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a
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Instruções ao candidato
1 etapa
Verifique se este caderno é da área a que pertence o Curso em que você se inscreveu.
Além deste caderno, você deverá ter recebido o CARTÃO DE RESPOSTAS com o
seu nome e o seu número de inscrição. Confira se os dados estão corretos; em caso
afirmativo, assine o cartão e leia atentamente as instruções para seu preenchimento.
Caso não tenha recebido o cartão ou os seus dados não estejam corretos, notifique
imediatamente ao fiscal.
Não é permitido fazer uso de instrumentos auxiliares para cálculo e desenho, portar
material que sirva de consulta, nem copiar as alternativas assinaladas no CARTÃO
DE RESPOSTAS.
A Tabela Periódica dos Elementos Químicos está disponível para consulta na pági-
na 48.
Reserve os vinte minutos finais para preencher o cartão, usando caneta esferográfica
de corpo transparente e de ponta média com tinta azul ou preta.
2
Prezado Candidato,
prova e você deverá respondê-las conforme a sua opção no ato de inscrição no Concurso.
Caso você prefira resolver a prova por disciplina, oriente-se pela legenda colorida
DISCIPLINAS QUESTÕES
FÍSICA 21 - 22 - 26 - 27 - 28 - 34 - 35 - 36 - 52
GEOGRAFIA 04 - 10 - 25 - 39 - 43 - 46 - 47 - 48 - 49
LÍNGUA PORTUGUESA E
LITERATURAS DE L. PORT. 03 - 09 - 11 - 12 - 13 - 15 - 16 - 20 - 23 - 29 - 31 - 40 - 41 - 42 - 44 - 45
MATEMÁTICA 01- 02 - 17 - 24 - 30 - 32 - 33 - 50 - 51
LÍNGUA FRANCESA 53 - 54 - 55 - 56 - 57 - 58 - 59 - 60
3
TEXTO I
01
Segundo o matemático Leopold Kronecker (1823-1891),
“Deus fez os números inteiros, o resto é trabalho do homem.”
Leopold Kronecker
(1823 – 1891)
Os conjuntos numéricos são, como afirma o matemático, uma das grandes invenções humanas.
Assim, em relação aos elementos desses conjuntos, é correto afirmar que:
4
02
Povos diferentes com escrita e símbolos diferentes podem descobrir um
mesmo resultado matemático. Por exemplo, a figura ao lado ilustra o
Triângulo de Yang Yui, publicado na China em 1303, que é equivalente ao
Triângulo de Pascal, proposto por Blaise Pascal 352 anos depois.
100
Na expressão algébrica (x + 1)100 = a0 + a1 . x + a2 . x2 +...+a99 . x99 + a100 . x100 = j an . xn
n=0
o coeficiente a2 de x2 é igual a:
(A) 2
(B) 100
(C) 4950
(D) 9900
(E) 2100
03 Assinale a opção em que o emprego dos tempos e modos, ao produzir um efeito de sentido de
suposição, ratifica, no entanto, a concepção de a Matemática ser uma verdade universal inalterável.
(A) O prêmio Nobel Eugene Wigner escreveu sobre a “surpreendente eficácia da matemática na formulação
das leis da física, algo que nem compreendemos nem merecemos.”(linhas 2-3)
(B) Nesse caso, uma civilização alienígena descobriria a mesma matemática, mesmo se a representasse
com símbolos distintos. (linhas 9-10)
(C) Nossa pesquisa simplesmente desvenda as leis e teoremas que estão por aí, existindo em algum
metaespaço das ideias, como dizia Platão.(linhas 6-8)
(D) Os que creem que a matemática é inventada, como eu, argumentam que nosso cérebro é produto de
milhões de anos de evolução... (linhas 13-14)
(E) Conexões entre a realidade que percebemos e abstrações geométricas e algébricas são resultado de
como vemos e interpretamos o mundo.(linhas 16-17)
04 A frase “conexões entre a realidade que percebemos e abstrações geométricas e algébricas são
resultado de como vemos e interpretamos o mundo” (Texto I linhas 16-17) é reforçada pelas situações
retratadas na charge e na fotografia abaixo.
Traça-se uma linha
E se forma um muro
(A) a energia de ionização de um elemento é a energia máxima necessária para remover um elétron do
átomo desse elemento no estado gasoso.
(B) os elementos de transição interna são aqueles cujo subnível de maior energia da distribuição eletrônica
de seus átomos é f.
(C) a afinidade eletrônica ou eletroafinidade é a energia associada à saída de um elétron num átomo do
elemento no estado gasoso.
(D) as propriedades dos elementos são funções aperiódicas de seus números atômicos.
(E) os elementos representativos são os elementos cujo subnível de menor energia da distribuição eletrônica
de seus átomos é s ou p.
06 Os triglicerídeos (óleos) fazem parte da biomassa e são comumente conhecidos por produzir biodiesel.
Porém, ao se efetuar essa transformação, se obtém também glicerol que é utilizado para preparar o álcool
alílico. Já a celulose pode fornecer o eritrol que é usado para produzir o di-hidrofurano. Esses produtos são
insumos largamente utilizados na indústria química.
CO2 + H2O energia solar
fotossíntese fotossíntese
O R1
Celulose BIOMASSA
R1 O O R1
(C6H10O5)n
O óleos O
hidrólise transesterificação
ou com metanol
fermentação
OH O
OH
OH +
HO HO OH
MeO R1
OH glicerol biodiesel
eritrol
HCOOH HCOOH
230-240oC 230-240oC
OH
O
INSUMOS PARA
álcool alílico
di-hidrofurano A INDÚSTRIA
Conhecendo as propriedades físicas e químicas dos compostos, e o esquema apresentado acima, pode-se
afirmar que:
(A) os insumos são dois álcoois insaturados.
(B) a substância com maior ponto de ebulição é a água.
(C) não é possível realizar uma reação do di-hidrofurano com bromo.
(D) a equação da transesterificação está balanceada.
(E) na síntese do biodiesel a reação de transesterificação pode ser catalisada por ácidos.
6
07 Vinhos resinados eram produzidos desde a Antiguidade até a Idade Média. Estudos de textos antigos
descrevem a utilização de remédios, preparados através de processo de maceração, infusão ou decocção em
mel, leite, óleo, água e bebidas alcoólicas, sendo as mais comuns vinho e cerveja. Pela análise química de
resíduos de jarros de vinho, recentes estudos sugerem a presença de ervas em “prescrições médicas”. Essas
conclusões se baseiam nas substâncias já identificadas, como as mostradas abaixo, e nos estudos de textos
antigos.
H H
HO2C HO 2C HO 2C H
ácido abiético ácido desidroabiético ácido 7-oxodesidroabiético
OH
HO 2C
CO2H
OH
ácido tartárico reteno
7
TEXTO II
Gosto muito de uma idéia feroz de João Cabral de Melo Neto: “Escrever é estar no extremo
de si.” Nessa última fronteira, em que o EU se desvanece, o escritor pisa a parte mais inóspita
de si mesmo – aquela em que se transforma em outro. Literatura não é confissão, é invenção.
Para refletir sobre isso, nada melhor do que reler hoje, “Um experimento na crítica literária”, do
5 irlandês C.S.Lewis (1898 -1963). Um livro em que a Literatura se afirma como enigma e aventura.
E no qual o leitor, não mais reduzido à figura de um hermeneuta, ou,ao contrário, de um diletante,
se torna, ele também, um inventor.
O livro não é a ilustração de um saber consagrado; tampouco é um aferidor de verdades.
Ao inaugurar um mundo inteiramente novo, a Literatura é uma invenção que, em vez de explicar
10 e dissecar a realidade, a potencializa e amplia.
Vocabulário:
Hermeneuta - intérprete
Diletante - amante das artes e da Literatura
09 No Texto II, José Castello afirma também que a Literatura é uma invenção.
Assinale a opção em que o fragmento de texto se assemelha ao sentido construído na seguinte passagem
do Texto II: “Um livro em que a Literatura se afirma como enigma e aventura. E no qual o leitor, não mais
reduzido à figura de um hermeneuta, ou, ao contrário, de um diletante, se torna, ele também, um inventor.”
(linhas 5-7)
(A) O melhor meio de saber o que querem os poetas de amanhã é ainda conhecer o que eles exprobam à
poesia de ontem. Ora, o reproche geral que ao Simbolismo fazem e que os resume todos em uma
palavra é o de ele ter desprezado a Vida. Nós sonhamos; eles querem viver e dizer que viveram,
diretamente, simplesmente, intimamente, liricamente. (José Veríssimo, Que é literatura?)
(B) Estou escrevendo porque não sei o que fazer de mim. Quer dizer: não sei o que fazer com meu espírito.
O corpo informa muito. Mas eu desconheço as leis do espírito: ele vagueia. ( Clarice Lispector, Um
sopro de vida )
(C) Tenho muita pena de não saber escrever histórias para crianças. Mas ao menos ficaram sabendo como
a história seria, e poderão contá-la doutra maneira, com palavras mais simples do que as minhas, e
talvez mais tarde venham a saber escrever histórias para as crianças... Quem sabe se um dia virei a ler
outra vez esta história, escrita por ti que me lês, mas muito mais bonita?... (José Saramago, A maior
flor do mundo)
(D) Escrever arte moderna não significa jamais para mim representar a vida atual no que tem de exterior:
automóveis, cinema, asfalto. Se estas palavras frequentam meu livro não é porque pense com elas
escrever moderno, mas porque sendo meu livro moderno, elas têm nele sua razão de ser. (Mário de
Andrade, Prefácio interessantíssimo)
(E) Meu erro foi acreditar que a vida poderia fornecer material para a minha Literatura. Viver escrevendo.
Não escrevi o que devia — este foi o meu erro.
Escrever é renunciar — eu não sei renunciar. Gide disse que o diabo desta vida é que entre cem
caminhos, temos de escolher apenas um e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove. Pois bem:
a Literatura é como se você tivesse de renunciar a todos os cem… (Fernando Sabino, O encontro
marcado)
8
10 O fenômeno registrado na fotografia remete à importância de se conhecer a dinâmica da natureza.
DECIFRANDO A NATUREZA
O principal fator de formação das ondas e a causa específica do fenômeno apresentado estão corretamente
associados em:
9
TEXTO III
Tudo o que aqui escrevo é forjado no meu silêncio e na penumbra. Vejo pouco, ouço quase nada.
Mergulho enfim em mim até o nascedouro do espírito que me habita. Minha nascente é obscura. Estou
escrevendo porque não sei o que fazer de mim. Quer dizer: não sei o que fazer com meu espírito. O corpo
5
informa muito. Mas eu desconheço as leis do espírito: ele vagueia. Meu pensamento, com a enunciação das
palavras mentalmente brotando, sem depois eu falar ou escrever – esse meu pensamento de palavras é
precedido por uma instantânea visão sem palavras, do pensamento – palavra que se seguirá, quase
imediatamente – diferença espacial de menos de um milímetro. Antes de pensar, pois, eu já pensei.
11 Assinale a opção que corresponde ao pensamento de Clarice Lispector sobre a criação literária, no Texto.
(A) A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com
um piparote e adeus.
(B) Não colhas no chão o poema que se perdeu.
(C) Vozes da infância, contai a história da vida boa que nunca veio.
(D) Pensar é a concretização, materialização do que se pré-pensou.
(E) O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.
12 O modo de Clarice Lispector ver a criação literária guarda relação com o momento histórico em que ela
escreve. Em outros momentos históricos, outras relações ocorreram.
10
13 Gênio na arte de limpar
NO TÚNEL Você.
VOLTA
QUE TEM
ARRASTÃO
(D)
(A)
Sem Galileu.
Com Galileu.
Associação Automotiva da
China | A verdade. Depois de
duas doses seus reflexos
diminuirão em até 76%. AAC
lembra que se beber não dirija.
Agência Ice Cream Não, não a mesa é dele, mas ele nunca vai
virar. O taco, maceteado, é do Toninho
Communications malvadeza. As bolas, envenenadas, são do
PMDB. E a sinuca, bem, a sinuca é sempre
do povo.
(E)
(C)
Não, não a mesa é dele, mas ele nunca vai virar. O taco,
Por que esse apetite tão grande? maceteado, é do Toninho malvadeza. As bolas,
envenenadas, são do PMDB. E a sinuca, bem, a sinuca é
Por que esse apetite tão grande?
sempre do povo.
O Globo
11
14 Na presença de ar úmido ou de água que contém Oxigênio dissolvido, o Ferro é transformado num
produto denominado ferrugem que não tem fórmula conhecida, mas que pode ser representada por Fe2O3•xH2O.
A reação que se processa é:
2Fe + 3/2 O2 + xH2O Fe2O3•xH2O
A ferrugem formada não adere à superfície do Ferro, mas separa-se na forma de flocos, deixando o
metal exposto o que permite a continuação da reação. À medida que o Ferro vai se transformando em ferrugem,
ele vai sofrendo corrosão. No caso de outros metais, quando expostos ao ar úmido, também ocorre reação
semelhante, mas os óxidos formados aderem à superfície do metal e produzem uma película que protege o
material.
Considerando essa reação do Ferro, pode-se afirmar que:
(A) o produto da reação é o óxido ferroso hidratado.
(B) o Oxigênio sofre um processo de redução.
(C) o Ferro sofre um processo de redução.
(D) a água sofre um processo de oxidação.
(E) o óxido hidratado formado é classificado como um óxido neutro.
TEXTO IV
O PAVÃO
15 No trecho da crônica de Rubem Braga, os elementos coesivos produzem a textualidade que sustenta
o desenvolvimento de uma determinada temática.
Com base nos princípios linguísticos da coesão e da coerência, pode-se afirmar que:
(A) na passagem, “Mas andei lendo livros” (linha 2), o emprego do gerúndio indica uma relação de
proporcionalidade.
(B) o pronome demonstrativo “este” (linha 5) exemplifica um caso de coesão anafórica, pois seu referente
textual vem expresso no parágrafo seguinte.
(C) o articulador temporal “por fim” (linha 7) assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo a qual
o assunto está sendo abordado.
(D) a expressão “Oh! minha amada”(linha 7) é um termo resumitivo que articula a coerência entre a beleza
do pavão e a simplicidade do amor.
(E) o pronome pessoal “ele”(linha 8), na progressão textual, faz uma referência ambígua a “pavão”.
12
16 Não só conectores mas também pausas, marcadas pelos sinais de pontuação, assinalam diferentes
tipos de relações sintático-semânticas.
Em “Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há
pigmentos” (linhas 2-3), a pausa marcada pelo ponto final no primeiro período estabelece com o segundo período
uma relação de:
(A) explicação.
(B) temporalidade.
(C) condicionalidade.
(D) conformidade.
(E) comparação.
Se 0 ≤ R ≤ 1, 0 ≤ G ≤ 1 e 0 ≤ B ≤ 1, então:
(A) 0 ≤ Y ≤ 1, 0 ≤ / ≤ 1 e 0 ≤ Q ≤ 1
(B) 0 ≤ Y ≤ 1, – 0,596 ≤ / ≤ 0,596 e – 0,523 ≤ Q ≤ 0,523
(C) 0 ≤ Y ≤ 0,299, 0 ≤ / ≤ 0,596 e 0 ≤ Q ≤ 0,211
(D) 0,114 ≤ Y ≤ 0,587, – 0,322 ≤ / ≤ 0,596 e – 0,523 ≤ Q ≤ 0,312
(E) 0,211 ≤ Y ≤ 0,596, – 0,523 ≤ / ≤ 0,587 e – 0,322 ≤ Q ≤ 0,312
13
18 A melanina é um pigmento produzido na pele de mamíferos. Por outro lado, sua função na coloração
da plumagem das aves é fundamental: sem ela o azul e o verde não existiriam e o pavão seria todo branco.
No pavão, a luz é decomposta por uma série de microlâminas situadas nas bárbulas das penas. O mesmo
ocorre nos beija-flores. A eumelanina situada na profundidade absorve as radiações não refletidas. Igualmente,
são as microlâminas que dão origem às cores irisadas de numerosas aves: pombo, corvo, etc. Essas cores
mudam segundo a orientação da luz que incide na pena. A presença de carotenoides na pena permite
passar do azul e do violeta à púrpura, mas as microlâminas podem produzir todas as cores sem que haja
carotenoides. Na ausência de melanina negra, essas cores, ditas estruturais, não aparecem.
O esquema a seguir mostra o início da produção de melanina em alguns organismos vivos:
várias etapas
19 Existem metais que, na forma de compostos, dão colorações características à chama azul do
bico de Bunsen. Essa propriedade é usada em laboratórios no reconhecimento de metais. Com o calor da
chama do bico de Bunsen, os elétrons dos íons metálicos absorvem energia e saltam para níveis mais
externos e, ao retornarem para os níveis internos, emitem radiações coloridas típicas de cada metal.
cálcio sódio
composto
estrôncio de
lítio
bário cobre
(A) Os elementos Li, Na, Cu, Sr, Ca e Ba, nessa ordem, estão colocados em ordem crescente de
energia de ionização.
(B) A configuração eletrônica do Cobre é: [Ar] 4s2 3d10.
(C) Elementos Ba, Sr e Ca pertencem ao grupo dos alcalinos terrosos.
(D) O elemento de transição interna é o Cu, já que seu subnível de maior energia é o f.
(E) Os elementos Li, Cu, Ba, Sr, Na e Ca, nessa ordem, estão colocados em ordem crescente de raio
atômico.
14
20 Conexões entre a realidade que percebemos e figuras geométricas, cores e palavras são resultado de
como vemos e interpretamos o mundo.
A série de charges do cartunista Chico, publicada em O Globo, de 12 a 16 de junho de 2009, faz uma
reflexão crítica sobre a crise política no Senado, segundo uma composição de quadrados e retângulos em
uma conjugação de cores e palavras.
ENTREOUVIDO NA BAIXA-RENÂNIA
É impressão nossa ou a
coisa está ficando mais preta? Vai chover...
charge 1 charge 2
ENTREOUVIDO NA PRAIA
DOS CALHEIROS, EM PLENA
ENTREOUVIDO NA BAIXA-RENÂNIA (3) BAIXA-RENÂNCIA (5)
Pode-se afirmar sobre as conexões entre figuras geométricas, cores e palavras que:
(A) na charge número 1, os aspectos não verbais (quadrado maior/cor preta) vinculados à palavra produzem,
pela metáfora (“a coisa está ficando mais preta”), pela pergunta retórica e pelo emprego do pronome
“nossa”(inclusão do leitor) uma constatação do agravamento da situação vivida no Senado.
(B) na charge número 2, os aspectos não verbais (a cor cinza em um retângulo) se associa, pela metonímia,
à locução verbal “vai chover” indicativa de um fato inesperado nas relações entre o Senado e o Palácio
do Planalto.
(C) na charge número 3, a expressão coloquial “sujou” compõe com os aspectos não verbais (a cor marrom
escura e um retângulo) uma sugestão visual da ampliação do problema e uma imagem concreta do
desfecho da crise no Senado.
(D) na charge número 4, os aspectos não verbais (cor amarela/quadrado) vinculados à pergunta e à expressão
enfática “o sol nascer quadrado” apontam, pela construção linguística, o crime de injúria e difamação
contra a autoridade constituída.
(E) na charge número 5, a expressão “Praia dos Calheiros em plena Baixa-Renânia” indica, pela ironia,
vinculada a aspectos não verbais (cor flicts/quadrado), uma postura séria, honesta, definida do Senado.
15
21 A figura mostra um objeto e sua imagem produzida por um espelho esférico.
Escolha a opção que identifica corretamente o tipo do espelho que produziu a imagem e a posição do
objeto em relação a esse espelho.
(A) O espelho é convexo e o objeto está a uma distância maior que o raio do espelho.
(B) O espelho é côncavo e o objeto está posicionado entre o foco e o vértice do espelho.
(C) O espelho é côncavo e o objeto está posicionado a uma distância maior que o raio do espelho.
(D) O espelho é côncavo e o objeto está posicionado entre o centro e o foco do espelho.
(E) O espelho é convexo e o objeto está posicionado a uma distância menor que o raio do espelho.
22 Duas lâmpadas incandescentes A e B são ligadas em série a uma pilha, conforme mostra a figura 1.
Nesse arranjo, A brilha mais que B. Um novo arranjo é feito, onde a polaridade da pilha é invertida no circuito,
conforme mostrado na figura 2.
Assinale a opção que descreve a relação entre as resistências elétricas das duas lâmpadas e as
suas respectivas luminosidades na nova situação.
A B A B
figura 1 figura 2
(A) As resistências elétricas são iguais e, na nova situação, A brilha menos que B.
(B) A tem maior resistência elétrica e, na nova situação, brilha menos que B.
(C) A tem menor resistência elétrica e, na nova situação, brilha mais que B.
(D) A tem menor resistência elétrica e, na nova situação, brilha menos que B.
(E) A tem maior resistência elétrica e, na nova situação, brilha mais que B.
TEXTO V
Ler bem é ouvir o que as palavras nos dizem. O que dizem as palavras quando as despimos,
quando perscrutamos seu passado, suas reentrâncias, seu parentesco? Não dizem tudo, é verdade.
Sempre falta à palavra outra palavra que a complemente e que a explique. Nathalie Sarraute, no livro O uso
das palavras, imagina as palavras produzindo inúmeras ondulações. Captar essas ondulações, ler as
5 entrelinhas, e as entreletras, é instrutivo, divertido e trabalhoso. Captá-las com outras palavras é o exercício
de quem quer ler para valer. Tal esforço se renova infinitamente.
Gabriel Perissé. Revista Língua Portuguesa.
16
23 Para compreender a passagem de língua (sistema de signos) a discurso (produção de sentido), deve-se
ler as entrelinhas, e as entreletras. Esse processo implica o conhecimento de mundo que, pela intertextualidade,
enfatiza determinado desenvolvimento discursivo.
Observe bem a foto e o título da seguinte notícia jornalística.
O Grito
A governadora gaúcha Ye- ment. Irritada, Yeda acusou
da Crusius (PSDB) bateu bo- os professores de “torturar
ca com cerca de 200 profes- crianças” porque seus netos
sores que, na porta de sua ficaram com medo de sair
casa, pediam seu impeach- para ir à escola.
O Globo, 17/07/09. p.11.
Assinale a obra de arte que, pela intertextualidade, encaminha uma determinada compreensão da foto
e do título da notícia.
(A) (D)
(B) (E)
(C)
17
24 A palavra “perímetro” vem da combinação de dois elementos
gregos: o primeiro, perí, significa “em torno de”, e o segundo,
metron, significa “medida”.
O perímetro do trapézio cujos vértices têm coordenadas (−1, 0), (9, 0), (8, 5) e (1, 5) é:
(A) 10 + 29 + 26
(B) 16 + 29 + 26
(C) 22 + 26
(D) 17 + 2 26
(E) 17 + 29 + 26
25 Na figura abaixo, há duas representações cartográficas do mundo, uma atual e outra do século XV, às
quais foi acrescentado o percurso da 1ª viagem de Colombo. Existe um contraste entre essas duas
representações.
Geografia real e imaginária
Rota de Colombo em 1492. Chegou às Bahamas, visitou algumas Antilhas, mas achou
que estava no mar das Índias, bem perto do Japão.
mapa-múndi de hoje
18
26 Uma bola de ferro e uma bola de madeira, ambas com a mesma massa e a mesma temperatura, são
retiradas de um forno quente e colocadas sobre blocos de gelo.
27 Duas bolas de mesma massa, uma feita de borracha e a outra feita de massa de modelar, são largadas
de uma mesma altura. A bola de borracha bate no solo e retorna a uma fração da sua altura inicial, enquanto a
bola feita de massa de modelar bate e fica grudada no solo.
Assinale a opção que descreve as relações entre as intensidades dos impulsos Ib e Im exercidos,
respectivamente, pelas bolas de borracha e de massa de modelar sobre o solo, e entre as respectivas variações
de energias cinéticas ΔEbc e ΔEm
c das bolas de borracha e de massa de modelar devido às colisões.
19
28 A figura representa quatro esferas metálicas idênticas penduradas por fios isolantes elétricos.
O arranjo está num ambiente seco e as esferas estão inicialmente em contato umas com as outras.
A esfera 1 é carregada com uma carga elétrica +Q.
(A) (D)
(B) (E)
(C)
1 2 3 4
20
TEXTO VI
INIMIGO OCULTO
dizem que
em algum ponto do cosmos
Ferreira Gullar
*(O silêncio eterno desses espaços infinitos me assusta)
29 Identifique a opção que apresenta a explicação adequada para o efeito de sentido resultante do uso
linguístico especificado.
(A) Nos versos “um pedaço negro de rocha” / “voa em nossa direção” (versos 4-6), o uso do pronome
possessivo “nossa” rompe o vínculo entre o eu lírico e os leitores.
(B) Em “dizem que” (verso 1), a expressão do sujeito gramatical, na terceira pessoa do plural, sem
antecedente textual claro, evidencia que o eu lírico se vale de uma outra voz para expressar o fato.
(C) Nos versos “e quaisquer que sejam os desvios / e extravios / de seu curso” (versos 14-16), o pronome
possessivo “seu” se reporta ao verso “em algum ponto do cosmos”. (verso 2)
(D) O apagamento do objeto direto oracional em “não se sabe se” (verso 20) inviabiliza a referência a
“inimigo oculto”. (título)
(E) A combinação da preposição “de” com o pronome “eles”, empregado como pronome possessivo em
“deles resultará” (verso 17), encaminha textualmente as consequências das “curvaturas do espaço-
tempo”. (versos 8-9)
21
A Escala de Palermo foi desenvolvida para ajudar especialistas a
30 classificar e estudar riscos de impactos de asteroides, cometas e grandes
meteoritos com a Terra. O valor P da Escala de Palermo em função do
risco relativo R é definido por
P = log10 (R ).
Por sua vez, R é definido por
σ
R=
f × ΔT
sendo σ a probabilidade de o impacto ocorrer, ΔT o tempo (medido
em anos) que resta para que o impacto ocorra e
−4
f = 0,03 × E 5
4
(A) P = log10 (σ ) + 2 − log10 (3) + log (E ) + log10 ( ΔT )
5 10
4
(B) P = log10 (σ ) + 2 − log10 (3) − log10 (E ) + log10 ( ΔT )
5
4
(C) P = log10 (σ ) + 2 − log10 (3) + log (E ) − log10 ( ΔT )
5 10
4
(D) P = log10 (σ ) + 2log10 (3) + log (E ) − log10 ( ΔT )
5 10
4
(E) P = log10 (σ ) − 2log10 (3) + log10 (E ) − log10 ( ΔT )
5
22
TEXTO VII
Ziraldo. Manchete.
31 Na organização sintático-semântica do Texto VII, o emprego da expressão “será que” se justifica por:
23
33 Em Mecânica Clássica, a norma G do campo gravitacional gerado por um corpo de massa m em um ponto
a uma distância d > 0 do corpo é diretamente proporcional a m e inversamente proporcional ao quadrado de d.
Seja G = f (d) a função que descreve a norma G do campo gravitacional, gerado por um corpo de massa
constante m em um ponto a uma distância d > 0 desse corpo.
f (d )
(A)
4
f (d )
(B)
2
(C) 4f (d )
(D) 2f (d )
(E) f (d )
34 Um carro desloca-se para frente em linha reta sobre uma estrada horizontal e plana com uma velocidade
que varia em função do tempo, de acordo com o gráfico mostrado na figura.
t
Escolha a opção que representa a força resultante que o solo faz sobre o carro.
(A) (D)
(B) (E)
(C)
24
35 Dois brinquedos idênticos, que lançam dardos usando molas, são disparados simultaneamente na vertical
para baixo.
As molas com os respectivos dardos foram inicialmente comprimidas até a posição 1 e, então, liberadas.
A única diferença entre os dardos I e II, conforme mostra a figura, é que I tem um pedaço de chumbo grudado
nele, que não existe em II.
Escolha o gráfico que representa as velocidades dos dardos I e II, como função do tempo, a partir do
instante em que eles saem dos canos dos brinquedos.
v II v
(A) (D)
I I = II
t t
v I v I
(B) II (E)
II
t t
v I
(C) II
t
25
36 Três recipientes idênticos contêm água pura no mesmo nível e estão sobre balanças, conforme mostra a
figura. O recipiente I contém apenas água, no recipiente II flutuam cubos de gelo e no recipiente III flutuam bolas
de plástico que têm densidade menor que a do gelo.
Escolha a opção que descreve a relação entre os pesos dos três recipientes com seus respectivos conteúdos
(PI, PII e PIII) .
37 Um Universo em expansão, como o nosso, é um Universo com uma história. E o que aprendemos ao
estudar essa história é que, à medida que o Universo se expande, a matéria se resfria. Esse resfriamento
gradual permitiu que partículas, inicialmente livres, eventualmente formassem estruturas cada vez mais
complexas: núcleos atômicos, átomos de hidrogênio e hélio, estrelas e planetas. Mas para que a vida seja
possível, hidrogênio e hélio não bastam. Faltam os outros elementos: Carbono, Oxigênio, Ferro, Ouro... Eles
são formados durante os momentos finais da vida de estrelas, em eventos conhecidos como explosões de
supernova.
Em relação aos elementos H, C, O e He e seus compostos, pode-se afirmar que são utilizados,
respectivamente, em:
38 Em 1913, o físico dinamarquês Niels Bohr mostrou que as leis da Física Clássica não eram válidas para
sistemas microscópicos, tais como o átomo e suas partículas constituintes. Bohr criou um novo modelo atômico,
fundamentado na teoria dos quanta de Max Planck, estabelecendo alguns postulados.
(A) O elétron pode-se mover em determinadas órbitas sem irradiar. Essas órbitas estáveis são denominadas
“estados estacionários”.
(B) É impossível determinar com precisão a posição e a velocidade instantâneas de uma partícula.
(C) Um mesmo orbital não pode ter mais do que dois elétrons. Num orbital com dois elétrons, um deles tem
spin + ½ e o outro - ½.
(D) O elétron ao saltar de um nível de energia interno E1 para outro mais externo E2 emite um quantum de
energia.
(E) Num átomo, não existem dois elétrons com os quatro números quânticos iguais.
26
TEXTO VIII
Uma valorização do eufemismo parece importante na dinâmica das relações sociais. Seu
emprego permitiria, em parte, contornar o valor negativo que certas expressões espelham. O
eufemismo, no entanto, não afronta o estigma. Seu uso indica uma relação de cortesia, necessária,
no curso das trocas sociais que se passam com aqueles que não podem se desfazer de suas
5 marcas.
Observamos que este uso é generalizado entre diferentes grupos sociais – a mesma
preocupação pode levar a substituir o termo comunidade por outro equivalente, como morro ou
bairro. Sabemos todos que nas trocas sociais o mais importante é o sentido que se elabora no
interior das suas dinâmicas. O esforço continuado para não ferir as pessoas que acompanham as
10 trocas sociais correntes motiva o uso do termo comunidade em muitos momentos, inclusive por
aqueles diretamente concernidos – as pessoas que moram em favelas –, quando se referem a
seus locais de moradia. Empregado pela mídia, pelo governo, pelas associações locais, pelas
ONGs, o termo comunidade muitas vezes explicita a dificuldade dessa operação de levar em
conta o que pensam os que se veem nomeados de uma forma negativa.
15 Se este uso eufemístico é recorrente, vale observar que, em muitas circunstâncias, do
ponto de vista dos moradores, o que é mais reivindicado é a não identificação, ou seja,
preferencialmente, a anulação de qualquer referência à identidade territorial em trocas sociais
diversas.
O termo “comunidade” em seus usos eufemísticos não é capaz de impedir a associação
20 da pessoa com os traços negativos provenientes dessa identificação; somente indica a suspensão
destes pelo uso momentâneo de aspas que podem ser retiradas quando for preciso.
BIRMAN, Patrícia. Favela é comunidade? In SILVA, L.A.(org.) Vida sob cerco. Violência e rotina nas favelas do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008, pp.106-7. Adaptação.
27
39 Do Texto VIII, destaca-se o seguinte trecho:
“Observamos que este uso (do eufemismo) é generalizado entre diferentes grupos sociais – a mesma
preocupação pode levar a substituir o termo comunidade por outro equivalente, como morro ou bairro”. (linhas
6-8)
A substituição apontada no trecho acima pode ser encontrada em letras de algumas canções, como no
exemplo abaixo.
Endereço dos Bailes
“(...) (...)
Ê ê ê ê! Se liga que eu quero ver Tem outro baile que a galera toda treme
O endereço dos bailes eu vou falar pra você É lá no baile do Leme lá no Morro do Chapéu
É que de sexta a domingo na Rocinha o morro Tem na Tijuca um baile que é sem bagunça
enche de gatinha A galera fica maluca lá no Morro do Borel
Que vem pro baile curtir (...)”
Ouvindo charme, rap, melody ou montagem,
É funk em cima, é funk embaixo,
Que eu não sei pra onde ir MC Júnior e MC Leonardo
Essa associação entre favela e morro pode ser explicada pela combinação dos seguintes aspectos:
http://www.fotofavela.com.br/galeriaaberta/santa_marta_acao/default.htm
Assinale o trecho do Texto VIII que justifica claramente a explicação acima sobre o dualismo na
denominação do morro – Dona Marta e Santa Marta.
(A) Observamos que este uso é generalizado entre diferentes grupos sociais – a mesma preocupação pode
levar a substituir o termo comunidade por outro equivalente, como morro ou bairro. (linhas 6-8)
(B) Uma valorização do eufemismo parece importante na dinâmica das relações sociais. (linha 1)
(C) Sabemos todos que nas trocas sociais o mais importante é o sentido que se elabora no interior das suas
dinâmicas. (linhas 8-9)
(D) O esforço continuado para não ferir as pessoas que acompanham as trocas sociais correntes motiva o
uso do termo comunidade em muitos momentos, inclusive por aqueles diretamente concernidos –
(linhas 9-11)
(E) O termo “comunidade” em seus usos eufemísticos não é capaz de impedir a associação da pessoa com
os traços negativos provenientes dessa identificação; (linhas 19-20)
28
TEXTO IX
Para literatos e memorialistas do século XIX, um dos grandes desafios era, então, construir uma
nação tendo que levar em conta as antigas tradições, quase sempre católicas e repletas de “atrasadas”
manifestações populares e negras.
As discussões sobre as perspectivas da nacionalidade brasileira ganharam novo impulso nas últimas
5 décadas do século passado, após a abolição da escravidão, quando definitivamente teriam que ser
incorporados os libertos e descendentes de africanos ao mercado de trabalho livre e à “nação brasileira”.
Festas, músicas e danças despontariam, entre setores intelectuais, como um importante campo de estudos
para se avaliar e, principalmente, projetar a versão musical da nação brasileira. Afinal, estas manifestações
passaram a representar valiosos indicativos de uma nação formada por uma “raça mestiça”, de inegável
10 influência portuguesa, católica e africana.
Escritores e músicos de diferentes partes do Brasil, no fim do século XIX e início do XX, iriam identificar
e construir, a partir de variadas e híbridas doses de etnia e cultura, uma original identidade nacional, musical
e festiva.
Marta Abreu. Invenção de um país festivo. Caderno Ideias, Jornal do Brasil. Adaptação.
41 Assinale a opção que corresponde ao fragmento “Escritores e músicos de diferentes partes do Brasil, no
fim do século XIX e início do XX, iriam identificar e construir, a partir de variadas e híbridas doses de etnia e
cultura, uma original identidade nacional, musical e festiva.” (linhas 11-13)
(A) Em cada porta um frequentado olheiro, / Que a vida do vizinho, e da vizinha / Pesquisa, escuta, espreita,
e esquadrinha, / Para a levar à Praça, e ao Terreiro. (Gregório de Matos)
(B) Última flor do Lácio, inculta e bela, / És, a um tempo, esplendor e sepultura: / Ouro nativo, que na ganga
impura / A bruta mina entre os cascalhos vela...(Olavo Bilac)
(C) Assim eu quereria meu último poema / Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
/ Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas / Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
(Manuel Bandeira)
(D) Quem, Marília, despreza uma beleza, / A luz da razão precisa; / E se tem discurso, pisa / A lei, que lhe
ditou a Natureza. (Tomás Antônio Gonzaga)
(E) Misturo tudo num saco, / Mas gaúcho maranhense / Que pára no Mato Grosso, / Bate este angu de
caroço (Mário de Andrade)
42 Assinale a passagem que exemplifica ser a mestiçagem uma construção intelectual, mas que está
presente no sentimento do povo de forma ambígua.
(A) Amálgama é miscigenação e mistura mas é muito mais do que isso: é a diversidade em combinação
permanente causando esta flutuação de constante capacidade de adaptações e criatividade. (Jorge Mautner)
(B) Qual a minha cor, não é? Para escrever aí no questionário. Deixa eu pensar.O que o senhor acha que eu
sou? Olhando para minha cara. Bem para minha cara. O que eu sou? Assim, no espelho? Coloque aí,
escreva:mestiça. Isso: doméstica mestiça. Pode anotar. Só não vai contar para ninguém, tá? (Marcelino
Freire)
(C) O Estatuto da Igualdade Racial, que está para ser votado na Câmara em meio a discussões acirradas,
reserva cotas para afro-brasileiros, mas não menciona caboclos, cafuzos, mamelucos ou mulatos. É uma
ficção bicolor, dizem seus críticos. É o reconhecimento de uma divisão social, retrucam seus defensores.
(Miguel Conde)
(D) Mulatas e negras, empregadas nas casas ricas, amontoavam-se ante as malas abertas: – Compra, freguesa,
compra. É baratinho... – a pronúncia cômica, a voz sedutora. Longas negociações. Os colares sobre os
peitos negros, as pulseiras nos braços mulatos, uma tentação! (Jorge Amado)
(E) Com a proibição do tráfico de escravos em 1850, e o aumento da imigração europeia na segunda metade
do século XX, a cor dos comerciantes de rua do Rio de Janeiro começou a ficar mais variada. Como mostra
o retrato de Augusto Malta e Marc Ferrez, se tornou mais frequente a presença de mestiços e brancos
entre os ambulantes. (O Globo, Logo.)
29
43 Composto por música, dança e adivinhas, o Jongo é uma manifestação cultural trazida ao Brasil por
negros bantos, vindos da região, hoje, correspondente a Angola. Diversas comunidades afro-brasileiras mantêm
ainda rodas de Jongo na periferia das cidades do Vale do Paraíba, como Valença, Vassouras, Paraíba do Sul
e Barra do Piraí (Estado do Rio de Janeiro), além de Guaratinguetá e Lagoinha (Estado de São Paulo).
30
44 Senhor, não deixes que se manche a tela
Onde traçaste a criação mais bela
De tua inspiração.
O sol de tua glória foi toldado...
Teu poema da América manchado,
Manchou-o a escravidão.
Castro Alves
Na poesia de Castro Alves, a temática da escravidão é tratada pelo eu lírico como denúncia de uma
injustiça social cuja solução pertence à esfera divina. Diferentemente dessa postura, há uma poesia em
língua portuguesa que trata essa questão pelo viés da busca da liberdade pela consciência e atuação do
negro capaz de reescrever sua história.
Assinale a passagem que apresenta o negro como construtor ativo de sua própria liberdade.
Em Lisboa?
Na América?
No Rio? (Francisco José Tenreiro)
31
TEXTO X
– A conquista da América pelos europeus foi uma tragédia sangrenta. A ferro e fogo! Era a
divisa dos cristianizadores. Mataram à vontade, destruíram tudo e levaram todo ouro que havia.
Outro espanhol, de nome Pizarro, fez no Peru coisa idêntica com os incas, um povo de civilização
muito adiantada que lá existia. Pizarro chegou e disse ao imperador inca que o papa havia dado
5 aquele país aos espanhóis e ele viera tomar conta. O imperador inca, que não sabia quem era o
papa, ficou de boca aberta, e muito naturalmente não se submeteu. Então Pizarro, bem armado
de canhões conquistou e saqueou o Peru.
– Mas que diferença há, vovó, entre estes homens e aquele Átila ou aquele Gengis-Cã que
marchou para o ocidente com os terríveis tártaros, matando, arrasando e saqueando tudo?
10 – A diferença única é que a história é escrita pelos ocidentais e por isso torcida a nosso favor.
Vem daí considerarmos como feras aos tártaros de Gengis-Cã e como heróis com monumentos
em toda parte, aos célebres “conquistadores” brancos. A verdade, porém, manda dizer que tanto
uns como outros nunca passaram de monstros feitos da mesmíssima massa, na mesmíssima
forma. Gengis-Cã construiu pirâmides enormes com cabeças cortadas aos prisioneiros. Vasco
15 da Gama encontrou na Índia vários navios árabes carregados de arroz, aprisionou-os, cortou as
orelhas e as mãos de oitocentos homens da equipagem e depois queimou os pobres mutilados
dentro dos seus navios.
32
45 Monteiro Lobato narra a história das civilizações sob um ponto de vista crítico contrário à tradição
ocidental, evidenciando as diferenças de comportamento entre as civilizações.
Assinale a opção que exemplifica a disparidade das visões no encontro histórico de civilizações
diferentes.
(A) Para os que chegavam, o mundo em que entravam era a arena de seus ganhos, em ouro e glórias. Para
os índios que ali estavam, nus na praia, o mundo era um luxo de se viver. Este foi o efeito do encontro
fatal que ali se dera. Ao longo das praias brasileiras de 1500, se defrontaram, pasmos de se verem uns
aos outros tais quais eram, a selvageria e a civilização. Suas concepções, não só diferentes mas
opostas, do mundo, da vida, da morte, do amor, se chocaram cruamente. (Darcy Ribeiro, O povo
brasileiro)
(B) – Cá no asfalto, lixam-se para os índios. Tem tudo a ver. Aquele sujeito de bigode, sentado ali, tem
tudo a ver. Pois se não conseguimos respeitar a integridade deles, estamos ameaçados. Ninguém
exerce, impunemente, a violência. É como cuspir para cima. Se estamos destruindo os índios, é
porque nossa brutalidade chegou a um nível perigoso para nós próprios. (Noel Nutels, apud Hélio
Pellegrino, Lucidez embriagada)
(C) Deitado na esteira, de boca para cima, o sacerdote Jaguar de Yucatán escutou a mensagem dos
deuses. Eles falaram através do telhado, montados sobre sua casa, em um idioma que ninguém
entendia.
Chilan Balam, que era boca dos deuses, recordou o que ainda não tinha acontecido:
Dispersados serão pelo mundo as mulheres que cantam e os homens que cantam e todos os que
cantam... (Eduardo Galeano, Nascimentos)
(D) Pioneiros da conquista do trópico para a civilização, tiveram os portugueses, nessa proeza, sua maior
missão histórica. E sem embargo de tudo quanto se possa alegar contra sua obra, forçoso é reconhecer
que foram não somente os portadores efetivos como os portadores naturais dessa missão. (Sérgio
Buarque de Holanda, Raízes do Brasil)
(E) Neste final de século fala-se muito em crise de identidade do sujeito. O homem da sociedade moderna
tinha uma identidade bem definida e localizada no mundo social e cultural. Mas uma mudança estrutural
está fragmentando e deslocando as identidades culturais de classe, sexualidade, etnia, raça e
nacionalidade. (Stuart Hall, A identidade cultural na pós-modernidade)
33
46 “Choque de civilizações” é o título do livro de autoria do cientista norte-americano Samuel Huntington,
no qual são identificados conjuntos civilizacionais e seus possíveis enfrentamentos, conforme ilustrado no
mapa abaixo:
Fonte: BONIFACE, Pascal e VÉDRINE, Hubert. Atlas do Mundo Global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009.
34
TEXTO XI
Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido. Haveria nisto um paradoxo pedindo uma
explicação? De um lado, é abusivamente mencionado o extraordinário progresso das ciências e das técnicas,
das quais um dos frutos são os novos materiais artificiais que autorizam a precisão e a intencionalidade. De
outro lado, há, também, referência obrigatória à aceleração contemporânea e todas as vertigens que cria, a
começar pela própria velocidade. Todos esses, porém, são dados de um mundo físico fabricado pelo homem,
cuja utilização, aliás, permite que o mundo se torne esse mundo confuso e confusamente percebido.
De fato, se desejamos escapar à crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e não
queremos admitir a permanência de sua percepção enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos
três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o
segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode
ser: uma outra globalização.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. Do pensamento único à consciência
universal. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 17-18.
Rodovia Interoceânica
47 Não tem sido pequeno o esforço econômico e político
dos governos peruano e brasileiro para a construção dos mais
de três mil quilômetros da Rodovia Interoceânica, projeto de 2
bilhões de dólares que conectará os dois países. Contudo, antes
de se converter num instrumento de desenvolvimento, a rodovia
exerce sua função mais primária: revelar o Peru aos peruanos.
A estrada começa a interligar o litoral,possuidor de maior nível
de desenvolvimento, às comunidades até agora isoladas.
Conforme a declaração do presidente da Câmara de Comércio
e Turismo de Cuzco “A rodovia tem nos revelado surpresas.
Nem nós nos conhecemos. Antes de sabermos o que a
Interoceânica pode nos oferecer com acesso ao Brasil, estamos
descobrindo o que podemos oferecer para nós mesmos.”
(A) O litoral peruano tem baixa profundidade para instalação de portos/busca pela utilização dessa via por
exportadores do Oriente Médio.
(B) Grupos terroristas, como o Sendero Luminoso, atuam crescentemente na região/ intensificação do
turismo entre Peru e Brasil.
(C) O lado peruano é uma área politicamente instável/ empenho brasileiro na exportação de borracha provinda
da floresta amazônica.
(D) Algumas regiões peruanas ricas buscam sua independência/ampliação da oferta de mão de obra para
empresas do sudeste brasileiro.
(E) A Cordilheira dos Andes exige investimentos altos em infraestrutura/interesses do agronegócio brasileiro
em exportar aos mercados asiáticos.
35
48 A ideia da “globalização como fábula”, destacada no Texto XI, torna-se ainda mais expressiva, se levamos
em conta certas definições de fábula, apresentadas no dicionário: mitologia, lenda, narração de coisas imaginárias.
Não resta dúvida de que se lida com a imagem de um mundo cada vez mais interconectado, mas de forma
alguma “sem fronteiras”.
Essa imagem, difundida nos tempos atuais, encontra seu principal fundamento no aspecto:
49 O fragmento da notícia e a letra da canção referem-se às mesmas áreas da região Nordeste, nas quais se
verificou uma mudança brusca nas condições climáticas habituais, devido ao excesso de chuva numa região
marcada pela sua falta.
Último Pau-de-Arara
36
50 Com o objetivo de criticar os processos infinitos, utilizados em demonstrações matemáticas de sua
época, o filósofo Zenão de Eleia (século V a.C.) propôs o paradoxo de Aquiles e a tartaruga, um dos paradoxos
mais famosos do mundo matemático.
Fonte: http://culturaclassica.blogspot.com/2008/05/aquiles-ainda-corre-os-paradoxos-de.html
Existem vários enunciados do paradoxo de Zenão. O escritor argentino Jorge Luis Borges o apresenta
da seguinte maneira:
Aquiles, símbolo de rapidez, tem de alcançar a tartaruga, símbolo de morosidade. Aquiles corre dez
vezes mais rápido que a tartaruga e lhe dá dez metros de vantagem. Aquiles corre esses dez metros, a
tartaruga corre um; Aquiles corre esse metro, a tartaruga corre um decímetro; Aquiles corre esse decímetro, a
tartaruga corre um centímetro; Aquiles corre esse centímetro, a tartaruga um milímetro; Aquiles corre esse
milímetro, a tartaruga um décimo de milímetro, e assim infinitamente, de modo que Aquiles pode correr para
sempre, sem alcançá-la.
Fazendo a conversão para metros, a distância percorrida por Aquiles nessa fábula é igual a
∞
d = 10 + 1 +
1
+
10 102
1 ...
+ = 10 + 1 n.
10
Σ( )
n=0
É correto afirmar que:
(A) d = +∞
(B) d = 11,11
91
(C) d=
9
(D) d = 12
100
(E) d= 9
37
51 O Índice de Liberdade Econômica (Index of Economic Freedom) é um indicador elaborado pelo The
Wall Street Journal e The Heritage Foundation, que avalia o grau de liberdade econômica de um país. Esse
índice varia de zero a cem. Quanto maior o seu valor, maior a “liberdade econômica” do país. Tal índice é uma
média da liberdade econômica em dez âmbitos: negócios; comércio; liberdade fiscal; intervenção do governo;
monetário; investimentos; financeiro; corrupção; trabalho; direitos de propriedade. A tabela a seguir fornece os
índices de quatro países, no período de 2000 a 2009, e suas respectivas posições no ranking em 2009 (ano
em que 179 países foram avaliados).
Fonte: http://www.heritage.org/Index/Explore.aspx?view=by-region-country-year
Com base nessa tabela, pode-se afirmar que o índice de liberdade econômica do Brasil
(A) teve um aumento superior a 1%, do ano de 2000 para o ano de 2001.
(B) teve um decréscimo de 0,1%, no período de 2001 a 2004.
(C) teve um aumento superior a 13 %, do ano de 2003 para o ano de 2008.
(D) teve um decréscimo de 30%, do ano de 2004 para o ano de 2005.
(E) cresceu, ano a ano, no período de 2003 a 2008.
38
52 Antoine de Saint-Exupéry gostaria de ter começado a história do Pequeno Príncipe dizendo:
“Era uma vez um pequeno príncipe que habitava um planeta pouco maior que ele, e que tinha necessidade
de um amigo …”
Considerando que o raio médio da Terra é um milhão de vezes o raio médio do planeta do Pequeno
Príncipe, assinale a opção que indica a razão entre a densidade do planeta do Pequeno Príncipe, ρP , e a
densidade da Terra, ρT , de modo que as acelerações da gravidade nas superfícies dos dois planetas sejam
iguais.
ρP
(A) = 1012
ρT
ρP
(B) = 106
ρT
ρP
(C) = 1018
ρT
ρP
(D) = 103
ρT
(E) ρP
= 102
ρT
39
RA
SC
UN
40
HO
Língua Espanhola
Lee, con atención, los textos y contesta a las siguientes preguntas, marcando la opción correcta.
Texto I
El espejo enterrado
El 12 de octubre de 1492, Cristóbal Colón desembarcó en una pequeña isla del hemisferio occidental.
La hazaña del navegante fue un “triunfo de la hipótesis sobre los hechos”: la evidencia indicaba que la Tierra
era plana; la hipótesis, que era redonda. Colón apostó a la hipótesis: puesto que la Tierra es redonda, se
puede llegar al Oriente navegando hacia el Occidente. Pero se equivocó en su geografía. Creyó que había
5 llegado a Asia. Su deseo era alcanzar las fabulosas tierras de Cipango (Japón) y Catay (China), reduciendo
la ruta europea alrededor de la costa de África, hasta el extremo sur del Cabo de Buena Esperanza y luego
hacia el este hasta el Océano Índico y las islas de las especias.
No fue la primera ni la última desorientación occidental. En estas islas, que él llamó “las Indias”,
Colón estableció las primeras poblaciones europeas en el Nuevo Mundo. Construyó las primeras iglesias;
10 ahí se celebraron las primeras misas cristianas. Pero el navegante encontró un espacio donde la inmensa
riqueza asiática con que había soñado estaba ausente. Colón tuvo que inventar el descubrimiento de grandes
riquezas en bosques, perlas y oro, y enviar esta información a España. De otra manera, su protectora, la
reina Isabel, podría haber pensado que su inversión (y su fe) en este marinero genovés de imaginación febril
había sido un error.
15 Pero Colón, más que oro, le ofreció a Europa una visión de la Edad de Oro restaurada: éstas eran
las tierras de Utopía, el tiempo feliz del hombre natural. Colón había descubierto el paraíso terrenal y el buen
salvaje que lo habitaba. ¿Por qué, entonces, se vio obligado a negar inmediatamente su proprio descubrimiento,
a atacar a los hombres a los cuales acababa de describir como “muy mansos y sin saber que sea mal ni
matar a otros ni prender, y sin armas”, darles caza, esclavizarles y aun enviarlos a España encadenados?
20 Al principio Colón dio un paso atrás hacia la Edad Dorada. Pero muy pronto, a través de sus propios
actos, el paraíso terrenal fue destruido y los buenos salvajes de la víspera fueron vistos como “buenos para
les mandar y les hazer trabajar y sembrar y hazer todo lo otro que fuera menester”.
Desde entonces, el continente americano ha vivido entre el sueño y la realidad, ha vivido el divorcio
entre la buena sociedad que deseamos y la sociedad imperfecta en la que realmente vivimos. Hemos
25 persistido en la esperanza utópica porque fuimos fundados por la utopía, porque la memoria de la sociedad
feliz está en el origen mismo de América, y también al final del camino, como meta y realización de nuestras
esperanzas.
41
53 Según Carlos Fuentes, el autor del texto, en 57 Al leer el tercero y el cuarto párrafo encontramos
la siguiente contradicción:
tiempos de Colón había una hipótesis que contradecía
las evidencias sobre la forma de la Tierra. Colón
(A) Colón descubrió en el Nuevo Mundo al buen salvaje
creado por la utopía europea y lo esclavizó.
(A) desconfiaba de las hipótesis sobre la redondez de
(B) Colón no percibió el alcance de su descubrimiento
la Tierra.
y siguió buscando su utopía.
(B) creía que era imposible llegar al Oriente navegando
(C) Colón esclavizó a los nativos del Nuevo Mundo
hacia el Occidente.
porque no eran buenos trabajadores.
(C) desconsideraba las evidencias que mostraban que
(D) Colón no consiguió esclavizar a los indígenas, a
la Tierra era redonda.
pesar de que eran muy pacíficos.
(D) confiaba en la hipótesis de que la Tierra era
(E) Colón fue enviado a España encadenado por los
redonda.
salvajes del Nuevo Mundo.
(E) tenía nociones precisas de geografía.
42
Texto II
60 Observando el texto de El espejo enterrado y
la viñeta Cinco siglos igual, se puede afirmar que en
ambos, a pesar de tratarse de géneros discursivos
diferentes, se compara el pasado histórico (la
¿A QUÉ VIENE ESTA conquista de América) con el presente, de la siguiente
GENTE?
manera:
NO SÉ, PERO
DICEN QUE
TENEMOS ARMAS
DE DESTRUCCIÓN
OH (A) En el texto de Carlos Fuentes se presenta
NO
MASIVA América como un paraíso desde sus orígenes
hasta hoy; en la viñeta de Daniel Paz, a su vez,
se revela la vida paradisíaca de los nativos
americanos.
(B) En el último párrafo del texto de Fuentes
se dice que en el Nuevo Mundo continúa el
divorcio entre sueño y realidad, y la viñeta
usa irónicamente argumentos actuales para
justificar la conquista de América.
(C) En el texto de El espejo enterrado se celebra
el tiempo feliz del hombre natural, que ayer
como hoy vive en América, y en la viñeta Cinco
siglos igual se enfoca un aspecto de esa
http://www.educared.org.ar/enfoco/recursos/
descubrimiento%20inchala041013-thumb.jpg felicidad.
(D) En el texto de Carlos Fuentes, el autor asegura
que los españoles continúan negociando con
59 La expresión coloquial, “¿A qué viene esta gente?”, los nativos americanos, y en la viñeta de Daniel
contenida en el globo del texto II, sugiere Paz los conquistadores siguen llegando con
sus armas de destrucción masiva a las costas
(A) la alegría de los nativos al ver a aquellos hombres
desconocidos y armados. americanas.
(B) la arrogancia con que son recibidos los recién (E) En el penúltimo párrafo de El espejo enterrado
llegados. se afirma que los salvajes siempre han sido
(C) el sentimiento de odio revelado por los habitantes buenos trabajadores, y en la viñeta se observa
del nuevo Mundo. que los indígenas americanos siempre han
(D) la simpatía que los indígenas sentían por aquellos
ignorado el trabajo brazal.
hombres barbudos.
(E) el desconocimiento, por parte de los indígenas,
en relación a los conquistadores.
43
Língua Inglesa
By JANET RAE-DUPREE
Published: June 1, 2008
WHEN Thomas Alva Edison was starting in business, his first patent was for an
automated vote-tallying machine to let legislators know instantly which measures had
passed and which had been voted down. He sold not a one. It seems that legislators,
accustomed to schmoozing and politicking right through a vote’s tally, didn’t want to
5 speed the process. But with the resilience he would show throughout his life, Edison
refused to view that episode as a failure. Instead, he used it to set the stage for future
decisions: He would pursue only those innovations that had a verifiable market from the
beginning. He went on to earn 1,092 more patents and to become a symbol of American
ingenuity.
http://www.amazon.com
10 Ancient history, right? Not so fast. True, Edison has long been revered for changing the face of modern
civilization. But beyond the material aspects of his success, he demonstrated that creativity and innovation could
result from a set of identifiable and repeatable processes. Like Leonardo Da Vinci before him, Edison kept
extensive notebooks detailing every idea he ever had and every experiment he ever tried. He established the
world’s first modern research and development laboratory, hiring teams of experts in things as diverse as model-
15 making and chemical engineering. Not only did he invent the incandescent light bulb, Edison also created the
electric power industry required for the bulb to light up millions of homes and businesses.
*Curiosità, or curiosity, marking his insatiable quest for knowledge and continuous improvement.
*Dimostrazione, or demonstration, through which he learned by personal experience rather than taking others’
reports for granted.
30 *Sensazione, or sensation, using the senses to sharpen observation and response.
*Sfumato, a painting technique employed by Da Vinci to create an ethereal quality in his work, showing his ability
to embrace ambiguity and change.
*Arte/scienza, or the science of art, which he demonstrated in his whole-brain thinking.
*Corporalità, or “of the body,” representing his belief that a healthy mind requires a healthy body.
35 *Connessione, or connection, for his habit of weaving together multiple disciplines around a single idea.
Mr. Gelb’s books highlight the extraordinary talents of two geniuses: Da Vinci and Edison. He uses these
historical figures to show how they can be used as models of leadership and innovation for modern civilization.
(Adapted from: http://www.nytimes.com)
* empresas multinacionais
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Glossary
challenging = desafiador
hiring = contratando
resilience = resistência
revered = venerado
schmoozing = conversar casualmente
vote-tallying machine = máquina para contagem de votos
53 Edison’s first patent was unsuccessful because 57 Michael Gelb thinks that an exceptional
feature about Leonardo Da Vinci is
(A) legislators didn’t want fast voting results.
(B) politicians wanted to accelerate the voting (A) he was his childhood hero.
process. (B) his thinking was linear and logical.
(C) the vote-tallying machine broke down in the middle (C) he used equally and fully both hemispheres
of the process. of his brain.
(D) he succeeded in selling his invention. (D) he used his left hemisphere to its minimum;
(E) politicians welcomed the new invention. (E) he only relied on half a brain.
(A) a corporate consultant. (A) “Creativity and innovation could result from a
(B) Edison. set of identifiable and repeatable processes.”
(C) Michael Gelb. (B) “Mr. Gelb outlines seven principles that he
(D) Da Vinci. believes define Da Vinci’s work.”
(E) a childhood hero. (C) “Edison has long been revered for changing
the face of modern civilization.”
(D) “A healthy mind requires a healthy body.”
(E) “Mr. Gelb’s books highlight the extraordinary
talents of two geniuses.”
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Língua Francesa
« Je ne mettrais jamais ma photo. J’aurais trop peur qu’on me reconnaisse. », « Je prendrais plutôt un pseudo,
comme ça personne sait que c’est moi ». Dévoiler son identité ou son image apparait comme une difficulté.
Les jeunes semblent préférer se représenter par une image, une phrase, un dessin, sorte de personnification
20 de soi sur Internet (...). On peut remarquer qu’il y a souvent des représentations paradoxales. Certains préfèrent
se cacher et d’autres se montrer dans l’espoir de se faire connaitre.
Dans le discours des jeunes, le blog apparait comme un autre monde où il n’y
a pas de limites définies. « On peut dire ce que l’on veut ». Il apparait comme
25 un espace de liberté d’expression sans contrôle. Ce monde parait être un
monde « magique », un monde entre eux où les adultes (notamment les parents)
n’ont pas accès. C’est un monde où les adolescents ont un certain pouvoir sur
les adultes. Ils dominent l’espace qui est le leur. « Mes parents ne savent
même pas que j’ai un blog, ma mère ne sait pas ce que c’est, elle passe
30 parfois voir ce que je fais mais elle n’y comprend rien ».
Le rapport affectif
Pour certains jeunes, les blogs auraient une connotation affective en rapport avec leurs familles, leurs amis,
leurs pays d’origine. C’est le cas de Marie qui est originaire de Martinique. Elle est venue en France rejoindre
sa grande soeur. Le reste de sa famille est resté vivre là-bas. « Ça me rappelle mon pays. J’aime bien aller sur
35 les blogs où il y a des photos. Je les montre à mes copines. Ça me donne envie d’y retourner ». Le blog
apparait comme un moyen de rester en contact et en relation avec ses souvenirs et son histoire personnelle.
Il semble que ces jeunes entretiennent une relation privilégiée avec le blog et le virtuel.
Adapté de http://www.pedagopsy.eu/representations_imaginaire_blogs.htm
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53 D’après l’auteur (lignes 1-6), les objets techniques 57 L’affirmation « J’aurais trop peur qu’on me
reconnaisse » (ligne 17) veut dire que le jeune préfère:
(A) traduisent toujours des relations sociales
conflictuelles. (A) faire valoir sa dignité.
(B) constituent une menace à une société donnée. (B) exposer son identité.
(C) s’associent au temps et au lieu où ils ont été créés. (C) se connaitre lui-même.
(D) faire peur aux internautes.
(D) n’ont rien à voir avec la société où ils ont été (E) rester anonyme.
inventés.
(E) sont la cause de tous nos désirs et nos angoisses.
58 Dans les passages « Je ne mettrais jamais ma
photo... » et « Je prendrais plutôt un pseudo, comme ça
54 Selon le deuxième paragraphe (lignes 7-15), l’arrivée personne sait que c’est moi. » (lignes 17-18), on voit que:
d’Internet: (A) le blogueur peut assumer une autre identité sur
Internet.
(A) a fait apparaitre de nouveaux types de rapports
sociaux. (B) l’usager du monde virtuel dit toujours la vérité.
(B) a réduit les formes et les possibilités d’expression. (C) le monde virtuel est incompatible avec le mensonge.
(C) a provoqué l’impossibilité de communiquer. (D) on n’hésite jamais à révéler qui on est sur un blog.
(D) a remis en question les mythes et les images (E) le jeune blogueur se refuse à adopter un
collectives. pseudonyme.
(E) a favorisé l’intérêt des jeunes pour l’environnement.
(C) montrer que les jeunes ont trop de privilèges. (E) Marie et toute sa famille ont décidé d’aller vivre en
France.
(D) savoir si les images rendent les jeunes meilleurs.
(E) expliquer pourquoi les jeunes sont contre les
images.
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