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DIAGNÓSTICO E PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE TRILHA NO

PARQUE METROPOLITANO ARMANDO DE HOLANDA CAVALCANTI,


CABO DE SANTO AGOSTINHO, PE

Josângela da Silva Jesus¹ & Elâine Maria dos Santos Ribeiro²

¹ Graduanda do Curso de Tecnologia de Sistema de Gestão Ambiental (CEFET/PE). jo_ufpe@yahoo.com.br


² Graduanda do Curso de Tecnologia de Sistema de Gestão Ambiental (CEFET/PE). nanigesbio@yahoo.com.br

Eixo Temático: A Trilha

INTRODUÇÃO

A busca pela interatividade e compreensão dos ambientes naturais pode ser


considerada como uma das mais nobres tendências da atual sociedade, diante da
realidade que demonstra o estágio de degradação de recursos e paisagens. As
atividades de turismo, educação e lazer, em ambientes que abrigam relevante
potencial paisagístico e de biodiversidade, podem ser consideradas como importantes
ferramentas para conservação e preservação desses espaços, que além de possuírem
valores conservacionistas, em sua maioria, apresentam relevante valor histórico e
cultural.
No entanto, a busca por tais espaços naturais requer preocupações quanto às
necessidades, oportunidades e vulnerabilidades do ambiente, para que a partir da
análise de tais condicionantes seja construído e mantido um planejamento destinado à
atividade ecoturística.
Dentre os atrativos encontrados nessas áreas naturais estão as trilhas, que
podem ser também consideradas como os caminhos planejados que fornecem ao
visitante a oportunidade de entender e desfrutar dos atributos no espaço visitado. Nas
áreas que oferecem tais atividades, as trilhas merecem especial atenção, pois a
ausência de planejamento, bem como a falta de manutenção pode vir a comprometer
tanto os recursos existentes no ambiente visitado, quanto a prosperidade e qualidade
da visitação.
Nesta perspectiva, este trabalho traz uma proposta para implementação de
uma trilha no Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti - PMAHC,
localizado no município do Cabo de Santo Agostinho, litoral sul do estado de
Pernambuco, a cerca de 34 km do Recife. Para elaboração desta proposta foi
realizado um diagnóstico onde se procurou realizar uma descrição da trilha que liga a
praia de Calhetas à Casa do Faroleiro, e a partir de então elaborar propostas para a
estruturação e implementação da mesma, de forma que esta se torne adequada para
a recepção de visitantes, promovendo sua segurança e satisfação, a partir do
ordenamento do espaço visitado.
OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo principal apresentar uma proposta de


implementação para a trilha que liga a praia de Calhetas à Casa do Faroleiro,
localizada no Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti, Cabo de Santo
Agostinho, PE. Para isso, pretende-se iniciar a pesquisa com a realização de um
diagnóstico das condições físicas, bióticas e sociais existentes na trilha, e, baseando-
se nessas informações, classificar a trilha de acordo com o ROS (Recreational
Opportunity Spectrum ou Espectro de Oportunidades Recreativas), metodologia
utilizada para identificar o tipo de trilha, para assim compatibilizar o objetivo da trilha
com as expectativas dos visitantes. Por fim, a pesquisa deve trazer propostas de
adequação da trilha apresentada, de forma a minimizar os impactos decorrentes de
visitação, ao mesmo tempo que, maximize a satisfação do visitante e o potencial de
sensibilização quanto à importância da conservação do patrimônio natural e histórico-
cultural local.

METODOLOGIA

1. Área de Estudo

Localizado no município do Cabo de Santo Agostinho, litoral sul do estado de


Pernambuco, a cerca de 34 km do Recife, o Parque Metropolitano Armando de
Holanda Cavalcanti (Figura 1) possui 270,1 há, apresenta um grande potencial
turístico para o Estado de Pernambuco. Por abrigar importantes aspectos naturais e
culturais, no ano de 1979, intitulado como área natural protegida de domínio público,
sendo considerado de grande importância por suas singulares formações naturais.

Figura 1. PMAHC ao fundo


Autor: PMCSA. 2003.
Oficialmente a área que abriga o PMAHC, foi descoberta em 1501 pelo
navegador Américo Vespúcio, a serviço da coroa portuguesa. No entanto, existem
registros históricos que apontam a presença anterior do espanhol Vicente Yañez
Pinzón, em 26 de janeiro de 1500. Esta possível versão para a descoberta do Brasil
ainda não se encontra incorporada à história do Brasil (PERNAMBUCO, 2000). Por ter
sido um dos pontos mais recentemente encontrados no litoral brasileiro, o Cabo de
Santo Agostinho tornou-se referência e ponto estratégico para os navegadores e rotas
comerciais que utilizavam as correntes marítimas para chegar ao continente africano e
europeu, ou para, a partir destes, retornar ao Brasil.
Reforçando aos vários fatos históricos relativos à época do descobrimento do
Brasil, o PMAHC possui ainda relevante patrimônio arquitetônico de séculos passados,
o qual é constituído por edifícios militares e religiosos, dentre eles a Igreja de Nossa
Senhora de Nazaré, as ruínas do Convento Carmelita, do Antigo Quartel, do Forte
Castelo do Mar, da antiga Casa do Faroleiro etc.
A vegetação encontrada na área do parque e composta por indivíduos comuns
dos ecossistemas de mata atlântica, de tabuleiro e de restinga nordestina, os quais se
encontram nos status de capoeira densa e capoeira aberta (PERNAMBUCO, 2000).
Além da composição nativa representada pelos ecossistemas acima citados, Observa-
se a existência de espécies exóticas, que em grande parte correspondem a fruteiras.
Os aspectos relativos a geomorfologia são marcantes nas paisagens rochosas
componentes do PMAHC. As hipóteses de formação da modelagem atual do relevo da
área admitem que o mesmo se originou da sinergia entre tectonismo e modelagem do
relevo a partir de processos erosivos. Do ponto de vista evolutivo, a história paleo-
geológica da formação do Cabo de santo Agostinho remonta a Teoria da Evolução dos
Continentes, conhecida também como Teoria das Translações Continentais, proposta
por Wegener, em 1912. Considerando o ponto de vista desta teoria, a área em
questão seria o ponto final de ruptura dos continentes, há 100 milhões de anos, no
período cretáceo inferior. Embora existam provas relativas à mesma idade das rochas
encontradas no continente africano, essa suposição ainda não foi confirmada.

2. Diagnóstico

2.1 Caracterização da Trilha Calhetas – Casa do Faroleiro


Para a identificação das condições atuais da trilha que liga a praia de Calhetas à
Casa do Faroleiro, foram realizadas visitas de campo sistematizadas para que
mensurar os seguintes dados: a) comprimento aproximado da trilha com a utilização
de pedômetro; b) registro fotográfico das condições atuais da trilha e; c) descrição das
condições físicas, bióticas e sociais encontradas na trilha a partir de observação direta.

2.2 Classificação da Trilha Calhetas – Casa do Faroleiro


A análise dos dados obtidos na caracterização da trilha subsidiou a
classificação da mesma de acordo com o ROS, que é uma metodologia que consiste
em realizar um inventário das oportunidades recreativas do local baseado na análise
do entorno biofísico da trilha, sua infra-estrutura e condições sociais. Esta última diz
respeito ao número e qualidade de encontros com outros visitantes. O ROS classifica
as trilhas de acordo com um gradiente que vai do primitivo ao urbano, procurando
compatibilizar o tipo de trilha de acordo com determinado perfil de visitante.

2.3 Análise das Oportunidades e Restrições


Para esta análise foi construída uma matriz baseada nas oportunidades e
restrições, sugeridas por LECHNER (2006, p. 18), bem como foram listadas
oportunidades e restrições observadas durante as visitas de campo. Após a
elaboração da matriz foi realizada uma avaliação do número de restrições em relação
ao número de oportunidades, como uma forma de justificar a conservação da área e a
necessidade do planejamento de qualquer atividade de uso público.

ECOTURISMO: CONTRIBUIÇÃO PARA O MANEJO DE UNIDADES DE


CONSERVAÇÃO E PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O turismo tem crescido bastante em nível mundial, decorrente do aumento do


tempo livre e do poder aquisitivo da população, bem como pela motivação em
conhecer novos lugares. Segundo RUSCHMANN (2003, p. 75), “uma das maiores
motivações das viagens dos turistas se manifesta pela fuga dos ambientes urbanos e
poluídos e pela busca do contato com a natureza (ou biodiversidade) preservada”.
Num cenário em que os recursos naturais e histórico-culturais têm sido
utilizados de forma exacerbada pelo turismo, o ecoturismo surge com um novo
paradigma, onde se exige responsabilidade no uso desses recursos, de forma a
garantir a sua existência para usufruto de futuras gerações.
Apesar da grande discussão acerca do conceito do ecoturismo, em que muitos
autores defendem que o ecoturismo é uma nova filosofia de desenvolvimento
sustentável, que pode ser feito em qualquer lugar, seja ele natural ou não, adota-se
nesta pesquisa o conceito utilizado por CEBALLOS-LASCURÁIN (1996, apud DIAS,
2003, p. 110) que diz que:
o ecoturismo é aquela modalidade turística ambientalmente responsável,
que consiste em viajar a, ou visitar áreas naturais relativamente pouco
perturbadas com o fim de desfrutar, apreciar e estudar os atrativos naturais
(paisagem, flora e fauna silvestres) dessas áreas, assim como qualquer
manifestação cultural (do presente ou do passado) que ali se possa
encontrar, através de um processo que promove a conservação, tem baixo
impacto negativo ambiental e cultural e propicia o envolvimento ativo e
socioeconomicamente benéfico das populações locais.

Desta forma, baseado no conceito acima exposto, entende-se a atividade


ecoturística como algo condizente com objetivos estabelecidos em unidades de
conservação, que são “espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo
águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regimes
especiais de administração” (SNUC, 2000 apud MILANO, 2006, p. 15).
Através do ecoturismo em unidades de conservação é possível planejar a
atividade de forma a diminuir os impactos causados pela visitação e ao mesmo tempo
estimular a educação ambiental, de forma a sensibilizar os visitantes quanto aos
problemas ambientais, desenvolvendo, desta forma, uma nova cultura
conservacionista, tornando esta uma atitude de cidadania.
Das unidades de conservação existentes no Brasil, a que melhor apresenta
condições para o desenvolvimento do ecoturismo é a categoria Parque, que “tem
como objetivos de manejo os usos científicos, recreativos, culturais e educativos,
combinados com a preservação integral do ambiente natural; normalmente requerendo
áreas extensas, ambientes primitivos e pelo menos uma característica cênica especial”
(MILANO, 2006, p. 19). Desta forma, o uso público não só deve ser permitido, como
também incentivado, devendo a unidade oferecer condições para que isto aconteça.
Segundo a lei do SNUC (2000) todas as unidades de conservação devem ter
um plano de manejo, e este é constituído de vários programas e subprogramas,
estando o uso público previsto para o plano.
Uma das atividades mais procuradas por ecoturismo é o passeio por trilhas.
Desta forma, é imprescindível que a unidade de conservação tenha um planejamento
do uso dessas trilhas, a fim de que os impactos negativos possam ser minimizados.
Segundo LECHNER (2006, p. 13) um dos maiores problemas é que “as trilhas são
geralmente construídas ou melhoradas sem considerações mínimas com relação ao
seu papel no contexto de manejo da área ou quanto ao seu possível impacto sobre o
ambiente”.
Muitos gestores de unidades de conservação vêem as trilhas como de baixo
impacto, dando prioridade apenas para outras atividades da unidade de conservação.
Entretanto, é importante ressaltar que além dos impactos biológicos e físicos advindos
da visitação pública em trilhas, existe o impacto social, uma vez que se a trilha estiver
bem organizar, condizente com os objetivos de conservação da área e com os de
educação ambiental, o visitante terá seu nível de satisfação elevado, sensibilizando-o
para a importância da manutenção do patrimônio natural e histórico-cultural.
LECHNER (2006, p. 14) reforça essa idéia dizendo que “as trilhas podem
potencialmente auxiliar a alcançar objetivos conservacionistas e aumentar
oportunidades sociais com baixo impacto sobre o ambiente biofísico cortado pela
trilha”.
É importante entender que “de simples meio de deslocamento, as trilhas
surgem como novo meio de contato com a natureza”. (ANDRADE, 2003, p. 247).
Assim, a valorização dos recursos existentes na trilha é um potencial que ainda é
pouco usado, uma vez que a maioria das trilhas, seja localizada em áreas naturais
protegidas ou não, servem principalmente como acesso a atrativos maiores.

A TRILHA CALHETAS – CASA DO FAROLEIRO

A trilha analisada, que liga a praia de Calhetas à Casa do Faroleiro, possui


aproximadamente 1.700m, composta de paisagens heterogêneas, a partir da
integração de elementos como o mar, afloramentos rochosos, voçorocas e vegetação
de restinga e de tabuleiro.
O trecho inicial da trilha (Figura 2) é caracterizado pela presença de uma
subida que culmina na visualização de parte do litoral ao norte do Parque. Neste
trecho observa-se ainda, a presença de solos argilo-arenosos de origem metamórfica
e presença de vegetação ruderal exótica. Percebe-se a necessidade de estruturação
do leito da trilha, pois, em alguns pontos, o mesmo chegou a apresentar larguras
inferiores a 0,4m devido à ausência de manutenção da vegetação existente nas
margens da trilha (Figura 2).
Figura 2. Trecho inicial da Trilha Calhetas – Casa do Faroleiro
Autor: Josângela Jesus

Partindo deste segmento inicial da trilha, que se estende cerca de 310m, desde
o inicio da trilha, encontramos uma paisagem distinta onde a trilha se concentra sobre
as rochas cristalo-metamórficas e a vegetação característica da restinga é mais rala
(Figura 3). Neste segundo segmento, é notável a influência dos processos de erosivos
na formação da paisagem. O aspecto físico encontrado no leito trilha é similar ao
trecho inicial, no entanto percebe-se a ausência de indicação no caminho a ser
seguido durante a visitação, o que vem causando o aumento da erosão em alguns
pontos que não fazem parte do caminho principal da trilha. Considerando ainda este
segundo trecho da trilha, foi observada a presença de pontos vulneráveis a processos
erosivos (Figura 4), fazendo-se necessária a presença de estruturas como degraus,
para que sejam minimizados os efeitos do pisoteio e seja garantido um menor risco de
acidentes.
A partir de 1000m do início da trilha, torna-se possível o avistamento da Casa
do Faroleiro. Neste ponto a trilha se torna mais larga devido a presença de visitação
com automóveis (Figura 5). Neste último trecho da trilha, identifica-se que a paisagem
é similar ao segmento inicial, no entanto, visualiza-se a necessidade de um
ordenamento da trilha destinada à pedestres, para que o acesso da mesma por
veículos não seja estendido às áreas mais rochosas próximas ao litoral, que por
apresentar fatores como declividade e superfícies de rochas mais lisas, pode
ocasionar acidentes. Desta forma, além da sinalização necessária ao tráfego de
pedestres no trecho em questão, faz-se necessário, também, indicações para o
acesso de veículos.

Figura 3. Trecho a cerca de 310m do inicio da Trilha Calhetas – Casa do Faroleiro


Autor: Josângela Jesus

Figura 4. Trecho erodido da Trilha Calhetas – Casa do Faroleiro


Autor: Josângela Jesus

De maneira geral, a trilha é bastante freqüentada nos finais de semana e


feriados, principalmente por pessoas que moram na Região Metropolitana do Recife.
Em alguns trechos do Parque, em especial na trilha analisada, é possível encontrar
vestígios da estada desses visitantes, que deixam bastante lixo e também fazem fogo
para churrasco.

Figura 5. Trecho a cerca de 1000m do início da Trilha Calhetas – Casa do Faroleiro


Autor: Josângela Jesus

A trilha não possui infra-estrutura física, possuindo apenas sinalização


informativa nas ruínas da Bateria de Calhetas e da Casa do Faroleiro. Apesar de ser
oficialmente uma unidade de conservação, não existe no Parque fiscalização e sua
administração não fica localizada na área. Desta forma, é fácil identificar ações de
vandalismo, principalmente do patrimônio histórico e das placas.

CLASSIFICAÇÃO E PROPOSTA DE ADEQUAÇÃO DA TRILHA

O ROS é uma metodologia de manejo de visitação que foi criada pelo Serviço
Americano Florestal, e propondo que as experiências recreacionais e os benefícios
dela derivados aconteçam dentro de um conjunto particular de eventos que podem ser
vistos a partir de um gradiente, desde o primitivo ao urbano (LECHNER, 2006).
De acordo com o método ROS, e as características apresentadas da trilha
analisada, pode-se classificar a trilha como “natural”, uma vez que, segundo MITRAUD
(2006), a trilha natural deve ser desenvolvida com compactação que suporte um maior
tráfego de pessoas, estimando que haverá encontros entre eles. Desta forma,
sabendo da classificação da trilha, o visitante saberá que terá maior possibilidade de
encontrar outros visitantes. O leito da trilha não deve ultrapassar 1,50m, com
estruturas que visem controlar a erosão. LECHNER (2006) recomenda para trilhas
destinadas a pedestres a largura entre 0,60m e 0,95m. Assim sendo, a trilha em
estudo necessitaria de uma estruturação que aumentasse a área do leito para que,
desta forma, a visitação se concentre no leito da trilha, evitando que com as visitas o
leito seja alargado indevidamente.
A trilha Calhetas – Casa do Faroleiro é uma caminhada relativamente pesada,
devido às características do relevo devendo ser informado ao visitante. A trilha deve
ser realizada em horários de temperatura mais amena, uma vez que fica em área
costeira, onde a vegetação é rasteira, existindo poucas áreas sombrosas. Segundo
ANDRADE (2003, p. 248) “as trilhas de longa distância valorizam a experiência do
visitante que busca deslocar-se por grandes espaços selvagens...”. Desta forma, a
trilha apresenta grande oportunidade de experiências diretas com o ambiente natural e
histórico, que necessita de um bom planejamento para ser bem aproveitada.
É interessante que haja na área lugares para descanso, entretanto, sendo
estes bastante discretos. À entrada da trilha deve haver ainda sinalização mostrando o
percurso a ser feito, características relevantes da trilha, assim como seu grau de
dificuldade e sua classificação. É importante também que haja sinalização nas áreas
de descanso, evitando placas no percurso da trilha, sendo necessário apenas em
alguns lugares, como aqueles onde haja desvio.
Percebe-se a necessidade de manutenção da vegetação existente nos pontos
iniciais da trilha, pois a presença da mesma dificulta o trajeto do visitante e pode
causar acidentes. O monitoramento constante da trilha é algo imprescindível, uma vez
que o histórico da área é fortemente marcado por vossorocamentos.
Esta trilha surgiu de maneira espontânea, utilizada pela comunidade local e por
visitantes de municípios adjacentes. Esta pesquisa sugere então que a trilha seja
implementada oficialmente, de forma que receba atenção pelos administradores, e
seja tida como um atrativo turístico. Pode-se criar material informativo impresso
(folder, mapa-guia), que junto com a sinalização adequada da trilha dará subsídio para
o trabalho de guias e também para o desenvolvimento de trilhas autoguiadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise desenvolvida nessa pesquisa mostrou a necessidade de que há um


planejamento da trilha, de forma que ela passe a ser trabalhada como um atrativo do
Parque Metropolitano Armando de Holanda Cavalcanti. A trilha vem sendo utilizada
sem nenhuma restrição, de modo que é possível averiguar impactos negativos no que
diz respeito ao desvio da trilha já existente, disposição de resíduos sólidos no
caminho, pixações nas rochas e aceleração de processos erosivos. A organização da
trilha é importante tanto para a manutenção do patrimônio natural da área, como
também a minimização dos impactos negativos sobre o rico legado histórico que
possui.
Portanto, é importante que a visitação contribua com os objetivos de
conservação dos recursos naturais e histórico-culturais existentes nesta área, que se
destaca no Estado de Pernambuco, por suas características singulares.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, W. J. Implantação e manejo de trilhas. In: MITRAUD, S. (Org.). Manual de


ecoturismo de base comunitária: ferramentas para um planejamento
responsável. Brasília: WWF Brasil, 2003.

BRASIL. Lei n° 9.985 de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1°, incisos I,
II, III e VI, da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza e dá outras providências. Coletânea de legislação de
direito ambiental e constituição federal. 3ª ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2004.

DIAS, R. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2003.

LECHNER, L. Planejamento, implantação e manejo de trilhas em unidades de


conservação. Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. Cadernos de
Conservação, ano 3, n. 3. Curitiba, 2006.

MILANO, M.S. Conceitos básicos e princípios gerais de planejamento, manejo e


administração de unidades de conservação. In: Curso de Planejamento e Manejo de
Áreas Naturais Protegidas. Apostila. Guaraqueçaba, 2006. p. 5-50.

MITRAUD, S. F. (Org.). Uso recreativo no Parque Nacional Marinho de Fernando


de Noronha: um exemplo de planejamento e implementação. Brasília: WWF Brasil,
2001.

PERNAMBUCO. Plano estratégico do Parque Metropolitano Armando de Holanda


Cavalcante. Governo do Estado de Pernambuco, 2000.

PREFEITURA MUNICIPAL DO CABO DE SANTO AGOSTINHO. Inventário turístico:


Cabo de Santo Agostinho. Cabo de Santo Agostinho: 2003.

RUSCHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio


ambiente. 10 ed. Campinas, SP: Papirus, 1997.

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