Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
SALVAÇÃO
ANDRÉ R. E S.
JUNHO / 2008
“Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom
celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do
século futuro, e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de
novo crucificaram o Filho de Deus e o expõem ao vitupério” (Hb 6: 4-6).
FUNDO HISTÓRICO:
Durante séculos esta passagem foi provavelmente aquela a que mais frequentemente os
estudiosos recorreram, quando tinham a intenção de provar que um crente pode perder
sua salvação. Ainda assim, durante esses mesmos séculos, inúmeras interpretações
foram apresentadas.
É indiscutível, que, com interpretações tão variadas e fortemente defendidas, que esta é
uma passagem de difícil compreensão, e que tal feito só é possível através da referência
ao tema principal do livro, pelo contexto mais próximo desta advertência dentro de seu
argumento, e pelo desenvolvimento do tema do autor dentro da própria advertência.
No que diz respeito ao livro, é melhor entendê-lo como destinado aos cristãos de origem
judaica. A força do antigo continua vigorosa nesta comunidade cristã/judaica,
aproximadamente três décadas depois da morte de Cristo. Eles acreditam em Jesus
como Salvador, mas ainda são fortemente atraídos à herança do AT. Dessa forma, o
autor parte para reforçar seu comprometimento com Jesus e o movimento cristão que
florescia devido a uma abrangente exposição da superioridade de Cristo. Para
demonstrar esta superioridade, o autor compara o Antigo e o Novo, ponto a ponto. O
Antigo era mediado por anjos, o Novo pelo próprio Filho de Deus. O Antigo
apresentava Moisés, um servo honrado na casa de Deus. O Novo apresenta Jesus, o
Construtor e Proprietário da casa em que Moisés serviu. O Antigo tinha um glorioso
sumo sacerdócio. O Novo tem um sumo sacerdócio muito mais glorioso, exercido por
Jesus. E em cada ponto, o sacerdócio de Jesus, que é tipificado pelo de Melquizedeque,
é muito superior ao sacerdócio de Arão.
Dentro dessa discussão sobre os dois sacerdócios que se encontra a passagem de
advertência de carta aos Hebreus. A implicação está clara. Como alguém poderia pensar
em voltar a procurar o relacionamento com Deus por intermédio de um sacerdócio cujas
deficiências estão tão claramente exibidas em contraste com a “eterna salvação” (5.9)
que nos é assegurada pelo sumo sacerdócio de Cristo?
Em meio a esta argumentação, o autor faz uma pausa para examinar a experiência atual
daqueles a quem ele escreve, e insiste para que examinem com ele as implicações da
escolha que estão considerando fazer.
À lógica da advertência, expressa a preocupação do autor com seus irmãos. Ele não
teme que eles se percam, está realmente na é sua preocupação na advertência. No
entanto, ele teme que estes crentes hebreus possam deixar de compreender o problema,
e como resultado estarão aprisionados em um modo de vida que não pode levá-los à
maturidade espiritual, nem tornar suas vidas frutíferas para Deus.
A primeira coisa a ser admitida é que o autor, sem dúvida, identificou as pessoas que ele
tem em mente como sendo cristãos. Eles são descritos por quatro expressões que estão
no particípio, das quais a primeira é complementada pelas outras três. O autor está
falando de pessoas que:
Foram iluminadas: isto é, elas:
1º. Provaram o dom celestial;
2º. Fizeram-se participantes do Espírito Santo;
3º. Provaram a boa Palavra de Deus.
Nos texto de João e de Paulo (Ef 5:14), a “luz” vem com a aceitação da mensagem do
evangelho. Todos os demais caminham nas trevas. No NT, em particular, “provar” é
usado metaforicamente a respeito da experiência consciente de uma relação. Alguém
que “prova” a morte, está morto (Jo 8:52; Hb 2:9). Portanto, não existe nenhum
contraste implicado aqui entre “provar” e “experiência completa”. Estes são os
verdadeiros crentes, que experimentaram o dom da salvação, receberam o Espírito
Santos, e participaram da boa palavra de Deus. Eles são fiéis cristãos em todo o sentido
da palavra.
O que dizer do argumento de que “é impossível que os que... recaíram sejam outra vez
renovados”? (6:4,6). A palavra adynaton, “impossível”, é forte e absoluta, e nesta
mesma carta, é usada a respeito da impossibilidade de Deus mentir (6:18), a
impossibilidade de que o sangue de animais remova pecados (10:4), e da
impossibilidade de agradar a Deus sem fé (11:6). Claramente o autor sustenta que se um
cristão apostatar, não existe caminho de volta. Observe, no entanto, que ele não implica
que um cristão irá ou poderá apostatar. O argumento “é impossível, se... então” é, por
sua própria forma, necessariamente hipotético. Se um verdadeiro cristão apostatar ( e
isso não implica nem que sim, nem que não) então ele nunca poderá se arrepender e
retornar ao relacionamento perdido.
Mas, por que não? A resposta é que a atitude de se afastar de Cristo envolve uma
rejeição da eficácia que Ele ofereceu como nosso Sumo Sacerdote. E o que faria alguém
que rejeita esta benção? Pediria para que Jesus fosse crucificado novamente?
Inimaginável! Pois fazer isso seria expor Cristo ao vitupério, e seria uma admissão de
que seu sacrifício foi inadequado para fazer por nós o que Deus havia prometido. É
possível parafrasear estes versículos (6:4-6) da seguinte maneira:
“O que você desejaria fazer? Abandonar os fundamentos de fé e retornar ao judaísmo?
Como, então, você poderia retornar ao relacionamento da Nova Aliança com o Senhor –
você que foi iluminado, provou do dom celestial, participou do Espírito Santo, e
conheceu o fluxo do poder da ressurreição? Você crucificaria Jesus novamente, e por
meio de um novo sacrifício seria trazido de volta ao arrependimento? Completamente
impossível! Que desgraça esta idéia de que a obra de Jesus por você não é suficiente!”
E assim a advertência do autor pretende mostrar aos seus leitores que não existe uma
maneira possível de retornar à Antiga Aliança. Cristo agora vive como Sumo Sacerdote
para todos aqueles que crêem nele. Retornar seria negá-lo. E se alguém nega a Cristo e à
Sua obra, já não existe esperança.
Mas, o que precisa ser mencionado é que é impossível renovar os apóstatas, e que os
verdadeiros crentes podem apostatar. Portanto, a tradução correta seria:
“... É impossível restaurar ao arrependimento aqueles que antes foram iluminados... se
cometerem apostasia, posto que assim crucificam ao Filho de Deus, para seu próprio
detrimento, expondo-o à ignomínia...”
Esse é o sentido claramente tencionado pelo autor. Ele meramente expressava um
comum interpretação rabínica, com base em Nm 15:28, onde se vê que havia perdão
para os pecados de ignorância, através de sacrifícios cruentos, mas não havia perdão
para pecados voluntários, ou de presunção, mediante aqueles sacrifícios. Naqueles casos
o individuo era cortado de Israel, sem qualquer remédio. Que nosso autor tem em mente
essa tradição é evidente com base em Hb 10:26, onde ele menciona especificamente a
fatalidade do pecado voluntário. Para tal pecado não havia sacrifício – ficava fora do
alcance expiatório dos sacrifícios. O que resta é apenas uma espera temível pelo juízo e
pela indignação divina. Se os interpretes ansiassem por interpretar o autor sagrado com
base no que ele provavelmente cria, devido suas conexões com a tradição judaica, e não
com base no que ele teria dito, para concordar com nossa teologia, não haveria
dificuldade e nem confusão em torno deste texto.
A SALVAÇÃO A PARTIR DE TRÊS PERSPECTIVAS DIFERENTES:
CALVINISMO
ULTRA-CALVINISMO ARMINIANISMO
MODERADO
1. Depravação total. 1. Depravação total. 1. Livre-arbítrio.
2. Eleição incondicional. 2. Eleição divina 2. Eleição condicional.
3. Expiação limitada. 3. Expiação ilimitada. 3. Expiação geral.
4. Graça irresistível. 4. Graça eficaz. 4. Graça resistida.
5. Perseverança dos santos. 5. Perseverança dos santos. 5. Cair da graça.
FOCO FOCO FOCO
1. Tudo de Deus, mas o 1. Iniciativa total do
1. Tudo de Deus, nada do homem precisa responder homem, mas o Espírito
homem. com fé Santo dá fé suficiente.
2. Graça eficaz de Deus = 2. Graça eficaz + fé 2. Graça para crer = fé
fé pessoal do homem. pessoal, são os requisitos pessoal
3. Cristo morreu somente para a salvação 3. Cristo morreu por todos,
pelos eleitos 3. Cristo morreu por todos, mas inclui orientação de
tornando todos “salváveis”. obras
APOSTASIA:
No grego aphistemi, traduzido “apartar”. O termo é definido como “decaída, deserção,
rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo que antes se estava ligado”. Apostatar
significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital com
Ele e da verdadeira fé n’Ele. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente
para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo,
não é simples a negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível.
A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si:
a) A apostasia teológica e também a rejeição de todos os ensinos originais de Cristo
e dos apóstolos de alguns deles (I Tm 4:1; II Tm 4:3).
b) A apostasia moral que também aquele que é crente deixa de permanecer em
Cristo e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29:13; Mt 23:25-28;
Rm 6:15-23; 8: 6-13).
A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia, visando tanto alertar do
perigo fatal de abandonar a união com Cristo, como para motivar à perseverança na fé e
na obediência. O propósito divino desses trechos bíblicos de advertência não deve ser
enfraquecido pela idéia que afirma: “As advertências sobre a apostasia são reais, mas a
sua possibilidade, não”. Antes, devemos entender que essas advertências são como uma
realidade durante o nosso viver aqui, e devemos considerá-las um alerta se quisermos
alcançar a salvação final. “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (ICo10:12); E
“Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus
vivo”. (Hb 3:12)
Os passos que levam à apostasia são:
• O crente por sua falta de fé deixa de levar plenamente a sério as verdades,
exortações, advertências, promessas e ensinos da palavra de Deus (Mc 1:15; Lc
8:13; Jo 5:44-47; 8:46).
• Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do Reino
Celestial de Deus, o crente deixa paulatinamente de aproximar-se de Deus através
de Cristo (Hb 4:16; 7:19,25; 11:6).
• Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais
tolerante ao pecado em sua própria vida (IÇO 6:9-10; Ef 5:5; Hb 3:13). Já não ama
e retidão nem odeia a iniqüidade.
• Por causa da dureza de seu coração e da sua rejeição aos caminhos de Deus (Hb
3:8, 10, 13), não faz caso da repetida voz e repreensão do Espírito Santo (Ef 4:30;
ITs 5:19-22; Hb 3: 7-11).
• O Espírito Santo se entristece (Ef 4:30; Hb 3:7,8); seu fogo se extingue (ITs 5:19)
e seu templo é profanado (ICo 3:16). Finalmente, Ele se afasta daquele que antes
era crente (Jz 16:20; Sl 51:11; Rm 8:13; ICo 3:16-17; Hb 3:14). É próprio salientar
que, embora a apostasia seja um perigo para todos os que vão se desviando da fé e
que se apartam de Deus, ela não se consuma sem o constante e deliberado pecar
contra a voz do Espírito Santo (Mt 12:31-32).
A blasfêmia contra o Espírito Santo é a rejeição contínua e deliberada do testemunho
que o Espírito Santo dá de Cristo, da sua palavra e da sua obra de convencer o homem,
do pecado ( Jo 16:7-11). Aquele que rejeita a voz do Espírito e se opõe a ela, afasta de si
mesmo o único recurso que pode levá-lo ao perdão – Espírito Santo.
Os passos que levam à blasfêmia contra o Espírito Santo:
a) Entristecer o Espírito Santo. Se isso for contínuo, levará a resistência ao Espírito
(Ef 4: 30);
b) Resistir ao Espírito leva ao apagamento do mesmo dentro da pessoa (I Ts 5:19);
c) Apagar o Espírito leva ao endurecimento do coração (Hb 3:8-13);
d) O endurecimento do coração leva a uma mente réproba e depravada, a ponto de
chamar o bem de mal e o mal de bem (Rm 1:28; Is 5:20). Quando o endurecimento do
coração atinge certa intensidade que somente Deus conhece, o Espírito já não
contenderá para levar aquela pessoa ao arrependimento (Gn 6:3; Dt 29:18-21; ISm
2:25; Pv 29:1).
Quanto àqueles que se preocupam pensando que já cometeram pecado imperdoável, a
sua disposição de se arrependerem e quererem o perdão, é a evidencia de que não
cometeram o tal pecado imperdoável (apostasia).
• Aqueles que, por terem um coração incrédulo, se afastam de Deus (Hb 3:12),
podendo pensar que ainda são verdadeiros crentes, na sua indiferença para com as
exigências de Cristo e do Espírito Santo e para com as advertências das escrituras
que indicam o contrário. Uma vez que alguém pode enganar-se a si mesmo, Paulo
exorta todos aqueles que afirmam serem salvos: “Examinai-vos a vós mesmos se
permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis, quanto a vós mesmos, que Jesus
Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (IICo 13:5).
CONCLUSÃO:
Compreendo e aceito a visão bíblica concernente à segurança da salvação. Porém,
entendo que essa segurança está baseada na perseverança do crente em seguir a fé em
Cristo. Haja visto que, a apostasia implica em apartar, abjurar, deserção, abandono
afastar-se daquilo que estava ligado, entendo que só se apostata aquele que já esteve
ligado a Cristo, ou seja, fora participante dos benefícios salvíficos de Jesus e os rejeitou.
Exemplo Gl 5:1-4; Hb 6: 4-6; com base nisso podemos dizer que o crente pode perder a
salvação, uma vez que renuncie a obra redentora de Cristo.