23 de janeiro de 2000
Domingo
Balanças da PRF
não funcionam
▲
Falta de estrutura compromete a fiscalização nas estradas
NEWTON CUNHA
descaso das auto-
O ridades com rela-
ção à fiscalização
dos caminhões e
principalmente
ao péssimo estado de conserva-
ção da BR-262, protagonista de
outras chacinas, podem ser os
principais responsáveis pelo aci-
dente de anteontem de madru-
gada, envolvendo a carreta pla-
ca MSA-9455 de Vilha Velha-ES
e o ônibus leito da Viação São
Geraldo placa GPN-8249. As leis
são impostas aos motoristas
através do Código Brasileiro de
Acidente
A pista escorregadia da BR-
381, que liga Belo Horizonte a
Governador Valadares foi a
responsável pela batida entre o
Vectra placa GWS-2914 de
Divinópolis e o Gol placa BOZ-
4028 de Governador
Valadares. Segundo
testemunhas, o Vectra
derrapou na pista e bateu de
frente com o Gol que trafegava
na direção de Belo Horizonte.
Ficaram feridos o motorista do
Gol, Robson Rodrigues Silva, e
os passageiros Ricardo
Rodrigues Silva e Rita de
Cássia Silva. A passageira do
Vectra, Danuza Santos Oliveira
Nogueira também se feriu.
Todos foram resgatado por
uma unidade do Corpo de
Bombeiros e levados para o
Hospital João XXIII em Belo
Horizonte.
O B I T U Á R I O
Belo Horizonte
VALDENIR
MACEDO DE
JESUS (Dida),
31 anos. Nasci-
do em Minas
Novas, era casa-
do com Denise
de Cássia Cunha
e deixa a filha Janaína Cunha
Macedo, de 9 meses, a mãe e
cinco irmãos e os parceiros de
futebol do Don Orione.
VÍCTOR DE ANDRADE BRI-
TO, 81 anos. Natural de Cam-
po Grande/MG, filho de Sindrô-
nio Antunes de Andrade e Deo-
linda Ferreira de Andrade. Era
casado com Amélia Giordano
de Andrade Brito e deixa o fi-
lho Ricardo.
ALDAI DE RICAS, 82 anos.
Natural de Belo Horizonte, fi-
lho de Dolores Ricas. Deixa os
filhos Getúlio, Maria do Carmo,
Dalva, Décio e Tereza.
FERNANDO ALKMIM DE
Trânsito, que completa dois
anos, mas o Estado investe pou-
co na fiscalização e reforma das
rodovias.
A carreta transporta 38 tone-
ladas de flocos de milho, 11 a
mais que a sua capacidade. O
acidente seria evitado e oito vi-
das preservadas, se no trecho
entre Belo Horizonte e João
Monlevade, muito movimenta-
do, tivesse um posto de fiscaliza-
ção ativo, com balanças de pesa-
gem. Em todo o Estado, existem
21 balanças espalhadas nas ro-
dovias federais, mas somente
cinco estão funcionando. Por es-
te motivo, o Estado deixa de ar-
recadar em torno de R$ 1 mi-
BARROS, 82 anos. Natural de
Bocaiuva/MG, filho de Raul Go-
mes de Barros e Amanda Alk-
min de Barros. Era casado com
Maria Clara Starling de Barros
e deixa os filhos Raul, Cinira,
Túlia, Fernando, Moema, Ro-
sana e Leonardo,
EDSON PIMENTA DA SILVA,
69 anos. Natural de Belo Hori-
zonte, filho de Benedito Gonza-
ga Pimenta e Benigna Pendes
Pimenta. Era casado com Ma-
ria da Conceição Cardoso Pi-
menta e deixa os filhos Maria
José, Miriam e Wellington.
ANTÔNIO FELIPE SARSUR,
69 anos. Natural de Belo Hori-
zonte, filho de Felipe Sarsur e
Cecília manoel Flor. Era casa-
do com Maria Carlos Diniz Sar-
sur e deixa os filhos Manyra,
Mariângela, Eliane, Cláudia,
Antônio Carlos e Felipe.
● A divulgação nesta
coluna é gratuita
GERAL
lhão por ano. Cada multa de ex-
cesso de carga é de R$ 6 mil.
As soluções para melhorar
uma estrada tão perigosa são
tomadas com morosidade. As
falhas gritantes de engenharia
em vários trechos deveriam
ser reparadas, como ocorre
com a “curva da morte”, no km
152, que já vitimou dezenas de
pessoas.
Somente agora é que o DNER
realiza uma obra que visa aca-
bar com a curva, localizada no
final de uma descida de 10 qui-
lômetros da Serra do Macuco.
Os caminhões muitas vezes per-
dem os freios na descida e che-
gam na curva sem condições de
Muitas visitas e nada
de recursos para o Sul
HENRIQUE DE JESUS
SUCURSAL SUL
As rodovias do Sul de Mi-
nas, seriamente danificadas
pelas últimas chuvas, foram
novamente alvo de vistoria.
Depois do presidente Fernan-
do Henrique, do governador
Itamar Franco e do diretor ge-
ral do DNER, Genésio Bernar-
dino, ontem foi a vez do rela-
tor da Comissão de Orçamento
da Câmara Federal, deputado
Carlos Melles.
A visita foi em resposta ao
convite do secretário estadual
de Transportes Maurício Gue-
des, que tenta sensibilizar o
governo federal para a neces-
sidade da urgência na libera-
ção de recursos para as obras
nas rodovias da região, esti-
mados em R$ 50 milhões. Em
Varginha, Melles garantiu que
vai se empenhar na inclusão
dos recursos no orçamento fe-
parar, provocando os acidentes.
Para piorar a situação, o asfalto
no local é irregular, aumentando
os riscos.
A velocidade é ainda maior
quando os caminhões levam
cargas acima do permitido, co-
mo ocorreu com o caminhão
Mercedes-Benz capixaba, que
transportava 38 toneladas de
flocos de milho. A capacidade
era de apenas 27 toneladas. O
caminhão bateu de frente com o
ônibus da Viação São Geraldo,
que retornava de Guarapari,
provocando a morte de oito pes-
soas. Sem freios e na descida,
quanto mais pesado, maior será
a velocidade.
ESTEVAM MUSSO
deral. Mas não há pevisão pa-
ra o início das obras. Melles,
entretanto, foi categórico ao
dizer que as obras precisam
começar imediatamente, mas
que é preciso respeitar alguns
trâmites burocráticos, como a
entrega de um relatório sobre
as condições das estradas ao
Ministério da Ação Social, o
que ele pretende fazer ainda
nesta segunda-feira.
Já o diretor geral do DER,
Antônio Bortoletti, chamou a
atenção para as obras de recu-
peração emergencial, que vêm
sendo feitas nas estradas da
região, mas reconhece que
ainda é pouco. A mesma im-
presão teve Maurício Guedes,
secretário dos Transportes,
que ressaltou o interesse do
governo estadual em contrair
um empréstimo junto ao Ban-
co Intermamericano de Desen-
volvimeto, para melhorar as
rodovias mineiras.
TESTEMUNHO CRISTÃO
MARIA IZABEL ADAMI CARVALHO POTENZA
Pão sobre as águas
As águas passam e não vol-
tam. Aquilo que em seu seio le-
vam perde-se na profundeza e
desaparece na solidão das tor-
rentes. Ninguém mais vê. Como
os dias que compõem o fio de
nossa vida, a escoar-se a cada
minuto vencido, a correnteza
das águas lembra o efêmero de
tudo que passa e nunca mais
volta. Torrentes revoltas, águas
passadas, águas perdidas.
Quem tornará a contemplar a
mesma onda que, em ritmo de
beleza, quebrou o silêncio da
praia beijada pelo mar? Ou
quem verá de novo as mesmas
cascatas em seu marulhar mis-
terioso, se perdidas são as
águas passadas? Quanto a água
é bela, quanto a água é amada,
quanto a água é desejada! Só as
águas violentas das tempesta-
des destruidoras amedrontam e
fazem chorar. E as mãos se es-
tendem a pedir socorro, a recla-
mar ajuda, como agora nossos
irmãos atingidos pela violência
de tempestades catastróficas.
Receberão eles a medida exata
do pão que sobra em nossa me-
sa? A expressão do nosso
amor? Amor sim, porque entre
cristãos não há a dádiva de que
fala Léon Bloy, humilhante es-
mola “que atravessa a mão do
pobre”. O Espírito Santo deixou
no Livro das Escrituras a certe-
za de que a oferta do amor, lan-
çada às águas “do mar da vida”
de nosso irmão necessitado, ja-
mais será desfeita. O gesto de
amor volta sempre. Embora
neste mundo se acabem todas
as coisas, uma só permanece –
a caridade, que deveria chamar-
se simplesmente amor, “luz a
aclarar o caminho que nos resta
percorrer. Pão sobre as
águas...”, diz o Livro Santo. Não
é palavra vazia que o vento leva.
Esta é a promessa de Deus:
“Lança teu pão sobre as águas e
depois de muito tempo o acha-
rás”. “Pão sobre as águas”... é
simplesmente a bondade de um
sorriso a alguém que sofre. A
palavra de conforto a quem está
em provação. O agasalho a
quem padece na carne o despo-
jamento da nudez. O alimento
que suaviza a amargura daque-
le que tem fome. Este bíblico
“Pão sobre as águas” é carinho,
ajuda, simpatia, proteção, é
mão distribuindo dádivas. No
desconhecimento desta verda-
de, quantos se apegam desorde-
nadamente aos bens materiais
sem compreender a Palavra
Eterna, que prometeu recom-
pensa até a um simples copo
d’água dado por amor. Um dia,
quando as traças e a ferrugem
tiverem corroído seus tesouros
e destruído suas arcas, os egoís-
tas e avarentos tardiamente tal-
vez compreendam o que foi que
o Senhor quis dizer: “Lança teu
pão sobre as águas e depois de
muito tempo o acharás”...
NOVOS APELOS - As popula-
ções atingidas pela fúria das
águas estão sendo socorridas
pelo amor dos irmãos mineiros
que lhes fazem chegar toda es-
pécie de ajuda. Mas os apelos
continuam. A paróquia de São
Sebastião do Rio Verde, pelo seu
pároco Pe. Fuhad Lage, está
empenhada em reconstruir vá-
rias casas destruídas e dar as-
sistência às famílias que perde-
ram tudo. São necessários re-
cursos financeiros. As doações
podem ser depositadas nos se-
guintes Bancos: 1- Bradesco,
agência 0881, conta 3697-8 (Mi-
tra Diocesana de Campanha); 2-
Banco do Brasil, agência 0649-
1, conta 10.051.382-4 (Paróquia
de São Sebastião); 3- Caixa Eco-
nômica Federal, conta 19009-3,
agência Itanhandu-MG.
RESPONDENDO
EUGÊNIA SOARES - Divinópo-
lis - Ficarei grata se você puder
informar-me algo sobre ele, etc.
*** RESPOSTA - Padre João Ba-
tista Reus, jesuíta alemão, viveu
quase toda sua vida no Brasil,
especialmente no Rio Grande do
Sul, toda ela marcada por fenô-
menos místicos extraordinários.
Sua grande e santa paixão era a
Missa, que celebrava com pro-
funda piedade e fervor, muitas
vezes tendo visões de Jesus en-
quanto celebrava. Amava apai-
xonadamente a Santíssima Eu-
caristia. Certa vez, enquanto
distribuia a Sagrada Comunhão
a religiosas, inadvertidamente
escapou-lhe das mãos uma Hós-
tia que caiu ao chão. Tomado de
angústia, apanhou-a, beijou e
purificou o lugar, voltando ao al-
tar com a âmbula sagrada.
Ajoelhado, chorou soluçando
por longo tempo, enquanto as
ESTADO DE MINAS
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religiosas, também aflitas, espe-
ravam que ele retornasse à dis-
tribuição, magoado e ferido pelo
que ele considerou um ultraje à
Presença Real de Jesus na Hós-
tia consagrada. Professor de li-
turgia, era severíssimo na ob-
servância dos ritos litúrgicos e
não admitia a menor falha no
trato com as coisas sagradas.
Padre Reus faleceu, em fama de
santidade, no dia 21 de julho de
1947 em São Leopoldo, cidade
vizinha a Porto Alegre. Milhares
de testemunhos atestam graças
obtidas por sua intercessão. O
processo de beatificação está
em andamento. Se você quiser
conhecer a vida desse grande
sacerdote, encontrará livros bio-
gráficos, solicitados ao seguinte
endereço: Sociedade Cultural e
Beneficente Padre Reus - Caixa
Postal 285 - Rua Duque de Ca-
xias, 805, CEP 90001-970, Por-
to Alegre/RS. (Obs: pronuncia-
se Padre Rois.)
JOSÉ HENRIQUE MEDEIROS -
Capital - Sei que pode tirar-me
estas dúvidas, etc. *** RESPOS-
TA - 1- Quando há concelebra-
ção, não há tantas Missas quan-
tos são os celebrantes, mas ape-
nas uma Missa. Cada consagra-
ção eucarística corresponde so-
mente a uma Missa. Os vários
concelebrantes não realizam,
cada um por si, uma celebração
individual, como se estivessem
celebrando sozinhos cada qual
a sua Missa. Estão compartici-
pando de uma só consagração.
2- A Presença Real de Cristo na
Eucaristia cessa quando há de-
composição das espécies do pão
e do vinho. 3- A Comunhão sob
as duas espécies é regulamenta-
da por Normas muito claras e
específicas dadas pela Santa Sé.
Constitui, pois, desobediência a
essas mesmas Normas concedê-
la diariamente ou semanalmen-
te, com a agravante de permitir
ao fiel molhar a Hóstia consa-
grada no cálice. Esta proibição
já foi até mesmo reiterada e dá
o abuso como desobediência
grave. As Normas e esta proibi-
ção, documento extenso, já fo-
ram publicadas nesta coluna
sob o título “Self service eucarís-
tico.” Entretanto, há paróquias
que o fazem habitualmente. 4-
Quando se passa diante do altar
que contém o sacrário com a Sa-
grada Eucaristia deve sempre
ajoelhar-se, até mesmo durante
a Missa. A instrução geral do
Missal Romano diz: “Se o sacrá-
rio com o Santíssimo está no al-
tar-mor, faz-se a genuflexão an-
tes e depois da Missa e todas as
vezes que se houver de passar
diante do Santíssimo Sacramen-
to no altar em que esteja.” (n
133). Infelizmente, esta prática
de adoração começa a ser negli-
genciada, substituída por uma
simples inclinação de cabeça.
São Paulo exorta a que “ao sim-
ples nome de Jesus se dobre to-
do joelho, no céu, na terra e nos
infernos”. Mais que o nome, nos
sacrários está realmente Jesus
vivo, Senhor e Rei dos céus e da
terra, o Santo dos santos, a
Quem devemos manifestar lou-
vor, graças e adoração. A genu-
flexão pode ser acompanhada
pela palavra do apóstolo Tomé:
“Meu Senhor e meu Deus!”, que
exprime fé e adoração. É mes-
mo de deplorar que os fiéis (os
padres também?) estejam es-
quecendo (ou desconhecendo?)
a profunda significação destes
simples sinais externos, tão ri-
cos de sentido, como a genufle-
xão diante de Jesus Sacramen-
tado.
JOVEM CONFUSO - Inte-
rior/MG - Sempre leio sua colu-
na e aprendo muita coisa sobre
doutrina católica. Venho pedir-
lhe que me explique este ponto,
etc. *** RESPOSTA - O Catecis-
mo de S.Pio X, que estou sem-
pre manuseando e lendo, ensi-
na: “O pecado é uma ofensa fei-
ta a Deus, desobedecendo à Sua
Lei”. O Catecismo Católico defi-
ne: “Comete pecado quem, sa-
bendo e querendo, transgride e
Lei de Deus.” Pecado mortal é
uma desobediência ou trans-
gressão à Lei de Deus em maté-
ria grave, feita com plena adver-
tência (isto é, conhecendo a gra-
vidade do mal) e com consenti-
mento livre e deliberado (isto é,
mesmo sabendo que é mal, fa-
zê-lo). *** O pecado venial é
uma desobediência à Lei de
Deus em matéria leve, praticado
sem a malícia do pecado mortal.
Entre estes, podemos certamen-
te situar as imperfeições nossas
de cada dia. *** Chama-se peca-
do mortal porque destrói a vida
sobrenatural da graça e expulsa
da alma a Presença amorosa de
Deus.