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Relatório Final

ACOMPANHAMENTO E MONITORIZAÇÃO DO

PROCESSO DE APLICAÇÃO DO REFERENCIAL

PROPOSTO PELA CIF

Graça Breia e Manuela Micaelo

Agosto de 2008
Acompanhamento e Monitorização do Processo de Aplicação do Referencial Proposto pela CIF

ÍNDICE

INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................4
1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................................................5
2. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .............................................................................................8
2.1 O PAPEL DOS DIFERENTES PROFISSIONAIS NA APLICAÇÃO DO REFERENCIAL PROPOSTO PELA CIF..................8
2. 2 RESULTADOS E IMPACTO .....................................................................................................................13
2.3 OUTROS COMENTÁRIOS .......................................................................................................................36
SÍNTESE DOS RESULTADOS E RECOMENDAÇÕES.............................................................................37

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RELATÓRIO FINAL
Acompanhamento e Monitorização do Processo de Aplicação do Referencial Proposto pela CIF

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro nº1 - Caracterização da população do estudo .................................................................................6


Quadro nº2 - Q B8: Quais são os objectivos-chave do seu papel na utilização e disseminação do
referencial proposto pela CIF........................................................................................................................8
Quadro nº3 - Q B9: Que resultados espera atingir com o seu trabalho enquanto utilizador e disseminador
do referencial proposto pela CIF...................................................................................................................9
Quadro nº4 - Q B10: Quais das seguintes actividades fazem parte do seu trabalho enquanto utilizador do
referencial proposto pela CIF......................................................................................................................10
Quadro nº5 - Q B1 : Quais são os principais intervenientes da escola e da comunidade que está
presentemente a envolver na aplicação do referencial proposto pela CIF .................................................11
Quadro nº6 - Q B12: Quais são os principais intervenientes da escola e da comunidade que pensa
envolver futuramente na aplicação do referencial proposto pela CIF .........................................................12
Quadro nº7 - Q C13: Em que medida acredita que o seu trabalho no domínio da aplicação do referencial
proposto pela CIF atingiu os seguintes objectivos ......................................................................................13
Quadro nº8 - Q C14: Que evidências pode apresentar, como exemplos, dos efeitos conseguidos com o
seu trabalho no domínio da aplicação do referencial proposto pela CIF ....................................................14
Quadro nº9 - Q C15: Em que medida acredita que a utilização do referencial proposto pela CIF pode
atingir os seguintes resultados a longo-termo ............................................................................................18
Quadro nº 10 - Q C16: Que exemplos pode dar como evidência de cada um dos efeitos, a longo-termo,
da aplicação da CIF ....................................................................................................................................19
Quadro nº11 - Q C17: Que aspectos do seu trabalho, no âmbito da aplicação do referencial proposto pela
CIF, considera que tiveram maior sucesso e porquê..................................................................................22
Quadro nº 12 - Q D18: Na sua opinião, como está a ajudar os professores de turma/disciplina a
responder às NEE dos seus alunos............................................................................................................24
Quadro nº13 - Q D19: O que distingue a sua actividade da anteriormente desenvolvida .........................27
Quadro nº14 - Q D20: Na sua opinião, quais os determinantes, barreiras e facilitadores, para ampliar a
articulação e cooperação com os profissionais da sua escola ...................................................................30
Quadro nº15 - Q D21: No seu ponto de vista quais são os determinantes, barreiras e facilitadores, para
ampliar a articulação e cooperação com os profissionais de outros serviço externos à escola..................32
Quadro nº16 - Q D22: Como avalia a importância da articulação e a colaboração entre profissionais da
sua escola no âmbito da aplicação do referencial proposto pela CIF .........................................................33
Quadro nº17 - Q D23: Como avalia a importância da articulação e a colaboração entre profissionais
exteriores à escola no âmbito da aplicação do referencial proposto pela CIF ............................................34

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RELATÓRIO FINAL
Acompanhamento e Monitorização do Processo de Aplicação do Referencial Proposto pela CIF

Introdução

De acordo com o estabelecido no DLR n.º 15/2006/A, de 7 de Abril, a avaliação dos


alunos com necessidades educativas especiais deve ser feita por referência à
Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF).

A CIF constitui um sistema de classificação multidimensional e interactivo que permite


descrever a funcionalidade do ser humano e as suas restrições, servindo ainda como
enquadramento para organizar essa informação de maneira integrada e facilmente
acessível.

A utilização da CIF como quadro de referência para a avaliação das necessidades


educativas especiais não se restringe, contudo, à utilização de um novo instrumento
de trabalho. Postulando que qualquer sistema pode afectar e ser afectado por
qualquer um dos outros sistemas, o modelo biopsicossocial no qual a CIF se encontra
ancorada, pressupõe uma abordagem sistémica, ecológica e interdisciplinar na
compreensão do funcionamento humano, o que requer a implementação de dinâmicas
de trabalho colaborativo entre os diferentes intervenientes no processo de
avaliação/intervenção.

No âmbito do acompanhamento e monitorização do processo de aplicação do


referencial da CIF foi-nos proposto, pela Direcção Regional de Educação dos Açores,
a elaboração de um estudo visando caracterizar o trabalho desenvolvido pelos
profissionais que no ano lectivo de 2006/07 participaram nas Oficinas de Formação
sobre a aplicação da CIF.

Do estudo proposto resultou o presente relatório, estruturado em três partes, a


primeira relativa a aspectos metodológicos, a segunda à apresentação dos resultados,
e a terceira à síntese dos resultados e recomendações.

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RELATÓRIO FINAL
Acompanhamento e Monitorização do Processo de Aplicação do Referencial Proposto pela CIF

1. Procedimentos metodológicos

O presente estudo pretende caracterizar o trabalho desenvolvido pelos profissionais


que no ano lectivo de 2006/07 participaram nas Oficinas de Formação sobre a
aplicação da Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
(CIF).

Para o efeito foi elaborado um questionário, pela equipa de acompanhamento,


constituído por questões abertas e fechadas, organizados em quatro blocos. O
primeiro bloco (bloco A) diz respeito à identificação dos sujeitos, o segundo (bloco B)
ao levantamento de dados relativos à aplicação e disseminação do referencial
subjacente à CIF, no processo de avaliação, planificação e intervenção junto de alunos
com necessidades educativas especiais, o terceiro (bloco C) às percepções dos
inquiridos quanto aos resultados e impactos da aplicação do referencial e o quarto
(bloco D) a aspectos específicos do trabalho desenvolvido por estes profissionais.

A aplicação do questionário, da responsabilidade da Direcção Regional de Educação


dos Açores, teve lugar em dois momentos distintos. No primeiro momento, em Outubro
de 2007, o questionário foi aplicado aos 64 profissionais que haviam participado nas
Oficinas e Formação sobre a aplicação da CIF. Na segunda aplicação dos
questionários, em Junho de 2008, apenas 58 sujeitos devolveram o questionário
preenchido.

O corpus recolhido em cada um dos momentos de aplicação dos questionários foi


sujeito a análise, sendo que os dados de natureza quantitativa foram codificados e
tratados através do recurso a medidas de estatística descritiva, de modo a se calcular
as frequências absolutas e relativas. No que se refere aos dados de natureza
qualitativa foram sujeitos a análise de conteúdo no sentido de se encontrarem
categorias significativas. Em cada uma das respostas foram realizados recortes de
unidades de sentido, frases ou segmentos de frases, correspondentes a indicadores.
Os indicadores foram depois agrupados em categorias. Sempre que as questões
direccionavam as respostas para categorias previamente definidas procurou-se
agrupar os indicadores em função das mesmas. Surgiram, todavia, indicadores que
não correspondiam às categorias inicialmente previstas, pelo que houve necessidade
de se criarem outras. Os indicadores foram depois quantificados e calculadas as
frequências relativas, por categoria e subcategoria.

A fim de identificar eventuais mudanças na actividade e nas percepções dos sujeitos,


procedeu-se a uma análise comparativa dos resultados obtidos através dos
questionários nos dois momentos de aplicação. Essa análise foi realizada a partir das

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RELATÓRIO FINAL
diferenças verificadas nas frequências relativas das respostas a cada uma das
questões colocadas. No que se refere às questões cuja resposta obedecia a uma
escala (questões C13, C15, D21 e D22), procedeu-se ainda à análise de diferenças
significativas através da aplicação do teste para amostras emparelhadas T Test.

Aos dados quantitativos do segundo questionário aplicou-se ainda o teste de


Spearman, com o objectivo de identificar correlações entre os resultados e
características de grupos de sujeitos, designadamente formação profissional, tempo
de serviço e tempo semanal utilizado no trabalho com a CIF.

A caracterização dos sujeitos, nos dois momentos de aplicação do questionário, é


apresentada no quadro nº1.

Quadro nº1 - Caracterização da população do estudo

1ºmom. 2ºmom.
Sexo
Masculino 8 7
Feminino 56 51
Profissão
Psicólogo 41 38
Docente do ensino especial 15 14
Docente do ensino regular 5 5
Técnico superior de ensino especial e reabilitação 2 1
Técnico superior da DRE Açores 1 0
Tipologia da unidade orgânica
EBI 15 16
EBS 12 12
ES 8 9
Outra situação (DRE Açores) 1 0
Localização geográfica da unidade orgânica onde exercem funções
Faial 3 2
Flores 1 1
Graciosa 1 1
Pico 4 4
Santa Maria 1 2
São Jorge 5 4
São Miguel 34 30
Terceira 14 14
Nr 1 0
Anos de serviço
Média 10.1 10.8
Mediana 7 8
Moda 6e7 7
Desvio padrão 8.2 7.8
Mínimo 0 2
Máximo 35 35
Nr 3 0
Tempo semanal utilizado no trabalho com a CIF
Menos de 10% 31% 16%
Entre 10% e 20% 17% 19%
Entre 20% e 30% 19% 26%
Mais de 30% 33% 37%
Nr 0 2%

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RELATÓRIO FINAL 6
Tal como se pode observar no quadro nº1, a população do estudo é maioritariamente
constituída por psicólogos, do sexo feminino, a exercer funções em escolas básicas
integradas na ilha de S. Miguel.

No que se refere aos anos de serviço verifica-se uma enorme variabilidade. O valor da
mediana indica-nos, porém, que metade da população do estudo se encontrava,
aquando da segunda aplicação do questionário, no intervalo entre 1 e 8 anos de
serviço e a outra metade entre os 8 e 35 anos.

Entre o primeiro e o segundo momentos de aplicação do questionário verifica-se um


aumento percentual de sujeitos que passaram a dedicar mais tempo ao trabalho com a
CIF.

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RELATÓRIO FINAL 7
Acompanhamento e Monitorização do Processo de Aplicação do Referencial Proposto pela CIF

2. Apresentação dos Resultados

2.1 O papel dos diferentes profissionais na aplicação do referencial proposto


pela CIF

Relativamente aos objectivos que os psicólogos, docentes e técnicos de reabilitação


privilegiam no seu trabalho, no âmbito da aplicação e disseminação do referencial
proposto pela CIF, verificou-se um equilíbrio nas respostas dadas nos dois momentos
de aplicação do questionário (cf. quadro 2).

Quadro nº2 - Q B8: Quais são os objectivos-chave do seu papel na utilização e disseminação do
referencial proposto pela CIF
(valores absolutos; percentagem)

1º momento 2º momento
n = 63, Nr=1 n = 57, Nr=1

n % n %
Desenvolver estratégias de formação interna 28 43.8 33 57.9
Dinamizar a escola para uma nova forma de classificação 54 84.4 47 82.5
Apoiar os órgãos de gestão e de orientação pedagógica da escola 43 67.2 37 64.9
Integrar as equipas pluridisciplinares 50 78.1 49 86.0
Outros 7 10.9 0 0.0
Uniformizar a linguagem dos técnicos 4
Outros

Adaptação e criação de material que facilite a aplicação da CIF 2


Promover um maior envolvimento dos docentes 1
Responsável pela compilação dos dados para a elaboração do 1
relatório técnico-pedagógico

Notas: i) Pergunta limitada ao máximo de três respostas; ii) Percentagens excluem não respostas (Nr)

Com efeito, a maioria das respostas aponta como objectivos-chave a dinamização da


escola para uma nova forma de classificação e a participação nas equipas
pluridisciplinares.
Contudo, a importância atribuída a estes dois objectivos sofreu mudanças. O
decréscimo, ainda que reduzido, da percentagem de profissionais que consideram
como objectivo-chave a dinamização da escola para uma nova forma de classificação
poderá dever-se ao facto de este objectivo já ter sido atingido em algumas escolas.
Com a consequente reformulação de objectivos, assistiu-se a uma maior priorização
do desenvolvimento do trabalho em equipas pluridisciplinares, bem como da
implementação de estratégias de formação interna, objectivo em que se registou o
maior crescimento percentual.

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RELATÓRIO FINAL
Quadro nº3 - Q B9: Que resultados espera atingir com o seu trabalho enquanto utilizador e disseminador
do referencial proposto pela CIF
(valores absolutos; percentagem)

1º momento 2º momento
n = 63, Nr=1 n = 57, Nr=1

n % n %
Generalização da aplicação do referencial na minha escola 41 64.1 41 71.9
Organização da articulação com os profissionais de outros serviços da 43 67.2 44 77.2
comunidade
Promoção de um trabalho em equipa de natureza transdisciplinar 58 90.6 48 84.2
Criação de facilitadores e remoção das barreiras à aprendizagem e 58 90.6 54 94.7
participação dos alunos
Outros 3 4.7 3 5.3
Utilização de uma linguagem unificada e padronizada 1 1
Outros

Aumentar a participação das famílias no processo de avaliação e intervenção 1 1


Promoção de um trabalho em equipa multidisciplinar 1 -
Optimização das práticas de avaliação e intervenção - 1

Notas: i) Pergunta de resposta múltipla; ii) Percentagens excluem não respostas (Nr)

Também no que se prende os resultados que estes profissionais esperam alcançar no


âmbito da implementação do referencial da CIF, podemos verificar que em termos
gerais o sentido das respostas regista a mesma tendência nos dois momentos de
aplicação do questionário (cf. quadro 3).

Nos dois momentos de aplicação do questionário surge, no topo dos resultados mais
esperados, a promoção de um trabalho em equipa de natureza transdisciplinar e a
criação de facilitadores e remoção das barreiras. Todavia, no segundo momento há a
registar um crescimento da percentagem de profissionais que esperam que do seu
trabalho resulte a criação de facilitadores e a remoção de barreiras, acompanhado de
uma diminuição dos que esperam conseguir promover um trabalho em equipa de
natureza transdisciplinar.

Sendo esta uma questão de resposta múltipla, sem qualquer restrição no número de
itens a assinalar, a diminuição da percentagem de respostas no que se refere à
promoção de um trabalho em equipa de natureza transdisciplinar só poderá dever-se
ao facto de este resultado poder já ter sido alcançado, por alguns profissionais, ou à
diminuição nas expectativa quanto ao seu alcance.

Importa ainda destacar o crescimento positivo revelado quanto aos restantes


resultados esperados.

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RELATÓRIO FINAL 9
Quadro nº4 - Q B10: Quais das seguintes actividades fazem parte do seu trabalho enquanto utilizador do
referencial proposto pela CIF
(valores absolutos; percentagem)

1º momento 2º momento
n = 63, Nr=1 n = 57, Nr=1

n % n %
Identificação das categorias a avaliar 47 74.6 47 82.5
Avaliação das categorias identificadas 49 77.8 52 91.2
Participação no processo de planificação e intervenção educativa 54 85.7 57 100.0
Participação na elaboração e avaliação do PEI 60 95.2 55 96.5
Outras 6 9.5 6 10.5
Promoção de uma intervenção multidisciplinar 2 2
Participação na adequação e melhoramento de instrumentos 4 2
Avaliação de algumas funções mentais 1 -
Outras

Promoção das competências dos docentes de educação especial 3 -


Elaboração de relatórios com base na CIF 1 1
Dinamização e coordenação das equipas de avaliação - 1
Compilação dos dados recolhidos pelos elementos da equipa - 1

Notas: i) Pergunta de resposta múltipla; ii) Percentagens excluem não respostas (Nr)

Relativamente às actividades em que incide o trabalho destes profissionais, enquanto


utilizadores do referencial proposto pela CIF, verifica-se também uma evolução
consistente nos dois momentos de aplicação do questionário, com excepção das duas
actividades mais assinaladas em que se verifica uma inversão de posições (cf. quadro
4).

A participação na planificação e intervenção educativa é agora assumida pela


totalidade dos profissionais que responderam ao questionário seguindo-se, como mais
assinalada, a participação na elaboração e avaliação do PEI.

Dos dados recolhidos importa ainda destacar o crescimento percentual registado na


totalidade das actividades assinaladas, o que nos leva a concluir que estes
profissionais têm vindo a alargar o âmbito das suas actividades, participando na quase
totalidade das fase do processo avaliação/intervenção.

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RELATÓRIO FINAL 10
Quadro nº5 - Q B1 : Quais são os principais intervenientes da escola e da comunidade que está
presentemente a envolver na aplicação do referencial proposto pela CIF
(valores absolutos; percentagem)

1º momento 2º momento
n = 61, Nr=1 n = 57, Nr=1

n % n %
Director de turma 40 65.6 41 71.9
Professor de turma/disciplina 40 65.6 43 75.4
Conselho de turma 32 52.5 32 56.1
Professor de educação especial 54 88.5 52 91.2
Profissionais dos serviços de saúde 32 52.5 49 86.0
Pais/encarregados de educação 51 83.6 31 54.4
Profissionais dos serviços de segurança social 19 31.1 25 43.9
Profissionais dos serviços de emprego - - - -
Outros 15 24.6 14 24.6
Técnicos superiores de ensino especial e reabilitação 6 5
Psicólogos 5 5
Educadores 1 1
Outros

Explicadores 1 1
Terapeutas 7 6
Outros profissionais 1 5
Auxiliares da acção educativa 2 3
Instituições e associações da comunidade 1 2

Notas: i) Pergunta de resposta múltipla; ii) Percentagens excluem não respostas (Nr)

No que diz respeito aos intervenientes da escola e da comunidade que estão a ser
envolvidos na aplicação do referencial da CIF podemos verificar que, em ambos os
momentos de aplicação do questionário, os professores de educação especial
constituem o grupo mais referenciado pelos inquiridos (cf. quadro 5).

Sendo a população do estudo maioritariamente constituída por psicólogos, é


compreensível que o investimento em termos de envolvimento na aplicação do
referencial da CIF, numa primeira fase de trabalho, seja privilegiadamente
direccionado para os docentes de educação especial.

Comparando as respostas dadas nos dois questionários, verifica-se uma diminuição


substancial da percentagem de referências aos encarregados de educação,
acompanhada de um aumento percentualmente idêntico de referências a profissionais
dos serviços de saúde, que surgem agora como o segundo grupo mais envolvido
neste processo.

É, pois, evidente existir agora um maior esforço no sentido de envolver os profissionais


dos serviços de saúde grupo que, de acordo com os dados recolhidos na primeira
aplicação do questionário, manifestava algum desconhecimento e reactividade à
utilização deste referencial.

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RELATÓRIO FINAL 11
Por último, há que salientar que continua a manter-se a inexistência de referências ao
envolvimento de profissionais ligados aos serviços de emprego.

Quadro nº6 - Q B12: Quais são os principais intervenientes da escola e da comunidade que pensa
envolver futuramente na aplicação do referencial proposto pela CIF
(valores absolutos; percentagem)

1º momento 2º momento
n = 61, Nr=1 n = 54, Nr=4

n % N %
Director de turma 16 25.8 15 27.8
Professor de turma/disciplina 14 22.6 16 29.6
Conselho de turma 22 35.5 20 37.0
Pais/encarregados de educação 25 40.3 21 38.9
Profissionais dos serviços de saúde 43 69.4 34 63.0
Profissionais dos serviços de segurança social 39 62.9 31 57.4
Profissionais dos serviços de emprego 25 40.3 22 40.7
Outros 15 24.2 8 14.8
Autarquias 2 -
Associações e serviços da comunidade 3 1
Serviços de emprego e de formação profissional 2 1
Tribunal de família e de menores 1 -
Associações de pais 1 -
Outros

Órgãos de gestão das escolas 7 -


Docentes de educação especial 2 -
Auxiliares de acção educativa 3 1
Terapeutas e técnicos de reabilitação 6 7
Médicos 2 -
Outros profissionais - 2

Notas: i) Pergunta de resposta múltipla; ii) Percentagens excluem não respostas (Nr)

No que diz respeito aos profissionais que os inquiridos perspectivam envolver na


aplicação do referencial proposto pela CIF continuam a manter-se no topo das
referências os profissionais de serviços exteriores à escola, com especial destaque
para os serviços de saúde e da segurança social (cf. quadro nº6).

Curiosamente, tendo decrescido a percentagem de encarregados de educação que


estão a ser envolvidos na aplicação do referencial inerente à CIF, apenas uma
reduzida percentagem de inquiridos perspectiva futuramente envolver este grupo de
intervenientes.

É também reduzida a percentagem de inquiridos que pretende num futuro próximo


envolver neste processo os docentes de turma/disciplina e os directores de turma.
Este facto não é no entanto preocupante, uma vez que de acordo com os
apresentados no quadro nº5, neste momento estes dois grupos de profissionais já se
encontram grandemente envolvidos na aplicação da CIF.

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RELATÓRIO FINAL 12
2. 2 Resultados e impacto

Quanto aos resultados do trabalho desenvolvido no âmbito da aplicação do referencial


proposto pela CIF, verifica-se que as respostas dos inquiridos mantêm o mesmo
sentido registado no primeiro questionário, sendo tendencialmente mais expressivos
os valores percentuais relativos a situações de grande impacto e menos expressivos
os referentes a situações de menor impacto (cf. quadro nº7).

Quadro nº7 - Q C13: Em que medida acredita que o seu trabalho no domínio da aplicação do referencial
proposto pela CIF atingiu os seguintes objectivos
(valores absolutos; percentagem em linha)

GI IM IR SI Nr
n % n % n % N % N %
Melhoria da cooperação entre 1º mom. 7 10.9 33 51.6 15 23.4 5 7.8 4 6.3
professores 2º mom. 13 22.4 31 53.4 11 19.0 1 1.7 2 3.4
Melhoria da cooperação entre os 1º mom. 14 21.9 36 56.3 10 15.6 1 1.6 3 4.7
professores e os psicólogos 2º mom. 21 36.2 31 53.4 3 5.2 1 1.7 2 3.4
Melhoria da cooperação entre os 1º mom. 2 3.1 28 43.8 24 37.5 6 9.4 4 6.3
professores e os pais/enc. educação 2º mom. 4 6.9 30 51.7 20 34.5 2 3.4 2 3.4
Melhoria da cooperação entre os 1º mom. 1 1.6 31 48.4 16 25.0 7 10.9 9 14.1
psicólogos e os pais/enc. educação 2º mom. 5 8.6 32 52.2 13 22.4 2 3.4 6 10.3
Melhoria da cooperação entre a escola 1º mom. 1 1.6 10 15.6 24 37.5 21 32.8 8 12.5
e os serviços da segurança social 2º mom. 2 3.4 14 24.1 26 44.8 11 19.0 5 8.6
Melhoria da cooperação entre a escola 1º mom. 4 6.3 15 23.4 22 34.4 18 28.1 5 92.2
e os serviços da saúde 2º mom. 5 8.6 14 24.1 24 41.4 11 19.0 4 6.9
Melhoria da cooperação entre a escola 1º mom. 2 3.1 5 7.8 10 15.6 15 23.4 32 50.0
e outros serviços da comunidade 2º mom. 0 0.0 5 8.6 11 19.0 10 17.2 32 55.2
Notas: i) Pergunta de resposta múltipla; ii) GI = Grande impacto, IM – Impacto moderado, IR= Impacto reduzido e SI =
Sem impacto

A melhoria da cooperação entre os professores e psicólogos, seguida da melhoria da


cooperação entre professores mantêm-se como sendo os resultados em que os
inquiridos consideram ter havido um maior impacto. Paralelamente, a melhoria da
cooperação entre a escola e os serviços de segurança social e entre a escola e os
serviços da saúde permanecem como sendo os objectivos considerados como tendo
tido menor impacto.

A análise comparativa das respostas dadas nos dois momentos de aplicação do


questionário revelou que a percepção dos sujeitos quanto aos resultados do seu
trabalho apresenta diferenças estatisticamente significativas aos seguintes níveis: (i)
na melhoria da cooperação entre professores (x2=2.331, gl=50, ns=.024), (ii) na
melhoria da cooperação entre professores e psicólogos (x2=2.193, gl=51, ns=.033), (iii)
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RELATÓRIO FINAL 13
na melhoria da cooperação entre psicólogos e encarregados de educação (x2=3.028,
gl=44, ns=.004) e (iv) entre a escola e os serviços da segurança social (x2=2.384,
gl=45, ns=.021). De salientar que as diferenças se traduzem na percepção de um
impacto positivo por parte de um maior número de sujeitos.

É de referir ainda a correlação negativa encontrada entre o tempo dedicado


semanalmente ao trabalho com a CIF e a percepção dos sujeitos quanto à melhoria da
cooperação entre professores e psicólogos (r = -.308; p< 0.05). Este aspecto poderá
ser explicado pelo facto destes dois grupos de profissionais estarem mais activamente
envolvidos no processo de avaliação e intervenção, sendo natural que quanto mais
tempo trabalham em conjunto mais dificuldades, associadas a um processo de
mudança, possam emergir. Importa contudo não esquecer que, em termos globais, os
sujeitos consideraram que a melhoria da cooperação entre estes dois grupos de
profissionais foi objectivo relativamente ao qual foram conseguidos melhores
resultados.

Quadro nº8 - Q C14: Que evidências pode apresentar, como exemplos, dos efeitos conseguidos com o
seu trabalho no domínio da aplicação do referencial proposto pela CIF
1º momento Nr= 8; 2º momento Nr=10

Cate- Sub- 1º momento 2º momento


Indicadores
goria categoria F % F %
Definição da tarefa de cada um dos intervenientes no processo
6 7,7 5 7,0
de avaliação dos alunos com NEE
Maior participação dos professores em reuniões para o
5 6,4 0 0
preenchimento da checklist da CIF
Maior responsabilização dos professores do regular na aplicação
7 9,0 6 8,5
Cooperação entre os profissionais no contexto escolar

das medidas educativas aos alunos com NEE


Maior número de reuniões e mais partilha de informação 0 0 10 14,1
Os professores já demonstram preocupação com os factores
0 0 1 1,4
ambientais
Os professores e os directores de turma sentem-se mais
responsáveis dado que são os coordenadores do programa 0 0 2 2,8
Melhoria na Cooperação

educativo
Existe interesse em perceber a CIF 0 0 1 1,4
Elaboração do relatório técnico-pedagógico em conjunto 0 0 2 2,8
Reflexão sobre as soluções pedagógicas a implementar para os
0 0 3 4,2
alunos com NEE
Identificação em conjunto dos qualificadores a avaliar 0 0 3 4,2
Adopção de uma linguagem comum 8 10.3 7 9,9
Desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar 21 26,9 0 0
Partilha intensa do trabalho entre os docentes de educação
5 6,4 6 8,5
especial e os docentes do ensino regular
Implementação de um processo de avaliação mais estruturado 3 3,8 2 2,8
Maior envolvência dos professores no processo de avaliação
15 19,2 9 12,7
/intervenção
Co-responsabilização de todos os intervenientes da escola na
3 3,8 7 9,9
definição da intervenção
Melhor compreensão das competências dos professores e dos
4 5,1 4 5,6
psicólogos
Melhor compreensão da funcionalidade da criança 1 1,3 3 4,2
TOTAL 78 100% 71 100%

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RELATÓRIO FINAL 14
Já existiam práticas colaborativas entre todos os intervenientes 2 8,0 3 23,1
Sempre existiu boa cooperação entre professores e psicólogos 6 24,0 2 15,4

Não são notadas mudanças


Os professores e psicólogos precisam de clarificar os seus
1 4,0 1 7,7
papéis na avaliação
Ainda não existe autonomia na aplicação deste modelo 1 4,0 1 7,7
Os professores já colaboravam entre si 4 16,0 2 15,4
Alguns professores ainda não entendem que os alunos com
0 0 1 7,7
NEE são da responsabilidade de toda a escola
Ainda não está implementado um trabalho multidisciplinar 2 8,0 0 0
Os conselhos executivos ainda não compreenderam que
a aplicação da CIF não cabe exclusivamente ao DEE e 1 4,0 0 0
psicólogo
Ainda são pouco notórias as mudanças 8 32,0 0 0
TOTAL 25 100% 13 100%
Recolha de informação de um modo mais estruturado 1 4,0 2 6,5
Maior discussão das situações nas equipas multidisciplinares 6 24,0 2 6,5
Cooperação entre a escola e os Encarregados de

Melhoria na Cooperação

Utilização de uma linguagem comum 2 8,0 3 9,7


Maior partilha de informação 5 20,0 9 29,0
Identificação dos qualificadores a avaliar em conjunto com os
0 0 1 3,2
pais
Maior desenvolvimento de actividades com a colaboração dos
0 0 4 12,9
pais
Elaboração do PEI em conjunto 0 0 1 3,2
Educação

Os pais ajudam a identificar as barreiras e os facilitadores 0 0 1 3,2


Maior participação dos pais no processo de avaliação e tomadas
11 44,0 8 25,8
de decisão
TOTAL 25 100% 31 100%
Existem ainda factores contextuais que dificultam a relação dos
1 3,6 2 10,0
Não são notadas

pais com os professores


Ainda são pouco notórias as mudanças
mudanças

12 42,9 4 20,0
A relação entre psicólogos e pais já era próxima 6 21,4 3 15,0
Sempre existiu boa cooperação entre professores e pais 3 10,7 7 35,0
Os pais ainda não estão sensibilizados para participarem no
6 21,4 4 20,0
processo avaliativo
TOTAL 28 100% 20 100%
Maior participação dos Serviços de Saúde no processo de
3 12,0 4 23,5
avaliação das crianças
Cooperação entre a escola e os profissionais exteriores à escola

Maior participação dos Serviços da Segurança Social no


0 0 1 5,9
processo de avaliação das crianças
Melhor relação com os serviços da comunidade 0 0 5 29,4
Melhoria na Cooperação

Elaboração do PEI em conjunto 0 0 1 5,9


Preenchimento da checklist da CIF quando a criança vai à
1 4,0 2 11,8
consulta médica
As CPCJ passaram a ter uma relação diferente com a escola 0 0 1 5,9
Foram criados instrumentos para ajudar os vários serviços a
1 4,0 0 0
familiarizarem-se com a CIF
Maior discussão das situações nas equipas multidisciplinares 12 48,0 0 0
Adopção de uma linguagem comum 4 16,0 0 0
Celebração de protocolos com instituições 3 12,0 0 0
Desenvolvimento de contactos pontuais 1 4,0 2 11,8
Clarificação de situações 0 0 1 5,9
TOTAL 25 100% 17 100%
Existem muitas dificuldades na relação com aos Serviços de
2 4,7 13 44,8
Saúde
Não são notadas

A relação com os serviços da comunidade é muito reduzida 1 2,3 2 6,9


mudanças

Os serviços da comunidade não conhecem esta classificação 0 0 2 6,9


Já existia uma boa relação com os Serviços da Segurança
0 0 2 6,9
Social
Não existem técnicos de serviço social suficientes 2 4,7 1 3,4
Ainda são pouco notórias as mudanças 14 32,6 7 24,1
A saúde continua a considerar que a avaliação é da
6 14 0 0
responsabilidade da escola
_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 15
A segurança social ainda não conhece este referencial 4 9,3 0 0
Apenas os profissionais de enfermagem cooperam com a escola 1 2,3 0 0
Muito morosa a troca de informações com a segurança social 1 2,3 0 0
Os serviços da segurança social rejeitam e desvalorizam este
1 2,3 0 0
modelo
Sempre existiu uma boa relação com os serviços da
5 11,6 0 0
comunidade
A saúde ainda não conhecia a CIF 5 11,6 0 0
Existe pouca cooperação entre a escola e a segurança social 1 2,3 2 6,9
TOTAL 43 100% 29 100%

No âmbito da aplicação da CIF foram solicitados exemplos dos resultados


mencionados na questão anterior.

Tendo como referência os domínios de cooperação apresentados nessa questão


foram mantidas as três categorias identificadas no 1º momento de avaliação: i)
Cooperação entre os diferentes profissionais no contexto escolar; ii) Cooperação entre
a escola e os encarregados de educação e iii) Cooperação entre a escola e
profissionais exteriores à escola. Em cada uma destas categorias foram registados
indicadores referentes a duas subcategorias: i) Melhoria na cooperação e ii) Não são
notadas mudanças (cf. quadro nº 8). Será de referir que houve necessidade de se
adequar os indicadores em função das respostas dadas pelos inquiridos neste 2º
momento de avaliação.

No que se refere à Cooperação entre os diferentes profissionais no contexto escolar a


subcategoria com mais referências, e à semelhança do 1º momento avaliativo,
evidencia a melhoria de cooperação (71 referências). Nesta subcategoria os efeitos
conseguidos mais referenciados dizem respeito ao maior número de reuniões e mais
partilha de informação (14,1 % das referências), ao maior envolvimento dos
professores no processo de avaliação/intervenção (12,7% das referências) e à
adopção de uma linguagem comum, bem como a co-responsabilização de todos os
intervenientes da escola na definição da intervenção ambos com 9,9% das
referências.

Os dados apontam para efeitos idênticos aos referenciados no questionário anterior,


sugerindo que, actualmente, existem mais momentos de encontro entre todos os
profissionais que trabalham na escola numa perspectiva de cooperação no sentido de
se efectuar uma adequada avaliação/intervenção dos alunos.

Na subcategoria não são notadas mudanças foram encontradas apenas 13


referências, aproximadamente menos 50% das registadas no 1º momento de
avaliação (25 referências), o que parece sugerir que começam a emergir algumas
diferenças nas atitudes dos profissionais dentro do contexto escolar.

_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 16
A circunstância de não se registarem mudanças é explicado pelo no facto de já
existirem práticas colaborativas entre todos os intervenientes (23,1% das referências)
já existir cooperação entre docentes e psicólogos, bem como o facto dos professores
já colaborarem entre si (15,4% das referências). Os factos apresentados incidem
sobre as práticas colaborativas já existentes e que não resultam da utilização da CIF.

Na categoria Cooperação entre a Escola e os Encarregados de Educação a


subcategoria com mais referências, e ao contrário dos dados recolhidos nos
questionários anteriores, prende-se com a Melhoria na Cooperação (31 referências)
sendo o indicador mais registado nesta subcategoria a maior partilha de informação
com 29% das referências. É ainda apontado com 12,9% das referências o maior
desenvolvimento de actividades com a colaboração dos pais, e a utilização de uma
linguagem comum com 9,7 das referências. Este resultado aponta para um trabalho
mais próximo com os encarregados de educação e para uma efectiva colaboração
destes na avaliação dos seus filhos.

Na subcategoria Não são notadas mudanças (20 referências) o indicador mais


registado refere-se à boa cooperação já existente entre professores e pais (35% das
referências). Com 20% das referências são ainda apontados o facto de não se
notarem mudanças e dos pais ainda não estarem sensibilizados para participarem no
processo avaliativo.

No âmbito desta categoria parece ser notório o desenvolvimento de um trabalho de


continuidade de aproximação às famílias. Este trabalho já encetado anteriormente à
utilização da Classificação Internacional da Funcionalidade é perspectivado como
fundamental para se perceber o nível de funcionalidade dos alunos e assim delinear
um correcto programa educativo.

Na categoria Cooperação da escola com profissionais exteriores a esta, a


subcategoria mais referenciada, e à semelhança do 1º momento, diz respeito ao facto
de não serem notadas mudanças (29 referências). No entanto o número de
referências decresceu significativamente. O indicador que apresentou maior
expressividade diz respeito às dificuldades na relação com os Serviços de Saúde
(44,8%). O indicador ainda não são notórias as mudanças apresentou 24,1% das
referências. Pela análise dos dados, os serviços de saúde parecem continuar a não
estar muito disponíveis para colaborar na aplicação deste sistema de classificação.

A subcategoria melhoria de cooperação obteve 17 referências, em que o indicador


melhor relação com os serviços da comunidade (29,4% das referências) foi o que
obteve maior valor percentual, seguido da maior participação dos serviços da saúde
no processo de avaliação das crianças (23,5 % das referências). A colaboração dos
_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 17
serviços da saúde era muitas vezes explicitada, pelos inquiridos, em função do
preenchimento da checklist da CIF que os serviços da educação lhe solicitavam.
Parece-nos importante ressaltar que o modelo biopsicossocial subjacente à adopção
desta classificação implica que os vários intervenientes que conhecem a criança ou
jovem avaliem conjuntamente, em equipa, as suas necessidades e potencialidades,
sendo a checklist um instrumento de registo e de organização da informação.

Quadro nº9 - Q C15: Em que medida acredita que a utilização do referencial proposto pela CIF pode
atingir os seguintes resultados a longo-termo
(valores absolutos; percentagem em linha)

GI IM IR SI Nr
n % n % n % n % n %
Melhorias nas políticas relacionadas com 1º m. 13 20.3 36 56.3 8 12.5 1 1.6 6 9.4
as NEE a nível da DRE Açores 2º m. 18 31.0 31 53.4 4 6.9 - - 5 8.6
Melhoria nas práticas dirigidas às NEE nas 1º m. 19 29.7 37 57.8 7 10.9 - - 1 1.6
unidades orgânicas da DRE Açores 2º m. 20 34.5 28 48.3 4 6.9 - - 6 10.3
Melhoria na visibilidade das políticas 1º m. 13 20.3 38 59.4 9 14.1 2 3.1 2 3.1
relacionadas com a Ed. Especial na RAA 2º m. 15 25.9 31 53.4 6 10.3 2 3.4 4 6.9
Outras 1º m. 3 4.7 4 6.3 - - - - 57 89.1
2º m. 1 1.7 - - - - - - 57 98.3
Melhoria na articulação entre os vários 2 3 - - -
serviços
1º mom.

Maior visibilidade das necessidades das 1 - - -


pessoas com NEE
Outras

Adopção de um referencial comum às - 1 - - -


várias unidades orgânicas
Aplicação do referencial da CIF às NEE de 1 - - - -
2 mom.

carácter temporário

Notas: i) Pergunta de resposta múltipla; ii) GI = Grande impacto, IM – Impacto moderado, IR= Impacto reduzido e SI =
Sem impacto

No que se refere ao impacto que, a longo prazo, os inquiridos pensam vir a ser
conseguido, importa referir que uma vez mais as respostas mantêm o mesmo sentido
registado no primeiro questionário, verificando-se um crescimento tendencial dos
valores percentuais relativos à classificação grande impacto e um decréscimo dos
referentes às restantes níveis de classificação (cf. quadro nº9).

Os maiores valores percentuais continuam, no entanto, a situar-se na categoria


impacto moderado, seguindo-se a categoria grande impacto. As categorias impacto
reduzido e ausência de impacto permanecem as menos assinaladas, apresentando a
última valores meramente residuais.

_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 18
Relativamente aos diferentes aspectos em apreço, as maiores expectativas continuam
a recair na melhoria nas práticas dirigidas às NEE nas unidades orgânicas e as
menores na melhoria na visibilidade das políticas relacionadas com a educação
especial.

Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre as respostas


dadas nos dois momentos de aplicação do questionário.

Já quanto à relação entre grupos de sujeitos e expectativa, verificou-se a existência de


uma correlação negativa entre as funções desenvolvidas pelos sujeitos e as suas
expectativas quanto à melhoria nas práticas dirigidas às NEE nas unidades orgânicas
da DRE Açores (r = -.326; p< 0.05), sendo os psicólogos aqueles que mais acreditam
que a utilização da CIF poderá vir a ter um grande impacto neste domínio específico.

Verificou-se ainda a existência de correlações entre as expectativas quanto à melhoria


na visibilidade das políticas relacionadas com a educação especial nos Açores e as
variáveis tempo semanal dedicado ao trabalho com a CIF (r = .282; p< 0.05) e tempo
de serviço dos diferentes profissionais e (r = -.284; p< 0.05).

A primeira é uma correlação positiva, traduzindo que quanto mais tempo semanal é
dedicado ao trabalho com a CIF, maiores são as expectativas quanto ao papel que
esta poderá vir a ter no âmbito da melhoria das políticas relacionadas com a educação
especial. Já a segunda é uma correlação negativa, pelo que quanto mais anos de
serviço têm os sujeitos menores são as suas expectativas quanto ao impacto da CIF
na melhoria das políticas relacionadas com a educação especial.

Quadro nº 10 - Q C16: Que exemplos pode dar como evidência de cada um dos efeitos, a longo-termo,
da aplicação da CIF
1º momento Nr=17; 2º momento Nr=19
Cate- 1º momento 2º momento
Indicadores
goria
F % F %
Implementação de respostas educativas adaptadas às reais
2 3,2 4 11,8
Melhorias nas políticas relacionadas com

necessidades
Adequação na gestão de recursos humanos e materiais 15 23,4 5 14,7
Eliminação das barreiras arquitectónicas 1 1.6 0 0
Utilização de uma linguagem comum 6 9.4 0 0
Definição de normas orientadoras para a avaliação dos alunos 1 1.6 0 0
Aumento da população abrangida pelo REE 2 3.1 0 0
as NEE

Melhor enquadramento da educação especial 6 8.4 0 0


Maior autonomia das escolas 1 1.6 0 0
Melhorar a gestão dos recursos 3 4.7 0 0
Aumentar o nível de conhecimento da realidade 4 6.3 0 0
Definição do conceito de NEE 0 0 2 5,9
Proporcionar formação no âmbito da EE 5 7.8 3 8,8
Criação de um grupo de monitorização e supervisão para apoiar a
1 1.6 2 5,9
utilização da CIF
_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 19
Definição de legislação específica para a educação especial 0 0 5 14,7
Melhoria da caracterização das tipologias de NEE e das suas
8 12.5 3 8,8
necessidades
Criação de estruturas de apoio às escolas que facilitem a inclusão dos
2 3.2 2 5,9
alunos
Uniformização de critérios para a inclusão das crianças e jovens no
0 0 1 2,9
REE
Não acredito que venha a melhorar as políticas 3 4.7 1 2,9
Definição clara das funções de cada interveniente 1 2,9
Garantir uma maior participação de toda a comunidade educativa 1 1.6 2 5,9
Uniformização de políticas no âmbito da Educ. Especial 3 4.7 1 2,9
Total 64 100% 34 100%
Melhoria na implementação dos programas de intervenção 0 0 1 2,7
Clarificação de quais são os alunos que necessitam de EE ou de
0 0 2 5,4
Apoios Educativos
As respostas serão melhoradas contemplando os factores ambientais 0 0 1 2,7
Maior envolvimento dos intervenientes na elaboração do PEI 3 4.5 1 2,7
Melhor conhecimento da funcionalidade dos alunos 5 7.6 2 5,4
Cada unidade irá trabalhar em parceria com todos os agentes
0 0 12 32,4
educativos e da comunidade
Uniformização dos critérios de avaliação e dos instrumentos de
Melhorias nas práticas dirigidas às NEE

5 7.5 4 10,8
avaliação
Implementação de processos de trabalho mais estruturado ao nível da
6 9.1 4 10,8
sinalização/avaliação/intervenção
Simplificação do processo de avaliação e intervenção com
0 0 1 2,7
preenchimento da checklist
Organização das respostas no âmbito da EE ao nível do 3º Ciclo e
0 0 2 5,4
Secundário
Sensibilização dos órgãos de gestão ao trabalho no âmbito da
2 3 0 0
educação especial
Clarificação dos papeis de cada serviço 3 4.5 0 0
Respostas atempadas no que se prende com as ajudas técnicas 2 3 0 0
Melhoria no sistema de ensino 1 1.5 0 0
Melhor organização e gestão pedagógica dos alunos 2 3 0 0
Não acredito que venha a melhorar as práticas 1 1.5 0 0
Desenvolvimento de um trabalho multidisciplinar 14 23.9 0 0
Utilização de uma linguagem comum 8 12.1 0 0
Facilitando a mobilidade entre as escolas 1 1.5 0
Maior inclusão 4 6.1 0 0
Maior reflexão sobre as práticas 0 0 3 8,1
Melhoria das respostas educativas que promovam a actividade e
9 13.6 2 5,4
participação
Total 66 100% 37 100%
Maior articulação com serviços da comunidade para responder às
6 40 4 33,3
políticas relacionadas com a ed.

NEE
Melhoria na visibilidade das

As políticas vão também ser avaliadas, já que a CIF contempla os


0 0 1 8,3
factores ambientais
Utilização de uma linguagem comum 6 40 1 8,3
Especial

Maior inclusão social 0 0 2 16,7


Nova forma de abordar a deficiência 1 6.7 2 16,7
Implementação de projectos que vão para alem da escola 1 6.7 1 8,3
Consciencialização do tipo de problemáticas existentes na comunidade
1 6.7 0 0
escolar
Ainda existem contradições ente normativos que comprometem a
0 0 1 8,3
visibilidade das politicas relacionadas com as NEE
Total 15 100 12 100%

Solicitados a dar exemplos dos resultados que, a longo-termo, a utilização da CIF


poderá ter na melhoria das políticas e da sua visibilidade, bem como das práticas
_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 20
dirigidas às necessidades educativas especiais, os inquiridos focalizaram-se
essencialmente em aspectos que consideram vir a ter impacto positivo (cf. quadro
nº10). Dos indicadores encontrados, mais uma vez, apenas dois, não reflectem
expectativas de um impacto positivo. Um deles regista-se na categoria relacionada
com a melhoria das políticas e o outro é referente à sua visibilidade. Para o primeiro
não foram indicados exemplos de evidências, tal como solicitado, mas no que se
refere à visibilidade das políticas é apontado o facto de ainda existirem contradições
entre os normativos relacionados com a Educação Especial.

Será de referir que o número de referências no que se prende com as melhorias nas
políticas e nas práticas relacionadas com as NEE decresceu relativamente ao 1º
momento avaliativo.

Analisando as frequências relativas às três categorias, verifica-se que a maioria das


referências recai novamente na melhoria das práticas (37 referências), seguindo-se a
melhoria das políticas (34 referências). A melhoria na visibilidade das políticas constitui
a categoria que apresenta um menor número de referências (12 referências).

No âmbito da melhoria nas políticas, a evidência que registou maior valor percentual
de referências diz respeito à adequação e gestão de recursos humanos e materiais
bem como a definição de legislação específica para a educação especial (14,7%)
seguindo-se a implementação de respostas educativas adaptadas às reais
necessidades (11,8%).

Relativamente ao 1º momento avaliativo os inquiridos reforçam como evidência de


mudança a melhoria na gestão de recursos e na implementação de respostas
educativas eficazes.

Já na categoria melhoria nas práticas dirigidas às NEE, destaca-se como evidência de


mudança o facto de cada unidade orgânica ir trabalhar com todos os agentes
educativos e da comunidade (32,4% das referências), seguido da uniformização dos
critérios de avaliação e dos instrumentos de avaliação bem como a implementação de
processos de trabalho mais estruturado ao nível da sinalização/avaliação/intervenção
(10,8% das referências). Estes indicadores, mais uma vez, traduzem as expectativas
dos inquiridos quanto ao potencial da CIF como impulsionador de um trabalho
colaborativo entre diferentes profissionais, como quadro de referência estruturante
para uma intervenção orientada para a promoção do nível de funcionalidade dos
alunos em vários contextos e como proporcionador de uma gramática comum.

No que se refere à visibilidade das políticas relacionadas com a educação especial, as


maiores percentagens de referências recaem nos indicadores relativos a uma maior

_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 21
articulação com serviços da comunidade (33,3%das referências) e à possibilidade de
uma maior inclusão social bem como uma nova forma de abordar a deficiência ambos
com 16,7 % de referências. Relativamente ao 1º momento avaliativo, os dados agora
recolhidos no âmbito desta categoria expressam que os inquiridos continuam a
considerar que a articulação entre serviços se tornará cada vez mais efectiva. Os
inquiridos consideram, também, que a deficiência terá uma nova abordagem social o
que facilitará a verdadeira inclusão para a qual todos trabalham.

Quadro nº11 - Q C17: Que aspectos do seu trabalho, no âmbito da aplicação do referencial proposto pela
CIF, considera que tiveram maior sucesso e porquê
1º momento Nr=8; 2º momento Nr=7
1º momento 2º momento
Categoria Indicadores
F % F %
Mais co-responsabilização de todos os intervenientes no
13 32.5 11 30,6
processo de avaliação/intervenção
Maior envolvimento dos professores ao nível do processo de
4 10 6 16,7
avaliação
Identificação das barreiras e dos facilitadores 0 0 3 8,3
A qualificação dos factores ambientais que permite aos
0 0 2 5,6
intervenientes reflectir sobre as suas práticas
Planificação da avaliação em equipa 0 0 2 5,6
Processo de avaliação/intervenção

A possibilidade da classificação de factores ambientais 3 7.5 0 0


Melhor organização de estratégias de intervenção 3 7.5 0 0
Práticas mais securizantes junto dos pais 2 5 0 0
No acompanhamento da aplicação das medidas do REE 1 2.5 0 0
Possibilidade de uma discussão mais aprofundada dos
1 2.5 0 0
resultados da avaliação
Melhor caracterização das capacidades do aluno 1 2.5 0 0
Os pais, alunos e directores de turma sentem-se mais
3 7.5 0 0
motivados por estarem incluídos neste processo
Melhoria na planificação do processo de
2 5 2 5,6
avaliação/intervenção
Uniformização de critérios na avaliação 0 0 1 2,8
Envolvimento dos encarregados de educação no processo de
0 0 1 2,8
avaliação
Implementação de respostas educativas mais adequadas 0 0 1 2,8
Definição dos papéis dos intervenientes no processo de
5 12.5 3 8,3
avaliação/intervenção
Recolha de informação sistémica e comparável 2 5 2 5,6
Elaboração de formulários e relatórios mais simples 0 0 2 5,6
Total 40 100% 36 100%
Melhor compreensão da informação devido à existência de
10 90.9 0 0
uma linguagem comum
ção/relação
Comunica-

diferentes
técnicos
entre os

Utilização de uma linguagem mais uniformizada 0 0 11 78,6


Uma efectiva relação entre o SPO e Núcleo de EE 0 0 1 7,1
Melhoria na relação entre os intervenientes 1 9.1 2 14,3
Total 11 100% 14 100%
Modelo de trabalho em parceria 9 57.1 0 0
Melhor partilha de informação entre os agentes educativos 2 7.1 0 0
Trabalho em

Mais dialogo entre a escola e a comunidade 2 7.1 0 0


equipa

Melhor organização do trabalho em conjunto 1 3.6 0 0


Visão mais global das situações 1 3.6 0 0
Maior articulação entre todos os intervenientes 0 0 8 53,3
Maior uniformização de instrumentos 1 3.6 0 0
_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 22
Maior frequência de encontros e reuniões 3 0.7 4 26,7
Constituição de equipas multidisciplinares 2 7.1 3 20,o
Total 21 100% 15 100%
Desenvolvimento de acções de formação dirigidas a vários
3 60 2 33,3
técnicos
Formação

Sensibilização para a formação 2 40 0 0


Disseminação da CIF aos docentes 0 0 3 50,0
Disseminação da CIF à Saúde 0 0 1 16,7
Total 5 100% 6 100%

No que diz respeito aos aspectos, do trabalho desenvolvido pelos inquiridos no âmbito
da aplicação do referencial proposto pela CIF, que estes consideram ter obtido
melhores resultados, os indicadores encontrados permitiram identificar quatro
categorias distintas (cf. quadro nº11).

À semelhança dos resultados da aplicação do primeiro questionário, a categoria que


obteve maior número de referências diz respeito ao processo de avaliação/intervenção
(36 referências), seguindo-se o trabalho em equipa (15 referências), a
comunicação/relação entre os diferentes técnicos (14 referências) e, por último, a
formação (6 referências).

No âmbito da categoria processo de avaliação/intervenção, foram essencialmente


focados aspectos relativos a uma maior co-responsabilização de todos os
intervenientes no processo de avaliação/intervenção (30,6% das referências) e o maior
envolvimento dos professores (16,7% das referências). Esta constatação já expressa
no 1º momento avaliativo, reflecte o esforço no desenvolvimento de um trabalho em
equipa no sentido de melhorar o processo de avaliação/intervenção. Foi também
apontado com 8,3% das referências a identificação das barreiras e facilitadores um
aspecto ainda não apontado pelos inquiridos no questionário anterior.

Na categoria trabalho em equipa, os inquiridos incidiram os seus registos na maior


articulação entre todos os interveniente (53% das referências) na maior frequência de
encontros e reuniões (26,7% das referencias) e na constituição de equipas
multidisciplinares (20% das referencias). Neste momento avaliativo é reforçada a
importância de um trabalho em articulação com os diversos intervenientes e este
parece constituir um dos factores de sucesso.

Quanto à categoria comunicação/relação entre os diferentes técnicos, o maior valor


percentual de referências aponta para a utilização de uma linguagem mais
uniformizada (78,6% das referências). Este factor de sucesso era já apontado no 1º
momento avaliativo.

Por último, no âmbito da categoria formação, foram considerados como aspectos de


maior sucesso a disseminação da CIF aos docentes (50% das referências) e o
_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 23
desenvolvimento de formação dirigida a outros técnicos (33,3 % das referências).
Relativamente ao 1º momento avaliativo, a importância da disseminação da CIF
continua a ser considerada um dos factores de sucesso.

Quadro nº 12 - Q D18: Na sua opinião, como está a ajudar os professores de turma/disciplina a


responder às NEE dos seus alunos
1º momento Nr=13; 2º momento Nr=8
Cate- Sub- 1º momento 2º momento
Indicadores
goria categoria F % F %
São contemplados aspectos anteriormente não considerados 2 14,3 0 0,0
avaliação dos alunos

Permite avaliar não só as dificuldades mas também as


Aspectos em que a CIF tem ajudado os professores das

No âmbito da

potencialidades dos alunos 4 28,6 0 0,0


turmas/disciplinas a responder aos alunos com NEE

Permite a identificação de facilitadores e barreiras ao


desempenho 2 14,3 1 12,5
Permite uma avaliação mais compreensiva dos alunos 5 35,7 4 50,0
Permite estruturar melhorar a informação 1 7,1 0 0,0
Possibilita uma avaliação mais célere 0 0,0 3 37,5
Total 14 100% 8 100%
Há uma maior consciência dos factores facilitadores e das
barreiras 1 6,2 1 12,5
No âmbito da
intervenção

Direcciona a intervenção no sentido de aumentar o nível de


funcionalidade do aluno 2 12,5 0 0,0
Direcciona a intervenção para aspectos relevantes do contexto,
incluindo o educativo 7 43,8 1 12,5
Permite uma maior adequação das estratégias 6 37,5 6 75,0
Total 16 100% 8 100%
Promove um maior envolvimento de todos os intervenientes 3 23,1 6 50,0
trabalho em
Ao nível do

Implica uma maior responsabilização dos intervenientes 6 46,1 4 33,3


equipa

Permite uma clara definição do papel de cada interveniente 2 15,4 0 0,0


Proporciona maior suporte informativo e orientador 2 15,4 0 0,0
Valoriza a opinião dos docentes nas tomadas de decisão 0 0,0 2 16,7
Total 13 100% 12 100%
Disponibilizando materiais de apoio, documentos e bibliografia 4 23,5 3 15,0
prestado aos

profissionais

Facultando informação e formação no âmbito da aplicação da


Ao nível do

restantes
suporte
Aspectos em que o formando tem ajudado os professores da

CIF 5 29,4 5 25,0


Proporcionando aconselhamento aos docentes 6 35,3 8 40,0
turma/disciplina a responder aos alunos com NEE

Concedendo informações que permitam uma compreensão


global dos alunos 2 11,8 4 20,0
Total 17 100% 20 100%
Sobre a diversidade dos alunos 2 15,4 1 7,1
Ao nível do

vimento de
desenvol-

reflexivas

Sobre a adequação das estratégias 5 38,5 4 21,6


atitudes

Sobre os factores contextuais, incluindo os do contexto escolar,


ao nível da avaliação e da intervenção
6 46,2 9 64,3
Total 13 100% 14 100%
Promovendo uma maior cooperação entre o SPO e o NEE 1 2,8 1 2,8
Mobilizando todos os profissionais intervenientes e pais 4 11,1 4 11,1
Partilhando ideias e estratégias para encontrar respostas
Ao nível da promoção um

adequadas a cada aluno 6 16,7 6 16,7


trabalho colaborativo

Acompanhando o trabalho desenvolvido pelos docentes 7 19,4 2 5,6


No âmbito da avaliação e elaboração do PEI 9 25,0 9 25,0
No âmbito da planificação e preparação das actividades 4 11,1 2 5,6
Participando no trabalho de equipa ao longo de todo o processo
de avaliação/intervenção 3 8,3 4 11,1
Participando na construção de instrumentos de avaliação de
acordo com o referencial CIF 1 2,8 1 2,8
Através da intervenção directa junto dos alunos 1 2,8 4 11,1
Facultando apoio aos pais 0 0,0 3 8,2
Total 36 100% 36 100%

_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 24
No que diz respeito à ajuda, proporcionada aos professores de turma/disciplina para
responderem às necessidades educativas especiais dos seus alunos, a questão foi
entendida em dois planos diferentes, um deles referente ao suporte dado pela CIF e o
outro ao apoio prestada pelos próprios. Os dados recolhidos foram,
consequentemente, organizados tendo como referência essas duas grandes
categorias (cf. quadro nº 12).

Na primeira categoria foram identificadas três subcategorias: uma que se prende com
a avaliação, outra com a intervenção e outra ainda com o trabalho em equipa.

No primeiro momento de aplicação do questionário o maior número de referências


recaiu na subcategoria intervenção (n=16). Já no segundo momento foi a categoria
trabalho em equipa que recolheu o maior número de referências (n=12), se bem que
em número inferior ao registado no primeiro momento de resposta ao questionário.

Analisando as frequências relativas à subcategoria avaliação dos alunos verifica-se


que o facto de a CIF permitir uma avaliação compreensiva dos alunos se mantém
como sendo o factor que mais contribui para ajudar os professores a responder às
necessidades educativas especiais dos seus alunos (1ºmomento - 35,7%; 2º momento –
50%). Das respostas dadas no segundo questionário emergiu um novo indicador, que
assume um papel de relevo nesta subcategoria: o facto de a CIF possibilitar uma
avaliação mais célere, é entendido como um valor acrescentado no âmbito do suporte
à intervenção dos docentes (37,5% das referências).

Esta novo indicador é tanto mais interessante se tivermos presente que na análise do
primeiro questionário se destacaram, como barreiras à implementação da CIF,
dificuldades inerentes à gestão do tempo de forma a conciliar horários que
permitissem reunir os vários profissionais, dificuldades essas que teriam
necessariamente como consequência um processo de avaliação mais moroso.

O facto de agora ser considerado que a CIF possibilita um processo de avaliação mais
célere poderá dever-se a uma maior consistência das dinâmicas de trabalho em
equipa. A interiorização da estrutura desta classificação, por parte das equipas de
trabalho, poderá ser outra das causas subjacentes a esta constatação.

No âmbito da subcategoria intervenção, o facto da CIF ajudar a direccionar a


intervenção para os aspectos contextuais mais relevantes surgiu como o indicador
com maior valor percentual de referências (43,8%). Já no segundo momento, os
maiores valores percentuais apontam para o valor da CIF para uma maior adequação
das estratégias (75%).

_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 25
Na sua essência, ambos os indicadores apontam para uma maior adequação das
estratégias de intervenção, sendo que o primeiro enfatiza as questões relativas aos
contextos, designadamente ao contexto educativo, e o segundo adquire uma
dimensão mais abrangente. A inversão do sentido das respostas dos inquiridos, no
âmbito destes dois indicadores, poderá ser explicada pelo facto de na primeira
aplicação do questionário terem sentido necessidade de utilizar a terminologia da CIF,
num processo de autoconscencialização. Sendo que a adequação das estratégias
inclui, necessariamente, intervenções nos contextos de vida dos alunos, não é
provável que esse aspecto tenha sido esquecido ou negligenciado. É mais plausível
que, passados alguns meses e com a integração dos conceitos e ligados a este novo
referencial, apenas já não seja necessário explicitá-lo.

No topo das referências relativas à subcategoria trabalho de equipa mantêm-se, nos


dois momentos de aplicação do questionário, os indicadores que sugerem que o
suporte proporcionado pela CIF aos docentes passa pela sua potencial capacidade de
promover um maior envolvimento de todos os intervenientes (1ºmomento - 23,1%; 2º
momento – 50%) e uma maior responsabilização dos mesmos (1ºmomento - 46,1%; 2º
momento – 33,3%).

Na segunda categoria foram identificadas também três subcategorias: uma que se


prende com o suporte prestado aos restantes profissionais, uma outra com a
desenvolvimento de atitudes reflexivas e outra ainda com a promoção de um trabalho
colaborativo. Verifica-se assim que a acção destes profissionais tem sido norteada
segundo três importantes eixos de acção, a saber: conhecimento, atitudes e práticas,
que se complementam no sentido da mudança.

Foi na subcategoria promoção de um trabalho colaborativo que, nas duas aplicações


do questionário, recaiu o maior número de referências (n=36).

Analisando as frequências relativas a estas três subcategorias verifica-se ter-se


mantido, nos dois momentos de aplicação do questionário, sensivelmente idêntico o
sentido das respostas dadas pelos inquiridos.

Assim, e relativamente a cada uma das categorias acima indicadas, verifica-se que a
acção dos inquiridos, no que diz respeito à ajuda prestada aos professores de turma
ou disciplina se tem, preferencialmente, concretizado no aconselhamento aos
docentes (1º momento - 35,3%; 2º momento – 40%), na promoção da adopção de atitudes
reflexivas sobre os factores contextuais, incluindo os do contexto escolar (1º momento –
46,2,3%; 2º momento – 64,3%) e na promoção de um trabalho colaborativo no âmbito da
avaliação e da elaboração do PEI (25%).

_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 26
Quadro nº13 - Q D19: O que distingue a sua actividade da anteriormente desenvolvida
1º momento Nr=12; 2º momento Nr=7

Cate- Sub- 1º momento 2º momento


cate- Indicadores
goria F % F %
goria
Maior enfoque em aspectos pertinentes no âmbito da avaliação 5 26,3 9 39,1
Maior enfoque da avaliação e intervenção nos factores ambientais 6 31,5 7 30,4
Focalização

Maior enfoque no problema específico do aluno 1 5,3 1 4,5


Maior enfoque na avaliação do potencial do aluno 2 10,5 0 0,0
Maior enfoque nas categorias da CIF 1 5,3 0 0,0
Maior enfoque na funcionalidade do aluno 4 21,1 6 26,1
Total 19 100% 23 100%
Promover um maior envolvimento e partilha de decisões entre todos
os parceiros 7 63,6 2 22,2
Disseminar o referencial da CIF e integrar os vários intervenientes
Objectivos

nesse paradigma 2 18,2 0 0,0


Maior preocupação em perspectivar currículos para a inclusão no
Aspectos em que a actividade do formando se distingue da anteriormente desenvolvida

mundo do trabalho 1 9,1 0 0,0


Procurar remover as barreiras existentes no processo de actividade
e participação do aluno 1 9,1 1 11,1
Existe uma definição mais clara e precisa dos objectivos 0 0,0 6 66,7
Total 11 100% 9 100%
São desenvolvidas no âmbito de uma equipa 16 61,5 15 34,9
Incluem a adaptação e criação de instrumentos de trabalho 3 11,5 3 7,0
Existe um maior contacto com os serviços da comunidade 1 3,8 1 2,3
Existe uma maior colaboração entre profissionais da escola 1 3,8 5 11,6
Actividades

São direccionadas para a identificação de estratégias de melhoria da


funcionalidade 1 3,8 2 4,7
Existe mais partilha (informação, decisões e responsabilidades) 4 15,4 11 25,6
Existe um maior envolvimento dos pais 0 0,0 2 4,7
A forma de caracterização dos alunos é diferente 0 0,0 2 4,7
São direccionadas para facilitar a aprendizagem dos alunos 0 0,0 1 2,3
A intervenção é mais dinâmica e multifocal 0 0,0 1 2,3
Total 26 100% 43 100%
Existe uma melhor estruturação e organização do trabalho 7 25,0 1 2,9
Há uma acção mais concertada e focalizada 2 7,1 7 20,6
A intervenção mais adequada e eficaz 2 7,1 10 29,4
Qualidade do trabalho

Há uma maior qualidade do trabalho em equipa devido ao uso de


uma linguagem comum 5 17,9 5 14,7
A avaliação é mais rica e com maior fiabilidade devido a uma recolha
de dados mais abrangente e ao uso de uma linguagem comum 11 39,3 6 17,6
Existem menos barreiras à implementação das estratégias definidas
porque todos os técnicos estão envolvidos 1 3,6 0 0,0
O processo de avaliação é mais demorado 0 0,0 3 8,8
Processo de avaliação é mais célere 0 0,0 1 2,9
Há uma maior qualidade do trabalho, decorrente dos instrumentos e
metodologias usadas 0 0,0 1 2,9
Total 28 100% 34 100%
Maior compreensão por parte dos professores da complexidade da
avaliação 1 50,0 1 20,0
A psicologia tornou-se um contributo mais visível e reconhecido pela
comunidade escolar por ser mais clara a sua finalidade 1 50,0 1 20,0
Reputação

O psicólogo deixou de ser um técnico distante para ser um elemento


da equipa 0 0,0 1 20,0
É atribuída maior importância do papel aos docentes de educação
especial 0 0,0 1 20,0
A responsabilidade de disseminar a CIF, atribuía aos SPO, resulta
por vezes em situações de tensão 0 0,0 1 20,0
Total 2 100% 5 100%

_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 27
(continuação)
Cate- 1º momento 2º momento
Sub-categoria Indicadores
goria F % F %
Os princípios subjacentes à CIF já eram aplicados 3 60,0 1 25,0
O paradigma da
Já se desenvolvia um trabalho colaborativo 2 40,0 3 75,0
CIF já era utilizado
diferenças no trabalho desenvolvido

Total 5 100% 4 100%


Razões porque não se verificam

A prática continua igual, apenas existe um novo


instrumento de trabalho 1 50,0 0 0,0
A CIF não implica
Não há grandes mudanças porque a CIF não é um
mudanças nas
manual de intervenção mas um sistema de
práticas
classificação 1 50,0 0 0,0
Total 2 100% 0 0
Dificuldades na gestão do tempo nem sempre
permitem o trabalho em equipa 2 50,0 0 0
Não existe receptividade dos profissionais exteriores à
Há barreiras que escola para trabalharem em equipa 1 25,0 0 0
ainda não foram Ainda não foi possível a divulgação da CIF na escola 1 25,0
ultrapassadas
Os docentes continuam a atribuir a responsabilidade
pelo processo de avaliação aos SPO 0 0,0 1 100,0
Total 4 100% 1 100%

Questionados quanto aos aspectos que diferenciam a sua actividade da anteriormente


desenvolvida, parte dos inquiridos identificaram aspectos precisos em que se
registaram mudanças, enquanto que um número reduzido considerou que a sua
actividade se mantém inalterável, indicando as razões que justificam esse facto. A
análise das respostas a esta questão obedeceu, por isso, a estas duas categorias (cf.
quadro nº13).

A primeira categoria, aspectos em que a actividade do formando se distingue da


anteriormente desenvolvida, integra cinco subcategorias.
No primeiro momento de aplicação do questionário o maior número de referências
recaiu na subcategoria qualidade do trabalho (n=28). Já no segundo momento foi a
categoria actividades que recolheu o maior número de referências (n=43).
Importa salientar que na segunda aplicação do questionário se verificou um aumento
do número de referências em todas as subcategorias, com excepção da referente aos
objectivos.

No âmbito da subcategoria focalização, registou-se uma alteração na opinião dos


inquiridos passando o indicador maior enfoque em aspectos pertinentes no âmbito da
avaliação a recolher a maior percentagem de referências (39,1%) em detrimento do
maior enfoque da avaliação e intervenção nos factores ambientais que na primeira
aplicação do questionário havia reunido a maior percentagem de referências (31,5%).
Esta mudança vem reforçar o pressuposto, atrás enunciado, de que num futuro
imediato a uma primeira abordagem da CIF os inquiridos, num processo de
autoconscencialização, sentem necessidade de utilizar a terminologia associada a
conceitos-chave, tal como factores ambientais. Com um maior distanciamento e
integração desses conceitos, deixa de haver essa necessidade.
_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 28
Quanto à subcategoria objectivos, promover um maior envolvimento e partilha de
decisões entre todos os parceiros havia sido o objectivo mais referenciado na primeira
aplicação do questionário (63,6%). Na segunda aplicação do questionário a adquire
menor expressividade (22,2%), emergindo como o mais referenciado um novo
indicador: existe uma definição mais clara e precisa dos objectivos (66,7%).

Enquanto que na primeira aplicação do questionário os inquiridos explicitaram os


objectivos que traduziam mudanças na sua actividade, nesta fase do estudo optaram
maioritariamente por expressar a constatação da influência positiva do uso da CIF na
definição de objectivos. Esta mudança na forma da resposta poderá encontrar-se
ligada a uma maior capacidade de distanciamento e reflexão, a que não será alheia
uma maior interiorização e prática de utilização do referencial da CIF.

No que se refere à subcategoria actividades, o facto de as actividades serem


desenvolvidas no âmbito de uma equipa de trabalho mantém-se nos dois momentos
de aplicação do questionário como sendo o aspecto em que se verificam maiores
mudanças alunos (1ºmomento - 61,5%; 2º momento – 34,9%). A partilha de informações,
decisões e responsabilidades assume também algum relevo neste domínio (1ºmomento
- 15,4%; 2º momento – 25,6%).

No que diz respeito à subcategoria qualidade do trabalho, é notório que na primeira


aplicação do questionário as respostas foram privilegiadamente focalizadas em
aspectos relacionados com a avaliação, reunindo a maior percentagem referências o
seguinte indicador: a avaliação é mais rica e com maior fiabilidade devido a uma
recolha de dados mais abrangente e ao uso de uma linguagem comum (39,3%). Na
segunda fase do estudo as respostas foram maioritariamente centradas na
intervenção, recebendo a maior percentagem de referências o seguinte indicador: a
intervenção é mais adequada e eficaz (29,4%). Esta mudança de enfoque poderá
dever-se à fase do processo em que se encontravam os inquiridos aquando da
aplicação de cada um dos questionários.

Relativamente à subcategoria reputação, o número de referências é meramente


residual. Importa no entanto salientar que dos cinco indicadores encontrados, quatro
deles reflectem mudanças positivas na reputação dos psicólogos e dos docentes e
apenas um evidencia alguma preocupação com possíveis repercussões negativas
associadas à responsabilidade de disseminação da CIF e à resistência à mudança por
parte de alguns actores do processo educativo.

Quanto à segunda categoria, o número global de referências assume também pouca


expressividade. São indicadas, como razões para a inexistência de mudanças na
prática, o facto de o paradigma da CIF já ser anteriormente uma referência, de ainda
_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 29
não terem sido ultrapassadas algumas barreiras à sua implementação ou
simplesmente por considerarem que a CIF não implica mudanças. É de salientar que
esta última subcategoria não registou qualquer referência no segundo momento de
aplicação do questionário.

Quadro nº14 - Q D20: Na sua opinião, quais os determinantes, barreiras e facilitadores, para ampliar a
articulação e cooperação com os profissionais da sua escola
1º momento Nr=10; 2º momento Nr=8

1º momento 2º momento
Categoria Indicadores
T %
Falta de formação no âmbito da CIF 15 20.3 8 13,1
Dificuldade em conciliar horários 11 14.9 18 29,5
Pouco envolvimento dos diferentes profissionais 0 0 5 8,2
Resistência à mudança 7 9.5 2 3,3
Dificuldade em elaborar o PEI 0 0 1 1,6
Baixas expectativas acerca do sistema educativo 4 5.4 1 1,6
Desarticulação das políticas 0 0 1 1,6
Desconfiança na análise do ambiente escolar 0 0 1 1,6
Baixas expectativas em relação às famílias e alunos 2 2.7
com NEE 1 1,6
Dificuldade em trabalhar em equipa 2 2.7 1 1,6
Ausência de recursos 2 2.7 3 4,9
Desmotivação dos profissionais 0 0 2 3,3
A não implicação dos encarregados de educação 0 0 1 1,6
Dificuldade em reunir todos os intervenientes 7 9.5 0 0
Dificuldade de articulação entre os professores das 5 6.8
Barreiras

turmas, os técnicos os DEE e psicólogos 0 0


Pouco envolvimento dos docentes 3 4.1 0 0
Contradição entre os normativos legislativos 3 4.1 0 0
A burocracia existente 2 2.7 0 0
Incompreensão do modelo 1 1.4 0 0
A frustração dos professores visto à diversidade dos 1 1.4
alunos 0 0
Desvalorização da figura do professor 1 1.4 0 0
Dificuldade na aprovação de instrumentos com a 1 1.4
linguagem da CIF 0 0
Instabilidade do corpo docente 1 1.4 0 0
Alguns professores ainda vêm a EE como uma 1 1.4
situação à parte da escola 3 4,9
A falta de conhecimento do modelo 1 1.4 5 8,2
A morosidade do processo de avaliação/ intervenção 1 1.4 4 6,6
Associação da CIF a um modelo médico 1 1.4 1 1,6
Dispersão geográfica das escolas 1 1.4 2 3,3
A não colaboração dos órgãos executivos 1 1.4 1 1,6
Total 74 100% 61 100%
Implementação de formação no âmbito da CIF 13 25 13 29,5
Motivação dos docentes para a formação 11 21.2 5 11,3
A disponibilidade do SPO e dos Docentes de EE 0 0 3 6,8
Facilitadores

A motivação dos profissionais 0 0 1 2,3


Constituição de equipas de trabalho 1 1.9 3 6,8
Aceitação do novo modelo pelos órgãos executivos 5 9.6 4 9,0
Supervisão do processo 1 1.9 3 6,8
O papel do DT na orientação do PEI 2 3.8 1 2,3
Investimento em materiais de apoio 2 3.8 0 0
O envolvimento da família 2 3.8 0 0

_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 30
A pequena dimensão da escola 1 1.9 0 0
A criação de documentos legais esclarecedores 1 1.9 0 0
A boa relação com os diferentes profissionais 5 9.6 0 0
A utilização de uma linguagem comum 1 1.9 0 0
A utilização de instrumentos eficazes 2 3.8 0 0
Os casos de sucesso já implementados 0 0 3 6,8
O facto dos profissionais se encontrarem na mesma 0 0
unidade orgânica 2 4,5
A coordenação dos processos não ser 0 0
exclusivamente dos psicólogos 1 2,3
A articulação já estabelecida entre os profissionais 5 9.6 4 9,0
O novo regime legislativo da educação especial 0 0 1 2,3
Total 52 100% 44 100%

Nesta questão era solicitado que fossem apresentados os facilitadores e barreiras


encontrados na aplicação do referencial CIF, no que se prende com a articulação e
cooperação entre os profissionais da escola. A categoria barreiras apresenta 61
referências e a categoria facilitadores 44. Valores sem diferenças significativas
relativamente ao 1º momento avaliativo.

Como se pode verificar no quadro nº14 relativamente à categoria barreiras, a maior


percentagem de referências recaiu na dificuldade em conciliar horários (29,5%)
seguida da falta de formação no âmbito da CIF (13,1%), Os indicadores assinalados
com mais referências foram similares aos do 1º momento avaliativo. No entanto, agora
os inquiridos reforçaram a dificuldade em conciliar horários. O pouco envolvimento dos
diferentes profissionais e a falta de conhecimento do modelo (8,2% de referências)
foram também focados com alguma expressividade. Foi ainda possível identificar
outros aspectos que, embora tenham pouca expressão percentual, se tornam
relevantes pela sua diversidade.

Relativamente aos facilitadores considerados determinantes para ampliar a articulação


entre os profissionais da escola no âmbito da aplicação da CIF, o indicador com maior
valor percentual refere-se à implementação de formação no âmbito da CIF (29,5% das
referências) seguido da motivação dos profissionais (11,3%).

A aceitação do novo modelo pelos órgãos executivos e a articulação já estabelecida


entre os profissionais, ambos com 9% das referências, são factores também
evidenciados como facilitadores para ampliar a articulação entre os profissionais que
desenvolvem a sua actividade na escola e para desenvolver o trabalho de cooperação
já iniciado.

_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 31
Quadro nº15 - Q D21: No seu ponto de vista quais são os determinantes, barreiras e facilitadores, para
ampliar a articulação e cooperação com os profissionais de outros serviço externos à escola
1º momento Nr=10; 2º momento Nr=8
1º momento 2º momento
Categoria Indicadores
T % T %
Falta de formação/Informação no âmbito da CIF 20 28,6 4 8,0
Dificuldade em conciliar horários 11 15,7 9 18,0
Falta de articulação entre os diversos profissionais e
10 14,3 5 10,0
serviços
Falta de equipas multidisciplinares 1 1,4 1 2,0
Não existe disponibilidade dos profissionais exteriores à
8 11,4 0 0
escola para trabalharem em equipa
Os outros serviços consideram que a educação apenas
1 1,4 0 0
diz respeito à escola
Inexistência de uma política comum para a aplicação da
9 12,9 4 8,0
CIF
Falta de colaboração entre a segurança social e a
0 0 1 2,0
escola
Barreiras

Falta de comunicação entre as direcções centrais dos


0 0 1 2,0
serviços
Falta de recursos 2 2,9 4 8,0
As distâncias geográficas entre os serviços 1 1,4 1 2,0
Resistência à mudança 2 2,9 2 4,0
Os serviços de saúde não conhecem esta classificação 3 6,0
Os serviços de saúde criam alguma resistência à
5 7,1 4 8,0
utilização da CIF
Os serviços exteriores à escola não conhecem os
0 0 3 6,0
procedimentos inerentes a esta
Crenças falsas acerca do modelo 0 0 2 4,0
Excesso de trabalho 0 0 1 2,0
A não obrigatoriedade dos outros serviços para
0 0 5 10,0
aplicarem a CIF
Total 70 100% 50 100%
Implementar formação no âmbito da CIF em todos os
12 33,3 10 25,6
serviços
Criação de uma política comum no sentido de todos
2 5,6 9 23,1
aplicarem a CIF
A utilização de uma linguagem comum 3 8,3 0 0
A boa comunicação já existente 2 5,6 0 0
A necessidade de recolher informação de vários
1 2,8 0 0
serviços
A utilização de novas tecnologias 1 2,8 0 0
Garantir a mobilidade dos profissionais 1 2,8 0 0
Facilitadores

Garantir a flexibilidade do horário dos profissionais 1 2,8 0 0


Motivação pessoal 8 22,2 0 0
Aproveitar a boa comunicação existente entre os
0 0 2 5,1
serviços
A aproximação entre os serviços 0 0 4 10,3
Criação em cada serviço de um programa específico de
0 0 2 5,1
articulação com a escola
Ajuda dos colegas que já têm conhecimentos nesta
0 0 3 7,7
área
Estabelecer protocolos/parcerias 3 8,3 2 5,1
Criar espaços de reflexão entre todos os intervenientes 1 2,8 3 7,7
O tipo de canais de comunicação 0 0 2 5,1
Valorização deste referencial pelas chefias 1 2,8 2 5,1
Total 36 100% 39 100%
_______________________________________________________________________________
RELATÓRIO FINAL 32
Nesta questão era solicitado que fossem apresentados os facilitadores e barreiras
encontrados na aplicação do referencial CIF, no que se prende com a articulação e
cooperação entre os profissionais exteriores à escola.

A categoria barreiras apresenta 50 referências menos 20 relativamente ao 1º momento


avaliativo e a categoria facilitadores apresenta 39, número similar encontrado nesse 1º
momento.

Relativamente às barreiras que mais parecem dificultar a articulação com os serviços


exteriores à escola, os indicadores com maior expressão percentual referem-se à
dificuldade de conciliar horários (18% das referências) e à falta de articulação entre os
diversos profissionais e serviços (10%) e ainda a inexistência de obrigatoriedade dos
outros serviços para aplicarem a CIF também com 10% das referências. Embora as
referencias incidam, essencialmente, sobre as mesmas indicadas no 1º momento
avaliativo, existiu, agora, a preocupação em enfatizar a questão da dificuldade em
encontrar horários que permitam que todos os intervenientes se encontrem.

Relativamente à categoria facilitadores, a maior percentagem de referências recaiu no


indicador implementação de formação no âmbito da CIF em todos os serviços (25,6%
das referências), seguida da criação de uma política comum no sentido de todos
aplicarem a CIF (23,1 %) e ainda a aproximação entre serviços (10,3%).

Comparativamente aos dados anteriores o facilitador mais referenciado é o mesmo, no


entanto é agora focada a importância da implementação de regras para que todos os
serviços apliquem a CIF.

Quadro nº16 - Q D22: Como avalia a importância da articulação e a colaboração entre profissionais da
sua escola no âmbito da aplicação do referencial proposto pela CIF
(valores absolutos; percentagem em linha)

MI IM IR NI Nr
n % n % n % n % n %
1º m. 26 40.6 23 35.9 12 18.8 0 0.0 3 4.7
Na situação actual
2º m. 33 56.9 21 36.2 1 1.7 0 0.0 3 5.2
1º m. 50 78.1 14 21.9 0 0.0 0 0.0 0 0.0
No futuro próximo
2º m. 45 77.6 10 17.2 0 0.0 0 0.0 3 5.2
Notas: i) Pergunta de resposta múltipla; ii)) MI = Muito importante, IM – Importância moderada, IR= Importância
reduzida e NI = Nada importante

Relativamente à opinião dos inquiridos sobre a importância, na situação actual, da


articulação e colaboração entre os diferentes profissionais da escola no âmbito da
aplicação do referencial proposto pela CIF, verificou-se um elevado crescimento da
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RELATÓRIO FINAL 33
percentagem de sujeitos que a considera muito importante, acompanhado de uma
diminuição da percentagem de sujeitos que atribui a essa colaboração uma
importância reduzida (cf. quadro nº16).

As diferenças encontradas a este nível, entre as respostas dados nos dois momentos
de aplicação do questionário, são diferenças estatisticamente significativas (x2=3.390,
gl=50, ns=.001).

Da análise do dados verificou-se, todavia, existir uma correlação negativa entre a


importância dada a à colaboração entre os profissionais da escola, na situação actual,
e o tempo semanal dedicado pelos sujeitos ao trabalho com a CIF (r = -.336; p< 0.05).
Ou seja, quanto mais tempo semanal é utilizado no trabalho com a CIF, menor é a
importância atribuída pelos sujeitos à articulação e colaboração entre os diferentes
profissionais da escola. A razão destes resultados poderá residir no desgaste inicial
inerente a qualquer situação de mudança.

Quanto à colaboração entre os profissionais da escola, num futuro próximo, verifica-se


uma ligeira diminuição da percentagem de sujeitos que lhe atribui um grau de elevada
importância, bem como de importância moderada. Esta diminuição deve-se ao
aumento do número de sujeitos que não responderam a esta questão.

Continua a manter-se nulo o número de sujeitos que não atribui qualquer importância
à colaboração nenhum dos inquiridos considera não ter qualquer importância à
colaboração entre os profissionais em causa.

Quadro nº17 - Q D23: Como avalia a importância da articulação e a colaboração entre profissionais
exteriores à escola no âmbito da aplicação do referencial proposto pela CIF
(valores absolutos; percentagem em linha)

MI IM IR NI Nr
n % n % n % n % n %
1º m. 25 39.1 14 21.9 16 25.0 5 7.8 4 6.3
Na situação actual
2º m. 19 32.8 20 34.5 14 24.1 1 1.7 4 6.9
1º m. 46 71.9 13 20.3 4 6.3 0 0.0 1 1.6
No futuro próximo
2º m. 38 65.5 17 29.3 0 0.0 0 0.0 3 5.2

Notas: i) Pergunta de resposta múltipla; ii) MI = Muito importante, IM – Importância moderada, IR= Importância reduzida
e NI = Nada importante

No que se refere à opinião dos inquiridos sobre a importância, na situação actual, da


articulação e colaboração entre profissionais exteriores à escola, no âmbito da
aplicação do referencial proposto pela CIF, verificou-se um crescimento da
percentagem de sujeitos que lhe atribui um moderado grau de importância,

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RELATÓRIO FINAL 34
acompanhado de uma diminuição das percentagens relativas aos restantes graus de
importância (cf. quadro nº17).

O mesmo acontece no que diz respeito à colaboração entre estes profissionais, num
futuro próximo. De referir que, tal como em relação à colaboração entre profissionais
da escolas, também neste nível de colaboração as expectativas quanto à sua
importância no futuro superam as actuais.

Por último, importa referir que as alterações nas opiniões dos sujeitos não mostraram
diferenças estatisticamente significativas.

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RELATÓRIO FINAL 35
Acompanhamento e Monitorização do Processo de Aplicação do Referencial Proposto pela CIF

2.3 Outros Comentários

Solicitados a registar outros comentários, sobre a aplicação do referencial proposto


pela CIF nas respectivas escolas, no primeiro momento de aplicação do questionário
os inquiridos focalizaram-se essencialmente nas dificuldades com que se estavam a
confrontar. As dificuldades mencionadas decorriam quer do desconhecimento da CIF
por grande parte dos profissionais, incluindo docentes, quer da complexidade e
morosidade que o processo envolve, quer ainda das barreiras inerentes ao facto da
CIF não ter sido adoptada por serviços exteriores à escola, designadamente pelos
serviços de saúde, do emprego e da segurança social.

Alguns inquiridos referiram ainda a necessidade de realização de mais acções de


formação que permitissem a partilha de experiências entre os formandos e a produção
e uniformização de materiais e documentos a serem utilizados em todas as escolas.
Indicaram ainda a necessidade de se articular a legislação e as políticas educativas
com este novo referencial.

Já o enfoque dos comentários registados no segundo momento de aplicação do


questionário é colocado, maioritariamente, nas mudanças positivas que se verificaram
na prática:
ƒ existência de práticas colaborativas;
ƒ maior valorização do papel dos diferentes profissionais;
ƒ maior envolvimento e responsabilização dos intervenientes no processo de
avaliação/intervenção;
ƒ melhor organização entre profissionais e entre serviços;
ƒ maior dinamismo;
ƒ adopção de uma atitude reflexiva;
ƒ adopção de uma linguagem comum.

Foram ainda referidos alguns constrangimentos, decorrentes da necessidade de:


ƒ mais formação no domínio da aplicação da CIF dirigida aos docentes do ensino
regular;
ƒ construção de instrumentos de trabalho, uniformizados, tendo como referência
a CIF;
ƒ mais investigação sobre a aplicação da CIF;
ƒ equipas de suporte à implementação da nova legislação;
ƒ se tornar a legislação consonante com o preconizado no quadro de referência
da CIF.

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RELATÓRIO FINAL
Acompanhamento e Monitorização do Processo de Aplicação do Referencial Proposto pela CIF

Síntese dos Resultados e Recomendações

Faz-se de seguida uma síntese dos principais resultados obtidos nos dois momentos
de avaliação definindo-se, em paralelo, recomendações que permitam perspectivar
acções futuras tendo como objectivo melhorar o processo de implementação da CIF.

Relativamente aos objectivos-chave apresentados pelos psicólogos, docentes e


técnicos de reabilitação é notório que à medida que vai evoluindo o processo de
implementação da CIF se verifica uma preocupação com a redefinição e priorização
de metas.

Ainda que este seja um processo com características muito particulares e específicas
em cada unidade orgânica, pelo que a tomada de decisões neste domínio deverá ser
necessariamente da responsabilidade dos intervenientes, será importante não
descurar, como objectivo, o apoio aos órgãos de gestão. Com efeito os órgãos de
gestão têm um papel fundamental na liderança e organização dos processos de
mudança pelo que deverão ser envolvidos.

No que se refere às actividades desenvolvidas enquanto utilizadores do referencial


proposto pela CIF importa destacar que a maioria dos intervenientes revela uma ampla
participação em todas as acções inerentes ao processo de avaliação e intervenção
dos alunos com NEE. Parece-nos importante que aqueles que ainda não integraram
esta forma de trabalho progridam no sentido de alargar o âmbito da sua participação à
globalidade das acções subjacentes ao processo de avaliação e intervenção.

Quanto aos elementos da escola e da comunidade implicados na aplicação deste


referencial, é natural que nesta primeira fase de utilização da CIF se constatem
diferentes níveis de participação. Futuramente será importante desenvolver esforços
para que, progressivamente, sejam envolvidos todos os intervenientes no processo de
avaliação e intervenção. Neste domínio assume particular relevo o papel dos pais,
pelo que se deverá investir no seu envolvimento nesta dinâmica de trabalho.

Relativamente ao trabalho desenvolvido no âmbito da aplicação do referencial


proposto pela CIF verifica-se uma progressão na melhoria da cooperação entre os
vários intervenientes e serviços, não obstante serem ainda notórios alguns obstáculos
à criação de dinâmicas de trabalho colaborativo entre os profissionais da escola e em
especial com os serviços exteriores a esta, designadamente serviços da saúde e da
segurança social.

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RELATÓRIO FINAL
O desconhecimento da CIF por parte destes serviços poderá constituir um factor de
resistência, pelo que seria importante uma maior uniformização nas medidas de
política dos vários sectores, um maior investimento na formação sobre o referencial da
CIF e a criação de condições que possibilitem uma maior disponibilidade dos
profissionais para o desenvolvimento de um efectivo trabalho em equipa.

Quanto ao trabalho desenvolvido no âmbito do apoio aos professores de


turma/disciplina para encontrar respostas adequadas às necessidades educativas dos
seus alunos, as acções têm sido focalizadas na promoção de um maior conhecimento
quer sobre o referencial da CIF quer sobre os próprios alunos. Têm incidido, ainda, na
mudança de atitudes e na implementação de práticas colaborativas. Será importante
que estes três eixos de acção passem a integrar o trabalho de todos os profissionais.

Em síntese, os resultados apresentados indiciam que entre a aplicação dos dois


questionários se verificaram mudanças positivas, o que denota o empenho destes
profissionais na implementação e disseminação do referencial subjacente à CIF.

Será relevante para a continuidade deste trabalho, o contributo das equipas de


acompanhamento que desenvolvendo um trabalho de proximidade com as unidades
orgânicas poderão constituir-se como um suporte, ajudando-as a operacionalizar as
recomendações atrás elencadas.

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RELATÓRIO FINAL 38

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