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ESTUDO COMPARATIVO DO USO DE TRILHAS INTERPRETATIVAS NOS

PARQUES NACIONAIS DE UBAJARA, CEARÁ, E SETE CIDADES, PIAUÍ

Josângela da Silva Jesus¹ & Vanice Fragoso Selva²

¹ Graduanda do Curso de Turismo (UFPE); jo_ufpe@yahoo.com.br


² Professora Dra. do Curso de Turismo (UFPE); vanice.selva@gmail.com.br

Eixo Temático: O Homem

Introdução

O uso de trilhas de interpretação ambiental em unidades de conservação tem


se mostrado de grande importância tanto para o enriquecimento da experiência do
visitante como também para a sensibilização deste para a conservação do ambiente.
Desta forma a interpretação pode ser utilizada como uma ferramenta para o
ecoturismo e para a educação ambiental, fazendo das trilhas não apenas o acesso
aos atrativos do local, mas um espaço que pode ser completamente explorado através
de interpretação dos recursos dispostos em seu percurso.
A exploração de trilhas vem se tornando uma prática comum na atividade
turística notadamente no ecoturismo e no turismo ecológico em unidades de
conservação ambiental onde cada vez mais os elementos que compõem as trilhas
passam a ser entendidos assim como as interações existentes entre estes. Essa
prática tem como referência a Ecologia da Paisagem, que pode ser considerada como
um mosaico heterogêneo formado por unidades interativas de vários habitats, onde a
paisagem é vista como interação da sociedade com a natureza. Nesse sentido a
interpretação da paisagem passa a representar um significativo ganho para o turismo
nas suas diversas modalidades. O uso da paisagem pelo turismo vem transformando-
a cada vez mais em produto de consumo representando uma novidade estética para o
turista que passa a ampliar o seu conhecimento, a pensar a conservação ambiental, a
respeitar as diferenças culturais e aos limites de tolerância dos ambientes, pois o ato
de observar a paisagem é impregnado de conotações culturais, ideológicas; é uma
forma de ver o mundo.
É, portanto, no contexto da interpretação dos ambientes de trilhas que se
buscou neste trabalho analisar de que forma está se dando a exploração de trilhas nos
Parques Nacionais - PARNAS de Ubajara e de Sete Cidades.
Objetivos

Geral
- Analisar a forma como tem se desenvolvido o uso de trilhas interpretativas nos
Parques Nacionais de Ubajara e de Sete Cidades

Específicos
- Avaliar o aproveitamente do potencial interpretativo de trilhas nos PARNAs de
Ubajara, Ceará, e Sete Cidades, no Piauí;
- Analisar o desempenho dos condutores de trilhas na interpretação ambiental nas
trilhas

Metodologia

Para o desenvolvimento da pesquisa foi realizada uma pesquisa bibliográfica


sobre a temática e pesquisa de campo, no período de 01 a 07 de agosto de 2006
obtendo-se informações através de entrevistas com os gestores, conversa informal
com condutores das trilhas observando-se os aspectos bióticos e abióticos das trilhas,
o estado de conservação, infra-estrutura de visitação, assim como sinalização
indicativa e interpretativa. Também foi analisada a forma como os condutores
desenvolviam a apresentação das trilhas, de modo a verificar se esses condutores
estavam ou não desenvolvendo algum tipo de interpretação ambiental para os
visitantes. Para a coleta de dados, foi utilizada uma ficha de campo onde foram
analisados alguns pontos das trilhas no que se refere a estado físico e microhabitats,
fatores bióticos além de observações quanto ao uso dessas trilhas.
O trabalho é parte das atividades realizadas na pesquisa Ecoturismo em
Parques Nacionais desenvolvida na disciplina Ecoturismo do Curso de Turismo da
Universidade Federal de Pernambuco, onde buscou-se analisar o turismo nos
PARNAS Sete Cidades, no Piauí e, Ubajara e Jericoacoara no Ceará identificando
princípios do ecoturismo.
Lazer, Prazer, Conhecimento e Educação: Elementos para compor a
interpretação de trilhas no ecoturismo

O turismo, enquanto atividade econômica, vem se ampliando nos mais


diferentes ambientes e utilizando-se da grande diversidade de paisagens que os
ambientes oferecem. Por outro lado, há uma crescente busca de ambientes naturais
por parte dos turistas como um apelo ao contato com a natureza que vem sendo
distanciado com o crescimento das cidades e intensificação da urbanização e dos
problemas resultantes da degradação ambiental que tem interferido de forma negativa
na qualidade de vida.
Nesse contexto, “O lazer e, sobretudo, as viagens pintam manchas coloridas
na tela cinzenta da nossa existência. Elas devem reconstituir, recriar o homem, curar e
sustentar o corpo e a alma, proporcionar uma fonte de forças vitais e trazer um sentido
à vida.” (KRIPPENDORF, 2001, p. 36). Afirma RUSCHMANN (2003) que “uma das
maiores motivações das viagens dos turistas se manifesta pela fuga dos ambientes
urbanos e poluídos e pela busca do contato com a natureza (ou biodiversidade)
preservada”.
Atenção especial deve ser dada ao planejamento da atividade turística e em
especial às trilhas. Na sua expansão, a atividade turística vai se utilizando das
paisagens alterando-as de modo a oferecer amplas possibilidades de consumo pelos
turistas sem os devidos cuidados na forma de uso, na conservação do ambiente, na
capacidade que o ambiente tem para suportar as práticas realizadas, no trato com
aspectos das culturas das áreas receptoras subvertendo os lugares em lugares
turísticos. Ressalta SALVA (1996 apud MENEZES in BARRETO) que a

a turistificação das paisagens ou o processo de mudança de um


lugar para adequá-la à função turística, na maioria das vezes, não
consegue sincronizar o ritmo e o volume da exploração dos recursos
com a capacidade que o meio oferece de suportar esta exploração.

Um olhar especial necessita ser lançado para as práticas turísticas; o


ecoturismo entendido como uma prática de turismo que se contrapõe ao turismo
tradicional seguindo princípios como a ênfase à natureza e à cultura autêntica,
conservação da natureza, envolvimento e benefícios à população local,
conscientização ecológica através da educação ambiental e menor impacto negativo.
O ecoturismo, como afirma DIAS (2003, p. 103), portanto “procura fomentar a
sustentabilidade e a preservação do meio ambiente natural” e complementa que
tem como objetivo melhorar as condições de vida das populações
receptoras, ao mesmo tempo que preserva os recursos e o meio
ambiente, compatibilizando a capacidade de carga e a sensibilidade
de um meio ambiente natural e cultural com a prática turística” (DIAS
e AGUIAR, 2002 apud DIAS, 2003, p. 103)

Como seguimento de mercado o ecoturismo é considerado como


aquela modalidade turística ambientalmente responsável, que
consiste em viajar a, ou visitar áreas naturais relativamente pouco
perturbadas com o fim de desfrutar, apreciar e estudar os atrativos
naturais (paisagem, flora e fauna silvestres) dessas áreas, assim
como qualquer manifestação cultural (do presente ou do passado)
que ali se possa encontrar, através de um processo que promove a
conservação, tem baixo impacto negativo ambiental e cultural e
propicia o envolvimento ativo e socioeconomicamente benéfico das
populações locais. (CEBALLOS-LASCURÁIN, 1996 apud DIAS,
2003, p. 110).

Uma prática de ecoturismo fundamentada em princípios de sustentabilidade


promove uma permanente interação entre a educação ambiental e o ecoturismo pois
esta interação desempenha um relevante papel para desenvolvimento de uma nova
cultura ambiental nos lugares que são foco do turismo voltado para a natureza, como o
são as áreas naturais protegidas. A partir dessa interação
O ecoturismo, por si só, é considerado como uma estratégia de
educação ambiental, uma vez que valoriza excursões, passeios,
trabalhos de campo onde as pessoas colocam-se em contato direto
com experiências que geram um aprendizado importante relativo ao
ambiente natural, estabelecem relações sociais com o ambiente e
desenvolvem atitudes que tendem a ser responsáveis. (DIAS, 2003,
p. 179)

A educação ambiental no ecoturismo deve ser trabalhada no contexto da


abordagem interpretativa e prazerosa do ambiente, notadamente em trilhas
ecológicas, em que o visitante seja estimulado a observar a paisagem, de forma
objetiva compreendendo os elementos que compõem a paisagem. A abordagem
interpretativa remete ao entendimento do ambiente a partir da ecologia das paisagens
que abrange a regularidade, o arranjo, a distribuição e o conteúdo do ecossistema em
uma área geográfica definida. NAVEH & LIEBERMANN (1994) consideram a ecologia
da paisagem como sendo a análise da estrutura da paisagem com a influência
humana e o uso da terra.
A abordagem interpretativa aponta para a necessidade do planejamento com
vista à compreensão do ambiente, de modo que o emissor (guia, placa, folheto) da
informação possa estimular o visitante. Destaca VASCONCELOS (2003) que a
abordagem interpretativa deve se caracterizar por quatro aspectos essenciais: ser
amena, de modo a entreter e manter a atenção do turista; ser pertinente, ou seja, ter
significado e despertar o interesse pessoal; ser organizada, com ordenamento lógico
das idéias expostas e; ser temática, quer dizer, ter um tema explicitado que se
pretende comunicar.
As trilhas interpretativas oferecem aos visitantes a possibilidade de desfrutar do
ambiente enquanto lazer e da paisagem enquanto educação ambiental. Ressalta
SELVA & COUTINHO (2005, p. 12) que “as trilhas interpretativas se bem planejadas,
conservam o ambiente de impactos e asseguram ao visitante conforto e segurança; se
bem conduzidas por guias preparados para tal, permitem a compreensão dos sistemas
ecológicos”.

Um panorama dos Parques Nacionais de Ubajara e Sete Cidades

O turismo nos Parques de Ubajara e Sete Cidades não é algo recente. Desde a
criação dos mesmos que a prática da visitação vem acontecendo embora, com a
adoção da proposta do ecoturismo enquanto prática turística, a visitação cada vez
mais tem se estruturado para receber os turistas e tem sido pensada nos moldes dos
princípios do ecoturismo que orienta para a conservação ambiental, eficiência
econômica e inserção das comunidades do entrono.
A escolha destas localidades se deu pelo fato de ambos já possuírem planos
de manejo, onde se prevê a visitação com fins de recreação e ecoturismo, oferecendo
trilhas e outros atrativos acessíveis aos visitantes.
O Parque Nacional de Ubajara localiza-se no município de Ubajara, a 340 km
de Fortaleza, Ceará. A unidade de conservação foi criada pelo Decreto n° 45.954, de
30 de abril de 1959, entretanto, teve seus limites redefinidos pelo Decreto n° 72.144,
de 26 de abril de 1973, e hoje o Parque possui área total de 563 ha, sendo o menor
parque do Brasil. A área onde atualmente se localiza o Parque era constituída de
antigas fazendas de plantações de café e fortemente marcada pela retirada de
madeira para a marcenaria e carpintaria.
O Parque de Ubajara está inserido no bioma da Caatinga, mas pela sua
situação em altitudes superiores a 900m condiciona uma precipitação pluviométrica
média anual de 1.000mm possibilitando a ocorrência de floresta subperenifólia (Foto
1).
Foto 1: Visão Geral do Parque Nacional de Ubajara
Autor: Márcia Araújo. Agosto, 2006.

O maior atrativo do Parque é a Gruta de Ubajara. Antes da criação do Parque


esta gruta era utilizada pela população para fins religiosos, e hoje ainda é possível
observar várias marcas da época, como piso em cimento, criação de altares etc. O
acesso à gruta é realizado através de um teleférico que liga a parte alta do Parque
Nacional de Ubajara com a mesma, entretanto, também é possível o acesso através
de uma trilha.
O Plano de Manejo do Parque Nacional de Ubajara foi feito no ano de 1981, e
em 2000 o documento foi atualizado e realizado uma avaliação do aproveitamento do
primeiro documento. Segundo a fase 2 do Plano de Manejo do Parque Nacional de
Ubajara, o Programa de Uso Público, com destaque para o Subprograma de Turismo,
foi o que mais avançou, tendo 100% das atividades planejadas na fase anterior do
Plano de Manejo implementadas. O Parque tem recebido em torno de 50.000
visitantes ao ano, o que mostra o quanto é importante que sejam desenvolvidas ações
para a minimização dos impactos causados pela visitação, e ao mesmo tempo para a
garantia da qualidade da experiência do visitante.
Já o Parque Nacional de Sete Cidades está inserido no bioma Cerrado,
apresentando elementos de Caatinga e de Florestas, com manchas de campos
inundáveis e de matas ciliares (Foto 2). O Parque, com uma área total de 6.331 ha fica
localizado nos municípios de Piracuruca e Piripiri, no estado do Piauí, a cerca de 200
km de Teresina.
Foto 2: Visão geral do Parque Nacional de Sete Cidades
Autor: Sofia Oliveira. Agosto, 2006.

Criado pelo Decreto n° 50.744, de 8 de junho de 1961, só veio ter o Plano de


Manejo em 1978. Entretanto, este documento nunca foi atualizado, conforme prevê a
lei do Sistema Nacional e Unidades de Conservação - SNUC, Segundo gestor do
Parque, a unidade já está regularizada quanto às questões fundiárias, tendo as
comunidades vizinhas como parceiras do Parque.
O nome Sete Cidade é atribuído a sete diferentes associações de
afloramentos, que possuem formas curiosas, formadas a partir da ação pluvial e
eólica. Na área é possível encontrar vários sítios arqueológicos, com inscrições
rupestres que datam até 6000 anos.

Nas trilhas de Ubajara e Sete Cidades: comparações, usos e


necessidades

Durante a visita de campo, verificou-se no Parque Nacional de Ubajara uma


boa organização da unidade de conservação, que possui uma infra-estrutura bem
montada com guaritas, centro de visitantes, sinalização, teleférico de acesso à Gruta
de Ubajara, principal atrativo do Parque, etc.
Na pesquisa foi analisada a Trilha da Samambaia, que possui 1,5 km de
extensão. Esta trilha, bem sinalizada, se destaca com um número considerável de
placas indicativas e interpretativas, com objetivos diversos. A trilha tem formato linear,
aonde o visitante vai e volta pelo mesmo local, embora dê acesso outras trilhas.
A trilha é de fácil acesso e no percurso existem algumas estruturas que dão
assistência aos visitantes, como área para descanso, com bancos e mesas, corrimãos,
pontes e passarelas para os trechos sujeitos a alagamentos e lixeiras. (Fotos 3 e 4). A
trilha apresenta um aspecto o mais próximo possível do natural, onde todas as
estruturam produzidas em madeira buscam uma harmonia com o ambiente em que
estão inseridas. No ponto final desta trilha existe um mirante que oferece visão para as
cachoeiras do Parque e para o vale.

Foto 3: Passarela na Trilha da Samambaia


Autor: Josângela Jesus. Agosto, 2006.

Foto 4: Estrutura da Trilha da Samambaia


Autor: Vanice Selva. Março, 2006.

Na Trilha da Samambaia podem ser identificadas algumas espécies da flora


local, nativa ou não. Segundo estudo realizado para a revisão do Plano de Manejo
sobre a vegetação do Parque, existe ainda na área remanescente da primitiva floresta
tropical pluvial. Destaca-se nessa trilha o Jardim das Samambaias, que dá nome ao
local.
Na trilha estudada e também em outras existentes no Parque, existe um bom
sistema de sinalização, onde se pode encontrar painéis e placas indicativas e
interpretativas. (Foto 5). A trilha se inicia com um portal, contendo o seu nome e as
instituições responsáveis pela sua administração, além de outras indicando o caminho
a ser percorrido. (Foto 6). No decorrer da trilha também existem painéis com mapa do
Parque e a localização da trilha neste, além de placas identificando algumas espécies
de plantas, como o exemplo da gameleira (Foto 7).

Foto 5: Placas e painéis interpretativos e indicativos


Autor: Josângela Jesus. Agosto, 2006.

Foto 6: Entrada da Trilha da Samambaia


Autor: Sofia Oliveira. Agosto, 2006.

Observa-se que o potencial interpretativo da trilha está sendo bem aproveitado


através de placas e painéis. É interessante porque, desta forma, é também possível o
desenvolvimento da trilha auto-guiada. Entende-se, entretanto, a necessidade de uma
melhor preparação dos condutores, no sentido de que durante as trilhas seu trabalho
não seja apenas informativo, mas que possa ser rico com participação efetiva dos
visitantes, em interação com o ambiente desta forma podendo conciliar os objetivos de
educação ambiental com a satisfação do visitante.
Foto 7: Placa indicando vegetação na Trilha da Samambaia
Autor: Vanice Selva. Março, 2006.

Além do rico patrimônio natural, é importante que o condutor também leve em


consideração a cultura local, que é marcada fortemente por manifestações religiosas e
por lendas. Desta forma, é possível levar mensagens da importância da conservação
do patrimônio natural e cultural do local, de forma que o visitante venha a ter maior
respeito pela comunidade local.
Durante a visita às trilhas do Parque Nacional de Sete Cidades, percebeu-se
uma diferença significante no que diz respeito ao desenvolvimento de atividades de
uso público na UC. Apesar de possuir muitas placas em todas as cidades do Parque,
elas são feitas de materiais desarmônicos com o ambiente, em metal, que são mais
vulneráveis às intempéries do tempo (Foto 8). Desta forma, foi fácil verificar muitas
destas placas e painéis deteriorados, dificultando a leitura das informações e a
visualização de imagens.

Foto 8: Placa Interpretativa no Circuito das Cidades


Autor: Fabiana Firmino. Agosto, 2006.
No estudo foi analisada a trilha realizada no Circuito das Cidades, onde o
visitante pode percorrer os vários conjuntos de formações rochosas, onde existem
sítios arqueológicos (Foto 9). O Parque possui um grande potencial interpretativo,
onde se pode utilizar tanto os recursos naturais, constituídos pelas formações
geológicas e pela rica e diversa vegetação característica de cerrado, caatinga e
floresta, como o patrimônio histórico-cultural, representado pelos sítios arqueológicos
e artesanato. Entretanto, as placas existentes se limitam a apresentar indicações de
caminhos e informações sobre os atrativos maiores, sítios arqueológicos e formações
rochosas, quando poderiam também aproveitar a riqueza da vegetação no percurso da
trilha e não apenas nos pontos onde se concentram os monumentos (Foto 10 e 11).

Foto 9: Monumentos naturais no PARNA Sete Cidades


Autor: Fabiana Firmino. Agosto, 2006.

Foto 10: Placa indicando atrativos


Autor: Vanice Selva. Agosto, 2006.
Os atrativos, em sua maioria, possuem uma ampla área para a concentração
dos visitantes, o que é ponto positivo para o desenvolvimento de interpretação. Além
disso, existem mirantes que possibilitam visões e abordagens mais abrangentes do
Parque, podendo o condutor ressaltar a importância do Parque como um todo. As
trilhas são conduzidas por condutores que são moradores de cidades vizinhas ao
Parque e fazem parte da Associação de condutores por eles criada Ecoturismo do
Meio Norte do Piauí.

Foto 11: Trilha realizada no Circuito das Cidades


Autor Fabiana Firmino. Agosto, 2006.

Ainda durante a visita, os condutores se mostraram como meros informadores,


o que, de certa forma, desestimula a experiência do visitante, que busca uma maior
interação com o ambiente local e seus moradores, uma vez que estes conhecem bem
melhor a localidade.
A pesquisa mostrou que enquanto o Parque Nacional de Ubajara está mais
preparado quanto à infra-estrutura física e sinalização de suas trilhas, apesar de os
recursos existentes no local poderem ser melhor aproveitados pelos condutores, as
trilhas do Parque Nacional de Sete Cidades possuem estrutura de sinalização em
precário estado de conservação e pouco eficientes para a interpretação dos atrativos,
restringindo-se aos atrativos em si e à indicação de caminhos, não sendo explorado o
caminho das trilhas com seus inúmeros recursos.
Desta forma, entende-se que seja importante o desenvolvimento de planos
interpretativos em ambos os parques, com enfoque no trabalho desenvolvido pelos
condutores, buscando valorizar o patrimônio natural e histórico-cultural do local, de
forma que tanto os visitantes quanto os gestores e condutores das trilhas interajam
com o ambiente e compreendam a importância de sua conservação assim como um
maior preparo dos condutores.
Referências

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BRASIL. Lei n° 9.985 de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1°, incisos I,
II, III e VI, da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza e dá outras providências. Coletânea de legislação de
direito ambiental e constituição federal. 3ª ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2004.

BRASÍLIA. Decreto 45.954, de 30 de abril de 1959. Cria o Parque Nacional de


Ubajara, no Estado do Ceará. Disponível em:
<http://www.ibama.gov.br/siucweb/mostraDocLegal.php?seq_uc=9&seq_tp_document
o=3&seq_finaliddoc=20>. Acesso em: 29 jul. 2006.

BRASÍLIA. Decreto 50.744, de 8 de junho de 1961. Cria o Parque Nacional de Sete


Cidades, integrante da Seção de Parques e Florestas Nacionais do Serviço Florestal,
do Ministério da Agricultura. Disponível em:
<http://www.ibama.gov.br/siucweb/mostraDocLegal.php?seq_uc=20&seq_tp_documen
to=3&seq_finaliddoc=7>. Acesso em: 29 jul. 2006

DIAS, R. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2003.

KRIPPENDORF, J. Sociologia do turismo: para uma nova compreensão do lazer


e das viagens. São Paulo: Aleph, 2001.

NAVEH, Z; LIEBERMAN, A. Landscape ecology: teory and application. New York:


Springer-Verlog, 1994.

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RUSCHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio


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SELVA, V. F.; COUTINHO, S. F. S.. Ecoturismo na Área de Proteção Ambiental –APA


de Guadalupe: elementos para a interpretação ambiental em trilhas ecológicas. Anais
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de ecoturismo de base comunitária: ferramentas para um planejamento
responsável. Brasília: WWF Brasil, 2003.

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