Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Somos algo mais: somos essência. A água possui a sua essência, assim
como o fogo, a terra e o ar. Tudo na vida depende, única e exclusivamente, da essência.
E a essência não muda. Ela se altera. Ainda que os termos possam parecer semelhantes,
não são idênticos. Mudança significa a passagem de água para fogo e isto é impossível.
Modificação. Contudo, alteração significa passagem de água para vapor. E o vapor, por
sua vez, volta a ser água. Se congelada, a água se transforma em sólido, mas uma vez
derretida a pedra, volta a ser água. Assim, a essência não se modifica, ela se altera. Eu
posso alterar o sentido de uma frase, mas não posso modificar o sentido da mesma.
O que seria, então, este pó, diante do Sopro Divino, senão a própria
essência? Essência se modifica? Transmuta-se? Como entender a nossa essência e o
nosso pensar de acordo com os dias que se passam? A questão se torna intrigante
quando ouvimos de alguém: - Você precisa mudar!
Mas será que este alguém, que de forma tão categórica, afirma que eu
preciso mudar, também não precisaria? Ou será que ninguém tem o direito de fazer ou
tentar fazer com que o seu semelhante mude?
Esta pessoa não deixou de ser tímida, mas conseguiu, de alguma forma,
demonstrar seus sentimentos. E precisamos entender a idéia de essência para
alavancarmos o pensamento que nos deixa tão inquietos: a mudança, a necessidade de
mudança, e a mudança que os outros querem ver em nós.
Precisamos mudar?
E por que o outro não nos aceita da forma como somos? Esta questão é
de suma importância. Se alguém deseja tanto que nos modifiquemos ou que sejamos
reprimidos em nossos sentimentos mais profundos, em verdade, não nos querem, mas
desejam um espelho. E não podemos ser espelho de ninguém.
Se Alice não tivesse caído no país das maravilhas, talvez não tivesse a
oportunidade de viver em si toda a sua existência. Peter Pan nos mostra a necessidade
de sermos crianças.
Assim como a água, por mais que nos modifiquem ou nos transformem
em espelhos sem qualquer forma de agir, ainda que nos façam Pinóquio, algum dia
enfrentaremos a realidade do mundo dos sonhos e retornaremos à essência. Pinóquio se
transforma em ser humano, Peter Pan cresce e Alice aprende a viver seu mundo mágico.
Ergo logo sun. Bem, se penso, logo existo, existo porque existe uma
razão neste universo que se encontra ao nosso redor. Ao tratar dos quatro elementos,
concebemos a água como a maior fonte de vida. Enquanto fetos, vivemos embanhados
em água. Sem água, não sobrevivemos.
O que não posso é atribuir minha felicidade a quem quer que seja, a não
ser a mim. A partir do momento em que estou em essência, sou feliz e posso visualizar a
felicidade com a pessoa a quem desejo estar próximo. O medo, contudo, nos faz afastar
esta pessoa.
1
Gênesis, 3:20-23
de que venha a sofrer, estou vivenciando a plenitude da dicotomia humana: viver e
morrer – aqui de forma simbólica, apenas.
Tentar pegar o telefone, ligar, falar horas? Controlar-se? Até que ponto
tem-se a idéia da impulsividade e distorção do verdadeiro sentir?
A essência, dual, por natureza, deve conviver com as idéias que nos
passam pela mente. E não podemos confundir sentimentos com neuroses2. Não afirmo
que exista total discrepância entre os dois, mas as neuroses são sentimentos destrutivos
(nem sempre, porque podem provocar sensações de conquista ou necessidade de
superação), ao passo em que o sentimento puro da essência, dês que boa, não é
destrutivo. E se o sentimento nasce da essência, ou se a essência reclama este
sentimento, então não podemos admitir haver algo de doente.
Mas sinto!
2
A neurose, na teoria psicanalítica, é uma estratégia ineficaz para lidar com sucesso com algo, o que
Sigmund Freud propôs ser causado por emoções de uma experiência passada causando um forte
sentimento que dificulta reação ou interferindo na experiência presente. Por exemplo: alguém que foi
atacado por um cachorro quando criança pode ter fobia ou um medo intenso de cachorros. Porém, ele
reconheceu que algumas fobias são simbólicas e expressam um medo reprimido.
Na teoria da psicologia analítica, de Carl Jung, a neurose resulta do conflito entre duas partes psíquicas,
das quais uma deve ser inconsciente.
Quando me sinto solto, diante de um sentimento – o amor, por exemplo -,
preciso identificar, em minha essência, se estou solto porque sou solto, ou porque
alguém me soltou. Ora, se alguém me soltou, é certo que esta não é minha essência, mas
um momento etéreo e que se perde se o vapor não retornar ao seu estado natural que é a
água. Por outro lado, se o sentir é petrificante, estou encarcerado.
Sem dúvida, melancólica e bela a poesia, mas não pode ser entendida
como viver a essência.
Não é preciso ir muito além para tentar imaginar qual foi a sua primeira
sensação ao analisar a foto... Mas não vamos parar por aqui...
QUAIS FORAM SUAS SENSAÇÕES?
VONTADE DE ESTAR NESTE LUGAR?
O FOGO
Mas a essência renasce. E, como pelo fogo foi extirpada, pelo mesmo
fogo, ungida em água, símbolo de purificação, renasce a ave bela, que viaja por tempos
e caminhos longínquos, mas sempre tão perto de nós que não conseguimos visualizar:
esta é a nossa essência.
3
BRUNEL, Pierre. Dicionário de Mitos Literários. José Olympio, RJ: 1988
que “não fazem parte da história da fênix pecados ou castigos. Nada de provas a serem
vencidas, a não ser uma única que talvez pudesse ser qualificada de glorificante: a morte
que irá resultar em ressurreição. A unicidade da fênix, sua beleza, sua privilegiada
ligação com o Sol, fonte de vida, tudo se congrega para dar-lhe qualidades positivas.”
A essência não se destrói, porque sua força é tão bela e forte com a ave
que sobrevoa mundos distantes, em mito, em sonho, mas que nos traz, sempre, de volta
à nossa bela e imaginável origem.
Estamos entre o fogo e a água quando uma frase desta é proferida. Mas
se admitimos a essência, não precisamos nos modificar. Não precisamos ser feitos à
imagem e semelhança do outro. Mas podemos, sim, respeitar o outro e conviver com
seus defeitos e qualidades.
São frases feitas, verdadeiros clichês, que devem ser analisados, sob pena
do ser humano ficar tão preso a uma falsa essência, que sequer conseguirá livrar-se das
garras de sua própria existência (ou inexistência). A partir do momento em que
deixamos nossa essência passamos a viver na inexistência. E, neste ponto, lembra-me
Nietzsche, que admite a niilidade. Heidegger não fica atrás, já que a idéia é
contemporânea.
6
Ludwig Feuerbach – teses provisórias para a revolução da filosofia (1842) -
http://www.lusosofia.net/textos/feuerbach_teses_provisorias_de_reforma_da_filosofia.pdf
a essência da natureza. A génese temporal estende-se apenas às formas,
não é essência da natureza.”
A frase “o ser existe a partir de si e por si – o ser é só dado pelo ser” deve
ser destacada porque nela reside a idéia de essência e da própria dualidade da
existência humana. Entre o bem e o mal vivemos todos, mas a ética, a verdadeira ética,
como conhecida pelos filósofos, deve ser concebida a partir do ponto em que somos. E
nada seremos se perdermos a essência.
Quando afirmamos que uma pessoa não pode casar mais de uma vez,
concebemos um pré-conceito muito grande. Os mitos, os símbolos, estão de tal forma
inseridos em nosso ser, que a ritualística do casamento se faz marcante em nossas vidas.
O vestido, a impossibilidade de o noivo ver a noiva antes do sacramento, enfim, são
diversas concepções que não nos permitem a morte do rito. Mas se Nietzsche matou
Deus – e aqui precisamos entender a idéia da niilidade e os conceitos filosóficos -, por
que não se pode ser essência?
- UMA PESSOA QUE CASOU MAIS DE UMA VEZ NÃO PODE SER UMA BOA PESSOA
Será? Por que a sociedade nos cobra de forma tão audaciosa e insensata a
niilidade do ser?
Por que será que somos obrigados a misturar em nossa essência as frases
feitas? Não quero, sob qualquer hipótese, admitir a existência sem a essência. Mas
também não estou afirmando, aqui, que devemos agir pelo simples agir. Na moral e na
ética não se encontram tamanhas proibições.
Eu posso estar vivendo neste mundo, aonde as letras são escritas desta
forma, mas posso estar, ao mesmo tempo, no etéreo, ou em outro mundo, tendo as
sensações do meu outro ser, que carrega em si a mesma essência. E convivo,
bilateralmente com estas idéias. De um lado de minha existência estou triste, porque
desejam modificar minha essência, mas o meu outro ser, de tão feliz que se encontra,
provoca-me uma sensação de retornar à origem.
7
Psicose é um termo psiquiátrico genérico que se refere a um estado mental no qual existe uma "perda de
contacto com a realidade". Ao experienciar um episódio psicótico, um indivíduo pode ter alucinações ou
delírios, assim como mudanças de personalidade e pensamento desorganizado. Tal é frequentemente
acompanhado por uma falta de "crítica" ou de "insight" que se traduz numa incapacidade de reconhecer o
carácter estranho ou bizarro do seu comportamento. Desta forma surgem também dificuldades de
interacção social e em cumprir normalmente as actividades de vida diária.
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicose>
me culpo? Por que é preciso matar o meu sentimento de felicidade pela atrocidade da
culpa?
Não tenho a menor dúvida que é pelo rótulo. Mas retorno ao meu mundo
paralelo e vivo essências diversas, com pensamentos e sensações diversas. Culpado...
Feliz... Estou, sim, culpado, porque não tive a coragem de manter um casamento que
não deu certo, porque a sociedade me impõe uma neurose coletiva. E se posso estar em
um mundo paralelo, por que não posso admitir a psicose daqueles que me rotulam?
Quem será mais louco que eu nesta existência dual?
Meu casamento não deu certo, então não posso ser uma boa pessoa e não
tenho o direito de tentar, e tentar e tentar... Então, que fique a culpa!
A essência não admite a culpa por esta razão, como não admite a
existência de mundos paralelos. A essência admite a verdade do meu sentimento e da
vontade de extirparem-se os rótulos e as mágoas que os mesmos geram.
1 Coríntios 13
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria
1
como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a
2 ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e
não tivesse amor, nada seria.
3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que
entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me
aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com
4
leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita
5
mal;
6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas,
8
cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como
11
menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora
12
conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é
13
o amor.
A doação faz parte do ser humano. Não tem como não admitirmos a
doação. A essência se doa. Mas qual o limite da doação?
A essência, plena, doa sem necessitar retorno. Mas o doar para fazer o
outro feliz é o maior erro que se pode cometer, porque estamos afugentando a platéia da
vida. E nesta platéia existem espectadores que não podem sofrer pelo egoísmo de
alguém que nada entende de arte e apenas sentou-se em uma das cadeiras para poder
vaiar.
Este circular de nossas vidas é que nos faz entender a essência. De que
adianta, por exemplo, um perfume sem essência? De nada! Trata-se de álcool com água.
E ambos evaporam-se. Mas a essência permite que se dê odor.
Luís de Camões
O TRÁGICO DILEMA
“Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é
burro.”
Mario Quintana
Tudo é possível. Para Fernando Pessoa, “tudo vale à pena quando a alma
não é pequena”. E, como essência e poesia têm muito em comum, Fernando Pessoa, ou
Alberto Caeiro9, demonstram a dualidade da essência:
O poeta é um fingidor,
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
9
Pessoa foi um gênio. Entre seus pseudônimos conseguia traduzir diversas formas de pensar.
Fernando Pessoa
Alberto Caeiro
O homem não pode ser grande por ele? E se a mulher é grande, ela não
pode demonstrar esta grandeza, mas servir-se de sombra ao homem? Isto não é
casamento e não há orgulho para o homem que assim se vê ou para a mulher que assim
se sente. ANULARAM-SE!
Não existe poesia na frase, ainda que queiram justificar ser um grande
elogio à mulher e forma de reconhecimento do homem! Mas que egoísmo profundo se
encontra na frase. Se a mulher faz de seu homem grande, será que ela serviu de escada?
E por que a frase não foi escrita de forma diversa?
Por que a mulher não pode ser grande? Ou será que pode?
O que o pastor quis dizer? – Mulher, mate a sua essência. Assuma o seu
casamento e esqueça-se da sua essência. Anule-se!
E a aliança, pelo fogo, se derrete. Pela água, machuca a mão. Pela terra,
arranha. Pelo vento se perde!
ACRÓSTICO DA ESSÊNCIA
Este meu pensar, perdido nos ventos da noite, para a lua que
Sorri ao poeta. E este canta seus versos, procura a musa.
Sobressai-se porque escreve, mas prefere os ensinamentos dos
Essênios: pensar, refletir e viver. Iniciar uma jornada,
Nadar no mais belo oceano,
Cantar a poesia e não sentir-se pequeno diante de uma
Ilha perdida, ou do grande
Amor que se espera, porque o maior amor está na essência!
A TERRA
10
Ego é o centro da consciência inferior, diferente do Eu que é centro superior da consciência. O Ego é a
soma total dos pensamentos, idéias, sentimentos, lembranças e percepções sensoriais. É a parte mais
superficial do indivíduo, a qual, modificada e tornada consciente, tem por funções a comprovação da
realidade e a aceitação, mediante seleção e controle, de parte dos desejos e exigências procedentes dos
impulsos que emanam do indivíduo. Obedece ao princípio da realidade, ou seja, à necessidade de
encontrar objetos que possam satisfazer ao id sem transgredir as exigências do superego. Quando o ego se
submete ao id, torna-se imoral e destrutivo; ao se submeter ao superego, enlouquece de desespero, pois
viverá numa insatisfação insuportável; se não se submeter ao mundo, será destruído por ele. Para Jung, o
Ego é um complexo; o “complexo do ego”. Diz ele, sobre o Ego: “É um dado complexo formado
primeiramente por uma percepção geral de nosso corpo e existência e, a seguir, pelos registros de nossa
memória”. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ego>
deveres, e por meio da educação, pela produção do "eu ideal", isto é, da pessoa moral,
boa e virtuosa “11.
11
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Superego>
12
SMS – short message system (serviço de mensagens curtas)
Sim. Dês que eu tenha a plena consciência do preço que pagarei. Se o
preço for a mantença de minha essência não vou conceber o controle do que denominam
impulso. Estarei preso a terra, com raiz profunda e uma tristeza inconsolável. Mas se o
preço for a morte de minha essência, posso controlar meu impulso.
Não existe uma fórmula para identificarmos o preço a ser pago, mas em
termos de sentimentos, o controle extremo por conta do superego é causa de tristezas.
Quando nos libertamos dos pensamos impostos pelos outros, somos mais felizes. Ora,
se eu sou um escritor técnico e desenvolvo obras na minha área de conhecimento, por
que preciso temer e escrever sobre essência? Em determinadas comunidades as críticas
serão acirradas, porque um escritor técnico deve ser um escritor técnico = superego.
Ser!
Esta a necessidade.
Ter!
13
http://www.antroposmoderno.com/textos/Entre.shtml
Pela essência, pela fórmula básica de nossa criação, não somos um rótulo
ou uma condição. Não podemos estar à frente de uma neurose coletiva, a imputar
termos como impulsividade para tratar de sentimento. Ou de pânico para tratar
determinados distúrbios de ansiedade, ou, mesmo, admitir que a bipolaridade é um foco
de distorções sensitivas.
OS MALES E O SUPEREGO
Quando estou brincando com meus filhos, tenho que ser Peter Pan e
aqueles minutos são mágicos. Quando estou triste, preciso cair no país das maravilhas e
procurar meu grande amigo coelho. São mitos, são símbolos, mas são a fuga necessária
da essência em determinados momentos. Nestes momentos, podemos agir ou não com
impulsividade.
14
Parece-me que Fernando Pessoa, em seu pseudônimo Bernardo Soares, traduz o meu sentir de Peter
Pan: “"O sonhador não é superior ao homem activo porque o sonho seja superior à realidade. A
superioridade do sonhador consiste em que sonhar é muito mais prático que viver, e em que o sonhador
encantamento de Alice, podemos dar um basta aos pensamentos ocidentais e
procurarmos no símbolo do taoísmo a nossa essência.
☯
Como conceber o TAO como representação da essência? Ora, se o TAO,
em si, é dual, nossa essência também é. E é por esta razão que descartamos a
quintessência como existência do ser. Ou como interpretação para a transmutação do
quinto elemento.
Por que tenho que sentir o que não me permitem sentir? E quando sinto,
o que apenas sinto, não me deixam apenas sentir? Por que é preciso sentir, sem sentir? E
por que não sentir se me mandam sentir?
extrai da vidaum prazer muito mais vasto e muito mais variado do que o homem de acção. Em melhores e
muito mais directas palavras, o sonhador é que é o homem de acção. Sendo a vida essencialmente um
estado mental, e tudo, quanto fazemos ou pensamos, válido para nós na proporção em que o pensamos
válido, depende de nós a valorização. O sonhador é um emissor de notas, e as notas que emite correm na
cidade do seu espírito do mesmo modo que as da realidade."
do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei.
Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de
novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro
palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me
não lembra, ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a
narrativa que me não recordava ter-lhe feito. Sou dois, e ambos têm a
distância – irmãos siameses que não estão pegados."
"Sou do tamanho do que vejo!"Cada vez que penso esta frase com toda a
atenção dos meus nervos, ela me parece mais destinada a reconstruir
consteladamente o universo. "Sou do tamanho do que vejo!" Que grande
posse mental vai desde o poço das emoções profundas até às altas
estrelas que se reflectem nele e, assim, em certo modo, ali estão.
E já agora, consciente de saber ver, olho a vasta metafísica objectiva dos
céus todos com uma segurança que me dá vontade de morrer cantando.
"Sou do tamanho do que vejo!" E o vago luar, inteiramente meu, começa
a estragar de vago o azul meio-negro do horizonte. Tenho vontade de
erguer os braços e gritar coisas de uma selvageria ignorada, de dizer
palavras aos mistérios altos, de afirmar uma nova personalidade larga aos
grandes espaços da matéria vazia. Mas recolho-me e abrando-me. "Sou
do tamanho do que vejo!" E a frase fica sendo-me a alma inteira, encosto
a ela todas as emoções que sinto, e sobre mim, por dentro, como sobre a
cidade por fora, cai a paz indecifrável do luar duro que começa largo com
o anoitecer."
A ESSÊNCIA E O AR
Não me parece haver, através dos quatro elementos, algo que me dê mais
liberdade que o ar. E entender o ar, como o último elemento a ser analisado na essência
e na dualidade do ser, parece-me a libertação de todo o sentir humano.
15
Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares - Bernardo Soares (heterônimo de Fernando Pessoa)
Por que a prisão na terra, pela raiz? Por que não conceber que a mesma
terra pode gerar-me a mais bela colheita de lírios do campo. Ah! Olhai os lírios do
campo e procure neles a sua essência. Se não encontrares a tua essência dentre os lírios
do campo, voe como Fernão Capelo Gaivota, que arriscou a sua vida em sociedade para
provar que poderia ser diferente e alçar vôos mais altos que as demais gaivotas. Ou,
então, apegue-se ao Pequeno Príncipe e viaje por universos desconhecidos.
OS INIMIGOS E A ESSÊNCIA
Eu posso ter como inimigo o meu maior amigo, se ele pretender embotar
a minha essência. Amigo não é aquele que está ao meu lado para aplaudir-me quando
erro, mas ser crítico. A minha parceira pode ser uma grande inimiga quando tenta
sufocar a minha existência. O ciúme, ainda que no romantismo se traduza como símbolo
de amor, pode ser o inimigo da essência.
A essência vive da emoção, mas não pela emoção. Enquanto seres
viventes, somos plenos e capazes em emoções e nossas doenças, muitas vezes, são fruto
de emoções.
- Eu vou embora!
- Mas como? Nós encontramos a luz que tanto procurávamos e você vai
embora? – replicou o outro.
- Sim. Encontrei uma pessoa que ensinou-me a ver a minha luz. Então,
este é o momento de partir!
16
http://www.vertex.com.br/users/san/jitai.htm - Fonte: Yasashi Kyogaku pg. 53
Por fim, como seguidores da filosofia budista de Nitiren, não podemos encerrar a nossa
existência no arrependimento de não ter sido possível manifestar todo o nosso potencial
e através da Lei Mística podemos fazer brilhar todas as nossas habilidades individuais e
edificar o mais elevado estado de vida17.”
17
Idem
ter em mente que para investir no macro é preciso ter muito dinheiro. No campo das
emoções, investir no macro é seguir o controle que os pré-conceitos nos impõem. E eu
pago um preço por isto.
Ou será que o termo exato não será egoísmo, mas a verdadeira busca pela
pedra oculta? O mergulho interior mais profundo e belo da existência humana que é o
encontro com o ser, com a essência e com o que de bom ela pode nos trazer?
O que não podemos deixar é nossa essência ser enfraquecida pelo desejo
oculto dos outros. A nossa essência está em busca, enquanto ser amante, da alma gêmea.
E nem sempre aquela a quem atribuímos a condição de alma gêmea, realmente é. Mas
existe, sim, uma alma gêmea e esta nos traz tanta felicidade e cumplicidade, que nos faz
mergulhar no mais íntimo buscar da pedra oculta.
V. I. T. R. I. O. L.
Não sei qual o objetivo, mas há pessoas que desejam sejamos médico e
monstro, dependendo da vontade deles. E se estamos distante da essência, deixamos que
a imagem do monstro apareça. A essência é pura. E, como pura, pode sofrer pelo
manipular do outro. A pureza, assim como a terra, a água, o ar e o fogo, necessita de
proteção. Se a água se contamina, ela contaminará diversas pessoas; se o mundo não se
der conta dos malefícios das indústrias, nosso ar estará comprometido; se a terra viver
pela proteção dos agrotóxicos, ela se perde em essência; e se deixarmos a camada de
ozônio, pelo conjunto destrutivo da natureza, morreremos pelo fogo escaldante do sol.
Mas para todos os males existe um remédio. A água, o ar, a terra e o fogo
são puros. Nossa essência é pura. O que é preciso é voltarmos, sempre, à essência.
Enfrentarmos os males e procurar a cura. Médico e monstro... vampiros e estacas!
Sem dúvida, quando a pessoa que se encontra ao nosso lado nos conhece
tão bem, ela consegue provocar a existência do Mr. Hyde em nós. Mas estas pessoas são
verdadeiros vampiros do ser. Os vampiros psíquicos conseguem neutralizar a energia
que existe em nós. A necessidade do vampiro emocional está no sentir-se seguro diante
da insegurança alheia.
18
O médico e o monstro. Obra de Robert Louis Stevenson, intitulada The strange case of dr. Jekyll and
mr. Hyde
19
Um ataque de psyvamp pode ser sentido freqüentemente enquanto está acontecendo, quando a vítima é
sensível o suficiente para sentir a própria energia. Se você está ao redor de uma pessoa que
constantemente o deixa sentindo "escoado", fraco ou cansado, aquela pessoa pode ser um psyvamp.
Eles podem ou não estar conscientes do que estão fazendo. (excluída a fonte).
N.A. O site aonde fiz a pesquisa, dentre tantos outros, não é produtivo, e, sinceramente, senti-me
extremamente esgotado ao pesquisar sobre vampirismo psíquico. Mas foi necessário. E estou recuperando
minhas energias, porque não admito o vampirismo e tenho fé na minha essência. Sei que existem milhões
de pessoas com pura essência para ajudar-me, sem que eu as prejudique. Mas não podemos descartar a
existência de vampiros da alma. Ainda que folcloricamente, eles existem, de alguma forma. A essência
possui o poder de expeli-los. Mas, para isto, procure sua pedra oculta. E não se entregue, jamais. Lute,
com todas as suas forças, contra as pessoas que desejam o mal, ainda que inconscientemente. Lute contra
a maledicência da sociedade. Lute pela vida. Gandhi diria que “a melhor forma de se vencer uma guerra é
evitando-a”. Mas há momentos em que a guerra é necessária. E, quando assim se faz, Sun Tzu afirma que
“o verdadeiro objetivo da guerra é a paz”. Então, guerreie pela paz.
que nele reside. Sim, porque se estamos nos sentindo abatidos, deixamos nosso ser mais
fraco ao vampirismo.
Dr. Jekyll pode ser a nossa essência. Mr. Hyde pode ser o próximo ou a
sociedade. Quando nos deixamos, de alguma forma, perder o contato com Dr. Jekyll,
20
Na história da Humanidade os sintomas de alterações no sistema nervoso foram comparados à casos de
possessão demoníaca e efeitos da feitiçaria. Segundo Freud são manifestações de sintomas histéricos,
onde temos quadros psicopatológicos que vão desde ataques convulsivos até paralisias de membros e
contraturas musculares. Juntamente com os sintomas físicos da histeria, pode-se observar uma série de
distúrbios psíquicos: alterações no curso e na associação de idéias, inibições na atividade da vontade,
exagero e repressão de sentimentos. As modificações psíquicas, que são o fundamento do estado
histérico, ocorrem na esfera da atividade mental inconsciente. Como fatores capazes de propiciar o
desenvolvimento de uma disposição histérica, podem ser mencionados: criação cheia de mimos, o
despertar prematuro das atividades mental e sexual na criança, excitamentos freqüentes e violentos,
trauma, intoxicação ( drogas e alcool ), luto, enfim tudo que é capaz de exercer um efeito prejudicial. <
http://www.mortesubita.org/psico/textos/histeria-e-feiticaria>
cujo objetivo era a cura dos males do Séc. XIX na Inglaterra, sem querer transformou-se
naquilo que ele mais odiava: o criminoso.
“As pessoas invejosas, fracassadas, que possuem energia negativa, que invejam
tudo o que temos de melhor. Invejam a nossa vida pessoal, nossa vida
profissional, nossa vida amorosa, nosso corpo e mente .São pessoas cujo tempo
já passou, algumas estão velhas, outras frustradas, mal amadas, que não gostam
da sua própria vida e não conseguem aceitar alguém feliz ao seu lado. Invejam
tanto aquilo que temos , aquilo que somos , que querem ter as mesmas coisas
,ser como o objeto do seu desejo. Tentam acabar com a nossa identidade, para
ficarmos ao seu lado , no seu nível prânico. Ficam sempre por perto, nos
observando, esperando uma oportunidade para atacar. Esperando uma queda na
nossa resistência , um momento de fraqueza. Se fingem de amigas, estão sempre
21
http://www.geocities.com/ceppar/
por perto para nos ouvir. Estão sempre dispostas a dar um conselho, um palpite,
embora sempre pareça que não querem se envolver. Nos contam coisas e fatos
que nos levam por analogia a refletir sobre a nossa situação e assim somos
influenciados a pensar como eles querem que pensemos.Querem nos deixar
num plano psicológico que chamamos de Zonas Fantasmas. Nesse plano já
perdemos toda a nossa identidade, já não somos nós mesmos, nossa energia foi
sugada, estamos fracos , debilitados, sem forças, vivemos isolados do mundo
real.Estamos tão fracos que somos facilmente influenciados pelas suas idéias.”
Como já abordamos em outras partes deste texto, essas pessoas são invejosas,
muito solitárias e depressivas. Vão nos sugando, tirando nossa energia e
acabando com nossa identidade. Se você acredita ter sido vitima de um
Vampiro Psíquico comece a observar o mundo a sua volta, as suas relações
pessoais e profissionais. Inicialmente comece observando as pessoas invejosas,
aquelas que invejam a sua vida, seus êxitos, sua profissão, seus amores, enfim,
aquelas que no fundo queriam mesmo ser você.
Observe as pessoas que te imitam, tanto na maneira de falar, se vestir, observe
se você tem um clone.
Observe as pessoas depressivas, aquelas que só te procuram quando tem
problemas.
Observe as pessoas solitárias, aquelas que estão sempre nas sombras.
Faça um balanço da sua vida, veja com quantas pessoas realmente felizes você
convive, e quantas pessoas tristes fazem parte do seu dia a dia.
Quantas pessoas solitárias você conhece?
Você já se sentiu muito fraco na presença de alguma dessas pessoas?
Já se sentiu muito cansado só de falar com algumas dessas pessoas?
Existe alguma pessoa que você sempre procura , mas que antes não tinha tanta
intimidade?
Quais são os lugares em que você se sente realmente bem e quais aqueles que te
deixam mal? Analisando diversos fatores da sua vida, você pode identificar
claramente quem esta te sugando e te mantendo na zona fantasma.
COMO ME DEFENDER DE UM ATAQUE?
22
Titulo: Vampirismo -
Autor: J. Herculano Pires
Categoria: Doutrina Espírita
Idioma: Portugues Brasileiro
Data da Primeira Publicação: 15/8/1980
Edição: 9º edição
Dimensões: 14 X 21
Quantidade de Paginas: 148
muitos, mesmo que sem querer, não conseguem esta expressão de vida. São eles, então,
o Mr. Hyde!
Que a luta pela paz, ainda que diante da guerra, seja a conquista da
essência. Nem tudo o que desejamos é tão fácil quanto parece. Mas também não é tão
difícil que não possa ser alcançado.
JUNTO À SUA
O QUE QUERIA DIZER-TE, AMADA MUSA, É QUE NÃO PRECISO DE TI PARA VIVER,
MAS QUE VIVER MINHA ESSÊNCIA PARA PODER CANTAR-TE FAZ-ME BEM
MAS DE NADA FOI EM VÃO, ENQUANTO DISTORCIA AS LETRAS QUE CAIAM SOBRE O
COMPUTADOR...
AS NOITES FICARAM MAIS BELAS ENQUANTO PROCURAVA A IDÉIA DA ESSÊNCIA
E QUANTO MAIS BELAS ERAM AS NOITES, MAS PROFUNDAS MINHAS REFLEXÕES SOBRE A
ESSÊNCIA
PERMITA QUE A MINHA ESSÊNCIA SE UNA À SUA E QUE POSSAMOS CAMINHAR LADO A
LADO
PERMITO QUE VOCÊ VISITE O MEU INTERIOR E BUSQUE A MINHA ESSÊNCIA, E QUE A MINHA
ESSÊNCIA SE TRANSMUTE COM A SUA. MAS NÃO PERMITO QUE TENTES MUDAR A MINHA
OUTRO AMOR, MAS JAMAIS DEIXARÁ DE SER A MINHA ESSÊNCIA, PORQUE A SUA TAMBÉM
NÃO SE DESFEZ!
FIM
NÃO DA ESSÊNCIA...