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Ficha do autor
Emerson Marçal Júnior é Engenheiro Civil formado pela Escola de Engenharia
de São Carlos – USP e Mestre em Hidráulica e Saneamento pela EESC – USP
EEA
EMPRESA DE ENGENHARIA AMBIENTAL
APRESENTAÇÃO
Nossa empresa está localizada em Rio Claro, interior do Estado de São Paulo
com acesso pelas rodovias Washington Luiz (SP 310) e Anhangüera (SP 330).
Nossos contatos são pelo PABX (0 55 19 3524 5327) ou pelo e-mail
(eea@eea.eng.br).
MS MG
PR
Oceano Atlântico
Assim sendo, podemos garantir a você, nosso cliente, que estamos atingindo
o nosso principal objetivo, que é solucionar a sua demanda na área ambiental de
forma definitiva.
M E IO A M B IE N TE
RECURSOS HÍDRICOS
• Cálculo do Q7,10.
SANEAMENTO
RESÍDUOS SÓLIDOS
Trabalhos realizados pelo departamento de RESÍDUOS SÓLIDOS da EEA –
EMPRESA DE ENGENHARIA AMBIENTAL.
• Disposição de lodo de ETE na agricultura;
• Projetos de fertirrigação;
• Compostagem;
• Projetos de aterro sanitário;
• Plano de coleta e reciclagem de lixo;
• Destinação de resíduos;
• Projeto de remediação de áreas contaminadas;
• Operação e terceirização de aterros e gerenciamento de resíduos sólidos;
ENGENHARIA CIVIL
ENGENHARIA DE SEGURANÇA
GEOLOGIA
P R I N C I P A I S P R O J E TO S R E A L I ZA D O S
PREFEITURAS
LOTEAMENTOS
Residencial Florença – Tomasi & Camargo – Sta. Rita do Passa quatro (SP);
- Gerenciamento da ETE.
DIBUSA – Santa Rita do Passa Quatro (SP);
- ETE para tratamento de efluentes de indústria de Pet.
Metalúrgica Barão Ltda. – Leme (SP);
- Projeto de tratamento de efluente de banho de tinta.
- Licenciamento Ambiental.
WIREX CABLE – Santa Branca (SP);
- Projeto e gerenciamento de ETEs;
Itaúna – Indústria de Papel;
- Gerenciamento Ambiental;
0.1. Introdução
O aluno participante deste curso deve ter uma visão global e cibernética que o
leve a entender a natureza de maneira diferente. Tentaremos aqui formar um tipo de
profissional que além de ótimo técnico, consiga entender que apesar da ciência, a
natureza é a mãe da sabedoria. O aluno perceberá com uma visão ampla, que a natureza
regula as nossas vidas e nos dá todas as possibilidades de desenvolvimento.
No contexto deste curso será mostrado que o entendimento do meio ambiente é
um tanto quanto complexo, sendo necessária noções de matemática, educação,
engenharia, biologia, química, sociologia, geologia, advocacia, economia, psicologia,
agronomia e filosofia.
Perceber o que é um desequilíbrio ecológico, “É de fundamental
é fator importante neste curso e saber a diferença importância conhecer
entre crescimento e desenvolvimento é fundamental a diferença entre
crescimento e
para um profissional da área de tratamento de desenvolvimento”
esgotos e meio ambiente.
Por fim, tratamento de esgoto é política, técnica e filosofia, sendo que nunca um
profissional da área conseguirá bons frutos, apenas com estações de tratamento de esgoto.
São necessárias leis, educação e principalmente respeito pelo meio em que se vive.
Apesar da técnica necessária para projetar os reatores, o entendimento das leis é
essencial para a escolha da área a ser implantada, da eficiência exigida e
consequentemente do tipo de tratamento. Verificam-se várias estações de tratamento de
esgoto com ótimo projeto e desempenho não enquadradas na lei devido a erros de
localização e desconhecimento das leis.
No item seguinte serão abordadas as leis necessárias para aprovação de um
empreendimento que cause danos ao meio ambiente. Deve-se entender principalmente o
CONAMA n º 20, não preocupando-se com a memorização deste, mas sim com o
entendimento de seu contexto.
0.2 Leis Ambientais.
O CONAMA n º 20 diz que os esgotos devem ser tratados, para que os rios
mantenham um padrão de acordo com o uso do homem, ou seja, um rio que serve
somente para navegação não tem a necessidade de ter uma qualidade para a recreação de
contato direto ou para o abastecimento humano.
A polêmica é gerada pois esta lei protege o homem e não o meio ambiente. Percebe-
se que os rios de classe 4 praticamente não têm restrições quanto ao lançamento de
esgotos. Os córregos urbanos em sua maioria têm classificação n º 4, e são as principais
vias de doenças, já que estão próximos a população e são a única opção para a
dessedentação dos animais urbanos.
Todo rio deverá ter uma classificação “Todo empreendimento,
cidade, indústria ou
de acordo com o padrão de qualidade
qualquer estabelecimento
desejado. Padrão de qualidade é a condição que despeje efluentes nos
que o rio ao receber um efluente tem de se rios deverão estar
comportar. enquadrados dentro do
padrão de qualidade do rio
O CONAMA n º 20 estabelece um atingido e do padrão de
padrão de emissão que se pode lançar em emissão do órgão poluidor”
qualquer corpo d’água independente do seu
padrão de qualidade.
A cobrança pelo uso da água será um instrumento de ajuda à despoluição dos
córregos, pois quem jogar esgoto no rio pagará por esta poluição, mesmo que esteja
dentro da legislação. Esta cobrança deverá ser normauizada e regularizada pelas Agências
de Bacias que estão sendo formadas pelos Comitês de Bacias Hidrográficas.
A discussão no momento é sobre a forma de cobrança; se será pela classe do rio,
vazão, carga orgânica, etc. A problemática está na forma de controle, pois a estrutura
fiscalizadora é pequena para a demanda existente.
Simplificando, quem não estiver enquadrado no CONAMA 20 será autuado e
responderá por processos criminais; já quem estiver enquadrado no CONAMA 20 pagará
somente pela poluição remanescente da Estação de Tratamento de Esgoto.
ART 1º - São Classificadas, segundo seus usos preponderantes, em nove classes, as águas
doces, salobras e salinas do Território Nacional:
Águas doces:
b) À harmonia paisagística;
c) Aos usos menos exigentes;
Águas salinas:
Águas salobras
a) Classificação: Qualificação das águas doces, salobras e salinas com base nos
seus usos preponderantes (sistema de classes de qualidade).
b) Enquadramento: Estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser
alcançado e/ou mantido em um segmento de corpo d’água ao longo do tempo.
c) Condição: Qualificação do nível de qualidade apresentado por um segmento
de corpo d’água, num determinado momento, em termos dos usos possíveis
com segurança adequada.
d) Efetivação do Enquadramento: Conjunto de medidas necessárias para colocar
e/ou manter a condição de um segmento de corpo d’água em correspondência
com a sua classe.
e) Águas Doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 %o.
ART 3º - Para Classe Especial são estabelecidos os limite e/ou condições seguintes:
- Coliformes: Ausentes em qualquer amostra
ART 4º - Para as águas classe 1, são estabelecidos os limites e/ou condições seguintes:
a) Material Flutuante, inclusive espumas não naturais: Virtualmente ausentes;
b) Óleos e graxas: Virtualmente ausentes;
c) Substâncias que comuniquem gosto ou odor: Virtualmente ausentes;
d) Corantes naturais: Virtualmente ausentes;
e) Substâncias que formem depósitos objetáveis: Virtualmente ausentes;
f) Coliformes: para uso de recreação de contato primário deverá ser obedecido o
Art. 26 desta Resolução. As águas utilizadas para a irrigação de hortaliças ou
plantas frutíferas que se desenvolvem rentes ao solo e que são consumidas
cruas, sem remoção de casca ou película, não devem ser poluídas por
excrementos humanos, ressaltando-se a necessidade de inspeções sanitárias
periódicas. Para os demais usos, não deverá ser excedido um limite de 200
coliformes fecais por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5
f) Coliformes: não deverá ser excedido um limite de 4000 coliformes fecais por
100 ml em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em
qualquer mês; no caso de não haver na região meio disponível para o exame
de coliformes fecais, o índice limite será de 20000 coliformes totais por 100
mililitros em 80 % ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em
qualquer mês;
g) DBO5dias 20º C até 5 mg/l O2.
ART 10º - Para águas de Classe 7, são estabelecidos os limites ou condições seguintes:
a) DBO5 dias a 20 º C até 5 mg/l O2;
ART 11º - Para as águas Classe 8, são estabelecidos os limites ou condições seguintes:
a) pH: 5 a 9;
b) OD em qualquer amostra não inferior a 3,0 mg/l O2;
c) Óleos e graxas: toleram-se iricidências;
ART 12º - Os padrões de qualidade das águas estabelecidos nesta Resolução constituem-
se em limites individuais para cada substância. Considerando eventuais ações sinergéticas
entre as mesmas, estas ou outras não especificadas, não poderão conferir as águas capazes
de causarem efeitos letais ou alteração de comportamento, reprodução ou fisiologia da
vida.
$ 1º - As substâncias potencialmente prejudiciais a que se refere esta Resolução,
deverão ser investigadas sempre que houver suspeita de sua presença.
$ 2º - Considerando as limitações de ordem técnica para a quantificação dos níveis
dessas substâncias, os laboratórios dos organismos competentes deverão estruturar-se
para atenderem às condições propostas. Nos casos onde a metodologia analítica
disponível for insuficiente para qualificar as concentrações dessas substâncias nas águas,
os sedimentos e/ou biota aquática deverão ser investigados quanto à presença eventual
dessas substâncias.
ART 13º – Os limites de DBO, estabelecidos para as classes 2 e 3, poderão ser elevados,
caso o estudo da capacidade de autodepuração do corpo receptor demonstre que os teores
mínimos de OD, previstos, não serão desobedecidos em nenhum ponto do mesmo, nas
condições críticas de vazão (Qcrit = Q7,10 onde Q7,10 é a média das mínimas de 7 dias
consecutivos em 10 anos de recorrência de cada seção do corpo receptor).
ART 14º – Para os efeitos desta resolução, considera-se “Virtualmente ausentes” e “não
objetiváveis” teores desprezíveis de poluentes, cabendo aos órgãos de controle ambiental,
quando necessário, quantificá-los para cada caso.
ART 17º – Não será permitido o lançamento de poluentes nos mananciais sub-
superficiais.
ART 18º – Nas águas de Classe Especial não serão tolerados lançamentos de águas
residuárias, domésticas e industriais, lixo e outros resíduos sólidos, substâncias
potencialmente tóxicas, defensivos agrícolas, fertilizantes químicos e outros poluentes,
mesmo tratados. Caso sejam utilizadas para o abastecimento doméstico deverão ser
submetidas a uma inspeção sanitária preliminar.
ART 19º – Nas águas de Classe 1 a 8 serão tolerados lançamentos de despejos, desde que,
além de atenderem ao disposto no artigo 21 desta Resolução, não venham a fazer com
que os limites estabelecidos para as respectivas classes sejam ultrapassados.
ART 20º – Tendo em vista os usos fixados para as classes, os órgãos competentes
enquadrarão as águas e estabelecerão programas permanentes de acompanhamento de sua
condição, bem como programas de controle de poluição para a efetivação dos respectivos
enquadramentos, obedecendo ao seguinte:
a) corpo de água que, na data de enquadramento, apresentar condição em desacordo com
a sua classe (qualidade inferior à estabelecida), será objeto de providências com prazo
ART 21º – Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta
ou indiretamente, nos corpos de água desde que obedeça às seguintes condições:
a) pH entre 5 a 9;
b) Temperatura: inferior a 40 º C, sendo que a elevação de temperatura do corpo
receptor não deverá exceder a 3 º C;
c) Materiais sedimentáveis: Até 1 ml/litro em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o
lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula,
os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;
d) Regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vez a vazão média do período
de atividade diária do agente poluidor;
e) Óleos e Graxas: óleos minerais até 20 mg/l e óleos vegetais e gorduras animais até 50
mg/l;
f) Ausência de materiais flutuantes;
ART 22º – Não será permitida a diluição de efluentes industriais com águas não poluídas,
tais como água de abastecimento, água de mar e água de refrigeração.
único – Na hipótese de fonte de poluição geradora de diferentes despejos ou
emissões individualizadas, os limites constantes desta regulamentação aplicar-se-ão a
cada um deles ou ao conjunto após a mistura, a critério do órgão competente.
Artigo 24º – Os métodos de coleta e análise das águas devem ser os especificados nas
normas aprovadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normauização e Qualidade
Industrial – INMETRO ou, na ausência delas, no Standard Methods for the Examination
of Water and Wastewater – APHA – AWWA – WPCF, última edição, ressalvado o
disposto no artigo 12. O índice de Fenóis deverá ser determinado conforme o método 510
B do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 16ª edição, de
1985.
Dos artigos 26º a 34º a Resolução trata sobre Balneabilidade.
ART 35º – Aos órgãos de controle ambiental compete a aplicação desta resolução,
cabendo-lhes a fiscalização para o cumprimento da legislação, bem como a aplicação das
penalidades previstas, inclusive a interdição de atividades industriais poluidoras.
ART 38º – Os estabelecimentos industriais, que causam ou possam causar poluição das
águas devem informar ao órgão de controle ambiental, o volume e o tipo de seus
efluentes, os equipamentos e dispositivos antipoluidores existentes, bem como seus
planos de ação de emergência sob pena das sanções cabíveis, ficando o referido órgão
obrigado a enviar cópia dessas informações a SEMA, a STI (mic), ao IBGE (SEPLAN) e
ao DNAEE (MME).
ART 39º – Os Estados, Territórios e o Distrito Federal, através dos respectivos órgãos de
controle ambiental, deverão exercer sua atividade orientadora, fiscalizadora e punitiva
das atividades potencialmente poluidoras instaladas em seu território, ainda que os corpos
de água prejudicados não sejam de seu domínio ou jurisdição.
ART 40º – O não cumprimento ao disposto nesta Resolução acarretará aos infratores as
sanções previstas na Lei n º 6938, de 31 de agosto de 1981, e sua regulamentação pelo
Decreto nº 88 351, de 01 de junho de 1983.
Um rio natural é aquele que não tem a interferência do homem, ou seja, não existe
matéria poluidora despejada. Nele convivem num total equilíbrio diversos tipos de
peixes, algas, plantas, microrganismos, bactérias e etc.
Com o despejo de esgoto nas águas, a quantidade de matéria orgânica aumenta
intensamente. Matéria orgânica de forma simplificada é considerada alimento para muitas
formas de seres vivos, o grande problema é que a taxa de reprodução de algumas espécies
é maior que a das outras. O crescimento acelerado de algumas bactérias e
microrganismos leva a mudança brusca no pH e a diminuição do nível de oxigênio no rio,
onde sem oxigênio poucas espécies vivem no sistema aquático.
“Desequilíbrio
Rio poluído
ecológico é o
aumento de
habitantes de
uma única
espécie e
Rio totalmente poluído conseqüente
desaparecimento
de outras.”
Na figura anterior verificamos que quando o rio está totalmente limpo, vivem em
equilíbrio, peixes, plantas e bactérias. O rio apresenta parâmetros suficientes para a
sobrevivência de cada espécie, mas quando inicia-se o despejo de esgoto, as bactérias que
estavam controladas pela falta de “alimentação” crescem demasiadamente, por estarem
recebendo matéria orgânica que é sua fonte de crescimento. Estas bactérias em ambiente
propício irão consumir o oxigênio, causando a morte dos peixes mais sensíveis.
Outro problema é o aumento da cor da água devido ao aumento da poluição, que
impossibilitará a entrada de luz solar e, portanto acarretará na morte das plantas
submersas.
Com o aumento da matéria orgânica e constante
diminuição dos níveis de oxigênio, ocorrerá cada vez
mais, uma queda no número de espécies.
Na fase crítica onde o rio é considerado
totalmente morto, o nível de Oxigênio Dissolvido é
menor que 2 mg/l e as bactérias aeróbias apresentam
dificuldades de sobrevivência. Nessa fase o rio está em
estado de anaerobiose, onde somente vivem espécies de
microrganismos que não necessitam de oxigênio para sua sobrevivência.
O rio fica negro, borbulha devido a liberação de gases, dentro dele já não existe
mais luz e oxigênio. Poucos animais conseguem sobreviver sob ele. Apenas algumas
espécies de bactérias e vírus são capazes de viver e o que era um meio em equilíbrio,
transforma-se em desequilíbrio ecológico.
O tratamento de esgoto depende de fatores políticos, e hoje com a mídia abrindo
espaço para eventos ligados à preservação ambiental ficam atraentes, as obras de
saneamento básico. A construção de estações de tratamento de esgotos juntamente com
seus respectivos coletores têm se tornado um fato, mas o problema é que os córregos
urbanos continuam poluídos após estes grandes e divulgados investimentos, levando a um
descrédito da população em relação ao órgão realizador. Acontece que os sistemas de
coletas são deficientes, e grande parte dos esgotos que deveriam estar indo para as
estações tratamento de esgoto são lançados nos córregos urbanos, sem um devido
tratamento. As principais formas de lançamentos irregulares são extravasores instalados
em poços de visitas, que entopem em época de chuva; Sub-bacias sem cota com o
interceptor obrigando ao lançamento direto no córrego; ligações prediais de esgoto
PH (Potencial Hidrogênico)
A medida do pH é a concentração hidrogênica das águas, o mesmo deve se
encontrar entre 6,0 e 8,0. Valores fora desta faixa tornam o meio extremamente seletivo
para vários seres vivos.
OD (Oxigênio Dissolvido)
Concentração de oxigênio dissolvido na água.
Alcalinidade
Em geral, quanto maior o valor da alcalinidade, maior será a capacidade da água
residuária manter seu pH próximo do neutro.
Nitrogênio
O nitrogênio apresenta-se principalmente como nitrogênio orgânico, nitrogênio
amoniacal, nitrito e nitrato. O nitrogênio orgânico ocorre em esgotos sanitários,
principalmente devido à presença de proteínas ou seus produtos de degradação como
poliptiptídeos e aminoácidos. A degradação desses compostos e de uréia gera nitrogênio
amoniacal. O nitrogênio amoniacal, pode estar presente em águas residuárias industriais
que utilizam sais de amônia ou uréia. As formas oxidadas de nitrogênio, (nitritos e
nitratos) podem estar presentes em efluentes de sistemas de tratamento aeróbios, ou nas
águas residuárias industriais. A presença excessiva de nitrogênio causa a eutrofização dos
corpos d’água, que é a proliferação de algas.
Fósforo
O fósforo encontra-se presente em águas residuárias, principalmente como
ortofosfatos e polifosfatos, bem como na forma de fósforo orgânico. A presença
excessiva de fósforo causa a eutrofização dos corpos d’água.
Sulfatos
O íon sulfato é um dos principais ânions presentes em águas naturais. Em
ambiente anaeróbio, os sulfatos geram sulfetos que são responsáveis por problemas de
corrosão, pela emissão de odor desagradável e que, dependendo da concentração podem
causar inibição a determinados processos biológicos como a metanogênese.
Óleos e Graxas
O termo óleos e graxas aplica-se a grande variedade de substâncias orgânicas que
são extraídas das soluções ou suspensões aquosas por hexana ou triclorofluoretano
(Freon). Hidrocarbonetos, ésteres, óleos, gorduras, ceras e ácidos orgânicos de cadeia
longa são os principais materiais que são dissolvidos por esses solventes.
Outras relações importantes são aquelas entre sólidos fixos e sólidos voláteis.
Relações SF/SV, SSF/SSV, SDF/SDV elevadas indicam a predominância absoluta de
material inerte na água residuária e a necessidade de sua separação prévia a fim de se
efetivar o tratamento biológico.
g) balanço de sólidos:
0.7 Questões:
2) Uma indústria altamente poluidora quer se instalar próximo a uma área de proteção ambiental, onde
existe uma numerosa variedade de espécies. Se uma indústria lhe contratar, qual decisão você defenderia?
a) Aceitaria o desafio de tratar os esgotos desta firma próximo a área escolhida ( );
b) Tentaria convencê-los de que seria ideal um estudo de viabilidade ambiental ( );
c) Negaria o pedido por ser perto de área de proteção Ambiental ( );
d) Mostraria que eles não conseguiriam as licenças de instalação ( );
e) NDA ( );
d) O efluente daquela indústria misturado ao rio não atenderá o padrão de qualidade estabelecido
( ) correta ( ) incorreta
9) O que você entende por desenvolvimento sustentável? Crescer e se desenvolver são sinônimos?
10) Uma cidade para ter qualidade de vida, necessariamente tem que ser desenvolvida?
11) Você acha que as pessoas morrem mais de diarréias, câncer e AIDS em cidades grandes ou pequenas
proporcionalmente? Justifique a sua resposta?
12) Você acha que as pessoas morrem mais de diarréias, câncer e AIDS em cidade desenvolvidas ou
subdesenvolvidas?
13) Somente as estações de tratamento de esgoto salvariam a qualidade de nossos rios? Justifique?
14) Em 1950 praticamente não tínhamos nenhum rio poluído, quantos anos você acha que levaríamos para
despoluí-los?
15) Se você fosse o Presidente da República qual seria seu plano para Despoluição de Córregos? Você
mudaria alguma das leis?
17) Que problemas ao Rio podem ser causados pela presença de nitrogênio e fósforo?
18) Faça um esquema de uma ETE completa (será questão do primeiro teste).
c) DBO = 1800 mg/l; DQO = 5000 mg/l; N = 100 mg/l; P = 200 mg/l
d) DBO = 180 mg/l; DQO = 1800 mg/l; N = 100 mg/l; P = 100 mg/l
23) Preencha:
Obs.: Todos os exercícios deverão ser feitos e enviados para a correção, o envio do capítulo seguinte
depende da correção dos exercícios. Dúvidas referentes ao texto e sugestões devem ser escritas juntamente
com as respostas dos capítulos.
1.1 Introdução:
a) Verificação no Local:
Para elaboração de projetos de pequenas comunidades ou indústrias que já tenham
prontas suas instalações, principalmente o sistema de coleta construído. A medição de
vazão pode ser de forma manual, com apenas um balde de volume aferido e um
cronômetro pode-se determinar a vazão de uma pequena comunidade.
Q ⇒ Vazão de esgoto;
V ⇒ Volume do recipiente;
T ⇒ Tempo de enchimento;
Q = V / T;
Para melhor precisão deve ser feito o maior número de amostras durante um dia.
O ideal é medir a vazão 24 vezes por dia durante 1 mês.
Ka = ( p2 – p1 ) / ( t2 – t1 );
P1 = População do penúltimo senso;
P2 = População do último senso;
P = P2 + Ka ( t – t2) onde T1 = ano do penúltimo senso;
T2 = ano do último senso;
T = ano da projeção;
P = População estimada para o ano de projeção.
Método bom para ser utilizado para uma estimativa do crescimento populacional
em no máximo 5 anos de projeção.
P = K / (1 + e a – b . t );
P0 = População relativa ao tempo T0 ;
0,4343 P0
O método é bom para estimativa em até 20 anos, apesar de que se deve sempre
comparar este método com o do prolongamento manual. Quanto maior o número de
informações sobre a população melhor será a estimativa da vazão.
P ⇒ população estimada;
q ⇒ Consumo per capita de água;
Q = p . q . cr / 1000 ( m3/d );
cr ⇒ Coeficiente de retorno de esgoto;
Q ⇒ Vazão do esgoto.
Q = p . q . cr / 86400 ( l / s );
Uma maneira de conseguir o valor mais real possível do consumo per capita (q) é
através da verificação real, ou seja, uma pesquisa nas edificações similares:
1. Escolhe-se residências ou indústrias com mesmas características da estudada;
2. Verifica a micromedição (através dos hidrômetros) em 12 meses;
3. Verifica a população do bairro ou unidade de produção da indústria estudada;
4. q = Volume micromedido / (365 dias x população) ou
5. q = volume micromedido / produção;
6. Verifica se sistemas produtivos são similares no caso de indústria e se população tem
mesma característica no caso de residências.
obs.: Caso seja inviável o estudo acima deve-se considerar o valor médio da tabela 2.
e) Vazão de projeto:
Sabe-se que a organização social faz com que os homens tenham atitudes
similares. A grande maioria da população usa a água próximo das 12:00 e das 18:00
horas, causando um pico de vazão em alguns horários como mostrado no gráfico 1.
Com a variação da vazão variando durante o dia, algumas unidades do sistema de
tratamento de esgoto devem ser projetadas para a vazão máxima. Deve-se considerar
também as variações de consumo pela mudança de hábito devido às variações de clima
nas diversas estações do ano.
Tendo sido prática a adoção dos seguintes coeficientes de variação da vazão média de
água:
K1 = 1,2 ( coeficiente do dia de maior consumo – devido principalmente a temperatura );
K2 = 1,5 ( coeficiente da hora de maior consumo – devido aos hábitos humanos );
K3 = 0,5 ( coeficiente da hora de menor consumo );
Assim:
Qmáximo-dia (Qdmáx) = K1 . Q ;
Qmáximo-horário (Qhmáx) = K1 . K2 . Q ;
Qmínimo ( Qmín )= K3 . Q.
Deve-se adicionar aos valores acima a vazão devida a infiltração na rede coletora
de esgoto. A norma NBR 9649 da ABNT, diz: “TI, Taxa de contribuição de infiltração,
depende de condições locais tais como: Nível de água do lençol freático, natureza do
C U RVA D E D EM AN D A C U R VA D E D E M AN D A
2 45 2 45
1,9 1,9
1,8 40 1,8 40
1,7 1,7
1,6 1,6
35 35
1,5 1,5
1,4 1,4
1,3 30 bom ba 1,3 30
TEMPERATURA
1,2 1,2
TEMPERATURA
DEMANDA
25 25
DEMANDA
2 45
1,9 2 45
1,8 1,9
40 1,8
1,7 40
1,7
1,6
35 1,6
1,5 35
1,5
1,4 1,4
1,3 30 30
1,3
TEMPERATURA
TEMPERATURA
1,2 1,2
DEMANDA
DEMANDA
1,1 25 1,1 25
curva de demanda curva de dem anda
1 1
0,9 20 temperatura 0,9 tem peratura
20
0,8 0,8
0,7 15 0,7 15
0,6 0,6
0,5 0,5
10 10
0,4 0,4
0,3 0,3
5 0,2 5
0,2
0,1 0,1
0 0 0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 11 12 13 1 4 15 16 17 1 8 19 20 21 22 23 24
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
GERÊNCIA DE OPERAÇÃO DE HORA GERÊNCIA DE OP E RAÇÃO DE
HORA
ÁGUA - SANASA - OPA Á GUA - S ANAS A - O PA
Como pode-se verificar nos gráficos acima, os valores de vazão de pico e mínima
deram 1,5 e 0,5 respectivamente, coerentes com os adotados nos projetos da cidade de
Campinas. Os gráficos foram monitorados pelo Eng º Emerson Marçal Júnior através de
Percebe-se que a única incógnita da equação acima é a vazão do rio, que pode ser
facilmente determinada com algumas análises de sólidos dissolvidos fixos.
O problema desta
Distribuição uniforme do sal metodologia é a quantidade
de sal a ser despejada no
rio, pois dependendo da
concentração pode-se não
ser aceito pelos órgãos de
controle.
Outro problema é que a condição de mistura no rio não seja a ideal, para isso é
necessário que a adição do sal seja feita uniforme em toda a seção desejada.
Para determinação da vazão instantânea de um rio com o mínimo erro deve ser
feito os dois métodos descritos acima. Lembre-se que a vazão do rio varia conforme as
variações sazonais, portanto estes métodos não podem ser usados para cálculo de
autodepuração ou como Q7,10.
c - Cálculo do Q7,10.
Q7,10 (l/s) = C . Xr . ( A + B). Qm; Q7,10 ⇒ vazão mínima anual de sete dias consecutivos
e período de retorno de 10 anos;
Qm = a + b . p (l/s . km2); Qm ⇒vazão média das mínimas anuais de um mês;
C ⇒ relação Q7,10 e Qm;
ou seja: Xr ⇒ coeficiente relativo ao período de retorno;
Q7,10 = C . Xr . ( A + B). ( a + b . p); A,B ⇒ coeficientes tabelados;
a,b ⇒ coeficientes tabelados;
p ⇒ precipitação pluviométrica anual( mm/ano).
O valor encontrado deve ser multiplicado pela área da bacia a montante do ponto
desejado para a instalação de uma estação de tratamento de esgoto. Na tabela abaixo
verificam-se os rios monitorados no Estado de São Paulo.
Tabela 7: Regionalização dos principais rios do Estado de São Paulo:
RIOS DE SÃO PAULO REGIÃO C
Aguapeí S Z
Alto Tietê (São Paulo até Piracicaba) G X
Baixo Tietê (Piracicaba até Mato Grosso) T Z
Itararé I Z
Jaguari K X
Mogi Guaçu N Y
Paraíba do Sul H Z
Paranapanema Q Z
Pardo (afluente do Paranapanema) L Z
Pardo (Efluente do Mogi) O Y
Peixe R Z
Piracicaba G X
Ribeira do Iguape E X
Santo Anastácio R Z
São José dos Dourados U Z
Sapucaí Mirim P Y
Turvo M Y
Fonte: Assessoria de Recursos Hídricos do DAEE (1984)
Caso os órgãos de controle não tenham dados relativos a área de influência da
bacia, e dependendo do tamanho do empreendimento, deve-se fazer o levantamento
planialtimétrico para verificação da área de influência.
Na falta de dados sobre o índice pluviométrico, deve-se adotar valores da região
mais próxima, com as mesmas características que a estudada. Deve-se tomar o máximo
cuidado para não cometer erros grotescos que podem levar ao super dimensionamento da
estação de tratamento de esgoto, ou até a inviabilização de um empreendimento. Pode-se,
também, ocorrer um subdimensionamento levando a ineficiência da estação de tratamento
de esgoto, causando no rio um desenquadramento e conseqüente desrespeito a legislação.
O projetista pode ser processado pelo artigo 33 da lei dos crimes ambientais.
Para a cidade de Campinas, interior do Estado de São Paulo um valor médio usual
é de 1300 mm/ano.
Matéria Orgânica
distância
Bactérias
distância
Oxigênio Dissolvido
distância
Cm ⇒ Concentração na misturo;
Crio ⇒ Concentração no rio antes da mistura;
Ce ⇒ Concentração no esgoto;
Cm = (Qrio . Crio + Qe . Ce) / (Qrio + Qe); Qrio ⇒ Q7,10 - Vazão crítica do rio;
Qe ⇒ Vazão média do esgoto;
Obs. As concentrações podem ser para vários
parâmetros como OD, DBO, DQO...
K2 ⇒ Coeficiente de reaeração;
K1 ⇒ Coef. de desoxigenação;
ODt = Cs – [ K1. DBOu ( e- k1 . T - e – k2 .T) + Do . e – k2 . T]; Do ⇒ Déficit inicial de OD;
K2 – K1 Cs ⇒ OD de saturação;
DBOu ⇒ DBO última.
Caso em algum ponto ODt for negativo o modelo de Streeter & Phelps passa a não mais
ser válido.
Átomos e
moléculas colóides Partículas suspensas
Suspensões ou
Soluções Poro papel
soluções Suspensões
propriamente fino
coloidais
ditas
µ m 10-1 100 10 102 103 104 105 106 107
Outra classificação dos sólidos pode ser feita de acordo com a sua
biodegradabilidade. Os sólidos podem ser biodegradáveis (voláteis) ou podem ser inertes
(fixos). Sólidos biodegradáveis são aqueles que entram em decomposição através da ação
de microrganismos. Sólidos inertes são aqueles que as bactérias não influenciam no seu
estado inicial.
Quase todo tipo de matéria orgânica é “Matéria orgânica é todo
biodegradável e pode ser retirada do esgoto composto que tenha carbono na
sua estrutura molecular”
através de tratamento biológico. A
Exemplo: C6H12O6
quantificação de matéria orgânica pode ser
feita através das análises de DBO, DQO, COT e SVT. A matéria orgânica pode ser
separada através de precipitação química, onde a matéria é coagulada, floculada e
posteriormente decantada ou pelo tratamento biológico aeróbio, anaeróbio ou facultativo.
O esgoto em geral tem uma formação complexa, além da M.O. apresentada, tem
também areia, sais, nutrientes e outros despejos das mais variadas origens. Nem sempre
consegue-se a retirada de todos os materiais numa única unidade, por este motivo as
estações de tratamento de esgoto são complexas, tendo várias unidades com objetivos
diferentes.
Tabela 12: Características de um esgoto doméstico
Parâmetro Unidade Valor médio no Brasil
Sólidos Totais mg/l 1200
Sólidos em suspensão totais mg/l 400
Sólidos em suspensão fixos mg/l 80
Sólidos em suspensão voláteis mg/l 330
Sólidos dissolvidos totais mg/l 800
Sólidos dissolvidos fixos mg/l 400
Sólidos dissolvidos voláteis mg/l 400
Sólidos sedimentáveis mg/l 15
DBO5 mg/l 350
DQO mg/l 600
Fósforo mgP/l 15
Nitrogênio Total MgN/l 50
Fonte: Experiência do autor na cidade de Campinas e cidade de São Carlos
Neste curso serão abordadas as estações elevatórias de esgoto convencionais, que são
a grande maioria das EEE instaladas no Brasil. As estações elevatórias convencionais
podem ser classificadas em:
- Poço seco:
- Conjunto motor-bomba de eixo horizontal;
- Conjunto vertical de eixo prolongado – bomba não submersa;
- Conjunto motor-bomba de eixo vertical – bomba não submersa;
Nível máximo
Válvula de gaveta
Extravasor
motor Válvula de retenção
Nível
mínimo
Bomba
- Poço úmido:
- Conjunto vertical de eixo prolongado – bomba submersa;
- Conjunto motor-bomba submerso.
Nível máximo
Válvula de gaveta
Extravasor
motor Válvula de retenção
Nível
mínimo
Bomba
60 a 200 HP 30 min
250 a 600 HP 60 min
Metcalf & Eddy Até 20 HP 10 min
20 a 100 HP 15 min
100 a 250 HP 25 min
> 250 HP Consultar fabricantes
H = Hg + H s ;
- Rendimento da bomba:
Obs. 1.: Para a escolha do tipo de bomba necessária é ideal consultar os fornecedores de
bombas com seus respectivos catálogos e curvas de rendimento;
Obs. 2.: Deve ser considerado a instalação de pelo menos 2 conjuntos motor-bomba;
1.11 Exercícios:
T(s) ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ 50 50 50 50 50
Horas 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
T(s) 50 25 25 25 25 25 25 ∞ ∞ ∞ ∞ ∞
Horas 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Obs: ∞ significa que não está saindo água da tubulação.
Censo:
1970 - 250000 habitantes; 1980 – 350000 habitantes; 1990 – 425000 habitantes;
1998 – 475000 habitantes.
10. No item d) da questão 7 não foi considerado a taxa de infiltração de água na rede
de esgoto. Para projetar a estação de tratamento de esgoto é necessário este valor.
Sabe-se que existem 100 km de rede de esgoto. Calcular a vazão média de projeto
(vazão média + vazão devido a infiltração)?
13. Para medir a vazão de um rio uma equipe de Saneamento fez algumas medidas
no rio:
Área da Seção ( m2) 10 11 12 15 14 14 8 9 9 8 8
Distância (metros) 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
T(s) 700 650 750 700 700 700 675 680 690 685 703 715 680 675 676 665 660 675 673 675
18. Dados:
Qrio = 5000 l/s; DBOrio = 10 mg/l; Qe = 10 l/s; DBOe = 1500 mg/l;
Calcular a concentração do rio após a mistura?
19. Dados:
Qrio = 5000 l/s; ODrio = 7 mg/l; Qe = 10 l/s; ODe = 1 mg/l; ODsaturação = 8 mg/l;
Calcular o déficit inicial de OD no rio?
21. Usando os dados das questões anteriores, traçar o perfil de oxigênio dissolvido
em função do tempo e da distância?
31)Dimensionar um poço de sucção de uma EEE que tenha uma vazão de 1 l/s e H =
10 metros;
Adotar: bomba;
32) Qual o conjunto motor – bomba poderia ser utilizado na questão anterior?
33. Qual o tipo de tratamento que você escolheria para este tipo de efluente?
Características dos esgotos sanitários antes do sistema de tratamento e concentrações máximas
admitidas do efluente tratado.
Constituinte Esgoto Bruto Efluente Tratado
(mg/l) (mg/l)
Sólidos Totais 800 200
Dissolvidos Totais 550 190
Dissolvidos Fixos 330 185
Dissolvidos Voláteis 220 5
Suspensos Totais 250 10
Suspensos Fixos 60 3
Suspensos Voláteis 190 7
Sólidos Sedimentáveis 10 0
DBO5 250 10
COT 150 3
DQO 450 45
Nitrogênio (Total) 45 <5
Orgânico 20 <1
Amoniacal 25 0
Esgoto:
DBO5 = 300 mg / l
OD = zero mg/l Rio classe 4
Q = 100 l/s
Rio:
Qr = 100700 l/s
Rio classe 3 a
Qr = 30000 l/s
Esgoto:
b DBO5 = 300 mg / l
OD = zero mg/l
Q = 120 l/s
12. FORTES, J., CUNHA, C. (1994). Influência das águas continentais sobre as regiões
costeiras: Enfoque da legislação atual. Qualidade de águas continentais no
Mercosul. ABRH publicação n º 2, dez. 1994. 420p.
2.1 Introdução.
- Lodos ativados;
- Reatores anaeróbios.
a) Gradeamento:
Deve-se também calcular, a perda de carga, nos casos em que a grade fica 50 %
suja; isto é, quando a velocidade do fluxo se torna duas vezes maior.
45 º a 60º
afluente
Sólidos retidos
Efluente
Peneira estática
- Peneiras rotativas:
Nesta peneira, o efluente penetra através da parte superior da peneira, atravessa as
fendas, sendo recolhido na caixa inferior. Os sólidos são removidos por uma lâmina
raspadora, sendo recolhido em um vaso coletor.
Para dimensionar as peneiras rotativas, é necessário saber a taxa de aplicação, que
é determinada pelo fabricante.
A = área da tela;
A = Q / I onde Q = vazão (m3/h);
I = Taxa de Aplicação (m3 / m2. dia)
Partículas discretas são aquelas que durante a sedimentação, não alteram sua
forma, peso ou volume.
Nos sistemas de tratamento de esgoto doméstico, partículas discretas são quase
totalmente constituídas de areia, que surge através do sistema de coleta mau construído.
Outras partículas discretas são os cereais, muito encontrados em indústrias
alimentícias.
As partículas discretas devem ser retiradas antes do processo biológico, devido as
suas características abrasivas; por serem inertes e tenderem a se acumular nos sistemas de
tratamento.
As partículas de areia devem ser removidas, nas unidades de tratamento
preliminar, denominadas caixas de areia ou desarenadores. Essas unidades são
dimensionadas a partir do conhecimento da velocidade de sedimentação das partículas.
Tabela 4: Velocidade de sedimentação em relação ao tamanho da partícula:
Tamanho das partículas Fórmula de Allen Valores práticos
1,0 mm 8,5 cm/s 10 cm/s
0,5 mm 4,3 cm/s 5 cm/s
0,3 mm 2,6 cm/s 3 cm/s
0,2 mm 1,7 cm/s 2 cm/s
0,1 mm 0,9 cm/s 1 cm/s
a- Caixa de Areia e Desarenadores:
Planta Baixa
Corte
Gradeamento, Caixa de Areia e Calha
Curso de Tratamento de Esgoto 99
Parshall
EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br
onde
H = ( Q / k)1 / n;
Tabela 5. Valores de n e k:
W N K
3” 1,547 0,176
6” 1,580 0,381
9” 1,53 0,535
1’ 1,522 0,690
2’ 1,550 1,426
Para caixas de areia, o valor adotado para a boa eficiência deve variar entre 600 e
1200 m3/m2.dia, ou seja, em cada m2 de área superficial, é possível passar uma vazão
entre 600 e 1200 m3/dia. No caso de uma caixa de areia com área de 5 m2, pode-se ter
uma vazão entre 3000 e 6000 m3/dia.
Considerando-se:
velocidade = 0,30 cm/s;
Q/A = 1150 m3/m2.dia (0,0133 m/seg);
É possível obter uma eficiência de 90 %, na remoção de partículas maiores que 0,25 mm.
Se L = 0,3 . hmáx / 0,0133, então L = 22,5 . hmáx;
18 45,7 144,9 142,0 76,2 102,6 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 4,25 696,2
24 61,0 152,5 149,6 91,5 120,7 91,5 61,0 91,5 7,6 22,9 11,89 936,7
Os líquidos, as pastas e demais corpos não miscíveis com a água, mas que têm
peso específico menor, e portanto tendem a flutuar na superfície, podem ser retidos por
dispositivos muito simples, denominados caixas de gordura.
Os esgotos domésticos possuem grande quantidade de óleos, graxas e outros
materiais flutuantes. Existe então, a necessidade da remoção destes materiais para se
evitar: obstruções dos coletores, aderência nas peças especiais das redes de esgoto,
acúmulo nas unidades de tratamento e principalmente aspectos desagradáveis no corpo
receptor.
As características de uma caixa de gordura dependem, da localização onde será
instalada, do tipo de efluente e da quantidade de esgoto a ser tratado.
Os principais sistemas são:
- Caixa de gordura domiciliar;
- Caixa de gordura coletiva;
- Remoção de gordura nas unidades de tratamento;
- Tanques aerados ou flotadores;
- Separadores de óleo.
Suas características físicas devem ser dimensionadas para as seguintes condições:
- Capacidade de acumulação de gordura entre cada limpeza;
- Condições de tranqüilidade hidráulica;
- Entrada e saída projetados para permitir escoamento do efluente;
- Distâncias mínimas respeitadas;
Para óleos vegetais, animais e minerais, cuja densidade é próxima de 0,8 g/ml,
basta a detenção de 3 minutos nas unidades até 10 l/s, de 4 minutos para unidades até 20
l/s e de 5 minutos para unidades maiores que 20 l/s.
Para temperaturas maiores que 25º C pode-se adotar tempo de detenção maior,
sendo o máximo de 30 minutos.
O fundo do tanque deve ser fortemente inclinado em direção à saída, para evitar o
acúmulo de sólidos sedimentáveis. Caso não seja possível a inclinação do fundo deve-se
efetuar limpezas periódicas.
As caixas podem ser circulares ou retangulares; deve haver uma entrada afundada
para evitar a turbulência e uma saída também afundada, para arraste dos sólidos
sedimentáveis.
A área necessária é a vazão máxima dividida pela velocidade.
- Dicas operacionais:
Para facilitar a operação e diminuir os problemas causados pela gordura, são
necessárias as seguintes medidas:
a) fazer vistoria a cada 3 dias;
b) O período máximo entre as limpezas da gordura deve ser de 30 dias;
c) Valores acima de 30 dias devem ser amplamente justificados pelo operador;
d) A cada ano esgotar totalmente a caixa para retirada de matéria depositada no fundo;
e) Em caso de entupimento, inserir fluxo contrário ao normau através da tubulação de
saída;
f) Verificar se dados de projeto equivalem aos de operação.
2.4 - Decantadores.
Os decantadores são unidades dimensionadas, para que o líquido tenha uma baixa
velocidade, possibilitando assim, a sedimentação de algumas partículas.
Partículas floculentas são aquelas, que podem variar sua velocidade de
sedimentação, devido à modificação de sua forma, dimensão e densidade, durante o
processo de sedimentação. A abrangência do fenômeno é a floculação, que depende da
possibilidade de choques entre as partículas. Esses efeitos podem ser quantificados,
através de testes de sedimentação, não sendo possível equacioná-los, em função das
características das partículas e do fluido; ao contrário do que ocorre com as partículas
discretas.
O teste é efetuado em colunas de sedimentação, com altura igual a do decantador
a ser construído. Comumente, são utilizados tubos de 150 mm de diâmetro, e 3,0 m de
altura, com tomadas de amostras a cada 30 cm. O líquido deve estar totalmente
misturado, logo no início do experimento, de maneira que a concentração deste, seja igual
em qualquer ponto do tubo.
As amostras de todos os pontos de amostragem devem ser retiradas, em intervalos
de tempo pré-fixados. Tais amostras são analisadas, para determinar a concentração de
sólidos totais em suspensão. Para cada amostra calcula-se a porcentagem removida,
lançando-se os valores obtidos em gráfico de profundidade, versus o tempo. Pode-se
Para se projetar um decantador, deve-se adotar 0,65 como fator de escala para
TES e 1,75 como fator de escala para t.
5% 5%
Canaleta Central (5 %)
motor
afluente
efluente
2.4 - Flotação.
1 2 3 4
Fr
F2
F2
F1 F1
Velocidade
Partícula sedimentando Agregação ar partícula Floco menos denso ascensional
Saída do
material
flotado
efluente
Compressor Câmara de flotação
de ar
bomba
afluente
Saída do
material
flotado
efluente
Câmara de Câmara de flotação
Saturação
bomba
afluente
efluente
Câmrara de Câmara de Flotação
Saturação
afluente
Pressurização Total do
Afluente
Curso de Tratamento de Esgoto 112
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Câmara
Saturação efluente
afluente
Pressurização da Recirculação
Válvula de
segurança
Os fatores mais importantes na geração de bolhas de gás são: ventosa
Câmara de Saturação
EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br
A formação de agregado estável, entre uma ou mais bolhas de gás e uma partícula
ou floco requer, a ocorrência de colisão entre ambos e a subseqüente aderência
permanente, entre as fases gasosa e sólida.
O encontro (colisão suave), entre bolha e partículas é facilitado pelo gradiente de
velocidade na unidade. Esses gradientes de velocidade podem resultar, do escoamento
contínuo na unidade ou do movimento ascendente das bolhas de gás, em relação ao
movimento descendente das partículas ou flocos.
É evidente, que as concentrações de bolhas e flocos afetam a freqüência de
colisões; entretanto, no tratamento de águas residuárias, ambas as fases estão presentes
em intensidade suficiente, para não transformarem-se em fatores limitantes. Portanto,
raramente é necessário, o aumento da concentração do número de bolhas, ou da
concentração de partículas, ou mesmo da intensidade do escoamento, para se atingir a
freqüência crítica (ideal) de colisão.
A aderência entre as partículas/flocos e as bolhas de gás depende, das forças
resultantes na interface gás-água-sólido, as quais resultam das forças físicas de atração e
das forças físico-químicas de repulsão. Essa etapa é predominantemente controlada por
fenômenos químicos, do que por fenômenos físicos.
A energia de adesão cresce, com o aumento da tensão superficial, nas superfícies
sólido-líquido e gás-líquido, e com o decréscimo da tensão superficial na interface gás-
sólido.
Onde,
A/S: relação ar-sólido em mg . mg-1;
Sar: solubilidade do ar, em ml . l-1;
F: fração de gás dissolvido a uma dada pressão, usualmente 0,5 a 0,8;
P: pressão absoluta em atmosferas;
Flotador retangular
Enjôo 50 a 100
Irritação Respiratória 100 a 300
Edema Pulmonar 300 a 500
Sistema Nervoso Atacado 500 a 1000
Letalidade 1000 a 2000
a) Coleta e disposição:
A mais antiga técnica de tratamento dos gases é a coleta e disposição na atmosfera.
No caso de pequenas estações, pode-se coletar os gases, através de tubulações especiais,
sendo esses, levados para local aberto, para que não venha a incomodar seres humanos.
O gás diluído na atmosfera, não apresenta mais o efeito ofensivo, anteriormente
presente em locais fechados.
b) Tratamento Químico:
- Peróxido de Hidrogênio:
A experiência tem mostrado, que 1,5 a 4 mg/l de peróxido de hidrogênio oxida 1
mg/l de H2S. A reação com peróxido de hidrogênio é rápida e requer tempo de
detenção de 15 minutos em pH neutro.
Comparado ao cloro, a utilização do peróxido é mais econômica, devido ao menor
tempo de reação.
- Sais metálicos:
A concentração de 4,5 mg/l de Sulfato Ferroso é o suficiente, para a remoção de 1
mg/l de H2S.
A adição de sais exige equipamentos, como bomba dosadora, agitador mecânico e
tanque de estocagem.
- Permanganato de potássio:
- Ozônio:
Além de oxidante o ozônio é um ótimo desinfetante; é tóxico aos seres humanos,
em concentrações maiores que 1 ppm. A dosagem típica para o esgoto doméstico é
de 1 a 4 ppm de ozônio para 1 ppm de gás formado.
c) Tratamento Biológico:
- Oxidação biológica:
No tanque de aeração, de um processo de tratamento biológico aerado, o sulfeto é
oxidado a sulfato, explicando-se assim o porquê dos processos aeróbios exalarem
menos cheiro do que os anaeróbios. Nas estações que apresentam tanques de reação
aeróbios, o problema ocorre nas fases do tratamento preliminar.
- Filtração biológica:
Os filtros biológicos
para tratamento dos gases
Saída de ar
podem ser, abertos ou
fechados na sua parte
superior.
Gotejamento de água O gás canalizado passa
por um controlador de
pressão, para impossibilitar
assim, a passagem de faíscas
Canalização
dos gases Meio Suporte ou chamas, para dentro do
para bactérias reator. Esta é uma medida de
Controle
daTratamento
Curso de pressão de Esgoto 120
Dreno
EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br
Câmara Material
Úmida Suporte
Distribuição
do gás
- Controle
Ar limpo do odor com carvão ativado:
Um bom material a ser
utilizado, que resiste à corrosão, é
Carvão a fibra de vidro.
Ativado
Como recheio interno pode-
se usar o carvão ativado. A camada
Ar com odor
2.6 Exercícios:
7. Explique Desinfecção.
13. Calcular a área de uma peneira rotativa na qual o fabricante considera uma Taxa de
Aplicação Superficial de 35 m3/m2.h e população de 10000 habitantes.
14. Calcular a área de uma peneira estática na qual o fabricante considera um Taxa de
Aplicação Superficial de 20 m3/m2.h e população de 10000 habitantes.
15. Dimensionar uma caixa de areia para uma população de 10000 habitantes? Considerar
a colocação de um medidor Parshall.
18. Dimensionar uma caixa de gordura para ser limpa a cada 3 meses e com uma carga de
30 Kg/dia.
29. Dimensione uma unidade de tratamento de gases para uma população de 10000
habitantes, que terá seu efluente líquido tratado por processo anaeróbio.
Referências Bibliográficas.
13. FORTES, J., CUNHA, C. (1994). Influência das águas continentais sobre as regiões
costeiras: Enfoque da legislação atual. Qualidade de águas continentais no Mercosul.
ABRH publicação n º 2, dez. 1994. 420p.
3.1 Introdução:
Foi visto até o momento, uma introdução ao tratamento do esgoto. Foi verificado
como quantificar, caracterizar e preparar o esgoto para o tratamento final.
Antes de entrarmos nos projetos de estações de tratamento de esgoto é necessário
que o aluno conheça fundamentos de hidráulica e cinética dos reatores.
A hidráulica é exaustivamente vista no curso de engenharia civil. Já, cinética dos
reatores é estudada no curso de engenharia química e devido aos processos serem
biológicos são, portanto, abordados nos cursos de biologia.
O capítulo 3 dará ênfase ao balanço de massa, à cinética e hidráulica dos reatores.
O capítulo 4 abrangerá os processos biológicos.
O item 3.1.1 será apenas uma revisão das principais fórmulas químicas,
necessárias para o dimensionamento de algumas unidades do tratamento de esgoto.
m1 = massa do soluto;
Pm = 100 * m1 / m ;
m = massa da solução;
m = massa do soluto + massa do solvente.
Curso de Tratamento de Esgoto 128
EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br
- Titulação (T):
m1 = massa do soluto;
T = m1 / m; m = massa da solução;
m = massa do soluto + a massa do solvente.
m1 = massa do soluto;
Cv = 100 * m1 / V ; V = volume da solução;
V = volume do soluto + volume do solvente.
m1 = massa do soluto;
C = m1 / V ; V = volume da solução;
V = volume do soluto + volume do solvente.
3.1.2 Estequiometria:
massa de produtos: 6 CO + 6 H O 2 2
C = 12; H = 1; O = 16;
C6H12O6 = (6x12) + (12x1) + (6x16) = 180g
6 O2 = 12x6 = 192g
massa de reagentes 372g OK
6 CO2 = (6x12) + (12x16) = 264g
6 H2O = (12x1) + (6x16) = 108g
massa de produtos 372g OK
Generalizando a estequeometria de uma reação, esta pode ser representada pela equação:
aA + bB + cC +.... → pP + qQ + rR...
onde: A, B, C, ... = espécies reagentes;
P, Q, R, ... = espécies produzidas;
a, b, c, ... . p, q, r, ... = coeficientes estequeométricos;
aA + bB + cC + ... + pP + qQ + rR = 0
Aplicando-se ao exemplo, tem-se:
(-1mol)(180g/mol)+(-6moles)(32g/mol)+(6moles)(44g/mol)+(6moles)(18g/mol) = 0;
3.2 Tempo de Detenção Hidráulico:
Q T = V / Q;
Curso de Tratamento de Esgoto Q T = dias; 131
V V = M3;
Q = M3/dia.
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TDH = V / Q;
As Zonas Mortas são os locais com TDH maior que o ideal e os Curto Circuitos
são os locais de TDH menor que o ideal.
Quanto maior for o volume de zonas mortas, curtos-circuitos e canais
preferenciais, maior será a fração de moléculas que permanecem na unidade, durante
tempo (t) diferente do TDH. Nessas condições, dependendo do objetivo da unidade, os
processos e operações esperados podem não ser eficientes. Para muitas das unidades de
Zona Morta
Traçadores são substâncias (por exemplo, o NaCl), cuja presença no líquido pode
ser detectada com precisão e cujas características permanecem inalteradas na unidade de
tratamento, durante a realização dos ensaios em que são utilizadas.
Os fenômenos de adsorção e reações químicas envolvendo o traçador, não podem
ocorrer durante o ensaio. Verifica-se, a resposta na saída, de reatores ideais frente à
alimentação com traçadores.
Uma determinada substância pode ser um excelente traçador para uma
determinada unidade e inadequado para outras. Assim, cuidados especiais devem ser
tomados na escolha do traçador para estudos hidrodinâmicos de unidades de tratamento
biológico ou físico-químico, pois fenômenos tais como, adsorção no lodo ou no meio
suporte (quando existentes), e reações químicas ou bioquímicas envolvendo o traçador,
não podem ocorrer durante o ensaio.
Em geral, o traçador ideal possui as seguintes propriedades:
- É facilmente miscível no líquido e não altera significativamente, as
características do escoamento do fluido na unidade, nem suas propriedades, tais como,
densidade, viscosidade, temperatura, etc.
- Não afeta a velocidade das reações químicas que ocorrem na unidade, nem
provoca inibição ou toxicidade na biomassa presente em unidades de tratamento
biológico, não alterando a velocidade ou as taxas das reações bioquímicas.
a) b) c)
tubular mistura completa fluxo arbitrário
C C
C
Co Co Co
to t to t to t
d) e) f)
to t to t to t
alimentação instantânea do traçador
3.5 Hidráulica dos Reatores.
A reação no reator processa-se com vazão de entrada não nula e igual a vazão de
saída. O tempo de detenção das partículas é igual ao tempo de detenção hidráulico. São
reatores com largura desprezível, quando comparadas ao seu comprimento.
Os reatores tubulares apresentam a dispersão longitudinal igual a zero, ou seja,
uma gotícula de água ou uma partícula caminham dentro do reator, em sentido totalmente
linear.
Fluxo disperso
Reatores Tubulares
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Q1 = Q2 = Q3 = Q4 = Q5 = Q6
Q1 Q5
Q3
Q2 Q4
CFSTR
Curso de Tratamento de Esgoto 138
4. Balanço de Massa:
Acontece, que este exemplo é muito simples e poderia servir para controle de
sistemas mais complexos, para isso usou-se o tempo como fator estimativo.
Exemplo 2: Numa Rodoviária entram 1000 pessoas por hora, durante a manhã e
saem somente 800 por hora no mesmo período. Portanto, em 4 horas quantas pessoas
estariam acumuladas dentro da rodoviária?
Acúmulo = Entrada – Saída = 1000 x 4 - 800 x 4 = 4000 – 3200 = 800 pessoas estarão
acumuladas dentro da rodoviária.
Este exemplo, ainda é muito simplificado, pois existem outros parâmetros a serem
analisados em outros tipos de situação.
Em locais onde nascem e morrem pessoas, podem ser adicionados na formulação
matemática os parâmetros de consumo e geração.
A taxa de geração “r” será definida, através de processos que envolvem reações
químicas.
naturais, lagos de estabilização e qualquer outro fenômeno que tenha uma geração ou
consumo de massa.
A taxa ou velocidade com que uma reação química acontece é de grande
importância em todas as fases do gerenciamento da qualidade da água. Como exemplo,
pode-se colocar que o projeto de um processo de tratamento deve permitir a ocorrência da
reação processada, em período adequado à taxa de ocorrência da mesma e os reagentes
deverão encontrar-se na relação estequeométrica exata ou em excesso.
Reações Homogêneas:
São reações que ocorrem numa única fase (líquida, sólida ou gasosa).
Nas reações homogêneas os reagentes são distribuídos continuamente, mas não
necessariamente de forma uniforme, por todo o fluído.
Reações Heterogêneas:
vi : mol / l . t;
k : constante de velocidade;
α β
vi = K [A] [B] , onde: [ ] : concentração molar em mol / l;
α , β : expoentes empíricos.
As constantes α e β são utilizadas para definir a ordem da reação, com relação
aos reagentes individuais A e B, respectivamente. Geralmente α = a e β = b. Os
expoentes α e β são usualmente, iguais a zero, um ou dois. Entretanto, valores
fracionários são observados esporadicamente. Num exemplo, caso a velocidade de uma
r = taxa da reação;
k = constante da reação;
N
r=kC onde:
C = concentração do reagente;
n = ordem da reação.
Curso de Tratamento de Esgoto 145
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C = Co / ( 1 + k * TDH) ou
TDH = 1/K . ((Co / C ) – 1).
dc/dt = 0 e r = K . C2;
0 . V = Q . Co – Q . C – K . C2 . V, como V = Q . TDH;
0 = Q . Co – Q . C – K . C2 . TDH . Q; corta-se a vazão de todas as expressões;
Co = C – K . C2 . TDH
TDH = (Co – C) / K . C2.
dc/dt = 0 e r = K . C2
dc / d(TDH) = - K.C2 → integrando-se dC de Co a C e d(TDH) de zero a TDH →
1 / Co – 1 / C = - K . C2;
C = Co / ( 1 + K . TDH . Co) ou;
TDH = (1 / K) . ( (1 / C) – (1 / Co)).
6. Relembrando:
a. Lagoa Facultativa
O uso da lagoa facultativa é uma solução simples e de baixo custo, isto quando se
dispõe de área com topografia adequada e custo acessível. Esta técnica exige o uso de
tratamento preliminar, provido de grade e desarenador.
Esta é uma alternativa simples para a construção, e que exige operação mínima,
sem qualquer necessidade de se contratar operador especializado.
c. Lagoa Aerada
Esta diminui a necessidade de grande área, mas em conseqüência da utilização de
aeradores, aumenta o seu custo de operação.
A lagoa aerada quando procedida de decantador primário, pode ter o tempo de
detenção menor, porém, quando somente se usa grade e caixa de areia, normalmente é
empregado um tempo de detenção hidráulico maior.
Na aeração há produção de lodo biológico, que tem de ser removido antes do
lançamento dos efluentes no corpo receptor. Por este motivo emprega-se uma segunda
lagoa que tem como função a retenção e digestão desse resíduo.
d. Lodos Ativados
Lodos ativados baseia-se em processo biológico aeróbio e parte do princípio que
deve ser evitada a fuga descontrolada de bactérias ativas, produzidas no sistema e que,
f. Tratamento Eletrolítico
Essa alternativa explora os fenômenos físicos e químicos que ocorrem em cubas
eletrolíticas, possibilitando a ocorrência várias reações de oxi-redução, além de liberação
de gases, da migração de íons, da flotação, da corrosão dos eletrodos, e das reações
secundárias. O conjunto dessas ações leva a formação de lodo, sendo este separado do
líquido, através da flotação ou decantação.
g. Biodigestores Anaeróbios
h. Fossas Sépticas
As Fossas Sépticas são unidades de escoamento horizontal e contínua, que realiza
a separação de sólidos, decompondo-os anaerobiamente. A fossa séptica não é um
simples decantador ou digestor, mas sim, uma unidade que realiza simultaneamente
várias funções como: decantação e digestão de sólidos em suspensão, que irá formar o
lodo, sendo este acumulado na parte inferior, ocorrerá a flotação e uma retenção de
materiais mais leves e flotáveis como: óleos e graxas, que formarão uma escuma na parte
superior. Os microrganismos existentes serão anaeróbios e ocorrerá a digestão do lodo,
com produção de gases.
i. Tanque Imhoff
Os tanques Imhoff possuem funções idênticas às unidades de tratamento primário,
apresentado no mesmo tanque, a decantação e digestão de sólidos, funcionando como se
fossem unidades separadas. Apresenta grandes vantagens em relação as Fossas Sépticas,
devido a ausência de partículas de lodo no efluente, a não ser em operações anormais. O
efluente líquido apresenta geralmente eficiência variando com as seguintes reduções:
sólidos suspensos (50 - 70%), remoção de DBO (30 - 50 %). Seus principais problemas
referem-se a grande quantidade de sólidos flutuantes e acumulação de escuma.
j. Filtro Anaeróbio
l. UASB
O Reator Anaeróbio de Manta de Lodo (UASB) é uma unidade de fluxo
ascendente, que possibilita o transporte das águas residuárias através de uma região que
apresenta elevada concentração de microrganismos anaeróbios.
O Reator deve ter seu afluente criteriosamente distribuído junto ao fundo, de
maneira que ocorra o contato adequado entre os microrganismos e o substrato. O reator
oferece condições para que grande quantidade de lodo biológico fique retida no interior
do mesmo em decorrência das características hidráulicas do escoamento e também da
natureza desse material que apresenta boas características de sedimentação, sendo esta a
m. Cloração
Apesar de somente em 1880 ter sido demonstrado, que determinadas bactérias
eram a causa de doenças específicas, desde 1832 dispõe-se de informações sobre a
utilização de soluções de cloro na desinfecção de hospitais e também ampla utilização
durante a grande epidemia de cólera, ocorrida na Europa em 1831. Na Inglaterra, em
1879, Wilian Soper usou óxido de cloro para o tratamento de fezes de pacientes
portadores de febre tifóide, antes da disposição no esgoto.
Em escala de projeto, a primeira utilização do cloro como agente desinfetante de
esgotos sanitários foi realizada em Hamburgo (Alemanha), em 1893. Desde então, o uso
do cloro em águas residuárias teve um crescimento vertiginoso, em decorrência do
desenvolvimento de técnicas apropriadas. Em 1958, nos Estados Unidos, servindo a uma
população de mais de 38 milhões, empregaram esse método de desinfecção (Campos,
1990)
O cloro pode ser usado no tratamento de águas residuárias para uma série de
outras finalidades além da desinfecção, dentre os quais, o controle do odor, remoção de
DBO, controle de proliferação de moscas, destruição de cianetos e fenois e remoção de
nitrogênio.
O uso do cloro tem como problema, a produção de compostos de cloro que podem
provocar danos à vida aquática.
n. Radiação Ultravioleta
O. Lagoas de Maturação
São utilizadas, como tratamento complementar de efluentes secundários. Devem
ser dimensionadas com taxas de carregamento orgânico muito inferior às empregadas
para dimensionamento de lagoas facultativas.
Normalmente, se empregam duas lagoas em série, com profundidade variando
entre 1 e 1,5 metros, com função de melhorar a qualidade do efluente e de possibilitar
maior eficiência na remoção de patogênicos.
7.0 Exercícios:
14. Um reator batelada é usado para determinar o coeficiente padrão para a seguinte
equação paralela:
1
A B
2
C
Se as reações são classificadas como sendo de 1 ª ordem, use os dados abaixo para
determinar K1, K2 e [C]
T (Min) 0 2 4 8 16
[A] (mol / l) 1 0,55 0,30 0,09 0,01
[B] (mol / l) 0 0,3 0,47 0,61 0,66
16. NH3 é um constituinte muito comum em águas residuárias, e muitas vezes reage com
ácido hipocloroso em solução, para formar monocloro-amido. A constante K encontrada
experimentalmente foi de 5,1 x 106 l / mol x s a 25 º C, a reação é a seguinte:
NH3 + HClO → NH2Cl + H2O
Com base nesses dados, responda:
a) Qual a ordem total da reação?
b) Qual o decréscimo percentual de “v” se a concentração dos reagentes diminui 50 % ?
c) Determinar o valor de K, se as concentrações forem expressas em mg / l.
20 . Comparar reatores PFR, CFSTR e CFSTR em série, para reações de ordem nula,
primeira ordem e segunda ordem.
23. A concentração de DBOu de um rio entrando no primeiro dos dois lagos conectados em
série é igual a 20 g/m3, a reação é de 1a ordem com coeficiente K = 0,35 d-1 e cada lago é
considerado como um CFSTR. Determine o valor da DBOu na saída de cada lago. No estado
estacionário, o rio tem uma vazão de 4000 m3/ dia, e os volumes dos lagos são de 20000 e
12000 m3 respectivamente.
24. Estime a redução de bactérias, durante a passagem de esgoto que inicialmente continha 10
organismos/ml, por 3 lagoas em série. O volume das 3 lagoas são 10000, 20000 e 60000 m3
respectivamente. A vazão é de 1000 m3/dia e é considerado no estado estacionário com reação
de 1a ordem e considerado próximo a um CFSTR.
8. Bibliografias consultadas:
14. FORTES, J., CUNHA, C. (1994). Influência das águas continentais sobre as
regiões costeiras: Enfoque da legislação atual. Qualidade de águas continentais no
Mercosul. ABRH publicação n º 2, dez. 1994. 420p.
Biomassa: é a associação de seres vivos, formando uma quantidade de matéria viva, com
volume e superfície definidas.
Ecossistema: são longos processos de adaptação entre as espécies e o meio. São dotados
de transformação, evolução e regularização. Dentro de certos limites podem resistir a
modificações nas condições de vida.
Os seres vivos são formados por um elevado grau de organização de átomos nas
moléculas e destas entre si, com a capacidade de agir sobre o meio, de maneira a
transformar substâncias estranhas à sua natureza em substâncias constituintes à sua
estrutura. Os seres vivos são separados em 3 reinos: animau, vegetal e protista, mas
podem ser classificados pelas suas propriedades de nutrição, crescimento, reprodução e
irritabilidade.
SERES VIVOS
aeróbios anaeróbios
Autotróficos:
673 kCAL
6 CO2 + 12 H2O C6H12O6 + 6 H2O + 6O2
CLOROFILA
O oxigênio liberado na fotossíntese é parcialmente usado para a respiração vegetal
e o restante é liberado para o meio.
Para o meio aquático, não é suficiente somente o O2 proveniente do contato do ar
com a superfície aquática, muitas vezes é necessário que existam vegetais subaquáticos,
que produzam oxigênio para a respiração dos peixes e outros tipos de vida animau.
Heterotróficos:
Tem como principais fontes nutricionais os aminoácidos, gorduras e açúcares.
Através de ação mecânica, as substâncias se transformam em matéria pastosa, iniciando-
se assim, a digestão química que promove a redução das partículas, através da
fragmentação das moléculas mais complexas em outras mais simples e menores, capazes
de atravessar o aparelho digestivo e penetrar no sangue ou nas células.
Os elementos químicos responsáveis pela redução das partículas são as enzimas
ou fermentos digestivos. A digestão é feita em duas etapas, uma ácida (Ex: estômago), e
outra alcalina (ex.: intestino).
Respiração facultativa: Alguns habitantes podem variar sua respiração entre aeróbia e
anaeróbia. Eles podem inclusive ter uma respiração intramolecular. Esses
microrganismos são importantes, principalmente para o reconhecimento de ambientes
pobres em oxigênio como por exemplo, nas águas que recebem despejos ou esgoto
doméstico, ou ainda, para reconhecer a condição vigente no fundo de lagos e rios.
H2 CO2 metanogênico
- O Ciclo da Vida:
1. Vegetais (autotróficos) transformam minerais em M.O.;
2. Heterotróficos (bactérias-fungos) transformam M.O. em minerais;
M. O. vegetal ou Amônia , Fonte para os
animau carbonato e CO2 organismos
autótrofos
microrganismo
s
Fonte de energia
Curso de Tratamento de Esgoto dos 168
Animais e vegetais
heterotróficos
O ciclo da vida
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Metabolismo: é a soma dos processos físicos e químicos pelos quais os seres são
mantidos e produzidos (Alimento + energia = manutenção e reprodução).
- Bactérias:
- Algas:
- Fermentação alcoólica:
- Fermentação acética:
É a transformação de álcool em ácido acético, por influência da Acetobacter aceti em
meio aerado.
C2H6O + O2 → C2H4O2 + H2O
- Fermentação Láctica:
- Fermentação butírica:
É a transformação de matéria orgânica complexa, em ácido butírico.
C6H12O6 → 2 CO2 + 2 H2 + C4H8O2 ( fermentação anaeróbia)
C2H6O + C4H4O2 → C4H8O2 + H2O ( fermentação anaeróbia )
- Fermentação fórmica:
Nitrosomonas Nitrificação.
Nitrobacter Nitrificação
Achromobacter Desnitrificação.
N º de
micror.
bactérias
Ciliados livres
Flagelados Ciliados fixos
rotíferos
Tempo
Carga
convencional
Alta carga Baixa carga
Devemos lembrar que existem outros fatores que podem interferir na massa
bacteriana, sendo esses:
- Concentração de matéria orgânica presente no substrato;
- Quantidade de oxigênio presente dentro do reator;
- Características físico-químicas do afluente (temperatura, pH, alcalinidade, etc.)
- Carga orgânica aplicada;
- Carga hidráulica aplicada.
4. 5. Crescimento Bacteriano.
Caso seja colocado num reator tipo batelada, um pequeno número de bactérias, e
este mesmo reator sejam alimentados com substrato suficiente para o crescimento das
bactérias, deve-se conseguir a curva de crescimento bacteriano demonstrada no gráfico
abaixo.
Nº de células
Síntese endogenia
1 2 3 4
tempo
µ
µ
m
µ m/
2
ks S
envelhecem mais rapidamente, outras que se duplicam mais rapidamente, sendo que no
sistema existem várias espécies com diferentes características.
Quando existe a falta de substrato, uma parcela das células são consumidas por
outras para a obtenção de energia necessária para a sua própria manutenção. Por este
motivo, a taxa de crescimento teve que ser melhor definida. Deve-se considerar um
decréscimo na massa celular (consumo) que é chamado de decaimento endógeno.
Em sistemas contínuos, deve-se subtrair de µ , o coeficiente de respiração
endógena, obtendo-se:
µ =µ m . ( S / (ks + S)) - b, onde: b = Decaimento endógeno
Obtém-se:
µ = 1 / θ c = Y. q – b;
Os parâmetros Y e b são facilmente obtidos da literatura ou por meio de ensaios
específicos.
Para processos aeróbios, y varia de 0,05 a 0,1 e b de 0,01 a 0,05 d-1.
Os parâmetros qmáx e taxa de utilização específica do substrato, são
extremamente variáveis, dependendo de fatores nem sempre conhecidos. O mesmo
ocorre com KS. Portanto, para cada tipo de sistema, devem-se obter os parâmetros
específicos que irão depender das características do reator, das características do
substrato e das características da biomassa.
V . dX / dt = Q . X0 – Q . X + V . (dX / dt)r
DX / dt = zero; X0 = zero.
Situação de equilíbrio:
0 = - Q . X + V (µ m . X . S / (ks + S) - Kd . X);
Q . X = V (µ m . X . S / (ks + S) - Kd . X);
Q/V=µ m . S / (ks + S) - Kd ;
1 / TDH = µ m . S / (ks + S) - Kd ;
Situação de equilíbrio:
S0 – S = TDH [ K. X. S / (Ks + S) ];
S0 – S = ( TDH . K . X . / µ m ) . ( 1 / TDH) + kd ];
S0 – S = X . 1 / Y . ( 1 + TDH . kd );
X = [( So – S) . Y] / (1 + TDH . Kd)
A tabela acima mostra que apenas os processos aeróbios são capazes de produzir
compostos estáveis que consomem oxigênio. Como no processo de nitrificação e
remoção de sulfeto para sulfato, que só pode ocorrem com a presença abundante de
oxigênio.
Valores usuais:
Processos aeróbios - Lodos Ativados - θ c > 5 d;
Lagoas Aeradas - θ c > 3 a 5 d;
Processos anaeróbios - θ c > 20 d.
Ou
Tabela 4.6 - Valores usuais de COV e TDH para diferentes tipos de sistemas.
Sistemas Aeróbios COV (kg DBO / m3 . dia) TDH (h)
Lodos Ativados
Convencional 0,3 - 0,6 1,0 – 8,0
Mistura Completa 0,8 - 2,0 3,0 – 5,0
Estabilização por Contato 1,0 - 1,2 1,5 – 3,0
Aeração Prolongada 0,1 - 0,4 18 – 36
Aeração Escalonada 0,6 - 1,0 3,0 – 5,0
Oxigênio Puro 1,6 - 3,3 1,0 – 3,0
Lagoas Aeradas 0,01 - 0,06 72 – 120
Sistemas Anaeróbios COV TDH (h)
Reator Anaeróbio de Manta Lodo 5 – 10 6 – 16
Filtro Anaeróbio <5 8 – 18
Contato Anaeróbio <5 8 – 24
Lagoas Anaeróbias < 0,5 > 72
- Formação de Lodo:
Numa estação de tratamento de esgoto, os resíduos sólidos que devem ser dispostos
adequadamente são provenientes do sistema de gradeamento, das caixas de areia, das
escumas formadas em todos os tanques, do lodo biológico e do lodo estabilizado.
Para o processo de lodos ativados convencional, deve-se adicionar o tratamento do
lodo, alterando o fluxograma das estações de tratamento de esgoto. O tratamento de lodo
completo deve seguir os seguintes passos:
Adensamento do lodo: Trata-se de remover a umidade do lodo, pode ser feito através
de secagem ao sol, filtros prensas, adensamento por gravidade e etc. Tem o principal
- Princípios da aeração:
O diâmetro das bolhas finas é inferior a 3 mm e o da bolha grossa deve ser superior a
6 mm. Quanto menor o tamanho da bolha, maior a área superficial disponível para a
transferência de gases, ou seja, maior a eficiência de oxigenação. Portanto sistemas com
bolhas finas são mais eficientes.
Os difusores porosos têm sua eficiência diminuída pela colmatação de seus poros. A
colmatação pode ocorrer internamente devido a impurezas no ar ou externamente devido
ao crescimento bacteriano na superfície dos difusores.
Outro problema é o custo de implantação dos sistemas de bolhas finas, pois os
difusores cerâmicos são na sua grande maioria importados.
As bolhas grossas não têm o problema de colmatação, devido as mesmas serem
geradas em tubos perfurados, bocais e injetores. Tem baixo custo de manutenção e de
implantação. Filtros de ar não são necessários. A baixa transferência de oxigênio e
elevados requisitos de energia são as principais desvantagens.
A aeração superficial tem várias modalidades:
Aeradores de eixo vertical com baixa rotação, de eixo vertical com alta rotação, de
eixo horizontal de baixa potência, aeradores fixos e aeradores flutuantes.
Quando deseja-se que o sistema opere em mistura completa, os seguintes
parâmetros devem ser definidos:
• Sistemas com Ar Difuso: 20 a 30 kw/1000m2.
• Sistemas com Aeradores: 15 a 30 kw/1000m3.
Está tabela será mais detalhada em capítulos posteriores, mas desde já, deve-se
perceber que os sistemas anaeróbios não são chamativos pela grande eficiência, já que o
mesmo não é bom para remoção de DBO, N e F. Por outro lado, em todos os aspectos
econômicos, como TDH (tamanho do reator), Custo de implantação, formação de lodo e
gastos com energia para aeração ele recebe conceito bom.
Definitivamente os reatores anaeróbios são econômicos e devem ser utilizados
como tratamento biológico, principalmente para altas cargas orgânicas. Para o esgoto
doméstico ou esgotos ricos em nitrogênio o mesmo deve receber um pós – tratamento, já
que o processo de nitrificação biológica só ocorre na presença de oxigênio.
4. Revisão:
Para que exista o desenvolvimento tecnológico sem que ocorra uma depreciação do
meio ambiente são necessárias algumas medidas:
a) As características do meio ambiente devem ser conhecidas para a determinação de
suas vocações e susceptibilidades;
b) O conhecimento do empreendimento e suas fontes impactantes;
c) Uma análise ambiental;
d) Determinação de medidas mitigadoras;
e) Determinação de medidas compensatórias;
f) Monitoramento.
Exercícios:
1. Defina ecologia?
3. Defina Biótipo.
4. Defina Ecossistema.
18. Dimensionar uma reator biológico pelo sistema de lodos ativados. Considerar o reator
como um CFSTR, vazão a ser tratada de 0,25 m3/s de esgoto sedimentável tendo DBO5
de 250 mg/l. O efluente deve Ter DBO5 de 20 mg/l no máximo.
Dados: SSV do afluente = 0; no reator SSV / SS = 0,8; retorno de lodo de 10000 mg/l de
SS; θ c = 10 dias; efluente contém 22 mg/l de sólidos biológicos dos quais 65 % são
biodegradáveis; DBO5 = 0,68 DBOu ; esgoto contém nutrientes em quantidade suficiente.
19. Tendo-se um lodos Ativados convencional, com operação de 10 dias para o tempo de
detenção celular, volume de 8000 m3 e concentração de SSV de 3000 mg/l determine: a)
taxa de produção de lodo; b) a Vazão de descarte de lodo do reator; c) a vazão de
descarte do lodo da linha de recirculação.
27. Qual é o reator que tem a maior dimensão para tratar o mesmo esgoto sanitário:
( ) Reator UASB ( ) Aeração Prolongada
29. Qual reator tem a maior dimensão para tratar o mesmo esgoto sanitário:
( ) Lodos Ativado Convencional ( ) Aeração Prolongada
33. Qual é o reator que tem a maior dimensão para tratar o mesmo esgoto sanitário:
( ) Lagoas Aeradas ( ) Aeração Prolongada
35. Qual reator tem a maior dimensão para tratar o mesmo esgoto sanitário:
( ) UASB ( ) Lodos Ativados
- As bactérias hidrolíticas:
- As bactérias transicionais:
- As bactérias acidogênicas:
- As bactérias acetogênicas:
- As bactérias metanogênicas:
Respiração
fotossíntese
O2
Carbono
Orgânico CO2 +
Processo Aeróbio
H2O
Processo Carbono
Anaeróbio Orgânico
Ácidos
H2 + CO2 Orgânicos,
CH4 + CO2
Alcools, etc
H3COOH
Fonte: Chynoweth, D. P. e Isaacson R.(1987).
21 40 5 39
HIDRÓLISE
34
AMINO ÁCIDOS ,
AÇUCARES
ÁCIDOS GRAX0S
66
3
4 ACIDOGÊNESE
2 PRODUTOS
0 INTERMEDIÁRIOS
PROPIANATO, BUTIRATO,
ETC
1 2
1 0 2 ACETOGÊNESE
3
1 8 3
2
5 11
ACETATO HIDROGÊNIO
?
70 30 METANOGÊNESE
METANO
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↓
ACETOGÊNESE ácido acético + H2 + CO2 ACETOGÊNICOS
↓ ↓
METANOGÊNESE CH4 + CO2 CH4 METANOGÊNICOS
O estudo das trocas de energia que ocorrem em reatores anaeróbios é difícil não
apenas porque o processo e por si só complexo; mas, também, pela dificuldade de se
medirem os produtos finais e intermediários que se apresentam em concentrações muito
baixas. Assim, as considerações sobre a termodinâmica do processo se restringem à
análise da variação da energia livre padrão das principais reações.
- Desvantagens:
pH e ALCALINIDADE:
% CO2
50
6
40 6,2
6,4
6,6
30 6,8
7,0
7,2
20 7,4
7,6
7,8 8,0
8,2
10 8,
fonte : Foresti, E. (1993)
Mg / l de CaCO3
EEA – Empresa de Engenharia Ambiental Ltda. eea@eea.eng.br
então percebe-se que pela equação 3, quanto maior o θ c menor será a taxa de utilização
do substrato ( U ) e que aumentando o substrato ( S ) a taxa de utilização ( U ) aumenta
também (equação 4). Esta hipótese explica porquê as variações nas concentrações
afluentes do substrato So provocam flutuações pouco significativas na concentração do
efluente.
TEMPERATURA:
Será evidente que os limites exatos de temperatura não podem ser fornecidos, e
existem informações pouco relevantes para os limites termofílicos e psicrofílicos. De
longe obteve-se o mais completo corpo de dados para digestão sob condições
mesofílicas, mas há algum potencial para processos sob condições psicrofílicas,
particularmente para dissolver formas de resíduos.
Em vista da baixa taxa de hidrólise em temperaturas abaixo de 15 - 20°C, este
potencial não parecia aplicar-se à matéria orgânica complexa (não dissolvida). Digestão
termofílica poderia comprovar ser uma opção interessante para uma digestão mais rápida
da matéria orgânica complexa, mas ainda assim há pouca experiência prática nesta faixa
de temperatura. Os resultados obtidos em novas pesquisas, indicam que o aumento de
ácido propiônico representa um fator limitante na iniciação dos processos de digestão
termofílica. Além do mais o processo parece estar mais propenso a não dar certo sob
condições termofílicas comparada com condições mesofílicas(Souza,1984).
Com respeito à dependência da temperatura de culturas mesofílicas, dados
existentes indicam que mesmo em temperaturas tão baixas quanto 10 - 15°C ocorre uma
considerável atividade metanogênica . Entretanto, em vista da acentuada queda da taxa de
organismos mesofílicos em temperaturas acima de 42°C, deveriam ser evitados choques
de temperatura acima de 42°C, particularmente se eles durarem mais do que um dia. A
despeito das taxas lentas de hidrólise em temperaturas mais baixas, o potencial do
tratamento anaeróbio, mesmo para esgotos mais complexos, não deveria ser subestimado
porque existe uma certa adaptação de bactérias às condições psicrofílicas que pode
ocorrer depois de um tempo.(Lettinga,1980)
Deveria ser lembrado que processos de lodos ativados de taxa baixa possuem
experimentos UASB em planta piloto com águas residuárias ao natural mostraram que
pode-se alcançar remoções de DQO eficazes (60 - 80%) com taxas de carregamento
orgânico de até 1.5kg DQO.m -3.dia-1 em temperaturas tão baixas quanto 7 - 10°C.
Os sistemas de tratamento anaeróbio podem tolerar flutuações acentuadas na
temperatura num raio de 10 - 42°C, desde que essas flutuações não iniciem condições
adversas. Ambos os processos de digestão termofílica e psicrofílica combinam um
número de vantagens e desvantagens sobre os processos de digestão mesofílica.
CURVA DE RECUPERAÇÃO
Gt : A e-k1 t + B e k2 t
Gt : produção de metano;
A e B : constantes empíricas;
t : tempo após a adição de tóxico;
k1 e k2 : constantes;
k1 : taxa de toxicidade;
k2 : taxa de recuperação ou adaptação.
Metais Alcalinos:
Concentração mg / L
Cátions Estimulante Pouco inibitório Muito inibitório
Sódio 100 - 200 3500 - 5500 8000
Potássio 200 - 400 2500 - 4500 12000
Cálcio 100 - 200 2500 - 4500 8000
Magnésio 75 - 150 1000 - 1500 3000
Mac Carty - 1964
Metais Pesados : toxicidade apenas para materiais solúveis.
Mac Carty - 1964
Nitrogênio Amoniacal: inibição a partir de 5000 mg / L.
Velsen - 1979
Oxigênio: inibição a partir de 1300 mg/ L.
Fillds - 1971
5.7. O UASB:
doméstico numa taxa de 10 Kg DQO / m 3 d., com uma remoção de DQO de 80 a 90%.
Na indústria alimentícia, a digestão anaeróbia tem sido aceita vagarosamente
como uma técnica confiável. Já na indústria química, a digestão anaeróbia ganha
aceitação apenas recentemente. Atualmente se focaliza o fenômeno da formação de
grânulos , a remoção de sulfato e na degradação e detoxificação anaeróbia das
substâncias químicas.
No presente, está claro que o Reator UASB é o tipo mais predominante para o
tratamento anaeróbio de esgoto. Há poucos relatórios publicados declarando que esta
tecnologia não é aceita para um esgoto específico.
5. 7. 2 A eficiência do UASB:
- Desvantagens
• A digestão anaeróbia pode ser sensível na presença de compostos CHCL3, CCL4 e
CN
• O período de partida para reatores pode ser relativamente demorado devido a
baixa taxa de crescimento celular das bactérias metanogênicas,
• Falta de tradição em sua aplicação;
• Não promove a nitrificação.
• A manta de lodo deve resistir às altas forças da mistura, isto é não deve haver
dispersão das partículas da manta de lodo em grande quantidade,
• o desgaste das partículas desprendidas da manta de lodo pode ser minimizado
criando-se uma zona inativa dentro do reator, e instalando um dispositivo na
parte superior do reator que force a sedimentação das mesmas,
Na maioria dos tipos de esgoto, um lodo com uma boa assentabilidade e atividade
um período de 6 a 12 semanas, e então cargas de até 10 kg. DQO.m -3.dia-1 podem então
ser aplicadas(Lettinga, 1980). Um ótimo início é essencial para desenvolver um lodo com
as características requeridas, especialmente no que diz respeito às suas propriedades de
sedimentação. Uma das principais características do processo UASB é que, com tempo,
um lodo granular se desenvolverá tendo uma boa sedimentação.
Estudos extensivos (Lettinga,1980) são realizados em laboratórios para elucidar
o mecanismo da formação de grânulos. Pelo menos dois tipos de grânulos podem ser
cultivados:
• um grânulo composto de bactérias com forma de bastão
• um grânulo composto de bactérias fibrosas,
Ambos os tipos de grânulos tem uma atividade específica alta, excedendo 1.5 kg
poderia ser mantido a 10g Na+ /1 e ainda mais alto, ao passo que afirma-se que Na+ seja
tóxico numa concentração de 8g/1 . O problema é o tempo que deveria ser permitido para
capacitar os organismos a se adaptarem ao novo ambiente. Na interpretação dos dados de
algumas literaturas este fato não é considerado.
Evidência clara da importância da adaptação tem sido obtida particularmente
para o efeito NH4+, para o qual um valor tóxico para culturas não adaptadas de 3g/1 ter
podem reduzir SO3 2-, tornando os sistemas de tratamento anaeróbio resistentes para
• Mistura
• Características da alimentação.
(90 - 100°) para converter o formol em uma mistura de açúcares (com Ca(OH)2) ou em
ácido fórmico e metanol (como NaOH). Como este esgoto é descarregado em altas
temperaturas, tal método de pré-tratamento poderia ser viável. Entretanto, se a
temperatura do esgoto for relativamente baixa alguma outra solução deve ser encontrada.
Em vista da sensibilidade dos organismos anaeróbios, é evidente que os
processos de tratamento deveriam ser devidamente controlados, como por exemplo:
0,03
0,15 metros
metros
cada
de
espaçamento
diâmetro
De acordo com a NBR 7229 / 1982 a altura da primeira camada deve ser da ordem de
0,20 até 0,50 metros, a camada de recheio deve ter altura de 0,60 até 1,20 metros, acima
destas medidas a remoção praticamente não aumenta. Pela pequena altura, as unidades
podem ser executadas facilmente, as paredes podem ser totalmente em alvenaria
( paredes de um tijolo), com armadura bastante reduzida. Neste caso deve-se fazer
impermeabilização interna e externa. A limpeza das unidades pode ser efetuada
facilmente através de descarga de fundo e da eventual remoção manual de algas da
superfície do leito e do dispositivo de coleta de efluentes.
SAÍDA
CAMADA
COM
0,60 ATÉ 1,20
RECHEIO
SUBMERS METROS
A NO
ESGOTO
parâmetro é o θ h (tempo de detenção hidráulico), que deve ser maior que 8 horas, sendo
indicado pela NBR 7229 / 1982 o valor de 1 dia. Os parâmetros de projeto devem ser
adotados de acordo com as exigências ambientais.
D = 0,766 metros
• Indústria têxtil;
5.8.1 O fluxo:
total de 2 anos de experimento, ou seja o material se estabiliza, sendo viável o seu uso
durando muito tempo.
O outro trabalho publicado foi a tese de mestrado do eng.° civil Luiz Carlos Costa
Couto, que comparou a eficiência da remoção de matéria orgânica em três reatores
idênticos com diferentes tipos de recheio: bambu, anel plástico e brita 4, sendo que o
bambu teve um rendimento tão bom quanto os outros recheios, verificou-se que a
remoção variou entre 60% e 80 %.
Vale observar que o experimento foi feito apenas durante 30 semanas,
necessitando-se de um maior tempo para se analisar uma ligação entre o envelhecimento
do material com a respectiva eficiência na remoção. O estudo mostrou que para um
tempo de detenção menor que 8 horas existe uma lavagem do reator, diminuindo muito o
seu rendimento, já quando se aumentou para 12 e para 24 horas o rendimento do filtro
não aumentou, mostrando-se de 8 horas até 12 horas o tempo de detenção hidráulico
ideal.
5.8.3 A microbiologia:
5.8.4 A eficiência:
Daltro, J. F. & Povinelli, J.(1989) verificou que ao operar um filtro com 1,86
metros de altura e outro com 0,67 metros, a eficiência praticamente não mudou,
concluindo-se que a altura do filtro não é limitante, sendo importante preocupar-se mais
com outros fatores. Suas recomendações foram para que se estudasse a hidráulica, o
material de enchimento e os inóculos para a partida.
5.10. Questionário:
12. FORTES, J., CUNHA, C. (1994). Influência das águas continentais sobre as
regiões costeiras: Enfoque da legislação atual. Qualidade de águas continentais no
Mercosul. ABRH publicação n º 2, dez. 1994. 420p.