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MOEDA FALSA
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O art. 289 do Código Penal descreve assim a figura típica: “falsificar, fabricando-a ou
alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro”. A
pena cominada é reclusão, de três a doze anos, e multa.
Sujeito passivo é o Estado, a coletividade. É também sujeito passivo a pessoa que sofre
prejuízo em razão da conduta.
62.2 TIPICIDADE
Falsificar é criar uma imitação de alguma coisa. É fazê-la parecer o que não é, ter
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Moeda é um objeto de metal em forma de disco que, por força de lei, representa
dinheiro, que é o instrumento válido de pagamento, com curso legal num país. Papel-
moeda é o meio de pagamento representado por uma cédula de papel ou outro material
que, igualmente, tem curso legal no país. Ter curso legal é o mesmo que ter curso forçado e
significa que as pessoas são obrigadas a recebê-la como meio de pagamento. Ninguém
pode recusar o pagamento feito por meio de moeda ou papel-moeda.
A falsificação pode ser feita de dois modos. Na primeira modalidade, o agente fabrica
moeda ou papel-moeda. Fabricar é criar, construir, elaborar, manufaturar. É a
denominada contrafação. Utilizando material semelhante ou idêntico ao empregado na
fabricação da moeda ou papel-moeda verdadeiro ou outro com características que
permitam a falsificação, o agente constrói um objeto semelhante ou parecido cuja
aparência final é capaz de enganar as pessoas. Fabricar moeda é cunhá-la. Fabricar papel-
moeda é imprimi-lo, qualquer que seja o método empregado para tanto.
Realiza a alteração quem apõe, na cédula ou na moeda, algarismo maior para lhe dar a
aparência de maior valor de troca. A alteração da moeda metálica, com a finalidade de
aproveitamento de seu material, não configura o crime, porque não há falsificação do meio
de pagamento, mas sua própria desnaturação, desaparecendo a própria moeda.
A falsificação, por meio da fabricação ou da alteração, deve ser idônea, capaz de iludir
as pessoas. Se a falsificação é grosseira, aquela que qualquer pessoa percebe sem muito
esforço, visual ou tátil, o fato é atípico, porque, não havendo qualquer potencial lesivo, não
há qualquer perigo para a fé pública.
O crime é doloso. O agente deve ter consciência de que fabrica ou altera moeda,
nacional ou estrangeira, sabendo, ainda, que se trata de meio de pagamento com curso legal,
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Não exige o tipo que o dolo do agente alcance o fim de colocar a moeda em
circulação. Se o fim do agente é apenas demonstrar sua capacidade de criar um objeto com
as mesmas características de uma moeda ou da cédula, igualmente não há crime, pois não
houve aí a vontade de realizar a falsidade.
O § do art. 289:“Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia,
importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na
circulação moeda falsa.”
São várias as condutas incriminadas no tipo, tendo como objeto material a moeda
falsa. Ou seja, a moeda já falsificada, fabricada ou alterada nos termos do caput do art.
289. Inclui-se no conceito de moeda falsa a moeda metálica e o papel-moeda.
É crime que só pode ser cometido por quem não tenha sido autor ou partícipe do
delito tipificado no caput. Se o próprio agente da falsificação realizar uma das condutas do
§ 1º, só responderá pela fabricação ou alteração, pois os delitos ora cometidos serão, em
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Deve o agente atuar dolosamente. Consciente de que se trata de moeda falsa, realiza
uma das condutas incriminadas, com livre vontade de agir. Sem consciência e vontade o
fato é atípico. Não há modalidade culposa.
O § 2º do art. 289 dispõe que “quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira,
moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido
com detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa”.
Só comete esse crime o agente que tenha recebido a moeda falsa de boa-fé, ou seja,
acreditando que se tratava de moeda verdadeira. Se sabe que é falsa e a repassa a outrem,
responde pelo crime do § 1º. Além disso, é preciso que ele, antes de colocá-la novamente
em circulação, tenha alcançado o conhecimento de sua falsidade. Se a restitui sem saber
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É crime doloso. O agente, tendo recebido a moeda falsa como verdadeira, atinge,
depois, a consciência de sua falsidade e, com essa certeza, repassa-a a outro com vontade
livre de o fazer.
Crime próprio. Só pode ser cometido pelo funcionário público, o diretor, o gerente
ou o fiscal de banco de emissão. Ou seja, pelo agente público que tem poder de fabricar ou
emitir moeda.
Exige a norma que o agente atue dolosamente. Deve saber que o título ou o peso da
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moeda metálica fabricada é inferior ao determinado por lei ou que a quantidade de papel-
moeda é superior à autorizada e fabricar, emitir ou autorizar a emissão ou fabricação com
vontade livre de realizar o tipo penal, sem qualquer outra finalidade especial.
No § 4º está a última forma típica: desviar e fazer circular moeda, cuja circulação não
estava ainda autorizada. A pena é reclusão, de três a quinze anos.
Desviar e fazer circular é dar à moeda destino que ela não tinha naquele momento,
colocando-a em circulação antes da data autorizada. A moeda verdadeira, fabricada, apta a
entrar em circulação, não o pode, por não ser o momento próprio. O agente, entretanto,
desvia-a e a coloca em circulação antecipadamente.
Para incorrer na incriminação deve atuar com dolo, sabendo que o momento não é
o autorizado e, ainda assim, fazendo-a circular.