Hoje eu vi as crianas brincando na rua, elas estavam nuas E as sotainas estavam penduradas em varais, pois os homens Que as usavam

agora no tinham maldades e nem usavam da Ingenuidade alheia como moeda de troca, agora fingiam ao menos Ouvir os rogos com mais sinceridade. As crianas iam para suas casas sem medo do escuro, de bicho papo, Sentiam os carinhos caseiros, agora era estranho, no tinha exagero, E em seus desenhos no retratam mais tempestades, estampam a vida Com sorrisos. As crianas apesar de usarem capas de super-heris no sabem voar, As crianas sorriem sem esforo no precisam se embebedarem, As crianas precisam ter adultos que as protejam, que lhes eduquem, Que no as machuquem. Crianas precisam brincar, crescer, viver, sonhar. No podem ser apagadas Como pontas de cigarros e nem abortadas como se fossem projetos. Paulo Valadares 09/04/2010