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Porquê envolver-se em argumentação?

Qual a razão de se argumentar, ou levar a cabo argumentação?


No presente contexto, por "argumentar", não queremos dizer discutir de modo aceso ou mal educado, mas sim dialogar
envolvendo o exame mais racional de uma questão.
Pode argumentar-se de modo a tentar convencer, persuadir, demonstrar uma ideia, pavonear o que sabemos, que um ponto de
vista nosso merece consideração, etc.
Mas argumentar não se restringe a uma determinada confrontação de pontos de vista fixos.
Numa situação escolar, argumentar significa tentar encontrar em conjunto uma compreensão mais precisa e informada da
questão que se encontra a ser discutida.
Pode-se aprender pela argumentação!
O que é a argumentação?
A argumentação envolve exprimir afirmações e establecer ligações entre elas, de modo a decidir até que ponto tais
afirmações deveriam ser aceites.
Ligações e raciocínios argumentativos
As ligações argumentativas entre afirmações, são de três tipos:
• ligações de apoio - quando a afirmação B está ligada à afirmação A por uma ligação de apoio, aumenta a
aceitabilidade de A;
Exemplo: a afirmação B "Os carros produzem poluição" apoia a afirmação A "Não se devia permitir a circulação de
carros no centro das cidades".
• ligações de ataque - quando a afirmação B está ligada à afirmação A por uma ligação de ataque, diminui a
aceitabilidade de A;
Exemplo: a afirmação B "Os deficientes motores deveriam poder fazer compras no centro das cidades" ataca a
afrimação A "Não se devia permitir a circulação de carros no centro das cidades".
• ligações indefinidas - são ligações que não são claras ou que não são argumentativas; não é claro que a ligação entre
A e B altere a aceitabilidade de A; geralmente, tentar inserir este tipo de ligações em gráficos argumentativos é de
evitar!
Exemplo: a ligação entre a afirmação A "Os carros poluem" e a afirmação "Há demasiados carros" não é definida
ou clara de um ponto de vista argumentativo; é possível imaginar como estas duas afirmações se poderiam constituir
numa ligação argumentativa, mas nesse caso seria necessário tornar essa relação mais explícita;
As ligações argumentativas baseiam-se em tipos de raciocínio - lógico, causal, probabilístico, etc. Por exemplo, se A apoia
B, então B poderia ser uma consequência lógica de A, mas tal não é certamente sempre assim.
Não aprofundaremos este aspecto aqui. O que é importante é não confundir ligações argumentativas com outros tipos de
ligações: verifique se a elaboração de uma afirmação e a sua ligação a outra alteraria a aceitabilidade desta última.
(Contra-)argumentos e teses
Uma afirmação que apoia outra designa-se por argumento, e uma proposição que ataca outra designa-se por contra-
argumento.
Uma afirmação que é apoiada e/ou atacada deste modo é designada por tese: geralmente consiste numa afirmação que é
contestada, duvidosa ou não obviamente aceitável com tal.
Exemplo:
• A John: Deveria impedir-se a circulação de carros no centro das cidades.
• B Julie: Mas os deficientes motores deveriam poder fazer compras no centro das cidades!
• C John: Mas os carros poluem!
A afirmação A "Deveria impedir-se a circulação de carros no centro das cidades." é uma tese, atacada por Julie com o
contra-argumento B "Mas os deficientes motores deveriam poder fazer compras no centro das cidades!" (B constitui a
razão da não aceitação de A), e apoiada por John com o argumento C "Mas os carros poluem!" (C é um argumento para a
aceitação de A).
Na argumentação pode existir somente uma tese em discussão, ou então haver várias teses "em conflito" (neste caso, cada
tese é de facto um contra-argumento de outra).
Teses principais e secundárias: atacar e apoiar os próprios (contra-)argumentos
Existe sempre uma tese principal ou questão principal a ser examinada ou debatida em qualquer argumentação.
De modo a responder a um contra-argumento relativamente a uma tese, pode produzir-se um argumento relativamente a essa
mesma tese.
Mas pode também responder-se através de um contra-argumento relativamente a esse contra-argumento. Neste caso, a tese é
apoiada indirectamente (prevenir ataques é uma forma de defesa).
Exemplo:
• A John: Deveria impedir-se a circulação de carros no centro das cidades.
• B Julie: Mas os deficientes motores deveriam poder fazer compras no centro das cidades!
• C John: E depois? Podem sempre pedir que as compras lhes sejam entregues.
Neste exemplo, em B Julie ataca a tese (principal) de John (A). Em C, John ataca a afirmação B de Julie, apoiando
indirectamente a sua própria tese, A.
A questão é se B - "os deficientes motores deveriam poder fazer compras no centro das cidades"- se pode transformar numa
tese secundária a ser discutida.
Argumentação e opiniões
A argumentação é concretizada através de opiniões, a favor e contra uma tese (principal ou local), argumento ou contra-
argumento.
Mas exprimir afirmações como (contra-)argumentos e exprimir opiniões são duas coisas distintas.
Na argumentação, nem sempre conceguimos exprimir claramente as nossas opiniões; por isso é conveniente exprimi-las
abertamente.
Exemplo:
• A John: Há bastantes carros nesta cidade.
• B Julie: Sim, também acho, até demais.
• C John: Achas? Não penso que sejam em número excessivo.
No início, embora John não tenha declarado a sua opinião relativamente a se pensava se era bom ou mau haver muitos
carros, Julie pensa que ele acha que há demasiados. Todavia, verifica-se mais tarde que tal não é verdade. Julie, contudo, não
exprime um argumento, mas só a sua opinião: exprimir opiniões não significa exprimir argumentos, e vice-versa.
De igual modo, formular uma afirmação como um argumento não implica necessariamente estar a favor da tese, e produzir
um contra-argumento não significa necessariamente estar contra a tese: pode-se argumentar com vista a avaliara questão em
causa, examinando os argumentos a favor e contra, sem necessariamente exprimir uma opinião clara relativamente a esses
argumentos. É possível argumentar no mundo das hipóteses.
Exemplo:
• A John: Deveria impedir-se a circulação de carros no centro das cidades.
• B Julie: Com efeito, produzem muita poluição.
• C John: Então és contra a proibição de carros no centro das cidades?
• D Julie: Não, na realidade não; é certo que poluem e essa é uma boa razão para os proibir; mas realmente não
penso que os deveríamos impedir de entrar no centro das cidades.
Enquanto em B, Julie expressa um argumento possível para a afirmação "Deveria impedir-se a circulação de carros no centro
das cidades", tal não significa necessariamente que ela seja a favor da tese expressa em A: "Deveria impedir-se a circulação
de carros no centro das cidades". Em resposta à questão de John em C, Julie formula a opinião explicitada em D, e poder-se-
ia imaginar que o debate poderia continuar com Julie a afirmar outros argumentos que justificariam a sua opinião geral
relativamente à tese em discussão.
Argumentação sobre ligações argumentativas
Embora, como se afirmou anteriormente, a argumentação consista principalmente no estabelecimento de ligações entre
afirmações de modo a criar teses e argumentos, pode também argumentar-se - i.e. criar ligações argumentativas - sobre as
próprias ligações. Neste caso, ou se apoia ou se ataca a própria ligação.
Exemplo:
• A John: Deveria impedir-se a circulação de carros no centro das cidades porque a poluição mata as pessoas!
• B Julie: Ok, concordo que a poluição mata, mas esse não é um verdadeiro argumento para impedir que os carros
entrem no centro das cidades. O fumo das chaminés das fábricas é bem pior!
Em A, John exprime a sua tese (impedir carros de circular no centro das cidades) e também fornece um argumento em seu
favor (a poluição mata).
Julie aceita o argumento (a poluição mata) mas diz que essa não é a razão para impedir os carros de circular no centro das
cidades (há outras coisas piores).
Assim, Julie é a favor da afirmação, mas não devido a esta conter uma ligação argumentativa de apoio relativamente à tese.
Embora não o diga explicitamente, poderá suspeitar-se que Julie tem uma opinião contra a própria tese (mas tal não é
forçosamente assim e a continuação do debate deveria esclarecer esta questão).
Estamos em presença de argumentação sobre a ligação argumentativa.
Elaboração de argumentos
Uma vez expresso, um argumento pode ser mais ou menos elaborado ou desenvolvido.
Um argumento (ou contra-argumento, ou tese) pode ser elaborado de várias maneiras, tornando-o mais claro, mais preciso,
apresentando as suas consequências, dando um exemplo concreto.
Para atingir os objectivos da argumentação - decidir aceitar ou não a tese - é obviamente melhor ser-se o mais claro possível
e elaborar argumentos nessa conformidade! Se não se percebe o que um argumento realmente significa, não se pode, em boa
verdade, afirmar até que ponto se está predisposto a aceitá-lo.
Exemplo:
• A John: Deveria impedir-se os carros de entrar no centro das cidades.
• B Julie: Ai sim? Pois eu não concordo.
• C John: Bom, acima de tudo estou a pensar nos jipes com tracção às 4 rodas. São esses que poluem mais.
Dado que John exprimiu uma afirmação que se assume como a sua tese (A), e uma vez que Julie exprime uma opinião que
lhe é desfavorável, ele elabora sobre o que quis dizer tornando mais preciso o tipo de carro a que se estava a referir; junta-lhe
também um argumento para a sua tese que fica mais bem definida (carros com tracção às 4 rodas poluem mais).
Resumo
• argumentação
• afirmação, aceitação
• ligações argumentativas: de apoio, de ataque, indefinidas
• argumento
• contra-argumento
• raciocínio
• tese: principal e secundária
• opinião
• argumentação sobre ligações argumentativas
• elaboração de argumentos

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