Procura-se talentos financeiros.

Tratar: região sul

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Falta de profissionais experientes nas áreas de finanças, controladoria e Relações com

Investidores (RI) preocupa grandes e médias empresas na região

Por Marcos Graciani

O sul do país costuma ser visto como um reduto de mão-de-obra qualificada – e abundante –
para boa parte dos setores da economia. Mas não para os campos financeiro e de
controladoria. A cooperativa de crédito Sicredi, por exemplo, tem enfrentando grandes
dificuldades para preencher vagas nessas áreas. No ano passado, por exemplo, a instituição
varreu o mercado gaúcho em busca de executivos. Não os encontrou. E, finalmente, decidiu
contratar 30 profissionais oriundos de outras regiões do país. “A especialização requerida pelas
instituições financeiras de varejo, notadamente nas áreas de planejamento corporativo, gestão
de fundos e carteiras e análise de riscos exigem profissionais com experiência. A oferta de
profissionais com esse perfil é muito restrita. Resta trazê-los dos mercados do sudeste”, conta
Ademar Schardong, presidente do Banco Sicredi.
A escassez dos profissionais das áreas financeira e de controladoria tem relação com o
desenvolvimento das empresas da região, que são majoritariamente familiares – e só
recentemente começaram a se preocupar com a profissionalização da gestão. Hoje, a lacuna
de especialistas aparece também em áreas de apoio, como a de Relações com Investidores. A
consultoria Business Partners Consulting, que atua na área de recolocação de executivos, está
há mais de um mês com cinco vagas em aberto para esse tipo de profissional. “Se o cenário
não mudar, a tendência será a de buscar o preenchimento destas vagas em São Paulo”, prevê
Carlos Contar, consultor da Business Partners Consulting, que tem sede em Curitiba. A
dificuldade, diz ele, não tem nenhuma relação com o nível de remuneração – que hoje é
equivalente ao praticado em São Paulo. “As companhias tiveram de fazer essa equiparação de
modo a poder conquistar os profissionais”, recorda Carlos.

A dificuldade aparece não só nas grandes empresas do sul, mas também nas médias. A
Business Partners Consulting estima que, entre as companhias do “middle market”, a demanda
por profissionais experientes e com visão estratégica praticamente triplicou entre 2009 e 2010.

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“Essas empresas sequer utilizavam nossos serviços, mas hoje são clientes frequentes. Elas
estão mais conscientes de que é necessário buscar qualificação para se diferenciar no
mercado e sobreviver”, garante Carlos Contar.

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