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As Cruzadas surgiram como uma necessidade religiosa de recuperação dos lugares sagrados da
cristandade, localizados em território sírio, pois neles haviam transcorrido a vida, a paixão e a morte de
Jesus Cristo. Porém, por trás dessa pretensão religiosa, existiam interesses político -econômicos: as
Cruzadas representaram um programa de conquista de novos territórios, voltado a conseguir que os
comboios e os barcos comerciais transitassem livremente pelas principais rotas comerciais; a liberar o mar
Mediterrâneo e dar acesso ao mercado do Oriente; criar um ponto de ancoragem de exércitos fiéis ao
cristianismo que servissem de arsenal e de fronteira em face do avanço do islamismo.
Vê-se, assim, que as Cruzadas tiveram objetivos não só espirituais ou religiosos.
As Cruzadas não responderam a um ideal eminentemente religioso e aglutinador de ideologias
cristãs, pois foram se desviando de sua finalidade principal – a libertação da Palestina – e o poder dos
papas utilizou as expedições como objetivo para consolidar seus interesses pessoais e os da Igreja.
Com a conquista da Terra Santa, em 1095, surge o fenômeno das grandes peregrinações dos
cristãos europeus à Palestina. Porém, a viagem era carregada de perigos e sobressaltos, pois os viajantes
ficavam expostos a a ssaltos e emboscadas.
Em 1128, funda-se a Ordem do Templo de Salomão (os Templários), uma milícia composta por
monges -soldados, cujo objetivo primordial era proteger e defender os peregrinos cristãos na Terra Santa.
Seus outros objetivos eram combater diretamente o infiel muçulmano, servir de posto cristão avançado,
patrulhar as estradas e acompanhar caravanas. Além da proteção aos peregrinos, os templários
encarregavam -se da defesa dos interesses da cristandade no Oriente – tanto interesses políticos quanto
econômicos – , sempre vinculados à política hegemônica da Igreja católica.
Os templários, como monges-soldados, lutam ao lado dos cristãos e dos exércitos procedentes da
Europa; criam suas comendas e erguem suas poderosas fortalezas, edificando um império fabuloso – um
autêntico Estado dentro do Estado.
Os templários surgiram quando, em 1118, nove cavaleiros franceses e flamengos se apresentaram,
na Terra Santa, ao rei de Jerusalém, Balduíno II, e lhe ofereceram sua colaboração para vigiar e patrulhar
caminhos, reali zar tarefas policiais e defender peregrinos e cristãos em geral dos assédios dos infiéis. À
frente desses cavaleiros estava Hugo de Payns – o primeiro grão-mestre templário. O rei lhes deu como
sede nada mais nada menos do que o templo do rei Salomão – daí o nome templários.
Os estatutos dos templários compõem-se de 72 artigos, que estabelecem, entre outras coisas: votos
de pobreza, castidade e obediência; austeridade e renúncia; jejum; entre outras obrigações. O templário
não possuía nada, o que não é o caso da Ordem, que dispunha de armas, cavalgaduras, igrejas, castelos,
terrenos, grande soma em dinheiro e outros bens.
Com a criação da Ordem e sua instalação na Terra Santa, surgiram vultosas doações consistentes na
sua maioria em terras, castelos, casas, propriedades rurais produtivas e bens imóveis em geral. Dessa
maneira, bem depressa a Ordem contou com um patrimônio de primeira magni tude. A Ordem também
comercializava, cobrava pedágios, não pagava impostos nem dízimos. Assim, tornou-se rica e poderosa. Os
templários foram grandes fiad ores de reis e papas.
A Ordem do Templo imitava o estabelecimento militar e a distribuição interna por escalões
hierarquizados. No alto da hierarquia estava o grão-mestre, que só respondia ao papa. As mulheres não
eram aceitas na Ordem.
Durante o reinado de Filipe IV, rei da França, fabricou-se uma lista de acusações insidiosas contra os
templários: idolatria, sodomia, heresia, magia, homossexualismo, etc.
Em 1307, todos os templários da França foram presos por ordem de Filipe IV, inclusive o grão-mestre
Jacques de Molay. A perseguição estendeu-se também a outros reinos europeus.
A polícia de Filipe IV reuniu testemunhos e “provas” escandalosas que procediam de todas as partes.
Os testemunhos eram os mais variados possíveis: os templários negavam a Cristo; os templários possuíam
uma regra secreta pela qual se exigia do aspirante, ao ser recebido pela Ordem, que renegasse a Jesus; os
templários praticavam entre si a homossexualidade ritual; e outros desatinos.
Na verdade, o que não era perdoado aos templários era o seu enorme poder econômico e político,
aliado à acumulação de riquezas e tesouros. A Ordem do Templo era muito poderosa e ameaçava infiltrar -
se excessivamente nos meandros do poder real e eclesiástico. O rei e o papa deviam dinheiro à Ordem do
Templo, e em grandes quantidades.
Os principais líderes templários foram condenados à fogueira e queimados no átrio da ca tedral de
Notre-Dame em 1314. Ao auto-de-fé assistem o rei Filipe IV, os príncipes reais, os nobres da cidade e
funcionários do Estado, além do povo, é claro.
Nos últimos momentos de vida, já sob a chama homicida, o grão -mestre Jacques de Molay proferiu
sua maldição: o papa Clemente V morreria em 40 dias, e o rei Filipe IV deixaria este mundo antes de um
ano. Clemente V morreu 33 dias depois, vítima de uma infecção intestinal. Filipe IV morreu nove meses
após o auto-de-fé, devido a uma queda de cavalo.
O Concílio de Viena decretou a dissolução da Ordem dos Templários em 1312.
A Ordem dos Templários pareceu não ter outra dona a não ser ela mesma, não deu a impressão de
seguir os ditames de ninguém, mas apenas os que estabeleciam os seus próprios interesses. O papa, os
reis, os imperadores nunca foram, na verdade, seus aliados.
O mistério sempre marcou a existência dos templários. Alguns dizem que os templários estavam, na
verdade, à cata dos objetos tradicionalmente mágicos e simbólicos, fontes de poder material e receptáculos
de força espiritual: a Arca da Aliança , a Lança de Longinos (centurião que feriu Jesus na cruz) e o Santo
Graal.