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crescimento
dos escritórios
de Direito em São paulo
Cada vez mais a advocacia se aproxima da lógica empresarial, mas as normas não dão conta dessa
realidade. É hora de discutir uma nova regulamentação
D
iretor da Escola de Direito da Northwestern Uni-
versity, em Illinois, nos Estados Unidos, David Van
Zandt publicou em 2000 um texto em que apon-
tava as mudanças na atuação do advogado como
justificativa para a necessidade de reformulação do
ensino oferecido pela escola que dirige até hoje. Segundo
ele – usando como exemplo a figura de Abraham Lincoln –,
o advogado tradicional seria alguém filiado a uma prática ge-
neralista, individual e em quem os clientes buscariam acon-
selhamento em função de seus conhecimentos jurídicos.
Aproximando esse conceito da realidade brasileira, pode-
riam ser mencionados alguns célebres advogados do século
passado, como Rui Barbosa ou Evandro Lins e Silva. Por
mais que alguém ainda acredite (e defenda) a descrição aci-
ma como satisfatória à realidade brasileira, não é possível
fechar os olhos para o fato de que muita coisa vem mudando
e há novas respostas para a seguinte pergunta: quais os perfis
dos advogados brasileiros hoje?
Não seria prudente se filiar automaticamente à visão do ad-
vogado do passado e defendê-la de modo intransigente. Quem
atua desse modo – com discursos no sentido de que “a corro-
são da tradição é prejudicial à sociedade” – na verdade tende
a não gostar do fato de que, como disse David Van Zandt, a
prestação de serviços jurídicos é um mercado muito competi-
tivo. E que hoje em dia, em muitas esferas, se aproxima mais
de um negócio que de um ideal romântico de advogado.