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IMPERATRIZ
2008
ARNOLDO ANDERSON MÜLLER
IMPERATRIZ
2008
Muller, Arnoldo Anderson.
M947m Mudanças ocorridas no varejo local após a chegada das
grandes redes de farmácia em Imperatriz-MA / Arnoldo
Anderson Muller – Facimp, 2008.
CDU 658
MUDANÇAS OCORRIDAS NO VAREJO LOCAL APÓS A CHEGADA DAS
GRANDES REDES DE FARMACIA EM IMPERATRIZ -MA
Aprovada em ____/____/_____.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Eliene Cristina Barros Ribeiro (orientadora)
Graduada em Administração de Empresas - FAGV
Mestrado em Administração de Empresas – UNIARA-SP
_________________________________________________
Francisco Carlos Vaz Sales
Graduado em Administração de Empresas - UEMA
Pós Graduado: MBA (Formação de Executivos) USP/São Paulo
_________________________________________________
Sandro Mota e Silva
Graduado em Administração de Empresas
Pós Graduado: MBA (Gestão Empresarial)
Philip Kotler
LISTA DE SIGLAS
O varejo farmacêutico, assim como em outros segmentos do varejo, demonstra ser dinâmico,
adaptando-se rapidamente às mudanças impostas pelo mercado. Deve-se considerar que o
varejo de medicamentos apresenta no âmbito mundial, uma das maiores indústrias de maior
faturamento, lucratividade e investimentos em pesquisas. Objetiva-se com este trabalho
avaliar o impacto sobre a competitividade sofrido pelas farmácias independentes após a
inserção das redes de farmácias de outros estados no mercado de Imperatriz-MA. No intuito
de identificar como os proprietários de farmácias independentes percebem seu papel na
competitividade e que estratégias foram adotadas para se manterem no mercado varejista de
medicamentos.
The retail pharmacist, as well as other segments of retail, demonstrates be dynamic and adapt
itself quickly to changes imposed by the market. It is considered that the retail of medicines in
the world presents, one of the biggest industries of higher turnover, profitability and
investment in research. The objective of this work is to assess the impact on competitiveness
suffered by independent pharmacies after the insertion of networks of pharmacies in other
states in the market of Imperatriz-MA. In order to identify as owners of independent
pharmacies realize their role in competitiveness and what strategies were adopted to remain in
the retail market of medicines.
p.
1 INTRODUÇÃO 10
2 REVISÃO DE LITERATURA 13
2.1 A distribuição de medicamentos 18
2.2 O Atacado farmacêutico brasileiro 20
2.3 Surgimento do comércio varejista 24
2.4 O varejo no Brasil 25
2.5 Competitividade no varejo 28
2.6 O varejo de medicamentos: farmácias e drogarias – estrutura e mercados 29
3 O SETOR FARMACÊUTICO MUNDIAL E SUAS CARATERISTICAS 32
DETEMINANTES
4 COMÉRCIO EM IMPERATRIZ 35
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E DISCUSSÃO DOS DADOS 37
5.1 Metodologia 37
5.2 Análise dos dados 37
5.2.1 Farmácias 37
5.2.2 Redes 44
5.2.3 Distribuidor 48
6 CONCLUSÃO 50
REFERÊNCIAS 52
1 INTRODUÇÃO
Intui-se que o exemplo do que tem acontecido com o segmento de supermercados,
pode ser visto no varejo de medicamentos, onde a reorganização da concorrência com
crescimento de empresas que assumem tamanha proporção, que por vezes dificultam a
permanência no mercado de estruturas menores. Utilizando-se do seu tamanho, as redes de
supermercados e de farmácias desenvolvem campanhas de comercialização agressivas,
utilizando margens de lucros menores, fruto da rotatividade dos produtos e da
comercialização de produtos afins e também do poder de barganha na hora de adquirir seus
produtos junto aos fornecedores.
Percebe-se que este cenário de concentração do mercado concentra-se nas mãos de
poucas organizações através de uma rede de postos de atendimentos alastrados por diversas
áreas na mesma cidade. Essa situação já faz parte do cotidiano das capitais e de centros
desenvolvidos no Brasil, e tem sido visto com mais freqüência nas cidades do interior de
pequeno e médio porte. Na cidade de Imperatriz, o cenário não é diferente, uma vez que desde
o início da última década percebe-se o avanço das redes de farmácias. Desde o ano de 2000
chegou a Imperatriz três das principais redes de farmácia do Brasil, especialmente atuantes no
Norte e Nordeste do Brasil, sendo elas as redes Big-Ben (Belém-Pa), Extra-Farma (Belém-Pa)
e Pague-Menos (Fortaleza-Ce) O espaço anteriormente era disputado por micro e pequenas
empresas, tais como drogarias isoladas e pequenas redes compostas por lojas com pouco
poder de barganha na aquisição de medicamentos junto aos distribuidores1.
As mudanças percebidas nos pontos-de-venda que se estabeleceram na cidade de
Imperatriz foram gritantes: layout moderno, espaço interno repleto de ampla variedade de
produtos de higiene, cosméticos, produtos de conveniência e telefônicos, caixas
computadorizados com leitores de código de barra e transferência de dados em tempo real
para computadores centrais que atualizam os dados financeiros e de estoque, utilização de
cartões de fidelidade de marca própria com incentivo para aquisição de produtos com
acúmulo de pontos revertidos em descontos ou outros benefícios para os clientes. Com o
advento desta concorrência especializada, as lojas tradicionais de Imperatriz, seguiram por
dois caminhos, encerrar atividades ou tentar oferecer estruturas semelhantes ao mercado que
se viu mais valorizado com as novas opções de compra.
Segundo dados da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCFARMA) o
varejo farmacêutico brasileiro é composto 74.189 estabelecimentos, envolvendo farmácias,
1
Dados obtidos com os entrevistados.
drogarias, posto de medicamentos e ervanárias. Conforme este levantamento cerca de 70%
são empresas de pequeno porte, 20% de médio porte e 10% de grande porte, sendo que a
maior parcela de atendimentos aos consumidores estão nas mãos das grandes redes de varejo
de medicamentos (ABCFARMA, 2005).
A ampla oferta de serviços e produtos aos clientes é a base de um novo conceito de
drogarias que tem surgido no país nos últimos anos. São lojas como as hiperfarmácias ou as
megastores, que têm a característica de oferecer serviços de saúde e beleza. Instaladas em
ambientes mais sofisticados, possuem áreas exclusivas para vender produtos de beleza, além
de ter uma área de saúde com serviços diversos, tais como medidores de gordura, colesterol e
freqüência cardíaca, testes de osteoporose e diabetes por meio do exame de sangue e
nutricionistas que atendem e orientam os consumidores (FREITAS, 2006).
O varejo farmacêutico a exemplo de outros segmentos do varejo, também demonstra
ser dinâmico adaptando-se rapidamente às mudanças impostas pelo mercado. Deve-se levar
em consideração o fato de que o varejo de medicamentos representa uma das indústrias de
maior faturamento, lucratividade e investimentos em pesquisa do mundo. A Indústria
Farmacêutica, somente no Brasil ano de 2001 a 2006 ampliou seu faturamento de R$15,27
bilhões para 26,82 bilhões, o que representa um aumento de 75,64% em apenas seis anos
(ABCFARMA, 2005), com forte tendência de crescimento. Segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE aos poucos a parcela de pessoas com acesso a
medicamentos no Brasil tem aumentado, seja por alcançar um poder de compra devido a
estabilidade econômica, ou pelo fato de que a população brasileira apresenta uma expectativa
de vida cada vez maior (IBGE, 2007).
Dado ao tamanho das estruturas dos laboratórios farmacêuticos e aos arranjos
logísticos necessários para a comercialização de seus produtos, o varejo continua sendo o
caminho natural para a pulverização de seus produtos no mercado (MACHILINE et al, 1998).
Apesar das pesquisas sobre varejo farmacêutico serem em sua maioria de caráter
institucional, visando demonstrar a viabilidade econômica de certos empreendimentos,
procurou-se através da literatura existente, bem como entrevistas com os atores deste cenário
e estatísticas recolhidas em órgãos de classe, estabelecer uma linha de pesquisa que elucidasse
como o varejo farmacêutico de Imperatriz se organizou para manter a competitividade do
segmento.
Este trabalho tem como objetivo avaliar o impacto sobre a competitividade das
farmácias independentes com a entrada no mercado de Imperatriz-MA das grandes redes de
farmácias oriundas de Fortaleza-CE e Belém-PA. O intuito é entender como donos das
farmácias independentes e os gerentes das lojas das grandes redes de farmácia percebem seu
papel na competitividade do mercado varejista de medicamentos na cidade de Imperatriz-MA.
2 REVISÃO DA LITERATURA
É mais provável que os fabricantes que desejam exercer um alto grau de controle
sobre a distribuição de seus produtos usem estruturas de canal mais curtas, pois, quanto mais
curto o canal, mais alto o grau de controle. Projetar um sistema de canal requer analisar as
necessidades do cliente, estabelecer os objetivos do canal e identificar e avaliar as principais
alternativas de canal. Após definir seu mercado-alvo e o posicionamento desejado, uma
empresa deve identificar suas opções de canal, de acordo com Kotler (2000) e Iacobucci
(2001).
As empresas devem procurar canais de marketing inovadores. Muitas vezes, a
empresa escolhe um canal não convencional em função da dificuldade ou custo de trabalhar
com um canal dominante. É comum essa decisão revelar-se extremamente bem sucedida. A
vantagem do uso de canal não convencional, é que a empresa encontrará um grau menor de
concorrência durante sua fase inicial de entrada nesse canal. Deve procurar a alternativa de
canal que prometa a maior rentabilidade a longo prazo.
2
Abreviação do termo internacional over the counter, que quer dizer “sobre o balcão”. São os chamados medicamentos de venda livre, que
podem ser comprados sem a apresentação da receita. Além disso, para eles pode se fazer propaganda em meios de comunicação em massa.
Esses medicamentos são incluídos nessa categoria pelo fato de terem sua atividade terapêutica e seus efeitos colaterais bastante conhecidos.
(EUROFARMA, 2003)
“O atacado permite, a seus consumidores, comprar diversos produtos em menores
quantidades, com menor número de operações. É um setor em que o grau de
especialização tem aumentado constantemente, em resposta às demandas mais
específicas de serviços por parte de seus consumidores (o varejo) e fornecedores (a
indústria)”. (NEVES et al, 2003).
no início, quase 100% das vendas eram feitas por meio de vendedores que, devido
às dificuldades da época (a comunicação não era ainda tão desenvolvida como hoje,
tampouco existiam muitas estradas pavimentadas, o que fazia a viagem ainda mais
demorada), ficavam dias e dias visitando os pontos de venda para trazer os pedidos,
cujos produtos levavam semanas para serem entregues. Nessa época, a maioria dos
distribuidores não possuía frota própria e os medicamentos eram despachados por
ônibus ou trens. (ALMEIDA, 2002).
Na década de 1970, esse foi o perfil da distribuição de medicamentos no país. Com
o desenvolvimento da comunicação e a chegada de novos conceitos da gestão, como, por
exemplo, a administração por objetivos, segundo Chiavenato (2000:152),
Diante dessas inovações, essa atividade foi se profissionalizando cada vez mais e
os distribuidores começaram a aprimorar sua operação logística. Com a construção de mais
estradas e a introdução de inovações tecnológicas, como programas de computadores para
roteirização de entregas de mercadorias, os distribuidores passaram a visitar os pontos da
vendas com mais freqüência, bem como realizar entregas mais rápidas e contar com
transporte exclusivo. Na verdade, os distribuidores estavam apenas antecipando uma
tendência que já se despontava no próprio varejo e também foi redesenhando seu perfil. Por
volta da década seguinte, com uma inflação crescente, para garantir sua sobrevivência, os
pontos de venda passaram a investir novamente em estoques para evitar a perda inflacionária
(CHIAVENATO, 2000).
O cenário novamente se alterou com o advento de uma nova moeda, o Real e o
controle da inflação, o que fez com que as farmácias passassem a ter uma nova visão de
varejo. Hoje, o que se vê são os pontos de venda profissionalizando cada vez sua
administração, mostrando preocupações com qualidade na prestação de serviço, padronização
de atendimento e treinamento de funcionários, bem como adotando novos conceitos de
gestão, reduzindo estoques e exigindo entregas mais rápidas e em intervalos menores.
Segundo Froes apud Almeida (2002:15), o varejo modificou suas características por ter
farmácias sem estoques altos, permitindo aumentar o capital de giro do varejo.
Os distribuidores, por sua vez, tiveram de se adaptar a essa realidade, fazendo vendas
diárias, modernizando-se tecnologicamente, através da criação de call center,
utilização da internet para pedidos eletrônicos, aumento de frota, utilização de
separadores automáticos e mantendo armazéns inteligentes, tudo isso para oferecer
maior agilidade nas entregas. (ALMEIDA, 2000).
A vantagem dessa tendência reside no fato de que a indústria poderá ter maior
controle sobre as vendas de seus produtos, bem como sobre informações fundamentais para
alavancar seus negócios. A exigência de um pedido mínimo era feita no passado pela indústria
em função do alto custo do frete. Entretanto, com a operação logística sendo feita pelo
distribuidor, que já possui uma estrutura para estocagem e entrega, essa exigência poderá ser
minimizada.
O presidente de Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias
(FREBRAFAR) e Federação Paulista das Associações de Farmácias e Drogarias
Independentes (FAESP), Edison Temascia, apud Almeida (2002:17) acredita que a tendência
no setor é os distribuidores aprimorarem cada vez mais sua prestação de serviço, comentando
que,