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dogmas religiosos imponham, coercitivamente, por meio do Estado, uma conduta ou uma absteno. No estado democrtico todas as religies devem merecer igual considerao e profundo respeito, no podendo a ordem jurdica converter-se na voz exclusiva da moral de qualquer religio. A laicidade estatal condio para uma sociedade democrtica, livre e pluralista. O reconhecimento do direito morte digna decorre dos direitos liberdade, autonomia, ao respeito e vida, no marco de um Estado laico, no qual impera a razo pblica e secular. Neg-lo aceitar o paternalismo desptico ou, como atenta Dworkin, "levar algum a morrer de uma maneira que outros aprovam, mas que para ele representa uma terrvel contradio de sua prpria vida, uma devastadora e odiosa forma de tirania". Que o Senado, rompendo com dogmas e tabus, possa avanar na proteo do direito morte digna, conferindo prevalncia aos valores constitucionais da liberdade, da autonomia, do respeito e da laicidade, sob o triunfo da dignidade humana. *FLAVIA PIOVESAN professora PUC-So Paulo e procuradora do Estado de So Paulo. ROBERTO DIAS professor de Direito Constitucional da PUC-So Paulo