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1º Horário
CRIMES CONTRA A PESSOA
Introdução
Crimes Contra a Vida: Homicídio
2º Horário
CRIMES CONTRA A PESSOA (continuação)
Crimes Contra a Vida (continuação): Homicídio (continuação), Instigação,
Induzimento e Auxilio ao Suicídio, Infanticídio
1º HORÁRIO
Introdução
I e II: trazem os motivos determinantes. São de cunho subjetivo: jamais haverá um crime de
homicídio qualificado-privilegiado com situações previstas nesses incisos conjugada com o
parágrafo primeiro, pois se trata de duas figuras de cunho subjetivo.
Os outros incisos (III – meios; IV – forma): são de natureza objetiva, podendo configurar um
homicídio privilegiado-qualificado (só qualificadoras objetivas podem formar o homicídio
qualificado-privilegiado).
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V: traz hipótese de conexão do homicídio com outro crime. Também são aspectos de
natureza subjetiva.
Obs.: Lei 9.434/97, art. 3 (lei de doação de órgãos): considera a morte consumada com
base no cessamento da atividade cerebral.
Início da vida
A partir do rompimento da bolsa, do saco amniótico. Antes desde momento poderá ocorrer a
figura do aborto.
O art. 1º, I da lei 8.072, será hediondo o homicídio simples, aquele cometido em atividade de
extermínio. Se na atividade de extermínio ficar configurado um relevante valor social, o
homicídio não será mais hediondo (fim nobre).
Violenta emoção, logo, em seguida a injusta provocação da vítima: pelo art. 28, I do CP não
pode ser utilizada para excluir imputabilidade penal. Mas, aqui, se trata de causa de
diminuição de pena de 1/6 a 1/3 (um artigo não exclui o outro). O estado de emoção tem
que ter sido despertado logo, em seguida, a uma injusta provocação da vítima (feita ao
próprio autor ou a terceiro).
Obs.: Legítima Defesa Imprópria: ocorre quando age com violenta emoção após injusta
provocação. Não é legítima defesa porque não há agressão, mas apenas provocação.
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- Motivos determinantes: paga, promessa de pagamento ou qualquer outro motivo torpe
“Ou outro motivo torpe”: interpretação analógica (é uma analogia dentro da lei): qualquer
outra situação que se assemelhe ao pagamento ou à promessa de pagamento (é diferente
de analogia que só é admitida quando beneficiar o réu).
- Meios
Obs.: Tortura: lei 9.455, art. 1º, § 3º. Nesse artigo o sujeito morre em virtude da tortura,
porém a finalidade era torturar. No homicídio qualificado a tortura é utilizada como meio de
matar.
- Formas de execução
Dissimulação:
STJ – HC 0378 – portador do vírus da AIDS (relação sexual com intenção de matar):
responderá por tentativa de homicídio qualificado.
- Conexão
Ocultação: significa que o crime ainda não foi desvendado, impede a descoberta do crime.
Impunidade: significa que se sabe da existência do crime, mas não se sabe quem é o autor.
2º HORÁRIO
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CRIMES CONTRA A PESSOA (continuação)
Homicídio (continuação)
De todos os crimes contra a pessoa é o único crime que admite a forma culposa.
§ 4º, primeira parte – forma culposa qualificada: são situações que qualificam o crime
culposo:
Obs.: art. 305, Lei 9.503 (CTB): aqui não há inconstitucionalidade, porque não é “para fugir
do flagrante”, mas para “fugir da responsabilidade penal”.
Obs.: HC 84.380 do STF – homicídio culposo qualificado pela omissão de socorro. Mesmo
com a morte imediata, instantânea, incide a qualificação pela omissão de socorro.
É uma causa de extinção da punibilidade que só pode ser usada quando a lei permitir.
Trata-se de uma sentença declaratória.
É um direito público subjetivo, embora o artigo diga “poderá”.
O CTB também prevê a figura do perdão judicial.
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Inimputáveis: não têm a capacidade de discernimento. Caracteriza-se o homicídio.
É crime de dano, pois exige uma agressão ao bem jurídico penalmente protegido (não pode
haver dolo de perigo).
- É crime unissubjetivo: eventualmente pode ser praticado por duas ou mais pessoas.
Obs.: Atos materiais: o auxílio não pode levar o indivíduo a realizar atos materiais de matar,
pois senão responderá por homicídio.
Obs.: Pacto de morte: quem pratica atos materiais pode responder por homicídio. Quem não
realiza atos materiais poderá responder por participação em suicídio.
II: tem que ser feita uma interpretação lógica, sistêmica para saber quem é “menor”. Art.
224, CP: haverá presunção de violência quando a vítima for menor de 14 anos:
O inciso II também exige que a capacidade de resistência tenha sido reduzida – se houver
sido totalmente suprimida haverá homicídio.
O legislador optou por um critério fisiológico: a mãe tem que estar sob influência do estado
puerperal (é um estado em que todas as mães entram após o parto).
O início do parto ocorre com a ruptura da bolsa: a partir daí poderá haver infanticídio ou
homicídio.
Estado Puerperal: se atingir um viés patológico, de doença mental – art. 26, CP – isenção
ou redução de pena com imposição de medida de segurança.
Obs.: art. 61, II “e” e “h” – a mãe responde pela agravante da letra “e” já que praticou o crime
contra descendente/criança? Não porque esse fato já é do próprio tipo penal o que poderia
acarretar bis in idem.
Obs.: Infanticídio Putativo: matar o filho de outrem, pensando que era o seu por estar em
estado puerperal.
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Obs.: “durante ou logo após o parto”: se não houver essa relação de imediatidade, mesmo
que haja estado puerperal, não haverá infanticídio, mas homicídio.
Obs.: Mulher tenta se matar, sabendo-se grávida: se não morrer e o feto morrer, responderá
por auto-aborto. Se nem um nem outro morrer será punida por tentativa de infanticídio (não
existe tentativa de suicídio).
Obs.: o art. 124 e o art. 126 representam uma exceção à Teoria Monista, Unitária, pois cada
agente responderá por um crime distinto.
Aqui tem que haver resultado morte ou lesão corporal que advêm de culpa: crime
preterdoloso (o aborto é que é doloso).
Art. 129, § 2º, V do CP: há dolo em relação à lesão e o aborto advindo de culpa – tem que
ter ciência de que a vítima era gestante (tem que ter consciência da gravidez). Se tiver dolo
para a lesão e para o aborto haverá concurso formal imperfeito.
- Aborto Necessário: tem que ser praticado por médico. Se a pessoa que fizer o aborto
não for qualificada, isto é, médico (ex.: enfermeira) poderá ser beneficiado pelo estado
de necessidade;
- Aborto Sentimental: estupro + consentimento da gestante. Aplica-se por analogia a
atentado violento ao pudor.
Bibliografia: Cezar Roberto Bittencourt, Rogério Greco, Guilherme Nucci (CP Comentado).