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O desabar de um
castelo de cartas
Quem engana quem?
O Código Da Vinci é sem dúvida um roman- e teorias do Código Da Vinci – independen-
ce empolgante. Códigos inesperados e uma temente das suas convicções religiosas,
história cheia de acção cativam os leito- sejam ateus, agnósticos, cristãos ou outros.
res. É verdade que a civilização ocidental
Dan Brown tem uma imaginação fértil e
durante os últimos 2000 anos foi enganada
escreve livros cheios de suspense. No en-
por uma gigantesca fraude da Igreja?
tanto, como guia de história do Ocidente e
O Código Da Vinci levanta questões da Igreja cristã não merece confiança. Este
importantes acerca da religião e do poder, texto explica porquê.
do feminismo, da história e da verdade. É
positivo que este tipo de temas sejam ex-
plorados. Mas este romance de suspense, O ”Às” =
cheio de afirmações sem fundamento e com O Priorado de Sião?
fontes literárias inventadas, naturalmente Todo o argumento do Código
dá uma ajuda pobre para os que querem Da Vinci é construído à volta
adquirir conhecimento novo e válido acerca do Priorado de Sião e dos
da história. documentos que esta socie-
No Código Da Vinci afirma-se repetida- dade secreta terá ocultado.
mente que as teorias do livro se baseiam “O Priorado de Sião. A sociedade
em estudos de historiadores famosos secreta europeia fundada em 1099,
e reconhecidos. Isso não é verdade. O é uma organização real.” (Afirmação na
facto é que será difícil encontrar um único página chamada FACTO no início do Código Da
historiador sério que aceite as afirmações Vinci.)
A verdade é que todas as Vinci nunca foi Grão-Mestre do
afirmações no livro acerca do Priorado de Sião, porque este
Priorado de Sião são falsas. O não existia. Por isso, ele não
Priorado nunca existiu como poderia ter tido conhecimento
uma sociedade histórica. O de documentos secretos
que se passa é que, no ano de acerca de Jesus e de Maria
1956, o francês Pierre Plantard Madalena. As afirmações do
criou uma organização fictícia Código Da Vinci acerca do
com este nome. Foi ele que Graal, de arcas gigantescas
inventou toda a história desta com documentos originais do
suposta sociedade secreta. tempo de Jesus, de códigos
Nos anos ’60 tentou criar um mito acerca secretos nas pinturas de Leonardo da
de si próprio como o último Grão-Mestre da Vinci, etc., são simplesmente pura imagi-
sua sociedade fictícia. Conseguiu defraudar nação. Podem constar como elementos
os autores do Santo Sangue, Santo Graal, criativos dum romance, mas como infor-
o livro em que as teorias do Código Da mação histórica não têm valor algum.
Vinci se baseiam. Depois de alguns anos,
as suas fraudes foram desmascaradas. Em
1993 confessou perante a polícia que o O “Rei” = Jesus?
Priorado de Sião foi uma ideia criativa dele. ”O estabelecimento de
No site www.priory-of-sion.com encontra-se muita Jesus como ‘Filho de Deus’
documentação acerca de Pierre Plantard e do seu foi oficialmente proposto
Priorado. e votado no Concílio de
Niceia. (…) Até àquele mo-
Documentos secretos? mento da História, Jesus tinha sido visto
pelos seus seguidores como um profeta
“Em 1975, a Bibliothèque National de
mortal… um grande homem, e poderoso,
Paris descobriu um conjunto de perga-
mas apesar de tudo um homem. Um
minhos, conhecidos como Les Dossiers
mortal. (O Código Da Vinci, cap. 55)
Secrets, que identificam numerosos
membros do Priorado de Sião, incluindo Estas e muitas afirmações semelhantes
Sir Isaac Newton, Botticelli, Victor Hugo no Código Da Vinci colidem com factos
e Leonardo da Vinci.” (Afirmação na página históricos bem sólidos. Jesus foi adorado
chamada FACTO no início do Código Da Vinci.)
como Filho de Deus desde o início do cris-
A realidade é esta: Os pergaminhos Les tianismo. Existem numerosos documentos e
Dossiers Secrets foram produzidos por milhares de citações dos três séculos an-
Pierre Plantard e uns amigos. Eles conse- teriores ao Concílio de Niceia que compro-
guiram introduzir os documentos falsos vam isso. Afirmar que os cristãos considera-
nos arquivos da Biblioteca Nacional. vam Jesus apenas como um homem mortal
Plantard confessou a fraude depois até o Concílio de Niceia no ano de 325, é
desta ter sido revelada. uma deturpação dos factos históricos.