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Artigo do economista brasileño José Luís Fiori, na súa versión orixinal en idioma portugués. Tamén podes lelo en galego, na nosa web de Cadernos de Comunicación e Análise http://cadernos.blogaliza.org/2011/09/29/o-custo-intanxible-do-fracaso-europeo/
Titolo originale
Artigo de José Luís Fiori: "O custo intangível do fracasso europeu" (versión orixinal en portugués)
Artigo do economista brasileño José Luís Fiori, na súa versión orixinal en idioma portugués. Tamén podes lelo en galego, na nosa web de Cadernos de Comunicación e Análise http://cadernos.blogaliza.org/2011/09/29/o-custo-intanxible-do-fracaso-europeo/
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Artigo do economista brasileño José Luís Fiori, na súa versión orixinal en idioma portugués. Tamén podes lelo en galego, na nosa web de Cadernos de Comunicación e Análise http://cadernos.blogaliza.org/2011/09/29/o-custo-intanxible-do-fracaso-europeo/
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~Se fosse possvel hierarquizar sonhos, a criao da Unio Europia
estaria entre os mais importantes do sculo XX. Depois de um milnio de guerras contnuas, os estados europeus decidiram abrir mo de suas soberanias nacionais, para criar uma comunidade econmica e poltica, inclusiva, pacfica, harmoniosa, sem fronteiras, sem discriminaes e sem hegemonias. Um verdadeiro milagre, para um continente que se transformou no centro do mundo, graas sua capacidade de se expandir e dominar os outros povos, de forma quase sempre violenta, e muitas vezes predatria. 1LF: ~Os sinos esto dobrando, Valor Econmico, junho de 2008
Os sinais de desagregao so cada vez maiores e freqentes, e j no cabe dvida que o processo de ~unificao europia entrou num beco sem sada. quase certo o calote da dvida grega, e cada vez mais provvel a ruptura da zona do Euro, que teria um efeito em cadeia, de grandes propores, dentro e fora do Velho Continente. Ao mesmo tempo, a vitria da Frana e da Inglaterra, na Lbia, aumentou a diviso e aprofundou o cisma alemo dentro da OTAN. Por outro lado, os governos conservadores europeus esto em queda livre, e sua alternativa social-democrata no tem mais nenhuma identidade ideolgica. Os intelectuais batem cabea e a juventude busca novos caminhos um pouco sem rumo. O prprio ideal da unificao europia tem cada vez menos fora, entre as elites, e dentro de sociedades em que se dissemina a violncia e a xenofobia. Parece iminente o fracasso europeu. Em tudo isto, chama a ateno que o avano da catstrofe anunciada venha sendo acompanhado por uma conscincia cada vez mais ntida e consensual a respeito das causas ltimas, econmicas e polticas, da prpria impotncia europia. Do lado econmico, todos reconhecem a falta de um Tesouro europeu com capacidade unificada de tributar e emitir dvidas, junto com um BC capaz de atuar como emprestador de ltima instancia, em todos os mercados, garantindo a liquidez dos atuais ttulos soberanos nacionais que deveriam ser extintos e substitudos por um nico ttulo publico unificado, para toda a zona do euro. E quase todos j reconhecem a impossibilidade de uma moeda soberana e de um BC eficaz, sem um estado que lhes d credibilidade e poder real de ao, em particular nas situaes de crise. Uma posio que s poderia ser cumprida, neste momento, pela Alemanha, que no quer ou no pode faz-lo, ou por um estado central que ningum aceita. Do mesmo forma, pelo lado poltico, o aumento da fragilidade e da fragmentao da Europa, vem sendo atribudo pelos analistas, de forma quase consensual, ao fim da Guerra Fria e unificao da Alemanha, junto com o aumento descontrolado da UE e da OTAN, que passaram da condio de projetos defensivos, para a condio de instrumentos de conquista territorial e expanso da influencia militar e econmica do ocidente, dentro da Europa do Leste, e j agora, tambm, na sia Central e no Norte da frica. O alargamento em todas as direes, da UE e da OTAN, aumentou suas desigualdades sociais e nacionais, e reduziu o grau de homogeneidade, identidade e solidariedade que existia no incio do processo de integrao, quando ele era tutelado pelos EUA, e tinha um inimigo comum, a URSS. Agora bem, quando os analistas da crise europia se dedicam a traar cenrios futuros, quase todos calculam o tamanho da desgraa em termos estritamente econmicos, em bilhes e trilhes de euros. E pouco se fala dos custos intangveis do fracasso europeu no campo das idias, dos valores e dos grandes sonhos e smbolos que movem a humanidade. Um verdadeiro impacto atmico sobre duas pilastras fundamentais do pensamento moderno: a crena na viabilidade contratual de um governo ou governana mundial; e a aposta na possibilidade cosmopolita, de uma federao ou confederao de republicas, pacficas, harmoniosas, e sem fronteiras ou egosmos nacionais. Duas idias europias que foram concebidas num continente extremamente belicoso e competitivo, mas que foi o grande responsvel pela criao e universalizao do sistema de estados nacionais modernos e do prprio capitalismo. Agora os europeus esto experimentando na pele a impossibilidade real de suas utopias, ao tentarem construir um governo cosmopolita e contratual a partir de estados nacionais extremamente desiguais, ponto de vista do poder e da riqueza. O problema grave e insanvel que a falncia do ~contratualismo e do ~cosmopolitismo, deixa os europeus sem mais nenhum sonho ou utopia coletiva. Em poucas dcadas, no final do sculo XX, eles enterraram o seu socialismo, e agora, no incio do Sculo XXI, esto jogando na lata do lixo, o seu ~cosmopolitismo liberal. E esto deixando o resto do sistema mundial, sem a bssola do seu criador, porque o sistema seguir em frente, mas o seu ~software europeu est perdendo energia e est se apagando.