza que não passará
impune; penas alternativas, menores e com uma certeza que será
aplicada inibirá com maior eficácia a prática delituosa; evitando que
um criminoso com um grau de periculosidade, relativamente
pequena, se torne um elemento de alta periculosidade, perdendo
assim a oportunidade de ressociabilizá-lo de uma forma humana e
eficiente.

Falar em ressocializar, nos passa a idéia que reintegraremos na


sociedade um individuo, que era sociabilizado e foi retirado do
convívio social como forma punitiva por alguma atitude anti-social
(crime), o mesmo após sofrer a sanção prevista, deverá retornar ao
convívio social de uma forma reeducada para não voltar na prática
do delito; isto é o conceito ideal, mas a prática não confirma que
funciona desta forma, até mesmo por querer ressocializar e reeducar
quem nunca foi socializado nem educado.

Ressocializar ou punir? Continua sendo o maior enigma para uma


sociedade que vive do medo. É preciso romper o medo, estabelecer a
segurança social e ai sim discutir formas que permitam a sociedade,
entender a necessidade de recuperar os nossos semelhantes de uma
forma humanizadora.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

LOPES, Jair Leonardo. Curso de Direito Penal. Parte Geral. 3 ed.,


São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais. 1999.

NORONHA, E. Magalhães. Direito Penal. Vol. 1. São Paulo: Ed.


Saraiva.

MIRABETE, Júlio Fabrini. Manual de Direito Penal. Vol. 1. 13 ed.,


São Paulo: Ed. Atlas. 1998.

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