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Brasília-DF, 2007.
O DESAFIO DA ESCRITA 2
Elaborado por:
xxx x x x x x x xx
xxxxxx xxxxxx
Nos termos da legislação sobre direitos autorais, é proibida a reprodução total ou parcial deste
documento, por qualquer forma ou meio – eletrônico ou mecânico, inclusive por processos
xerográficos de fotocópia e de gravação – sem a permissão expressa e por escrito do CETEB.
SUMÁRIO
Apresentação
Sabe-se que, por maior que seja o nível de instrução de uma pessoa, dificilmente ela
usará, em seu quotidiano, a norma culta ou o nível padrão da linguagem. Nessa
circunstância, utiliza-se o nível coloquial, o que, inevitavelmente, conduz a um
“esquecimento” das normas lingüísticas.
“Cada coisa em seu tempo, cada coisa em seu lugar: são normas de
aperfeiçoamento da escrita.”
(José Roberto W. Penteado)
Com a moeda compram-se bens econômicos; assim, também com as palavras compram-
se bens simbólicos, conceitos e reconhecimento social. Nosso vocabulário é como uma
conta bancária; é uma moeda simbólica utilizada na troca de informações. Quanto melhor
falamos, melhor nos desempenhamos no intercâmbio social e, portanto, damo-nos a
conhecer.
Agora, é claro que só tem condição de avaliar o capital simbólico dos outros quem
possui um bom conhecimento da língua. Por isso é que se deve aprender gramática: para
valorizar a si e avaliar o outro.
A transmissão lingüística tem um valor de troca simbólica presa à troca concreta dos
bens materiais, ou seja, presa à troca concreta dos produtos sociais do trabalho humano,
e é assim que a língua expressa conceitos – como valores. Inclusive a língua inteira
repousa sobre os conceitos e é por eles organizada na forma conceitual de nacionalidade;
aliás, todo homem, pelo simples fato de falar, tem sua concepção do mundo, ainda que
a critique, já que a linguagem é sempre, embrionariamente, uma forma de conceber o
mundo.
Para se redigir com eficiência, não basta conhecer as formas e modelos de redação.
Redigir bem implica o domínio da língua padrão, ou seja, o conhecimento das normas
que regem a estrutura lingüística do idioma oficial da nação.
Todo falante possui, internalizada, uma gramática que lhe possibilita utilizar a língua.
Esta gramática, em menor ou maior grau de complexidade, apresenta-se compatível ao
nível sociocultural do falante. O analfabeto internaliza a gramática da oralidade, com
desvios da norma e, portanto, bem simples. O falante culto, com bom nível de
escolarização, internaliza a gramática da língua padrão, ensinada na escola.
Entretanto, dominar essa gramática pode não ser muito fácil pois pressupõe uma utilização
constante e, por mais que se estude, em geral, no cotidiano, não se emprega a norma
culta e sim a coloquial, o que leva ao “esquecimento” dos preceitos aprendidos.
Neste curso, abordam-se alguns aspectos necessários à redação eficiente. Para tanto,
vamos revisar alguns conceitos gramaticais.
A língua estrutura-se em quatro diferentes níveis e cada um deles possui suas normas de
funcionamento: o nível fonético, o morfológico, o sintático e o semântico.
O nível fonético relaciona-se aos aspectos orais da língua, aos sons, que se denominam
fonemas e, embora a língua escrita não seja uma representação fiel da língua oral, pois
aspectos etimológicos e históricos interferem nessa representação, há uma tentativa de
se aproximar estas duas manifestações da linguagem: língua oral e língua escrita.
Dessa forma, nas palavras “sabia”, “sábia” e “sabiá” que se diferenciam entre si pela
tonicidade da vogal /a/ em diferentes posições, representada, na escrita, pela ausência
ou pela diferente posição do acento agudo, não só as letras s-a-b-i-a são grafemas, como
também o diacrítico sobre o /á/ em “sábia” e “sabiá” é um grafema.
Dominando a norma culta
O DESAFIO DA ESCRITA 7
Estas características denominam-se ritmo frasal. Cada tipo de frase: declarativa (ponto
final (.)), interrogativa (ponto de interrogação (?)), exclamativa (ponto de exclamação
(!)), suspensiva (reticências (...)) e explicativa (dois pontos (:)), possui um ritmo próprio.
VÍRGULA
– Nas datas:
Assis, 15 de janeiro de 1993.
PONTO-E-VÍRGULA
– Para separar as partes principais de uma frase cujas idéias já apresentam clareza:
Assis, Botucatu e São Carlos são cidades de São Paulo; Blumenau, Florianópolis e
Joinville, de Santa Catarina.
PONTO FINAL
Seu uso é peculiaridade do estilo. Atualmente, é freqüente o período curto, claro, incisivo,
rápido. Emprega-se o ponto final nos seguintes casos.
• Os colchetes indicam que a expressão por eles compreendida não faz parte do texto
original.
Diferentemente da Matemática, na linguagem usa-se colchete dentro de parênteses:
O redator profissional (dificilmente admite desconhecer [será?] a regra gramatical)
pode cochilar, mas caprichosamente consultará gramáticas e dicionários.
PONTUAÇÃO NA CORRESPONDÊNCIA
• Dois-pontos
• Vírgula
A virgula deve ser usada exclusivamente para separar a parte inteira da decimal:
• Aspas
Machado de Assis escreve que “a vida é uma ópera bufa com trechos de música séria”.
A parte transcrita completa o pensamento daquele que está citando, ou seja, suas palavras,
sem a transcrição, não formam uma oração.
Buffon disse: “Para escrever bem é preciso conhecer perfeitamente o assunto sobre o
qual se vai escrever.”
Observação:
Embora também se possa abrir aspas no início dos parágrafos intermediários, elas são
facultativas.
• Hífen
• Sublinha
Os sinais de pontuação não devem ser sublinhados, bem como os espaços entre as
palavras:
• Tapa-margem
Não é correto o uso de qualquer sinal para completar uma linha ou emparelhar à margem
direta:
“A Prefeitura de São P a u l o
não está atendendo...”
A margem direita não é imposição rigorosa, mas isso não quer dizer que o digitador
possa ocupar a folha até o fim do papel; não há liberdade para se digitar e ocupar toda a
largura do papel, prejudicando-se a legibilidade do texto com interrupções de palavras
que, por falta de espaço, desrespeitam a divisão silábica convencional. A linha imaginária
é causa de muitos desacertos:
• Diagonal
Não usá-la para completar uma linha nem para separar datas:
Aplicando os conhecimentos
Verifique as respostas
O sobrinho:
“Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do
alfaiate. Nada aos pobres.”
A irmã:
“Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do
alfaiate. Nada aos pobres.”
O alfaiate:
“Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do
alfaiate. Nada aos pobres.”
Os pobres:
“Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do
alfaiate? Nada! Aos pobres.”
Ortografia significa a grafia correta das palavras, portanto assunto importante para aqueles
que, por compromisso profissional, precisam lidar com a língua escrita.
Escrever bem pressupõe, dentre outros requisitos, grafar as palavras conforme a ortografia
da língua. Nessa perspectiva, vamos apresentar alguns aspectos ortográficos que, em
geral, causam dúvidas aos que redigem.
Sabemos que alguns grafemas são representações fiéis dos fonemas, como por exemplo:
Esses são apenas alguns exemplos, mas suficientes para demonstrar que, na língua
escrita, pode haver dúvidas quanto aos grafemas a serem empregados.
b) Emprego de j e g
1. palavras de origem tupi → j (exceção: Sergipe)
jibóia; jirau; pajé
2. verbos terminados em – jar, na 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo → j
arranjar → arranjem; sujar → sujem;
viajar → viajem (substantivo → g: a viagem)
3. palavras derivadas mantêm j ou g da palavra primitiva:
gorjear → gorjeio; granja → granjeiro
massagem → massagista; selvagem → selvageria
4. verbos terminados em (-is) ar, derivados de palavras cuja sílaba final não possui s
→z
agonia → agonizar; ameno → amenizar; alfabeto → alfabetizar
5. verbo pôr e seus compostos; verbo querer → s
pôr → puser; compor → compuser; querer → quiser
6. Adjetivos derivados de substantivos (oso/osa) → s
afeto → afetuoso, afetuosa; nervo → nervoso, nervosa
7. Sufixo diminutivo (inho, inha), quando o substantivo possui s → s
mesa → mesinha; casa → casinha, chinês → chinesinho
8. Sufixo diminutivo ((z)inho) quando o substantivo terminar em z ou qualquer outra
letra → z
nariz → narizinho; tatu → tatuzinho; pão → pãozinho
9. após ditongos → s
aplauso; causa; náusea
INICIAIS MAIÚSCULAS
– No começo de citações:
Disse Guimarães Passos: “Toda a formosura, num buraco de terra, é um punhado
de pó”.
– Nos nomes próprios:
Juçara, Atlântico, Plutão, Andes, Brasil, Mantiqueira, etc.
– Nos nomes próprios de eras históricas e épocas notáveis:
Hégira, Idade Média, Era Atômica, etc.
– Nos nomes de vias e lugares públicos:
Avenida Atlântica, Largo do Rosário, Rua Augusta, etc.
– Nos nomes religiosos, políticos e nacionalistas:
Igreja Católica Apostólica Romana; Estado, Nação, Pátria, etc.
– Na palavra Deus (do cristianismo) e nas que designam atributos e ele referentes:
o Criador, o Onipotente, o Pai, etc.
– Nos nomes que designam artes, ciências e disciplinas:
Pintura, Escultura, Desenho, Decoração, Agronomia, Direito, Geografia, Matemática,
Português, etc.
– Nos nomes de repartições, corporações ou agremiações, edifícios e estabelecimentos
públicos ou particulares:
Diretoria-Geral do Ensino, Inspetoria do Ensino Superior, Ministério das Relações
Exteriores, Academia Brasileira de Letras, Presidência da República, Banco do Brasil,
Caixa Econômica Federal, Atual Editora, etc.
– Nos nomes de fatos históricos importantes, de atos solenes e de grandes
empreendimentos públicos:
Descobrimento da América, Reforma Ortográfica, Acordo Luso-Brasileiro, Bienal do
Livro, Dia das Mães, etc.
– Nos nomes de escolas de qualquer espécie ou grau de ensino:
Faculdade de Filosofia, Escola Superior de Guerra, Colégio São Luís, etc.
– Nos nomes comuns, quando personificados ou individuados, e de seres morais ou
fictícios:
a Capital da República, a Transamazônica, os recursos do País, morar na Capital,
ser do Interior, ir ao Exterior, os habitantes da Península, a Virtude, o Amor, a
Cigarra, a Formiga, etc.
Incluem-se aqui os nomes que designam atos das autoridades da República: a Lei no
5.692, o Decreto-Lei no 2.192, a Portaria de 18 de dezembro, o Regulamento 232,
o Acórdão de 20 de abril, etc.
– Nos nomes dos pontos cardeais e colaterais, quando designam regiões:
os povos do Oriente e os do Ocidente, os habitantes do Sul do Brasil, a seca do
Nordeste, Zona Norte, Zona Oeste, etc.
Escrevem-se, porém, com inicial minúscula os nomes dos pontos cardeais que
designam direções ou limites geográficos: percorrer o Brasil de norte a sul e de leste
a oeste. O Brasil se limita ao norte com a Venezuela e ao sul com o Uruguai.
Também com inicial minúscula: região araraquarense, região sorocabana, etc.
– Nos nomes, adjetivos, pronomes e expressões de tratamento ou reverências;
D. (Dom ou Dona), Sr. (Senhor), DD. (Digníssirno), V. Exa (Vossa Excelência), Dr.
(Doutor), etc.
Dominando a norma culta
O DESAFIO DA ESCRITA 18
Constitui exceção dessa norma o pronome de tratamento você, que nos veio de
Vossa Mercê.
– Nas palavras que, em cartas, se dirigem a um amigo, a um colega, a uma pessoa
respeitável, as quais, por deferência, consideração ou respeito, se queira realçar
por esta maneira:
meu bom Amigo, caro Colega, meu prezado Mestre, estimado Professor, meu querido
Pai, minha adorável Mãe, etc.
– Nos epítetos e alcunhas, usados com os respectivos nomes ou não:
D. Manuel, o Venturoso; Carlos, o Calvo; Filipe, o Belo; o Conquistador; o Velho
Guerreiro, etc.
– Nas palavras Papa, Fulano, Beltrano e Sicrano.
A palavra papa, quando usada em sentido genérico, grafa-se com inicial minúscula:
conhecer vários papas, neste século já houve sete papas, etc.
INICIAIS MINÚSCULAS
A) Dentro das classes, cada número expresso verbalmente deve ser antecedido da
conjunção e:
25 – vinte e cinco; 664 – seiscentos e sessenta e quatro;
88 – oitenta e oito; 99 – novecentos e noventa e nove.
B) Entre as classes não se emprega a conjunção e:
2.422.954.745 – dois bilhões, quatrocentos e vinte e dois milhões, novecentos e
cinqüenta e quatro mil e setecentos e quarenta e cinco;
Exceções
Empregar-se-á, todavia, a conjunção e antes da última classe verbalmente expressa:
a) quando o primeiro algarismo da centena for zero:
4.092 – quatro mil e noventa e dois;
15.642.034 – quinze milhões, seiscentos e quarenta e dois mil e trinta e quatro;
b) quando os dois últimos ou os dois primeiros algarismos da última classe verbalmente
expressa forem zero:
2.001 – dois mil e um;
3.100 – três mil e cem;
70.000.500 – setenta milhões e quinhentos;
90.000.004 – noventa milhões e quatro;
95.000.400.000 – noventa e cinco bilhões e quatrocentos mil;
42.009.004 – quarenta e dois milhões, cento e doze mil e novecentos.
46.112.900 – quarenta e seis milhões, cento e doze mil e novecentos.
Nota – Entre as diversas classes, na ausência da conjunção e, emprega-se vírgula
(como, aliás, se observa nos exemplos dados):
1990 – mil, novecentos e noventa;
3.430 unidades – três mil, quatrocentos e trinta unidades;
R$2.472,80 – dois mil, quatrocentos e setenta e dois reais e oitenta centavos.
Segundo alguns autores, é dispensável a vírgula entre o milhar e a centena;
2.342 famílias – duas mil trezentas e quarenta e duas famílias.
Nota – Quando empregado como advérbio, equivalendo a um tanto, meio fica sempre
invariável: pessoas meio desconfiadas; questões meio confusas; história meio triste.
ZERO-QUILÔMETRO
AMBOS
ALÍQUOTA/ALÍCOTA, ETC.
Tanto faz escrever alíquota ou alícota, quociente ou cociente, quota ou cota, quatorze
ou catorze, quotidiano ou cotidiano; pois, em qualquer dos casos, ambas as formas são
registradas pela Academia Brasileira de Letras.
ORDEM DE GRANDEZA
Aplicando os conhecimentos
Conferindo as respostas
1. a) Caiçara; palhoças; araçazeiros; araçás; Ceci; Juçara; jirau/ jias; jiló; jerimuns;
assados.
b) discussão; analisaram-se; proposições; bissemanais; suspensão; demissões;
assegurar; produção; precaução, concessão; vantagens; financeiras; obtenção;
presença; convencionais.
c) finalizar; escassez; recursos; delicadeza; participação; franqueza; expuseram;
limitações; admissão; necessidade; redução.
d) Crianças; sujem; admissível; viajem; suja; viagem; certeza; Comissária; sutileza;
realizem; quiseram; encham; caixa; ameixas; abacaxis; cristalizados; náuseas;
trajeto.
e) margens; riacho; jibóia; rastejava; causando; dispersão; peixes; alimentação;
sinuoso; percebido; garças; esperteza; favorecia; regresso; almoço; assegurado.
2. a) inglês, Inglês
b) brasileiro, nordeste, Brasil
c) outubro, nacional, Setembro, Nação Brasileira
d) paulista, cariocas, dezembro, ilha, Fernando Noronha
e) praias, Praia, Itapuã, Salvador, Bahia, baia de Todos os Santos.
f) Presidente, deus-nos-acuda
g) Capital, República Brasileira, Brasília, abril, Juscelino Kubitschek de Oliveira
h) Norte, Uruguai, norte, Uruguai, brasileiros
i) Interior, Capital
j) povo, brasileiro, Decreto-Lei
l) Ilhéus, sul, capital baiana, Sul, Estado
m)Banco, Caixa
n) Palácio, Alvorada
o) português, Português, português, Português
p) Papa João Paulo, papas
q) governadores, Ministro, Educação
r) V. Exª
s) que, igreja
t) Igreja
u) carnaval, Idade Média
3. a) Cinco mil, seiscentos e setenta e oito reais e oitenta centavos
b) Doze mil, trezentos e vinte e dois reais e cinqüenta centavos
c) Trinta e três milhões, quatrocentos e setenta mil e oitenta e cinco
d) Oitenta e cinco milhões e seiscentos e setenta e oito
e) Século dezoito
f) Artigo quinto
g) Artigo vinte e três
h) Capítulo quinto
i) Vigésima sétima folha
j) Folha vinte e setembro
HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS
Acerca de: sobre, a respeito de. Falou-nos acerca de seus projetos políticos.
A cerca de: a uma distância (espacial ou temporal) aproximada de, tempo faltante. O
hotel fica a cerca de três quilômetros do centro da cidade. Estamos a cerca (= faltam
perto de) de sete meses das eleições parlamentares.
Há cerca de: faz aproximadamente (tempo transcorrido), existe(m) perto de. Este produto
foi lançado há cerca de dois meses. Há cerca de duzentas agências bancárias na cidade.
Aferir: avaliar, comparar, cotejar, medir; conferir (pesos, medidas, etc.) com os respectivos
padrões.
Auferir: colher, obter, tirar (lucros, etc.). Os exportadores de calçados auferiram grandes
lucros nos últimos anos.
Afinal: por fim, finalmente; enfim. Afinal (de contas), quando me devolverás o dinheiro?
A final: (expressão forense): no fim da demanda, por último, quando concluído o processo.
As custas serão pagas a final pelo vencido.
À medida que: à proporção que. À medida que envelhecemos, verificamos quanto vale a
vida.
Na medida em que: na proporção em que, uma vez que. Iremos crescendo em sabedoria
na medida em que aproveitarmos as lições da vida. Na medida em que não correspondeu
às expectativas dos consumidores, o produto deixou de ser fabricado.
Ao encontro de: para junto de; favorável a. Iremos ao encontro de amigos. Essas medidas
vêm ao encontro dos interesses dos consumidores.
De encontro a: contra; em prejuízo de. Ao caminhar distraído pela calçada, foi de encontro
a um poste e machucou o nariz. Não apoiarei esse projeto, pois ele vai de encontro aos
anseios dos trabalhadores.
Dominando a norma culta
O DESAFIO DA ESCRITA 28
A par: ciente, informado, prevenido; ao lado de, junto. Quero colocá-los a par de meu
programa de trabalho. Os dois caminhavam a par pelo canteiro central da avenida.
Ao par: em igualdade, em identidade, com o valor nominal (ações, títulos); de acordo
com a convenção legal, sem ágio, igual entre dois ou mais países (câmbio). Diz-se, por
exemplo, que uma ação está ao par quando seu valor de venda, real, coincide com o
nominal, lançado no papel.
À proporção que: à medida que. À proporção que o barco afundava, aumentava o pânico
dos passageiros.
Na proporção em que: na medida em que. As gratificações aumentarão na proporção em
que crescer teu índice de produtividade.
À-toa: sem préstimo, inútil; impensado, irrefletido; que não exige trabalho ou esforço,
fácil; desprezível, vil. Indivíduo à-toa; um servicinho à-toa.
À toa: ao acaso, a esmo, sem rumo. Pus-me a passear à toa.
Cível: relativo ao Direito Civil; jurisdição dos tribunais civis. Causa cível, ação cível; juízo
cível, câmara cível. Opõe-se a penal, ou criminal.
Civil: de cidadão, relativo aos cidadãos e às relações que mantêm entre si; cortês, polido,
social, civilizado.
Concertar: combinar, harmonizar, ajustar, arranjar; conferir (uma cópia com o original
para autenticá-la). Substantivo derivado: concerto (acordo, ajuste, combinação, pacto,
cotejo, conferência e autenticação, conseqüente, de cópia).
Consertar: remendar, restaurar, refazer. Substantivo derivado: conserto (remendo,
restauração, reparação).
Correto: certo, sem erro, que não tem necessidade de correção; íntegro. honesto.
Corrigido: que sofreu correção, que foi emendado.
Emitir: expedir, enviar, publicar, pôr em circulação (moeda, etc.). Substantivo derivado:
emissão (ato ou efeito de emitir, publicar, pôr em circulação).
Imitir: investir em, fazer entrar (na posse de algo). Substantivo derivado: Imissão (ato ou
efeito de colocar ou estabelecer na posse da coisa ou do direito).
Estada: permanência, demora de uma pessoa em algum lugar. Durante a minha estada
no Maranhão, visitei a cidade histórica de Alcântara.
Estadia: permanência de um navio no porto (sentido originário); permanência de veículo
em garagem; diária (de hotel, albergue, etc.).
Estrato: nuvem com o formato de uma longa faixa horizontal; segmento, camada. Notam-
se crises nos diversos estratos sociais.
Extrato: perfume, loção; resumo, síntese; produto concentrado. Publicaremos um extrato
do edital nos jornais do Estado.
Incerto: duvidoso, indeciso; não certo, vago, indeterminado. Encontra-se em lugar incerto
(= não conhecido, não determinado, a cujo respeito pode haver erro).
Inserto: inserido, incluído. O pronunciamento está inserto em todos grandes jornais do
Estado.
Infligir: aplicar, dar, impor (penas, punições, castigos, derrotas, reveses, dores, tormentos,
torturas, sofrimentos, etc.).
Infringir: transgredir, desrespeitar, violar (leis, regulamentos, normas, tratados, ajustes,
etc.). A lei inflige penas aos que a infringem.
Porque: visto que, já que, uma vez que, pois, pelo fato de que. Não lhe entreguei o
cheque porque não se identificou.
Porquê(s): motivo(s), causa(s). Desconheço o(s) porquê(s) dessas manifestações hostis
da platéia.
Por que: por qual motivo (fora do final da frase); pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas
quais. Por que as autoridades não coíbem esses abusos? São cada vez maiores as
dificuldades por que passam os trabalhadores.
Por quê: por qual motivo (em final de frase, sem artigo). Hoje estou meio triste, mas não
sei exatamente por quê.
Prescrever: determinar, receituar, ordenar, receitar; ficar sem efeito, anular-se, extinguir-
se (um direito, que se conservou sem exercício durante certo lapso de tempo).
Proscrever: condenar a degredo, desterrar; proibir, abolir, suprimir.
Prestador: aquele que dá algo por empréstimo (linguagem jurídica); o que realiza a
prestação.
Prestatário: aquele que recebe algo por empréstimo, que contrai empréstimo.
Senão: do contrário, caso contrário; exceto, salvo; mas, sim (após negação); defeito,
nódoa, mancha. Não estou aqui para criticar, senão (= mas, sim) para colaborar.
Se não: caso não. Se não chegarem a um acordo, a questão irá parar no judiciário.
Sobrescritar: endereçar (a carta); pôr sobrescrito (endereço) em. Quero que me sobrescrites
estas cartas.
Subscritar: pôr a assinatura debaixo de, subscrever.
Subentender: entender ou perceber (o que não estava exposto ou bem explicado); admitir
mentalmente, supor.
Subintender: dirigir; exercer as funções de subintendente.
Subtender: estender por baixo.
Tráfego: trânsito de veículos em vias públicas; fluxo das mercadorias transportadas por
aerovia, ferrovia, hidrovia ou rodovia; repartição ou pessoal que se ocupa desse transporte;
fluxo das mensagens transmitidas por determinado meio de comunicação.
Tráfico: comércio ou negócio ilícito, indecoroso (de escravos, escravas brancas,
entorpecentes, etc.).
Vendável: que se vende bem ou facilmente; que tem boa venda, boa saída.
Vendível: que se pode vender, que pode ser vendido.
Vultoso: grande, volumoso, que faz vulto. Despesas vultosas, investimentos vultosos,
quantias vultosas, etc. Vendeu a propriedade por vultosa soma.
Vultuoso: ataco de vultuosidade (congestão da face); vermelho e inchado (diz-se do
rosto).
Pode haver palavras constituídas por um único morfema: luz; rei; pé; mão, etc.
Já sabemos, pois, que cada parte da palavra ou morfema possui uma significação.
A vogal temática, nos verbos, indica a que conjugação este pertence: 1ª conjugação – a
–: (amar, cantar); 2ª conjugação – e –: (vender, crescer); 3ª conjugação – i –: (partir,
sorrir).
As vogais temáticas (–a), (–o), nos substantivos, não devem ser confundidas com as
desinências de gênero (–a), (o). Observe:
Além desses elementos (morfemas), podem ocorrer ainda na estrutura das palavras a
vogal ou consoante de ligação, que não possuem sentido mas servem para evitar
dissonâncias. Observe:
A importância dessas informações para quem redige é inquestionável, uma vez que,
conhecendo a estrutura das palavras e o processo de sua formação, ampliamos
consideravelmente o nosso vocabulário e o nosso conhecimento semântico (os significados
das palavras).
a) Derivação
a + vermelh = ar → avermelhar
↓ ↓ ↓
prefixo radicalsufixo
Para que se considere derivação parassintética, deve-se observar que a palavra não
existe apenas com um dos afixos; assim não existe “esclar” nem “clarecer” na língua
portuguesa. Caso haja a palavra com um dos afixos e depois se une o outro, tem-se
derivação prefixal e sufixal;
A derivação pode ainda ser regressiva, que ocorre pela redução da palavra primitiva, em
geral um verbo; exemplos:
Radicais gregos e latinos são morfemas lexicais originários dessas línguas que integram
o léxico (conjunto de palavras de uma língua) do português, mediante o processo de
formação de palavras denominado derivação ou composição.
Esse radicais trazem a significação básica dessas línguas e formam várias palavras na
língua portuguesa; como por exemplo: poliedro e multifacetado, que, em sua origem,
querem dizer a mesma coisa. Observe:
poliedro → origem grega: poli = muito; edro: faces, lados, portanto significa o que
tem muitos lados (figura geométrica);
Para que você amplie seus conhecimentos semânticos (sobre os significados das palavras)
e possa redigir com segurança quanto à concisão e à propriedade vocabular,
apresentaremos, a seguir, relações de radicais gregos e latinos mais comuns na formação
de palavras da nossa língua, sobretudo na linguagem técnica, científica e literária.
1. Radicais gregos
Grupo A
Grupo B
2. Radicais latinos
Grupo A
Grupo B
Para pesquisar a origem e significados dos elementos formadores das palavras, recorre-
se à etimologia que é a parte da gramática dedicada a esse estudo.
Ao consultar as listas dos radicais gregos e latinos, você deve ter observado que muitas
palavras são formadas pela junção de dois ou mais radicais, como por exemplo:
autobiografia, auto (de si mesmo), -bio (vida), -grafia (escrita, descrição); cronologia,
crono (tempo), -logia (discurso, tratado, ciência); portanto, autobiografia é a história de
vida contada pela própria pessoa, o autor; cronologia é o tratado das datas históricas.
Afixos
Como já vimos, os afixos podem ser classificados em prefixos, antes do radical e sufixo,
após o radical e, afixados ao radical, podem derivar várias novas palavras e significados
diferentes que, no entanto, mantêm o significado básico original. Observe: infeliz;
desprezar; fazendeiro; cafezal.
Infeliz é o contrário de feliz; portanto, o que não é feliz (ditoso, afortunado); mudou o
significado, porém, em relação ao significado básico original.
Desprezar é o contrário de prezar (ter em consideração) portanto, não ter consideração
(por algo ou alguém).
Fazendeiro é o proprietário da fazenda (grande propriedade rual).
Cafezal é plantação de café (fruto do cafeeiro que produz bebida).
Da mesma forma que os radicais, os prefixos podem ser de origem grega ou latina.
apresentaremos, a seguir, a relação dos principais prefixos gregos e latinos.
in- / im- / i- / ir- / em- / en- movimento para dentro ingerir, impedir,
imigrar, irromper
embarcar, enterrar
Alguns prefixos unem-se ao radical por meio do hífen, outros diretamente. Vejamos a
seguir, exemplos de ambos os casos.
Prefixos Exemplos
além além-mar
aquém aquém-fronteira
ex (quando indica estado anterior ou cessamento) ex-aluno
nuper (recentemente) nuper-falecido
pós (quando for tônico) pós-operatório
pré (quando for tônico) pré-datado
pró (quando for tônico) pró-socialista
sem sem-vergonha
vice vice-presidente
h. Prefixo que admite o hífen quando se junta palavra com significado autônomo ou
quando a pronúncia requer.
i. O prefixo co-
Não existe orientação quanto ao emprego do hífen com esse prefixo. Pelo uso, emprega-
se o hífen quando o co- tem o sentido de “junto de”, “de par” e o segundo elemento
possui vida autônoma na língua. Alguns exemplos: co-autor, co-educação, co-herdar,
co-inquilino, co-redator, co-proprietário, co-responsabilidade.
Casos especiais
4. Nas datas:
São Paulo, 25-4-98.
1968-1985
séculos XVIII-XX
5. Nas expressões formadas pela palavra não, desde que ela não tenha função de advérbio
e sim de um prefixo de negação, em substantivos:
não-agressão
não-me-deixes
não-me-toques
não-conformismo
não-ser
não-violência
Sufixos
amor: amoroso
b. Sufixos diminutivos:
-inho; -inha: mocinho, mocinha -ela: viela
-zinho, -zinha: pezinho, florzinha -eto, -eta: livreto, saleta
-acho: riacho -(z)ito, -(z)ita: cãozito, casita
-ejo: vilarejo -ote, -ota: fracote, velhota
-ucho: papelucho -isco: chuvisco
-ebre: casebre -ola:fazendola
-ico: namorico
3. Sufixo adverbial
5. Quando emprega em seqüência dois ou mais advérbios formados com o sufixo mente,
o usuário da língua pode juntar o sufixo apenas ao último adjetivo:
Desprezado por todos, ele se virou e saiu rápida e estrategicamente.”
(op. cit.)
Como você pôde observar, conhecer o significado dos principais prefixos e sufixos é
essencial para se redigir com clareza e precisão, uma vez que formam palavras pelo
processo de derivação.
Composição
Considerar-se-á composta a palavra formada por dois ou mais radicais e simples a formada
por um só radical. Veja os exemplos:
pé – 1 só radical → simples
moleque – 1 só radical → simples
pé-de-moleque – 2 radicais → composta
A composição por justaposição ocorre quando cada componente da nova palavra mantém
seus fonemas. Observe:
Hibridismo
Onomatopéia
Aplicando os conhecimentos
5. Indique o significado dos radicais latinos (1º elemento) das palavras abaixo e, em
seguida, o significado das próprias palavras. (Consulte o dicionário).
a) agrimensor _________________ _________________________________________
b) avicultor _________________ _________________________________________
c) cruciforme _________________ _________________________________________
d) eqüidistante _________________ _________________________________________
e) locomotiva _________________ _________________________________________
f) multifacetado _________________ _________________________________________
g) onipotente _________________ _________________________________________
h) pisicultor _________________ _________________________________________
6. Indique o significado das palavras, a seguir, considerando os radicais latinos que as
formam como primeiro e segundo elementos.
a) regicida ____________________________________________________________
b) arborícola ____________________________________________________________
c) frigorífico ____________________________________________________________
d) febrífugo ____________________________________________________________
e) velocípede ____________________________________________________________
f) carnívoro ____________________________________________________________
7. Considerando as frases, a seguir, explique o significado das palavras sublinhadas e
o de seus prefixos (Consulte o dicionário).
a. Os japoneses são antípodas aos brasileiros.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
b. O público lotou o anfiteatro durante o espetáculo de rock.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
c) O sapo é um animal anfíbio.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
d) Aquele senhor é arquimilionário.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
e) A bíblia relata o êxodo dos judeus do Egito.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
f) Este é um antibiótico para aplicação endovenosa.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
g) Aquele paciente sofre de hipertensão.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
h) Para se conseguir a eufonia, deve-se evitar a repetição das palavras em ão.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
i) Estes são os livros paradidáticos recomendados pelo professor.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
8. Indique o significado dos seguintes prefixos latinos e forme uma palavra com cada
um deles.
a) circum- ____________________________________________________________________
b) des- _______________________________________________________________________
c) in- _________________________________________________________________________
d) inter _______________________________________________________________________
e) retro _______________________________________________________________________
f) supra ______________________________________________________________________
g) vice _______________________________________________________________________
9. Cite, em cada caso, 3 exemplos de palavras formadas com:
a) sufixos aumentativos:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
b) sufixos diminutivos:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
c) sufixos formadores de coletivos:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
d) sufixos indicadores de profissão, agente:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
e) sufixos indicadores de lugar:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
f) sufixos indicadores de ação, estado ou qualidade:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
g) sufixos indicadores de origem, naturalidade:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
h) sufixos indicadores de abundância:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
i) sufixos indicadores de ciência, arte, doutrina, sistema político ou religioso:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
j) sufixos verbais:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
l) sufixo adverbial
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
10. Coloque Cj para composição por justaposição, Ca para composição por aglutinação.
a. ( ) pé-de-meia
b. ( ) dia-a-dia
c. ( ) planalto
d. ( ) guarda-pó
e. ( ) pernalta
f. ( ) cartão-postal
g. ( ) girassol
h. ( ) bem-me-quer
i. ( ) aguardente
j. ( ) maldistingüidos
11. Coloque H para hibridismo e O para onomatopéia.
a. ( ) bimbalhar
b. ( ) astronauta
c. ( ) zurrar
d. ( ) telefone
e. ( ) plim-plim
f. ( ) bigamia
Chave de correção
Não é objetivo deste curso esgotar cada um dos níveis da língua, mas abordar aspectos
necessários à redação competente, quer na correspondência empresarial e pessoal, quer na
produção de textos técnicos por necessidade acadêmica ou profissional. Assim, com relação
à Morfologia, consideramos suficientes as informações apresentadas.
Texto 4: SINTAXE
Sintaxe é a “parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si e a correta construção
gramatical”. (cf. Aurélio)
CONCORDÂNCIA
Concordância verbal
A norma geral reza que o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.
Se o sujeito for composto por diferentes pessoas gramaticais, o verbo vai para o plural
de acordo com a norma de prevalência. Observe:
Observação: Nesse caso, o verbo poderá ir também para a 3ª pessoa do plural, que é
a tendência da linguagem atual:
O gerente e tu representarão a Instituição.
↓ ↓
suj. comp. v. 3ª pes. pl.
-3ª e 2ª pes.
Casos particulares
1. Sujeito simples:
a) formado por expressão partitiva (uma porção de, parte de, a maioria de, etc.) ou
quantidade aproximada, o verbo pode ir para o singular ou para o plural:
A maior parte dos acionistas votou favoravelmente à negociação.
↓ ↓
sujeito verbo – 3ª pes. sing.
A maior parte dos acionistas votaram favoravelmente à negociação.
↓ ↓
sujeito v. – 3ª pes. pl.
b) formado por número percentual ou números fracionários, verbo concorda com o
numeral:
20% da população economicamente ativa adquiriram ações do Banco do Brasil.
↓ ↓
sujeito v. – 3ª pes. pl.
2/3 do alunado encontram-se inadimplentes.
↓ ↓
sujeito v. – 3ª pes. pl.
Observação: A tendência da linguagem jornalística atual é concordar o verbo com a
expressão que acompanha o numeral.
10% da população vive na miséria.
↓ ↓
sujeito v. – 3ª pes. sing.
Casos particulares
2) Sujeito composto
a) posposto ao verbo, este vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo:
Constam a passagem aérea, a hospedagem, a alimentação e o traslado do
↓ ↓
verbo-3ª pes. pl. sujeito composto, posposto ao verbo
pacote de viagem.
Consta a passagem aérea, a hospedagem e a alimentação do pacote de viagem.
↓ ↓
v.-3ª p. s. núcleo do sujeito composto mais próximo
b) formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar no singular
ou no plural:
A alegria e a felicidade brilhava em seu olhar.
↓ ↓
núcleos sinônimos v.-3ª pes. sing.
A alegria e a felicidade brilhavam em seu olhar.
↓ ↓
núcleos sinônimos verbo-3ª pes. pl.
c) formado por núcleos que constituem gradação de idéias, o verbo pode ficar no
singular ou no plural:
Uma hora, um minuto, um segundo custava a passar, na sua agonia da espera.
↓ ↓
núcleo = gradação de idéias verbo-3ª pes. sing.
Uma hora, um minuto, um segundo custavam a passar, na sua agonia da espera.
↓ ↓
núcleo = gradação de idéias verbo-3ª pes. pl.
d) formado por verbos no infinitivo, o verbo fica no singular:
Chegar atrasado e demorar no vestiário é normal para este operário.
↓ ↓
suj. formado p/ infinitivo v.-3ª pes. sing.
Observação: infinitivos precedidos de artigos ou antônimos o verbo poderá ir para
o plural:
O chegar atrasado e o demorar no vestiário são normais para este operário.
↓ ↓ ↓
art. sing. infinitivo art. inf. v.-3ª pes. pl.
Dominando a norma culta
O DESAFIO DA ESCRITA 63
e) formado por verbos antônimos no infinitivo, o verbo vai passar para o plural:
Chegar atrasado e sair cedo não são admitidos aqui.
↓ ↓ ↓
infinitivos antônimos v.-3ª pes. pl.
f) componentes do sujeito, resumido por pronome indefinido (tudo, nada, ninguém) o
verbo fica no singular:
Os diretores, os supervisores, os funcionários, ninguém faltou ao evento.
↓ ↓ ↓
suj. pron. ind. v. 3ª pes. sing.
O verbo ser pode concordar com o predicativo do sujeito e não com o sujeito. Observe:
A vida são os problemas diários. / A vida é os problemas diários. (As duas formas de
se realizar a concordância estão corretas).
Concordância nominal
Casos particulares
1. Os adjetivos anexo, obrigado, mesmo, incluso, quite e leso devem concordar com o
substantivo a que se referem:
a) Seguem anexas as declarações de renda dos sócios da firma.
↓ ↓
adj. fem. pl. subst. fem. pl.
Observação: A expressão em anexo é invariável:
Seguem, em anexo, as declarações dos diretores.
Segue, em anexo, a ficha do funcionário.
Denomina-se silepse a concordância que se faz com o sentido da palavra e não com a
forma gramatical. Pode ser de gênero, número ou pessoa.
O verbo deveria estar na 3ª pes. pl., concordando com o sujeito os poetas, no entanto o
falante se inclui entre os poetas, 1ª pes. pl.
Regência
Para se redigir bem é necessário conhecer a regência verbal e nominal, pois, muitas
vezes o emprego inadequado da regência pode interferir no significado da informação
que se deseja transmitir. Vejamos os principais casos de regência.
REGÊNCIA VERBAL
a) ASPIRAR
• Transitivo direto quando significa sorver, tragar, inspirar, exige objeto direto.
Elas aspiraram o perfume das flores.
↓ ↓
V.T.D O. D.
• Transitivo indireto quando significa pretender, desejar, almejar. O objeto indireto
não pode ser substituído por lhe / lhes e sim por a ele, a ela, a eles.
O supervisor aspira ao cargo de diretor executivo.
↓ ↓
V.T.I. O. I.
b) ASSISTIR
• Transitivo direto quando significa ajudar, prestar assistência, socorrer.
O médico assistia o paciente.
↓ ↓
V.T. O. D.
• Transitivo indireto quando significa ver, presenciar, estar presente, não admite
pronome lhe/lhes e sim a ele, a ela, a eles.
Os funcionários assistiram ao filme sobre segurança no trabalho.
↓ ↓
V.T.I. O. I.
• Transitivo indireto quando significa caber, perceber. Neste caso admite o pronome
lhe(s).
Assistia-lhe o direito a ocupar aquele cargo.
↓ ↓
V.T.I. O. I.
• Intransitivo quando significa morar, residir, habitar, seguido de adjunto adverbial de
lugar.
O papa assiste no Vaticano.
↓ ↓
V.I. adj. adverbial
Dominando a norma culta
O DESAFIO DA ESCRITA 69
c) ESQUECER E LEMBRAR
Transitivo direto
Eles esqueceram os livros em casa.
↓ ↓
V.T.D. O. D.
Vocês lembraram a data do concurso?
↓ ↓
V.T.D. O. D.
d) IMPLICAR
Transitivo direto quando significa acarretar, causar.
Este novo contrato implica aumento das atividades.
↓ ↓
V.T.D. O. D.
Transitivo indireto, uso mais comum no Brasil, nessa acepção, rege a preposição em.
Novos contratos implicam em aumento dos recursos.
↓ ↓
V.T.I. prep. O. I.
e) INFORMAR
Transitivo direto e indireto
Objeto direto – pessoa; objeto indireto – fato mencionado
Informar o diretor de sua decisão.
↓ ↓ ↓
V.T.D.I. O.D. O.I.
f) PROCEDER
Intransitivo quando significa ter fundamento, portar-se, provir de.
Os argumentos dos grevistas não procedem.
↓ ↓
sujeito V.T.I.
g) VISAR
Transitivo direto quando significa dar visto e mirar.
O gerente visou o cheque.
↓ ↓
V.T.D. O.D.
O arqueiro visou o alvo.
↓ ↓
V.T.D. O.D.
Transitivo indireto quando significa pretender, ter em vista, ter por objetivo.
As ações governamentais visam ao bem comum.
↓ ↓
V.T.I. O.I.
Esses objetivos visam à melhoria das ações.
↓ ↓
V.T.I. O.I.
Regência nominal
Alguns nomes podem apresentar dificuldades de regência, em geral aqueles que admitem
mais de uma preposição. Relacionaremos alguns, principalmente os mais usados em
correspondências, e as preposições regidas por esses nomes.
a) ADAPTADO – A, PARA
Este manual deve ser adaptado às novas tecnologias.
O livro foi adaptado para o teatro.
b) ALHEIO – A
A polícia permanecia alheia aos manifestantes.
c) ALUSÃO – A
Este texto é uma alusão aos avanços tecnológicos e à engenharia genética.
e) APTO – A, PARA
O candidato encontra-se apto ao cargo de supervisor.
A secretária mostra-se apta para realizar as tarefas solicitadas.
g) IMBUÍDO – DE, EM
Os competidores estavam imbuídos de espírito esportivo.
Imbuído nos preceitos legais, o advogado obteve a liberdade do réu.
h) PASSÍVEL – DE
Todo ser humano é passível de falhas.
i) PROPENSO – A, PARA
O diretor mostra-se propenso a conceder o aumento.
É um político propenso para grandes causas.
j) VINCULADO – A
Esta empresa é vinculada ao SPC.
Emprego da crase
A crase ocorre diante de expressões femininas que admitem o artigo a. A exceção ocorre
com os pronomes demonstrativos aquele, aquilo, como exemplificado acima.
a) locuções adverbiais
À tarde, as secretárias prepararam a sala para a reunião do dia seguinte.
As transações comerciais foram realizadas às claras.
c) locuções conjuntivas
À medida que os participantes chegavam, recebiam o crachá de identificação.
Não há crase:
1. antes de masculino:
“saíram a passeio”
“referem-se a ele”
Dominando a norma culta
O DESAFIO DA ESCRITA 73
3. antes de verbo:
“Saíram a resmungar.”
“Alguém esteve a comentar seu gesto.”
4. antes de indefinido:
“Vou apresentá-lo a uma atriz.”
“Deu a cada criança dois presentes.”
6. antes das formas de tratamento – Vossa Senhoria (v.sª), Vossa Excelência (V.Exª),
Sua Senhoria (S.Sª), Sua Excelência (S.Exª), Vossa Eminência (V.Emª) etc.:
“Remeto a V.Sª cópias do contrato;”
“Apresentamos a V.Exª novo projeto.”
Pronomes Demonstrativos
Exemplos
– Este (esta, estes, estas, isto) indica o que está perto da pessoa que fala (o falante
– primeira pessoa gramatical):
Nota – Na correspondência, este (esta, isto, estes, estas) indica o que está perto do
remetente:
Este Banco tem à disposição de seus clientes uma dezena de serviços em todas as
grandes cidades deste Estado.
– Esse (essa, isso, esses, essas) indica o que está perto da pessoa com quem se fala
(o ouvinte – segunda pessoa gramatical):
Nota – Na correspondência, esse (essa, isso, esses, essas) indica o que está perto do
destinatário:
Se V. Sa. não encontrar qualquer de nossos produtos nas lojas dessa cidade, telefone-
nos imediatamente.
– Aquele (aquela, aquilo, aqueles, aquelas) indica o que está perto da pessoa de
quem se fala (o assunto – terceira pessoa gramatical) e longe do falante e do
ouvinte:
Nota –Na correspondência, aquele (aquela, aquilo, aqueles, aquelas) indica o que está
longe do remetente e do destinatário:
b) Em relação ao tempo
Há duas semanas, estivemos em plena campanha política. Nesses dias, ninguém admitia
a possibilidade de derrota.
Essa medida (= exposta acima) visa a evitar que pessoas inescrupulosas usem o
nome de nossa Empresa para...
Dessa forma (= em razão do que se diz acima), solicitamos a V. Sas. que estudem a
possibilidade de...
Este indica o que se referiu por último; aquele se refere ao mencionado em primeiro
lugar:
Colocação pronominal
Embora na língua oral haja uma flexibilidade quanto a essa colocação, na língua escrita,
o grau de formalidade exige a observância às normas da língua culta.
Próclise
• Pronomes indefinidos:
Alguém se responsabilizou pelos convites.
• Conjunções subordinativas
O livro que me indicaram é ótimo.
Mesóclise
Emprega-se apenas no futuro do presente e no futuro do pretérito, desde que não haja a
obrigatoriedade da próclise:
Ênclise
• Com palavras que exija a próclise, pode-se colocar o pronome antes ou depois da
locução:
Antes:
Ninguém me permitiu deixar a festa antes do final.
Depois:
Não vamos deixá-los partir assim.
• Se a locução verbal vier precedida da palavra que exija a próclise, o pronome deverá
ser colocado antes dela:
Todos se haviam comprometido com a causa.
Aplicando os conhecimentos
Chave de correção
1. a) definimos l) decidiu
b) ficarão m) Batiam
c) chegaram n) batia
d) comparece o) Alugam-se
e) deveis p) Oferecem-se
f) serão/sereis q) Há
g) foram/fomos r) Neva
h) soube s) realizamos
i) convocaram t) recebeu
j) lidera u) Necessita-se
2. a) Chegaram / chegou
b) Discutirão / discutirá
c) refletem / reflete
d) evidenciam / evidencia
e) tiveram / teve
f) eram / era
g) são / é
h) são / é
i) fazem
j) corresponde
l) permanecia
3. a) quebradas / quebrados
b) desengonçados
c) bambos
d) desengonçada
e) incomparável / incomparáveis
f) frios / frio
g) na francesa
h) meio
i) bastantes
j) anexas
l) caro
m)caras
n) mesmas
o) necessária
p) sós.
4. a) assistiram ao filme
b) assistiram o réu
c) assiste em Brasília
d) esqueceram o dia da prova / se esqueceram do dia da prova
e) lembraram o compromisso do diretor / lembraram-se do compromisso do diretor.
f) Esqueceram-me as más lembranças do passado / Esqueceram-lhe as más lembranças
do passado.
g) visam ao / visam o
h) implica o / implica em (no)
i) informou os funcionários de suas... / informou aos funcionários suas...
j) procedem
l) procedeu à
m)A que visam...?
6. 1. à secretária
2. à manifestação
3. Às margens do rio
4. À proporção que
5. a reclamar
6. a cada secretária
7. a esta
8. a V.Sª
9. às vendedoras
10. a Natal / às vésperas do
7. 1. essa pasta
2. aquele dossiê
3. Esta Loja
4. Esse Setor de Vendas
5. Nesta semana
6. Nesse período
7. Naquela época
8. Essas medidas
9. Este aviso
10. Esta / esse / aquele
Amplie sua habilidade de redigir, construa sua competência de redação própria, tão
necessária ao crescimento pessoal e à atividade profissional, realizando, além deste, os
cursos o Desafio da Redação no Trabalho e o Desafio da Redação Acadêmica, também
produzidos pelo CETEB.
BIBLIOGRAFIA
FARACO & MOURA. Gramática. São Paulo: Ática, 11ª ed. 1998.