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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGIOCAS E DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E MOTRICIDADE HUMANA

GRUPO 2

BOGDAN, R.C.; BIKLEN, S.K. Notas de Campo. In: ______ Investigação qualitativa em
educação. Porto: Porto, 1994. p. 150-175.

Os autores fazem, no decorrer do texto, uma discussão sobre as notas de


campo, uma das ferramentas que pode ser utilizada em um trabalho de teor qualitativo.
Dentro delas há a descrição de pessoas, objetos, lugares, acontecimentos,
atividades e conversas, bem como o registro das idéias, estratégias, reflexões e palpites. Os
autores as definem como “o relato escrito daquilo que o investigador ouve, vê, experiencia e
pensa no decurso da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativo” (p. 150).
Os futuros pesquisadores são encorajados a não desistir antes de tentar realizar
uma nota de campo. Esta prática se aprimora com o tempo, onde só se aprende a escrever
escrevendo. Fatores como velocidade também tendem a melhorar com algum treino.
A nota de campo, construída em primeira pessoa, possui alguns conteúdos, que
são divididos em parte descritiva, que pode ser entendida como a parte mais extensa do
trabalho, na qual o observador/pesquisador dá o máximo de detalhes por escrito sobre os
sujeitos envolvidos, o espaço físico, os acontecimentos particulares, as atividades realizadas, e
até mesmo o seu próprio comportamento, que sempre causa algum impacto. Nessa descrição,
deve ser evitado o uso de palavras abstratas. Notas que oferecem boa descrição podem ser
denominadas como “notas de campo férteis”, que contem muitas provas e pistas.
A segunda parte é a reflexiva, mais subjetiva. Nela a ênfase se dá na
especulação, sentimentos, problemas, idéias, palpites, impressões e preconceitos. É
aconselhado que antes de começar a observação, o pesquisador faça um relato do que ele
espera observar, suas expectativas. Quando são assim descritas, podem ser posteriormente
comparadas com o que realmente virá a acontecer no decorrer das observações. Uma
descrição mais longa adicionada no fim das notas é denominada “memorando”. Esta segunda
parte deve conter reflexões sobre a análise, sobre o método, sobre conflitos e dilemas éticos,
sobre o ponto de vista do observador, além dos pontos de clarificação, onde o pesquisador faz
comentários buscando clarificar algum relato que esteja confuso, afim de uma melhor
compreensão. O pesquisador/observador deve ter em mente que suas notas nunca serão
totalmente puras.
É importante encontrar um equilíbrio entre a parte descritiva e a parte reflexiva
do material, para que o trabalho não se torne uma autobiografia, sendo que a parte reflexiva
tem como objetivo melhorar o estudo, e não tem um fim em si próprio.
Em relação ao formato das notas, os autores dizem que a primeira página deve
conter um cabeçalho, com informações como a data e hora, quem observou, onde observou,
dar um título, etc. Quanto mais parágrafos, mais fácil a codificação, tornando suas notas mais
úteis para análise. Essas “regras” podem ser mudadas de acordo com o objetivo do
pesquisador. Normalmente nas primeiras visitas ao locar a ser observado as notas são mais
extensas, pois não se tem ainda um foco a se seguir, mas com o tempo serão selecionadas as
prioridades da observação.
Um grande problema que encontramos ao realizar notas de campo é a
memória. É aconselhado que o processo de escrita seja feito logo após a observação, para que
o relato seja mais rico de detalhes. Os autores nos fornecem várias dicas: Não se deve falar
sobre sua observação, para não torná-la difusa; encontrar um locar tranqüilo com
equipamentos adequados na hora da escrita; dedicar um tempo somente para essa tarefa;
esboçar esquemas, fazer desenhos; etc.
Algumas pessoas utilizam como recurso o gravador. Pode ser uma maneira
eficaz de realizar uma nota mais rica, mas não podemos esquecer que tudo aquilo deve ser
transcrito posteriormente, e que resultará em um trabalho laborioso. O gravador é mais
aconselhado no caso de entrevistas, que são mais difíceis de captar de forma completa. Se
decidir adotar essa ferramenta na entrevista, devemos lembrar-nos de centrar em uma área
particular, para não ficar muito extenso.
Devemos também lembrar que as notas não são restritas a encontros formais.
Caso tenhamos uma conversa considerada relevante com algum professor, por exemplo, fora
do horário de aula, devemos adicionar essa conversa às notas.
“À medida que o estudo se desenvolve, deve possuir uma idéia melhor de qual
o seu foco e ser mais seletivo de forma sensível àquilo que datilografa” (p.175).

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