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MAUS-TRATOS
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Aqueles que têm autoridade sobre outros, para os fins de educação, tratamento ou
custódia, devem portar-se de modo a respeitar a integridade física e moral de seus
protegidos.
Sujeito passivo é a pessoa colocada sob o poder do sujeito ativo para os fins de
educação, tratamento e custódia. Assim os filhos, tutelados, curatelados, alunos,
internados, presos, empregados.
13.2 TIPICIDADE
No caput do art. 136, estão descritas as seguintes figuras típicas. Expor a perigo a
vida ou a saúde da pessoa privando-a de alimentos. Outra forma é a exposição a perigo
deixando de proporcionar-lhe os cuidados indispensáveis. A terceira forma se realiza com a
submissão da vítima a trabalho excessivo ou inadequado. Por último, quando o agente
abusa dos meios corretivos ou disciplinares.
13.2.1.1 Conduta
Não quer a norma que o agente tenha o dever de proporcionar alimentação fartíssima
ou sofisticada, apenas que, podendo oferecê-la em sua simplicidade, deixa de o fazer por
qualquer motivo. Não se justifica a privação de alimentos, ainda que uma só refeição, com o
fim de impor uma reprimenda à pessoa sob seus cuidados.
Além do dolo, o agente deve atuar com o fim de corrigir a vítima, ou impor-lhe uma
regra disciplinar.
4 – Direito Penal II – Ney Moura Teles
Possível a tentativa, mas não nas formas em que se exige a habitualidade, por absoluta
impossibilidade de se determinar com precisão o momento em que se inicia a execução e o
de sua interrupção. Nas formas omissivas, igualmente, será muito difícil falar-se em
tentativa, porque, já no exato momento em que o agente deixar de realizar a conduta, o
crime já terá se consumado.
Quando o crime é cometido por ação, stricto sensu, todavia, haverá tentativa quando
o agente, dando início à execução de um castigo corporal que deseja infligir ao filho, é
impedido por um terceiro.
A conduta é dolosa, de perigo, mas o resultado vai além, por negligência do agente. Se
resultar lesão corporal grave, a pena é reclusão de um a quatro anos; se morte, reclusão de
quatro a doze anos.
O § 3º manda que a pena seja aumentada de um terço quando a vítima for menor de
quatorze anos. Esse dispositivo foi introduzido no Código Penal pela Lei nº 8.069/90, o
Maus-Tratos - 5
Essa causa de aumento de pena impede, por força do princípio do ne bis in idem, a
aplicação simultânea da circunstância agravante do art. 61, II, h, do Código Penal – crime
cometido contra criança.
Nos dois tipos há elementos comuns. A relação de dependência entre agente e vítima
pode ser a mesma, nos dois crimes, sendo certo que, também nos dois, a conduta é a
imposição de um sofrimento físico ou mental.
A diferença, porém, não se encontra apenas no resultado, que na tortura deve ser
mais grave, mais intenso, até porque a tortura é um crime de dano, enquanto o crime de
maus-tratos é crime de perigo. O que distingue um crime do outro é o elemento volitivo. É
a vontade do agente.
Na tortura, sua finalidade é castigar por castigar ou para prevenir, enquanto o agente
do crime de maus-tratos, embora abusando dos meios que tem a seu dispor, age com a
intenção de corrigir ou disciplinar, para os fins de educação, tratamento, ensino ou
custódia. Naquela, o dolo é de dano, aqui é de perigo.
Pode o agente errar sobre os limites no uso dos meios corretivos e disciplinares e, por
isso, ter sua culpabilidade excluída ou diminuída, por erro de proibição, conforme seja ele
inevitável ou evitável.