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Assuntos Tratados

1º Horário
 Resultado (continuação) normativo/jurídico e naturalístico; teorias para fazer a distinção
entre atos preparatórios e atos executórios (fazendo revisão da última aula)
 Crimes que não admitem tentativa
 Quando se consume o crime
 Classificação das tentativas: tentativa perfeita, tentativa imperfeita
 Desistência voluntária, arrependimento eficaz, arrependimento posterior
 Crime impossível (artigo 17 do CPB)

2º Horário
 Crime impossível (continuação)
 Nexo causal; concausa; processo hipotético de Thyrènn
 Teoria da Imputação Objetiva
 Tipicidade
 Papel da Tipicidade

1º HORÁRIO

Resultado
Artigo 14 do CPB
Todos os crimes possuem resultado. Este pode ser:
1. Normativo/jurídico: é a contrariedade ao ordenamento.
2. Naturalístico: apresenta modificação no mundo físico.
Isso é importante, porque às vezes se quer um resultado, mas não é conseguido por vontade
alheia à vontade do agente. Então surge a necessidade de estudar o inter criminis.

Inter Criminis
É o caminho percorrido pelo agente para a prática de uma conduta. Esta tem os seguintes
momentos:
- Cogitação: fase interna, pensamento livre. Essa fase não é punível em regra. No entanto, no
artigo 286, o que se pune é o que seria a cogitação em outro crime, mas o legislador
estabeleceu tal conduta como crime autônomo.
- Atos preparatórios: são em regra impuníveis. Excepcionalmente, pode haver a punição. Ex.:
art. 291 do CPB.
- Atos executórios: (art. 14, II, do CPB) aqui ele já demonstra vontade de chegar ao próximo
estágio, mas não consegue, por circunstâncias alheia a sua vontade.
- Consumação: (art. 14, I, do CPB) vai ocorrer quando todos os elementos do tipo penal
estiverem presentes.

O exaurimento: não integra o inter criminis, porque ocorre numa fase posterior a consumação. Ex.:
art. 317. Quando ele solicita a vantagem, o crime já está consumado. Quando recebe o valor,
surgirá nesse momento o exaurimento do crime.

Várias teorias surgiram para tentar diferenciar ato preparatório dos atos executórios:
1. Teoria subjetiva que considera somente a intenção do agente;
2. A teoria objetiva formal (mais aceita): considera a tentativa a partir do momento em que se
começa a praticar a conduta descrita pelo verbo do tipo penal. Ex.: o ato executório vai
começar quando começa a “matar”, por exemplo;
3. A terceira teoria é a objetiva material: para a qual a tentativa começa quando o bem começa a
correr perigo;
4. Teoria da hostilidade ao bem jurídico: só tem atos executórios a partir do momento em que o
bem jurídico está ameaçado concretamente, ou seja, perigo concreto.

Utiliza-se o critério objetivo-subjetivo. Neste, o agente tem que praticar atos (objetivos) idôneos ao
resultado, com intenção (subjetivo) inequívoca de alcançar a fase dos atos executórios. Logo,
somente mirar uma arma contra uma pessoa é ato preparatório, porque não praticou ato idôneo.
No entanto, no momento em que começa a efetuar o disparo (acionar a tecla do gatilho) aí já
haverá os dois requisitos e, logo, já estará na fase executória.

O art. 14 e seu parágrafo único reconhecem que a pena da tentativa corresponde à pena do crime
consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. Esse índice de redução será aplicado de maneira oposta à
proximidade que o agente tenha chegado da consumação. Logo, quanto mais se aproximar da
consumação, menor será o índice de redução, ou seja, 1/3. Essa escolha mostra que em relação
aos crimes tentados se adotou a teoria objetiva. Ou seja, considera-se o que foi feito e não a
intenção do agente. Há, no entanto, exceção a essa regra nos crimes de atentado, para os quais a
pena da tentativa será a mesma da pena imposta ao crime consumado. Ex.: art. 352 do CPB e
309 do Código eleitoral.

Crimes que não admitem tentativa

- Culposos: porque o agente não quer e não assume o resultado. A única exceção é aquela na
qual ocorre a culpa imprópria, que se origina do erro de tipo essencial vencível (art. 20 do
CPB).
- Crimes preterdolosos: isso porque a primeira conduta é dolosa e o resultado é imputado a
título de culpa
- Crimes unissubsistentes: é aquele em que não comporta fracionamento na sua conduta. Ex.:
calúnia.
- Crimes condicionados: o legislador só admite a punição se ocorrer determinado resultado
previsto no tipo penal. Ex.: art. 122. Isso porque só será punível se resultar ao menos em lesão
grave para a pessoa que tenta o suicídio.
- Contravenção penal: isso por expressa disposição do artigo 4º da lei de contravenções
(Decreto Lei 3.688/41).
- Omissivos próprios (já foi visto na primeira aula): o agente se abstém de realizar a conduta,
mas o crime já está consumado; ou ele pratica a conduta e não há crime.
- Crimes de atentado: Ex.: art. 3º da lei de crimes de abuso de autoridade. Nesse caso, ao
praticar a conduta, mesmo que ela não se consume, a punição será a mesma da infração
consumada.
- Crimes Permanentes Omissivos: é o caso do médico que retém o paciente no hospital
mesmo quando ele obteve alta. Isso porque ele continua mantendo o paciente “preso” sem
que o devesse fazer.
- Crimes habituais: exige reiteração de atos. Ex.: art. 230 do CPB (rufianismo). A prostituição
se dá de maneira habitual.
- Crime continuado: o réu pratica duas ou mais ações que levam a dois ou mais crimes, mas
que, pelas circunstâncias de tempo, lugar e modo, fazem com que sejam considerados um
crime somente. A doutrina entende que não há tentativa de crime continuado. No entanto, a lei
não impede a tentativa dos crimes que compõem o crime continuado.

Quando se consume o crime


Vai depender de qual espécie de crime está se tratando. Então:
- Os crimes materiais: se consumem com efetivação do resultado naturalístico. Ex.: o
homicídio com a morte.
- Os crimes culposos: também se consumem com o resultado naturalístico.
- Os crimes omissivos impróprios: também se consumem com a produção do resultado
naturalístico. Ex.: Delegado nega socorro ao preso. O crime se consume quando o preso
morre.
- Preterdolosos: vão se consumar com a produção do resultado naturalístico que é culposo.
- Omissivos próprios ou crimes de mera conduta: consume-se com a prática da conduta,
independente do resultado.
- Crimes formais: o legislador descreve a conduta e o resultado, mas este é exigido para que o
crime se consume. Ex.: no caso de extorsão mediante seqüestro, independentemente de
receber ou não o resgate, o crime já estará consumado.
- Preterintencionais (crimes qualificados pelo resultado): consumem-se com o resultado
naturalístico. A única exceção é a do caso em que há dolo na conduta e culpa no resultado
qualificador (visto na aula passada).
- Crimes permanentes: são aqueles em que a consumação se arrasta no tempo. Ex.:
seqüestro. Porque, enquanto a vítima estiver em cativeiro, a consumação está se prolongando
no tempo.

Classificação das tentativas


As tentativas podem ser classificadas de várias maneiras. Incruenta ou Branca: não causa
ferimentos na vítima. Contrapondo-se à primeira temos a cruenta e que atinge a vítima.

A tentativa imperfeita ou propriamente dita: o agente não esgota os meios disponíveis para se
consumar a infração. Aqui há desistência voluntária (art. 15 do CPB). O agente diz “posso, mas
não quero!”. Ou seja, ele tem condições de continuar na fase dos atos de execução, mas não
prossegue. Nesse caso, ele só responde pelos atos praticados. Ex.: se o agente efetua um
disparo e arma de fogo contra a vítima querendo a sua morte e desiste de efetuar outros disparos
e a vítima sobrevive, ele não responde por tentativa de homicídio, mas somente por lesão
corporal. É uma causa de exclusão de tipicidade da tentativa.

Tentativa Perfeita ou crime falho: o agente pratica todos os atos executórios disponíveis, mas o
crime não se consume. Aqui há arrependimento eficaz (art. 15 do CPB). O indivíduo já fez tudo
que era possível para que o delito se consumasse. No entanto, ele pratica condutas para evitar o
resultado, e consegue evitá-lo. Ele vai responder também pelos atos praticados e, não pelo crime
que desejava quando dos atos executórios.

No entanto, para que se possa utilizar um desses dois benefícios, não se pode chegar à
consumação. Isso porque, no artigo 16 do CPB, encontramos o arrependimento posterior, no
qual a manifestação do agente ocorre após a consumação.

E ainda: para que se possa falar em arrependimento posterior, não pode o crime ter sido praticado
com violência ou grave ameaça, deve haver a reparação do dano, e, por último, o crime deve ter
ocorrido antes do recebimento da denúncia ou queixa-crime.

O arrependimento posterior traz o benefício da redução de pena de 1/3 a 2/3. Logo, é causa geral
de redução de pena. Ex.: furto em que o autor comete crime sem violência ou grave ameaça.
Nesse caso, se ele restituir a coisa e/ou reparar o dano, terá o benefício, que estará de acordo
com o tempo em que reparar o dano. Quanto mais cedo ele se arrepender, maior será o índice do
benefício.

Obs.: A súmula 554 do STF tem primazia em relação ao artigo 16 do CPB, em se tratando de
cheques (em todo caso, estaria extinta a punibilidade daquele que depositasse o valor antes do
recebimento da denúncia).
Súmula 554 do STF: O PAGAMENTO DE CHEQUE EMITIDO SEM PROVISÃO
DE FUNDOS, APÓS O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA, NÃO OBSTA AO
PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO PENAL.

Se o arrependimento for posterior ao recebimento da denúncia ou queixa, será uma circunstância


genérica de redução de pena (art. 65, III, b do CPB).

Obs.: o arrependimento posterior se aplica a leis especiais? O artigo 12 do CPB afirma que as
normas da parte geral do código podem ser aplicadas a outras leis. Isso, no entanto, vai
depender. No caso, por exemplo, de um empresário que sonegou muito dinheiro pagar o que
devia (mesmo após estar denunciado e mesmo após a condenação em primeira instância), que
será beneficiado pela extinção da punibilidade (art. 9, § 2º da Lei 10.684/03) e não somente pela
diminuição da pena. O mesmo ocorre no caso peculato culposo (art. 312, § 3º do CPB).

Crime impossível
Tentativa inidônea
Quase crime
Tentativa inadequada
O legislador baliza situações em que não se pune a tentativa. Essas situações são tratadas sob
dois aspectos diferentes, relacionados com o:
1. Objeto material absolutamente impróprio: (já foi explorado quando se tratou do sujeito
passivo e do objeto do crime) refere-se a uma conduta contra a pessoa ou objeto que não
pode ser o sujeito passivo daquela conduta. Ex.: dar uma facada no desafeto que está deitado
em um banco. Se o exame posterior atestar que ele já estava morto quando recebeu a facada,
não se pode imputar o crime de homicídio. Obs.: quando o legislador exigiu o objeto material
absolutamente impróprio, ele optou pela teoria objetiva temperada. Esta exige que o meio
seja sempre absolutamente impróprio. A outra teoria é a teoria objetiva pura, que diferencia as
situações em que o objeto é relativamente impróprio das situações em que esse mesmo
objeto seria absolutamente impróprio. Então se o objeto for relativamente impróprio, o autor
vai responder normalmente.
2. Meio executório absolutamente inidôneo/ineficaz: refere-se ao meio utilizado. Se for
relativo, responderá. Ex.: afirmar que vai matar, utilizando arma sem munição. Nesse caso, o
meio é absolutamente inidôneo. No entanto, se estiver municiada e as munições não
deflagrarem, o meio será relativamente ineficaz e o agente irá responder. CAPEZ adverte que
essa análise será feita no caso concreto. Ex.: se utilizar uma arma sem munições e a vítima
morrer de susto quando vê esta arma, responde por meio relativamente inidôneo.

O artigo 17 se relaciona com a súmula 145 do STF e se refere ao flagrante preparado.

Súmula 145 do STF: NÃO HÁ CRIME, QUANDO A PREPARAÇÃO DO


FLAGRANTE PELA POLÍCIA TORNA IMPOSSÍVEL A SUA CONSUMAÇÃO

2º HORÁRIO

Crime impossível (continuação)


Flagrante preparado: é o agente que induz alguém a iniciar a execução de um crime que jamais
será consumado devido ao aparato criado para impedir a sua consumação. A referida súmula se
refere somente ao policial. Mas a doutrina já admite a sua aplicação para o particular, como no
caso do patrão que deixa estrategicamente várias roupas para que sua empregada, de quem
desconfia, possa furtar. A empregada não cometeu crime, porque o flagrante foi preparado.

Obs.: o flagrante preparado não se confunde com o flagrante esperado, porque neste o agente
somente espera a consumação. No flagrante preparado, incentiva-se a prática do crime que não
se consumará devido ao aparato montado para impedir a consumação.

Nexo causal
É a relação de causa e efeito entre a conduta praticada e o resultado. O nosso Código Penal
adotou, no artigo 13, a teoria da equivalência dos antecedentes causais. Ou seja, tudo que
contribui para o resultado é causa e todas elas recebem o mesmo tratamento. Então, quem atirou,
quem vendeu a arma e quem fabricou a arma são todos responsáveis por uma causa, em
princípio, relacionada a um crime que teve como instrumento a referida arma.

Hoje já se discute que o nosso código fez a opção pela teoria das fontes formais do dever
garantidor em relação aos crimes omissivos impróprios. Para essa teoria, é a própria fonte formal
que vai trazer a causa para a imputação do resultado. É utilizada no caso do “garantidor”.

Existem ainda outras teorias que não foram utilizadas pelo código:
1. Teoria da causalidade adequada: considera-se como causa uma situação que pode ser
adequada para alcançar aquela finalidade. Essa relação de causalidade é estabelecida por
estatísticas.
2. Teoria da relevância jurídica: haverá causa exclusivamente quando o resultado for previsível.
Ex.: é previsível que alguém que é alvejado por um tiro morra.

Para se limitar a possibilidade de atribuição do que é causa para a teoria da equivalência dos
antecedentes, utiliza-se o processo hipotético de eliminação de Thyrèen. Para este, teremos
causa sempre que alguém modifica o curso normal dos acontecimentos. Para aplicá-lo, basta
perguntar se o resultado aconteceria do jeito que ocorreu se o sujeito ativo não tivesse atuado.

Concausa
Quando se tem mais de uma causa concorrendo para o resultado. Essas concausas podem ser:
1. Absolutamente independentes: sempre que tivermos duas causa que por si poderiam
provocar o resultado. Estas podem ser:
a. Pré-existentes: Ex.: “A” atira contra uma pessoa sem saber que minutos antes esta tinha
ingerido veneno ministrado por “B”. Tanto o veneno quanto os disparos poderiam ter
causado a morte.
b. Concomitantes: as duas causas ocorrem ao mesmo tempo. Ex.: “A” atira em “B” e nesse
exato momento “B” é fulminado por um raio.
c. Supervenientes: é a outra face da pré-existente. Ou seja, considerando-se a ação de “B”,
“A” praticou uma conduta superveniente em relação ao veneno.
No caso das concausas absolutamente independentes, o agente só responde pelos atos
praticados e não pelo resultado. Então, “A” vai responder somente por tentativa se ficar provado
que a vítima morreu em razão do veneno. O mesmo ocorre com “B” se a vítima tiver morrido em
razão dos disparos.
2. Relativamente independentes: Ex.: “A” atira em “B” que tem hemofilia. Estas também podem
ser pré-existentes e concomitantes. Nesse caso, em regra, o agente responde pelo resultado.
Mas devem ser feitas algumas ponderações:
a. Se ele atira pra matar e mata em razão dos disparos, responderá por homicídio;
b. Se a vítima morre em razão da hemofilia:
i. Se o autor sabia da hemofilia, responde por lesão corporal seguida de morte (art. 129,
§ 3º do CPB);
ii. Se não sabia, responde pelo artigo 129, caput.
Ainda, se esta causa for superveniente, ou seja, ocorrer após a primeira conduta: devem ser
feitas também algumas considerações:
c. Se a causa é ordinária/previsível: Ex.: se a vítima do tiro contrai infecção hospitalar e vem
a falecer em razão dessa infecção, o agente responde por homicídio
d. Se a causa é extraordinária/imprevisível: Ex.: o paciente no hospital morre em razão da
queda da laje do hospital que desabou. O agente só responde pelos atos praticados. Isso
porque essa causa superveniente, desabamento, por si só produziu o resultado.

Teoria da Imputação Objetiva


Essa teoria passa a prestigiar o vínculo normativo, desprestigiando o vínculo naturalístico. Com
isso, busca-se excluir a tipicidade. Ex.: se um cofre está caindo do 10º andar e cai na cabeça de
“A”, e “B”, para evitar que “A” seja atingido, empurra-o e o joga no chão, causando lesão corporal,
“B” não comete crime porque agiu para diminui o risco a que “A” já estava submetido.

Portanto é uma teoria que tem a função de afastar a responsabilidade penal. Ou seja, deveria se
chamar teoria da não-imputação objetiva.

Essa teoria teve dois pensadores principais que se dedicaram a tipos de crimes diferentes:
1. Roxin, que se dedicou aos crimes de resultado, defendia que essa teoria se aplica nos
seguintes casos:
a. Se o agente atua para diminuir o risco, não há nexo de causalidade entre sua conduta e o
resultado. Logo, ele não praticou fato típico.
b. O agente deve criar o risco jurídico relevante para o resultado, do contrário não pode ser
imputada a causa a ele. Ex.: genro que dá passagem aérea para sua sogra viajar torcendo
que o avião caia, vindo isso realmente a acontecer em razão de turbulência. Ele não
responde, porque não praticou causa relevante para o resultado.
c. O agente deve aumentar o risco permitido para ser punido. Exemplo do empresário que
compra pele em que deveria ser aplicado um remédio antes do manuseio. Se o empresário
não aplica o remédio e alguém morre, ficando demonstrado que essa morte se deu em
virtude da falta do tratamento da pele, ele responde pelo crime. Se a morte não se deu
pela ausência do tratamento, não responde.
d. Esfera de proteção da norma: a norma jurídica protege os bens jurídicos dos
desdobramentos diretos da conduta e não dos vínculos indiretos. Ou seja, somente podem
ser imputadas ao agente as conseqüências diretas de sua conduta. Logo, se “A” pede para
seu amigo vigiar algo e “C” subtrai esse algo, o amigo não responde pelo furto que foi
praticado por “C”.
2. Jakobs, que se dedicou mais aos crimes de comportamento. Ele entende que a imputação
objetiva se aplica quando estiver presente:
e. Risco permitido: nesse caso, se o agente pratica condutas que são permitidas, não comete
crime. Exemplo da luta de judô na qual, se um machucar o outro dentro das regras, não
comete crime, porque é um risco permitido.
f. Princípio da confiança: o agente atua pensando que o outro também o fará. Ex.: médico vai
colocar pinos na perna de alguém que já estava na mesa de cirurgia e com a perna já
“aberta”. Se posteriormente descobre-se que tais pinos foram colocados na perna errada,
o médico que colocou os pinos não responde, porque agiu na confiança de que quem
“abriu” a perna do paciente abriu a perna certa.
g. Proibição de regresso: se o agente não extrapola seu papel em sociedade, ele não pode
ser responsabilizado pela conduta feita a partir daí. Exemplo do assassino que vai à
padaria e compra pães afirmando que vai matar alguém envenenado com aqueles pães; o
padeiro não vai responder, porque seu papel na sociedade é fabricar e vender pães.
Diferente seria se ele fizesse o pão já envenenado a pedido do assassino.
h. Competência e capacidade da vítima: se a vítima tem competência e capacidade para
entender os perigos de sua conduta e ainda assim a pratica, outro não responde pelo
resultado. É o caso do Instrutor de saltos com corda elástica. Se alguém pular com a corda
elástica e sofrer danos em conseqüência do “tranco” que tal esporte proporciona, o
instrutor não responderá se houver orientado o praticante. Se a corda, contudo, arrebentar,
aí sim o instrutor responderá, por falha no instrumento.

Obs.: essa teoria não tem aplicação jurisprudencial, tendo somente aceitação doutrinária.

Tipicidade
É o quarto elemento do fato típico. Há dois tipos de tipicidade:
1. Formal: ocorre quando o comportamento se adéqua a uma conduta prevista em lei.
2. Material: analisa se o bem jurídico foi realmente atacado. Ou seja, analisa-se o princípio da
insignificância (ou crime de bagatela), o que retirará a tipicidade da conduta não havendo
crime.

O tipo penal tem três funções básicas:


1. Garantia: o Estado não pode punir se a conduta não estiver tipificada como passível de
punição.
2. Fundamentadora: é o tipo penal que fundamentará a punição de alguém em sentença penal.
3. Selecionadora: é o tipo penal que selecionará a punição para determinada conduta.

Papel da Tipicidade
Há duas teorias para explicar esse papel:
1. Teoria ratio essendi: o fato só será típico se for antijurídico. Então, não se separa fato típico da
antijuridicidade. Há uma associação entre fato típico e ilícito (os dois primeiros elementos do
conceito analítico de crime). Quando se aplica essa teoria estamos diante do tipo total do
injusto. Aqui também a teoria dos elementos negativos do tipo, porque no próprio tipo
penal estarão as situações que excluirão a sua imputação. Com essa teoria, o fato típico
definido no artigo 121 do CPB, por exemplo, seria descrito da seguinte forma: “matar alguém,
salvo em legítima defesa: pena 6 a 20 anos de reclusão”
2. Teoria ratio cognoscendi: o fato típico é indício de que a conduta também é antijurídica. É um
fato indicativo de antijuridicidade.

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