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RETORNO À
SANTIDADE
2006
SUMÁRIO
Apresentação...............................................................07
A construção dos deuses e o Deus Redentor ........... 09
À Imagem e Semelhança de Deus............................. 27
A Fidelidade............................................................... 41
Nos Braços do Pai..................................................... 63
O Andar no Caminho das Alturas.............................. 89
Segundo o Coração de Deus...................................... 111
REFERÊNCIAS........................................................ 127
4 Retorno à Santidade
Reginâmio Bonifácio de Lima 5
Agradecimentos
Apresentação
Um dos maiores dilemas da humanidade refere-se a seu
relacionamento com Deus. Tanto cristãos como não cristãos, em
algum momento da vida, ao se depararem com um problema que
lhes parece insolúvel, buscam ajuda em “um ser superior”. De onde
vem, pois, essa necessidade de não sentir-se só? Por que precisamos
recorrer, como alguns colocam, a um “ser que nossos olhos não
podem ver” para que possamos prosseguir nossas vidas?
Esses questionamentos são bastante comuns, pois fazem
parte do que os homens têm de mais belo e precioso: a possibilidade
de relacionar-se com o Deus Criador, que nos fez à Sua imagem e
semelhança e nos interpela constantemente para que andemos
“segundo o Seu coração”, no caminho das alturas, nos braços do
Pai.
Este livro é um instrumento baseado no princípio norteador
da prática de vida cristã, contida nas Escrituras, que nos impele a
buscar constantemente “prosseguir para o alvo”, avançando mais e
mais em maior intimidade com Deus, pois a vida eterna começa
aqui e agora, é um presente contínuo que se estende rumo ao futuro.
Necessitamos de ajuda para vencer os obstáculos. A vida
cristã é uma luta, em que, muitas vezes, somos nós próprios, nossos
maiores inimigos (Rm: 7.19). Avançamos, tropeçamos, levantamos,
prosseguimos... Como crianças inseguras, ao lado do nosso Pai,
caímos, mas, logo Sua mão nos ergue e Seu cuidado nos inspira à
confiança... Então, levantamos, espanamos a poeira, e seguimos
em frente, na busca de sermos “segundo o coração de Deus”.
Nas páginas que se seguem você será interpelado por
experimentar, na prática, uma vida cristã na essência. Não é possível
ter um relacionamento com Deus pela metade, ou você O aceita e
se doa por completo, ou continua enganando-se, achando que Ele
8 Retorno à Santidade
Seus filhos. Ele sempre procurou fazer tudo como Lhe aprouve e
nem por isso esqueceu a obra prima da criação – o homem.
O que O difere dos demais mestres, sacerdotes e líderes é
o fato de Ele ser Deus, título que ocorre com toda clareza várias
vezes no Novo Testamento (Hb: 1.1; Jo: 1.1; 1.18; 20.28). Vários
foram os nomes e títulos dados a Jesus. Dentre os nomes atribuídos
a Jesus, pode-se perceber a ligação direta entre a pessoa de
Jesus e Deus (Jo: 1.1), pedra angular (Ef: 4.15), o cabeça (Ef:
4.15), o princípio e o fim (Ap: 22.13), a luz (Jo:1. 4), o caminho,
a verdade e a vida (Jo: 14.6), o pão verdadeiro (Jo: 6.45), o bom
pastor (Jo: 10.11), a videira verdadeira (Jo: 15.1), a paz (Ef:
2.14), a sabedoria de Deus (1 Co: 1.30), o poder de Deus (1
Co: 1.24), a glória de Deus (Jo: 1.14), a imagem visível do
Deus invisível (2 Co: 4.4; Cl: 1.15), o novo templo (Jo: 2.21),
o Deus conosco ( Mt: 1.23), o maná verdadeiro (Jo: 6.32), a
água que mata a sede (Jo: 7.37-39), dentre dezenas de outros
nomes expressos no Novo e também no Velho Testamento.
Mesmo as profecias veterotestamentárias já davam conta
de Seu nascimento. Nelas estão contidas as mensagens de Sua
primeira vinda (Ml: 3); seria humano (Gn: 3.15; Hb: 2. 14 a 17)
e divino (Is: 9.6; 40.9); seria da posteridade de Abraão (Gn: 22.18);
da família de Davi (Is: 11.1); iria nascer em Belém de Judá
(Miquéias 5.2); que nasceria de uma virgem (Is: 7.14); fugiria
para o Egito (Is: 9.1-6); falaria por parábolas (Sl: 77.2); seria Servo
(Is: 53; Zc: 3.8); Ungido (Dn: 9.20); Mestre (Is: 55.4); Pastor (Is:
40.10 e 11); Profeta (Dt: 18.18); Sacerdote (Sl: 110.4); Rei (Sl:
2.6; Is: 9.7); teria um precussor (Is: 40.3); curaria todas as
doenças (Is: 53.4); muitos não O aceitariam (Is: 6.9-10);
instituiria a nova aliança (Is: 42: 6-7); sofreria muito (Sl: 22);
seria vendido por 30 dinheiros (Zc: 11.12); seria insultado e
flagelado (Sl: 22 e 72); sofreria pacientemente como um cordeiro
(Is: 53.9); morreria entre criminosos (Is: 53.9); ressuscitaria dos
22 Retorno à Santidade
A Fidelidade
ser uma virtude, faz-se necessário dizer que seu valor não se
compõe em si mesma, antes, a sua fundamentação está na
existência ou resistência a que se propõe. Ninguém diria que o
ressentimento é uma virtude, embora ele permaneça fiel à cólera
e à ira. Não se deve ser fiel a coisas ou circunstâncias que não são
valorativas para um aproveitamento de grandezas.
O ato de o ser não ter acesso ou dispor dos meios
necessários para cometer falta, pelo abrangente objetivo de
conservação do fiel, não configura fidelidade, e sim, precaução.
A sedução precisa estar presente, a alternativa do distanciamento
também; a sustentação de determinadas idéias, o caminho a ser
ou não desviado, a razão da percepção preserva a identidade do
ser fidedigno. A liberdade para aprisionar-se ou não, nesse fluxo
de potencialidades, manifesta-se a possibilidade de ser fiel, não
por uma obrigatoriedade nostálgica, mas por uma escolha.
Ainda assim, alguém pode indagar acerca de onde fica o
inconsciente nesse emaranhado de potencialidades. Bem, não há
necessidade de explicar como ele funciona, para tanto, autores
como Sigmund Freud, William James e Pierre Bordeau já o
fizeram; quanto a seu comportamento, vai além da intransigência,
da construção do superego, em contraposição ao id, sua
significância está em aprovar ou não o desabonado pela moral,
negar a constituição do real latente, ou ainda, afastar-se sem razão
aparente de algo ininteligível pela busca da sensação de reconforto
ou segurança emocional.
Dadas as bases para uma fidelidade livre e voluntária,
embora não se tenha a intenção de esgotar o assunto, será discutido
de forma mais aprofundada a relação entre Jeová e Israel. Não
tentando eternizar a existência judaica, pretendendo ser ela a
essência de toda a escolha referente à espécie humana ou tratar
Deus como um velho bonachão, fazendo dos homens seus
“brinquedinhos”. Falar de Israel por temporalidades impregnadas
de rupturas e suas complexas relações de homens para família,
Reginâmio Bonifácio de Lima 47
para a vida dos Seus. Ele protege, livra e guarda por Sua vontade
perfeita, boa e agradável. É necessário crer e se pôr inteiramente
nos braços do Pai, pois lá ninguém poderá fazer mal algum, ferir
ou machucar. É necessário que se pratique a humildade sincera
de coração, o amor ao próximo, sem rancor nem mágoa. A
inocência de filhos pequeninos, tantas vezes promulgada quando
chamados de filhinhos, não é apenas amor, mas amor protetor,
pleno e requer inocência para com as coisas do mundo. Não deve
existir malícia nos corações. Jesus quer que não se tenha vergonha
de expressar todo amor sincero e espontâneo a Ele.
Seu amor é infinitamente incomparável, foi Ele quem
sonhou com a criação, deu vida ao homem, Se entristeceu com
sua queda, propôs e executou o plano de salvação. Seu cuidado e
proteção nem sempre dão o que se quer – muitas vezes, se os
pedidos são por volúpia ou concupiscência –, mas Ele sempre dá
o que é necessário, e como um Pai, repreende, protege e cuida.
88 Retorno à Santidade
Reginâmio Bonifácio de Lima 89
Ele. Então, a Bíblia diz que se alguém está em Cristo é uma nova
criatura e seus frutos serão bons. Essa é uma mudança completa,
agindo até mesmo nas experiências de relações no íntimo do ser.
Não é uma questão de o homem tornar-se imaculável, e sim, o
fato de o Espírito permanecer nele, vivendo nele e com ele. Então,
o vistar Jesus não mais será o de um bom exemplo a ser seguido,
e sim, de O Salvador.
Buscar andar no caminho das alturas é ser tomado de uma
alegria interior, na certeza de que o alvo a se dirigir é o Deus
sobremodo excelente, conduzido por Sua fidelidade à disposição
com a qual os cristãos se submetem a Cristo, numa melodiosa
ação de graças, evidencia o enchimento produzido pelo Espírito
de Deus. O mesmo Deus que habilitou Pedro quando de seu
discurso no Sinédrio, após curar um homem coxo, capacitando-o
a falar ousadamente, pode fazer “infinitamente mais do que tudo
quanto pedimos ou pensamos, conforme seu poder que opera em
nós” (Ef: 3.20).
É certo que na passagem de Atos, 4, 8, há um verbo,
“encher”, podendo-se dizer que houve um derramamento do
Espírito específico para aquele momento, por isso se crê que o
mesmo Deus imutável, ainda nos dias atuais, poder enviar o Santo
Espírito para capacitar os Seus. Em passagens como Lucas, 4, 1,
diz-se que Jesus estava cheio do Espírito Santo, quando retornou
do Jordão; assim também os sete homens escolhidos pelos doze
para distribuição diária dos alimentos; da mesma maneira Estevão
e Barnabé. A expressão “cheio do Espírito Santo” não contém
verbo, o adjetivo é utilizado como característica permanente.
Ainda existem dois lugares no Novo estamento onde o verbo
“encher” expressa característica permanente ou momentaneidade,
havendo a descrição de continuidade.
No texto de Efésios, 5, 18, “não vos embriagueis com
vinho, no qual há dissolução...”, há a idéia de uma vida de
dissipação por um prazer degradante, em contraste com a
Reginâmio Bonifácio de Lima 91
indicado por Jesus, o sábado foi feito por causa do homem e não
o homem para o sábado, para indicar a relação entre o homem e o
mundo, ficando protegida a terra do abuso e proporcionando alento
ao homem.
O descanso sabático veterotestamentário dava-se com
vistas de trabalho em seis dias para um descanso futuro, no sétimo
dia. Na nova aliança, regozija-se no primeiro dia, descansando
em Deus pelo cumprimento redentivo da ressurreição de Cristo,
e alegremente se trabalha os seis dias seguintes, confiando no
sucesso da vitória em Cristo. Por mais que se tente, nenhum
dispensacionalista ou antinominiano pode negar a ordenança do
dia do descanso surgida na criação.
Segundamente, Deus instituiu o casamento. No ato
criativo, Ele assinalou: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn:
2.18). Então criou uma auxiliar que fosse apropriadamente
correspondente a ele, e fez uma auxiliadora; Deus não fez uma
serva ou empregada, fez alguém que auxiliasse; a derivação do
termo em hebraico expressa a idéia de “igualdade de pessoa”,
“em frente de”, “face a face”. Por o homem ter sido criado como
o único ser a trazer a imagem de Deus, em conseqüência, sua
correspondente, a mulher, também a traz em igualdade e
pessoalidade. O próprio Jesus afirma: “o Criador desde o princípio
os fez homem e mulher... por esta cousa deixará o homem pai e
mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”
(Mt: 19.4 e 5; Mc: 10.6-8; Ef: 5.31). O Criador os uniu, homem e
mulher, não para tornar um apenas no ato marital, mas em todo o
tempo, honrando-se, respeitando-se e amando-se mutuamente,
tornando-se os dois como um só. Implica uma necessidade de
doar-se voluntariamente para o bem comum e a glória de Deus.
Em momento algum há na Bíblia, com exceção de Adão e Eva,
uma predestinação para o casamento; não há duas metades da
mesma laranja ou eleição para o matrimônio. É necessário que
104 Retorno à Santidade
Deus que cuida dos mais latos conselhos divinos da terra. Para
muitos, Abraão foi um pai mítico, uma espécie de caricatura a ser
copiada; mas não é isso que a Bíblia afirma. Já nos primeiros
capítulos do livro de Gênesis, Deus chama a Abraão, o manda a
uma terra distante e anuncia ser numerosa a sua descendência.
Esse pacto foi renovado com Isaque e Jacó, a quem Deus chamou
Israel, e seus filhos levaram consigo o nome do pai para lembrar
o pacto. Passaram-se mil anos, exílios, guerras, acordos ilícitos.
A nação eleita para ser bênção mais parecia maldição às nações a
quem chamavam de impuras, Israel construiu muralhas e fechou-
se em si mesma. Mas os profetas sabiam através da palavra do
próprio Deus que quando o Salvador Ungido viesse, os peregrinos
afluiriam de todos os lugares a fim de entrarem no reino de Deus.
A mensagem de Cristo não apenas oferta, também implica
a exigência de submissão a Ele. O convite para segui-Lo também
concomita com a exigência de submeter-se a Ele, renunciando o
mundo e suas concupiscências. Há uma ligação direta entre o
buscar a Deus e o submeter-se à vontade de Cristo, porque para
tal é preciso renunciar o pecado, o ego e a própria existência física,
para doar-se espontaneamente ao Salvador. É mister abrir mente
e coração às mudanças a serem executadas.
Muitos homens e mulheres, ao longo dos séculos, têm
estudado sobre Jesus, admirando-se de Seus atos, admitem ser
Ele o Filho de Deus, mas isso não é o suficiente para ser um
cristão. A convicção intelectual é algo valoroso, contudo, a decisão
moral é indispensável. É preciso escolher ser de Cristo ou ser
contra Ele, não há neutralidade. O conhecimento intelectual
precisa fazer-se atuante a ponto de ocorrer a entrega pessoal. Em
Apocalipse, Ele afirma: “Eis que estou à porta e bato; se alguém
ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei
com ele e ele comigo” (Ap: 3.20). Jesus não arromba a porta, Ele
bate, espera que abram para Ele; mesmo sendo Rei, cheio de glória
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REFERÊNCIAS