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Coordenação de História
CINEMA BRASILEIRO:
VALORIZANDO O QUE É NOSSO!
ARIANA FALCÃO
GISELA ALMEIDA
GISELLE FEIJÓ
RAQUEL NUNES
2304
2010
Índice
Introdução...................................................................................................................................3
O Surgimento da Sétima Arte.....................................................................................................4
Breve História do Cinema.......................................................................................................4
História do Cinema Nacional..................................................................................................7
O Despontar do Cinema Brasileiro...........................................................................................10
A Retomada...........................................................................................................................10
Pós-retomada – O Cinema Brasileiro Contemporâneo.........................................................12
O Cinema na Atualidade...........................................................................................................13
Cinema e Sociedade – A Arte Imitando a Vida....................................................................13
O Cinema Brasileiro e Incentivo...........................................................................................15
O Cinema Brasileiro no Exterior..........................................................................................17
Entrevista com Carlos Alberto Mattos......................................................................................18
E o Brasileiro o Que Acha?...................................................................................................21
Referências Bibliográficas........................................................................................................23
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Introdução
O estudo tem como objetivo discutir as mudanças ocorridas no Brasil nos campos
econômico, político, social e, principalmente, cultural, no período de 1990 até os dias de hoje,
valorizando o Brasil e, especialmente, o nosso cinema. As mudanças são baseadas nos filmes
nacionais, o que chamamos de “produto-nacional” e analisamos a questão de porque os
brasileiros não dão valor às próprias produções.
Por meio do cinema podemos contar a história do país e explicar os fatos mais
relevantes ocorridos nesse período correlacionando-os com a evolução da cinematografia e
também seus mais notáveis filmes, conhecidos nacional e mundialmente.
Abstract: The group intends to value Brazil from building a positive image of
Brazilian cinema. It will be produced an analysis based on a research of national cinema’s
development, considering political and social-economical aspects. Show that analyzes the
society through films also is possible and much more interesting.
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O Surgimento da Sétima Arte
Breve História do Cinema
Surge na China, por volta de 5.000a.C. a projeção, sobre paredes ou telas. A câmara
escura é enunciada por Leonardo da Vinci, no século XV e depois desenvolvida pelo físico
napolitano Gianbattista Della Prota, no século
XVI. Na seqüência, o alemão Athanasius
Kirdner, na metade do século XVII, baseia-se
no processo inverso da câmara escura criando
para criar a lanterna mágica. Em 1832, Plateau
inventa um aparelho formado por um disco
com várias figuras desenhadas em posições
diferentes que ao ser girado, as figuras
adquirem movimento. O Praxinoscópio,
aparelho que projeta na tela imagens desenhadas sobre fitas transparentes, foi inventado pelo
francês Émile Reynaud em 1877. O norte americano Thomas Alva Edison inventa o filme
perfurado, cinestocópio, e, em 1890, roda uma série de pequenos filmes em seu estúdio, sendo
o primeiro filme o “Black Maria”.
A invenção do cinema deve-se muito à invenção da fotografia, pois foi a partir dela,
da sobreposição das imagens animadas, que surgiu
oficialmente o cinema. Em 28 de dezembro de 1895, no
Grand Cafe, em Paris, na França, que os irmãos Louis e
Auguste Lumière exibiram a primeira seção pública
cinematográfica, aonde um dos filmes exibidos foi
“Sortie de L’usine Lumière à Lyon” (Empregados
deixando a Fábrica Lumière) com 45 segundos de
duração.
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Com a Primeira Guerra Mundial a produção européia se enfraquece, e há um
deslocamento para os Estados Unidos, onde se destaca Charles Chaplin, ícone do cinema
mudo e onde a cinematografia faz grande sucesso.
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Nos anos 60, Hollywood começou a entrar em
declínio. O cinema americano passou a tomar novos rumos
com a produção independente. Na Itália o filme de destaque
foi "La Dolce Vita" de Federico Fellini em 1960. Na
Inglaterra o destaque ficou para o início da série de filmes de
007 com o filme "Dr. No" em 1962. Na França, "Jules e Jim"
(Uma mulher para dois) do François Truffaut em 1962. O
diretor argentino Fernando Solanas com “La hora de los
hornos” (A hora dos fornos) foi o destaque na América Latina
também em 1962.
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História do Cinema Nacional
Em 8 de julho de 1896, a menos de um ano do surgimento oficial do cinema na
França, foi exibido o primeiro filme brasileiro na Rua do Ouvidor, centro do Rio de Janeiro.
Um ano depois, Paschoal Segreto trouxe “A Sala de Novidades de Paris” que seria a primeira
sala de cinema fixa, onde o filme “Vista da Baía de Guanabara”, produzido em 19 de junho
no Brasil pelo italiano Alfonso Segreto, foi rodado. Atualmente se considera essa a data do
Dia do Cinema Brasileiro.
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o contrário que todos pensavam. Uma revista diz pra incentivar o cinema brasileiro, mas não
poderia fugir do padrão americano. Atlântida
Cinematográfica é criada e é a primeira vez que o
cinema brasileiro está associado produção e
exibição. Logo em seguida, as comédias musicais
com o tema carnaval fazem sucesso e obtém a
maior bilheteria do país.
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Em 60, o movimento de contracultura norte-americana “Udigrudi”, paródia de
underground, é bem aceita pela maioria dos cineastas, que tentam responder mais
radicalmente à situação em que se encontrava o país. Em filmes como “Vidas Secas” (1963)
de Nelson Pereira dos Santos e “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1963) de Glauber Rocha
era possível ver os conflitos políticos e sociais brasileiros.
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O Despontar do Cinema Brasileiro
A Retomada
A cinematografia brasileira no início dos anos 90 parou completamente.
Desamparada de incentivos estatais, não conseguia crescer como produto independente.
Ainda outros fatores contribuíram para essa dramática situação, tais como, a crise econômica
nacional que o país vinha atravessando e as altas taxas de inflação. O período que chamamos
de Retomada do cinema brasileiro é a recuperação do cinema nacional até os dias de hoje com
produções que geraram grande impacto. É a partir da
década de 90, mais exatamente após a renúncia á
presidência de Fernando Collor em 1992, onde
Fernando Henrique Cardoso toma posse e o Brasil
volta às suas produções.
Em 1995 ainda é lançado o filme “Terra Estrangeira” que tem como tema as
desventuras de Paco, um jovem, após o pacote econômico implantado por Fernando Collor de
Melo, em 1990. Outros filmes foram lançados “O Quatrilho” de Fábio Barreto (1995) e
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“Central do Brasil” em 1998. Esse último foi indicado
ao Oscar de melhor filme estrangeiro e de melhor atriz,
Fernanda Montenegro, um acontecimento inédito nessa
premiação. Essas indicações deram origem a uma
“comoção nacional que lembrava as copas do mundo,
reabilitando a auto-estima nacional e o nosso cinema”.
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Pós-retomada – O Cinema Brasileiro Contemporâneo
Após o período da retomada, quando há a recuperação da produção cinematográfica
no Brasil, surge o que se denomina pós-retomada, o momento do cinema contemporâneo,
moderno. Não se pode afirmar certamente a data deste surgimento, entretanto para fins de
estudo tem-se como base os anos 2000.
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O Cinema na Atualidade
Cinema e Sociedade – A Arte Imitando a Vida
Desde sua criação, o cinema sempre esteve relacionado à sociedade e seu
comportamento. Isto porque, aquilo que vemos nas telas sofre influencia, seja ela direta ou
história.
comida, maquiagem, bebidas, música ou até mesmo narcóticos por meio das suas personagens
No Brasil, diversos são os filmes que tratam do cotidiano das pessoas. Atualmente,
tem-se focado muito em retratar os jovens, com a adoção de temas como sexo, drogas,
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As melhores coisas do mundo. Outra abordagem
de Elite.
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O Cinema Brasileiro e Incentivo
Ao mencionar o termo Retomada do cinema brasileiro não podemos deixar de
explicar as características político-sociais que representam esse período e em que elas
refletem até hoje em dia.
Durante o governo Fernando Collor de Mello, houve o fechamento dos órgãos que
incentivavam a produção e a distribuição dos filmes nacionais, como a Embrafilme (Empresa
Brasileira de Filme), o Concine (Conselho Nacional de Cinema) e a Fundação do Cinema
Brasileiro. O problema maior é que esses órgãos foram extintos sem nenhuma substituição
imediata por outra política de produção e cultura de filmes nacionais. Logo no caso cinema,
que havia vínculo forte com o Estado desde a criação da Embrafilme, a saída de cena do
governo foi um abalo muito forte, considerado por cineastas e pesquisadores a morte do
cinema brasileiro.
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Grande Prêmio de Cinema no Brasil; criou programas de redescobrimento do Cinema
Nacional, Cinema dos Brasileiros, Imagens do Brasil.
Um dado importante também é percebido por Cléber Eduardo2, que ressalta que os
filmes da Retomada se relacionam entre o real e o ficcional, retratando a sociedade brasileira
nesse hibridismo.
1
Sylvie Debs é jornalista, ensaísta e crítica, sendo considerada atualmente uma das mais ativas introdutoras do
cinema brasileiro na França.
2
Cléber Eduardo é jornalista, formado em ciências sociais, crítico de cinema e atualmente faz parte de direção
cinematográfica.
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O Cinema Brasileiro no Exterior
Com a retomada, em 1995, o cinema nacional começa a melhorar, e surgem filmes
como “Carlota Joaquina” “Central do Brasil” e “Cidade de Deus”, que retratam a pobreza do
Nordeste e violência das favelas cariocas. Como se vê, nestes exemplos, uma imagem é
formada, envolvendo a assimilação de informações verdadeiras ou não, sobretudo por quem
não conhece o país. O cinema brasileiro ainda sofre com a imagem do Cinema Novo, que é
um cinema engajado com a política ou com a pobreza.
Nesse cinema da retomada, os dois expoentes mais conhecidos são Walter Salles e
Fernando Meirelles, com os filmes Cidade de Deus e Tropa de Elite. Ao contrário do pessoal
do Cinema Novo, não existe briga interna e essas duas pessoas, ajudam os novos diretores a
criarem, co-produzirem e a vender os filmes.
Com certeza, estamos num período de reconquista, por exemplo, o filme Tropa de
Elite, levou um Urso de Ouro e trouxe vantagem para o cinema nacional, mas em alguns
países, o filme não foi nem passado, como a Alemanha e entre outros países o filme não teve
muito sucesso, como na Argentina. A maioria das pessoas não gostou do filme.
Um novo filme que tem tudo para ser sucesso no exterior é "5xFavela”: Agora Por
Nós Mesmos", pois além de ter o tema favela, que agora é um tema que o pessoal estrangeiro
quer ver, é um filme produzido por 5 diretores que produziram curtas-metragens com os seus
pontos de vista das favelas onde moram. Com esse filme, é possível levar o tema favela mas
com outra abordagem para o exterior, assim o cinema brasileiro pode provar o seu potencial
em produções de diferentes temas. O próximo passo é mostrar para o exterior que pode fazer
uma boa produção de qualquer tema e não só de favela.
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Entrevista com Carlos Alberto Mattos3
3
Carlos Alberto Mattos é jornalista, escritor, pesquisador e crítico de cinema de referência no país.
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ultrapassa o dobro do número dos nacionais. Por que isso ainda acontece quando se tem
uma boa imagem do cinema brasileiro lá fora?
Carlos Alberto – É impossível apontar um filme que resuma isso. Até porque o
cinema brasileiro não é um só. Eu diria que as várias facetas do nosso cinema hoje podem ser
representadas por filmes como Cidade de Deus, O Céu de Suely, Dois Filhos de Francisco, Se
Eu Fosse Você, Jogo de Cena e Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei.
Carlos Alberto – Ver filmes é sempre uma forma interessante de analisar e discutir o
país e o mundo. O cinema na sala de aula é uma ferramenta da maior importância quando
usado para examinar as formas de organização da sociedade, as relações humanas etc. Os
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documentários podem ser de grande utilidade para complementar estudos e tornar o
aprendizado mais vivo e atraente.
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E o Brasileiro o Que Acha?
“O povo brasileiro não gosta de ver filme brasileiro” – essa é uma das frases mais
Um dos principais fatores que contribuíram para criar essa crítica negativa foi a
Outro fato que também deve ser levado em consideração é que o custo médio de um
ingresso é inviável para as camadas mais carentes da população. Ir ao cinema torna-se algo
Hoje os realizadores brasileiros produzem filmes que, muitas vezes, nem chegam a
ser exibidos fora dos circuitos de festivais, ficando as produções estagnadas, dependendo
exclusivamente de venda de lotes de DVDs. Desta forma, acabam eles próprios sem uma
justificativa para o próprio esforço produtivo. Felizmente, existe uma cultura entre cineastas
brasileiros, onde muitos fazem cinema por terem coragem de encarar a realidade social do
país e é claro, por vontade, necessidade de se fazer filmes, acreditando que são indispensáveis
novas formas digitais de captação, mas ainda muito elitizadas. Faz-se também necessária uma
nova forma de escoamento da produção, hoje possibilitada também pela Internet, políticas
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Ao invés de esperar que o público vá ao cinema, deve-se buscar atingir o público,
cinema.
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Referências Bibliográficas
CINEMATECA BRASILEIRA. Programa Cine-educação. Disponível em:
<www.cinemateca.com.br> Acessado em 18 de maio de 2010.
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