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Abstract: The present work aims at to present and to analyze the film “Aruanda” of
the film director, Linduarte Noronha, which was recorded during the appearance of
the New Movies in Brazil. It is a doc tans length, which marked the movies Brazilian
cinematovista, because it is a work that deflagrates the poverty lived by the Brazilian
northeast. He/she makes that in an exemplary way, drawing a parallel one between
history and fiction. Besides, to the light of several theoretical that you/they treat on
the theme the whole preponderant technical structure will be analyzed used in the
construction of sense of the doc.
Introdução
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Estudante do Curso de Comunicação Social – Rádio e TV da Universidade do Estado da Bahia, CAMPUS
XIV.
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O cinema foi trazido para o Brasil em 1896 por Affonso Segretto, um imigrante
italiano, o qual posteriormente tornou-se, a partir disso, no início do século XX,
formou-se na capital federal um mercado de entretenimento, o qual produziu e exibiu
outros filmes, especialmente para plateias urbanas que, em franco crescimento,
demandavam lazer e diversão. Considerando-se que o cinema tornou-se também
um veículo de comunicação de massa, é valido ressaltar que durante a história do
nosso país foi utilizado como instrumento ideológico.
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Bill Nichols, um dos principais teóricos do documentarismo desenvolveu um
conceito que divide os documentários em cinco tipos principais: O Modo
Observacional, no qual o cineasta se limita a observar uma realidade dada, tentando
registrá-la sem intervir; Modo Expositivo, utiliza-se de uma determinada realidade
para ilustrar algum conhecimento de mundo, é uma característica preponderante do
filme em questão e que será tratado de forma mais específica mais adiante; Modo
Participativo: enfatiza a interação cineasta e tema. A filmagem acontece com
entrevistas ou outras formas de envolvimento mais direto; Modo Reflexivo: Chamam
atenção para as hipóteses e convenções que regem o cinema documentário. Aguça
nossa consciência da construção da representação da realidade pelo filme; Modo
Performático: enfatiza o aspecto subjetivo ou expressivo do próprio engajamento do
cineasta com seu tema e a receptividade do público com esse engajamento. Rejeita
as idéias de objetividade em favor de evocações e afetos.
O Cinema Novo
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Até então o cinema brasileiro tinha a função de mostrar a beleza do país, sua
produção era organizada em bases empresariais, controladas por empresas
estrangeiras que levava 70% dos lucros advindos das exibições para seus países de
origem e que segundo Hollanda e Gonçalves era:
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subdesenvolvimento, capazes de traduzir especificidades da vivencia histórica de um
país do Terceiro Mundo. E é com o curta- metragem Aruanda produzido por Linduarte
Noronha que o cinema nacional sugere o caminho da produção não empresarial e de
uma linguagem “descolonizada”.
Linduarte Noronha
Tornou-se cineasta, sua obra mais célebre é o documentário Aruanda, que teve
grandes repercussões estéticas para o cinema brasileiro, sendo considerado precursor
do Cinema Novo, inclusive por Glauber Rocha, seu representante mais expressivo. Foi
adaptando um texto jornalístico próprio que rodou seu curta-metragem de estréia,
“Aruanda” (1960). Nunca mais o filme no Brasil seria o mesmo.
Aruanda é um doc gravado em 1960 por Linduarte Noronha. Teve seu roteiro
desenvolvido a partir de uma reportagem feita por Linduarte Noronha intitulada de “As
oleiras de Olho d’água da Serra do Talhado”. O filme trata da formação de um
quilombo, o de Talhado, em Santa Luzia do Sabugí na Paraíba, que surgiu o século
passado quando o ex- escravo Zé Bento partiu com a sua família pelo sertão
nordestino em busca de sobrevivência.
De acordo com a narração feita pelo próprio Noronha, o documentário
reconstitui um fato histórico. Zé Bento “fugia da servidão, da antiga escravatura”, com
a mulher, seus dois filhos e um jumento, o qual carregava dois potes de barro e
parte à procura de um lugar no sertão com água e condições que lhe permitam
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instalar a família e viver do trabalho na terra. Os homens trabalhavam fazendo casas
de taipa, lavrando a terra seca e pedregosa, semeando algodão. E cria-se uma
comunidade que, com o passar dos anos, fará do fabrico artesanal de cerâmica
utilitária e de sua venda na feira da cidade mais próxima o seu principal meio de
subsistência. Essa obra é deflagradora tanto pelas imagens do sertão da Paraíba e
da sua população, quanto pelo esquema extremamente barato de produção que
permitiu, a um jovem grupo de realizadores do Nordeste, fazer o filme.
As características técnicas
O doc Aruanda pode ser considerado um curta metragem já que conta a história
em 20 minutos e apresenta um modo de representação expositivo, como já foi dito
anteriormente, é definido por Bill Nichols como, um modo que agrupa fragmentos do
mundo histórico numa estrutura mais retórica ou argumentativa do que estética ou
poética. O modo expositivo dirige-se ao espectador diretamente, com legendas ou
vozes que propõem uma perspectiva, expõem um argumento ou recontam a história.
Os filmes desse modo adotam o comentário com voz de Deus em que o orador é
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ouvido, mas jamais visto (NICHOLS, 2005, p.142). Além desse modo, apresenta
ainda algumas características do modo observativo e reflexivo, já que “em alguns
momentos a câmera documenta sem interferir diretamente e ao mesmo tempo faz
meta cinema quando apresenta um Nordeste em que a pobreza e as dificuldades com
a seca estão em primeiro plano como personagens principais e a precariedade da
atividade e dos recursos de produção do filme também são evidenciados”.
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14:24 – 38 Olhando o plantio de algodão, Talhado procura na argila o único meio
de subsistência, na indústria primitiva do fabrico de objetos
domésticos, onde a mulher é a única operária.
É gravado totalmente em externa e sua cor é preto e branco, apenas com uma
câmera portátil e película de 35 mm. Formado por planos simples. O plano geral, o
conjunto e o detalhe são montados a partir do corte seco e do movimento de câmera
panorâmica vertical. Os planos gerais funcionam no filme para descrever o ambiente,
enquanto os conjuntos servem para mostrar as pessoas e suas atividades na
comunidade, já os detalhes aparecem para dar ênfase à vida difícil e à miséria do
povo.
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A fotografia do filme pode ser vista como um dos pontos a serem analisados,
visto que apresenta déficits em sua estética, pois as tonalidades são quase todas
toscas e estouradas, captam normalmente imagens que demonstram a dureza do
sertão. Os enquadramentos escolhidos para compor as cenas são imagens
emolduradas por elementos que caracterizam a região nordestina como as árvores
secas, os cactos, a caatinga. Não foram utilizados rebatedores e equipamentos de
iluminação. A gravação foi feita em externa sob a luz natural que muda de acordo com
as horas do dia, o tempo e as estações e pode provocar a incidência de sombras
suaves ou duras, longas ou curtas, geralmente a cor da luz geralmente não é uma
preocupação na fotografia preto-e-branco.
Considerações Finais
Foi lançado durante o Cinema novo. Assim, apresenta uma realidade, que
antes não era mostrada, mostra um Nordeste permeado pela miséria e pelas
dificuldades com a seca. E como coloca Marília Franco em seu texto Liberd –
Aruande, ao citar Drummond, “Uma coisa são sempre duas: a coisa mesma e a
imagem dela”, issonos leva a concluir que esse doc evidencia diversas maneiras
diferentes de se olhar o Nordeste, ou seja, nos mostra que o cinema documentário
não é a própria realidade, mas a representação dela.
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Filmografia
Bibliografia
GOMES, Paulo Emílio Sales. Pequeno cinema antigo. São Paulo: Paz e Terra, 1996