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Colégio - Creche Nossa Senhora da Bonança

Projecto Pedagógico

“Vou à Descoberta”

Sala de 1 Ano

Ano Lectivo 2006 / 2007

Educadora Isabel Duarte


Projecto Pedagógico “ Vou à Descoberta ”

“ A educação deve integrar tudo, no sentido de estimular e ajudar a criança a


encontrar-se a si própria…”

João dos Santos

Educadora Isabel Duarte 2


Projecto Pedagógico “ Vou à Descoberta ”

Índice

Introdução......................................................................................................... 4

Objectivos da Creche.......................................................................................... 5

Grupo da Sala 1 Ano

Caracterização do Grupo..................................................................................... 5
Características da Faixa Etária ”............................................................................
6
Organização do Espaço........................................................................................
8
Organização do Tempo........................................................................................ 8

Projecto Educativo “Pensar Globalmente, Agir Localmente”..................................


10

Projecto Pedagógico “Vou à Descoberta”.............................................................


11

Bibliografia....................................................................................................... 14

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Projecto Pedagógico “ Vou à Descoberta ”

Introdução
Na perspectiva mais tradicional, a creche é o local onde as crianças
permanecem durante o dia e as suas necessidades básicas são satisfeitas.
Contudo, esta ideia está cada vez mais ultrapassada e hoje sabe-se que a
criança desde muito nova aprende e necessita de alguém que lhe permita, não
só o seu bem-estar físico, mas também o seu desenvolvimento global.
Além das necessidades básicas a serem atendidas para o bem estar da
criança, nas quais se inclui nutrição, estimulação, afectividade, protecção contra
acidentes e doenças, outros aspectos importantes da assistência devem ser
preenchidos, tais como proporcionar à criança um ambiente de alegria,
optimismo, harmonia, bem estar e modelos positivos de formação pessoal e
artística. A criatividade não deve ser bloqueada, mas estimulada através de
situações favoráveis de vivência diária. A espiritualidade deve ser cultivada
através de músicas adequadas, representações artísticas e palavras de amor.
É na primeira infância que se estabelecem as bases para o
desenvolvimento intelectual, emocional e moral, sendo esta a fase mais crítica e
mais vulnerável no desenvolvimento de qualquer criança. Assim, e citando os
autores, é fundamental, “(...) identificar as necessidades mais básicas, os tipos
de cuidados sem os quais as crianças não poderão desenvolver-se, aprender e
progredir”.1

Sendo a educação uma preocupação básica da creche, importa que haja


um currículo adaptado, isto é, um plano de desenvolvimento e aprendizagem,
um projecto pedagógico constituído de objectivos e estratégias que visam o
desenvolvimento global da criança. Para se elaborar um projecto que irá ser
dinamizado em grupo, há que ter em conta os seguintes aspectos:

1
in Brazelton, T. B.; Greenspan, S. I. (2003). A Criança e o Seu Mundo- Requisitos Essenciais
para o Crescimento e Aprendizagem (3ªed.). Lisboa: Editorial Presença

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características próprias da faixa etária em questão; características do grupo real


a que se destina; e as necessidades das crianças. Estes factores serão
determinantes para a dinamização do projecto, que só fará sentido se responder
às necessidades específicas de cada um e do grupo.

Gabriela Portugal, doutorada em Ciências da Educação, definiu 10


princípios educacionais no que se refere à creche. Na sua opinião, a educadora
de infância deve desenvolver a sua prática pedagógica com base nestes
princípios, sendo eles:

1. Envolver as crianças nas coisas que lhe dizem respeito;


2. Investir em tempos de qualidade procurando-se estar completamente
disponível para as crianças;
3. Aprender a não subestimar as formas de comunicação únicas de cada criança
e ensinar-lhe as suas;
4. Investir em tempo e energia para construir uma pessoa “total”;
5. Respeitar as crianças enquanto pessoas de valor e ajudá-las a reconhecer e a
lidar com os seus sentimentos;
6. Ser verdadeiro nos nossos sentimentos relativos às crianças;
7. Modelar os comportamentos que se pretende ensinar;
8. Reconhecer os problemas como oportunidades de aprendizagem e deixar as
crianças tentarem resolver as suas próprias dificuldades;
9. Construir segurança, ensinando confiança;
10. Procurar promover a qualidade do desenvolvimento em cada fase etária,
mas não apressar a criança a atingir determinados níveis de desenvolvimento.

Deste modo, o papel do educador na valência de creche assume extrema


importância. O educador de infância “deve ser alguém que permite o
desenvolvimento de relações de confiança e de prazer através de atenção,
gestos, palavras e atitudes. Deve ser alguém que estabeleça limites claros e
seguros que permitam à criança sentir-se protegida de decisões e escolhas para
as quais ela ainda não tem suficiente maturidade, mas que ao mesmo tempo
permitam o desenvolvimento da autonomia e autoconfiança sempre que
possível. Deve ser alguém verbalmente estimulante, com capacidade de

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empatia e de responsividade, promovendo a linguagem da criança através de


interacções recíprocas e o seu desenvolvimento socioemocional.”2
O ambiente da creche não é definitivo, daí que o educador deve passar
por um processo contínuo de planear, arranjar, avaliar e rearranjar, na busca da
qualidade e daquilo que melhor se adequa às crianças em questão.

Objectivos da Creche

Os principais objectivos a ter em conta nas creches são:

/ Respeitar os Direitos da Criança;


/ Proporcionar o atendimento individualizado da criança num clima de
segurança afectiva e física que contribua para o seu desenvolvimento global;

/ Colaborar estreitamente com a família numa partilha de cuidados e


responsabilidades em todo o processo evolutivo de cada criança;

/ Colaborar no despiste de qualquer inadaptação ou deficiência,


encaminhando adequadamente as situações detectadas;
/ Estimular o desenvolvimento físico, motor, sensorial, cognitivo,
simbólico e linguístico da criança;
/ Proporcionar um ambiente agradável, seguro e calmo que permita o
desenvolvimento harmonioso da personalidade da criança;
/ Atender cada criança, como um ser individual, único e próprio;
/ Fornecer à criança os estímulos, as motivações, o tempo e o espaço
para o seu bom desenvolvimento, para fazer as suas experiências e
descobertas;
/ Criar um ambiente que favoreça as relações afectivas, a comunicação,
a expressão, o prazer e a alegria de viver;
/ Educar no sentido progressivo e orientado para o futuro, e para uma
maior autonomia da criança. Estimular as capacidades de aprendizagem de
acordo com os interesses e características de cada criança;

2
in Portugal, Gabriela (1998). Crianças, Famílias e Creches - Uma Abordagem Ecológica da
Adaptação do Bebé à Creche. Porto. Porto Editora

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/ Educar, englobando a cooperação entre todos aqueles que estão


ligados à criança através de várias iniciativas como Festas (Natal, Carnaval,),
Dias importantes (Dia do Pai, Dia da Mãe, Dia dos Avós, Dia da Criança);
/ É necessário que a criança aprenda a utilizar os meios de comunicação
de que dispõe, não só para receber informação, como também para se exprimir.
Assim, os jogos são o veículo para melhorar as capacidades de recepção de
informação da criança, e uma das melhores formas de comunicar.

Caracterização do Grupo

O grupo da sala de 1 ano é constituído por 15 crianças entre os 11 e os 20


meses de idade, sendo que dez delas são meninas e cinco são meninos.
Nove destas crianças já frequentavam a sala do berçário desta instituição
no ano transacto, sendo por isso mais fácil a sua adaptação à nova sala.
No momento da realização deste projecto quatro destas quinze crianças
ainda não iniciaram a marcha, sendo que uma pouco gatinha, e as restantes já
caminham sozinhas e sobem escadas (com o auxílio do adulto).
Até ao momento, não existem crianças diagnosticadas com Necessidades
Educativas Especiais. Este grupo é composto por crianças oriundas do meio
urbano de Vila Nova de Gaia.
É um grupo muito bem disposto, que mostra vontade de aprender,
explorar e descobrir. As crianças mais velhas revelam vontade de ser
autónomas durante a alimentação e no desempenho de algumas actividades
tais como: calçar os sapatos; arrumar os brinquedos; fazer jogos de encaixe,
cantar e beber água pelo copo.
Exceptuando alguns momentos pontuais, já conseguem concentrar-se
durante alguns minutos sentados a ouvir histórias e a brincar com um amigo.
No que diz respeito à sesta dormem todos muito bem, normalmente entre uma
hora e meia, a duas horas. Contudo, algumas crianças ainda necessitam dormir
de manhã.
Uma das características que se realça neste grupo é o seu egocentrismo,
que se revela na partilha de brinquedos e na atenção do adulto. Contudo, esta é
uma fase própria desta idade.

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A nível da linguagem, esta ainda não se caracteriza pela oralidade, mas


sim pelos gestos e olhares. Apenas algumas crianças já pronunciam palavras
simples e isoladas. Como por exemplo: “mais”, “água”, “papa”, “mamã”, etc. As
crianças mais velhas demonstram conhecer o nome de alguns colegas e dos
adultos da sala, apontando para eles, assim como também já sabem onde fica o
seu berço.

Características da Faixa Etária

Estes tópicos servem unicamente para permitir uma análise superficial


sobre o desenvolvimento das crianças, não devendo pois, ser considerados
como totalmente válidos, uma vez que o desenvolvimento de cada criança varia
também de acordo com a sua personalidade.

Dos 9 aos 11 meses

• Levanta-se com apoio;


• Tem curiosidade por objectos de tamanhos e cores diferentes;
• Parada baixa-se para apanhar objectos;
• Ri ao brincar ao esconde-esconde;
• Explora objectos, lambendo, mastigando e mordendo;
• Põe e tira objectos dentro de caixas ou canecas de plástico;
• Faz distinção entre rostos conhecidos e estranhos;
• Começa a ver livros de pano.

Dos 12 aos 14 meses

• Anda livremente sem apoio;


• Brinca a atirar objectos para o chão;
• Reage a certas palavras conhecidas;
• Bebe líquidos na caneca ou copo;

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• Começa a obedecer a ordens simples, tais como: apanha a bola;


• Balbucia sons, fala com os brinquedos;
• Imita sons, bate palmas, e imita gestos como dizer adeus;
• Fala enrolado e espera resposta, diz mamã;
• Gosta de riscar papéis.

Dos 14 aos 18 meses

• Pronuncia as primeiras palavras;


• Fica de pé sozinha e anda segurando-se apenas com uma mão;
• Gosta de brinquedos de puxar;
• Baixa-se e levanta-se sozinha na cadeira;
• Vira páginas de revistas e livros;
• Sobe escadas a pé com ajuda de adulto;
• Gosta de procurar coisas;
• Faz torres com 2 ou 3 blocos de madeira;
• Gosta de guardar os brinquedos dentro de uma caixa.

Dos 18 aos 24 meses

• Corre pela casa, explorando os cantos;


• Junta duas palavras;
• Gosta de dizer “não” e quer tudo “agora”;
• Gosta de rabiscar;
• Empilha blocos e brinquedos;
• É capaz de chutar uma bola;
• Gosta de trepar para as cadeiras;
• Por falta de controlo do pulso, joga à bola com movimentos de todo o
braço;
• Pede para comer e beber;
• Quer pegar em tudo, dizendo que é seu;
• Gosta de ouvir música e dançar;

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• Identifica partes do corpo.

Organização do Espaço

“Um ambiente bem pensado e centrado na criança promove o desenvolvimento


físico, comunicação, competências cognitivas e interacções sociais.”
Mary Hohmann

Na creche o ambiente é de extrema importância e deve estar organizado


de modo a “proporcionar às crianças conforto e bem-estar e, ao mesmo tempo,
a oferecer-lhes amplas oportunidades de aprendizagem activa”.3
Esta é uma sala bastante arejada e iluminada com luz natural, já que tem
bastantes janelas. Uma vez que fica no rés-do-chão e virada para uma estrada,
não é uma sala muito silenciosa, contudo acredito que com o tempo as crianças
se habituaram ao ruído e não terão problemas em adormecer.
Posso dizer que é uma sala composta por três espaços diferenciados,
conforme o uso a que se destinam, sendo assim temos:
• Casa de banho, com uma banca das mudas, uma prateleira para a
arrumação dos potes, divisórias para as fraldas, um cabide para as batas,
divisórias para as chupetas e termómetros, uma banheira, 3 sanitas e 3
lavatórios (de tamanho proporcional às crianças);
• Dormitório, com quinze berços de madeira, um placar e uma prateleira
com rádio;

3
in Post, J. & Hohmann, M. (2003). Educação de bebés em infantários – cuidados e primeiras
aprendizagens. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

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• Sala de actividades, com duas áreas distintas, uma para trabalhos


dirigidos em mesa e outra para as restantes actividades. Os
materiais/recursos disponíveis nesta sala são:
• Uma mesa redonda e seis cadeiras;
• Uma televisão com vídeo (de momento encontra-se avariada);
• Peças de encaixe de tamanho médio;
• Alguns livros de capa grossa;
• Carrinhos de puxar;
• Bolas de várias cores, tamanhos e texturas;
• Três jogos de encaixe incompletos;
• Almofadas de vários tamanhos e formas e sofás de tamanho
apropriado às crianças;
• Espelho na parede ao alcance das crianças;
• Prateleiras alta, para os brinquedos e livros que não estão a ser
utilizados de momento;
• Prateleiras baixas, para as crianças alcançarem os brinquedos
que lhes agradam;
• Utensílios do parque, que também podem ser utilizados na sala
(escorrega, baloiço, carrinhos, etc.);
• Instrumentos de musica em madeira (maracas, assobios, etc.);
• Material de desenho e pintura: cartolinas, papel manteigueiro,
lápis de cera, tintas, pincéis, etc.

Esta sala havia sido um refeitório, sendo este o primeiro ano em que está
a ser utilizada como sala de actividades, assim que teve de se adaptar para
funcionar como tal. Deste modo, pedi que fosse colocado o espelho, uma vez
que a construção da imagem corporal é algo muito importante nestas idades.
Foram colocadas também prateleiras, uma vez que havia pouca arrumação para
os brinquedos, livros e rádios. Na casa de banho foi colocado um cabide para as
batas das crianças ficarem enquanto elas dormem.

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Organização do Tempo

“As rotinas diárias são uma pura sequência regular de acontecimentos que
define, de forma flexível, o usos do espaço e a forma como os adultos e
crianças interagem durante o tempo em que estão juntas.”

(In Educar a Criança)

A rotina diária nos primeiros anos de vida é muito importante, na medida


em que transmite segurança à criança. Quanto mais pequena ela é, mais
necessidade tem de que existam tempos referenciais.

Rotina Horário
Acolhimento 09h00m
Actividades Livres / Dirigidas 09h15m
Higiene 09h45m
Almoço 11h15m
Sesta 12h00m
Acordar/Arrumar as camas 14h30m
Higiene 14h45m
Lanche 15h15m
Higiene 16h00m
Actividades Livres 16h15m

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As rotinas oferecem uma estrutura bastante organizada para os


acontecimentos diários, estrutura essa, que define o que as crianças vão
fazer, a forma como o fazem, como utilizam o espaço e o tipo de interacções
que estabelecem com os amigos da sala e também com os adultos, durante
períodos de tempo específicos.
As rotinas diárias estabelecidas na sala são momentos educativos por
excelência. Elas estabelecem segurança e estabilidade à criança pelo simples
facto de serem vividas com tanta intensidade. Com crianças muito pequenas, as
rotinas estabelecidas servem de suporte às próprias experiências, por tentativa
e erro, repetição e identificação.
Neste sentido, o papel da educadora é fundamental, encorajando e
guiando as aprendizagens, assegurando, acima de tudo, a estabilidade das
crianças, assim como criando oportunidades para elas desenvolverem e
exprimirem as suas capacidades.
Na minha opinião, as rotinas permitem à criança tempo suficiente para
prosseguir os seus interesses, fazer escolhas e tomar decisões assim como
resolver problemas “à sua dimensão”, no contexto dos acontecimentos que
vão surgindo no dia-a-dia.
Para além disto, oferecem uma estrutura bastante organizada para os
acontecimentos diários, estrutura essa, que define o que as crianças vão
fazer, a forma como o fazem, como utilizam as áreas e o tipo de interacções
que estabelecem com os amigos da sala e também com os adultos, durante
períodos de tempo específicos.

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Projecto Educativo
“Pensar Globalmente, Agir Localmente”

“A Educação sobre o Ambiente é um processo contínuo e permanente


no início do período pré-escolar e continuando-se pelos
períodos formal e não formal ao longo da vida.”
(UNESCO 1984)

Embora estejamos perante crianças muito novas, o mundo que as rodeia


cativa a sua atenção constante. Daí que embora não entendam ainda a
Educação Ambiental, podem através da observação dar-se conta dos materiais
utilizados e reutilizados.
É através de actividades de reutilização de materiais que procuraremos
trabalhar a educação ambiental nesta faixa etária, nos mais variados temas a
serem trabalhados, tais como:
- Os animais;
- As estações do ano;
- As datas festivas, etc.

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Projecto Pedagógico “ Vou à Descoberta ”

Projecto Pedagógico “Vou à Descoberta”

Vou à descoberta…sem medos.


Descobrir o meu corpo, os meus amigos,
Descobrir a brincar e a crescer…. Com os meus 5 sentidos!

Nesta faixa etária, tudo é novidade para a criança. E o mundo chega-lhe


através dos seus 5 sentidos, sem que se dê conta. Há pois que guiar as suas
descobertas e promover situações de aprendizagem que assegurem as
mesmas.
Este será um ano de grandes progressos e das principais lutas pela
conquista da autonomia das crianças. Tentaremos que adquiram o controlo dos
esfíncteres, o que será um processo gradual e paciente.
A nível da alimentação, a criança vai começar a comer sozinha com a
ajuda da colher e sentirá enorme vontade em fazê-lo sem ajudas.
Também na área motora, esta é uma fase de progresso na consolidação
do equilíbrio e no desenvolvimento da motricidade global (grossa e fina). Daí
que correr, saltar, descer, subir, chutar bolas, brincar com balões, rasgar
revistas e jornais, fazer rabiscos com lápis de cera, sejam actividades
adequadas e muitas vezes repetidas.
Na área da linguagem, a criança compreende muito mais do que aquilo
que é capaz de expressar. Será importante nomear objectos, partes do corpo e
pessoas, incentivando a criança a repetir.
A motivação será importante e fundamental para a criança, devendo o
adulto elogiá-la sempre que houver sucesso numa tarefa, para que se vão
consolidando na criança diversas autonomias.

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Projecto Pedagógico “ Vou à Descoberta ”

Este projecto enquadra quatro grandes domínios de desenvolvimento a


serem trabalhados ao longo do ano lectivo. São eles o sócio-afectivo, o psico-
motor, o cognitivo e o linguístico. Dentro destes domínios, são definidos
alguns objectivos e actividades/estratégias, para os atingir.

Domíni Objectivos Estratégias


o
Desenvolver a construção de Ajudar a arrumar os
Identidade; brinquedos;
Ajudar na conquista da Ir diminuindo a ajuda do adulto
autonomia; a pouco e pouco;
Sócio-

Estimular a socialização; Actividades relacionadas com a


Desenvolver a auto-estima e a autonomia pessoal (a nível da
auto-confiança; alimentação, da higiene, e do
Afectiv

Estimular a criança a entender social);


o

e respeitar regras simples; Brincar ao “faz-de-conta”;


Promover o bom Comer sozinho com colher;
relacionamento da criança com Elogiar a criança nos seus
os outros. feitos.

Desenvolver a Marcha; Actividades de rotina;


Desenvolver a manipulação e Jogos de imitação;
exploração de objectos; Jogos de movimento orientado;
Desenvolver a motricidade Dar pontapés numa bola;
grossa e fina; Jogos de encaixe;
Estimular a coordenação óculo- Construção de torres;
Psico-Motor

manual e óculo-pedal; Puzzles simples;


Estimular a aquisição da noção Actividades de expressão
de esquema corporal; plástica (pintura, stencil,
Estimular a aquisição da noção modelagem, desenho,
de espaço/tempo; rasgagem, colagem, etc.)
Promover a aquisição do Utilizar o pote/bacio, deixando
controlo dos esfíncteres; as fraldas (final do ano).
Despertar a criatividade.

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Identificar partes do corpo, em Cantar;


si e no outro; Exploração de canções;
Reconhecimento da sua Dançar ao som de música;
imagem ao espelho; Jogos de movimento;
Fomentar o conhecimento e Exploração de histórias;
Cognitivo

respeito pelo grupo; Exploração de lenga-lengas;


Aumentar o período de Exploração de sons;
atenção; Brincar ao faz-de-conta.
Estimular a capacidade de
observação e de explorar;
Desenvolvimento da
sensibilidade auditiva.
Desenvolver a capacidade de Conversas em pequeno e
se expressar; grande grupo;
Associar palavras a objectos e Estimular o diálogo criança-
imagens; criança e criança-adulto;
Aperfeiçoar e alargar o Exploração de histórias;
vocabulário; Fantoches;
Linguístico

Melhorar a articulação das Lengalengas;


palavras; Conversa durante a higiene;
Responder a ordens simples; Conversa durante a muda de
Desenvolver o gosto pela fraldas;
leitura; Brincar ao faz-de-conta;
Desenvolver a memória oral. Actividades de rotina diária;
Elogiar a criança;
Canções com mímica.

Relativamente aos recursos utilizados na realização das


actividades/estratégias, estes podem ser divididos em recursos humanos e
materiais. Quanto aos recursos humanos, temos desde já as próprias crianças, as
suas famílias e a instituição. No que diz respeito aos recursos materiais dispomos
de material didáctico, tal como: livros; CD’s; DVD’s; rádio; pincéis; tintas;
esponjas; diversos tipos de papel; lápis de cera; cola; revistas, etc.

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Em relação ao planeamento do trabalho, para além do projecto pedagógico, é


realizada uma planificação semanal, onde constam as actividades a desenvolver
e os seus objectivos. Esta planificação é flexível, daí que está sempre aberta a
alterações, uma vez que por motivos secundários poderá não ser cumprida, que
é o caso de uma criança ter febre, haver falta de material, uma novidade trazida
de casa, etc.

Relativamente aos registos efectuados, são realizadas grelhas de observação


individualizada, nos três períodos do ano lectivo. Posteriormente os resultados
serão analisados e ponderados os aspectos que mais devem ser estimulados em
cada criança. São ainda realizados registos de algumas actividades e das
experiências das crianças.

Quanto à avaliação, esta será feita sistematicamente, através da


satisfação, ou não, das crianças nas actividades, do seu desenvolvimento físico e
psicológico, reflectindo diariamente, sobre o que se passou, realizando grelhas
de observação, analisando os registos dos resultados das actividades, realizando
reuniões pedagógicas quando necessário.

Vila Nova de Gaia, Outubro de 2006

A Educadora de Infância

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Bibliografia

Avô, A. B. (1996). O desenvolvimento da criança. Lisboa: Texto Editora.

Brazelton, T. B.; Greenspan, S. I. (2003). A Criança e o Seu Mundo- Requisitos


Essenciais para o Crescimento e Aprendizagem (3ªed.). Lisboa: Editorial
Presença

Ministério da Educação/Departamento de Educação Básica (1997). Orientações


Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: M.E. /DEB-NEPE.

Portugal, Gabriela (1998). Crianças, Famílias e Creches - Uma Abordagem


Ecológica da Adaptação do Bebé à Creche. Porto, Porto Editora

Post, J. & Hohmann, M. (2003). Educação de bebés em infantários – cuidados e


primeiras aprendizagens. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

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