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Destes ídolos houve grande quantidade em Cusco, relata o Pe. Acosta. Os massacres
rituais eram também correntes. “Era vulgar enterrar com o cadáver de um Inca os seus
servos e as mulheres a quem ele mais amara”, diz o historiador liberal César Cantu. Os
escravos e mulheres eram previamente embriagados para que não opusessem resistência
ao ritual selvagem.
Sobre o mesmo costume, refere o Pe. Acosta: “quando morreu Guanapaca – que foi pai
de Atahualpa, em cujo templo entraram os espanhóis -, para acompanhá-lo e servi-lo
na outra vida, foram mortas mil e tantas pessoas de todos os tipos de idades. Matavam-
nas depois de muitos cantos e bebedeiras (...). Muitos eram os sacrificados,
especialmente crianças, e com o sangue deles fazia-se um risco no rosto do defunto
[Guanapaca], que ia de orelha a orelha”. Punham também muitas coisas junto ao
cadáver.
Infanticídio em massa – Também era usual sacrificar meninos como propiciação para
que o Inca se curasse de enfermidades ou alcançasse a vitória em guerras. E, quando um
novo Inca era entronizado, matavam-se “duzentas crianças de quatro a dez anos: duro e
inumano espetáculo. O modo de sacrificá-las era afogá-las e enterrá-las com certos
gestos e cerimônias.
Concluiu o célebre cronista: “Em matar crianças e em sacrificar seus filhos, os índios
do Peru avantajaram-se aos do México.”
Ritual de antropofagia – Entre os índios do tronco guarani praticavam-se homicídio
ritual de crianças e adultos, que depois eram devorados. Este costume se estendia a
todos os ramos da tribo, desde os da Argentina, Paraguai e do Chaco boliviano,
descritos por Alvar Nuñes Cabeza de Vaca, até os chiriguanos e guaycurus ou os
tupinambás do Brasil.
Todas as tribos dessa família lingüística [guarani] (...) se assimilam como antropófagas,
corrobora o antropólogo Alfred Métraux. Tratava-se de um canibalismo “praticado
ritualmente”, o qual o exemplo, no ramo chipaya, “toma a forma de uma oferenda a
kumavári. Esse demônio exige, por intermédio do feiticeiro, carne humana”; organiza-
se então a expedição para capturar alguma vítima. Obtida esta, no dia do sacrifício os
captores, “um a um, servem-se dela como de alvo em carne”, disparando-lhe flechadas.
Uma vez morta, a carne é em parte comida, em parte “oferecida ao demônio”, e a
cabeça colocada como troféu na cabana.
Assim, por exemplo, a condição social dos índios do Peru sob a dominação dos incas
era a de uma escravidão mecanizada dentro de uma organização estatal rígida, integrada
por comunidades vigiadas por representantes do Inca. Os índios não eram donos de
nada, nem sequer de suas vidas. Ninguém escapava à força do poder público. Toda
personalidade do índio tinha sido morto, por esse regime.
A mulher, reduzida à condição animal – Essa situação era muito pior para as
mulheres, como assinala César Cantu e outros historiadores: “A mulher, em toda a
parte, é escrava, considerada como uma propriedade (...). O costume de fazer aborto, o
de abandonar ou tirar a vida aos recém-nascidos do sexo feminino são comuns a
muitas nações [indígenas]. Nesses povos, a mulher ocupava um lugar quase
intermediário entre o ser humano e a besta de carga.
Antropofagia, causa de guerras sem fim - Nas ilhas do Caribe, na América Central e
em dois terços do território sulamericano, o principal motivo das guerras tribais era a
obtenção de carne humana. Por isso, tais guerras – as promovidas pelos astecas, por
exemplo – foram incessantes.
Quanto aos índios caribes que habitaram a Venezuela, Guianas e Antilhas Menores,
quando os espanhóis chegaram,tiveram notícia de suas guerras contínuas, provocadas
principalmente para alimentar os sacrifícios humanos, o canibalismo e a obtenção de
troféus humanos.
Assim, os panches de Tolina e Cundinamarca faziam banquetes “em família”, nos quais
se devoravam entre si pais, filhos e irmãos, e “nos combates bebiam o sangue dos
feridos”. Os pijaos, da Cordilheira Central, eram igualmente canibais ferozes.
Quando voltavam às suas aldeias, trazendo prisioneiros de guerra, estes deviam gritar:
“eu, a vossa comida, cheguei”.
Foi uma expressão da “cultura” centro-americana o célebre jogo da bola. Nos recintos
rituais em forma de letra “H” maiúscula deitada, havia uns buracos horizontais cavados
em pedra ou madeira. Os jogadores tratavam de fazer passar pelo buraco uma bola
parecida com uma de borracha, que impulsionavam só com os cotovelos, cadeiras e
pernas; terminado o jogo, o chefe da “equipe” perdedora era “sacrificado por
decapitação”, depois do que, era esfolado como ato mágico de apropriação da ‘alma’ da
vítima.
Assim o fez ele, e teve por filho Guaynacapa [Huayna Cápac], e uma filha chamada
Coya Cusilimay. E, no tempo de sua morte, mandou que estes seus filhos, irmãos de pai
e mãe, se casassem entre si, e que às demais pessoas principais pudessem tomar por
mulheres suas irmãs por parte do pai”
O desaparecimento dos incas bem pode ser considerado, como assinala o Pe. Acosta,
um castigo de Deus por essa perversão: “E, como aquele casamento foi ilícito e contra
a lei natural, assim ordenou Deus que, no fruto que ele procedei – que foram Guáscar
Inca – se acabasse o Reino dos Incas”.
Haréns Homossexuais – Por fim não podia faltar nesta lista uma sórdida perversão: a
homossexualidade, difundida em muitas tribos. Existia sob duas formas: como hábito
privado ostensivo, freqüente em índios de ambos os sexos; ou ainda institucionalizada,
quer dizer, vinculada ao exercício da autoridade do cacique ou dos feiticeiros. Na
América Central o famoso cronista da expedição de Balboa, Fernández de Oviedo,
relata como esse vício nefando “existia naquelas regiões principalmente entre os
caciques o outros índios, e prezavam ter três ou quatro, e até mesmo vinte índios para
este sujo e abominável pecado”. De tal maneira os caciques percebiam o caráter
antinatural dessa depravação, que Fernández de Oviendo narra como se livraram por
iniciativa própria daqueles índios, dando-os aos espanhóis para que os matassem, pois
temiam ser castigados por meio de catástrofes naturais como raios e trovões.
Genocidas?
Atraso técnico
As relações sociais eram marcadas por essa mesma brutalidade. Por exemplo, nos
Estados Unidos, o Grande Sol dos Natchez [o cacique], (...) à semelhança do Grande
Sol de Cahokia, servia-se dos pés para empurrar seus restos de comida para que os
comessem seus subordinados nobres.
Se assim eram tratados os nobres, como seriam então os ‘plebeus’? Com desprezo ainda
pior, equiparável ao dos parias da Índia: Os nobres estavam longe de queixar-se; abaixo
deles vinha outra classe, chamada ‘malcheirosos’. E, além disso, os pés do Chefe eram
limpos: pois ele era sempre carregado por toda parte em andas, e nunca tocava o solo.
– Notemos ainda que este mundo encoberto e isolado durante milênios não conhecia a
roda, e, por conseguinte, nem a roldana nem o torno do oleiro; tinha um atraso de
milênios na utilização dos metais e não conhecia o ferro; carecia de animais de
transporte e de auxiliares, salvo, até certo ponto, a lhama.
Nem mesmo as civilizações mais desenvolvidas, como a dos astecas e incas – que
possuíam cidades urbanizadas com mercados, lojas, palácios, teciam algodão e tapetes,
e um notável regime familiar e educativo etc. – escapam a este atraso. Na América, o
homem europeu encontrou duas culturas superiores: a maia-asteca, no México e
América Central, e a incaica no Peru, em estado de desenvolvimento como o do Egito
da primeira dinastia, e ainda mais primitivas: à distância cultural era, então, entre o
homem hispânico e os índios de cultura superior, de mais de 5 mil anos. O resto da
América era secundário e absolutamente primitivo.
O Portal G1 publicou interessante estudo sobre o assunto. Leia direto no site da Globo.
Civilização dos Andes usava crânio de inimigos como taça, diz estudo Ossos de 1.500
anos, encontrados no Peru, foram cortados da parte de trás da cabeça.
Formato modificado dos restos sugere utilização para beber 'cerveja' indígena. Reinaldo
Cova rasa
As marcas de que isso realmente ocorria estão em quatro dos crânios, que sofreram
modificações e perfurações, aparentemente para pendurar os restos humanos. O mais
impressionante, no entanto, é um fragmento da calota craniana que foi cortado no
formato de uma cuia -- formato que foi reforçado por operações posteriores. "Além
disso, ele tem semelhanças com vasilhas de cerâmica usadas no mesmo sítio e em
outros locais do vale de Ayacucho durante esse período", explica o arqueólogo.
Embora não tenha sido feita uma busca por resíduos de bebida -- segundo Finucane,
análises desse tipo só dariam positivo se envolvessem leite, sangue ou vinho --, o
pesquisador arrisca um conteúdo para o recipiente: chicha, a "cerveja" de milho que era
amplamente consumida pelas civilizações andinas.
American Journal of Physical
Anthropology/Reprodução Detalhe da 'vasilha' feita a partir do crânio de indígena
(Foto: American Journal of Physical Anthropology/Reprodução)
Por que diabos alguém iria querer uma taça craniana em casa? Segundo Finucane, esses
objetos seriam a prova de que seu possuidor era um bom guerreiro e, portanto, digno de
um status elevado entre seu povo. "A principal divindade da cultura Wari, que existiu
nessa região séculos depois, carregava cabeças como troféus. E os crânios
provavelmente davam a seus possuidores vantagens na hora de conseguir parceiras",
avalia ele.
Apesar das muitas histórias sobre objetos desse tipo, o arqueólogo diz que há
pouquíssimos registros de objetos similares mundo afora que tenham chegado até nós.
Um dos relatos mais famosos sobre taças-crânio vem da Idade Média: no século 9, o rei
dos búlgaros matou o imperador bizantino Nicéforo e transformou sua caveira em
cálice.
A descoberta traz uma visão apavorante do passado andino, mas teria alguma relevância
mais ampla para entender o passado do homem? Finucane acha que sim. "O trabalho
desafia a idéia de que os antigos ameríndios eram 'bons selvagens' vivendo em
harmonia, sem conflito. As sociedades pré-históricas eram tão ou mais violentas que as
modernas", diz ele.
Não que, nesse quesito em especial, elas fossem mais bárbaras que as nossas, ressalta:
"Criar troféus a partir do corpo do inimigo não é só uma prática de povos exóticos ou
'primitivos'. Os soldados americanos, por exemplo, arrancavam cabeças e orelhas dos
inimigos mortos durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã. É uma prática
muito comum, na verdade".
Cultura do Peru
Foi magnífico o desenvolvimento dessa região na agricultura, desde muito cedo, com a
utilização de engenhosas obras de irrigação, campos de cultivo em terraços e em
especial a manutenção e desenvolvimento de várias espécies vegetais de grande valor
alimentar, depois espalhadas por todo o mundo (como é o caso do tomate, das batatas e
da coca).
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Um censo inédito feito na fronteira do Brasil com a Colômbia identificou 405 indígenas
colombianos de dez etnias, que entraram em território brasileiro fugindo do conflito
armado no país vizinho, sobretudo do recrutamento forçado pelas Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia).
Os refugiados chegam à selva amazônica brasileira viajando dias e até meses em barcos.
Atravessam a fronteira pelas cidades amazonenses de Tabatinga ou São Gabriel da
Cachoeira. Também entram no Brasil pela Venezuela.
André Fernando, coordenador da Foirn, disse que os índios são alvo de guerrilheiros
porque conhecem a selva. "Eles temem as Farc porque eles levam os filhos dos índios
para lutar ou para envolvimento no tráfico de drogas."