A priore, há de se colocar que o surgimento dos institutos da indignidade e
deserdação vieram do sentimento da sociedade, que imbuída de justiça e ética, acreditando que a herança deve ser entregue aos seus merecedores, fizeram com que tais sentimentos se desdobra-sem nas causas de exclusão do direito sucessório. Quanto ao tema, para melhor intelecção, colaciona-se o entendimento da Doutrinadora, Maria Helena Diniz;1A indignidade funda-se, exclusivamente, nos casos expressos pela lei, ao passo que a deserdação repousa na vontade exclusiva do falecido, que a impõe ao ofensor no ato de última vontade, desde que fundada em motivo legal Percebe-se, que tais institutos, apesar de estruturalmente distintos, detêm a mesma finalidade, quais sejam, excluir pessoas da participação sucessória que praticaram atos reprováveis contra o de cujus ou seus parentes. A indignidade tem como base a aplicação da sanção dirigida a qualquer herdeiro ou legatário, somente aplicável após a abertura da sucessão, desta feita, ocorrendo ao indigno o efeito de pré-morto. Há, de colocar que os motivos ensejadores da indignidade estão elencados no artigo 1.814, do Código Civil. No que tange a deserdação, está só atinge aos herdeiros necessários, sendo ato praticado antes da abertura da sucessão, em disposição de última vontade, sendo as causas as mesmas da indignidade e mais as dos artigos 1.962 e 1.963, ambos do Código Civil. Tem-se, por imprescindível mencionar que as causas de deserdação apenas se referem aos ascendentes e descendente, não respingando os seus efeitos aos cônjuges ou companheiros. No mais, a deserdação deve ser confirmada em juízo no próprio inventário, somente tendo interesse e legitimidade os demais interessados, sendo irretratável, contudo, há a hipótese de reabilitação, contida no artigo 1.818, do Código Civil, valendo também para a indignidade. Finalmente, conclui-se, os efeitos da indignidade são os mesmos da deserdação, não sendo as causas em pelo menos no que se refere a deserdação sempre as mesmas da indignidade, tendo em vista o rol da deserdação ser mais abrangente que o da indignidade.
1 - DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito das sucessões. 21. ed. São Paulo: Saraiva, v. 6, 2007. p. 61.