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COMENTÁRIOS
Art. 59 (CP). O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime.” São as chamadas circunstâncias judiciais que
gravitam ao redor do crime, mas cuja ausência não exclui o tipo penal, interferindo tão
somente na aplicação da pena.
ATENÇÃO: Súmula 241 STJ “A reincidência penal não pode ser considerada como
circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.”
2. (Carlos Chagas – Analista Judiciário TRF 4ª Região – 2007) Em tema de crime contra
a honra, analise:
a) I, II e IV
b) I e III
c) II, IV e V
d) IV e V
e) III, IV e V
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I: O art. 139 (difamação) exige que seja imputado um fato ofensivo à reputação de
alguém; o art. 139 (calúnia) exige a imputação falsa de um fato definido como crime;
por fim, a injúria prevê que seja lesionada a dignidade ou o decoro. Portanto, enquanto
as duas primeiras figuras típicas exigem que seja imputado um fato, não há esta
exigência na injúria. Correto.
II: A calúnia (art. 138) prevê que impute a alguém fato definido como crime. Errado.
III – A honra objetiva é aquela opinião ou imagem que outras pessoas têm de você. A
subjetiva, por sua vez, é aquela opinião ou imagem que você tem de você mesmo.
Portanto, ao mencionar um fato considerado crime (calúnia) ou ofensivo à reputação,
lesiona-se a honra objetiva. Lesionando a dignidade ou o decoro, bens jurídicos
eminentemente subjetivos, lesiona-se a honra subjetiva. Correto
IV – Não há imputação de fato desonroso, apenas a lesão à dignidade o ao decoro.
Errado.
V – A imputação de fato ofensivo à honra consiste no crime de difamação e não do de
calúnia.
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A legislação penal brasileira adotou uma divisão dicotômica da infração penal,
subdividindo-a em crimes e contravenções. Por serem espécies do mesmo gênero,
ambos são atos ilícitos, violam bem jurídicos, exigem culpabilidade e podem ser
praticado em concurso. O que distingue o crime da contravenção é que esta, por ser
menos grave a violação a bens penalmente tutelados, não são apenados com
reclusão e detenção, sendo exclusivo dos crimes, sendo que as contravenções são
doutrinariamente conhecidas por “crime-anão.”
(CESPE – Defensor Público Alagoas – 2006) Julgue os itens a seguir, relativos aos
crimes contra o patrimônio.
10. A lei penal excepcional ou temporária aplicar-se-á aos fatos ocorridos durante o
período de sua vigência, desde que não tenha sido revogada. Errado
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“Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.”
ATENÇÃO: Grande celeuma existe se o art. 3º do Código Penal aplica-se às
normas penais em brancos. A doutrina dominante nos dias atuais (Damásio E. de
Jesus, Fernando Capez, José Henrique Pirangelli, Alberto Silva Franco, e outros) é
que há duas hipóteses: se a norma complementar à norma penal for de natureza
eminentemente temporária, aplicável o art. 3º; não sendo, como, por exemplo, uma
portaria que exclui uma determinada substância do rol de drogas, não há que se falar
na incidência do art. 3º, cabendo a aplicação da norma mais benéfica.
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Art. 28, II afirma que não exclui a imputabilidade penal a embriaguez voluntária o
culposa; O art. 26, por sua vez, afirma que é causa de exclusão da culpabilidade o
agente que, por doença mental, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato; a obediência à ordem legal exclui a
ilicitude, conforme o art. 23, II e a coação física irresistível será capaz de excluir a
culpabilidade, de acordo com art. 22.
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15. (Promotor de Justiça – São Paulo/2005) Aponte a única alternativa que não
constitui entendimento jurisprudencial objeto de Súmula do Superior Tribunal de
Justiça, envolvendo circunstâncias agravantes ou atenuantes.
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Trata-se apenas de conhecer o enunciado dos verbetes sumulares do Superior
Tribunal de Justiça. A Súmula 74 do Superior Tribunal de Justiça afirma que “Para
efeitos penais o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento
hábil”. A súmula 220 estatui que “A reincidência não influi no prazo de prescrição da
pretensão punitiva.”. A Súmula 231, que “A incidência da circunstância atenuante não
pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.” A Súmula 241, por sua vez,
que “A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e,
simultaneamente, como circunstância judicial’. Portanto, a única opção que não
corresponde aos entendimentos sumulares do STJ é o item d).
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Nos crimes contra a liberdade sexual, há três possibilidades: conforme o art. 225,
a ação penal será privada, em regra; a ação penal será pública incondicionada se
o crime é cometido com abuso do pátrio poder, na qualidade de padrasto, tutor
ou curador e, por fim, será pública condicionada à representação se a vítima ou
seus pais forem pobres na forma da lei. Por fim, o enunciado n. 608 da Súmula
do STF enumera mais uma hipótese de ação pública incondicionada: “No crime
de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública
incondicional.”.
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O delito de concussão é delito formal, ou seja, ocorre quando o agente exige a
vantagem indevida da vítima, sendo indiferente se o delinqüente de fato obtém
ou não a vantagem indevida.
18. Perante o Código Penal, a chamada embriaguez preordenada pode, por si só,
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“Art. 61 São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem
ou qualificam o crime:
(...)
II – ter o agente cometido o crime;
l) em estado de embriaguez preordenada.”
19. (CESPE – OAB/BA – 2005) Assinale a alternativa que apresenta crime contra os
costumes
a) Calúnia
b) Assédio sexual
c) Simulação de casamento
d) Curandeirismo
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O assédio sexual está previsto pelo art. 261-A, sob o Título VI dos crimes contra
os costumes.
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Conforme disposição do art. 2º do Código Penal a abolitio criminis é causa
jurídica de extinção da punibilidade do agente.
a) Peculato;
b) Prevaricação;
c) Concussão;
d) Corrupção ativa;
e) Corrupção passiva.
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Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. Pena – reclusão, de dois a doze
anos, e multa.”
ATENÇÃO: A diferença entre corrupção passiva e a concussão está no verbo
que caracteriza o tipo: enquanto na corrupção, o agente solicita ou recebe, na
concussão, o agente exige a vantagem indevida.
ATENÇÃO: Nelson Hungria:“As gratificações usuais, de pequena monta, por
serviços extraordinários (não se tratando, é bem de ver, de ato contrário à lei)
não podem ser consideradas material de corrupção.”
a) apropriação indébita;
b) furto;
c) roubo;
d) estelionato.
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23. João aciona o gatilho do revólver, cujo porte legal possuía, contra o seu desafeto;
contudo, a arma está desmuniciada. Tal situação caracteriza:
a) Crime impossível.
b) Tentativa de homicídio;
c) Tentativa de lesões corporais;
d) Injúria real;
e) Perigo para a vida.
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Para haver o crime impossível há que existir a ineficácia absoluta do meio ou do
objeto. In casu, o objeto (o revólver) era absolutamente ineficaz por estar
desmuniciado, não havendo que se falar em tentativa de homicídio ou de lesões
corporais, perigo para a vida e, muito menos, injúria real.
II – o agente que exerce atividade de que está impedido por decisão administrativa
pratica a contravenção de exercício ilegal de profissão ou atividade;
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I – a integração, in casu, equivale a dizer que o crime de furto ou roubo abrange
o tipo de posse não justificada de instrumento de emprego usual na prática de
furto. (Art. 25, LCP). ; Correta.
II – O art. 47 da Lei de Contravenções Penais é expresso ao tipificar “exercer
profissão ou atividade econômica, ou anunciar que a exerce, sem preencher as
condições a que por lei está subordinado o seu exercício.” No entanto, o STF já
decidiu que pratica esta contravenção o advogado punido disciplinarmente (com
suspensão) pela OAB (RHC 57.121, DJU 31. ago 1979). Entendemos anulável,
portanto, tal questão, não havendo sido, entretanto, no respectivo concurso.
Errada
III – O art. 13 da LCP prevê, expressamente, a imposição de medidas de
segurança para inimputáveis. Errada.
IV – O art. 17 da LCP expressa que a ação penal para apurar o cometimento de
contravenções penais será sempre pública. Correta
V – Textos do art. 5º c/c art. 10 da LCP. Correta.
25. (OAB/CE 2002) A violência empregada no esporte, dentro das regras fixadas
para esse esporte, mesmo ocorrendo morte, não constitui crime pois seu autor
pratica o fato:
a) em legítima defesa;
b) no estado de necessidade;
c) no exercício regular do direito;
d) no estrito cumprimento do dever.
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O esportista profissional adentra a arena esportiva com o pleno conhecimento
dos riscos que está correndo. O caso de um boxeador que aplica o knock out no
seu adversário e este, em decorrência do soco, vem a falecer, atua no exercício
regular do direito, pois ambos estavam lutando na regra do esporte. Não há que
se falar em outras modalidades (legítima defesa, estado de necessidade ou estrito
cumprimento do dever legal) por absolutamente incompatíveis com a situação
fática.
ATENÇÃO: O assunto é controverso e existem diversa teorias a respeito.
Alguns autores falam ser fato atípico; outros, em consentimento da vítima
(Pierangelli) e a doutrina mais atual fala em uma nova figura que seria a
autocolocação da vítima em risco.
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Corrupção ativa: “Art. 333 – Oferecer ou prometer vantagem indevida a
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de
ofício”; Corrupção passiva: “Art. 316 – Solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.”;
Peculato: “Art. 312 – Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão
do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.”
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Não há a intenção subtrair o cadáver ou mesmo vilipendiá-lo (constituindo em
um desrespeito). A subtração de um dente de ouro de um cadáver em utilizada
em uma faculdade de medicina constitui em uma subtração de uma coisa móvel,
materialmente valorada (um dente de ouro tem um significável valor comercial).
ATENÇÃO: A vítima no caso não é o cadáver, por não ser mais titular de
direito subjetivo algum. O sujeito passivo do delito é a faculdade de medicina
que possuía aquele cadáver, por equiparar-se, aquele cadáver, a uma coisa.
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Por ser o Direito Penal o instrumento mais rigoroso que o Estado pode lançar
mão para desencorajar alguém de fazer ou deixar de fazer algo, deve ser
utilizado apenas em última hipótese, quando nenhuma outra sanção prevista em
direito (civil, administrativa, tributária, etc) seja capaz de prevenir e punir aquele
determinado ato. Atualmente encontra íntima ligação com o princípio
constitucional da proporcionalidade, sendo criação do Estado liberal.
30. (Juiz DF/2001) Altamiro Olegário, único filho de Lucrecia, com 20 (vinte) anos
de idade, desejava apoderar-se do patrimônio de sua genitora. Para tanto planejou
sua morte. Deflagrou toda a carga do seu revólver, sem acertar o alvo (Lucrecia),
contudo, um dos projeteis atingiu mortalmente a governanta que, aturdida pelos
disparos, adentrara o recinto.
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O caso é aplicação do disposto no art. 20, §3º bem como art. 73 do Código
Penal, qual seja, o erro na execução. Assim, o agente deverá ter a atenuante
prevista no art. 65, I (ser menor de 21 anos) bem como a agravante tipificada no
art. 61, II, e, de crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge, visto
que a vítima virtual era sua mãe.
31. (Delegado de Polícia RJ/2001) Caio, sabedor da grave doença mental de Luiz,
convence-o a praticar conjunção carnal com Maria, sua vizinha, de oito anos de
idade. Antes da realização da conjunção, estando Maria já sem roupa, José, pai da
menor, adentra o recinto e retira sua filha do local, chamando a polícia em seguida.
Enquanto Luiz retirava a roupa de Maria, Caio permaneceu assistindo visando obter
satisfação pessoal. Indique o delito realizado por Caio:
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Por ser violador de direito constitucional do indivíduo, a interceptação telefônica só
é admitida em última hipótese, nos claros limites da lei. O art. 2º, II da Lei 9.296/96
afirma que “Art. 2º. Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses. II. a prova puder ser feita por outros
meios disponíveis.”
Guilherme de Souza Nucci: “ainda que não existam outras provas, não é a
interceptação telefônica a primeira a ser realizada, pois o seu caráter é subsidiário
e não principal.”
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Constituem crimes permanentes e não instantâneos com efeitos permanentes;
não exige o dolo específico, havendo a presença do elemento subjetivo do tipo.
Não existe na lei penal referida possibilidade de agravamento ou aumento de
pena. Por fim, é crime material, admitindo, pois a tentativa, em ambos os crimes.
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BOA SORTE!!