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IMPLANTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

(SAE) NO CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA DO HOSPITAL JOÃO XXIII

A. C. GENTIL1; C. M. dos PASSOS1; M. D. CAMPOS1 e R. S. M. COSTA1 ; A. T.


CAMARGOS2.
1
Estudantes do 9º período do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Minas
Gerais. E-mail: dricagentil@yahoo.com.br
2
Mestre em enfermagem, professora do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais.

Resumo

Este trabalho desenvolvido destacou a sistematização da assistência de enfermagem (SAE)


como uma etapa importante do processo de enfermagem (PE). Entende-se como processo de
Enfermagem o método que possibilita o enfermeiro desenvolver e aplicar seus conhecimentos
técnico-científicos, acerca de sua prática profissional visando uma assistência sistematizada
de um hospital que tem sido ao longo dos anos referencia no atendimento de urgência
emergência. O objetivo do trabalho é avaliar o conhecimento dos e promover mobilização da
equipe de enfermagem de uma UTI acerca da SAE e elaborar, testar e implantar um
instrumento de coleta de dados, fundamentado na Teoria de Wanda Horta, para admissão do
paciente na unidade, primeira etapa da sistematização da assistência em enfermagem. O
estudo foi dividido em duas etapas – avaliação e treinamento de toda a equipe de enfermagem
da UTI a respeito de SAE, PE e a teórica de Wanda Horta e elaboração e implantação do
instrumento fundamentado na Teoria de Necessidades Humanas Básicas (NHB) de Wanda A.
Horta. Os resultados do estudo foram pouco satisfatórios, portanto indicam que a educação
deve ser continuada, pois é necessário que o PE seja compreendido, vivenciado e praticado
para que seja utilizado eficientemente. Em relação ao instrumento para admissão dos
pacientes na unidade, representou um passo importante na implantação da SAE na unidade e,
mais do que isso possibilitou melhoria na qualidade da assistência prestada.

Palavras- chaves: Sistematização da Assistência em Enfermagem, processo de enfermagem,


unidade de terapia intensiva.

Introdução
A Enfermagem Moderna, a partir de Florence Nightingale, iniciou sua caminhada para adoção
de uma prática baseada em conhecimentos científicos, abandonando gradativamente a postura
de atividade caritativa, iminentemente intuitiva e empírica (DANIEL, 1979). Para tanto,
foram desenvolvidas teorias de enfermagem com o intuito de organizar e sistematizar todas as
questões que permeiam a atividade profissional, gerando conhecimentos que apoiarão e
subsidiarão a prática do enfermeiro. A partir da aplicação dessa teoria a prática é que se dá o
processo de enfermagem (PE).
Para que o PE seja aderido pela equipe de enfermagem e realmente otimize e qualifique o
cuidado prestado ao cliente é preciso que se tenha, concomitantemente, uma assistência de
enfermagem sistematizada. Então, a SAE e o PE precisam andar lado a lado para termos
resultados positivos e benéficos tanto para o cliente quanto para o profissional de
enfermagem.
A sistematização da assistência de enfermagem (SAE) requer do profissional interesse em
conhecer o paciente como indivíduo, utilizando para isso seus conhecimento e habilidades,
além de orientação e treinamento da equipe de enfermagem para implementação das ações
sistematizadas (DANIEL, 1979).
A implantação da SAE constitui uma exigência para as instituições de saúde públicas e
privadas de todo o Brasil, de acordo com a resolução do COFEN de número 272/2002. É
também uma orientação da lei do exercício profissional da enfermagem (Lei 7.498, de 25 de
junho de 1986). Além disso, sua implantação se torna uma estratégia na organização da
assistência de enfermagem nas instituições, atendendo, assim, aos requisitos do Manual
Brasileiro da Acreditação Hospitalar.
Para implementar a SAE é necessário embasamento teórico. No caso do nosso campo de
atuação, o HPS João XXIII, a escolha da teórica se deu previamente através de um trabalho
com os enfermeiros da unidade, que apontaram a Teoria das Necessidades Humanas Básicas
de Wanda Horta como a indicada para o serviço. Assim, podemos perceber que este é um
trabalho de suma importância na medida em que a implantação da Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) é uma proposta de toda a rede FHEMIG, e que está de
acordo também com a resolução do COFEN de número 272/2002, supracitada. Além disso, a
aplicação da SAE e do PE proporciona a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem
ao paciente/cliente/usuário e a valorização da profissão como ciência do cuidado (PINTO,
2007). Assim sendo, o objetivo geral desse estudo é implantar a SAE e o PE, segundo Wanda
Horta, na UTI do HPS João XXIII, situado no município de Belo Horizonte/MG.
Os objetivos específicos são avaliar o conhecimento prévio da equipe de enfermagem do CTI
do HPS-João XXIII, acerca da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), do
Processo de Enfermagem (PE) e da Teoria das Necessidades Humanas Básicas (NHB) de
Wanda Horta; informar e mobilizar a equipe de enfermagem quanto a SAE, o PE e a Teoria
das NHB; avaliar os conhecimentos adquiridos pelos profissionais de enfermagem pós-
treinamento; elaborar, testar e implantar um instrumento para admissão do paciente na
unidade, o Histórico de enfermagem; incentivar a continuidade da implantação das demais
etapas da SAE.

Metodologia
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de abordagem quanti-qualitativa, cujo cenário
é a UTI do Hospital João XXIII. O Projeto de Implantação da SAE teve início no 2º semestre
de 2006.
A UTI conta com um total de 28 leitos, destes 18 adultos, 2 isolados e 8 pediátricos. Os
sujeitos da pesquisa são os profissionais de enfermagem da unidade, constituído por 19
enfermeiros, 171 técnicos e auxiliares de enfermagem, totalizando 190 profissionais.
Foi elaborado um questionário para avaliação do conhecimento dos profissionais de
enfermagem quanto a SAE, PE e a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda
Horta.
Fez-se a programação para a realização do treinamento, a fim de se treinar o maior número
possível dos profissionais de enfermagem, abrangendo os três turnos. O treinamento foi
realizado pelos acadêmicos de enfermagem da UFMG e da PUC.
O questionário foi aplicado antes e após o treinamento, com a finalidade de avaliar o
conhecimento agregado por eles. A partir desses dados coletados iniciou-se a análise dos
dados. Foram separadas as respostas dos questionários de antes e depois do treinamento. Fez-
se uma leitura individual dos questionários, com agrupamento de respostas semelhantes das
questões abertas. A análise estatística se deu por meio do programa Excel, onde foram
calculadas as freqüências para avaliar as variáveis quantitativas. A partir daí foram
construídos gráficos e tabelas e realizadas as discussões acerca dos resultados obtidos.
Após essa etapa, elaborou-se um instrumento de coleta de dados a ser utilizado pelo
enfermeiro durante a admissão do paciente na unidade, com a finalidade de iniciar a
implantação da SAE, com o “Histórico de Enfermagem” – primeira etapa do Processo de
Enfermagem. Para realização deste foi feito um levantamento bibliográfico sobre histórico de
enfermagem, exame físico e principais cuidados em pacientes críticos. Para esse levantamento
foram utilizados livros (HORTA, 1979; HUDAK & GALLO, 1997) e artigos.
O instrumento foi testado e comentado por cinco (05) enfermeiros, no qual sugestões, críticas
e observações colocadas por cada um deles foram revistas e analisadas e, após discussão entre
acadêmicas e orientadora, foram feitas as modificações consideradas pertinentes. Dessa
maneira, foi implantado e validado o instrumento de coleta de dados para admissão do
paciente na unidade: 1ª Etapa da SAE.

Resultados e Discussão
O percentual de funcionários treinados foi de 68,42% de enfermeiros e 90% de técnicos e
auxiliares de enfermagem. Esse percentual foi considerado satisfatório, considerando que a
grande maioria dos profissionais de enfermagem que não participaram do treinamento foi por
estarem de férias ou de licença.
Na primeira questão do questionário aplicado perguntamos se o profissional já tinha ouvido
falar em SAE. Antes da aula, 100% dos enfermeiros responderam que sim, o percentual entre
os técnicos de enfermagem e auxiliares foi bem menor. Após e treinamento, o percentual de
enfermeiros que relataram já ter ouvido falar de SAE foi de 100%, no entanto, mesmo tendo
participado da aula, alguns técnicos e auxiliares de enfermagem responderam não ter ouvido
falar de SAE.
Quando perguntamos o que eles entendiam por SAE, antes e após a realização do treinamento
tivemos uma variedade de respostas tais como a organização da assistência de enfermagem, a
criação de protocolos de normas e rotinas, a humanização, o cuidado individualizado, criação
de plano de cuidados, trabalho em equipe, entre outras respostas que ficaram aquém do
esperado. Assim, não houve a mudança esperada no perfil das respostas obtidas.
Na segunda questão interrogamos sobre o conhecimento da Teoria de Wanda Horta. Antes do
treinamento, a maior parte dos enfermeiros respondeu conhecer sobre a Teoria. Em relação
aos técnicos e auxiliares de enfermagem, a maioria não conhecia a teórica. Após o
treinamento, houve um aumento considerável entre o conhecimento da teoria por todos os
profissionais.
A maioria das respostas dos profissionais de enfermagem quando é perguntado sobre o que
mais lhe chamou a atenção na Teoria de Wanda Horta foi deixada em branco antes do
treinamento. E após o treinamento, a maioria das respostas menciona a importância desta
teoria na busca de suprir as necessidades básicas em busca do equilíbrio dos pacientes, a partir
da visão holística deste. Referem ainda a humanização ao cuidado que esta teoria infere. Um
enfermeiro fala da oportunidade de recordar e “conhecer a fundo” a teoria de Horta.
A terceira questão perguntava sobre a base da Teoria de Wanda Horta. Os resultados nos
mostraram que 100% dos enfermeiros acertaram a questão ao responderem que a teoria de
Wanda Horta está baseada nas Necessidades Humanas Básicas. O percentual de acertos
depois do treinamento foi de 75%. Na categoria técnico de enfermagem, não houve acertos
desta questão antes do treinamento. Pós-treinamento observamos um aumento considerável
no percentual de acertos. Dos auxiliares de enfermagem, antes do treinamento, somente um
pequeno número afirma ter conhecimento da teoria. Após o treinamento esta porcentagem
aumentou em relação à anterior, demonstrando maior entendimento da Teoria. Era esperado
um percentual maior em relação a esta questão, depois do treinamento, considerando que a
pergunta se referia à base da teoria apresentada e discutida.
Na quarta questão, foi perguntado o conceito de saúde para Wanda Aguiar Horta, 1979. De
acordo com os resultados, antes do treinamento, houve pequena quantidade de acerto, ao
passo que, após o treinamento, a porcentagem de acertos praticamente dobrou, mostrando que
o aproveitamento do treinamento foi positivo. Contudo, percebe-se que o conceito de saúde
de acordo com Wanda Horta é pouco conhecido pelas diversas categorias dos profissionais de
enfermagem.
A quinta questão perguntava como a enfermagem deve reconhecer o ser humano. Conforme
observado, todos os enfermeiros que conhecem Horta acertaram a questão. Após o
treinamento um enfermeiro errou esta questão.
Na categoria técnico de enfermagem, 100% daqueles que disseram conhecer Wanda Horta
antes do treinamento também acertaram esta questão, mas após o treinamento esse percentual
diminuiu. Já na categoria auxiliar de enfermagem, os acertos dentro deste grupo, antes do
treinamento, apresentaram uma porcentagem bem pequena, aumentando após o treinamento.
A sexta questão, que corresponde à última questão fechada, solicitava a enumeração, por
ordem crescente, das fases do processo de enfermagem, segundo Wanda Horta. Os
enfermeiros e auxiliares de enfermagem que responderam o questionário antes de assistirem
ao treinamento não tiveram nenhum acerto. Após a realização do treinamento, houve pequeno
acerto. Em relação aos técnicos de enfermagem que responderam que conheciam sobre a
Teoria de Wanda Horta, antes do treinamento, houve um acerto pequeno. Após o treinamento,
houve, ainda mais, diminuição do percentual de acertos.
A sétima questão perguntava se o profissional é a favor da implantação da SAE no setor em
que trabalha, de acordo com a teoria de WH e por quê. Antes do treinamento, os enfermeiros
e técnicos de enfermagem não ultrapassaram o percentual de 66,66% e 50%, respectivamente,
de opinião favorável a implantação da SAE; somente os auxiliares de enfermagem atingiram
100%. Após, houve um aumento significativo do percentual de profissionais favoráveis à
implantação da SAE entre os enfermeiros e técnicos de enfermagem, ultrapassando 87% entre
os primeiros e 98% entre os segundos. Na categoria auxiliar de enfermagem, houve
diminuição de 10% do total de profissionais a favor dessa implantação.
As justificativas mais citadas das três categorias profissionais de enfermagem, antes e após o
treinamento, estão distribuídas nos seguintes grupos: melhora a qualidade da assistência
prestada ao paciente; trabalho em equipe; visão holística do paciente, humanização da
assistência; valorização da Enfermagem; organização, dinamismo e melhora da qualidade da
assistência; implantação de normas e rotinas e respaldo legal.
A oitava e última questão perguntava se o profissional acredita que a SAE seja importante e
possa melhorar a qualidade do cuidado prestado na unidade em que trabalha e por quê. Antes
da realização do treinamento, todos os enfermeiros responderam que sim; os técnicos e
auxiliares de enfermagem, grande parte também respondeu que sim.
Após os profissionais assistirem ao treinamento, percebe-se que houve uma diminuição dos
enfermeiros que responderam ser a favor. Entre os técnicos e auxiliares de enfermagem,
houve aumento considerável das respostas sim.
Nas justificativas, antes e após os treinamentos, os profissionais utilizaram praticamente os
mesmos grupos de respostas, que são: Melhora qualidade da assistência / sistematização
Visão holística do paciente, humanização da assistência. Padronização de normas e
procedimentos Educação continuada. Apenas o grupo “Trabalho em equipe” foi acrescido no
momento posterior ao treinamento.
Conclusões
Os resultados do estudo indicam que a educação deve ser continuada, afinal, de acordo com
Benedet & Bub, para que o PE seja utilizado na prática de forma eficiente, ele deve estar
orientado por uma teoria que precisa estar bem compreendida, para que seja experienciada,
vivenciada.
O sucesso ou insucesso na implantação do processo de enfermagem dependem de fatores
chaves, como apoio, colaboração, interesse das chefias de enfermagem, o preparo rigoroso,
constante e sistemático dos enfermeiros (Possari, 2005).
“A realização do histórico de enfermagem não se caracteriza apenas por uma fase do processo
de enfermagem, mas principalmente pela possibilidade de o enfermeiro assumir a
responsabilidade profissional por meio da utilização do saber e do fazer, exigindo ações
reflexivas que demandem um compromisso e envolvimento com a assistência prestada”
(CIANCIARULLO, 2001 APUD POSSARI, 2005).

Agradecimentos
Agradecemos a Deus, em primeiro lugar, por iluminar nossos caminhos. À professora
orientadora Anadias Trajano Camargos, pelo apoio e orientação. A todas as enfermeiras do
CTI do Hospital João XXIII, por nos receber tão bem e nos proporcionar aprendizado e
confiança. A toda a equipe de enfermagem, pela paciência, ensinamentos, carinho e amizade.
A equipe médica, pelos conhecimentos e experiências. Agradecemos especialmente aos
pacientes/clientes/usuários, por nos proporcionarem tanto aprendizado em tão pouco tempo.
Muito obrigada!

Referências
BENEDET, S. A; BUB, M. B. C. Manual de diagnóstico de enfermagem: uma abordagem
baseada na teoria das Necessidades Humanas Básicas e na classificação diagnóstica da
NANDA. Florianópolis: Bernucia, 2001. 2ªed. 209p.
CIANCIARULLO, T. I.; GUALDA, D. M. R.; MELLEIRO, M. M.; ANABUKI, M. H.;
Sistema de assistência de enfermagem: evolução e tendências. São Paulo: Ícones, 2001.
HORTA, W. A. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU; Ed. da Universidade de São
Paulo, 1979.
LIMA, L. R.; STIVAL, M. M.; LIMA, L. R.; OLIVEIRA, C. R.; CHIANCA, T. C. M.
Proposta de instrumento para coleta de dados de enfermagem em uma unidade de
terapia intensiva fundamentado em Horta. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 08, n. 03,
p. 349 - 357, 2006. Disponível em http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_3/v8n3a05.htm.
Acesso em 20/05/2007
POSSARI, J. F. Prontuário do paciente e os registros de enfermagem. São Paulo: Iátria,
2005. 1ª ed. 246p.
PINTO, Cristiano J. M. Fundamentos teóricos da prática de enfermagem. Disponível em:
http://ni.faj.br/nourau/document/get.php/3054/TEORIAS%20DE%20ENFERMAGEM.ppt.
Acesso em: 13/04/2007.
LEOPARDI, M.T. Teorias em Enfermagem: instrumentos para a prática. Florianóplolis:
Papa-Livro, 1999.
PAUL, C.; REEVES, J. S. Visão geral do processo de enfermagem. In: GEORGE, J. B.
Teorias de enfermagem: os fundamentos à prática profissional. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2000.

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