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A Igreja Evangélica foi sacudida por um escândalo envolvendo a missionária pernambucana Lana Holder, 29 anos.
Ligada ao ministério da World Revival Church - Igreja do Avivamento Mundial, nos Estados Unidos, Presidida pelo Pr.
Ouriel de Jesus, a igreja freqüentada por brasileiros que vivem na região, Lana teve um caso homossexual com a
dirigente do louvor daquela comunidade.
Logo, o tititi e a boataria correram soltos. Dizia-se que ela fora presa e deportada, após ser surpreendida pelo marido com
a parceira dentro de um carro.
A coisa teria chegado ao ponto de ela ter levado uma surra do marido....
O episódio só tomou tal proporção devido à ausência de informações e, claro, à popularidade de Lana no segmento
pentecostal. Pregadora itinerante, ela ficou famosa ao percorrer igrejas, no Brasil e no exterior, contando seu
testemunho de conversão que inclui, justamente, a libertação de uma vida promíscua, marcada pelo uso de drogas e pelo
homossexualismo.
Confira a entrevista concedida ao repórter Marcelo Dutra da revista Eclésia feita por telefone de sua casa em Boston:
Na época de sua conversão, a senhora submeteu-se a alguma terapia espiritual para suprimir suas inclinações
homossexuais?
Não me submeti a nenhum trabalho específico voltado para essa área. Eu me converti na Assembléia de Deus e lá
eles não têm esse tipo de atendimento.
Por que?
É simples - a Igreja, principalmente a brasileira, está mais doente que o mundo. Sabe por quê? Porque ela conhece a
verdade mas age como se não a conhecesse. A Igreja conhece a graça de Deus, mas a despreza. Só para você ter uma
idéia: quando eu caí em pecado, estava nos Estados Unidos. Voltei para o Brasil na tentativa de me afastar da outra
mulher e de restaurar meu ministério. Mas vários pastores da América ligaram para o Brasil para relatar o que
acontecera. Quando você está bem, é respeitado. Mas quando se está à beira do precipício, algumas pessoas que
estão dentro da Casa de Deus não socorrem. Empurram.
Ao longo de seu ministério, a senhora tomou conhecimento de homossexuais, homens ou mulheres, que vivem dentro
das igrejas sem resolver esta situação?
Só não posso te falar que em todas as igrejas encontrei pessoas assim porque não quero mentir. Mas sem medo de errar,
em 90% das igrejas existem pessoas com problemas relacionados ao homossexualismo. Sempre que eu dava meu
testemunho, as pessoas me procuravam para contar seu drama e pedir conselhos. Elas se abriam comigo — mas não
faziam o mesmo com seus pastores, pois tinham muito medo. Eles diziam que não confiavam em ninguém. Então, eu
falava para eles tomarem como exemplo o milagre que Deus fez na minha vida e que abandonassem o pecado.
fato e que enganava as igrejas. Isso é mentira. Jesus realmente me libertou de uma gaiola até há alguns meses, mas
eu fui presa lá de novo.
Se voltou ao Brasil para restaurar sua vida, por que, então, está vivendo agora nos EUA? Porque eu preciso juntar
dinheiro suficiente para quitar uma divida que ultrapassa os R$ 100 mil. Trabalhando no Brasil, eu jamais conseguiria
pagar tudo isso.
E como a senhora está se mantendo? Aqui nos EUA, já trabalhei como pintora de paredes. Agora, no inverno tenho
trabalhado como entregadora de pizzas. Uso meu carro para isso. Trabalho 11 horas por dia, seis dias por semana e
chego em casa por volta das 22h, todo dia. Eu divido um apartamento com meu filho e duas brasileiras que não são
evangélicas. O aluguel aqui é muito caro.
Mas o que aconteceu com todos os recursos arrecadados pela venda de suas fitas e vídeos durante tanto tempo?
Meu ex-marido cuidava disso para mim. Ele administrava toda essa questão de dinheiro. Eu mesmo nem sei ao certo
quanto arrecadava com a venda dos produtos. Só sei que agora devo e muito.
Se o trabalho que fazia era ministerial, por que cobrar ofertas? Não seria mais legítimo viver unicamente pela fé, como
se diz?
Eu não cobrava ofertas até o fim do meu segundo ano de ministério. No início, eu acreditava que as igrejas tinham essa
visão, mas depois percebi que não era bem assim. Havia ocasiões em que os pastores não me ofereciam nada além de
tapinhas nas costas. E eu tinha que sustentar minha família. Mas nunca perguntava à igreja o quanto ela podia me dar.
Mais tarde, o ministério tomou-se uma máquina de dinheiro e esse foi um dos motivos que fizeram com que eu
perdesse o alvo.
Seu casamento foi influenciado por pressões da igreja, como uma forma de provar que não era mais lésbica?
Não, de forma alguma. Eu me casei porque quis.
rápido possível. Meu sonho neste momento, mais do que voltar a ter algum ministério, é ter uma família. Peço a Deus
um marido. Um homem que realmente me faça feliz e me dê pelo menos mais dois ou três filhos.
Após a divulgação do escândalo, alguns dos setores que antes a solicitavam têm apoiado a senhora?
Não, ninguém me procurou. A única pessoa que realmente tenta me apoiar - aliás, eu me emociono pela maneira
como faz isso — é meu pastor [Manoel Antonio Ribeiro, da Assembléia de Deus do Monte, no Rio de Janeiro]. E olha que
nós sequer nos falamos depois de tudo que me aconteceu. Eu tento poupá-lo do constrangimento. Mas aquele é um
servo de Deus, um homem de bem. Para não ser injusta, a pastora Zilmar, esposa do pastor Jabes de Alencar [líder da
Assembléia de Deus do Bom Retiro, igreja paulistana], foi me visitar em São Paulo, assim que soube que eu tinha caído
em pecado. Ela veio em nome da igreja e ofereceu ajuda para o que eu estivesse precisando. Levaram até uma cesta
básica para mim.
O que mudou no tratamento recebido pela senhora nas igrejas, antes e depois de sua queda?
Eu sempre tive a graça de Deus na minha vida. Onde eu chegava, independente de local, era recebida com carinho. Isso
é interessante, porque por mais que existam pessoas que saíram do homossexualismo, poucas têm coragem de dizer
por causa do preconceito, do medo de ser apontada, criticada. Mas eu me expus e meu passado nunca pesou para mim
quando entrava na casa dos pastores, por exemplo. Sempre fui tratada com respeito e até hoje muitos crentes me
perguntam como estou, se estou em dificuldades, quando por acaso esbarro com algum deles pela rua. Eu acreditava
que receberia apoio espiritual dos grandes pastores, dos grandes homens de Deus que sempre estavam perto de mim,
mas foi o povo, os irmãos das igrejas que me apoiaram e têm demonstrado amor por mim.
A senhora saiu do Brasil dizendo que recebeu um chamado missionário. Quanto a Igreja de Boston lhe pagava?
Nós nunca falamos numa verba fixa. O convite aconteceu, mas acabou não se concretizando por causa da minha queda.
Ou seja, eu nunca fui missionária daquele ministério. No início de 2003, eu recebi a proposta de uma igreja americana
para ir morai nos EUA, já que eu estava viajando sempre para lá. Eu disse isso ao pastor Ouriel de Jesus, que
imediatamente me fez uma proposta para ficar como missionária de sua igreja. Eu iria ficar pregando nas dezenas de
igrejas dele no mundo inteiro e venderia meus produtos, mas não ganharia uma oferta fixa. Mas logo depois tudo
aconteceu e achei que a proximidade com a mulher com quem tive o caso seria muito pior para mim.