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Qual o propósito da Conferência Nacional de Educação (CONAE)?

O governo federal lançou no último dia 23 de conceito, que diz muito do seu significado:
abril o plano de construção da Conferência “São as instituições de Bretton Woods –
Nacional de Educação. Banco Mundial, Fundo Monetário
A partir dos próximos meses serão realizadas as Internacional – que a puseram na moda.
etapas municipais e estaduais até abril de 2010 Ela engloba, com efeito, o conjunto dos
quando ocorrerá a CONAE em sí. Esses eventos, poderes legislativo, executivo e judiciário, a
em todo o Brasil, envolvendo as representações administração, o governo, o parlamento, os
sindicais, políticas e estudantis em sua tribunais, as coletividades locais, a
preparação, merecem a nossa atenção e administração do Estado, a Comissão
posicionamento. Européia...”
Sindicatos e entidades estudantis são, por todos (http://pt.wikipedia.org/wiki/Governança_cor
os lados, empurrados a se associar nas etapas do porativa, 3/5/2009).
CONAE , sem uma verdadeira discussão nas suas
instâncias sobre seu significado e papel político. Qual sua origem?
O principal argumento para o engajamento das No portal do Ministério da Educação sua origem
entidades se dá pela afirmação que “todos estão é apresentada:
participando”, então as entidades não podem ficar
“A importância política da CONAE para o
de fora.
País guarda relação, em suas origens, com
Com esse argumento, se unem representações a própria história de institucionalização do
com interesses opostos – sindicatos e entidades Ministério da Educação. Quando o
estudantis com os empresários do ensino privado, Presidente da República sancionou, em
igrejas e ONGs – para “caminharem” juntos “pela 1937, a Lei Nº 378, reorganizando o
educação”. Ministério da Educação e Saúde Pública,
Essa questão não é de menor importância. Fica também institui no mesmo ato, a
evidente a necessidade de discutirmos qual o Conferência Nacional de Educação. Assim
papel político do CONAE e qual deve ser a definiu a Lei, Art. 90. Ficam instituídas a
posição das entidades representativas, em Conferência Nacional de Educação e a
particular dos estudantes. Conferência Nacional de Saúde,
Nessa primeira contribuição abrimos esta destinadas a facilitar ao Governo Federal o
discussão e explicamos nossa posição. conhecimento das atividades concernentes
à educação e à saúde, realizadas em todo
o País, e orienta-lo na execução dos
Uma política de integração das organizações serviços locais da educação e de saúde,
Essa é uma política desenvolvida atualmente bem como na comissão do auxílio e da
pelas instituições políticas internacionais do subvenção federais. (…)
imperialismo (União Européia, Banco Mundial, Em novembro de 1941, foi realizada a 1ª
FMI...) que ganha espaço em governos de todas Conferência Nacional de Educação e na
as colorações políticas. seqüência, sob o formato de congressos
Em geral , é apresentado como Governança, ou conferências, muitas outras foram
onde todos “participam” e cedem suas posições organizadas, umas pela sociedade e outras
para um “interesse comum” ou “bem comum”. pelo Poder Público. Nesta década, a
O termo Governança tem origem no conceito de Câmara de Deputados organizou a I
administração de empresas de “Governança Conferência Nacional de Educação,
Corporativa”. Nada estranho? Tratar a sociedade Cultura e Desporto e a Conferência
como uma empresa? Em sua definição Nacional de Educação e Cultura, uma que
enciclopédica eletrônica podemos ler que: “Uma fortaleceu a proposição do Plano Nacional
das principais preocupações é garantir a de Educação a outra que contribuiu com a
aderência dos principais atores a códigos de avaliação de sua implementação.” (Texto
conduta pré-acordados, através de mecanismos CONAE – sitio: www.mec.gov.br)
que tentam reduzir ou eliminar os conflitos de Sem nenhuma critica ou comentário é
interesse”. Fica evidente que é a base para que apresentado que a CONAE vem da política de
as organizações abram mão de seus interesses e governo da ditadura de Getúlio Vargas.
seja integradas na aplicação de políticas que vão A Ditadura do Estado Novo que tentou a todo
contra os interesses de suas bases sociais. custo implantar um modelo corporativista no Brasil
Nesse verbete ainda podemos ler a origem do inspirado diretamente no modelo fascista de
Mussolini. No período citado: 1937/1941 houve instâncias do próprio movimento, em especial sua
inclusive a proibição da existência de partidos instância máxima que é a assembléia geral. É a
políticos (que são a representação política das correlação de forças na luta que decide os
contradições de classes). próprios limites da negociação.
Corporativismo significa a negação da luta de Deste modo fica claro que a Conferência
classes na sociedade através da imposição de Nacional de Educação não tem nada haver com
uma política de “corpo” único de todos as partes uma negociação. É a colaboração onde as
da sociedade, para não haver contradições ou organizações dos estudantes e dos trabalhadores
antagonismos, entre as classes, ou seja, propôe- são empurradas para “abrirem mão” de suas
se eliminar a luta de classes mediante um modelo posições em prol de um pretenso “interesse geral”.
de “colaboração” entre elas.
O corporativismo é contrário a democracia, seja
no seu modelo ditatorial, seja seu modelo
Quem organiza? Quem participa?
moderno, “participativo”.
Segundo o texto do CONAE no site do MEC:
“A Comissão Organizadora Nacional é integrada
Democracia e corporativismo
por representantes das secretarias do Ministério
O corporativismo vai contra a democracia, pois da Educação, da Câmara e do Senado, do
nega que os interesses distintos na sociedade Conselho Nacional de Educação, das entidades
sejam expressados na luta política na sociedade, dos dirigentes estaduais, municipais e federais da
onde é a correlação de forças , ou seja, a educação e de todas as entidades que atuam
capacidade de luta das organizações direta ou indiretamente na área da educação, ou
independentes – que determinam o seja, entidades estudantis, de pais, comunidade
desenvolvimento das próprias lutas. científica, movimentos sociais, centrais sindicais e
Somos partidários da democracia política. confederações de empresários. ”
Explicamos que democracia é o quadro onde as Ou seja, são colocados em pé de igualdade,
contradições de classe possa se desenvolver sindicatos da educação, centrais sindicais, com
através das representações políticas. Na entidades patronais, comunidade científica,
democracia política, existe situação e oposição: igrejas, movimentos sociais (onde cabem toda
expressões contraditórias que lutam entre si, sorte de ONGs) e governos.
numa disputa de opinião e interesses. É onde as
Ao reunir as organizações sindicais (sindicatos e
partes diferentes combatem no interior da
centrais sindicais) e estudantis (CAs, Grêmios até
sociedade com suas forças por seus interesses e
a UNE e a UBES) para ficarem junto com os
reivindicações. É nesse marco que os
proprietários da educação privada (tubarões do
trabalhadores podem constituir suas
ensino pago), com as igrejas (defensoras do
representações independentes.
ensino religioso) numa ação comum, todos de
Por essa razão que para nós é condição mãos dadas.
fundamental para a luta, a independência total das
Trata-se, portanto de uma política de caráter
organizações dos trabalhadores (sejam sindicatos,
corporativista no sentido político real da palavra,
sejam partidos) e também da juventude (sejam
ou seja, integrar todos os lados da luta de classes
políticas, sejam estudantis) para que cumpram seu
para negá-los, a serviço, óbvio, dos interesses
papel: representar os interesses daqueles que
opostos aos interesses dos estudantes e
representam.
trabalhadores.
O modelo corporativista é exatamente criar os
Seu caráter é temático, ou para comentar. Sua
meios para acabar com a expressão das
função é estabelecer a “colaboração” entre os
oposições, numa política onde todos são
vários “atores” da “sociedade civil”. Ou seja, o
“responsáveis”. É a co-responsabilização pela
papel é barrar a mobilização independente dos
aplicação da política onde todas as partes deixam
estudantes e dos trabalhadores por suas
de existir para serem integradas num único corpo.
reivindicações.
O termo sociedade civil é usado para apresentar,
Negociação X Integração sem diferenças, todas as partes da sociedade,
Aqui não se trata da negação de se sentar com como se todos fossem iguais e tivessem apenas
patrões ou com os governos para negociar interesses comuns. O objetivo disso é claro: ajudar
reivindicações. Negociação, numa greve na dissolução das organizações da classe
estudantil, por exemplo, se dá através da trabalhadora (sindicatos), estudantis e populares
apresentação pelas partes de propostas que no na geléia da “sociedade civil.” Significa que é um
caso do Movimento Estudantil sempre estão fórum onde o governo chama toda a “Sociedade
subordinadas as decisões deliberativas das Civil” para discutir idéias e formular comentários
para a política de educação. É a tentativa política livre estudantil? Porque teríamos de dar as mãos
de busca de “consenso”, onde não existe. para ‘colaborar’ com essa prefeitura que nega as
reivindicações? Isso sem dúvida é um erro.
Dinheiro público para o ensino privado?
No antigo Plano Nacional da Educação da Nosso combate é em nosso terreno!
sociedade brasileira, elaborado há quase dez anos A principal questão é entender que qualquer
atrás, num evento parecido com a Conferência espaço próprio do movimento estudantil é mais
Nacional de Educação podemos ver mais importante para a luta por conquistas que a melhor
claramente um exemplo prático. das conferências de educação.
Apesar de conter boas bandeiras reivindicadas Um congresso da UNE, com mais problemas ou
por sindicatos e entidades estudantis, que dificuldades para a discussão que possam ter é
inclusive levaram o então presidente tucano muito valioso para a nossa luta que a discussão
Fernando Henrique Cardoso (FHC). Não obstante, com os nossos inimigos num espaço comum. Um
o que predominava nesse documento era a congresso da UNE sempre será nosso terreno.
abertura para o financiamento público da Uma conferência de educação, sempre será o
educação privada. Coisa que o FHC já fazia. terreno do adversário.
Concretamente o que aconteceu foi que as
entidades sindicais e estudantis, acabaram
Como combatemos?
amarrando-se num compromisso comum de
reivindicar um documento que é o oposto da Evidentemente não denunciamos os estudantes
reivindicação histórica de “verbas públicas apenas que queriam participar disso. Explicamos nossa
para a educação pública”. posição.
O que fazemos é combater pelo não
engajamento das entidades em qualquer nível da
“Colaborar” e “elaborar” com os que negam
CONAE.
nossas reivindicações?
Explicamos que é necessária a luta
Outro exemplo pode ser dado é o dos últimos
independente dos estudantes. Que qualquer
acontecimentos em Juiz de Fora.
iniciativa de organização no terreno das entidades
Lá a Secretaria de Educação não negocia com estudantis (dos CA´s e Grêmios, até a UBES e a
os trabalhadores em educação e o Prefeito não UNE) são mais importantes que qualquer
quer atender nenhuma reivindicação da categoria, conferência.
nem a reivindicação justa e legal de reajuste pelo
Explicamos que temos de colocar as
IPCA (Índice Nacional de Preços ao
reivindicações dos estudantes em movimento, em
Consumidor Amplo) e quer dar 0% de aumento.
mobilização.
Os trabalhadores da educação municipal nesse
momento estão em greve por suas reivindicações. Explicamos que não abrimos mão das posições
como o fim do ensino pago (posição da UNE na
É possivel então sentar com essa prefeitura para
sua reconstrução) e que isso é impossível num
construir uma etapa municipal da Conferência
mesmo quadro com os tubarões das faculdades
Nacional de Educação?
privadas
Alguns companheiros afirmam que é necessário
Explicamos que estamos pela educação laica
participar, pois “todos vão estar lá” e que devemos
(posição histórica da democracia), e que isso é
juntos com eles “disputar os rumos” da educação.
impossível com as igrejas no mesmo espaço.
Mas será? Temos mesmo que participar? Fica
Nossa tarefa é usarmos o tempo que temos para
um verdadeiro questionamento: o que podemos
organizar e mobilizar os estudantes de modo
fazer junto com o prefeito de Juiz de Fora?
independente pelas reivindicações. Devemos nos
Ele nega as reivindicações dos trabalhadores da dirigir aos estudantes que participarão do CONAE
educação de modo truculento (quer dar 0% de para explicar essas posições e toda a importância
aumento!) e vamos sentar como se todos da independência frente a governos e aos
fossemos amigos interessados na educação? interesses dos inimigos da educação pública.
Que rumos podem sair em discussão com
esses? Só se for o abismo.
3 de maio de 2009
Ao invés de nos associarmos nisso, não
deveríamos de organizar uma luta por nossas
reivindicações? Por exemplo, a luta pelo passe JUVENTUDE REVOLUÇÃO – IRJ

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