Pretensa Poesia
Parte 1
O acaso
Abstragao temporal
Mas 0 suficiente
Para encontra-la
Um segundo
Parte infima do tempo
Porém uma eternidade
Para um coragao com saudades
Sim, ela mesma
Saudades
Alimentada pela distancia
Os quilémetros de distancia
E 0 que isso pode trazer?
Lembrangas e sonhos.
Expectativas de vé-la
Ah, pessoas que passam pelas ruas
Nunca nem puderam um dia
Sonhar com a beleza
Os encantos, a dogura dela
Nao, nao é algo a ser imaginado
A delicadeza do toque de seus dedos
Apenas aquele que desfrutou
Mesmo por mero instante qualquer
Da sua proximidade
O saberd responder
Leviandades puras?
Acusagao infundada
Ela
Depositoria de todas as paix6es
Razao do vociferar de cora¢ées aflitos
Para quem se voltam os olhares
Arrastando pensamentos e desejos
Espiritos infantis turvados em seu fascinio
Ea perfeigao harménica da beleza
E 0 deixar-se levar perante tal efliivio
Das mais divinas sensagées
Jamais sera leviano
Calem-se vozes
Calem-se miusicas nos radios
Gritos nas ruas e pios de passaros
Todas as atengées se voltam
Charme que emana sem esforgo
Faz de mim seu titere
[quem assim o nao seria?]
Joga em mim seus olhar
Quantas volupias por tras dessas iris
Milhares, milhées
Todas, infinitas
A sedugdo presente em cada curvar de labios
Na formagao dos sorrisos
Na fala e nos beijos
Nao ha olhar para ela
Sem o efeito arrebatador
De hipnose
Do sair de si, de perder-se
A sua presenga perturba
E vicia
A vontade
E de nunca afastar-se
Refestelar 0 corpo em seu regago
Ouvir o soar doce de sua voz
A respiragao lenta
E sentir o calor corporal
Avidos desejos a assomarem na mente
Multiplas sensag6es instantaneas
Despertas
Pela sua presenca
Os momentos bons ao seu lado
Revivem-se em mim nos sonhos
Parte 2
Um impeto, um lampejo
No lampejo, uma paixao
Vida de percalgos e dissabores
Animo novo a refaz?
Garanto que sim
Sinto-me mais vivo quando
Vejo-a em teu risonho semblante
Inebrio-me no cheiro de teu perfume
Desfago-me em seus bragos
Qual sentido teria viver
A qualquer um
Sem teu caminhar no dia
Ou tua beleza a passar?
Beijar-te
Abragar-te
Té-la préxima
Privilégio
O maior deles
Imaginar o porvir
Sem ti
Jamais
Causa de desgraca, motivo de desespero
Se por ti movo meu mundo
Sem té-la, como o faria?
Cingi-la entre os bragos
Tao fortemente a ponto de nao agtientar
Buscar assim uma forma entao
De amalgamar-me a seu corpo
Me sinto partido
[uma lasca de mim se fendeu]
Em ti, encontro minha completude
Olhar em teus olhos é sentir-me por inteiro
Viver e meio a tua lembranga é fazer-me maior
Traz sentido novo aquele ja gasto e velho
Renascer em meu ciclo vital j4 iniciado
Mas com vocé, sempre encontro sensa¢g6es de ser
Um ne6fito recém-desperto ao mundo
Crianga vislumbrada no seguir adiante
Adolescente encantado ao descobrir seus sentimentos
E por viver em ti tal paixdo
Posso ademais levar para a velhice a certeza
De ter-me feito inteiro pela vida
E nao metade de homem ao morrer
Teus encantos desencadeiam duplo destino
A perdigao e a salvagao
Causa o desvario
Tua beleza leva a loucura
Noites insones em meio a saudades
E traz um sonho bom quando se adormece
Aqui admito o quanto
Sonhos assim me acompanham
E reavivar perpetuamente o desejo
E permitir-me novo século de deleites
Parte 3
Em um curto instante de minha vida
Posso entao fazer-me completo
Sentir-me repleto de tudo aquilo
Que sonhei enquanto mera iluséo
E cada toque teu que me faz feliz
O entrelagar de dedos
Ou afagos
Caricias
Sentimentos
Olhares
Sorrisos
Eo fisico que me agrada
E nao o sonhar
O calor do real
O ouvir do gargalhar
O tatear com as maos
Isso sim é 0 real
E o que um dia acaba
Aproveitar entao de ti o tempo todo
E o mais breve passar de hora
Fazer com que valham todas as lagrimas deitadas
E cada palavra escrita no momento de tristeza
Ou cada lembranga enviada por saudades
Tudo isto em um leve encostar de labios
Meu instante pode perdurar para sempre
Basta saber viver a oportunidade que nos aparece
Mesmo que nada disto venha a se eternizar
Me reconforto agora pois
Aquele momento assim o sera