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Seção VII C

Capítulo 104
Classificação e diagnóstico dos
tumores retroperitoneais

Renato Prado Costa


Fernando César Sala

Introdução de cinco anos irão apresentar sarcomas, sendo os


mais comuns o histiocitoma maligno seguido do
O termo “tumores retroperitoneais” (TR) refere- osteossarcoma e fibrossarcoma. Vinte por cento dos
se a tumores originários de estruturas mesenquimais tumores apresentam-se de início com metástases
no espaço retroperitoneal, incluindo vasos, tecido sendo que em 47% são de padrão múltiplo. A metás-
conectivo, tecido adiposo e neural e remanescentes tase pulmonar isolada ocorre em 17% dos casos.
de tecidos embriológicos (Tabela 1). É importante ressaltar, como bem demonstrou
Deweed, que 60% dos lipomas retroperitoneais que
se julgavam de comportamento benigno (Tabela 3)
Tabela 1: Tumores benignos retroperitoniais
apresentaram recorrência em cinco anos de segui-
mento e destes nenhum paciente sobreviveu. Assim
a ressecção mesmo dos “lipomas” deverá ser com-
pleta com ampla margem, não se justificando cirurgias
incompletas por se tratar de lipoma.

Diagnóstico
Geralmente são pacientes assintomáticos, até que
os tumores apresentem grandes dimensões. Como
existe um grande espaço para se desenvolverem,
acabam crescendo em direção à cavidade abdo-
minal, comprimindo geralmente o estômago, urete-
Classificação res etc., dando assim a sintomatologia, dependen-
do do órgão comprometido.
Representam apenas 0,2% das neoplasias malignas O exame físico é de grande importância visto que
(Tabela 2), e de todos os sarcomas, apenas 20% têm a associação de massa expansiva abdominal e adeno-
origem no retroperitôneo. São malignos em 70% a patias sugerem a presença de tumores do sistema
80% dos casos sendo os lipossarcomas e os leiomios- reticuloendotelial, não considerados primários do
sarcomas os mais comuns. Em 0,1% dos indivíduos retroperitôneo (exemplo linfomas não-Hodkin)
irradiados por outros tumores e que viveram mais altamente sensíveis à quimioterapia. Nestes casos

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Tabela 2: Tumores malignos retroperitoneais Tratamento


Atualmente, a única forma terapêutica eficaz e cura-
tiva é a exérese total da lesão com margem de segu-
rança, sendo factível nos dias atuais em aproximada-
mente 60% dos casos (Tabela 4). O planejamento da
cirurgia deverá ser muito cuidadoso, devendo a equipe
cirúrgica estar preparada para realizar ressecções
múltiplas de órgãos. Em média é necessária a
nefrectomia em 32% a 46% dos casos, ressecção de
colo em 25%, adrenal em 18%, cauda de pâncreas em
15% e baço em 10% (Tabela 4). Não raramente temos
que ressecar a cava e segmentos da aorta devendo-se
ter sempre disponíveis enxertos arteriais. A ressecção
parcial poderá contribuir para melhoria da qualidade
de vida, porém não para os índices de cura.

Tabela 3: Estadiamento e classificação dos sarcomas


Resultados
Storm realizou um abrangente levantamento da
literatura, encontrando índices de sobrevida de dois,
cinco e dez anos de 56%, 34% e 18% respectiva-
mente (Tabela 5).
O grau tumoral representa importante fator
prognóstico, sendo que pacientes portadores de
tumores bem-diferenciados apresentaram sobrevida
50% superior aos portadores de lesões indiferen-
ciadas (Tabela 4).

Tratamento adjuvante
Radioterapia externa é pouco eficaz, dando maus
resultados e elevados índices de enterite actínica. Na

realizamos biópsia com agulha orientada por US que


na grande maioria dos casos nos dará o diagnóstico
podendo-se iniciar imediatamente a terapêutica
específica (freqüentemente poliquimioterapia seguida
ou não de cirurgia adjuvante). A US nos é muito útil,
entretanto a tomografia computadorizada é o melhor
exame, pois nos oferece alem do diagnóstico da ori-
gem do tumor (retroperitoneal), também os seus limi-
tes e sua ressectabilidade. Deve-se sempre realizar
urografia excretora, pois em 30% a 46% dos casos
será necessária a nefrectomia para que seja possível a
exérese da massa tumoral. Figura 1: Tomografia demonstrando tumor retroperitoneal

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atualidade, tem se dado grande importância para radio- apresentando resultados promissores. Efetuando-se a
terapia intra-operatória de alta dose (IORT) ou a conhecida quimiossensibilidade dos rabdomios-
braquiterapia de elevada dose intra-operatória, ambas sarcomas de bexiga ou próstata da infância, os tumo-
res retroperitoneais primários (sarcomas) são pouco
Tabela 4: Órgãos “sacrificados” durante ressecção completa de quimiossensíveis. Em 1995, a European Organization for
sarcoma retroperitoneal Research and Treatment of Câncer (EORTC) levantou 643
casos que foram tratados com doxorrubicina exclusiva
e associações de doxorrubicina com ifosfamida e
doxorrubicina com ciclosfosfamida, vincristina e dacar-
bazina (CYVADIC), sendo que os resultados globais
foram de 24% de respostas, e o esquema isolado de
doxorrubicina foi tão eficaz quanto os que utilizaram
associações de drogas, o que aumentou a toxicidade
sem melhorar os resultados.

Tabela 5: Resultados publicados da ressecção completa de sarcomas retroperitoneais versus parcial

Leitura recomendada 2. Craig Z. AUA Update Series, Primary Retroperitoneal


Tumors: Overview and Treatment, vol XXI, 2002.
1. Costa RP. Manual de Tratamento do Câncer Urológico 3. Skinner DG. Considerations for Management of large
Aspectos Clínicos e Cirúrgicos. Robe Editora, pp. 133-7, 1994. Retroperitoneal Tumors: Use of the Modified
Thorocoabdominal Approach. J Urol 117: pp. 605-9, 1977.

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Seção VII C

Capítulo 105
Indicações terapêuticas nos
tumores retroperitoneais

Francisco Paulo Fonseca

O tratamento dos tumores de retroperitôneo é tases hepáticas e pulmonares por disseminação san-
planejado conforme o diagnóstico do tumor primário. güínea. Apenas os tumores indiferenciados podem
Dessa maneira, existem tumores primários das responder à quimioterapia e geralmente de forma par-
diversas estruturas que compõem o espaço retrope- cial, pode ser usada como terapêutica neoadjuvante.
ritoneal, mas o mesmo pode ser sede de metástases. Os sarcomas devem ser tratados cirurgicamente sem
No primeiro caso, os sarcomas de retroperitôneo violação, em ressecções denominadas tridimensionais.
são raros (10% a 15% de todos os sarcomas, que Os tumores retroperitoneais são ressecados de
somam 1% da incidência das neoplasias), mas os forma marginal, pois habitualmente crescem com
tumores das supra-renais, dos rins e das vias excre- compressão das estruturas nobres, como os grandes
toras são mais freqüentes. vasos e nervos, mas também podem invadir ou en-
Os sarcomas são diagnosticados na sua maioria já volver órgãos como os rins e os colos.
com grandes dimensões, em decorrência dos poucos Analisados pelos métodos de imagem hoje dispo-
sintomas que produzem e, portanto, praticamente não níveis, devem ser avaliados com reserva, pois podem
existe seu diagnóstico precoce, mas podem ser achados indicar irressecabilidade.
incidentais. Costuma ter aspecto carnoso e freqüente- Na exploração cirúrgica, é possível removê-los,
mente empurram as estruturas em vez de invadi-las. apesar de marginalmente, de forma completa com
Os tumores do trato urinário geralmente são margens macroscopicamente livres de tumor.
diagnosticados na presença de hematúria e/ou massa A ressecção parcial e a presença de tumor de alto
com aumento do volume abdominal. grau são os fatores de maus prognósticos mais impor-
No caso das metástases retroperitoneais, os tumores tantes e quando presentes indicam pior sobrevida.
do testículo no estádio II são os principais represen- A incisão da laparotomia mediana deve ser gene-
tantes e deve-se sempre tê-los como a principal causa rosa, para avaliação dos órgãos envolvidos na cavi-
quando se trata de tumor que acomete adultos jovens. dade abdominal e exploração retroperitoneal. Tumo-
res volumosos podem necessitar de extensões da
incisão lateralmente, podendo ter, ao término da
Sarcomas de retroperitôneo cirurgia, o aspecto de “T”. Os sarcomas dos quadran-
tes superiores do abdome podem requerer incisões
Os tumores mais freqüentes são os lipossarcomas combinadas toraco-abdominal com prolongamento
e leiomiossarcomas e o principal tratamento destes mediano. Os sarcomas dos quadrantes abdominais
tumores é a cirurgia. Raramente causam metástases inferiores com fixação na fossa ilíaca podem requer
linfonodais, menos de 5%, mas podem causar metás- incisões abdomino-inguinais para melhor resseca-

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bilidade, podendo inclusive ser combinadas com sobrevida em 50 meses dos pacientes submetidos à
hemipelvectomias. ressecção completa foi de 95% e 78% para os tu-
A massa tumoral deve ser mobilizada em todas mores de baixo grau e alto grau respectivamente (p
as suas faces e, por fim, deve ser abordada sua relação = 0,206). Para os pacientes submetidos à ressecção
com os grandes vasos, após reparo superior e inferior parcial ou não-ressecados, a sobrevida em 40 meses
dos mesmos. foi de 40% e 20% para os pacientes de baixo grau e
A ressecção em monobloco dos órgãos envol- alto grau, respectivamente (p = 0,0001).
vidos é a regra principal e não se deve querer ressacá- A mediana de apresentação dos rabdomiossar-
los quando a suspeita de infiltração local pelo tumor. comas é de quatro anos, variando de 0 a 18 anos.
Rim, colo, diafragma, baço, cauda do pâncreas, A sobrevida global destes pacientes é dependente da
segmento gástrico podem ser ressecados em mono- histologia (alveolar 29,4% versus nonalveolar 52,1%
bloco com o tumor. [p = 0,0156]); tamanho do tumor (> 5 cm 42,1% versus
O rim é o órgão mais acometido, com 32% a < 5 cm 81% [p = 0,0005]); idade (< 10 anos 51,4%
46% dos casos, seguido dos colos, 25%. Da mesma versus ≥ 10 anos 27,8% [p = 0,02]); ressecção completa
forma, os sarcomas pélvicos podem ser ressecados do tumor (70,4% versus 34,4% [p = 0,0015]). Estes
em monobloco com o reto e a bexiga (exenteração tumores respondem à quimioterapia neoadjuvante.
pélvica total, com ou sem reconstrução imediata do
trânsito intestinal e urinário: abaixamento do colo e
anastomose com stapler e confecção de neobexiga Leitura recomendada
ortotópica ou reservatório urinário continente).
1. Bevilacqua RG, Rogatko A, Hajdu SI, Brena MF. Prognostic
Algumas vezes, estes tumores, para serem total- factors in primary retroperitoneal soft-tissue sarcomas. Arch
mente ressecados, necessitam ligadura de veias prin- Surg 1991; 126: pp. 328-34.
cipais para remoção do tumor em monobloco. 2. Johnson LFP, Lopes A. Sarcomas do Retroperitôneo. In:
Quando houver envolvimento arterial, pode-se Lopes A. Sarcomas de Partes Moles. Rio de Janeiro, MEDSI,
indicar ressecções arteriais com substituição por 1999; pp. 345-52.
3. Sugarbaker P. Tratamento dos Sarcomas Abdominais e
enxertos. As causas mais freqüentes para a irresseca-
Pélvicos. In: Malawer MM, Sugarbaker PH, Lopes A. Atlas
bilidade são o envolvimento dos grandes vasos de Cirurgia para Sarcomas Ósseos e de Partes Moles.
(43%), implantes peritoneais (28%), metástases à São Paulo, Lemar, 2003; pp. 37-56.
distância (19%), envolvimento da raiz do mesentério 4. Toni F, Karakousis CP. Retroperitoneal Sarcomas: Grade
(8%) e invasão da medula espinhal (6%). and Survival. Arch Surg 2003; 138: pp. 248-51.
5. Cecchetto G, Bisogno G, Treuner J, Ferrari A, Mattke A,
A sobrevida em cinco e dez anos para os sarcomas
Casanova M et al. Role of Surgery for nonmetastatic
retroperitoneais é de 65% e 56%, respectivamente. abdominal rhadbomyosarcomas. A report form the italian
A recidiva local ocorre ao redor de 40% a 50%. and german soft tissue cooperative groups studies. Cancer
Bevilacqua e colegas, em 1991, mostraram que a 2003; 97: pp. 1974-80.

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