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DOQ-CGCRE-016
Revisão: 01 – ABRIL/2008
SUMÁRIO
1 Objetivo
2 Campo de Aplicação
3 Responsabilidade
4 Siglas
5 Documento de Referência
6 Histórico da Revisão
Anexo – Versão Brasileira do Documento de Referência ILAC-G9:2005 – Guidelines for
the Selection and Use of Reference Materials
1 OBJETIVO
Este documento tem como objetivo fornecer aos laboratórios acreditados e postulantes a
acreditação orientações básicas sobre o uso e seleção de materiais de referência.
2 CAMPO DE APLICAÇÃO
Este documento se aplica à Dicla, aos Laboratórios acreditados e postulantes a acreditação e aos
avaliadores e especialistas que atuam nos processos de acreditação de Laboratórios.
3 RESPONSABILIDADE
A responsabilidade pela revisão deste documento é da Dicla.
4 SIGLAS
CITAC Cooperation on International Traceability in Analytical Chemistry
Cgcre Coordenação Geral de Acreditação
Dicla Divisão de Acreditação de Laboratórios
ILAC International Laboratory Accreditation Cooperation
Inmetro Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
MR Material de Referência
MRC Material de Referência Certificado
NIST National Institute of Standards and Technology
SI Sistema Internacional de Unidades
5 DOCUMENTO DE REFERÊNCIA
Este documento é uma tradução do documento Guidelines for the Selection and Use of Reference
Materials ILAC-G9:2005, elaborada pela Comissão Técnica de Química - CT-05.
6 HISTÓRICO DA REVISÃO
- Inclui novas siglas;
- Esta revisão 01 é a versão brasileira do documento ILAC-G:9/2005, em substituição à revisão
00 que era a versão brasileira do documento EA-04/14.
- Atualização geral do documento,
- Exclusão ou substituição do termo “certificação” por “atribuição de valor”, quando pertinente.
ANEXO
VERSÃO BRASILEIRA DO DOCUMENTO DE REFERÊNCIA ILAC-G9:2005 –
GUIDELINES FOR THE SELECTION AND USE OF REFERENCE MATERIALS
PREÂMBULO
Este documento substitui o ILAC G9:1996 Guidelines for the Selection and Use of Certified
Reference Materials. Ele foi revisto e expandido para incluir o aumento de volume de
informação disponível sobre esse tópico atualmente.
OBJETIVO
O objetivo deste documento é prover um guia conciso, simples e fácil de usar aos laboratórios e
organismos de certificação e acreditação. São utilizadas principalmente definições da ISO e do
VIM mas há referências a textos mais abrangentes e especializados. Procura-se oferecer ajuda
aos mais inexperientes ao invés dos especialistas e, portanto, alguns tópicos são necessariamente
simplificados. Incluiu-se a discussão e esclarecimento de alguns pontos mal entendidos. Embora
baseado nos requisitos de medições químicas, há a intenção de também ser útil em outras áreas
de medição.
AUTORIA
Este documento foi elaborado pelo ILAC Accreditation Committee em conjunto com o ILAC
Laboratory Committee e endossado pelos Membros da ILAC.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 4
1-TIPOS DE MATERIAIS DE REFERÊNCIA 5
2-CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE REFERÊNCIA 5
3-RASTREABILIDADE DOS MATERIAIS DE REFERÊNCIA 6
4-A DISPONIBILIDADE E SELEÇÃO DOS MATERIAIS DE REFERÊNCIA 6
5-USOS DOS MATERIAIS DE REFERÊNCIA 7
5.1 Validação de método e incerteza de medição 7
5.2 Verificação do uso correto de um método 7
5.3 Calibração 8
5.4 Controle da Qualidade e Garantia da Qualidade (CQ&GQ) 8
6-AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DOS MATERIAIS DE REFERÊNCIA 8
6.1 Certificados e relatórios de apoio 9
6.2 Avaliação da adequação dos materiais de referência 10
7-PREPARAÇÃO INTERNA DE MATERIAIS DE REFERÊNCIA 10
8-DEFINIÇÕES 10
9-PRINCIPAIS PUBLICAÇÕES SOBRE MATERIAIS DE REFERÊNCIA 11
10-REFERÊNCIAS 12
FIGURA 1: Sobreposição de funções associadas à rastreabilidade de medição e
qualidade analítica 13
FIGURA 2: Avaliação da adequação de um material de referência 14
INTRODUÇÃO
Há muitos textos detalhados e reconhecidos sobre vários aspectos dos materiais de referência, e
estes estão listados ao final deste artigo junto com algumas definições (1-4) reconhecidas
internacionalmente. Este artigo tem como objetivo prover um guia simples sobre o uso de
materiais de referência (MRs) dentro de um programa de qualidade mais abrangente.
Materiais de referência são uma importante ferramenta na determinação de muitos aspectos da
qualidade de medição e são usados para fins de validação de métodos, calibração, estimativa da
incerteza de medição, treinamento e para fins de CQ - Controle de Qualidade interno e GQ -
Garantia da Qualidade externa (ensaios de proficiência).
Num sentido mais amplo, a validade de medições pode ser assegurada quando:
• são usados métodos e equipamentos validados.
• pessoal qualificado e competente é encarregado do trabalho.
• a comparabilidade com medições realizadas em outros laboratórios é assegurada
(rastreabilidade e incerteza de medição).
• há evidência independente do desempenho (ensaios de proficiência).
• são empregados procedimentos de CQ e GQ bem definidos, preferivelmente
envolvendo acreditação de terceira parte.
MRs são usados para dar suporte a medições relacionadas a composição química, biológica,
clínica, física, propriedades de engenharia e outras áreas como sabor e odor. Eles podem ser
caracterizados para “identidade” (ex: estrutura química, tipo de fibra, espécies microbiológicas
etc.) ou para “valores de propriedades” (ex: quantidade de substância química específica, dureza
etc).
Alguns tipos de materiais de referência comumente encontrados são:
1. Substâncias puras caracterizadas para pureza química e/ou traços de impureza.
2. Soluções padrão e misturas gasosas, freqüentemente preparadas gravimetricamente a
partir de substâncias puras e usadas para fins de calibração.
3. Materiais de referência em matrizes, caracterizados para a composição de componentes
químicos principais, secundários ou elementos-traço. Tais materiais podem ser
preparados a partir de matrizes contendo os componentes de interesse, ou através da
preparação de misturas sintéticas.
4. Materiais de referência físico-químicos caracterizados para propriedades tais como
ponto de fusão, viscosidade, e densidade óptica.
5. Objetos ou artefatos de referência caracterizados para propriedades funcionais tais
como sabor, odor, octanagem, ponto de fulgor e dureza. Este tipo também inclui
espécimes microscópicos caracterizados para propriedades que vão de tipo de fibra a
espécimes microbiológicos.
A ISO reconhece duas classes de materiais, isto é, 'materiais de referência certificados’ (MRCs)
e 'materiais de referência' (MRs). MRCs devem, por definição, ser rastreáveis à realização exata
da unidade na qual os valores da propriedade são expressos. Cada valor de propriedade deve ser
acompanhado por uma incerteza para um nível de confiança estabelecido. MRs são materiais
cujos valores de propriedade são suficientemente homogêneos e bem estabelecidos para serem
usados na calibração de um aparelho, na avaliação de um método de medição, ou para atribuir
valores a materiais. Para a maioria dos materiais de referência químicos produzidos antes do
final da década de 1990, os valores de incerteza de medição fornecidos pelos produtores
dificilmente foram estimados em conformidade com o procedimento ISO (6,7) atualmente
recomendado. Pode-se esperar que a incerteza real seja maior que a declarada numa razão de 2-3,
nos casos onde são usadas apenas medições da precisão dentro do laboratório e num fator menor,
nos casos onde a certificação abrangeu uma variedade de métodos validados e uma variedade de
laboratórios. Alguns materiais vendidos como MRCs não possuem uma evidência de
rastreabilidade declarada. Nesses casos convém que o usuário faça um julgamento sobre a
possível rastreabilidade do valor atribuído para o MRC1. As seguintes classes de materiais de
referência podem ser encontradas:
Outra terminologia, como a do NIST - Standard Reference Materials (SRM®), também é usada e
foi proposta a classificação (classe O-V) baseada no grau de rastreabilidade ao SI (8). Pan (9)
também publicou um artigo útil sobre este tópico.
1
Nota tradução: Ver Documentos de Referência, ISO Guias 30 e 35.
Nem todos os materiais que são usados como materiais de referência são descritos como tal.
Substâncias químicas de pureza variável e disponíveis comercialmente, matrizes e produtos de
programas de pesquisa são freqüentemente usados como padrões ou materiais de referência. Na
falta de dados oferecidos pelo fornecedor, é responsabilidade do usuário avaliar as informações
disponíveis e realizar a caracterização adicional conforme apropriado. Orientações sobre a
preparação dos materiais de referência estão disponíveis nos ISO Guias 31, 34 e 35, sendo que
documentos orientativos sobre a preparação de materiais de referência de trabalho também estão
disponíveis (12,13).
MOD-SEGEQ-002 – Rev. 00 – Apr. JUL/06 – Pag. 02/02
DOQ-CGCRE-016 – Revisão 01 – ABRIL/2008
/
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Informações sobre materiais de referência são encontradas numa variedade de fontes. O banco
de dados COMAR contém informações sobre mais de 10.000 MRs/MRCs, as quais podem ser
acessadas diretamente ou através de institutos que oferecem serviço de consultoria. Informação
adicional pode ser obtida na Secretaria Central do COMAR (comar@bam.de). Serviços de
consultoria auxiliam usuários na identificação do tipo de material requerido para sua tarefa e na
identificação de um fornecedor. Uma base dados abrangendo os materiais de referência em
desenvolvimento foi preparado por CITAC e ISO REMCO (14).
O BIPM desenvolveu duas bases de dados, uma categorizada sob o Apêndice C do CIPM-MRA
e a segunda sob a responsabilidade do Joint Committee for Traceability in Laboratory Medicine
(JCTLM). Ambas as bases de dados (www.bipm.org) proverão informações úteis sobre a
rastreabilidade dos valores atribuídos às propriedades.
Uma base de dados da Internet para seleção de MRs foi desenvolvida pela Agência Internacional
de Energia Atômica (IAEA) (http://www.iaea.org/programmes/nahunet/e4/nmrm/index.htm).
O Virtual Institute on Reference Materials (VIRM) é um projeto financiado pela UE que
pretende tornar-se autofinanciável. O VIRM tem sua base na Internet e fornece informações
sobre vários aspectos relacionados a MRs (www.virm.org).
Fornecedores de MR e MRC provêem uma grande variedade de materiais, incluindo materiais
produzidos por outras organizações, numa tentativa de oferecer um só lugar de compras para o
usuário.
Um protocolo para avaliação da adequação dos MRs está detalhado na Figura 2 e é discutido a
seguir. O usuário deve avaliar qualquer MR quanto à adequação ao uso, baseado em requisitos
analíticos e do cliente. Fatores a serem considerados incluem o seguinte:
Todos ou alguns requisitos podem ser estabelecidos na especificação analítica e do cliente, mas
freqüentemente será necessário que o analista exerça seu julgamento profissional. Finalmente,
qualidade não necessariamente equivale a uma baixa incerteza e assim critérios de adequação ao
uso precisam ser utilizados.
Os laboratórios têm que estar aptos a explicar e justificar as razões da seleção de todos os MRs e,
claro, qualquer decisão de não usar determinado MR. Na falta de informação específica, não é
possível avaliar a qualidade de um MR. O rigor com o qual a avaliação necessita ser conduzida
depende do quão crítica é a medição, do nível do requisito técnico e da expectativa de influência
do MR na validade da medição. Apenas quando se pode esperar que a escolha de um MR afete
de maneira significativa os resultados de medição é que uma avaliação formal de adequação é
requerida.
Produzir MRs de alta qualidade é uma atividade complexa e que apresenta um custo elevado, e
existindo materiais disponíveis de outras fontes, normalmente, não é interessante, em termos de
custo/benefício para o laboratório, produzir seus próprios MRs. No entanto, se isso for
necessário, há guias disponíveis (12,13) para ajudar o laboratório não especialista a preparar os
seus próprios MRs. Alguns dos pontos principais a se considerar são: seleção dos materiais
(adequação, material natural versus “spikes”, preparação do material etc.), estudos de
homogeneidade, preparação e embalagem (homogeneidade, contaminação, estabilidade etc.),
estudos de estabilidade, ensaios para a determinação do valor atribuído, estimativa da incerteza,
documentação e GQ, mecanismos para a aprovação do valor atribuído, armazenamento, e
distribuição.
8-DEFINIÇÕES
Calibração (1): Conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação
entre os valores indicados por um instrumento de medição, ou sistema de medição, ou valores
representados por uma medida materializada, ou um material de referência, e os valores
correspondentes das grandezas estabelecidas através de padrões.
2
Nota da tradução: Ver ISO Guide 35:2006, que alterou a definição de Material de Referência Certificado (MRC).
3
Nota da tradução: ver documento: Evolving Needs for Metrology in Trade, Industry and Society and the Role of
the BIPM; Robert Kaarls.
Material de Referência (MR) (1): Material ou substância que tem um ou mais valores de
propriedade que são suficientemente homogêneos e bem estabelecidos para ser usado na
calibração de um aparelho, na avaliação de um método de medição, ou atribuição de valores a
materiais.
Incerteza de medição (1): Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a
dispersão dos valores que podem ser fundamentadamente atribuídos a um mensurando.
Os seguintes guias foram preparados pela ISO REMCO, o comitê internacional que lidera os
assuntos relacionados a materiais de referência:
• ISO Guide 30:1992 Terms and definitions used in connection with reference materials
(ABNT ISO Guia 30:2000 - Termos e definições relacionados com materiais de referência)
• ISO Guide 31:2000 Contents of certificates of reference materials
(ABNT ISO Guia 31:2004 – Materiais de referência – Conteúdo de certificados e rótulos)
• ISO Guide 32:1997 Calibration of chemical analysis and use of certified reference materials
(ABNT ISO Guia 32:2000 – Calibração em química analítica e uso de materiais de referência
certificados)
• ISO Guide 33:2000 Uses of certified reference materials
(ABNT ISO Guia 33:2002 – Utilização de materiais de referência certificados)
• ISO Guide 34:2000 General requirements for the competence of reference material producers
(ABNT ISO Guia 34:2004 – Requisitos gerais para a competência de produtores de material de
referência)
• ISO Guide 35:2006 Reference materials – General and statistical principles for certification.
• ISO/REMCO Document N 330 List of producers of certified reference materials,
Information by Task Group 3 “Promotion”
10-REFERÊNCIAS
1. International vocabulary of basic and general terms in metrology (VIM), second edition,
1993, ISO/BIPM/IEC/IFCC/IUPAC/IUPAP/IOML, Published by ISO
(Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia – VIM –
Portaria Inmetro 029, de 1995)
2. Minutes of 4th CCQM meeting, Feb 1998, Paris
3. ISO 9000, Quality management systems - Fundamentals and vocabulary (ISO
9000:2000);
(NBR ISO 9000/2000 – Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário)
4. Eurachem Guide: The fitness for Purpose of Analytical Methods – A Laboratory Guide to
Method Validation and Related Topics, 1998, Published by LGC UK (see
www.eurachem.org)
5. CITAC Eurachem Guide, Guide to Quality in Analytical Chemistry, An Aid to
Accreditation, 2001, 5A, EURACHEM/CITAC “Traceability in Chemical Measurement”
2003 see www.eurachem.org
6. Guide to the expression of uncertainly in measurement, first edition, 1995,
ISO/BIPM/IEC/IFCC/IUPAC/IUPAP/IOML. (Published by ISO)
(Guia para Expressão da Incerteza de Medição – Terceira edição brasileira, 2003)
7. Eurachem/CITAC Guide, Quantifying Uncertainly in Analytical Measurement, 2nd
Edition 2000, Published by LGC, UK (see www.eurachem.org)
8. P. De Bievre et al, Accred Qual Assur, 1996, 1, 3-13
9. X. R. Pan, Metrologia, 1997, 34, 35-39,
10. ILAC Guidelines for the Competence of Reference Material Producers, ILAC G12, 2000
(see www.ilac.org)
11. A. Marschal, Traceability and Calibration in Analytical Chemistry - Principles and
Applications to Real Life in Connection with ISO 9000, EN 45000 And ISO Guide25,
Eurolab Symposium, Firenze, April 1994
12. B Brookman and R Walker, Guidelines for the In-House Production of Reference
Materials, March 1997, LGC Report, UK
13. J M Christensen, Guidelines for Preparation and Certification of Reference Materials for
Chemical Analysis in Occupational Health, NORDREF, 1998 (ISBN:87-7904-010-1)
14. S D Rasberry and C L Monti, Worldwide Production of CRMs: 1996 Status Report,
NIST Report Feb 1996
15. S L R Ellison and A Williams, Measurement Uncertainty: The Key to the Use of
Recovery Factors, pp 30-37, The Use of Recovery Factors in Trace Analysis, Ed M
Parkany, RSC, 1996
16. NBR ISO/IEC 17025:2005 – Requisitos gerais para competência de laboratórios de
ensaio e calibração.
Calibração
Validação Rastreável
Incerteza de Medição/
CQ/GQ Rastreabilidade
Medição válida
As características Não
relatadas do MR são
completamente similares Limitações porém o MR
ao requisito analítico é o melhor disponível e
preenche os requisitos
mínimos
Sim
Não
Sim
Não
Evidência de suporte no
que se refere à
qualidade é satisfatória Limitações porém o MR é
o melhor disponível e
preenche os requisitos
Sim mínimos Não
Sim
Notas à Figura 2:
Nota 1: Convém que a especificação dos requisitos analíticos inclua detalhes relativos ao
mensurando, concentração, rastreabilidade, incerteza de medição, etc.