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A VISÃO DO TEXTO COMO ICEBERG

A importância da leitura não está, simplesmente, em ler por ler, mas no seu objetivo,
mesmo que esse objetivo seja apenas passar algumas horas agradáveis, “curtindo” uma boa
história ou sabendo os detalhes de algum acontecimento ou descoberta interessante.
Assim, devemos procurar sempre efetuar boas leituras, seja por lazer, seja pela busca
de maior conhecimento. Qualquer que seja a opção, o material lido deve ser escolhido
cuidadosamente, pois através dele iremos aumentando o nosso conhecimento de mundo e,
mesmo, nosso conhecimento lingüístico que, às vezes, não é tão desenvolvido ou acurado
pelo fato de não gostarmos ou não termos tido a oportunidade de estudar gramática, ou a
chamada “norma culta ou padrão”.
Quantas vezes ouço comentários do tipo: “Eu leio , mas não compreendo o que o texto
quer transmitir”, ou “O texto está cheio de palavras que desconheço”, ou ainda “Este texto
parece escrito em grego”, e daí por diante.
Assim, para irmos melhorando nossa compreensão, é necessário irmos aumentando
nosso vocabulário, ampliando as áreas de nossos conhecimentos, diversificando as nossas
escolhas. Se não gostarmos de ler jornal, tentemos começar por algum fato que nos chamou a
atenção na TV e que, certamente, será mais detalhado em um jornal. Dessa forma, ao invés de
só escutarmos a notícia, poderemos ler e prestar atenção nas palavras, na forma como são
escritas, como são ligadas uma às outras para dar sentido, ou como se diz, formar um texto
coeso e coerente. Se não entendermos algum vocabulário utilizado ou um trecho do texto,
busquemos “inferenciar” seu significado, ou seja, pelo contexto, pelo assunto tratado,
tentemos imaginar seu significado ali naquela parte em questão. Caso não consigamos,
procuremos em um dicionário qual o melhor significado naquela situação.
Se apenas costumamos ler revistas em quadrinhos, romances policiais, revistas sobre o
que acontece no mundo das celebridades, procuremos nos interessar por livros que tragam
histórias interessantes, histórias que foram transformadas em filmes famosos. Caso surja
dificuldade na hora de decidir, peça a opinião de algum(a) amigo(a) que goste de ler, de se
manter informado, a um professor que goste de fazer comentários sobre cultura geral. Enfim,
há inúmeros meios de nos tornarmos melhores leitores, melhorarmos nosso bate-papo,
melhorarmos nossa maneira de falar ou escrever, sem precisarmos ficar decorando regras e
mais regras. A simples convivência com boas leituras fará com que nos tornemos pessoas
mais interessantes, mais cultas e mais desenvoltas para opinar, argumentar ou expor alguma
idéia inovadora.
Uma maneira interessante e simples de entendermos o que é um texto é compará-lo a
um ‘iceberg’: a parte que fica à mostra é a parte estrutural, ou seja, são as palavras que
utilizamos, os conectivos que servem para ligar essas palavras, a parte que busca dar coesão
àquilo que queremos transmitir, enfim, é o código lingüístico utilizado para dar forma ao
texto. Entretanto, se ficarmos simplesmente na decodificação deste código lingüístico ,
preocupados unicamente com a parte estrutural da nossa língua, não conseguiremos atingir a
parte submersa do ‘iceberg’, que é onde se encontra o verdadeiro significado do texto, a sua
riqueza, que poderá ser encontrada se utilizarmos nosso conhecimento prévio, o nosso
conhecimento de mundo sobre o assunto. Para isso precisamos aprender a ler nas entrelinhas,
aquilo que não está escrito explicitamente, mas que conseguiremos perceber à medida que
exercitarmos e desenvolvermos melhores técnicas e estratégias de leitura. Caso não levemos
essas instruções a sério, ou simplesmente dissermos “mas eu não gosto de ler, não tenho
paciência para isso”, ficaremos sempre apreciando somente a parte do ‘iceberg’ que fica à
mostra.
Dessa forma, nunca chegaremos a ser um leitor crítico, que consiga apresentar
argumentos convincentes em uma discussão sobre um determinado tema e, muito menos,
seremos bons produtores de texto, bons argumentadores em nossa vida profissional, pois, em
grande parte, tudo isso é adquirido através de nossas leituras e compartilhamentos.
Reflita sobre isso! Faça um desafio a você próprio(a)!

Profª MSc. Vera Lúcia Tosetto Zanelato1

04/01/2009

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O texto colocado na Introdução e o que segue na próxima página, incluindo os exercícios, fazem parte de um
artigo desta autora, ainda não publicado. Sendo assim, o mesmo não poderá ser copiado ou utilizado por outra
pessoa sem a devida citação do autor e data.
Como vimos na introdução, há duas formas de se ler um texto: simplesmente
decodificando-o ou, então, lendo nas entrelinhas, buscando a parte submersa do ‘iceberg’, a
parte profunda, que fica abaixo das palavras impressas no papel.
Posso dizer que a segunda opção é muito fácil de se fazer? Não!
Mas será impossível? Não!
O que devemos fazer então?
Algumas respostas, ou estratégias, poderiam ser:

a) Primeiramente saber qual o objetivo da minha leitura: lazer; estudo; aumentar o


conhecimento de mundo em determinada área; aumentar o meu vocabulário; procurar um
emprego, procurar uma casa ou carro para comprar, etc.
Dependendo do objetivo estabelecido, o foco da minha leitura será diversificado. Por
exemplo, caso eu queira procurar uma casa para comprar, não folhearei o jornal todo, mas
irei direto à página de classificados. Ao ler os classificados, já terei em mente a casa que
procuro ou que cabe dentro do meu orçamento. Assim, irei excluindo, logo de início,
aqueles que comecem com alguma descrição que não corresponde à minha expectativa.

b) Procurar realizar boas leituras, isto é, verificar se o material a ser lido é proveniente de uma
fonte fidedigna (confiável), que irá contribuir para o meu crescimento intelectual ou
pessoal.

c) Procurar um lugar tranqüilo para fazer uma primeira leitura silenciosa. Lugares barulhentos
tiram a concentração e dificultam o entendimento de assuntos simples.

d) Monitorar a leitura, ou seja, verificar se o que está sendo lido está sendo compreendido ou
se ficaram dúvidas. Se ficou alguma dúvida, buscar a melhor forma de resolvê-la: a
dificuldade no entendimento foi causada pela perda do referente, isto é, não sei mais a quem
ou a que o seguimento lido está se referindo; não entendi o significado das palavras
utilizadas; não tenho conhecimento prévio suficiente para entender sobre o que o autor está
expondo, etc.

● perdi o referente: reler com atenção para encontrar o referente.

● não entendi o significado de alguma palavra: tentar inferenciar pelo contexto. Se não for
possível, buscar o dicionário.

● falta de conhecimento prévio: pesquisar sobre o assunto lido, um lugar citado, ou um fato
que será importante para a compreensão do texto.

e) Segundo estudos realizados, tudo o que escrevemos ou dizemos já foi dito ou escrito por
alguém. Nós apenas acrescentamos dados novos a algo já exposto ou dito anteriormente.
Assim estamos sempre intertextualizando, ou seja, citando outros textos, títulos de obras,
acontecimentos passados, etc. Dessa forma, devemos buscar em nossa memória (ou
arquivos em nosso cérebro) o que sabemos sobre o assunto tratado ou citado, pois assim
começaremos a entender o que o autor quis expor com certas palavras ou citações. Caso
desconheçamos e não procurarmos entender o porquê de sua colocação, estaremos apenas
decodificando o texto, ou seja, teremos condições apenas de recontar o que está impresso
no papel e nunca conseguiremos dialogar com o autor, através de seu texto.

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