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SINPROEP
Filiado à
Jornal do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrio Federal – Ano III - Nº 22 – Julho de 2008
Encarte Especial
Fechada
a
Convenção
Coletiva
2008/2009
www.sinproepdf.org.br
Jornal do
SINPROEP Julho de 2008
A PALAVRA DO PRESIDENTE
H
á três anos a idéia de formação de um sindicato dado o Sinproep. O desafio que temos pela frente é tra- dos professores e professoras. Nesse sentido, buscaremos
específico para os professores do setor privado balhar com afinco para construir um Projeto Estratégico parcerias com setores públicos e privados para instituir
de ensino era utopia. O Sinpro, com sua recon- para a consolidação definitiva do nosso Sindicato como cursos de aperfeiçoamento que elevem as condições de
hecida tradição e combatividade, tentava estabelecer nos um instrumento de organização e defesa dos direitos dos trabalho e o respeito profissional.
seus planos de luta reivindicações voltadas para as escolas professores e professoras do setor privado de ensino do
particulares. Apesar desse esforço, o trabalho da diretoria DF. CAMPANHA DE SINDICALIZAÇÃO
era absorvido nas demandas do setor público, por ser essa
parcela da categoria em maior número. PROJETO ESTRATÉGICO No mês de agosto iniciaremos uma forte cam-
panha de sindicalização. É nossa meta dobrar o número
Com a decisão de fundar o Sinproep, aquilo O Projeto Estratégico tem como meta para o de sindicalizados até o final do ano de 2008. O Sinproep
que no início parecia utopia, após três anos mostra-se segundo semestre dar continuidade às discussões de in- estará consolidado quando tiver a maioria da categoria
como uma realidade concreta do sonho que um grupo teresse da categoria que foram determinadas nos diversos participando ativamente de suas lutas e decisões.
de companheiros sonharam juntos e transformaram em seminários e eventos realizados desde 2007.
um projeto vitorioso. No seu terceiro ano de vida o Sin- Nessa perspectiva a diretoria tem como priori- Nesse processo de sindicalização buscaremos
proep realizou a sua primeira eleição direta para escolha dade a realização dos seminários do ensino superior, do envolver todos aqueles companheiros que já entenderam
da sua diretoria. Nos dias 6 e 7 de maio, os professores, ensino médio e dos cursos livres, por entender que esses a importância de termos um instrumento voltado para
coordenadores e orientadores, chamados a exercer o seu setores têm problemas de relevância para serem discuti- nossas lutas. Vamos estabelecer emulações e prêmios
direito de voto, reafirmaram a confiança no processo de dos e temos que, coletivamente, buscar soluções. por número de sindicalizações para alcançarmos nossa
construção do nosso sindicato e votaram maciçamente meta.
na chapa Consolidar & Avançar. Foram quase dois mil ESCOLA DO PROFESSOR
votos, dos dois mil e quinhentos professores aptos a vo- A sua participação é fundamental. Juntos fare-
tar. A Escola do Professor é uma meta prioritária mos do nosso sindicato um sindicato cada vez mais res-
A chapa Consolidar & Avançar tomou posse no para a nova gestão. O Sindicato não é somente um in- peitado.
dia 1° de julho, por coincidência, no mesmo Teatro dos strumento de luta por melhores salários, é também um
Bancários, onde no dia 22 de outubro de 2005, era fun- captador de meios de capacitação e elevação do nível Prof. Rodrigo de Paula
Um professor de ensi- instituição, só que com o salário O professor impetrou (identidade de função, de em- Ao concluir o caso
no médio entrou para a equipe da hora-aula superior em 42%. recurso no TST e sustentou que pregador, de localidade e simul- Godinho declarou que “Evi-
de professores do Centro Edu- Quando o caso foi le- as decisões tomadas pelo Juiz taneidade desses três fatores), denciando o fato constituti-
cacional de Realengo (RJ) em vado a 7ª Vara do Trabalho do do TRT contrariavam o princí- ela também traz disposições vo – a identidade de funções
1994, para lecionar História e Rio de Janeiro no Tribunal Re- pio da isonomia previsto em lei, sobre o trabalho do professor: – e não demonstrados os fatos
Geografia. Em 1999 foi despe- gional do Trabalho da 1ª Região uma vez que, em se tratando de exige-se apenas habilitação legal obstativos – a impossibilidade
dido e resolveu entrar com uma (RJ), a ação foi julgada impro- professores de nível médio, “to- e registro no Ministério da Edu- de avaliar a diferença técnica, é
ação trabalhista em que pedia, cedente. Segundo a sentença do dos são igualmente importantes cação (artigo 317) e estabelece inviável manter-se a diferença
entre outras coisas, a equipara- Juiz “A disciplina de informáti- na formação do cidadão”. que a remuneração seja fixada de remuneração, por afrontar
ção salarial. A alegação era que ca, por si só, é muito mais com- O Ministro Maurício pelo número de horas semanais. os preceitos constitucionais da
na mesma época em que foi plexa, até porque se trata de ma- Godinho Delgado, ao julgar “Não há, nesse ou nos demais igualdade (artigo 5º, caput), da
contratado pelo colégio, outro téria relativamente nova e que o caso, lembrou que, embora artigos, distinção em relação às isonomia e da não diferenciação
companheiro que lecionava in- exige do professor permanente o artigo 461 da CLT estabele- matérias ministradas”, disse o do trabalho (artigo 7º, incisos
formática também ingressou na atualização”. ça critérios para a equiparação Ministro. XXX e XXXII)”.
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Jornal do
Julho de 2008
SINPROEP
INFORMES JURÍDICOS
Fator Previdenciário crime Justiça do Trabalho
contra os trabalhadores rasga Constituição
Apesar da estabilidade provisória dos dirigentes sindicais no
emprego estar garantida no artigo 8°, inciso VIII da Constituição
Federal de 1998 e no artigo 543, parágrafos 3° e 4° da CLT,
uma Turma do TST, de forma absurda, se submete aos interesses
Trajano Jardim – Jornalista
patronais e desrespeita a nossa Carta Magna
No contexto das nego- discussão da Reforma Previden- na lógica do mercado e do lucro.
ciações do Fórum Nacional da ciária de 1998, no governo FHC, Cada pessoa é responsável pela O inciso VIII do arti- optou por dar essa garantia ao
Previdência Social, em junho de a inclusão do critério da idade sua previdência. go 8° da CF diz que é vedada a trabalhador, ele tinha convicção
2007, o DIEESE publicou um mínima para concessão de todo A criação do “fator dispensa do empregado sindi- de que sem essa norma regula-
trabalho explicativo sobre o fator e qualquer tipo de aposentadoria previdenciário” em 1999 influiu calizado a partir do registro da dora, nenhum trabalhador ou-
previdenciário. Após um ano a foi rejeitada pelo Congresso Na- diretamente nas aposentadorias candidatura a cargo de direção saria participar da diretoria do
entidade volta a discutir o tema cional. por tempo de contribuição. Re- ou representação sindical e, se seu sindicato e se expor à sanha
instigada pelos debates iniciados Na calada da noite a baixou a média dos seus valores eleito, ainda que suplente, até selvagem patronal e perder seu
no Congresso Nacional, depois Reforma foi aprovada. A emenda em, pelo menos, 23% para os ho- um ano após o final do mandato, emprego. E mais. Em certos ca-
da aprovação do PL de autoria Constitucional de nº 20 alterou mens e em mais de 30% para as salvo se cometer falta grave nos sos, não conseguir trabalhar em
do senador Paulo Paim (PT-RS), diversas regras para as aposenta- mulheres. termos da lei. outra empresa do mesmo ramo.
que propõe o fim desse mecanis- dorias do Regime Geral da Previ- Pelo seu conjunto de Apesar da clareza cris- O Brasil ratificou as
mo infame que prejudica os tra- dência Social (RGPS). contradições podemos afirmar talina do que diz a nossa Lei Convenções 87, 98 e 135 da
balhadores. As principais alterações foram: que o “fator previdenciário”, além maior, os empregadores, com Organização Internacional do
A Constituição de dos impactos prejudiciais aos anuência de alguns magistrados, Trabalho (OIT), sendo que esta
1988 estabeleceu no Capítulo • Estabelecimento do va- trabalhadores, advindos da sua teimam em querer pôr abaixo última especifica claramente as
II, Título VIII – Ordem Social, lor-teto para os benefícios (hoje aplicação, foi o “ovo da serpente” esse direito dos trabalhadores. garantias para os Representan-
o princípio da Seguridade Social. em R$ 3.038,99); gerado pelo governo Fernando Durante o processo tes dos Trabalhadores (Worker’s
No artigo 194 define Seguridade • Eliminação, de forma Henrique, que a gestão de Lula Constituinte, os componentes Representatives):
Social como um conjunto inte- gradual, da aposentadoria espe- não extirpou e abre caminho para do famigerado “Centrão”, grupo “Os representantes dos
grado de ações de iniciativa dos cial; a entrega do sistema aos grupos formado por uma “tropa de eli- trabalhadores, em suas atribui-
Poderes Públicos e da sociedade. • Substituição do con- econômicos internacionais da te” (literal da palavra) reacioná- ções, devem gozar de efetiva pro-
Essas ações são destinadas a ga- ceito de “tempo de serviço” pelo previdência privada. ria, a maioria hoje formando o teção contra qualquer ato que os
rantir os direitos relativos à saúde, “tempo de contribuição”. Para as Organizações de apo- DEM e o PSDB, insistiam com prejudique, inclusive ato demis-
previdência e assistência social. mulheres, a aposentadoria por sentados, tendo a frente a Confe- o saudoso Ulisses Guimarães sional em virtude de seu status ou
A Constituição Federal tempo de contribuição se dá com deração Brasileira dos Aposenta- que o texto constitucional estava atividades enquanto representan-
define que a Seguridade se assenta 30 anos de contribuição e para os dos e Pensionistas (Cobap), vêm muito detalhista, entrando em tes dos trabalhadores ou membros
no tripé: saúde, previdência e as- homens, com 35 anos. lutando pela aprovação do proje- minúcias. Ulisses com a sua pers- de sindicatos ou participação em
sistência social. Para atender essa O Executivo criou o to do senador Paulo Paim (PT- picácia respondia: “se o que está atividades sindicais, desde que
definição o constituinte manteve “fator previdenciário” como um RS), que extingue o famigerado explícito vocês não respeitam, ajam em conformidade com a le-
o princípio do sistema de reparti- critério alternativo para a idade “fator previdenciário”. O projeto que dirá o que não está”. Tinha gislação vigente ou normas coleti-
ção oriundo da Lei Elói Chaves. mínima, por intermédio da Lei já passou no Senado e aguarda razão o velho e inteligente Ulis- vas ou acordos.”
Um sistema solidário, em que os nº 9.876, que alterou a redação votação na Câmara dos Deputa- ses Guimarães. Sabia ele muito O que querem os se-
trabalhadores, no seu conjunto, do art. 29 da Lei nº 8.213, de dos. Os trabalhadores da ativa só bem o que estava dizendo. nhores magistrados da nossa Jus-
contribuem para pagar o seguro 1991 e modificou os critérios de agora acordaram para o proble- O artigo 543 da Con- tiça do Trabalho que não reco-
dos que atingiram a idade de se cálculo dos benefícios. ma que os atinge diretamente e solidação das Leis do Trabalho, nhecem esse direito cristalino?
aposentar. Com o novo dispositi- começaram a mobilizar suas ba- no seus parágrafos 3° e 4°, tipi- Por acaso são analfabetos? Sem
vo adotado, o valor das aposen- ses por intermédio das Centrais fica como “vedada a dispensa dúvida que não. Essa pequena
CAPITALIZAÇÃO tadorias pagas pela Previdência Sindicais. do empregado sindicalizado ou parcela de juízes que desconhe-
X passou a ser calculado com base Os técnicos do IPEA associado, a partir do momento cem a lei, rasgam a Constituição
REPARTIÇÃO na média aritmética dos 80% (Instituto de Pesquisas e Estu- do registro de sua candidatura e passam por cima das resoluções
maiores salários de contribuição dos Aplicados), de visão conser- a cargo de representação sindi- de organismos internacionais,
Com o advento do referentes ao período de julho de vadora que ainda permanecem cal...” . são movidos pelos interesses pa-
neoliberalismo nos anos 1990, o 1994 até o mês da aposentado- naquele instituto, começam a Quando o legislador tronais.
Banco Mundial passou a prescre- ria. A média é corrigida mone- difundir a idéia perversa de que o
Fator Previdenciário é bom para
ver uma receita única para o sis- tariamente e ajustada pelo “fator
os trabalhadores mais pobres. O
As Centrais sindicais precisam tomar
tema previdenciário no mundo. previdenciário”. O princípio é:
Principalmente para a América retardar a aposentadoria para próprio ministro da Previdência uma posição firme contra essa trama que
Latina. A primeira investida deu- conseguir um beneficio maior. está endossando esse princípio está gerando o “ovo da serpente” da liquida-
se no Peru. O governo peruano A definição que rege a que é um verdadeiro engodo.
desarticulou o sistema de repar- instituição do “fator previden- Será uma luta dura. O ção do movimento sindical brasileiro. Sem
tição e implantou a forma de ciário” baseia-se no conteúdo presidente Lula declarou que as mínimas garantias para os dirigentes, os
capitalização. Os trabalhadores ideológico da reforma de 1998. possivelmente vetará o projeto
daquele país, de uma hora para Esse princípio trouxe para dentro se ele for aprovado. Vamos ver trabalhadores estarão entregues à própria
outra, perderam direitos sociais do sistema público de previdên- se o Presidente está disposto sorte. Aos poucos a Justiça vai formando ju-
a passar para história como o
de seguridade e viram seu sistema cia, criado com uma visão social,
responsável pelo enterro da risprudência sobre o assunto. Lutemos en-
tomado pelos grupos financeiros a partir de um formato de re-
nacionais e internacionais. partição, o caráter predatório do Previdência Pública brasileira. quanto há tempo. Se não, quando abrirmos
Vamos pagar para ver.
Durante o processo de sistema privado de capitalização, os olhos estaremos liquidados.
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Jornal do
SINPROEP Julho de 2008
Escolha o nome da
de Educação Infantil e das Séries No Seminário será reali- de sindicalização, cuja a meta é
Iniciais. A previsão é que este ano zada uma palestra com o professor alcançar 8.000 filiados.
participe mais de 800 delegados. e cientista Celso Antunes, espe- O seminário acontece-
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Jornal do
SINPR
Diretoria do Sinproep t
compromisso de Co
balho do DF, bispo Rodo- seguem o
valho; Apolinário Rebelo, Paulo Frei
presidente do PC do B-DF; Hauer, que
João Lopes, da CTB-DF; ação para
Cristina de Castro, secretá- cidadão é
ria geral da CONTEE; An- numa ação
tônio Vivaldo, da diretoria aos camin
da FITEE; Professora Zita, pela mão do
representante do Sindepes; consciência
Maria José, da diretoria do conseguimo
Sinpro-DF e Idenes de Sou- das escolas
za Cruz, do SAEP-DF. a centralida
Os membros da O
mesa foram unânimes em rio Ulisses d
reconhecer que o Sinproep ção do Sind
surgiu da necessidade polí- particulares
tica e de representatividade correta, por
dos professores e professo- para suas
A posse da Diretoria do
Sinproep foi realizada
no dia 1º de julho, no Teatro
como uma referência sindi-
cal no Distrito Federal.
Estiveram presentes
trital, PT- DF; Antilhon
Saraiva, Superintendente
Regional do Trabalho e Em-
dos Bancários. O auditório ao ato Tadeu Felipelli, depu- prego do DF; Marcos Li-
lotado e a presença de diver- tado Federal e presidente do nhares, representante do se-
sas autoridades políticas de PMDB-DF; Rogério Ulisses, nador Cristovam Buarque;
Brasília demonstram o re- deputado distrital, PSB-DF; Professor Israel Batista, em
conhecimento do Sindicato Érika Kokai, deputada dis- nome do Secretário do Tra-
sino. Para Rodrigo, a nova peito à nossa profissão, de cola pública, gratuita e de
gestão tem como objetivo melhoria das condições de qualidade”. Afirmou Ro-
lutar contra a transforma- trabalho e valorização da drigo.
ção do ensino em mercado- nossa categoria, é o nosso Depois do ato de
ria ao sabor dos interesses objetivo maior. Somos a posse foi servido um co-
do mercado. “As bandeiras favor do ensino privado, quetel de confraternização
de luta de fortalecimento mas a nossa luta não está aos professores e autorida-
do nosso Sindicato, de res- descolada da defesa da es- des presentes.
Para o patronato quanto menor o número de trabalhadores organizados nos seus sindicatos, melhor. Assim, eles se tornam presa fácil no momento de nego-
ciar e exigir direitos.
Muitos companheiros e companheiras não sabem ou têm dúvidas de como funciona o nosso sindicato e quais as suas funções. Para esses, aí vão alguns escla-
recimentos:
• O Sinproep existe para defender e buscar melhores condições de trabalho para a categoria. Para cumprir essa tarefa o sindicato precisa de uma estrutura forte
e uma organização nos moldes de uma empresa.
• Precisa de uma sede com pessoal especializado; um sistema administrativo informatizado; um setor de comunicação ágil que mantenha a categoria perma-
nentemente informada dos assuntos de seu interesse; um departamento jurídico capacitado para enfrentar as demandas judiciais criadas pela forma de exploração da
maioria das instituições; parte dos seus diretores liberados da sala de aula à disposição da luta da categoria dos professores; além dos gastos com materiais de divul-
gação, veículos, equipamentos tecnológicos e todo um aparato administrativo para que o Sindicato funcione como exigem os momentos atuais.
Fontes de financiamento
Os recursos para manter essa estrutura em funcionamento vêm da contribuição dos seus representados, os associados. São oriundas das seguintes fontes:
1. Mensalidades: descontadas dos filiados ao sindicato, no valor de 1% de sua remuneração mensal, o que totaliza 12% ao ano (por esse motivo os filiados não
pagam a Taxa Assistencial);
2. Contribuição Sindical Compulsória: (Imposto Sindical – um dia de salário de todo trabalhador com carteira assinada) que é descontada no mês de março
de cada ano. Este recurso não fica totalmente com o Sindicato. Uma parte vai para o governo e outra para as Federações e Confederações de trabalhadores;
3. Taxa Assistencial Laboral: definida pela categoria em assembléia Geral, legalmente convocada e amplamente divulgada, por ocasião da assinatura da Con-
venção Coletiva de Trabalho (CCT). Essa taxa é descontada somente daqueles que não são filiados ao Sindicato;
A Assembléia Geral, que aprovou a CCT na campanha salarial de 2008, entendeu a necessidade da Taxa Assistencial Laboral como uma forma de dar suporte
financeiro ao Sinproep. Com essa decisão reconheceu que o Sindicato como seu único instrumento de luta para enfrentar as formas injustas de relação de trabalho
existentes hoje, onde o ensino transformou-se em mercadoria e os professores em simples prestadores de serviço.
A decisão da Assembléia Geral foi o reconhecimento de que em apenas com um ano e meio de existência, o Sinproep conseguiu o que não havíamos conse-
guido nos últimos dez anos.
Para refletir
Em função da grande mobilização da campanha salarial, tivemos cinco rodadas de negociações, com a assessoria jurídica do sindicato e do DIEESE. Nesse
esforço conseguimos a reposição da inflação pelo índice de 5,9, um abono salarial de 6%, além da inclusão dos coordenadores e orientadores na convenção e a manu-
tenção dos direitos conseguidos na CCT de 2007.
Daí, a necessidade da cobrança da Taxa Assistencial para o fortalecimento financeiro do Sindicato. Só assim ele terá condições materiais de enfrentar as lutas
do dia-a-dia.
É bom lembrar que os sindicatos patronais são financiados pelos próprios donos das escolas. Eles também pagam uma Taxa Assistencial para a sua entidade
no valor de R$ 150,00. Ao mesmo tempo em que buscam o fortalecimento do seu sindicato, eles de forma sorrateira, procuram enfraquecer o Sinproep.
Iniciado o prazo de oposição à Taxa Laboral, uma verdadeira avalanche de professores correu ao Sindicato. Por coincidência, a maioria pertencente às
maiores instituições de ensino superior. Muitos nem sabiam do que se tratava e nem de quanto seria o desconto. Isso demonstrou um movimento organizado para
influenciar a categoria a não contribuir com a sua entidade de classe.
É preciso que os companheiros tomem consciência de classe e não se deixeM levar pela campanha de enfraque-
cimento do seu sindicato. Isso só favorece ao patrão.
Mas também não é obrigado a fazer o que o patrão quer. A decisão é sua!
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Jornal do
SINPROEP Julho de 2008
Orbituário
Plano de Carreira
contra as demissões Morre um
precisarão de demanda para As Instituições
ativista da
educação
No final do semes-
tre letivo a movimentação serem recebidos.
A cada ano o Sin-
de Ensino que
no setor de homologação
do Sindicato se intensifica. dicato luta para que o reco- demitiram acima de 20
Esse problema ocorre por- nhecimento da estabilidade professores foram:
que é nesse momento que, seja de um ano letivo. Até
pela Convenção Coletiva de agora, devido à correlação UCB-Brasília 99
Trabalho (CCT) termina de forças, a mobilização da Brasil Central de Educação e
o prazo de estabilidade. As categoria não foi suficiente Cultura (Projeção) 59
Instituições de Ensino apro- para alcançar essa conquis- UniCeub 57
veitam e põem em movimen- ta. Unip 29
to o processo de rotativida- No levantamento Associação Religiosa Benefi-
de. A maioria, obedecendo feito pelo Núcleo de Ho- cente Jesus Maria e José 28
à lei desumana do mercado, mologação do Sindicato Unieuro 28
demite aqueles que, por for- observamos que as maiores Centro de Educação Superior
ça da CCT, ficarão com sa- Instituições de Ensino de de Brasília 26
lários que as mantenedoras nível superior são as que
consideram acima da média. mais demitem. Nas facul-
Isto é, o piso da categoria. dades de menor porte e Tire suas dúvidas
No mês de junho nos Colégios, as demissões sobre seus direitos
foram feitas 406 homolo- são menores. Isso mostra
gações no Sindicato. Des-
sas, próximo de 45%, foram
que temos que lutar para
imediata implantação dos
Ligue e marque!
Planos de Carreira e de
Plano Piloto: 3321-0042
feitas com ressalvas. O que
quer dizer que quase meta- Cargos e Salários na nossa Taguatinga: 3041-1323
de das demissões tinham categoria. Talvez com esse
alguma irregularidade ou di- instrumento essa alta rota- SINPROEP
tividade diminua.
SINDICATO DOS PROFESSORES EM
Saúde
Saúde do trabalhador.
Prioridade ou retórica?
Sônia Maria de Sá- Prof.ª de Filosofia, Sociologia e
Olho Vivo
Ed. especialista em saúde do adolescente (UnB),
Em pleno século XXI, sangue e de urina dos trabalha- destes cuidados práticos na im-
ainda convivemos com uma dores da educação. No entanto, plantação do programa foi feito,
visão de saúde fragmentada e ao fazer isto descumpriram uma então, a pergunta: para que o Professor Mayacowski
incomodamente associada ao série de outras normas relativas à exame? E a quem serviu? Qual
problema da cura e tratamento esta mesma legislação. Entre elas: laboratório foi beneficiado com Essa será uma coluna ma redação, só mudava o nome
e não da prevenção e qualifica- o total esclarecimento ao traba- os exames? permanente em seu jornal e será do requerente. Pior é que os
ção ou, melhor, da percepção da lhador sobre a possibilidade do Para muitos professo- uma trincheira que servirá para companheiros aceitam isso.
corporeidade como uma com- exame clínico desde que tenha res ficou a desagradável angús- denunciar as escolas, que de al-
plexa construção social. A visão vínculo causal com doenças liga- tia: se doente, então demissão. guma forma, desrespeitam os COC – Inei
do corpo ainda continua presa a das a ocupação.Que o mesmo é A lógica está incorreta, pois a direitos dos seus professores.
preconceitos religiosos, alimen- facultativo, da garantia do sigilo lei o protege, mas devemos lem- Diariamente o Sindi- • O COC – Inei retirou
tada por visões dualistas e fala- do resultado, da não acessibilida- brar que mesmo na categoria de cato toma conhecimento de ar- da sala de aula mesas e cadei-
ciosas do que se compreende de do resultado a empresa para professores e na prática escolar é bitrariedades que são cometidas ras dos professores. Eles agora
por materialidade e espirituali- uso indevido. Obrigatoriedade perceptível o parco conhecimen- dentro das escolas. Os compa- são obrigados a dar aula em
dade. O corpo ainda está aliena- do acompanhamento médico to dos seus direitos pela classe nheiros e companheiras não de- pé. Essa moda está pegando.
do da própria razão de vida das para análise do resultado, gratui- profissional que ali atua, princi- nunciam por temer represálias Temos notícia que outros esta-
espécies, incluindo a humana. dade do exame. palmente no campo da saúde e por parte das direções das insti- belecimentos de ensino estão
Ao se negar a discussão da corpo- Quando se propõe me- previdência, o que dificulta a fis- tuições. fazendo o mesmo. Cadê a prin-
reidade e suas necessidades, que didas preventivas que envolvem calização e o cumprimento legal. Se na sua escola estão cesa Isabel?
no caso humano vai muito além gastos, e efetivamente acabam E o que dizer dos exames feitos cometendo qualquer arbitrarie-
da mera sobrevivência, implicita- por melhorar a qualidade do am- por amostragem, eles podem ser dade ou burlando o direito dos Trabalho escravo no
mente se nega o direito inaliená- biente de trabalho e da saúde do vistos como discriminatórios? professores, ligue para nós. Guar- IESCO
vel do ser humano a plenitude de trabalhador dentro de uma outra Quem serviu para a amostra? daremos sigilo absoluto quanto à
sua liberdade de escolhas, a sua lógica que não só a econômica, Qual foi a participação informação. Os diretores do Ins-
busca de realização e as suas po- elas são consideradas inócuas, e, do sindicato dos professores na tituto de Ensino Superior do
tencialidades. muitas vezes, ironizadas. Assim, discussão e implementação destes Centro-Oeste – IESCO, ou
Neste sentido falar em foi surpreendente que repenti- exames? É extremamente séria
Olho Vivo com:
Associação de Ensino Superior
saúde humana, particularmente namente, a saúde do trabalhador e preocupante a maneira obscu- do Centro-Oeste – AESCO,
a do trabalhador, é falar de sua virasse foco de determinados ti- rantista que uma prática de saúde Colégio Projeção de
não sabem que o mundo che-
vontade, de seu desejo de ser pos de exames clínicos, que não começa a ser imposta na classe Taguatinga gou ao século XXI. Não sabem
agente de sua própria capacidade possui vínculo com as doenças trabalhadora, sem uma discussão que a princesa Isabel assinou
de cuidar de si mesmo. mais presentes na saúde do edu- ampla, transparente e esclarece- • O colégio obriga os a Lei Áurea no dia 13 de maio
O conceito de saúde serve cador que são: pressão alta, dores dora com a parte mais interessada professores a trabalhar aos sá- de 1888. Há exatamente cento
para discursos de palanques, para de coluna, depressão, problemas que é o próprio trabalhador. É bados e não paga. Trabalho es- e vinte anos. O governo Vargas
aparente distribuição de benes- nas cordas vocais e outras, fossem urgente se buscar políticas, traçar cravo é crime. instituiu em 1938, (70 anos) o
ses, para encobertar os interesses solicitados. metas, planejar ações que favore- Salário Mínimo como piso mí-
de um ramo do capital que cresce Como alegado em al- çam cuidar do corpo, da vida e Colégio Santa Terezinha nimo para o trabalhador.
ano a ano pela exploração da falsa guns casos que o exame foi feito prevenção. É preciso que o sin- O IESCO, por inter-
idéia de que basta um bom plano para pesquisa, então os profes- dicato dos professores aja como • Em nome de Deus, as médio do seu diretor-presidente
de saúde privado para se garantir sores teriam que ter acesso ao vanguarda na construção de um Irmãs que dirigem a escola con- Hélio Felis Pallazo, obrigou de-
um tratamento adequado à saú- aval do Conselho Nacional de pensar e agir na saúde levando- vocam suas professoras para zenove professores a assinar um
de. Saúde, também, se associa ao Pesquisa (CONEPE) e todos os se em consideração a questão da fazer serenata de madrugada acordo em que aceitam a redu-
conceito de lazer, de prazer e de envolvidos deviam saber o con- mulher, da licença maternidade no dia do aniversário da Madre ção de salário em 18%. Situação
alegria. teúdo da pesquisa, seus objeti- ampliada, dos idosos e os proces- diretora. Como trabalho vo- como esta só ocorre no interior
Nada mais demagógico e vos e a metodologia, os procedi- sos de aposentadorias dignas, na luntário. Amém! do país, com os cortadores de
pernicioso do que algumas em- mentos, enfim, conhecer como diminuição da violência social, na cana e nas carvoarias, onde tra-
presas ou sindicato patronal, teriam acesso aos resultados. Os qualificação profissional continu- Ensino Superior balhadores vivem em relação de
particularmente o das escolas resultados? Que benefícios tra- ada, na inclusão dos portadores de trabalho escravo. A direção da
particulares de uma hora para riam para a sua saúde? Enfim, necessidades especiais e no cum- • O que tem de institui- instituição mandou cópia do fa-
outra, alegando o cumprimento eles teriam que tomar parte do primento das leis trabalhistas. ção em situação pré-falimentar migerado para ser reconhecido
da legislação normativa NR-7, estudo, além de assinarem um Cabe aos sindicatos as- não está no gibi. Algumas foram pelo Sindicato. O Núcleo Jurídi-
no qual inclui o PCMSO (Pro- termo de consentimento que sumirem como bandeira a ques- vendidas para empresas de fora. co do Sindicato está estudando
grama de Controle Médico de aceitariam se submeter ao exa- tão da saúde e influir no sentido Outras estão dando nó em pingo uma fórmula de intervir no caso.
Saúde Ocupacional) terem fei- me. A pesquisa se torna inade- de que os membros da categoria d’água. Enrolam os empregados, Os professores não
to de maneira equivocada e sem quada e ilegal, pois envolve uso possam participar e contribuir o Ministério Público do Traba- conseguiram suportar à pressão
maiores explicações exame de de seres humanos. Se nenhum com a solução desse problema. lho e a Superintendência do Tra- patronal. A necessidade do em-
balho. A situação tá russa. prego supera qualquer resistên-
• As maiores institui- cia. O acordo sem a averbação do
ções de ensino estimularam seus Sindicato não tem qualquer vali-
professores a fazer oposição à dade. O professor quando demi-
Taxa Assistencial. Da Católica tido pode mover ação trabalhista
e do UniCEUB, foram mais de contra a instituição e receber
duzentos professores em um todo o atrasado correspondente
dia. Tiveram alguns que vieram as diferenças de salários. Com
com requerimento igual. Mes- multas e correções.
Desistências escolares
Jovens que abandonam cedo sua vida escolar mostram ter um futuro pouco promissor
O sistema Edudata- Milênio (ODM), compromisso que a baixa taxa de conclusão re- movimento da sociedade civil To- internas que pudessem identi-
brasil, do Ministério da Educa- firmado perante as Nações Uni- flete dois problemas do ensino pú- dos pela Educação, Mozart Neves ficar, com precisão, as razões da
ção, mostra que em 2005 apenas das há oito anos. blico: a evasão escolar e a demora Ramos. evasão e da distorção idade/série.
53,8% dos estudantes que inicia- Segundo o educador que os alunos levam para terminar A média de idade de Segundo Cara, avaliações como
ram seus estudos naquele ano vão Célio da Cunha, assessor especial um ciclo, por causa de desistências conclusão do ensino funda- o Índice de Desenvolvimento
terminar um ciclo completo de da Unesco, uma hipótese para o e repetências. “Como termina o mental, no Brasil, é de 17 anos, da Educação Básica (Ideb), que
ensino, a chamada taxa esperada grande salto verificado entre 1995 ensino fundamental com uma quando deveria ser de 14. Para o combina desempenho em pro-
de conclusão. e 1997 (de 52,9% para 65,8%) defasagem muito grande, o jovem sociólogo Daniel Cara, coorde- vas padronizadas e taxa de apro-
Caso os índices não vol- foram as políticas de progressão prefere largar os estudos para pro- nador-geral da Campanha Na- vação, não são suficientes. “O
tem a crescer, dificilmente o país continuada para evitar a repetên- curar emprego, mesmo que seja cional pelo Direito à Educação, o Ideb não verifica, por exemplo, a
conseguirá alcançar o segundo cia. um trabalho de terceira categoria”, Ministério da Educação deveria infra-estrutura das escolas”, con-
Objetivo de Desenvolvimento do Especialistas afirmam constata o presidente executivo do induzir as redes a fazer avaliações clui o coordenador.
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Jornal do
Julho de 2008
SINPROEP
Mudanças à vista
sicionamento antigo do PSB muns nos dias de hoje. a ótica patronal, as empresas
de defesa dos trabalhadores, Como hoje não exis- iriam à falência. Nada disso
e alinhando-se com a posição te limite legal para a demissão aconteceu. Eles estão aí, cada
no Enem
empresarial, contrária à aprova- dos seus empregados, o patrão vez mais ricos.
Convênio
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