Sei sulla pagina 1di 6

62

MOEDA FALSA

_____________________________

62.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO


CRIME

O art. 289 do Código Penal descreve assim a figura típica: “falsificar, fabricando-a ou
alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro”. A
pena cominada é reclusão, de três a doze anos, e multa.

O bem jurídico protegido é a fé pública, a confiança das pessoas na moeda.

Sujeito ativo é qualquer pessoa que realizar a conduta.

Sujeito passivo é o Estado, a coletividade. É também sujeito passivo a pessoa que sofre
prejuízo em razão da conduta.

62.2 TIPICIDADE

No caput do art. 289 está a descrição típica fundamental do delito denominado


moeda falsa. No § 1º estão descritas outras condutas típicas que constituem o crime
denominado circulação de moeda falsa. No § 2º está a figura privilegiada e no § 3º a
chamada fabricação e emissão irregular de moeda. No § 4º o desvio e circulação
antecipada, que são as formas qualificadas do delito.

62.2.1 Moeda falsa

62.2.1.1 Conduta, elementos objetivos e normativos

Falsificar é criar uma imitação de alguma coisa. É fazê-la parecer o que não é, ter
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles

aparência da coisa verdadeira.

Moeda é um objeto de metal em forma de disco que, por força de lei, representa
dinheiro, que é o instrumento válido de pagamento, com curso legal num país. Papel-
moeda é o meio de pagamento representado por uma cédula de papel ou outro material
que, igualmente, tem curso legal no país. Ter curso legal é o mesmo que ter curso forçado e
significa que as pessoas são obrigadas a recebê-la como meio de pagamento. Ninguém
pode recusar o pagamento feito por meio de moeda ou papel-moeda.

A proteção da norma incriminadora é estendida também à moeda e ao papel-moeda


que tenham curso legal em qualquer outro país.

A falsificação pode ser feita de dois modos. Na primeira modalidade, o agente fabrica
moeda ou papel-moeda. Fabricar é criar, construir, elaborar, manufaturar. É a
denominada contrafação. Utilizando material semelhante ou idêntico ao empregado na
fabricação da moeda ou papel-moeda verdadeiro ou outro com características que
permitam a falsificação, o agente constrói um objeto semelhante ou parecido cuja
aparência final é capaz de enganar as pessoas. Fabricar moeda é cunhá-la. Fabricar papel-
moeda é imprimi-lo, qualquer que seja o método empregado para tanto.

O segundo modo de execução do crime é através da alteração de moeda ou papel-


moeda verdadeiro. O verbo alterar é empregado no tipo com o sentido de modificar para
maior o valor estampado na moeda ou no papel-moeda verdadeiro, conferindo-lhe maior
valor de troca, enganando, assim, a pessoa, que o recebe como meio de pagamento.

Realiza a alteração quem apõe, na cédula ou na moeda, algarismo maior para lhe dar a
aparência de maior valor de troca. A alteração da moeda metálica, com a finalidade de
aproveitamento de seu material, não configura o crime, porque não há falsificação do meio
de pagamento, mas sua própria desnaturação, desaparecendo a própria moeda.

A falsificação, por meio da fabricação ou da alteração, deve ser idônea, capaz de iludir
as pessoas. Se a falsificação é grosseira, aquela que qualquer pessoa percebe sem muito
esforço, visual ou tátil, o fato é atípico, porque, não havendo qualquer potencial lesivo, não
há qualquer perigo para a fé pública.

62.2.1.2 Elemento subjetivo

O crime é doloso. O agente deve ter consciência de que fabrica ou altera moeda,
nacional ou estrangeira, sabendo, ainda, que se trata de meio de pagamento com curso legal,
Moeda Falsa - 3

no Brasil ou nalgum outro país, e atuar com vontade livre de falsificar.

Não exige o tipo que o dolo do agente alcance o fim de colocar a moeda em
circulação. Se o fim do agente é apenas demonstrar sua capacidade de criar um objeto com
as mesmas características de uma moeda ou da cédula, igualmente não há crime, pois não
houve aí a vontade de realizar a falsidade.

62.2.1.3 Consumação e tentativa

A consumação acontece quando se encerra o processo de fabricação ou quando é


concluída a alteração. Basta que um único exemplar seja fabricado ou concluído para se
considerar consumado o crime. Há crime único quando o agente falsifica várias moedas
metálicas ou várias cédulas, no mesmo contexto fático. Assim, se inicia o processo de
fabricação ou alteração num dia e continua a fazê-lo no dia seguinte, o crime é único. As
circunstâncias de tempo, entretanto, podem demonstrar o encerramento de um processo
de falsificação e o início de outro, autorizando o reconhecimento da continuidade delitiva.

A tentativa é perfeitamente admissível. Iniciada a fabricação ou alteração de uma


moeda ou cédula, sendo interrompida por circunstâncias alheias à vontade do agente, sem
que nenhuma seja falsificada, haverá tentativa.

62.2.2 Circulação de moeda falsa

O § do art. 289:“Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia,
importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na
circulação moeda falsa.”

62.2.2.1 Conduta e elementos do tipo

São várias as condutas incriminadas no tipo, tendo como objeto material a moeda
falsa. Ou seja, a moeda já falsificada, fabricada ou alterada nos termos do caput do art.
289. Inclui-se no conceito de moeda falsa a moeda metálica e o papel-moeda.

É crime que só pode ser cometido por quem não tenha sido autor ou partícipe do
delito tipificado no caput. Se o próprio agente da falsificação realizar uma das condutas do
§ 1º, só responderá pela fabricação ou alteração, pois os delitos ora cometidos serão, em
4 – Direito Penal III – Ney Moura Teles

relação àquele, post factum impunível.

Importar é fazer ingressar no Brasil. Exportar é fazer sair do território nacional.


Adquirir é, de qualquer modo, obter, é receber. Vender é alienar onerosamente. Trocar é
permutar. Ceder é transferir para outra pessoa. Emprestar é entregar para alguém que
assume a obrigação de devolver. Guardar é ficar com a coisa em depósito. Introduzir na
circulação é fazer a moeda passar de mão em mão.

Deve o agente atuar dolosamente. Consciente de que se trata de moeda falsa, realiza
uma das condutas incriminadas, com livre vontade de agir. Sem consciência e vontade o
fato é atípico. Não há modalidade culposa.

62.2.2.2 Consumação e tentativa

A consumação acontece no instante em que o agente realiza a conduta típica. A


tentativa é possível, salvo na hipótese de guarda de moeda falsa, em que é impossível o
fracionamento do procedimento típico. A guarda de moeda falsa é crime permanente.

62.2.3 Forma típica privilegiada

O § 2º do art. 289 dispõe que “quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira,
moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido
com detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa”.

62.2.3.1 Conduta e elementos do tipo

A conduta típica é restituir moeda falsa à circulação. Restituir à circulação é fazer


circular novamente. O agente recebe moeda falsa e faz com que ela circule, por qualquer
meio, efetuando um pagamento, dando, emprestando, enfim, fazendo com que ela ganhe
movimento, indo ter às mãos de outra pessoa.

Só comete esse crime o agente que tenha recebido a moeda falsa de boa-fé, ou seja,
acreditando que se tratava de moeda verdadeira. Se sabe que é falsa e a repassa a outrem,
responde pelo crime do § 1º. Além disso, é preciso que ele, antes de colocá-la novamente
em circulação, tenha alcançado o conhecimento de sua falsidade. Se a restitui sem saber
Moeda Falsa - 5

que se trata de moeda falsa, não comete delito algum.

É crime doloso. O agente, tendo recebido a moeda falsa como verdadeira, atinge,
depois, a consciência de sua falsidade e, com essa certeza, repassa-a a outro com vontade
livre de o fazer.

62.2.3.2 Consumação e tentativa

Consuma-se no instante em que a moeda falsa é entregue a outra pessoa. A


tentativa é possível.

62.2.4 Fabricação ou emissão irregular de moeda

A norma incriminadora do § 3º do art. 289:

“É punido com reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos, e multa, o funcionário


público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou
autoriza a fabricação ou emissão: I – de moeda com título ou peso inferior ao
determinado em lei; II – de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.”

62.2.4.1 Sujeito ativo do crime, conduta e elementos do tipo

Crime próprio. Só pode ser cometido pelo funcionário público, o diretor, o gerente
ou o fiscal de banco de emissão. Ou seja, pelo agente público que tem poder de fabricar ou
emitir moeda.

As condutas típicas são fabricar, emitir ou autorizar a fabricação ou a emissão de


moeda. Será típica a conduta se o agente fabrica, emite, autoriza a fabricação ou a emissão
de moeda metálica com título ou peso inferior ao determinado em lei.

Título é o teor da liga metálica utilizada na fabricação da moeda. Haverá crime se o


peso da moeda for inferior ao que a lei manda ou se a qualidade da liga metálica for
inferior à exigida.

Também se realiza o tipo quando há fabricação ou emissão de papel-moeda em


quantidade superior à quantidade autorizada.

Exige a norma que o agente atue dolosamente. Deve saber que o título ou o peso da
6 – Direito Penal III – Ney Moura Teles

moeda metálica fabricada é inferior ao determinado por lei ou que a quantidade de papel-
moeda é superior à autorizada e fabricar, emitir ou autorizar a emissão ou fabricação com
vontade livre de realizar o tipo penal, sem qualquer outra finalidade especial.

62.2.4.2 Consumação e tentativa

A consumação do crime acontece quando o agente fabrica, emite ou autoriza a


fabricação ou a emissão. Haverá consumação, na hipótese da autorização, ainda quando
não seja a moeda fabricada ou emitida. A tentativa é possível.

62.2.5 Desvio e circulação antecipada

No § 4º está a última forma típica: desviar e fazer circular moeda, cuja circulação não
estava ainda autorizada. A pena é reclusão, de três a quinze anos.

62.2.5.1 Conduta e elementos do tipo

Desviar e fazer circular é dar à moeda destino que ela não tinha naquele momento,
colocando-a em circulação antes da data autorizada. A moeda verdadeira, fabricada, apta a
entrar em circulação, não o pode, por não ser o momento próprio. O agente, entretanto,
desvia-a e a coloca em circulação antecipadamente.

Para incorrer na incriminação deve atuar com dolo, sabendo que o momento não é
o autorizado e, ainda assim, fazendo-a circular.

62.2.5.2 Consumação e tentativa

A consumação coincide com a entrada da moeda em circulação, sendo possível a


tentativa.

62.3 AÇÃO PENAL

A ação penal é de iniciativa pública incondicionada. A suspensão condicional do


processo penal só é possível na hipótese do crime na forma privilegiada, prevista no § 2º
do art. 289. A competência é da Justiça Federal.

Potrebbero piacerti anche