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A Administração Pública atua por meio de seus órgãos e seus agentes, os quais são
incumbidos do exercício das funções públicas, ou seja, da atividade administrativa.
A função administrativa existe nos três poderes, sendo que é exercida tipicamente pelo Poder
Executivo e atipicamente pelos demais poderes (Poder
Legislativo e Poder Judiciário).
Cabe ao Poder Executivo, como função típica, administrar o Estado, cuja forma de governo é
uma República (art. 1º da CF). República quer dizer coisa pública, ou seja, a “administração pública
– sentido operacional” feita pelo Poder Executivo nada mais é do que administrar algo alheio, de
toda a sociedade, por isso a Constituição Federal expressamente enunciar que “todo poder emana
do povo”.
Entretanto, em nosso sistema não é o povo que diretamente administra o Estado, razão pela
qual escolhe seus representantes, que irão representá-lo no parlamento e editar as normas que os
agentes públicos, como administradores, deverão aplicar para alcançar o pretendido e inafastável
interesse da coletividade.
Todavia, no manejo dos instrumentos à busca do interesse público, no gozo e uso dos poderes
que são atribuídos aos agentes públicos para alcançar esses fins, podem os mesmos ultrapassar os
limites legais e se acometer em abusos e ilegalidades. Por tal razão, tornam-se necessários
fiscalização (preventiva) e controle dos atos da Administração Pública.
Neste passo, podemos conceituar controle como o conjunto de mecanismos jurídicos para a
correção e fiscalização das atividades da Administração Pública.
Nas palavras de HELY LOPES MEIRELLES, controle administrativo é: “Todo aquele que o
Executivo e os órgãos de administração dos demais Poderes exercem sobre suas próprias atividades,
correção que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce sobre a própria atuação, sob os
Regina Almeida
Direito Administrativo I – Professor Mario Sérgio – 5 Semestre - 2011
1. Classificação do controle
Quanto ao órgão que o exerce: (é uma tripartição de controle)
a) Controle Legislativo – Feito pelo Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas.
b) Controle Administrativo – Feito no próprio âmbito administrativo, pode ser tutelar ou
hierárquico.
c) Controle Judicial - Feito pelo Poder Judiciário, o qual deve ser necessariamente invocado
(Princípio da Inércia – art. 2º do Código de Processo Civil; Princípio do Amplo Acesso à Justiça –
artigo 5º, inciso XXXV, da CF).
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b) Controle externo - É aquele feito por estrutura diversificada, como, por exemplo, Poder
Legislativo e Poder Judiciário.
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b) Controle de mérito - Aquele que examina os aspectos da conduta da Administração Pública sob
os prismas de conveniência e oportunidade. Neste contexto, somente haverá controle de mérito nos
atos administrativos discricionários, visto que, nos ditos atos vinculados, a oportunidade e
conveniência inexistem em razão da estrita observância da lei em todos os aspectos do ato
administrativo.
O mérito do ato administrativo nada mais é que a opção tomada pelo administrador em um
caso concreto na busca de um interesse público, opção esta embasada em critérios de conveniência e
oportunidade. Em verdade, totalizam o mérito do ato administrativo o motivo e o objeto do ato
administrativo.
Estes elementos (motivo e objeto), nos chamados atos discricionários, são efetivamente
discricionários, sendo que, no que toca respeito aos mesmos, e não havendo ilegalidade ou falta de
razoabilidade, suas análises ficam restritas à Administração Pública.
Somente nos casos em que esses elementos que perfazem o mérito do ato administrativo
forem ilegais ou desproporcionais ou não pautados em critérios razoáveis, é que poderão ser
objeto de análise pelo Poder Judiciário.
Todavia, é importante assinalar que nem todos os elementos do denominado “ato
discricionário” são realmente discricionários. Mesmo nos atos discricionários os elementos: a)
sujeito, b) forma e c) finalidade são vinculados e, portanto, sujeitos ao controle de legalidade
pelo Poder Judiciário.
2. Recurso administrativo
O recurso administrativo é uma das principais formas de controle dos atos administrativos. É
utilizado pelos administrados para provocar o reexame do ato pela Administração Pública
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vista de lesão sofrida ou ameaçada por ato do ente administrativo, negou direitos a interessados
diretos da Administração.
c) pedido de reconsideração, que é o requerimento de reexame do ato à própria autoridade que o
emitiu (art. 106 Lei nº 8.112/90 e art. 240 Lei nº 10.261/68); É o meio processual pelo qual a parte
interessada pede, mediante petição formal, direcionada à autoridade praticante do ato com o fim de
que reconsidere a decisão anterior. Trata-se de recurso em sentido lato, visto que em sentido estrito
seria impróprio denominá-lo recurso. Mediante o pedido de reconsideração, a mesma autoridade
responsável pela medida ou ato procede ao seu reexame, podendo mantê-lo, revogá-lo, anulá-lo ou
alterá-lo total ou parcialmente.
d) recurso hierárquico, que é o pedido de reexame do ato dirigido à autoridade superior à que
proferiu o ato (Lei nº 9.784/99). É o pedido da parte interessada, prejudicada da decisão
administrativa, dirigido à autoridade administrativa hierarquicamente superior para que reexamine a
decisão a quo. É um poder-dever da autoridade hierarquicamente superior para que exerça seu
controle sobre o ente subordinado. Em relação ao pedido pode-se alterar, confirmar, revogar, total ou
parcialmente a decisão proferida anteriormente
e) revisão, que é o recurso de que se utiliza o servidor público, punido pela Administração, para
reexame da decisão, em caso de surgirem fatos novos suscetíveis de demonstrar sua inocência
(arts.174 e 182 da Lei nº 8.112/90, arts. 312 e 321 da Lei nº 10.261/68 e art. 65 da Lei nº 9.784/99).
É modalidade de recursos próprios de processos disciplinares. O recurso é dirigido à mesma
autoridade que proferiu a pena e, sempre, tenta desconstituir ou amenizar pena imposta em
desconformidade com o ilícito administrativo praticado. Tal recurso encontra-se no art. 174 a 182 da
Lei n. 8.112/90 e no art. 65 da Lei n. 9.784/99.
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Todavia, não impede que haja análise pelo Poder Judiciário, motivo pelo qual não é considerada
uma verdadeira coisa julgada, haja vista que não gera a definitividade da decisão, atributo que
somente está presente nas decisões judiciais.
O fato de a "coisa julgada" administrativa não impedir a análise da matéria pelo Poder Judiciário
decorre do mecanismo de controle adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro, segundo o qual
todos os litígios devem ser resolvidos preferencialmente pela justiça comum. É o chamado sistema
de jurisdição única.
4. Prescrição administrativa
Pode-se conceituar a prescrição administrativa sob duas óticas: a da Administração Pública em
relação ao administrado e deste em relação à Administração. Na primeira, é a perda do prazo para
que a Administração reveja os próprios atos ou para que aplique penalidades administrativas, de
outro, é a perda do prazo de que goza o particular para recorrer de decisão administrativa.
Cumpre salientar, preliminarmente, que o instituto da prescrição administrativa não se confunde
com o da prescrição civil e o da prescrição penal, pois estes se referem ao âmbito judicial. Faz-se
conveniente, pois, conceituar o que venha a ser a prescrição na seara do direito civil para solidificar,
então, o entendimento de que não se trata de prescrição, mas sim, de decadência administrativa.
"A prescrição é a perda da ação atribuída a um direito e de toda sua capacidade defensiva, em
conseqüência do não-uso delas, durante um determinado espaço de tempo.
5. Prazos
a) Prazo para recorrer de decisão administrativa
Recurso Administrativo:
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
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Uma limitação legal criada especialmente com vistas a garantir referidos princípios pode
ser verificada na Lei 9.784/99, que disciplina o processo administrativo no âmbito federal, mas
que, diante de omissões legislativas estaduais e municipais pode ser considerada ao menos
como orientação para aplicação nessas esferas de poder. Referida legislação em seu artigo 54
estabeleceu um prazo decadencial, limitando o Poder de Anulação dos Atos, trazendo a Boa-fé
como requisito fundamental, nos seguintes termos:
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