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Sábado, 21 de Fevereiro de 2009 Director: Paulo Gaião

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1ª Página

acontecimento
“O que interessa é a Língua Portuguesa e não a
automóvel
Língua à portuguesa”
cultura 2008-04-08 15:36

desporto
A problemática do atraso da implementação do "Acordo
economia Ortográfico da Língua Portuguesa" vai ser discutida a partir de
internacional segunda-feira, na cidade do Porto. A língua portuguesa assume,
cada vez mais, uma posição de destaque, sendo considerada a
opinião
sexta língua mais falada em todo o Globo. Contudo, o caso da
política lusofonia distingue-se dos outros, pois a fraca posição
sociedade estratégica que Portugal assume no contexto europeu,
adicionando os bloqueios subtis ao Acordo, coloca o nosso país
edição impressa
à margem do lançamento da língua portuguesa no panorama
Pesquisa internacional. Perante isto o SEMANÁRIO esteve à conversa
ok com Teotónio de Souza, organizador do colóquio, membro da
Academia Portuguesa de História e director-editorial da revista
em sociedade
"Campus Social".
em Semanário.pt

sondagem O Porto, a partir de segunda-feira será o pano de fundo para "XIV


José Sócrates poderá ser
afectado politicamente
Semana Sociológica" subordinada ao tema "O Acordo Ortográfico da
pelo Caso Freeport? Língua Portuguesa". Nesta conferência pretende-se abordar, segundo
Sim os organizadores "da maneira mais frontal e aberta", a temática da
52% "Língua Portuguesa" e, especificamente, a temática do "Acordo
Não
37%
Ortográfico", como questão essencialmente política e geoestratégica
Talvez nesta "hora global" que não pode deixar de ser também a "hora da
11% lusofonia", que até poderia fornecer "um excelente exemplo de uma
Votos: 243 bem sucedida 'globalização".
O SEMANÁRIO aproveitou para antecipar os temas que serão
abordados, entrevistando o organizador do colóquio e membro da
Academia Portuguesa de História e director editorial da Revista
Campus Social, Teotónio R. de Souza. A preocupação em estabelecer
um modelo de ortografia advém desde o início do século XX, no
entanto só agora é que Portugal mostra estar disposto a adoptar o
"Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa".
Na opinião de Teotónio R. de Souza esta situação deve-se ao facto de
Portugal precisar dos mercados dos países da Comunidade de Países
de Língua Portuguesa (CPLP) e também do seu apoio para marcar
presença, mesmo que seja na UE. Sem acordo, Portugal poderá ver-se
ultrapassado pelo Brasil e outros países da CPLP poderão ser aliciados
por outros grupos linguísticos, como está já a acontecer no caso de
Moçambique e a sua participação crescente na Commonwealth inglesa.
Justifica, ainda, o atraso da implementação do Acordo pela "tradicional
letargia e a vivência de dia-a-dia sem planeamento estratégico",
classificando os bloqueios institucionais como "a ressaca da
mentalidade colonial em Portugal". Deste modo, o pensamento que
vigora é que "a mesma língua faz de todos único povo", ignorando-se
que os outros povos adoptaram a língua portuguesa por motivos
meramente históricos, tendo as suas culturas e conceitos distintos,
havendo, desta fora, a necessidade de criar novos vocábulos para
transmitir realidades culturais e vivenciais diferentes.
Para o especialista os erros que estão a ser cometidos na
implementação deste acordo prendem-se com o facto de se ignorar as
realidades culturais dos povos que mantêm as suas línguas tradicionais
que vão certamente continuar a influenciar o português que
adoptaram. Por exemplo, o inglês dos indianos na Índia nunca será o
inglês no resto do mundo. Assim, o acordo ortográfico deverá ficar em
aberto a essas influências culturais-linguísticas dos outros países e
povos.

Um problema linguístico ou político?

http://www.semanario.pt/noticia.php?ID=4041 21-02-2009
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Actualmente presume-se que a língua portuguesa seja falada por 200


milhões de pessoas nos 8 países que constituem CPLP e na diáspora. É
de salientar que é provavelmente a sexta língua mais falada no
mundo. Perante a abrangência que comporta, é notável a necessidade
da existência do Acordo, prendendo-se os seus problemas, segundo o
presidente executivo da ACSEL, "com a especificidade da lusofonia,
uma vez que ao contrário de anglofonia ou francofonia, Portugal é uma
metrópole economicamente mais fraca do que as suas antigas
colónias. Como tal deve ter a capacidade de ceder o protagonismo ao
Brasil, Angola e Moçambique, que são os países com maior potencial
de desenvolvimento ao nível mundial nos próximos tempos." Refere
ainda que "Portugal não tem capacidade económica para sustentar
acções do Instituto Camões no mundo, nem para dar mais comida aos
países pobres da lusofonia. Não basta ensinar como se deve escrever
'comida'!"
Diante de tal facto o papel do Brasil na divulgação da língua
portuguesa é fundamental tendo em conta os seus recursos e presença
crescente no mundo globalizado. Teotónio R. de Souza encara o acordo
assinado esta semana entre o presidente brasileiro Lula da Silva e o
seu homólogo Hugo Chávez como "mais um exemplo dos avanços do
Brasil, deixando Portugal arrastar-se e perder-se a longo prazo.".
Afirma também que se Portugal se auto-excluir da implementação do
acordo, "a língua portuguesa continuará a crescer melhor e enriquecer-
se sem os entraves dos portugueses convencidos".

Vantagens do acordo

Para Teotónio R. de Souza as vantagens que o acordo trará ao povo


português e a outras culturas serão "sobretudo o mais fácil
relacionamento emocional e de cooperação económica ao nível global,
destacando-se igualmente as implicações técnico-linguísticas que
permitem a uniformidade da língua para os fins de tradução e
publicações nos fóruns internacionais".
"Necessariamente com uma Ortografia e devido aos
circunstancialismos históricos, com um Acordo Ortográfico, que
também essencialmente acontecerá com ou sem os Portugueses, mas
neste último caso para mal, vergonha e desgraça de todos os que, com
o já designado síndroma salazarista de Badajoz, continuarão a dar
razão às tristemente célebres atitudes e palavras do ditador
‘orgulhosamente só'!", remata Fernando dos Santos Neves, presidente
do Conselho Geral do Grupo Lusófona e reitor da Universidade
Lusófona do Porto, e o pai-fundador das Semanas Sociológicas.
Deste modo, Teotónio R. Souza espera que no final da XIV Semana
Sociológica, se consiga chamar a atenção aos desafios da língua
portuguesa na História do Futuro. Salientando que "o que deve
interessar a todos é a língua portuguesa, e não a língua à
portuguesa."|

XIV Semana Sociológica - presenças sonantes

No Porto irá decorrer de 7 a 9 de Abril a "XIV Semana Sociológica"


subordinada ao tema "O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa:
problemas linguísticos ou problemas políticos?". Este encontro conta
com a participação de especialistas como Fernando Santos Neves,
presidente do Conselho Geral do Grupo Lusófona e reitor da
Universidade Lusófona do Porto, Rita Ciotta Neves, directora dos
Cursos de Línguas e Tradução das Universidades Lusófonas e Teotónio
de Souza, membro da Academia Portuguesa de História e director
editorial da Revista Campus Social. A XIV Semana Sociológica também
será marcada pela presença de figuras públicas como Marcelo Rebelo
de Sousa, Mário Soares, o ministro Português dos Negócios
Estrangeiros, o secretário-executivo da CPLP e o presidente do
Governo da Galiza.|

João Pinheiro da Costa

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