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Unidade Curricular:

Cárdio-Respiratório I

Problema:

Asma e Exercício

Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto

Fisioterapia

1º ano - Turno 4
Asma e o Exercício

Ano Lectivo 2008/09

Índice

Índice de Ilustrações....................................................................................................3
Introdução....................................................................................................................4
1. Anatomofisiologia Cárdio-Respiratória....................................................................5
2. Adaptações ao exercício..........................................................................................16
1.1. Adaptações agudas ao exercício.......................................................................18
1.2. Adaptações crónicas ao exercício....................................................................20
3. Outras adaptações ao exercício...............................................................................22
1.3. A nível muscular..............................................................................................22
1.4. A nível energético............................................................................................22
4. Adaptações provocadas por diferentes tipos de exercícios.....................................23
5. Asma.......................................................................................................................26
1.5. Patologia..........................................................................................................26
1.6. Epidemiologia..................................................................................................27
1.7. Causas da Asma...............................................................................................27
1.8. Diagnóstico......................................................................................................28
1.9. Tipos de Asma..................................................................................................29
1.10. Tratamento.....................................................................................................31
1.11. Qualidade de vida e asma...............................................................................32
Conclusão...................................................................................................................34
Bibliografia................................................................................................................35
ANEXOS...................................................................................................................39
Mapa Conceptual...................................................................................................40
Anexo I...................................................................................................................42
Anexo II.................................................................................................................43
Anexo III................................................................................................................44
a. Anexo IV.............................................................................................................45
Anexo V.................................................................................................................46
Glossário................................................................................................................47
Actas.......................................................................................................................48

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Asma e o Exercício

Índice de Ilustrações

Ilustração 1 - Linhas de orientação da parede torácica.................................................5


Ilustração 2 - Anatomia de Superfície do Esqueleto da Parede Torácica......................6
Ilustração 3 - Cavidade Torácica...................................................................................7
Ilustração 4 - Músculos envolvidos na respiração (vista anterior e posterior).............9
Ilustração 5 - Traqueia.................................................................................................11

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Asma e o Exercício

Introdução

O facto de vivermos numa era em que a industrialização atinge níveis altíssimos propicia o
aparecimento de um maior número de casos devido a factores como a poluição, exposição a
diversos agentes que são induzidores de sintomas. Conhecida como uma inflamação crónica das
vias aéreas, a asma, produz no indivíduo sintomas como apneia, dispneia, broncoespasmo, pieira
entre outros o que leva ao desencadeamento de diversos mecanismos. Todo o processo que é
desencadeado desde a altura em que a inflamação ocorre, até ao retorno a um estado de vida
saudável compreende inúmeros fenómenos, os quais englobam o processo de entrada do ar no
organismo e todo o seu percurso estruturalmente o que acontece durante o fenómeno respiratório e
quais as implicações a nível funcional e estrutural que uma doença crónica como a asma induz no
indivíduo. Sabendo que existem diferentes tipos de asma e que esta pode ser causada por factores
diferentes é compreensível que esta seja uma doença cujo tratamento não é padrão. Neste caso, o
sistema cardio-respiratório e a forma como todo o processo se desenvolve, desde o processo
inflamatório até ao retorno à vida normal por parte do indivíduo, assim como as respostas do
organismo, as alterações tanto a nível funcional como estrutural, a medicação adequada aos tipos de
asma e finalmente quais os processos que visam adaptar e melhorar o estilo de vida à doença, como
é especificamente o caso a prática desportiva. A asma trata-se de uma das doenças crónicas mais
frequentes na criança e no jovem. A sua incidência e prevalência têm vindo a crescer ao longo dos
anos, pelo que representa um problema para a Saúde Pública.

Actualmente existem novos métodos para diagnosticar, tratar e controlar a asma e sabe-se
que os custos da doença a nível individual e social podem, hoje, ser minimizados. A educação e
capacitação do doente asmático contribuem de forma decisiva para o sucesso da terapêutica. Deste
modo, o profissional de saúde deve ter em conta este aspecto uma vez que é um dos pilares
fundamentais em que se baseiam os programas de prevenção e promoção da saúde.

Constitui também uma importante causa de internamento hospitalar assim como motivo de
sofrimento a vários níveis, por vezes diário e repetido, tanto para o próprio doente como para a sua
família e pessoas envolventes, afectando a sua participação em actividades sociais (como a prática
de exercício físico) e, consequentemente, a qualidade de vida.

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1. Anatomofisiologia Cárdio-Respiratória

A anatomia de superfície é uma importante ferramenta utilizada pelo fisioterapeuta durante


procedimentos de avaliação e tratamento. É em função de uma técnica precisa de anatomia de
superfície que o fisioterapeuta tem condições de identificar estruturas anatómicas directamente
relacionadas com lesões ou patologias que provocam sintomas importantes como dor e redução da
amplitude de movimento articular. Um bom conhecimento da anatomia de superfície permite que o
fisioterapeuta execute técnicas de tratamento de forma mais precisa, promovendo desta maneira a
melhoria do quadro clínico do paciente e sucesso na terapêutica utilizada.
A anatomia de superfície é uma parte fundamental que fornece informações sobre quais as
estruturas que estão situadas sob a pele e quais as perceptíveis ao toque.
Assim, e dentro da anatomia de superfície do esqueleto da parede torácica, é de referir as
linhas de orientação (Ilustração 4).
Ilustração 1 - Linhas de orientação da parede torácica

Dos elementos palpáveis, podem mencionar-se as


clavículas, que estão situadas no tecido celular subcutâneo e podem ser palpáveis em todo o seu
comprimento, demarcando ainda as zonas de drenagem linfática. O esterno que tem uma
localização subcutânea na linha mediana anterior. A incisura jugular encontra-se entre as
extremidades das clavículas. O manúbrio do esterno situa-se ao nível das vértebras torácicas T3 e
T4, do lado esquerdo o arco da aorta e do lado direito a fusão das veias braquiocefálicas para formar
a veia cava superior. O ângulo esternal também é palpável e situa-se ao nível do disco intervertebral
de T4 e T5 e entre a 3ª e a 4ª apófise espinhosa torácica. O corpo do esterno é anterior à borda do
coração e a fenda intermamária está sobre ele. Já na apófise xifóide situa-se uma pequena depressão
denominada fossa epigástrica. Por fim, as costelas e espaços intercostais são a base para uma
localização ou descrição da posição de estruturas e grande parte delas são palpáveis. Cada costela
possui um interior esponjoso contendo medula óssea (tecido hematopoético) que forma as céulas
sanguíneas.

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Ilustração 2 - Anatomia de Superfície do Esqueleto da Parede Torácica

No sentido de providenciar uma oxigenação adequada de todas as células do organismo,


independentemente do seu tamanho, evoluíram os sistemas respiratório e circulatório.
No nosso organismo, durante a circulação pulmonar o sangue é enviado para os pulmões
para ser oxigenado e durante a circulação sistémica percorre o restante organismo. Tanto o Coração
como os Pulmões assumem, portanto, grande importância no que diz respeito ao transporte de
nutrientes e oxigenação dos tecidos. Estão protegidos pela cavidade torácica de modo a garantir a
sua segurança. Esta cavidade apresenta uma forma cónica e inclui a caixa torácica e os músculos a
ela acoplados bem como as estruturas adjacentes. A forma e os elementos que compõem esta
estrutura, conferem-lhe uma certa rigidez, bastante importante para a protecção dos órgãos internos
torácicos e abdominais, resistir às pressões interna negativas geradas pela retracção elástica,
proporcionar pontos de fixação aos membros superiores e sustentar o seu peso e ainda proporciona
a fixação de muitos músculos. Além disto, pode-se dividir a caixa torácica em três áreas principais,
sendo elas o mediastino (ou compartimento central) e os compartimento laterais.
Do mediastino fazem parte as vísceras e as estruturas torácicas e é coberto de cada lado pela
pleura mediastinal, estando compreendido entre a abertura superior do tórax até ao diafragma
(inferiormente) e do esterno e cartilagens costais (anteriormente) até aos corpos vertebrais torácicos
(posteriormente). Esta estrutura é muito móvel porque consiste principalmente em estruturas
viscerais ocas, cheias de líquido ou ar, unidas por tecido conjuntivo e gordura. Sendo assim, está
bem adaptado ao movimento, às alterações de volume e de pressão na cavidade torácica.

Os pulmões encontram-se nos compartimentos laterais.

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Do esqueleto da caixa torácica (Ilustração 1) é de salientar as


costelas, compostas por cabeça, colo, tubérculo e corpo; e o esterno,
osso plano e alongado, que forma a região anterior da caixa torácica e
que se divide em: manúbrio, corpo do esterno e apófise xifóide.
Situando o corpo do esterno, é de referir que este se localiza ao nível
da 5.ª vértebra torácica e a 9.ª (T5 a T9) e apresenta incisuras costais.
Já a apófise xifóide encontra-se ao nível da 10.ª vértebra torácica
(T10) é um marcador para o limite superior do fígado, o tendão
Ilustração 3 - Cavidade
central do diafragma e a borda inferior do coração
Torácica
Por sua vez, as costelas podem ser classificadas em
verdadeiras (vertebrocostais) e são as que se fixam directamente ao esterno através das suas
próprias cartilagens; as falsas (vertebrocondrais), costelas compreendidas entre a 8ª e a 9ª, podendo
também ser a 10ª e estas fixam-se através da cartilagem da costela de cima; e ainda existem as
flutuantes, sendo elas a 11ª e 12ª e apresentam cartilagem rudimentar, não se conectado e
terminando por isso na musculatura posterior, permitindo assim a mobilidade à cavidade torácica,
necessária aquando da ventilação. Esta consiste no processo automático e rítmico que gera
movimentos de entrada e saída de ar nas Unidades Respiratórias Terminais (cada uma forma a
unidade funcional do pulmão, constituída por um bronquíolo terminal, respectivos ductos alveolares
e alvéolos). Depende da contracção e relaxamento de vários músculos: diafragma, músculos da
parede torácica e da parede abdominal bem como de diversas pressões: pleural, alveolar e
complacência pulmonar (tensão superficial nos alvéolos). A ventilação total é a quantidade de ar
que entra e sai do aparelho respiratório por minuto – corresponde ao volume corrente multiplicado
pela frequência respiratória. O fluxo de ar depende de factores como pressão e resistência das vias
aéreas (Fluxo= (Patm – Palv)/ Resistência). Esta, corresponde por sua vez, ao número de ciclos
respiratórios por minuto.
A respiração engloba a ventilação e culmina na oxidação de metabolitos com a produção de
energia útil ao nível celular. O sistema respiratório tem como principal função distribuir de forma
adequada o ar inspirado e o fluxo sanguíneo pulmonar (perfusão) de modo a que as trocas gasosas
se realizem com um mínimo de consumo energético.
A inspiração, fase activa da ventilação, resulta da contracção do diafragma e músculos
intercostais o que provoca a expansão torácica. Esta é, por sua vez, responsável por uma diminuição
da pressão no espaço pleural, que tem, como consequência, um movimento de expansão pulmonar,
que, por sua vez, gera uma diminuição da pressão nos espaços aéreos terminais que actua como
força motriz para a entrada de ar de modo a que a pressão nos espaços aéreos iguale a pressão

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atmosférica. Na inspiração forçada auxiliam este processo aos músculos inspiratórios acessórios
(esternocleudomastoideu e escalenos). A difusão dos gases processa-se de acordo com o gradiente
de concentrações/pressões e das características da barreira de separação.
A expiração é, por outro lado, um processo predominantemente passivo pois depende das
forças de retracção elástica que consiste, na prática, à saída do ar dos pulmões após se terem
realizado as trocas gasosas nos alvéolos pulmonares. Esta ocorre quando há um relaxamento do
diafragma (atingindo a cúpula direita do diafragma a 5ª costela, enquanto que a cúpula esquerda
ascende até ao 5º espaço intercostal) e dos músculos intercostais. Quando ocorre uma expiração
forçada utilizam-se músculos expiratórios acessórios, como os intercostais internos e abdominais
anteriores.
De entre todos os músculos envolvidos no processo respiratório (Ilustração 2), pode-se dizer
então que o diafragma é o principal músculo da respiração e assenta nas costelas, esterno e
vértebras lombares, apresenta forma de cúpula, cuja base muscular se insere na porção interior do
limite inferior da cavidade torácica. O seu topo é constituído por uma zona plana de tecido
conjuntivo e denomina-se por centro frénico. Separa as cavidades torácica e abdominal e aquando
da sua contracção o volume torácico aumenta tanto verticalmente como transversalmente. Além
disso, a inervação do diafragma é feita pelos nervos frénicos, que passam pelas vértebras cervicais
de C3 a C5. Durante a respiração em repouso, o diafragma contrai-se, o que provoca a descida do
centro frénico, sem se notar qualquer alteração na forma da cúpula. Este movimento do centro
frénico ocorre graças ao relaxamento dos músculos da parede abdominal, o que afasta as vísceras
abdominais do diafragma. A resistência que as vísceras abdominais fazem à descida do centro
frénico aumentam à medida que a profundidade da inspiração aumenta. A contracção contínua do
diafragma provoca a elevação das costelas inferiores e o seu achatamento. À medida que se elevam
as costelas, as cartilagens costais permitem-lhes movimentos laterais, o que causa a expansão lateral
da cavidade torácica. As costelas inclinam-se inferiormente (das vértebras para o esterno) e a sua
elevação aumenta o diâmetro antero-posterior da cavidade torácica pelo que durante a inspiração,
todos os diâmetros torácicos aumentam. A expiração ocorre quando o diafragma e os músculos
intercostais externos se relaxam e as propriedades elásticas do tórax e dos pulmões, provocam uma
diminuição passiva do volume torácico. A contracção dos músculos abdominais ajuda à subida dos
órgãos abdominais e do diafragma. Na expiração o diâmetro torácico diminui.

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Já em relação aos músculos acessórios da respiração tem-se os músculos intercostais, e estes


dividem-se em externos e internos, assim os externos elevam as costelas durante a inspiração
forçada e os internos, porção posterior, deprime as costelas e a porção anterior eleva as costelas e
são inervados pelos nervos intercostais. Também os esternocleudomastoideus, potentes músculos e
com papel acessório, existem dois em cada indivíduo e estão colocado de ambos os lados do
pescoço, podendo ser observados, por exemplo, durante uma inspiração forçada. Por sua vez, os
escalenos do pescoço descem até à 1.º e 2.ª costela e ajudam a fixação das costelas com o objectivo
de elevar apenas as costelas inferiores, com os estudos feitos, estes são apenas utilizados em
condições patológicas e durante o exercício físico intenso. Dos restantes músculos acessórios é de
referir o serratil posterior superior que eleva as costelas, tal como os levantadores das costelas e o
serratil posterior inferior que deprime as costelas. Existem também músculos da parede torácica que
podem actuar como acessórios, ajudando a elevar as costelas, como é o caso do grande peitoral e do
pequeno, do subclávio e do serreado anterior.

Ilustração 4 - Músculos envolvidos na respiração (vista anterior e posterior)


O coração, um dos principais órgãos da cavidade torácica, tem a forma de um cone truncado.
O seu vértice é arredondado e tem o nome de ápex, vértice ou região apical. O lado oposto é
achatado e denominado por base. Este encontra-se obliquamente no mediastino tendo cerca de dois
terços da sua massa situada após a linha média esternal para o lado esquerdo.
A parede cardíaca é composta por três camadas de tecido: o epicárdio, o miocárdio e o
endocárdio. O epicárdio (ou folheto visceral) é uma fina membrana serosa que constitui o
revestimento da superfície exterior do coração. O miocárdio, uma camada média espessa da parede
cardíaca, é composto por células musculares cardíacas que são responsáveis pela capacidade

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contráctil do coração. A superfície interna é o endocárdio, uma fina camada de epitélio pavimentoso
simples sobre uma camada de tecido conjuntivo. O coração é constituído por quatro cavidades: duas
aurículas (paredes finas, formam as partes superior e posterior do coração) e dois ventrículos
(paredes espessas, formam as porções anterior e inferior). As aurículas recebem o sangue das veias
pulmonares e cava superior e inferior e bombeiam-no respectivamente para o ventrículo esquerdo e
direito. O esquerdo bombeia o sangue para todo o corpo (circulação sistémica) e o ventrículo direito
para os pulmões onde o sangue é oxigenado.
O sangue é transportado para o coração através de veias de grande calibre (veia cava
superior e inferior) de todas as partes do corpo para a aurícula direita, enquanto que quatro veias
pulmonares transportam o sangue dos pulmões para a aurícula esquerda. A saída do sangue do
coração é feita através da aorta e artéria pulmonar. A aorta transporta o sangue do ventrículo
esquerdo para todo o corpo e a artéria pulmonar transporta o sangue do ventrículo direito para os
pulmões.
Já dentro do sistema respiratório, pode-se dizer que a organização anatómica deste se divide
em porção cefálica (fossas nasais, seios perinasais, nasofaringe e orofaringe), porção cervical
(laringe e traqueia) e porção torácica (traqueia, brônquios extra pulmonares, pulmões e pleuras) ou
então, dividir em vias aéreas superiores, das quais fazem parte o nariz, a boca, a laringe a faringe e a
parte superior da traqueia (parte que se encontra até ao manubrio), as vias aéras inferiores
proximais, que compreendem a parte inferior da traqueia, as vias aéreas inferiores distais, das quais
fazem parte os brônquios e brônquiolos e ainda as vias aéreas periféricas, representadas pelos
alvéolos.
O nariz é composto pela pirâmide nasal e fossas nasais. A primeira é a estrutura visível e
proeminente na face (constituída essencialmente por lâminas cartilagíneas). Ao espaço situado entre
as narinas e as coanas dá-se o nome de fossas nasais. Os orifícios nasais externos são as narinas e os
posteriores são as coanas (estas comunicam com a faringe). O vestíbulo é a porção anterior da
cavidade nasal.. Este é revestido por epitélio pavimentoso estratificado. O pavimento nasal é
constituído pelo palato duro (lâmina óssea que separa a cavidade nasal da oral). O septo nasal
divide as fossas nasais em direita e esquerda, sendo a sua porção anterior cartilagínea e a posterior
constituída pelos ossos: vómer e lâmina perpendicular do etmóide. A faringe é, por sua vez, comum
aos aparelhos respiratório e digestivo, pelo que se divide em três regiões: nasofaringe, orofaringe e
laringofaringe. A nasofaringe é a parte superior da faringe que se estende das coanas até ao palato
mole (septo de tecido muscular que separa a nasofaringe da orofaringe). Neste local existe a úvula
(projecção de tecido mole que prolonga o bordo posterior do palato mole) que evita o contacto das
substâncias deglutidas com as fossas nasais e nasofaringe. Esta é revestida por uma mucosa

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constituída por um epitélio cilíndrico. Na sua face posterior encontra-se a amígdala que actua na
defesa do organismo contra infecções. A sua hipertrofia pode interferir com a respiração e com a
consequente passagem do ar pelas Trompas de Eustáquio (as quais se estendem do ouvido médio
até à nasofaringe). A orofaringe prolonga-se da úvula à epiglote e está revestida por um epitélio
pavimentoso estratificado que protege contra a abrasão. Por fim, a laringofaringe estende-se desde o
topo da epiglote até ao esófago (posteriormente à laringe).
A laringe é constituída por nove cartilagens (cartilagem tiroideia, cricoideia; par de
cartilagens aritnoideias, corniculadas e cuneiformes) interligadas por músculos e ligamentos.
Desempenha três funções importantes: as cartilagens tiroideia e cricoideia constituem um canal
permeável ao ar; a epiglote e as pregas vestibulares (ligamentos que ligam a face anterior das
cartilagens aritnoideias e a face posterior da cartilagem tiroideia) evitam que as substâncias
deglutidas entrem na laringe; e a produção de som aquando da vibração das cordas vocais devido à
passagem de ar pelas mesmas.
Por sua vez a traqueia é um tubo membranoso e,
por isso, flexível, constituído por tecido conjuntivo, que
apresenta 15 a 20 cartilagens em forma de “C” que
formam as paredes laterais e anteriores (com cerca de 10
a 11 cm), sendo a parte posterior constituída por uma
parede membranosa e por músculo liso. De referir
também os ligamentos anulares que conectam os anéis
expandem ou contraem durante a expiração e inspiração
respectivamente.
A traqueia (Ilustração 3) divide-se em dois
brônquios principais, sendo o brônquio principal direito
o de maior calibre, mais curto e mais vertical, entrando directamente no Ilustração 5 -
Traqueia
hilo do pulmão; enquanto que o brônquio principal esquerdo direcciona-
se infero-lateralmente, abaixo do arco da aorta e anterior ao esófago e à aorta torácica para chegar
ao hilo do pulmão. A Árvore Traqueobrônquica engloba todas as vias aéreas a partir da bifurcação
da traqueia. É também na divisão da traqueia que surge a carina, estrutura responsável pelo
aparecimento da tosse espontânea.
Existem cerca de vinte e três ramificações nas vias respiratórias, sendo as 16 primeiras vias
de condução e as últimas sete transicionais e de troca. As vias mais centrais, condutoras, não
participam nas trocas. As vias aéreas possuem pêlos (no nariz) que são, posteriormente, substituídos
por cílios (à medida que se desce das vias superiores para as inferiores). Cada célula epitelial ciliada

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contém cerca de 275 cílios e estas estruturas agitam-se rapidamente de maneira coordenada e
unidireccional, proporcionando a mobilização do muco do trato respiratório inferior até à faringe
onde é expectorado, por esse motivo a sua principal função passa por filtrar o ar, retendo as
impurezas. As vias aéreas de condução têm como função conduzir o ar e remover as suas
impurezas, encaminhando-as para o exterior. Representam o espaço morto anatómico que constitui
cerca de 30% da ventilação. Nestas, encontram-se vias de maior calibre envolvidas por tecido
cartilaginoso, que impede o seu colapso, e vias de menor calibre com um forte componente
muscular, que lhes permite uma dilatação e constrição independente do volume pulmonar (os
brônquios).
Os pulmões, principais órgãos da respiração, têm uma forma cónica de base inferior apoiada
no diafragma e vértice ou ápex superior situado, aproximadamente, 2,5 cm da clavícula. Estão
contidos na cavidade torácica e cada pulmão está envolvido por uma cavidade pleural formada pelas
membranas serosas pleurais, podendo-se dizer também que o pulmão direito é dividido em Lobo
Superior, Lobo Médio e Lobo Inferior enquanto que o pulmão esquerdo só apresenta Lobo Superior
e Lobo Inferior. A pleura parietal cobre a parede da caixa torácica interna, a face superior do
diafragma e o mediastino. No hilo, a pleura parietal continua-se com a pleura visceral que reveste a
superfície do pulmão. A cavidade pleural está preenchida com fluído pleural que é produzido pelas
membranas pleurais. Este fluído actua como lubrificante permitindo que as membranas deslizem à
medida que os pulmões e o tórax modificam a sua forma durante a respiração.
Os brônquios principais (dentro do respectivo pulmão) dividem-se em brônquios lobares (ou
de 2ª ordem). Estes são revestidos por epitélio cilíndrico ‘pseudoestratificado’ ciliado. Existem,
desta forma, dois brônquios lobares no pulmão esquerdo e três no direito. Por sua vez, estes
dividem-se em brônquios segmentares, ou de 3ª ordem, que dão origem aos bronquíolos (vias de
calibre reduzido que deixam de ter cartilagem) ao se ramificarem. Estes, subdividem-se, formando
os bronquíolos terminais. Os bronquíolos respiratórios resultam da ramificação dos bronquíolos
terminais e correspondem às aberturas dos alvéolos, sendo por isso designados por ductos
alveolares. São revestidos por um epitélio fino e simples e constituído por pneumócitos (tipo I e II).
O seu tecido ocupa uma fracção mínima do volume total do pulmão, deixando uma grande fracção
para a rede capilar. Como resultado, a distância entre o gás contido nos alvéolos e a hemoglobina no
sangue é bastante reduzida o que torna eficientes as trocas.
De modo a facilitar a expansão dos pulmões surge uma mistura que contém lipoproteínas
como a dipalmitoilfosfatidilcolina, o surfactante. Este é composto por moléculas que interrompem
as forças coesivas entre as moléculas de água. As moléculas do surfactante formam uma camada
monomolecular à superfície do fluido alveolar, reduzindo a tensao superficial e impede que os

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alvéolos menores colapsem. De acordo com a lei de La Place se dois alvéolos possuem a mesma
tensão superficial o alvéolo menor terá uma pressão maior e o seu ar irá fluir para dentro do alvéolo
maior.
O volume de ar para os pulmões e para fora destes resulta das modificações do volume
torácico e das pressões a que o ar está sujeito. Exterior ao corpo, o ar está sujeito à pressão
atmosférica. Uma vez que, segunda a Lei Geral dos Gases, o ar flui de áreas de maior pressão para
aquelas onde a pressão é menor, o ar entra para os pulmões quando o volume alveolar aumenta (o
que diminui a pressão intrapulmonar, ficando os valores desta abaixo dos da pressão atmosférica). A
pressão intrapleural é a pressão existente na cavidade pleural e quando esta é menor do que a
pressão alveolar, os alvéolos tendem a expandir-se (aumentando, assim, o volume alveolar).
Normalmente os alvéolos expandem-se devido à existência de uma pressão intrapleural negativa,
que é inferior à pressão alveolar (isto ocorre devido a um “efeito de sucção” exercido pela retracção
elástica dos pulmões). Quando os pulmões se retraem, as pleuras parietal e visceral tendem a
separar-se o que faz com que diminua a pressão na cavidade pleural. À medida que o ar entra nos
pulmões, a pressão alveolar aumenta e iguala a pressão atmosférica, no final da inspiração. Durante
a expiração, por sua vez, a pressão intrapleural aumenta devido à diminuição do volume torácico e à
diminuição da retracção pulmonar. Enquanto aumenta a pressão intrapelural, diminui o volume
alveolar pelo que a sua pressão atinge valores superiores aos da pressão atmosférica fazendo com
que o ar saia dos pulmões, provocando o aumento da pressão intrapulmonar (valores superiores aos
da pressão atmosférica). Os movimentos respiratórios dependem, também, da compliance (ou
distensibilidade pulmonar – facilidade com que os pulmões e o tórax se expandem, relacionando as
variações de volume com as variações da pressão pulmonar) uma vez que quanto maior esta for,
mais facilmente qualquer alteração na pressão pode provocar a expansão dos pulmões e do tórax.
Ao entrar nas vias respiratórias, o ar é aquecido e humidificado. Esta humidificação é um
dos factores que permite a difusão dos gases do ar inspirado através dos líquidos, permitindo assim
a sua passagem para o sangue. O coeficiente de solubilidade, contido na Lei de Henry, mede a
facilidade com que o gás se dissolve no líquido. Na água, o coeficiente de solubilidade para o
oxigénio é 0,024 e para o dióxido de carbono é 0,57, ou seja, o dióxido de carbono é cerca de 24
vezes mais solúvel na água do que o oxigénio. Estes dados são importantes uma vez que os factores
que influenciam o débito da difusão de um gás através da membrana respiratória são: a espessura da
membrana; o coeficiente de difusão do gás na membrana (que é aproximadamente igual ao da
água); a superfície funcional da membrana e o gradiente de pressão parcial do gás entre os dois
lados da membrana. Em condições de ventilação e fluxo sanguíneo (perfusão) normais, a difusão de
oxigénio e de dióxido de carbono, através da membrana respiratória, é eficaz. Após a difusão do

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oxigénio, através da membrana respiratória para o sangue, a sua maioria, combina-se, de forma
reversível, com a hemoglobina e uma pequena parte dissolve-se no plasma. A hemoglobina
transporta o oxigénio dos capilares alveolares, para os capilares tecidulares, onde é libertado. O
oxigénio difunde-se do sangue para as células dos tecidos que o utilizam no metabolismo aeróbio.
As células produzem dióxido de carbono durante o metabolismo aeróbio e este difunde-se para os
capilares tecidulares. Após entrar no sangue, o dióxido de carbono é transportado para o coração
(que o bombeia posteriormente para os pulmões onde é expelido para fora do organismo durante a
expiração) dissolvido no plasma, combinado com a hemoglobina e sob a forma de iões bicarbonato.
À medida que se gasta energia a pressão de dióxido de carbono nas células aumenta o que provoca a
sua difusão para o sangue (através de gradientes de pressão) e, consequentemente, a dissociação do
oxigénio da hemoglobina.
Durante o exercício físico, as trocas gasosas mantém-se devido ao aumento da ventilação e
do débito cardíaco. A relação entre a ventilação e a perfusão pode ser afectada de duas formas:
quando a ventilação excede a capacidade do sangue para captar oxigénio, o que pode acontecer por
baixo débito cardíaco; e quando a ventilação é insuficiente para fornecer o oxigénio necessário à
oxigenação do sangue que circula nos capilares alveolares. Por exemplo, a broncoconstrição que
ocorre na asma, pode diminuir o fluxo de ar para os alvéolos. O débito cardíaco e a ventilação
aumentam durante o exercício, o aumento do débito cardíaco faz com que a pressão sanguínea
pulmonar aumente, o que vai aumentar o fluxo sanguíneo. Assim a eficácia das trocas gasosas
aumenta devido ao aumento da perfusão sanguínea.
Para além da concentração de dióxido de carbono existem outros factores capazes de
influenciar a dissociação do oxigénio da hemoglobina: concentração de H+ (variação dos valores de
pH); 2,3-bifosfoglicerato e a temperatura corporal. À medida que o pH sanguíneo baixa, a
quantidade de oxigénio ligado à hemoglobina também baixa. Isto acontece, uma vez que o pH baixo
é consequência do aumento de iões hidrogénio (combinam-se com a fracção proteica da molécula
de hemoglobina e alteram a sua estrutura tridimencional, provocando uma diminuição da afinidade
para se ligar ao oxigénio). Pelo contrário, um aumento do pH sanguíneo provoca um aumento da
afinidade da hemoglobina ao oxigénio. A este fenómeno dá-se o nome de efeito de Bohr (uma vez
que foi descoberto por Christian Bohr). A elevação da temperatura corporal diminui a tendência do
oxigénio para permanecer ligado à hemoglobina pelo que um aumento de temperatura resultante de
um aumento do metabolismo faz com que a quantidade de oxigénio libertado, pela hemoglobina,
para os tecidos seja maior. A substância 2,3 –bifosfoglicerato é produzida pelos eritrócitos à medida
que estes desdobram a glicose para obter energia. Quando este se liga á hemoglobina diminui a sua

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Asma e o Exercício

afinidade com o oxigénio. Quando os níveis de 2,3-bifosfoglicerato diminuem, a hemoglobina


liberta menos oxigénio.
O padrão respiratório é produzido por interacções entre: centro respiratório (Sistema
Nervoso Central) constituído por Centro Bolbar Rítmico, Centro Apnêustico e Centro
Pneumotáxico; vias aferentes (barroreceptores, quimiorreceptores, mecanoreceptores - sensores que
informam o centro respiratório das necessidades sentidas, alterações ao normal – valores de pH,
concentração de CO2 e O2, temperatura corporal) e vias eferentes (músculos respiratórios). O Centro
respiratório Pneumotáxico, actualmente denominado por Grupo Respiratório Protuberancial, é
constituído por um conjunto de neurónios localizados na protuberância. Desempenham um papel na
alternância entre a inspiração e expiração. Os neurónios bulbares (do Centro Bolbar Rítmico) são
responsáveis pelo ritmo da ventilação, através de potenciais de acção que se geram nos neurónios
devido a várias mensagens enviadas pelas vias aferentes.
Estas estruturas têm como objectivo a manutenção de concentrações adequadas de O2, CO2,
e H+ nos tecidos (alterações destas concentrações provocam respostas do centro respiratório no
sentido de que as concentrações voltem à normalidade de modo a existir harmonia entre as suas
quantidades).
No sistema respiratório é ainda bastante pertinente falar de Imunidade. Esta consiste na
capacidade de resistir às agressões de substâncias estranhas, como microorganismos e substâncias
químicas nocivas. A imunidade divide-se em: imunidade inata e imunidade adaptativa. Na inata, o
organismo reconhece e destrói algumas substâncias estranhas, no entanto a resposta é sempre a
mesma em cada exposição. Existem factores mecânicos (como a pele e as mucosas que formam
barreiras protectoras que evitam a entrada de microrganismos); mediadores químicos (como por
exemplo o complemento, ‘interferon’) que actuam directamente contra os microrganismos (ou
activando outros mecanismos que conduzem à destruição dos mesmos); células (Leucócitos,
Neutrófilos, Macrófagos, Basófilos, Mastócitos, Eosinófilos, Células Natural Killer) envolvidas na
fagocitose e a produção de substâncias químicas que participam na resposta imunitária.
Na imunidade adaptativa, o organismo reconhece e destrói as substâncias estranhas mas, a
resposta aumenta cada vez que se dá uma exposição ao agente agressor. Esta corresponde à resposta
inflamatória (sequência complexa de acontecimentos que envolve muitos dos mediadores químicos
e células da imunidade inata). A inflamação pode ser local ou sistémica. A inflamação local é uma
resposta inflamatória confinada a uma área específica do organismo (tem como sinais e sintomas:
edema, rubor, calor, dor e importência funcional). A inflamação sistémica tem lugar em diversos
locais do organismo. Para além dos sintomas e sinais locais, podem ocorrer mais reacções. A
Resposta Inflamatória consiste: na Entrada da bactéria no tecido e posterior lesão do tecido que

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Asma e o Exercício

origina libertação de mediadores químicos (aumento do fluxo sanguíneo, aumento da


permeabilidade vascular e quimiotaxia) que origina um aumento do número de leucócitos e de
mediadores químicos no local da lesão. As bactérias são, então, isoladas destruídas e fagocitadas o
que origina dois acontecimentos: a eliminação da bactéria (reparação de tecidos) e a permanência da
bactéria o que origina activação de mais mediadores químicos.

2. Adaptações ao exercício

Actualmente, a prática de actividade física é muito valorizada em termos sociais e para o


desenvolvimento da saúde pública. Nem sempre se pode integrar o exercício físico num
determinado estilo de vida. Esta causa, deve-se ao facto de uma diminuição da actividade física, e
do exercício físico pela grande maioria dos cidadãos. As barreiras mais comuns referidas para a
participação numa actividade física são a falta de tempo. Começa a ser clara a diferença entre o
exercício físico orientado para a performance desportivo-motora e para a saúde, em que este último
assume uma posição relevante na prevenção primária de doenças cardio-respiratórias. Vários
estudos confirmam existir uma diminuição da taxa de mortalidade, quer global quer por causas
específicas, tais como, causa cardiovascular ou diabetes em indivíduos moderadamente activos.
Outros apontam para a existência de uma relação inversa entre a mortalidade por doença coronária e
a quantidade de actividade física e/ou o nível de aptidão física. Assim, indivíduos mais activos ou
com um melhor nível de aptidão física, apresentam menores índices de morbilidade e mortalidade
por doença coronária.
Os valores de intensidade de exercício considerada baixa (55-64% da frequência cardíaca
máxima) estão mais indicados para indivíduos que apresentem hábitos de vida sedentários.
Recomenda-se para estes indivíduos e consequentemente com níveis de aptidão física baixos, a
acumulação de 30 minutos de exercício físico moderado na maioria dos dias da semana, para um
ganho efectivo de benefícios para a saúde. Este tipo de prescrição é orientado para alguns
indivíduos, mas o volume e a intensidade do esforço podem não ser suficientes para provocar um
estímulo suficiente para o aumento da sua aptidão cardio-respiratória. Quando direccionada para a
melhoria da saúde, a aptidão física, pode ser entendida como a obtenção de uma dada expressão de
capacidades físicas associadas à saúde e que são necessárias para a realização de actividades diárias,
bem como para o confronto com desafios esperados ou inesperados e com o risco reduzido de
desenvolver doenças relacionadas com a inactividade física. Este conceito é determinado pela
expressão de quatro componentes: aptidão cardio-respiratória, força e resistência muscular,
flexibilidade e composição corporal. Embora todas as componentes sejam importantes para a

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Asma e o Exercício

manutenção e desenvolvimento da aptidão física, a componente cardio-respiratória assume uma


posição mais determinante, porque apresenta uma forte relação entre um elevado nível desta
componente e a diminuição do risco de contrair doenças cardio-respiratórias.
Durante o exercício, quando o dióxido de carbono e as substâncias ácidas como o ácido
láctico se acumulam e a temperatura no espaço intersticial aumenta, a curva de dissociação da oxi-
hemoglobina desvia-se para a direita. Nestas circunstâncias, a hemoglobina liberta 75 a 85 % do
oxigénio para os tecidos. Contudo, nos pulmões a curva desvia-se para a esquerda devido à menor
concentração de dióxido de carbono, de temperatura e de ácido láctico. Assim, a afinidade da
hemoglobina para o oxigénio aumenta nos capilares pulmonares. Numa situação de repouso, são
transportados aos tecidos cerca de 5 ml de oxigénio por cada 100 ml de sangue, a um débito
cardíaco de 5000 ml por minuto. São, então, libertados nos tecidos 250 ml/min de oxigénio. Este
valor pode aumentar 15 vezes durante o exercício. O transporte de oxigénio pode triplicar, devido a
uma amior libertação deste, a partir da hemoglobina, no espaço intersticial; e, a taxa de transporte
de oxigénio é aumentada cinco vezes, devido ao aumento do débito cardíaco. Assim, o volume de
oxigénio libertado nso tecidos pode atingir 3750 ml por minuto (15 x 250 ml por minuto). Os atletas
de alta competição podem atingir valores tão elevados como 5000 ml/minuto de oxigénio,
disponível para o metabolismo aeróbio celular.
As adaptações corporais para a manutenção da homeostasia, podem ter um carácter local, se
forem contidas numa determinada área, ou sistémicas, se existirem repercussões em todo o
organismo, e podem ter um carácter agudo, quando são imediatas e garantem a sobrevivência do
indivíduo, ou crónico que prepara o corpo para solicitações posteriores, reparando os tecidos
danificados e aumentando a sua capacidade funcional.
Ao longo das actividades físicas aumenta a necessidade muscular de O2, até cerca de 15 a 20
vezes mais do que em repouso, o que leva a diversas adaptações de diversos sistemas. Esta
adaptação é global, pois quando o exercício é repetido esta ocorre um pouco por todo o organismo,
e específica, visto que um atleta pode ser muito bom no seu desporto e não sentir qualquer mal-estar
ou dor muscular após um treino mais intenso da modalidade que costuma praticar, mas sentir dores
musculares e mal-estar após um treino de uma outra modalidade em que se use grupos musculares
distintos da habitual, e progressiva, visto que vai evoluindo gradualmente ao longo do treino,
podendo mesmo regredir até ao nível pré-treino. Assim, existe uma evolução temporal desde o
início do treino até á adaptação, que é influenciada pelo ambiente externo (actividade física, calor,
altitude, …) e interno (ausência ou presença de patologia, herança genética, …). Esta adaptação
ocorre a diversos níveis, tais como adaptações cardiovasculares, respiratórias, (que vamos
enfatizar), musculares, metabólicas, …

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Como já referido acima as exposições repetidas ao mesmo exercício, tais como exercício
físico regular, vão levar a um estado de adaptação, ou seja, uma situação morfo-funcional nova que
vai permitir um menor exacerbamento dos parâmetros biológicos quando houver uma menor
exposição (por exemplo, menor aumento da pressão arterial).

Gráfico 1: Evolução face ao exercício


físico

Observando este gráfico, podemos constatar que durante a primeira exposição vai existir
uma resposta aguda, entrando o indivíduo em fadiga. Este estado é harmonizado durante o repouso.
Se novos estímulos ocorrerem cria-se a adaptação, que pode regredir se não se continuar com os
estímulos. Assim, em relação a isto, o papel do fisioterapeuta é aconselhar ao paciente a prática de
exercício físico apropriada e, seguindo os princípios de treino (Anexo III), certificar-se de que esta
nova situação é benéfica e regular para assegurar o bem-estar do paciente e que esta nova situação
benéfica seja mantida. A função do sistema cardio-respiratório é conduzir o oxigénio, nutrientes e
hormonas até aos tecidos periféricos, retirando os produtos resultantes do metabolismo. Durante a
prática de um exercício devido ao aumento do ritmo metabólico do tecido muscular, este sistema
acompanha esse aumento de função. A adaptação de forma crónica do sistema muscular leva à
evolução do sistema de forma a poder suprir exigências crescentes.

1.1. Adaptações agudas ao exercício

Uma característica em que diferem os sistemas cardiovascular e o respiratório é que o último


pode ser controlado voluntariamente, enquanto que a frequência cardíaca, pressão arterial, entre
outros, não. Apesar da possibilidade de controlo, em situações de exercício ou extremas (ansiedade
acentuada, …) ela torna-se quase impossível de controlar.
Antes do início do exercício existe um aumento nos sinais vitais devido á expectativa da
actividade que vai ser realizada. Apesar disso, a componente principal da resposta cardiovascular
tem um início coincidente com o do exercício e depende por um lado de uma activação central do
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sistema simpático e por outro de reflexos com origem em quimiorreceptores, que são receptores que
respondem á produção local de metabolitos musculares, e mecanorreceptores, que são receptores
sensíveis á tensão e estiramento, periféricos ao nível dos músculos envolvidos.
Alterações neurais determinam o aumento da frequência cardíaca, aumento da
contractilidade cardíaca e vasoconstrição generalizada, proporcionalmente à intensidade e duração
do exercício e quantidade de massa muscular envolvida. A nível cutâneo inicialmente e pelos
mesmos mecanismos dá-se vasoconstrição. Esta é invertida devido a mecanismos compensadores
do aumento de temperatura inerente á actividade muscular, tais como a sudação. Em exercícios
muito intensos o desvio do fluxo para o tecido muscular pode originar vasoconstrição cutânea
tardia.
O débito cardíaco depende de duas componentes: a frequência cardíaca e o volume de
ejecção. Em situações de esforço o débito aumenta em quantidade variável mas proporcional às
necessidades, ao nível de treino do indivíduo e sobretudo à custa do aumento da frequência
cardíaca, em indivíduos não treinados. Em indivíduos treinados o volume de ejecção sistólico é
preponderante em situações de esforço. Paralelamente, devido às contracções sucessivas dos
músculos activos existe um aumento da propulsão do sangue das veias para o lado direito do
coração, facilitando o retorno venoso. O aumento da amplitude dos movimentos inspiratórios,
reduz a pressão intratorácica e facilita o enchimento cardíaco. O aumento do débito cardíaco parece
ser o principal responsável pelo aumento da pressão arterial que se observa durante o exercício. Este
aumento é proporcional à intensidade do exercício e à resistência aplicada.
À medida que a magnitude do exercício de resistência aumenta, o consumo de oxigénio
aumenta proporcionalmente até ao ponto em que não se eleva mais apesar do aumento na carga de
trabalho, este é o consumo máximo de oxigénio – VO2 máx. O coração também atinge um débito
cardíaco máximo, a partir do qual não é possível aumentar. Se esse débito não permite satisfazer as
necessidades musculares de oxigénio, verifica-se rapidamente uma acumulação local de metabólitos
acompanhada de um desconforto e mesmo dor. À medida que as fibras musculares
insuficientemente nutridas se fatigam vão sendo recrutadas outras fibras que normalmente não
estariam em funcionamento para aquela carga. Por fim, são recrutadas fibras de contracção rápida,
que rapidamente se fatigam, pelo que a via anaeróbia assume um papel progressivamente maior na
produção muscular de energia. Esta preponderância da via anaeróbia acontece perto do débito
cardíaco máximo. Quando esta via temporária se esgota o indivíduo tem, no mínimo de reduzir a
intensidade do exercício.
Um dos produtos da via anaeróbia é o ácido láctico, que altera o pH do sangue. O ponto em
que o pH do sangue diminui tanto que este entra em acidose metabólica é o limiar anaeróbio. Após

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este limiar observa-se uma resposta ao exercício com taquicardia, taquipneia e polipneia marcadas.
Como resposta, os níveis arteriais de O2 sofrem um aumento, assim como o volume de CO2 no ar
expirado. Apesar da queda de CO2 a respiração não é suficientemente efectiva para um desequilíbrio
metabólico, pelo que se atinge rapidamente á fadiga.
No decorrer do exercício são recrutados capilares pulmonares cuja circulação sanguínea é
quase nula em repouso, pelo que a sua significância também o é, o que leva ao aumento da área
disponível para trocas gasosas e uma relação ventilação/perfusão mais favorável.
Durante o exercício, especialmente no início e quando é atingido o débito cardíaco máximo
e o VO2máx, o oxigénio que aporta aos músculos é insuficiente, criando uma “dívida” de oxigénio.
Este emparelhamento deficiente no início do exercício leva ao início da via anaeróbia, que também
rapidamente se esgota. Assim, no final do exercício é necessário repor esta “dívida” de oxigénio,
pelo que no final do exercício o ritmo cardíaco e respiratório mantêm-se elevados durante um
período de tempo para repor os níveis energéticos e de oxigénio.
Quando o exercício acaba, a frequência cardíaca baixa rapidamente, pois cessa a activação
neural. Apesar disso, não regressa no entanto imediatamente aos valores basais. A pressão arterial
sofre uma mudança no mesmo sentido mas estabiliza em valores inferiores aos normais durante um
breve período, devido à vasodilatação dos músculos previamente activos, pois ainda permanecem
neles os factores locais que os activavam.

1.2. Adaptações crónicas ao exercício

O VO2 máximo de uma pessoa não possui um valor fixo, podendo ser alterado pelo nível
habitual de actividade física. O repouso prolongado, no leito, pode reduzir o VO 2 máx entre 15 e 25%,
enquanto que durante treino físico intenso pode aumentá-lo de forma similar. Mas para este treino
ser efectivo há a necessidade de ser de resistência e deve incluir certos tipos mínimos de duração,
frequência e intensidade.
Na VO2 máx., ou seja quando o indivíduo se encontra a respirar o máximo de oxigénio que
lhe é possível, quando comparado com os valores pré-treino, existe uma diminuição da frequência
cardíaca. Este deve-se ao aumento do volume de ejecção máximo que, por sua vez, se deve aos
efeitos que o exercício tem sobre o coração como atrás referido. (ver Anexo II)
Além da actividade física é necessário observar que entre os pulmões e as mitocôndrias
musculares existem inúmeros sistemas que podem limitar a quantidade de oxigénio que é possível
transportar num dado intervalo de tempo. Apesar de a nível pulmonar existe uma barreira física das
paredes dos alvéolos e dos capilares o efeito desta barreira é diminuído durante o exercício devido
há melhoria da relação perfusão/ventilação e devido ao aumento da diferença entre o gradiente de
oxigénio entre o sangue venoso e o ar capilar (devido ao aumento da necessidade de oxigénio das
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células a quantidade de oxigénio no sangue venoso vai ser menor). O que ocorre em indivíduos
altamente treinados é que, como o débito cardíaco é muito elevado, o sangue venoso passa muito
depressa pelos capilares pulmonares, o que resulta numa diminuição da saturação de oxigénio,
limitando parcialmente o VO2máximo. De seguida, encontramos o sistema da bomba cardíaca, cuja
função é bombear o sangue para todo o organismo e adequar o aporte ao consumo de oxigénio, que
apresenta uma verdadeira limitação ao VO2máximo. De facto, apesar de poder aumentar o débito
cardíaco á custa da frequência e do volume de ejecção o sistema ventricular estabiliza num valor a
partir do qual não é possível bombear mais sangue por unidade de tempo.
Também são importantes as adaptações periféricas e musculares. Existe um aumento da
concentração de densidade de enzimas oxidativas e de mitocôndrias nos músculos exercitados e
também aumento da capacidade de recrutar mais fibras musculares para o mesmo movimento. Estas
alterações aumentam a velocidade e a eficiência de reacções metabólicas nos músculos e permitem
aumentos de 200 a 300 por cento na resistência do exercício, sem aumentar o VO2máx.
Cronicamente dão-se diversas alterações estruturais cardíacas que se vão reflectir no
aumento do débito cardíaco. Estas são o aumento da complacência dos ventrículos e da diminuição
das resistências periféricas. Apesar destas alterações serem mais ou menos uniformes diferentes
tipos de treinos vão resultar em diferentes efeitos também no sistema cardiovascular.
Assim, treinos que sujeitam o coração a elevados volumes de enchimento, de ejecção e
débitos cardíacos conduzem ao aumento ventricular, sem aumento da espessura das paredes. A
diferença deste aumento ventricular entre indivíduos treinados e não treinados não exceder os 10%,
no entanto isso reflecte-se num aumento de volume de 33%. Em algumas semanas, o músculo
cardíaco adapta-se ao aumento da sua carga de trabalho, através da manutenção, de forma
constante, da tensão sobre a parede de acordo com a lei de LaPlace, através da dilatação global das
câmaras cardíacas. Os exercícios de resistência causam o aumento progressivo e proporcional da
intensidade do trabalho cardíaco, determinando um maior consumo de oxigénio pelo miocárdio.
Para conseguir responder a estas exigências o fluxo coronário acompanha quer crónica quer
agudamente a evolução do trabalho, sofrendo modificações tais como angiogénese na rede vascular
coronária, quer nos vasos de maior e de menor calibra. Estas alterações vão levar a um aumento da
densidade capilar cardíaca e a uma maior acomodação do fluxo.
Apesar de o que foi referido nas adaptações agudas ao exercício sugerirem que a frequência
cardíaca nos atletas em esforço é mais elevada tal não acontece. Aliás, para o mesmo esforço um
indivíduo treinado apresenta uma frequência cardíaca menor do que um indivíduo não treinado. Em
repouso é frequente considerar-se que estão em braquicardia. Estas diferenças são devido a
alterações no controlo da actividade cardíaca pelo sistema autónomo, que ainda não estão

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totalmente esclarecidos. Com o treino vai existir um aumento da actividade parassimpática, em


repouso e uma menor resposta simpática durante o esforço comparando com indivíduos não
treinados. Os dois ajustamentos levam ao mesmo efeito: redução da frequência cardíaca do
indivíduo em relação a indivíduos não treinados em repouso e em esforço respectivamente. Das
duas influências, e apesar de levarem ao mesmo efeito, a predominante é a divisão parassimpática.

3. Outras adaptações ao exercício

1.3. A nível muscular

Existem também modificações da rede vascular de forma a fornecer a quantidade de sangue


necessária e de uma forma rápida aos tecidos, a forma mais marcada é a angiogénese capilar a nível
muscular.
A adaptação muscular aguda leva a um aumento da frequência, do número e tipo de fibras
musculares recrutadas. Como é lógico, aumentando o número de unidades motoras em
despolarização num dado momento e a frequência da mesma produz-se um maior encurtamento do
músculo e, logo, maior desenvolvimento da força muscular. Mas, é necessário ter em conta quer
mesmo em contracção e esforço máximos é impossível contrair todas as fibras de um músculo
simultaneamente pois os nossos músculos têm um mecanismo de defesa que limita, torna uniforme
a tensão e potencia a resistência muscular para que as fibras contraiam de forma cíclica e
permitindo períodos de descanso/actividade entre as fibras.
Para que um músculo contraia é necessário que as fibras musculares de forma ordenada
sejam recrutadas. Desta forma, o factor que determina quais os primeiros tipos de fibras a serem
recrutadas são as que mais facilmente são despolarizadas, aquelas a que é necessário oferecer um
estímulo menor para atingir um potencial de acção. O factor da fibra que determina a sua
capacidade de despolarizar é a sua superfície de membrana – quanto mais pequenas as suas
membranas mais facilmente são despolarizadas. É lógico afirmar que fibras mais pequenas
apresentam menor área de membrana, pelo que as primeiras fibras a serem recrutadas são de
menores dimensões: fibras musculares do tipo I. De seguida são activadas fibras de maiores
dimensões: tipo IIa e IIb, contribuindo para o aumento gradual da força desenvolvida até ser
atingido o objectivo ou o limite muscular. A partir do momento em que as fibras maiores atingem o
limiar de despolarização as fibras mais pequenas encontram-se em constante activação.

1.4. A nível energético

Quando se inicia uma actividade física a energia nos primeiros milissegundos é


disponibilizada de uma forma imediata pelo ATP que se encontra no citoplasma da célula em

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repouso. Durante o exercício há a necessidade de mobilizar grandes quantidades de combustíveis


para fornecer a energia necessária para a contracção muscular, estes incluem a glicose, ácidos
gordos e glicogénio do próprio músculo. A glicose plasmática usada durante o exercício é suprida
pelo fígado, quer pela degradação das suas reservas de glicogénio quer por glicogénese. O glicerol é
disponibilizado para o fígado por um aumento acentuado na lipólise do tecido adiposo, com uma
libertação resultante de glicerol e ácidos gordos como fonte de combustível para o músculo em
exercício. (Anexo III)
A concentração plasmática de glicose durante o exercício exibe uma alteração muito
pequena no exercício leve a moderado de curto prazo e pode até aumentar ligeiramente em
actividade extenuante de curto prazo. No exercício prolongado a concentração plasmática de glicose
diminui, geralmente menos de 25%. Como é lógico a saída de glicose do fígado aumenta de modo
proporcional ao aumento da utilização de glicose durante o exercício, pelo menos até estados
avançados de exercício prolongado, quando ela começa a escassear.
Em suma, para a mesma intensidade de treino um indivíduo treinado exibe uma menor
produção de lactato, um maior consumo de ácidos gordos e uma depleção de glicose e glicogénio
mais lenta.

4. Adaptações provocadas por diferentes tipos de exercícios

Um dos princípios previamente mencionados é o princípio da segurança. Assim, é


necessário ter em atenção a quantidade de exercício prescrito e adaptar ao estilo de vida das
pessoas. Os valores de intensidade considerada baixa (55-64% da frequência cardíaca máxima)
estão mais indicados para indivíduos que apresentem hábitos de vida sedentários. Recomenda-se
para estes indivíduos e consequentemente com níveis de aptidão física baixos, a acumulação de 30
minutos de exercício físico moderado na maioria dos dias da semana, para um ganho efectivo de
benefícios para a saúde. Este tipo de prescrição é orientado para alguns indivíduos, mas o volume e
a intensidade do esforço podem não ser suficientes para provocar um estímulo suficiente para o
aumento da sua aptidão cardio-respiratória. Quando direccionada para a melhoria da saúde, a
aptidão física, pode ser entendida como a obtenção de uma dada expressão de capacidades físicas
associadas à saúde e que são necessárias para a realização de actividades diárias, bem como para o
confronto com desafios esperados ou inesperados e com o risco reduzido de desenvolver doenças
relacionadas com a inactividade física. Este conceito é determinado pela expressão de quatro
componentes: aptidão cardio-respiratória, força e resistência muscular, flexibilidade e composição
corporal. Embora todas as componentes sejam importantes para a manutenção e desenvolvimento
da aptidão física, a componente cardio-respiratória assume uma posição mais determinante, porque

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apresenta uma forte relação entre um elevado nível desta componente e a diminuição do risco de
contrair doenças cardio-respiratórias. Ao considerarmos a componente cardio-respiratória, para a
prescrição de exercício, é necessário abordar quatro factores: o modo de exercício, a frequência de
participação, a duração da sessão e a intensidade. A prescrição do exercício assenta principalmente
nestas componentes da carga e são as suas variações que promovem as diferentes adaptações
cardio-respiratórias, bem como o tipo de metabolismo energético predominante no modo de
exercício realizado.
Intensidade do exercício: 60 a 90% da frequência cardíaca máxima
50 a 80% do consumo máximo de oxigénio
Modo do exercício: Utilizar grandes grupos musculares
Deve ser rítmico e aeróbio
Duração do exercício: 20 a 60 minutos do exercício aeróbio contínuo
Exercício de baixa intensidade de longa duração ( 45 a 60 minutos)
Exercício de alta intensidade e curta duração (20 a 30 minutos)
Frequência do exercício: 3 a 5 vezes por semana.
A intensidade do exercício pode quantificar-se pela percentagem da frequência
cardíaca máxima e ainda pela quantidade de carga externa. Dependendo da variável independente
controlada, vamos encontrar diferentes respostas cardio-respiratórias e metabólicas ao exercício,
particularmente quando esta é controlada pela carga externa. Nos dias de hoje, existe um conjunto
de exercícios cardio-respiratório bastante alargado à disposição de quem pretende realizar exercício
físico. O grupo de actividades aconselhadas com o objectivo de provocar estímulos capazes de
aumentar e manter a aptidão cardio-respiratória centram-se nos seguintes: andar, correr, nadar,
pedalar, remar entre outros.
A regularidade de uso do músculo, a duração e a intensidade das actividades afectam as
propriedades do músculo. Se o músculo não é usado por um longo período de tempo atrofia,
conhecida por atrofia por desuso. Se a actividade contráctil do músculo for aumentada, ou se lhe for
aplicada uma carga que representa uma % elevada da força máxima, existe um aumento no tamanho
das fibras musculares e alterações da sua capacidade de produção de ATP, distúrbio conhecido por
hipertrofia. Ocorre este aumento de tamanho porque não é capaz, pelo menos de forma
significativamente, aumentar o número de células que o constitui. Assim, para distribuir a tensão
por uma área maior, ele aumenta o tamanho das fibras, á custa do aumento do conteúdo do músculo
em proteínas contrácteis e do aumento do número de núcleos que o constituem. Isto não ocorre
somente no músculo, mas também no tecido conjuntivo que o constitui, tais como os tendões. A
nível ósseo, cardíaco e na generalidade de tecidos plásticos ocorre este processo.

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O treino de resistência, ou seja, exercício com uma intensidade relativamente baixa e longa
duração (como natação, corrida, …) aumenta o número de mitocôndrias nas fibras recrutadas para
esta actividade. Além disso, há um aumento no número de capilares ao redor destas fibras, o que
não só aumenta a área de trocas gasosas, mas também permitem um aumento do tempo em que
estas se realizam, o que é vantajoso pois, devido ao esforço, a velocidade do sangue encontra-se
muito aumentada. Estas alterações significam um aumento na capacidade de actividade de
resistência com um mínimo de fadiga.
O treino de força, isto é, exercício de grande intensidade e curta duração (levantamento de
peso, …) provoca hipertrofia (aumento de diâmetro) das fibras recrutadas em contracções fortes –
fibras do tipo II. O resultado é uma diminuição da densidade mitocondrial muscular, sem
diminuição da densidade capilar e aumento da concentração de enzimas envolvidas no metabolismo
glicolítico, que permitem um aumento na força do músculo, mas sempre com pouca capacidade de
resistência e rápida fadiga.

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5. Asma

1.5. Patologia

Associado ao sistema cardiorespiratório podem surgir algumas patologias resultantes de


infecções virais ou bacterianas. É de salientar, por exemplo, a Asma que é definida pela Global
Iniciative for Asthma (1995) como sendo “uma alteração inflamatória crónica das vias aéreas, na
qual muitas células desempenham um papel activo, particularmente mastócitos, eosinófilos e
linfócitos T; esta inflamação, em indivíduos susceptíveis, origina episódios recorrentes de pieira,
dispneia, tosse e aperto torácico, especialmente nocturnos ou no início da manhã, estes sintomas
estão geralmente associados a uma obstrução brônquica generalizada, mas variável das vias
aéreas que é, pelo menos parcialmente, reversível espontaneamente ou com intervenção
terapêutica; a inflamação também causa um aumento da reactividade das vias aéreas a uma
variedade de estímulos”. A hiperreactividade das vias aéreas consiste no aumento exagerado da
contracção do músculo liso da traqueia e dos brônquios em resposta aos estímulos o que vai
favorecer a vasoconstição. A razão para este aumento da reactividade brônquica a vários estímulos
permanece desconhecida. Evidências actuais indicam que este aumento é muito provavelmente
causado pela libertação de substâncias químicas, como os leucotrienos, que induzem inflamação
crónica persistente da mucosa brônquica e constrição dos bronquíolos.
Assim muitos dos casos de asma parecem estar relacionados com uma resposta do sistema
imunitária a esta inflamação crónica. Verifica-se então um aumento do número de células
imunitárias presente nos brônquios, incluindo mastócitos, eosinófilos, neutrófilos, macrófagos e
linfócitos. Estes mediadores químicos promovem uma inflamação, o que provoca edema da mucosa
que reveste os brônquios, aumento da produção de muco e diminuição da sua movimentação pelos
cílios.
As células inflamatórias produzem uma variedade de mediadores que actuam sobre os vasos
sanguíneos, aumentando a sua permeabilidade. Estas substâncias actuam em células musculares
lisas das vias respiratórias, estimulando a sua contracção e portanto verifica-se uma maior
resistência ao fluxo aéreo. Os mediadores da inflamação na asma podem ser divididos em dois
grupos: os que estão envolvidos numa resposta rápida, imediata, e aqueles que são mais lentos mas
têm um efeito prolongado. No primeiro grupo, as mais conhecidas são as substâncias vasoactivas,
como a histamina, bradicinina, prostaglandinas. Os leucotrienos e o factor de activação de Plaquetas
(PAF) produzem uma prolongada contracção das células musculares lisas. Além disso, as células
inflamatórias nas mucosas geram factores quimiotáticos que continuamente recrutam mais células
inflamatórias na mucosa brônquica. As células mucosas, que são estimuladas por uma variedade de
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Asma e o Exercício

mediadores, secretam ainda mais muco e deixam-no no lúmen brônquico, o que vai obstruir ainda
mais as vias aéreas já edememaciadas. Verifica-se então a diminuição do volume do ar ventilado à
medida que a resistência da via aérea aumenta. Este facto acontece de acordo com a Lei de
Poiseuille, na qual a resistência do ar é proporcional ao raio do tubo elevado à quarta potência. Os
brônquios e a traqueia têm receptores sensoriais que são sensíveis às partículas estranhas e às
substâncias irritantes, como o tabaco, a poluição do ar, aspirina, poeira ou infecções.
Alguns dos mediadores estimulam nervos que favorecem a contracção das células
musculares lisas e a secreção mucosa. A Disfunção neural pode desempenhar um papel importante
alterando a capacidade de resposta das células da mucosa brônquica e musculatura lisa para
estímulos colinérgicos e beta-adrenérgicos.
Numa tentativa de se contrariar estas ocorrências (hiperreactividade, vasoconstrição, …)
verifica-se uma hiperinsuflação com intuito de manter a captação de oxigénio. No entanto, em
termos biomecânicos há uma desvantagem no desempenho muscular o que vai levar a uma
hiperventilação, uma vez que há menor volume de ar corrente. Consequentemente ocorre fadiga
muscular devido ao esforço muscular requerido. Se não houver intervenção terapêutica ou
autocuidados esta fadiga irá conduzir a uma hipoxemia, ou seja, falta de oxigénio no sangue e
portanto a vítima pode morrer.

1.6. Epidemiologia

Os estudos sobre a prevalência demonstram preponderância na infância (8 a 10% da


população) com um declínio nos adultos jovens (5 a 6%) e uma segunda elevação na faixa etária
mais idosa (7 a 9%). Esta patologia incide predominantemente nas crianças no sexo masculino e no
sexo feminino na idade adulta. Em alguns pacientes, principalmente naqueles em que a doença se
iniciou antes dos 16 anos, a asma pode ser controlada, não havendo crises de broncoespasmo.
Contudo, um terço da asma persistirá na idade adulta. A percentagem de incidência da asma
aumenta quando as comunidades passam a adoptar um estilo de vida ocidentalizado e se tornam
urbanizadas. Com um aumento proposto de 45-59% da população mundial em 2025, ocorrerá um
aumento substancial do número de asmáticos nas próximas décadas. Em Portugal a prevalência
média da asma atinge mais de 11% da população no grupo etário dos 6 – 7 anos, 11,8% no dos 13
-14 anos, e 5,2% no dos 20 – 44 anos, estimando-se que o número de doentes ultrapasse os 600.000,
sendo assim um em cada 15 Portugueses sofrerá, provavelmente de asma.

1.7. Causas da Asma

A asma constitui um importante problema de saúde pública, uma vez que, se trata de uma
das doenças crónicas mais frequentes na criança e no jovem. Este facto é desencadeado à maior

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Asma e o Exercício

susceptibilidade por parte destes, uma vez que o seu sistema imunológico e respiratório ainda não
está totalmente desenvolvido.
Sendo a asma uma doença desencadeada por um processo inflamatório, esta pode ter origem
em afecções respiratórias neonatais, em factores ambientais como a poluição atmosférica, industrial
e tabagística ou o modo de vida que se pode caracterizar pela promiscuidade familiar, a
colectividade ou alguns tipos de aquecimento doméstico. Para além destes factores externos é
igualmente indispensável referir factores de base (condição genética) como o historial familiar
caracterizado pela alteração de funções ao nível das vias aéreas.
Apesar da inflamação das vias aéreas ser crónica, as crises asmáticas ou exacerbações têm
carácter episódico, tendo como principais factores desencadeantes: Alergéneos como os ácaros,
pólens, pelos, penas, fungos, fumo de tabaco e baratas; fármacos como anti-inflamatórios não
esteróides, b-bloqueantes (usados no tratamento de hipertensão arterial) e conservantes saturados;
poluição atmosférica onde se destaca o ozono, NO2 e SO2 como gases poluentes; factores
profissionais como a indústria química e plásticos, sais metálicos, poeiras de madeira ou vegetais,
detergentes de lavandaria; exercício; infecções virais; stress emocional; emoções fortes (riso,
choro); alterações de temperatura; alimentos (amendoins, morangos); obesidade; tabagismo; atopia
e o género. Alguns pacientes apresentam um risco elevado de morte por asma e portanto têm de ter
uma especial atenção, educação, monitorização e cuidados de forma a evitar exacerbações mortais.

1.8. Diagnóstico

A asma pode surgir associada a um ou mais de quatro sintomas principais: tosse, pieira,
dispneia, aperto torácico. A intensidade dos sintomas é muito variável de doente para doente e
mesmo em cada doente, já que podem passar-se dias, semanas ou meses sem sintomas ou serem
muito frequentes.
A asma pode ser diagnosticada em qualquer idade, embora nos lactentes e crianças mais
jovens o diagnóstico possa ser inconclusivo durante algum tempo, devido à maior frequência de
quadros asmatiformes (fenómenos de obstrução brônquica semelhantes à asma) por outras causas.
Há numerosas condições malformativas, degenerativas ou disfuncionais que causam sintomas deste
tipo na criança pequena, mas são pouco frequentes. Há, porém, outras situações muito mais comuns
de pieira recorrente, que afectam cerca de um terço de todos os lactentes e, na maioria dos casos,
são transitórias. Destas, só um terço acabam por vir a manifestar-se como asma.
Existem, portanto, afecções respiratórias e certas doenças cardíacas que produzem sintomas
idênticos aos da asma. É possível estabelecerem-se relações entre essas doenças e a frequência com
que os vários sintomas se apresentam. Para que o médico consiga elaborar um diagnóstico, é
essencial que o paciente forneça uma descrição precisa dos sintomas, indique o que os provoca,
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Asma e o Exercício

quanto tempo duram, o seu grau de gravidade e se existe um quadro de sintomas específico.
Designa-se por anamnese esta entrevista realizada ao paciente por parte do profissional de saúde
com o objectivo de recolher e registar informação acerca dos sintomas (manifestações sentidas e
referidas pelo paciente) e sinais (manifestações observáveis).
O diagnóstico em doentes respiratórios pressupõe um exame subjectivo e um exame
objectivo. O primeiro inclui a anamnese em que devem constar os seguintes elementos: dados
demográficos, motivo, história clínica, antecedentes pessoais e antecedentes familiares do doente. O
segundo envolve inspecção (com avaliação postural), palpação, verificação dos sinais vitais,
percussão e auscultação do doente. Existem, ainda, determinados exames complementares de
diagnóstico utilizados neste tipo de diagnóstico. São exemplos as provas de função respiratória, a
verificação dos níveis de IgE plasmática (anticorpos responsáveis pelas alergias), os testes cutâneos
com diferentes alergénios, o Rx torácico, entre outros.
Entre as provas funcionais respiratórias são de referir a espirometria, as provas de
broncomotricidade e os métodos de avaliação da inflamação brônquica. A espirometria é um teste
de função pulmonar que avalia o volume de ar inspirado e expirado em função do tempo, o
equipamento utilizado é o espirómetro. Daí ser importante conhecer os vários volumes e
capacidades pulmonares.
Em relação às provas de broncomotricidade, podem considerar-se duas categorias: provas
de broncodilatação (avaliam a eficácia dos broncodilatadores) e provas de broncoprovocação
(determinam a predisposição das vias aéreas para o broncoespasmo). Como métodos de avaliação
da inflamação brônquica há a indução e avaliação da expectoração, tendo por base determinados
marcadores, e a observação do óxido nítrico no ar expirado.

1.9. Tipos de Asma

Podemos distinguir essencialmente dois tipos de asma, a extrínseca e a intrínseca.


A extrínseca é causada por agentes externos e representa o tipo I de reacção hipersensitiva.
Este tipo de asma afecta mais crianças, principalmente devido à fragilidade do sistema imunitário e
é associada a outras alergias, começa tipicamente antes dos 10 anos e muitos melhoram com idade
enquanto que outros mantêm os ataques durante a sua vida. Ataques de tosse, falta de ar e dispneia
são alguns dos sinais. A hereditariedade e outras alergias são factores que contribuem para o seu
aparecimento.
A asma intrínseca manifesta-se na idade adulta, normalmente antes dos 40, embora as
mulheres após a menopausa possam ser vítimas de ataques de asma com maior incidência. Os
ataques são similares à asma extrínseca mas não são causados por factores externos ou alérgicos. Os
ataques ocorrem ao acaso se bem que factores como a exposição ao frio, à poluição ambiental ou
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Asma e o Exercício

gases tóxicos possam ser causas prováveis. O exercício, stress emocional, infecções respiratórias ou
agentes químicos são factores que levam ao aparecimento dos sintomas.
Podemos ainda referir a asma do tipo mista que conjuga factores extrínsecos e intrínsecos.
Após dividirmos a asma de uma forma mais geral podemos focar-nos nos estímulos que
levam à ocorrência de ataques asmáticos, podendo dividir a asma em:
Atópica ou alérgica – é o tipo de asma mais vulgar, accionada por factores ambientais como
alimentos, pólen, pó ou pêlos de animais. O histórico familiar em termos alérgicos são prováveis e
os ataques são precedidos de outros sintomas como urticária ou eczemas.
Não-atópica – este tipo de asma caracteriza-se por ser accionada por vírus e não por
bactérias como a alérgica. As infecções das vias respiratórias são os provocadores dos ataques, neste
tipo por norma não existe uma história familiar positiva e os testes às reacções alérgicas são regra
geral negativos pelo que a explicação se centra na hiperirritabilidade da árvore brônquica.
Induzida por agentes químicos – existem alguns produtos farmacológicos que provocam a
asma, como é o caso da aspirina que a provoca em indivíduos com rinite recorrente e pólipos basais,
e que mesmo tomada em pequenas quantidades provoca urticária e ataques.
Ocupacional – é o caso de ataques asmáticos decorrentes do contacto com poeiras orgânicas
e químicas, fumaças ou outros agentes químicos cujo contacto repetido mesmo em pequenas doses
proporciona.
Frio, exercício ou o stress emocional provocam espasmos nos brônquios, explicados pelo
facto dos pacientes com asma possuírem diversas células inflamatórias nas paredes bronquiais e os
seus mediadores poderem estar envolvidos nessa hiperirritabilidade dos brônquios.
Podemos também distinguir a asma consoante a gravidade da inflamação, sendo assim
podemos classificar o grau de gravidade consoante quatro degraus. Podemos distinguir então a asma
intermitente leve, este tipo é a mais vulgar apresentando uma função pulmonar normal ou quase
normal, ausência de sintomas frequentes bem como ausência de dificuldade em dormir durante a
noite. Em termos de medicação os indivíduos apenas necessitam de um broncodilatador de acção
intermédia não sendo necessária medicação a longo prazo ou de emergência. A asma persistente
leve tem características semelhantes à anterior contudo os sintomas são ligeiramente mais graves,
ou seja, a sua função pulmonar é normal na maioria das ocasiões, apresentam alguma dificuldade
em dormir e a utilização de medicação contra ataques de asma é mais frequente. Na asma
persistente moderada a função pulmonar é persistentemente anormal, apresentam sintomas
asmáticos várias vezes ao dia, têm dificuldade em dormir quase todas as noites e recorrem a
medicação diversa quer para controlar a doença a curto como a longo prazo. Na asma persistente
grave, e como o próprio nome indica, este tipo de asma é a que inspira mais cuidados. Na sua

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análise podemos referir que comparativamente à persistente moderada os sintomas são idênticos
contudo neste caso a limitação à actividade física é permanente. De referir que a cada degrau
corresponde um tipo de medicação e de tratamento que deverá ser sempre adequado a outros
factores a ter em conta na avaliação do individuo.

1.10. Tratamento

Sendo a asma uma doença crónica, as pessoas portadoras desta patologia têm de adoptar
certas normas, nomeadamente a ingestão de fármacos e a adaptação ao ambiente em que estão
inseridas, de forma a melhorar a sua qualidade de vida. Esta patologia é detectada de acordo com
um diagnóstico baseado em diversos sinais e sintomas que surgem no organismo.
De maneira a atenuar os efeitos da asma no organismo, os portadores desta patologia são
submetidos a diversos tratamentos, sendo de destacar o tratamento de crises e o tratamento
crónico/de manutenção (preventivo). Para cada tipo de tratamento, são prescritos determinados
medicamentos, dos quais fazem parte os corticosteróides (inalação), os broncodilatadores, a
aminofilina entre outros.
Os broncodilatadores são aqueles que tratam a consequência da asma, ou seja, o
estreitamento dos brônquios, actuando ao nível dos músculos desses brônquios e provocando o
relaxamento dos mesmos. Estes fármacos podem ser divididos por três grupos, as aminas
simpaticomimétricas, as xantinas e os anticolinérgicos não selectivos.
Os corticosteróides, também chamados de esteróides, diminuem a inflamação das vias
respiratórias, produzindo no paciente asmático a diminuição do edema dos brônquios, a redução da
produção de muco pelas células que revestem os brônquios, a diminuição da hiper-reactividade das
vias respiratórias e a estabilização da função pulmonar. Por fim, a aminofilina, ou seja, a Teofilina
etilenodiamina, que actua no organismo de forma a relaxar o músculo liso dos brônquios e vasos
sanguíneos pulmonares e estimula o centro respiratório medular.
Para além destes, torna-se também importante a ingestão de anti-inflamatórios,
expectorantes ou antitússicos em alguns dos casos. Os anti-inflamatórios tratam a inflamação dos
brônquios, sendo de destacar os corticóides, as cromonas e os modificadores de leucotrienos. Os
expectorantes, são os fármacos que aumentam a produção e diminuem a viscosidade das secreções e
só actuam na causa da tosse, especificamente onde há acumulação de secreções espessas no tracto
respiratório. Por fim, os antitússicos actuam de forma a inibir a tosse.
Perante um doente com uma crise asmática, é fundamental a avaliação da sua gravidade pois
esta pode condicionar a terapêutica a utilizar. O tratamento inicial do broncospasmo agudo deve ser
feito com aminas simpaticomimétricas selectivas, que podem ser administradas por aerossóis
produzidos em aparelhos de nebulização. Da mesma forma, pode ser utilizado o nebulizador
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Asma e o Exercício

pressurizado de dose calibrada, conjugando com este um reservatório facilitador da inalação do


aerossol. Quando se trata de uma crise mais grave, para além da terapêutica broncodilatadora,
devem ser administrados corticosteróides por via endovenosa, bem como oxigénio, hidratação
adequada e permanência do doente num ambiente tranquilo/hospitalar. Após uma fase aguda, pode
tornar-se vantajoso o uso de corticosteróides por via oral, durante períodos mais ou menos curtos. A
terapêutica farmacológica, não é apenas uma faceta do tratamento do doente asmático, mas sim uma
das etapas mais importantes de todo o percurso do tratamento.
Para além do tratamento farmacológico, é de realçar a importância da fisioterapia ao nível
do sistema cárdio-respiratório, mais concretamente da asma. O papel que o fisioterapeuta toma,
processa-se de forma a proporcionar uma melhor qualidade de vida ao portador da patologia,
intervindo na manutenção da permeabilidade das vias aéreas. Num paciente com asma persistente, o
fisioterapeuta vai actuar ao nível da reabilitação funcional respiratória através da execução de
exercícios que são específicos para os músculos respiratórios. As técnicas utilizadas pelos
fisioterapeutas podem ser divididas em activas (exercícios respiratórios puros, respiratórios
ritmados com determinado movimento, movimentos musculares não ritmados com a respiração) e
posturais (as simples e as de drenagem). Destas técnicas é de realçar, a terapia PEP (pressão
expiratória positiva); técnicas instrumentais, Flutter, RC-Cornet, Acapella, treino normocáptido
hiperpneico (desportistas), treino inspiratório resistido e ainda treino do tipo “threshold loading”
(avaliação da força dos músculos respiratórios).
A reabilitação do asmático, efectua-se seguindo-se uma ordem de trabalhos: adopção de
posturas correctas, relaxamento muscular (em especial do pescoço), prática do exercício respiratório
fundamental realizado a partir das posições correctas, reabilitação da mobilidade costal inferior e
diafragmática, diminuição da mobilidade costal alta e clavicular e reabilitação da musculatura
abdominal.

1.11. Qualidade de vida e asma

Existem estudos que têm por objectivo identificar o grau de "bem estar" e que comprovam a
influência negativa da asma na qualidade de vida do asmático, a nível físico (actividades),
psicológico (emoções), social (restrição) e saúde física (sintomas), sendo este último o mais
significativo. O termo “qualidade de vida”, como vem sendo aplicado na literatura médica, pode ter
outro significado como “condições de saúde” e “funcionamento social”.
A asma causa impacto negativo na qualidade de vida de crianças, adolescentes, idosos mas
também dos seus cuidadores. Os pais de crianças com asma, quando alvo de estudos, indicam que
possuem qualidade de vida entre razoável e boa. Esta perspectiva dependeu, além da doença, idade
e duração da doença, das vezes que tiveram necessidade de recorrer ao centro de saúde e a sua
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Asma e o Exercício

percepção sobre a saúde do asmático. O custo indirecto reflecte-se ao nível do absenteísmo no


trabalho, gastos com o treino e a restrição de actividades devido à doença como por exemplo as
faltas às aulas, no entanto devemos considerar o custo pessoal e familiar que é demonstrado pelo
constante sofrimento que os pacientes e familiares são vítimas e pela evidente redução da qualidade
de vida, causada principalmente pela restrição da sociabilidade e constantes idas nocturnas aos
serviços de atendimento de emergências. Por isto existem normas de boas práticas que permitem
avaliar a prevalência da asma na sua comunidade, e considerar o custo da medicação, dos cuidados
de assistência e da asma não controlada como: hospitalizações, perda de produtividade, absentismo
escolar/laboral, perturbações familiares e baixa qualidade de vida. Normas que permitem também
escolherem os tratamentos e medicamentos, com base nos recursos do doente, riscos, benefícios dos
diferentes tratamentos e relação custo/eficácia.
A necessidade de evitar os factores desencadeantes da crise torna a asma uma importante
fonte de stress, levando muitos pacientes a uma restrição no seu dia-a-dia, portanto, a um grande
prejuízo na sua qualidade de vida. Outros estudos relacionam a asma com o exercício físico e
chegam á conclusão de que o exercício, além de favorecer o aumento da capacidade respiratória,
tem efeitos muito positivos no aspecto psico-social do doente.
A asma ocupacional tornou-se a doença profissional respiratória mais prevalente nos países
desenvolvidos que afecta, entre outros, profissionais que trabalham com cereais (padeiro,
agricultores), animais (aviários, veterinários), mas também produtos/poeira (funcionários de
limpeza) fazendo com que algumas profissões deixem de ser adequadas para indivíduos asmáticos.

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Asma e o Exercício

Conclusão

Ao longo da abordagem deste problema surgiu-nos a necessidade de nos familiarizarmos


com terminologias e estruturas anatomofisiológicas associadas ao sistema cardiorespiratório. Assim,
este estudo intensivo serviu de base para uma melhor compreensão da importância da actividade
física e suas implicações, tanto em indivíduos com ou sem patologia.
De entre as patologias inerentes ao sistema cardiorespiratório demos ênfase à asma cujo
número de indivíduos à escala mundial tem vindo a aumentar significativamente. Este facto tem
levado a uma maior divulgação da patologia e riscos associados, conduzindo a um desenvolvimento
nas áreas de prevenção e promoção para a saúde uma vez que as restrições sociais que a asma
gera têm bastante impacto psicossocial, causando sofrimento, restringindo a participação em
actividades diárias e de lazer e influenciando a vida da família e outras pessoas próximas do
indivíduo. Neste âmbito, surge o exercício como ponto fundamental na reeducação do indivíduo
asmático de forma a proporcionar uma adaptação à patologia sem que esta lhe retire a qualidade de
vida a que estava habituado. Capacitar o indivíduo de forma a alterar os seus hábitos, a dotar o seu
organismo de novas capacidades que lhe permitam responder com eficácia à patologia associando
diversas terapias é o principal objectivo do fisioterapeuta

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Asma e o Exercício

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Asma e o Exercício

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Asma e o Exercício

ANEXOS

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Mapa Conceptual
Asma e o Exercício

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Anexo I

As provas funcionais respiratórias contém vários testes e avaliações que se fazem com o
intuito de avaliar capacidades e resistência dos indivíduos. Das quais, destacam-se para este
problema, a espirometria, as provas de broncomotricidade e os métodos de avaliação da inflamação
brônquica. A espirometria é um teste de função pulmonar que avalia o volume de ar inspirado e
expirado em função do tempo, o equipamento utilizado é o espirómetro. Daí ser importante
conhecer os vários volumes e capacidades pulmonares.

Volume Corrente (VC) – corresponde ao volume de ar inspirado ou expirado durante um


ciclo de respiração normal.
Volume de reserva Inspiratória (VRI) – refere-se ao volume máximo de ar inalado no final
de uma respiração corrente.
Volume de reserva Expiratória (VRE) – refere-se ao volume máximo de ar expirado no final
de uma respiração corrente.
Volume Residual (VR) – refere-se ao volume de ar que permanece nos pulmões no final de
uma expiração máxima. O VR não varia com o exercício.
Capacidade Pulmonar – é a soma de dois ou mais volumes pulmonares. Capacidade
Pulmonar Total – a soma dos volumes de reserva inspiratória e expiratória mais o volume corrente e
o residual – cerca de 5800 ml.
Capacidade Vital – soma do volume de reserva inspiratória, com o volume corrente e o
volume de reserva expiratória. Volume máximo de ar que uma pessoa consegue expirar após uma
expiração forçada – cerca de 4600 ml.
Capacidade Inspiratória – soma do volume corrente com o volume de reserva inspiratória,
que é a quantidade máxima de ar que uma pessoa pode inspirar, após uma respiração em repouso –
cerca de 3500 ml.
Asma e o Exercício

Anexo II

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Asma e o Exercício

Anexo III

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Asma e o Exercício

a. Anexo IV

Princípios para o treino

Princípio da Sobrecarga: o estímulo tem que ter uma intensidade


suficiente para que a nova situação ocorra;

Princípio da Sobrecarga Progressiva: Visto que vai ocorrer


uma adaptação ao estímulo, é necessário haver um aumento da sua
intensidade ou duração para que se mantenha eficaz;

Princípio da Consistência: a prática do exercício tem que ser


sistemática;

Princípio da Especificidade: só existe adaptação face ao estímulo


efectuado;

Princípio da Individualidade: cada indivíduo responde de uma


maneira diferente ao estímulo, sendo a sua eficácia diferente de indivíduo para
indivíduo;

Princípio da Alternância: é necessário haver um período de


recuperação;

Princípio da Segurança: a prática do exercício tem que ser


realizada de uma forma segura, não podendo haver factores de risco sobre o
indivíduo.

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Asma e o Exercício

Anexo V

Tipos de Hipertrofias

• Compensadora: relação entre o raio da câmara e a espessura do miocárdio


mantém-se apesar de haver um aumento do tamanho do órgão (ambos aumentaram). As
principais causas são o exercício físico e a actividade neurohormonal. Esta última
encontra-se alterada devido a certas doenças (ex. Pressão arterial).

• Inapropriada: a espessura do miocárdio aumentou mais do que o raio da câmara


– má adaptação.

• Inadequada: o raio da câmara aumentou mais do que a espessura do miocárdio


– má adaptação.

No caso da doença, a hipertrofia compensadora torna-se insuficiente para


responder aos estímulos, ocorrendo uma miocárdiopatia. Há então uma perda da massa
muscular (morte dos miócitos por necrose, apoptose ou autofagia) face ao raio da câmara
que se mantém: dilatação do coração.

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Asma e o Exercício

Glossário

Anamnese: conjunto de perguntas realizado por um profissional da área da saúde a um


paciente, para um futuro diagnóstico de uma patologia.

Angina: é a dor ou desconforto no tórax que ocorre quando uma ou mais artérias coronárias
não provêem oxigénio suficiente ao coração.

Atopia: Predisposição familiar genética para certas reacções de hipersensibilidade


diversos agentes.

Broncoespasmo: Constrição reversível de vias aéreas pequenas ao nível do sistema


respiratório distal.

Bronquiectasias: distorção ou alargamento dos brônquios devido à destruição do


componente elástico da sua parede.

Bronquite crónica: patologia crónica dos pulmões que diminui a capacidade para respirar.

Dispneia: Dificuldade de respirar, muitas vezes acompanhada de opressão torácica e mal-


estar. A dispneia pode ser devido a diversas causas que impeçam uma perfeita oxigenação
sanguínea: as que impedem ou dificultam a ventilação, a entrada e saída de ar dos ou para os
pulmões; as que comprometem a transferência do oxigénio dos pulmões para o sangue; as que
dificultam a circulação do sangue para os pulmões; e as que são devidas a perturbações do centro
respiratório cerebral.

Doença aguda: Têm um curso acelerado, por norma inferior a 3 meses. A doença aguda
possui diversas fases que se caracterizam por uma fase inicial onde surgem os sintomas de uma
forma brusca, uma fase seguinte onde se dá uma degradação ate se atingir o ponto máximo de
sintomas e danos. Na fase seguinte os sintomas mantêm-se existindo fases alternadas de melhoria e
retrocesso. Após esta fase surge uma longa recuperação em que os sintomas vão desaparecendo de
forma gradual até chegarmos à fase final ou o chamado período de convalescença em que os
sintomas já não existem mas em que o individuo ainda não esta na plenitude das suas capacidades.
A gripe, pneumonia, meningite são alguns dos exemplos de infecções por vírus e baterias.
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Asma e o Exercício

Os enfartes e as hemorragias são exemplos de outro tipo de doenças agudas.

Doença crónica: Ao contrário das doenças agudas esta não é resolvida num curto espaço de
tempo. Este tipo de doenças não põem em risco a vida da pessoa no imediato logo não são tidas
como emergências médicas, contudo a sua importância é enorme uma vez que algumas delas levam
à morte.
A permanência dos sintomas, perda de qualidade de vida e dificuldades nas AVD são
algumas características. A SIDA e o Cancro são alguns exemplos mais nefastos enquanto que as
Asma ou a Varicela são exemplos de doenças que não põem, por si só, a vida do indivíduo em risco.

Enfisema: doença crónica, que se caracteriza pela destruição gradual dos tecidos dos
pulmões, que se vão tornando hiperinsuflados.

Hipoxemia: Diminuição da concentração de oxigénio sanguíneo (sin.Hipoxia)

Incidência: número ou proporção de novos casos que surgem numa população e num
determinado momento temporal.

Insuficiência cardíaca: incapacidade do coração para executar as suas funções de forma


adequada com origem noutras patologias do próprio coração ou de outros órgãos.

Pieira: ruído sibilante e agudo do ar que entra ou sai das vias aéreas estreitadas.

Prevalência: proporção e/ou número total de casos que existem numa determinada
população e num determinado intervalo de tempo.

Actas

------------------------------------------------------Acta nº
13-------------------------------------------------------------

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Asma e o Exercício

Aos nove dias do mês de Dezembro de dois mil e oito realizou-se, pelas
oito horas, na sala quarenta e oito da Escola Superior de Tecnologias da Saúde
do Porto a décima terceira sessão tutorial do grupo de trabalho número quatro.
A reunião foi presidida pelo Tutor João Cavaleiro e pela Presidente Adriana
Henriques, estando presentes os estudantes Cátia Roberto, Sara Melissa Silva,
Tânia Velho, Joana Gouveia, Ricardo Miranda, Cristiano Silva, Teresa Calheno,
Patrícia Sardo, Stéphanie Varandas. Faltou a Augusta
Costa.-------------------------------------------------------------------------------------
A sessão iniciou-se com a apresentação dos elementos do grupo uma vez
que começámos novo módulo e problema com um novo Tutor. Foram
nomeados os cargos semanais sendo a presidente Adriana Henriques,
secretária Patrícia Sardo e o escrivão Cristiano Silva. A presidente referiu a
necessidade de dar o e-mail do turno ao tutor e todos concordaram.
-------------------------------------------
Foi distribuída uma folha a cada elemento do grupo que continha o
resumo de um artigo do Diário de Notícias intitulado: “Avaliar a eficácia do
exercício físico contra a asma.”. Adriana destaca alguns conceitos chave que
servem de ponto de partida para a análise do texto. Joana interrompe
perguntando se devemos elaborar um mapa conceptual deste problema ao que
o grupo responde afirmativamente pelo que se começa a realizar com base na
leitura e nos conceitos que surgem. Ricardo intervém dizendo que é importante
começar por definir asma. O grupo refere diferentes temas importantes tais
como: recursos (físicos e humanos) necessários e disponíveis para lidar com a
asma, ou seja, apoios e estratégias; efeitos na qualidade de vida e interacção
social; causa da doença (Melissa refere a causa genética – hereditariedade da
patologia – bem como situações/ comportamentos de risco que despoletam
crises associadas); consequências da mesma; influência e evolução da asma,
uma vez que se achou importante pesquisar as investigações relacionadas com
este tipo de doença crónica. O tutor intervém questionando o grupo acerca do
conceito de doença crónica, pelo que se achou necessário clarificar este
conceito e a sua distinção em relação a doenças não crónicas bem como as
suas fases. Surge o tema anatomofisiologia do sistema respiratório pelo que
Patrícia sugere o termo Anatomofisiopatologia questionando o grupo acerca da
pertinência de se falar em Patologia pelo que o grupo achou relevante. Tendo
em conta todo o texto analisado e a importância do exercício, o grupo resolve
acrescentar o tema “Asma e o Desporto” ao mapa conceptual, de modo a
pesquisar tanto as vantagens como as desvantagens da prática desportiva por
um asmático. Tânia refere a importância de Fisioterapia no “Tratamento” pelo
que se discutiu acerca desta definição uma vez que o conceito de doença
crónica pressupõe a não existência de cura para a doença em si. No entanto
considerou-se necessário abordar as diferentes intervenções que a equipa
multidisciplinar (composta por vários profissionais de saúde) executa com o
intuito de promover a saúde das pessoas. O grupo depara-se com três temas
subjacentes: Diagnóstico, Sinais e Sintomas e Tipos de Asma/Evolução, pelo
que Joana sugere a sua interligação ao que o grupo responde afirmativamente.
Fala-se, também, da importância da distinção de diagnóstico médico e de
fisioterapia. Melissa e Patrícia referem a Associação Portuguesa de Asmáticos
(APA). Sugere-se, também, a existência de um contexto histórico.
--------------------------------

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Asma e o Exercício

A Presidente toma a palavra e, uma vez que a sessão estava quase a


terminar, o grupo decidiu realizar o feedback da Sessão Tutorial. Patrícia pede
desculpa aos restantes elementos do grupo por ter intervÉ notória a satisfação
de todos os elementos em relação ao funcionamento do grupo, no entanto,
todos salientaram a dificuldade primordial de se trabalhar em PBL na medida
em que se têm que definir objectivos de pesquisa e de trabalho sem existir
conhecimento específico como base sobre a área a abordar e que todos os
elementos devem participar no debate de ideias e dar a sua opinião sobre a
relevância dos temas a tratar. Sublinha-se, também, a importância da
realização do mapa conceptual pois facilita a interligação de conceitos e o
estudo.
Nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a sessão tutorial da
qual se lavrou a presente acta, que vai ser assinada.
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O Presidente________________________________________
O Secretário_________________________________________

------------------------------------------------------Acta nº
14-------------------------------------------------------------
Aos doze dias do mês de Dezembro de dois mil e oito realizou-se, pelas
oito horas, na sala quarenta e oito da Escola Superior de Tecnologias da Saúde
do Porto a décima quarta sessão tutorial do grupo de trabalho número quatro.
A reunião foi presidida pelo Tutor João Cavaleiro e pela Presidente Adriana
Henriques, estando presentes os estudantes Cátia Roberto, Sara Melissa Silva,
Tânia Velho, Joana Gouveia, Ricardo Miranda, Cristiano Silva, Teresa Calheno,
Patrícia Sardo, Stéphanie Varandas.É de referir o atraso de Sara Melissa Silva,
Patrícia Sardo e Tânia Velho. -----------------------------------------
Adriana refere as dificuldades em seleccionar o que é necessário e
acessório uma vez que não houve contacto prévio com anatomia, fisiologia,
patologia e outras áreas de estudo. O tutor aconselhou a colocação das
alterações anatómicas devidas ao desporto e os benefícios deste para a asma.
------------
Realizou-se uma exposição da pesquisa e dificuldades encontradas
durante a semana. A qualidade de vida e asma estão completas, falta apenas
juntar as duas partes realizadas separadamente por Augusta e Stephanie. A
intervenção terapêutica na asma está ainda incompleta uma vez que é um
pouco extensa e complexa. Ocorreu, portanto, uma nova divisão de tarefas
com o inuito de ajudar Cátia na sua tarefa, Stéphanie e Augusta prontificaram-
se a ajudar bem como Cristiano que se ofereceu para colaborar com parte da
sua investigação. Cristiano refere que na sua parte do trabalho apenas faltava
colocar, se realmente fosse relevante, as terapêuticas em fisioterapia.
Concluiu-se que deveria estar na parte da Cátia, pelo que a informação será
reencaminhada. Ricardo levanta a questão da inflamação, que é muito extensa
e não sabe se deverá colocar tudo ou se apenas uma parte. ---------------
Surgiu, portanto, a proposta de inclusão de um glossário nos anexos.
Joana propõe a junção de patologia, anatomia e fisiologia em
anatomofisiopatologia. Questiona-se acerca das patologias associadas e como
estas devem ser apresentadas. O tutor intervém dizendo que se deve focar
mais nos factores de risco. Teresa questiona sobre o que se entende por
recursos. O grupo esclarece nomeando: apoio financeiro, subsídios, Associação
Portuguesa de Asmáticos (que apenas providenciam descontos em
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Asma e o Exercício

medicamentos para os sócios). Joana refere ainda que existe um subsídio


mensal de deficiência para asmáticos, de forma a auxiliar nas despesas. Tânia
foca alguns conceitos que são essenciais, mas que ainda não estão ( volta-se a
colocar a hipótese do glossário), e sugere cinco temas principais de modo a
organizar de melhor forma o trabalho. O tutor sugere que se aborde anatomia,
fisiologia e exercício antes de patologia. Deste modo existe uma necessidade
de reformular sínteses: nomeadamente separar Fisiologia de Patologia e
agrupar Fisiologia com Anatomia de modo a ser introdutório no trabalho. Assim
decidiu-se que na próxima sessão Tutorial os elementos que pesquisaram sobre
anatomia e fisiologia devem elucidar o restante grupo de modo a tirar algumas
dúvidas existentes e a orientar o trabalho. Melissa fala sobre o diagnóstico –
relacionando as aulas de recurso com a pesquisa. O tutor questiona acerca dos
meios complementares de diagnóstico –testes de óxido nítrico entre outros –
pelo que o grupo refere saber de que se trata embora ainda não tenha sido
abordado nas sínteses. Fala-se da importância de se substituir o tema
“Desporto” por Exercício uma vez que não é apenas a prática de Desporto que
tem vantagens e desvantagem mas sim todo o exercício em geral. O grupo
foca a necessidade de abordar algunas noções, ainda que gerais, de
imunologia. Ricardo pergunta se a avaliação postural deve aparecer no
trabalho ao que o grupo responde dizendo que deve aparecer mas apenas
mencionada. Adriana refere a necessidade de nos agruparmos em subgrupos
de trabalho para orientar as pesquisas e as sínteses. Após orientarmos o
trabalho para a semana seguinte, reunimo-nos de novo para realizarmos o
feedback da Sessão Tutorial. Foi geral a ideia de que a falta de bases constitui
uma dificuldade na pesquisa e na compreensão dos temas de estudo. No
entanto o grupo está optimista e satisfeito com o trabalho realizado até então
bem como com a prestação do grupo. ----------
Nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a sessão tutorial da
qual se lavrou a presente acta, que vai ser assinada.
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O Presidente_______________________________________

O Secretário________________________________________

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Asma e o Exercício

-----------------------------------------------------Acta nº
15--------------------------------------------------------------
Aos quinze dias do mês de Dezembro de dois mil e oito realizou-se, pelas
oito horas, na sala quarenta e oito da Escola Superior de Tecnologias da Saúde
do Porto a décima quinta sessão tutorial do grupo de trabalho número quatro.
A reunião foi presidida pelo Tutor João Cavaleiro e pela Presidente Augusta
Costa, estando presentes os estudantes Cátia Roberto, Sara Melissa Silva, Tânia
Velho, Joana Gouveia, Ricardo Miranda, Cristiano Silva, Teresa Calheno, Patrícia
Sardo, Stéphanie Varandas, Adriana Henriques.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
Augusta iniciou a sessão tutorial sugerindo a Stephanie que fizesse a
leitura da acta referente à sessão anterior. Realizou-se uma breve
apresentação em Powerpoint sobre Anatomia e fisiologia, a qual foi exposta
pela Patrícia. Esta apresentação incidia sobre os seguintes pontos: circulação
sistémica e pulmonar (transporte do sangue venoso e arterial); cavidade
torácica (importância na respiração); estrutura base do coração; cavidades
nasais; percurso do oxigénio; constituintes do sangue (efeito de Bohr). Patrícia
achou ainda importante a clarificação do conceito hemoglobina uma vez que
será algo a abordar brevemente. Realizou-se uma exposição da pesquisa e
dificuldades sentidas durante o tempo de trabalho. Desta forma, em
seguimento do tema Anatomia explorado pela Patrícia, Tânia intervém
abordando a patologia. Definiu asma como sendo uma inflamação sob a qual o
organismo vai reagir, através de sinais e sintomas. Stephanie refere que
Patrícia, durante a exposição oral, disse que o aconselhável é respirar pelo
nariz e não pela boca, acrescentando que o nosso organismo possui também
cílios na garganta mas em menor quantidade. Patrícia esclarece que, apesar de
a garganta possuir cílios, esta não é uma zona tão protegida, sendo a tosse um
acto reflexo de protecção. ------------
O tutor sugeriu a abertura do mapa conceptual de forma a ter uma visão
geral do trabalho e focar todos os temas durante a sessão. De seguida, o tutor
questiona quais as consequências da prática de exercício físico numa pessoa
asmática. Cristiano tenta responder à questão, e Augusta e Melissa intervêm
de forma a ajudá-lo.
-------------------------------------------------------------------------------------------
O tutor auxilia Cristiano na organização de ideias e sugere que sejam
esclarecidos os conceitos: adaptações a curto e longo prazo; e respostas
agudas e crónicas. ------------------------------------------------
Joana propõe que se divida o mapa conceptual por categorias. Tânia
realça importância de inserir na parte referente ao exercício físico, os conceitos
de resposta crónica e resposta aguda. O tutor lança uma pergunta ao grupo
acerca da incidência da doença nas faixas etárias. Adriana voluntariou-se para
responder, a qual levou ao surgimento de novos termos ligados à asma, tais
como epidemiologia e prevalência/incidência. Patrícia disponibilizou-se para
estabelecer a diferença entre estes dois últimos termos. Joana sugere que
estes conceitos sejam colocados no glossário, e posteriormente relacioná-los
com epidemiologia. Surge o problema de onde inserir o exercício físico, uma
vez que este está ligado a outros grandes temas. Melissa dá a sua opinião
referindo que o exercício físico não devia estar isolado dos outros temas e sim
ser referido em todos eles uma vez que tem uma certa especificidade em cada

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Asma e o Exercício

um. Patrícia concorda com Melissa e toma a palavra fazendo o ponto de


situação do trabalho de forma a mostrar ao grupo que o exercício físico era
referido em quase todos os sub-temas. Adriana responde à questão do tutor
acerca da diferença entre um sinal e um sintoma. Patrícia questiona ao grupo
se está explícita quando é que o médico avalia que o paciente tem asma.
Melissa responde que há casos de doença, nos quais é necessário fazer alguns
testes, nomeadamente a espirometria para que se tenha a certeza do caso. O
tutor questiona acerca do diagnóstico dos fisioterapeutas. Melissa responde
que encontrou um esquema bastante interessante mas que não estava
completo, desta forma terá de fazer uma pesquisa mais aprofundada acerca
desta temática. Em seguimento do tema da Melissa, Ricardo intervêm falando
dos diferentes tipos de asma. Teresa pergunta se etiologia fala das causas
factores de risco ou origem da doença. O tutor responde que está relacionado e
que há doentes que já têm a tendência a padecer e há outros que vivem num
dado meio que os leva a padecer dessa patologia. Cátia fala sobre os
tratamentos referentes à asma, os farmacológicos e a intervenção do
fisioterapeuta nesta área. Stephanie toma a palavra de forma a explicar ao
grupo a qualidade de vida e as restrições a nível social. Ricardo responde à
questão do tutor sobre o papel do fisioterapeuta na qualidade e vida. Tânia faz
referência à importância da equipa multidisciplinar. Augusta sugere que se faça
o feedback de forma a terminar a sessão.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------Nada
mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a sessão tutorial da qual se lavrou
a presente acta, que vai ser assinada.
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O Presidente_____________________________________________

O Secretário______________________________________________

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Asma e o Exercício

-------------------------------------------------------Acta nº
16---------------------------------------------------
Aos dezanove dias do mês de Dezembro de dois mil e oito realizou-se,
pelas oito horas, na sala quarenta e oito da Escola Superior de Tecnologias da
Saúde do Porto a décima quinta sessão tutorial do grupo de trabalho número
quatro. A reunião foi presidida pelo Tutor João Cavaleiro e pela Presidente
Augusta Costa, estando presentes os estudantes Cátia Roberto, Sara Melissa
Silva, Tânia Velho, Ricardo Miranda, Cristiano Silva, Teresa Calheno, Patrícia
Sardo, Stéphanie Varandas, Adriana Henriques. -------
Augusta inicia a sessão tutorial referindo que a leitura da acta não
poderia ser realizada uma vez que a mesma não estava disponível na sessão.
Augusta sugere ainda que seja feita uma recapitulação do trabalho realizado
até ao momento durante as suas semanas de trabalho.
--------------------------------------
Teresa e Adriana argumentam acerca do seu tema referindo aspectos que
se decidiu acrescentar. Tânia toma a palavra abordando a inflamação na asma.
-----------------------------------------------------------
Cristiano fala sobre o seu tema, asma no desporto, focando novos pontos
tais como, fisioterapia na asma. Teresa propõe que uma parte referida na
síntese do Cristiano seja retirada, uma vez que é referida em outros temas
chave. ---------------------------------------------------------------------------
Tutor pergunta quem ficou de pesquisar acerca do débito cardíaco e a
sua influência a nível do músculo. Augusta responde, pois foi o tema pelo qual
incumbida. O tutor volta a questionar qual a vantagem do desporto para a vida
de um asmático, referindo que um pessoa portadora de asma necessita de
inalar maiores quantidades de oxigénio de forma a repô-lo nos pulmões. De
seguida questiona o grupo de qual a principal dificuldade de um asmático.
Adriana responde e esclarece alguns aspectos que considerou importantes.
Teresa e Ricardo auxiliam Adriana na sua resposta. Teresa refere ainda que há
várias terapias respiratórias. O tutor remete de imediato para o tratamento do
fisioterapeuta.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Cátia toma a palavra referindo que acerca do tratamento do
fisioterapeuta na asma, muito pouco se sabe, mas depois da aula prática
acerca deste assunto, muitos aspectos foram esclarecidos, desta forma, as
técnicas usadas pelos fisioterapeutas iriam ser incluídas na síntese final sobre
a intervenção. ------------
Melissa refere que a sua síntese não estava terminada uma vez que a
informação da aula prática sobre aerossóis ainda não estava disponível no
moodle da escola. -----------------------------------------------
Adriana esclarece o tutor sobre quais as técnicas de tratamento do
fisioterapeuta que tinham sido referidos numa aula prática. Cátia intervém de
forma a explicar algumas dessas técnicas. Stephanie participa dando a
conhecer ao grupo assuntos que achou conveniente acrescentar na sua
síntese. --------
Tânia pede uma sugestão ao tutor acerca da organização do
trabalho/portefólio. O tutor sugere então que talvez seja importante falar
inicialmente da asma e só depois abordar os seguintes pontos. Ricardo refere
que uma possível organização seria, anatomofisiologia, desporto, asma e de
seguida os restantes temas. Melissa pede que todas as bibliografias sejam

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Asma e o Exercício

colocadas no mail de turma. Augusta pergunta a Tânia qual a sua sugestão


para o seguimento da reunião tutorial, lembrando todos da reunião à qual teria
de estar presente e apresentar questões do grupo. Tânia esclarece a função da
reunião. O grupo faz algumas críticas à organização geral de Fisioterapia,
realçando o atraso da saída de horários. --
São colocadas algumas questões, as quais foram apontadas por Augusta
de forma a esclarece-las na reunião com o terapeuta Rui Macedo. Vão sendo
feitas algumas críticas às sessões de recurso e ao método utilizado pelos
professores no decurso dessas aulas. -----------------------------------------------------
O tutor inicia um diálogo sobre biomecânica, mais concretamente fluidos
do nosso corpo e sugere que seja aprofundada a mecânica ventilatória.
---------------------------------------------------------------
Augusta refere que tem dificuldade em saber quando está a aprofundar
demais um tema. O tutor diz que é importante que todos tenham acesso ao
que os outros pesquisam, e questiona sobre quais os assuntos que foram
abordados na aula sobre Ortóteses. Adriana, Patrícia e Melissa respondem,
referindo alguns instrumentos utilizados.
-----------------------------------------------------------------------------
O tutor questiona o grupo sobre o conhecimento em relação à utilização
de broncodilatadores. Todos respondem que sabem utilizar minimamente, uma
vez que todos estiveram presentes na aula prática deste assunto. Ricardo
sugere que sejam, apagadas as sínteses antigas, à medida que vão sendo
inseridas novas sobre o mesmo assunto.
------------------------------------------------------------------------------
Tânia voluntaria-se para compilar todo o trabalho sugerindo ainda que as
partes do trabalho sejam divididas. Teresa refere que gostaria de ficar
incumbida de tratar a capa. O tutor questiona se a asma é crónica ou aguda e
o que é uma crise asmática. Patrícia responde. --------------------------------------
Augusta sugere que na leitura de todas as sínteses, caso haja um
conceito menos conhecido, que seja sugerido para ser colocado no glossário.
Tânia pergunta ao tutor como é feita a entrega do portefólio, se em formato
digital ou em papel. ----------------------------------------------------------------------
O tutor pergunta se não há mais questões a serem esclarecidas sobre a
asma. Ricardo responde que ainda não fez uma leitura seguida do trabalho,
sendo então difícil perceber se falta alguma coisa no trabalho.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----
Augusta sugere que se faça o feedback de forma a terminar a sessão.
---------------------------------
Nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a sessão tutorial da
qual se lavrou a presente acta, que vai ser assinada.
----------------------------------------------------------------------------------------------

O Presidente ______________________________________

O Secretário_______________________________________

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