Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
I ~ d o e xorgaaos na
_ -----
);c., *
SOBRE
LifA IROMOTOA
l DOS I#ERESSIS 111ERlA8 DO PAIZ.
1849.
ILLM." E Em0.SR.
SPromotora
upposto eu não tenha a honra de ser membro da Liga
dos Interesses Materiaes do Pair, desejo merecer
a esta Sociedade o obsequio de acceitar as minhas Breves
Reflexões Sobre a Abolição dos Morgados na Madeira, as
quaes tomo a liberdade de offerecer á sua consideração.
Cuidando-se dos interesses materiaes do paiz, por certo
não escapari á Sociedade a id6a de empregar todos os
meios ao seu alcance para que em Portugal sejam abolidos
os morgados, como sendo esta a primeira e mais urgente
medida que requer a salvnçáo da nossa táo definhada
agricultura. Lembrar ti Sociedade esta necessidade é des-
necessario ; esclarece-la sobre as vantagens geraes daquella
medida salvadora , seria um insulto ií sua sabedoria : porém
fazer patentes as vantagens immcdiatns que especialmente
nesta localidade colherão os povos da abolição dos inorga-
dos, talvez seja um meio dc provar sem controversia que
em toda a parte os interesses do paiz estão reclamando a
applicação dos principias da sciencia , que por fatalidade
sao despresados em muitas das nossas leis.
& com este intuito que tomo a liberdade de offerecer 6
consideração da Liga Promotora dos Ateresses Materiaes
do Paiz , as minhas Breves Rerlexòes Sobre a Abolição dos
Morgados na Madeira, rogando a V . Ex." a especial
merck de apresentar-luas como membro desta Sociedade.
-
Deos guarde a V. Ex." Madeira 20 de Dezembro
de 1848.
Illm." e Exm." Sr. Manoel da Silva Passos.
Antonio W d a Heredia.
1*
Cedemdo 6s instaneias 80s meus iiaigt~tãi b b l i h t m n u
Brma Refte3Gbes .!&-e a Abolição dos Morgados na M'&-
&a.
A aboliçao dos drgados 6 a principal das medidas
que julgo idispensaveis para a salvayao da iwsa agricul-
tura , e se ate agora me não tenho occupado deste assumpto ,
como desejava, 6 porque tendo emprehendido escrever uma
pequena obra sobre os interesses geraes da Madeira ! queria
eu só nesse meu escripto mostrar em logar conveniente as
irnmediatas vantagens, que de tal medida combinada com
yariq outras resultariam ao paiz. Comecei em Abril de
1847-0s meus trabalhos, mas logo os acontecimentos po-
Iitick d'esse mesmo mez me obrigaram a adia-los. Aconte-
cimentos posteriores me iiihabilitaram de colher do h-
rerno Civil do Districto certos dados statisticos, sem os
quaes eu n3o podia tractar definitivameote do estado do
clero. da instrucção publica e das contribuiçbes , nem tllo
pouco der'uma nova divisáo administrativa, e outras refor-
mas que tenho por indispensaveis para commodidade , e
iateriesses do povo, e do Estado. Aguardando occasiiio de
obter aquelles esclarecimentos para concluir o meu escripto,
reservava para entao o mostrar a grande e immediata van-
trgem da abolição dos morgados na Madeira. Esta vanta-
gem porém est8 t8o geralmente reconhecida que muitos
cavalheiros, tenda lido uns dois artigos que em 1847 pu-
bliquei no Independente, sobre a aboliç8o dos morgados c
incessantemente me pedem que ,em quanto niío obtenho os
esclarecimentos necessarios para concluir os meus trabalhos,
.
publique eu separadamente esta parte do meu escripto ,
II
chegando alguns a censurar me por eu não haver conti-
nuado a lembrar uma medida tão importante, e cuja demora
6 um mal para os proprietarios vinculados, para os colo-
nos, para o povo, e para o Estado.
Convencido desta verdade, mas collocado em uma po-
sição embaraçosa pelo interesse especial que tenho na aba-
lição dos morgados, repugna-me tríictar essa materia iso-
ladamente. Seja porém qual fòr a suspeição que sobre mim
possa recnhir , eu cedo aos desejos dos meus amigos , por
que vou dizer verdades rcconhccidas por todos, porque vou
ser fiel intcrpretc da opiniso da maior parte dos proprios
proprietarios vinculados, porque não vou fazer mais doque
reduzir a escripta o pensamento fixo de todo um povb, e
porque finalmente, se eii sou interessado na abolisão dos
morgados, o meu interesse está ligado aos interesses da
sociedade, e 4 fundado n'um direito usurpado, mas im-
yrescriptivel.
Rcproduzirei pois parte dos argumentos de que jã
em 1847 me servi, e em tudo quanto de riovo escrever
procurarei ser conciso.
Possa a benevolencia do leitor desculpar Meus erros.
Possam todos fazer justiça As minhas intenções.
r
com ehendesses , a esse ser quc vo! rcccb8ra cni seus c=-
tos, ~raços para fazer a wssa tcntrira , despresapdo tudo
para resumir todas as suas :\ontndcs na de vos prtences. p q ~
iyoluveis hqos do cteriia fidelidade ; a essa existencia, que
esJeio diuirias e Iiumnas vos confiernni , jiirastes perante
os altares protecr80 eterna a despeito de,foclos os esfor-
ÇQC e ~ci.iticicwahi ww encarregastcs dos seris destino$, e
p r a não ~ntrardesna sepiiltura desadorilado do liioaroso
titulo dc morgado i deixsis esse mesmo ser exposto a per-
der coiii a vossa \ida, a cleceiite siistenta~ãoque era obri-
gaç8o vossa segurar-lhr niibes da morte? ! .. . .
. .
Desse conipleuo de viciou de iluc P origem a iiistitui-
$80 dos morgados, resultat,a desiiniao entre as famiiias,
onde s0 a paz, a harmonia c it verdadeira fraternidade
podem tornar toleravcl a carga incomrnoda da vida pre-
sente. Essa desiini~osubindo de ponto I proporcão que os
iiit~ressess8o feridos, os melindres chocados, a dignidade
abatida pela oppressiio e as recordações de um passado vend
turoso , verii iiiigmentiir ii íIesgr;içii e H miseria do pre-
setite -cêdo se converte em odio entre sobrinbo~e tios ,
irm8os e irmas, pais e filhos, marido e mulher, iamilias
e familias ! D'ahi o desinvolvimento tia idéas e seoti-
meiitos que outra situaçao n8o tivera inspirado ; após elles,
o crimc, e por toda ii vida o rancor mais concentrado, ii
mais impia guerra entre aquellrs que seriam os melhores
amigos se a iiistitiiiç8o dos viiiculos náo fdra !
Tal ts a natureza dessa inqbituição que existe entre po-
vos que se dizem civilisados ! I? uma instituição que em
seus resultador transforma a tiatureza , mudando em gelo o
sangue do coração humano, coiivertendo em demencia a
rrs8o pura do homem !
$bdi por tanto essa institiiição ; dai á ramilia do mor-
gado" a mesma harmonia e iraternidade que deslructam to-
das as outras iamilias. Aboli essa instituição e nilo vereis
o bom pai de familia dando o adeos final a seusfilhos, ex-
halar angustiado o derradeiro suspiro com os olhos fixos
sobre os segtindos, lastimando cni pranto e com os braços
np~rtarido e chegando ao ultimo calor de seu coração ,
esses que deixa no mundo sem fortuna, sem protecçáo , e
a quem nada mais resta al8ni do querer absoluto de scii
irmáo !
qboli ossa iiistituigão , germen de discordiri ; a h i í essa
-3P-
~M-Q abiutda, oppressora, Immord , e vereb
injuáa,
oinl@MJ quê oram inimigos, henertos 6 virtuosar os que
pestes a eucamiube~sepela ertrada do vicio,