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MULHER
Durante muito tempo a mulher, foi considerada intelectualmente inferior, como incapaz
de assumir responsabilidades cívicas, devendo por isso estar sujeita à tutela familiar do
homem, fosse ele o pai, o marido, ou o irmão. Era a esposa, a mãe, a fada do lar, mas
não tinha poder de decisão sobre o património, nem sobre a educação dos filhos. Era
inspiradora de poetas, artistas, e todavia, raramente lhe permitiam desenvolver
capacidades criadoras. Trabalhava, quando era necessário para o sustento da família,
porém, apenas exercia tarefas e ofícios rotineiros, recebendo sempre salários mais
baixos do que o homem.
As mulheres que desafiaram estas restrições e lutaram pela mudança, alcançaram muitas
vezes o sucesso à custa de abandonarem a sua posição de mulher.
Contudo as mulheres verificaram que o preço a pagar por esta transformação/ mudança
era algo de um valor incomparável: a riqueza das suas próprias experiências de vida e
maneiras de ser feminina.
A identidade da mulher não depende da sua identidade com o homem. Precisamos
encarar a mulher e o homem como dois seres que caminham juntos, lado a lado, com
valores e formas de vida igualmente válidas.
Com a decorrência da história a mulher conseguiu e está conseguindo, dentro da
sociedade um espaço, onde a sua influência em várias áreas tem aumentado. Ela está em
muitos lugares, onde há bem poucos anos era impensável, porque eram lugares somente
frequentados pelos homens.
É neste mundo onde as mutações são constantes – governos são derrubados, ideologias
passam, valores caem em desuso - que a influência da mulher em todas as esferas da
sociedade tem aumentado. Hoje em todo o mundo comemora-se o Dia Internacional da
Mulher, onde se pretende reafirmar o reconhecimento dos direitos da mulher como
condição para uma sociedade mais justa. A presença da mulher na vida de cada um de
nós, mas também nas histórias de pessoas e de comunidades que nos procederam, em
todos os tempos e lugares, foi sempre marcante e decisiva, quer nos episódios em que
era o centro ou força influente das decisões quer nos momentos em que foi humilhada e
despojada dos direitos fundamentais do ser humano.
Em Setembro de 1995, na Declaração de Pequim – ao fim da quarta Conferência sobre
as Mulheres, os governos dos países do mundo inteiro disseram-se determinados a levar
em frente os objectivos de igualdade, desenvolvimento e paz para todas as mulheres, no
interesse da humanidade. Reconheceram “as vozes de todas as mulheres, em todos os
lugares, e a diversidade das mulheres e dos seus papéis e circunstancias”, prestando
tributo aquelas que contribuíram com o seu trabalho e inspiração para manter viva a
esperança em todos os seus contemporâneos, particularmente junto dos jovens.
Em síntese os direitos da mulher, porque são direitos humanos, deverão ser
reconhecidos em todas as situações e circunstâncias, assegurando-lhe o acesso a todas
as oportunidades e recursos que propiciem o pleno desenvolvimento do seu potencial e
sua contribuição para o bem-estar da sociedade, uma sociedade mais justa, em toas as
partes do mundo.
Descriminação da mulher
Resumo: O caminho das mulheres rumo à emancipação tem-se caracterizado por ser
imprevisível e acidentado. Sujeitas à turbulência política e económica, as mulheres do
mundo inteiro vão ganhando e perdendo muito, ao longo desse percurso, mas têm
consciência que poderão contribuir não só para a melhoria do seu estatuto mas também
para um progresso qualitativo da sociedade humana, no desenvolvimento e na paz.