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UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DOM BOSCO

Alessandra de Jesus Diniz Lemos*

SUBJETIVISTAS X OBJETIVISTAS
Ao se falar de subjetivismo e, por sua vez, dos subjetivistas, estaremos, dentro de um
processo de conhecimento, exaltando a figura do sujeito em detrimento do objeto e ressaltando,
neste ínterim, que a essência, o núcleo do conhecimento, reside no sujeito.
Dentro deste contexto do processo de conhecimento, surge então uma dicotomia quando
os objetivistas asseguram que é o objeto que possui uma valoração maior sobre o sujeito, sendo este
definido pelo primeiro, que é perfeito, acabado e criado sem a influência do ser pensante.1
Sobre este eterno dilema, BELLO FILHO esclarece que
o subjetivismo entende que, na ação, é possível que o objeto não transforme o sujeito, não o
determine, mas, ao revés, seja sempre determinado pelo sujeito, alterando-se a depender do
ponto de vista do observador, que finda por criar o objeto. O sujei transforma ou cria o
objeto a partir dos valores que opõem ao objeto, e do ponto de vista que utiliza para tal. A
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atividade de conhecer passa a ser, também, uma atividade criadora.”

Assim, é possível inferir que, inserido no âmbito normativo, sob a visão dos
subjetivistas, no momento de aplicação de uma lei, a vontade de seu criador (legislador) deve ser
preponderante. Do outro lado, a dos objetivistas, a interpretação da lei não deve levar à risca o
querer do legislador, mas o que diz seu texto no momento de sua aplicação e no contexto no qual
está inserida.

VONTADE DO LEGISLADOR X VONTADE DA LEI

Associado aos conceitos expostos no item anterior, é possível realizar a análise de duas
outras expressões – vontade do legislador e vontade da lei – frutos de inúmeros debates ao longo do
tempo.
Sob o viés dos que defendem a Vontade do Legislador (subjetivistas) – conexo ao
Tempo da criação3 ou à Ideologia estática de interpretação jurídica4 – um texto não é apenas o que
o autor pretenda que ele seja, mas aquilo que o intérprete acredita que ele venha a ser.

*
Aluna do 5º período do Curso de Direito da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco
1
BELLO FILHO, Ney de Barros. Sistema constitucional aberto. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. p. 50
2
BELLO FILHO, Ney de Barros. Idem, p. 47
3
BELLO FILHO, Ney de Barros. Idem, p. 93
4
GRAU, Eros Roberto. Ensaio e discurso sobre a Interpretação/Aplicação do Direito. São Paulo: Malheiros
Editores, 2006. p. 124.

1
UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DOM BOSCO

Por sua vez, ao fazer uso da Vontade da Lei – Tempo da interpretação5 ou ideologia
dinâmica de interpretação jurídica6 – os objetivistas asseguram que o verdadeiro sentido do texto
normativo não é aquilo que o autor queria dizer, mas sim a ideia do autor fundida no texto e
refundida por uma nova perspectiva: a perspectiva do intérprete.
Sob esta ótica, é possível destacar, portanto, que para os subjetivistas a interpretação
está vinculada estritamente à norma e ao reconhecimento da vontade nela contida quando de sua
elaboração pelo legislador, excluindo-se, desta maneira, sua aplicação levando-se em conta o
contexto no qual ela está inserida e, por conseguinte as condições sociais históricas, o que é
defendido pelos objetivistas.
Vale exaltar aqui as considerações de STRECK sobre o tema abordado, quando este
enfatiza que a corrente subjetivista é, basicamente,
uma compreensão do pensamento do legislador; portanto, interpretação ex tunc (desde
então), ressaltando-se, em consonância, o papel preponderante do aspecto genético e das
técnicas que lhes são apropriadas (método histórico). [...] O subjetivismo favorece um certo
autoritarismo personalista, ao privilegiar a figura do “legislador”, pondo sua “vontade” em
7
relevo.

Por sua vez, na corrente objetivista,


a norma goza de um sentido próprio, determinado por fatores objetivos [...], independente
até certo ponto do sentido que lhe tenha querido dar o legislador, donde a concepção da
interpretação como uma compreensão ex nunc (desde agora), ressaltando-se o papel
preponderante dos aspectos estruturais em que a norma ocorre e as técnicas apropriadas à
sua captação (sociólogo). [...] O objetivismo, levado também ao extremo, favorece um certo
anarquismo, pois estabelece o predomínio de uma equidade duvidosa dos intérpretes sobre
a própria norma, ou, pelo menos, desloca a responsabilidade do legislador para os
intérpretes, chegando-se a afirmar, como fazem alguns realistas americanos, que direito é
“o que decidem os tribunais”.8

Vale ressaltar, contudo, que para uma compreensão e aplicação mais eficiente da lei, a
interpretação de um texto normativo deve envolver a contração de dois momentos: um
caracterizado pela vontade do legislador e o outro pela vontade da lei.

5
BELLO FILHO, Ney de Barros. Idem. p. 93
6
GRAU, Eros Roberto. Idem. p. 124.
7
STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica e(m) crise: uma exploração hermenêutica da construção do Direito. 6.
ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2005. Capítulo 5. p. 101; 103
8
STRECK, Lenio Luiz. Idem, p. 101; 104

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