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ENCONTRE UM OBJETIVO
PARA SUA VIDA E PARA
SEU TRABALHO
Andrew Matthews
À MEMÓRIA
de meu pai, Peter, que foi uma prova viva de que a gente pode obedecer ao coração e
ter uma bola.
DEDICADO
à minha preciosa esposa, Julie.
Obrigado pelos conselhos quanto à edição, palavra por palavra, e obrigado por sua
orientação e seu apoio constantes, dia a dia. Obrigado pela alegria que você dá a minha
vida.
OBRIGADO
aos editores
Vimala Sundram, da Capital Corporate Communications
Ayesha Harben, da Ayesha Harben and Associates
e a Célia Painter, da The Media Works,
a Sharryn Cremer, obrigado pelos seus esforços na composição tipográfica e por sua
ajuda cotidiana no escritório;
a Lês Hoffman, obrigado pelos conselhos, e a minha irmã, Jane Thomas, obrigado pela
ajuda.
ÍNDICE
CAPITULO I 11
Por Que Eu Preciso de Desastres? 14
Lições 16
Vivendo e Aprendendo 20
1
CAPÍTULO 2 25
A Lei da Semente 28
Causa e Efeito 29
Conforme Você Melhora, o Jogo Vai Ficando Maior 30
Disciplina 33
Seja Adaptável! 36
CAPÍTULO 3 37
As Crenças 39
O Problema E o Meu Emprego! 44
Fazendo Dinheiro 44
Mime-se a si Mesmo! 49
Não É o Que Lhe Acontece, É como Você Vê o Que Lhe Acontece 50
CAPÍTULO 4 53
Fixação 55
A Fixação em Dinheiro 57
Dar 59
A Fixação no Amante 60
CAPÍTULO 5 61
O Porquê do Pensamento Positivo 63
Como o Pensamento Positivo Molda Seu Subconsciente 63
A Recompensa do Pensamento São os Resultados 66
CAPITULO 6 69
Fazendo o Que Você Gosta 71
Sua Carreira 75
Mudando de Direção 79
Qual É a Sua Desculpa? 89
CAPÍTULO 7 91
Começar! 93
A Coragem 95
Experimentando Coisas Novas 98
O Segredo do Poder 99
Por Que Você Não? 101
CAPÍTULO 8 103
A Sorte 105
Pensamentos 107
A Paz Interior 111
CAPÍTULO 9 123
Por Que Estamos Aqui? 125
Perdoar 126
A Família 131
Amor e Medo 133
CAPÍTULO 10 135
Quando Você Muda... 137
Você Não Está Sozinho! 139
Os Dez Conceitos:
7. Deus não vai descer numa nuvem e dizer: ”Agora você está autorizado a ter sucesso”.
10. Nossa missão na vida não é mudar o mundo. Nossa missão é mudar a nós mesmos.
Lição 1
dívida para iniciantes
Lição 2
Grandes dívidas
lição 3
pobreza I e II
lição 4
Inadimplência
lição 5
Doutorado em indigência
12
CAPITULO I
3
A única ocasião em que quase todos aprendemos alguma coisa é quando somos
atingidos na cabeça! Por quê? Porque é muito mais fácil não mudar. De modo que
continuamos fazendo o que fazíamos até dar de cara com a parede.
Pegue como exemplo a nossa saúde. Quando é que realmente mudamos de dieta e
começamos a fazer ginástica? Quando o nosso corpo começa a cair aos pedaços: quando
o médico diz: ”Se não mudar de estilo de vida, você vai acabar se matando!”. Só então
ficamos repentinamente motivados!
Nas relações: quando é que dizemos ao outro o quanto gostamos dele? Quando o
casamento começa a cair aos pedaços, quando a família já está aos frangalhos!
Na escola: quando é que finalmente levamos o estudo a sério e nos esforçamos? Quando
falta pouco para sermos reprovados. E nos negócios: quando é que experimentamos
novas idéias e tomamos decisões difíceis? Quando não sabemos como pagar as contas.
Quando é que passamos a nos preocupar com o direito do consumidor? Quando o cliente
já virou as costas para nós!
Quando é que rezamos? Quando a vida começa a cair aos pedaços! ”Meu Deus, eu sei
que não me ajoelho para rezar desde a última vez em que tudo foi por água abaixo...”
Nós só aprendemos as grandes lições quando as coisas já ficaram feias. Quando foi que
você tomou as decisões mais importantes da vida? Quando estava de quatro: depois do
desastre, depois do desgosto, quando tinha sido atingido no peito. Só então dizemos a
nós mesmos: ”Eu estou farto de me sair mal, farto de entrar pelo cano. Chega de ser
medíocre. Preciso fazer alguma coisa”. O sucesso, qualquer um comemora, mas não
aprende muito com ele. O fracasso dói: é aí que somos educados. Olhando para trás, nós
geralmente acabamos percebendo que os ”desastres” foram momentos de mudança.
Efetivamente, as pessoas não saem por aí à procura de problemas, mas quando
recebem um golpe duro da vida, perguntam: ”Como posso mudar o que penso e faço?
Como posso ser melhor do que sou agora?”. Os fracassados são os que não fazem caso
dos sinais de aviso. Quando a casa cai, perguntam: ”Por que tudo acontece comigo?”.
Nós somos movidos pelo hábito. Continuamos fazendo o que fazemos até sermos
obrigados a mudar.
Mary é traída pelo namorado, Al. Arrasada, passa uma semana trancada no quarto.
Depois, pouco a pouco, começa a telefonar para os velhos amigos e fica conhecendo
novos. Em breve muda de casa e de emprego. Dentro de seis meses está mais feliz e
confiante que nunca. Olha para trás e vê que o ”desastre” de perder Al foi a melhor
coisa que podia ter lhe acontecido.
Fred é demitido. Incapaz de arranjar emprego, abre um negócio. Pela primeira vez na
vida é o seu próprio patrão e está fazendo o que realmente quer.
Ainda tem os seus problemas, porém a vida adquiriu um novo significado e um novo
interesse: tudo a partir de um aparente desastre.
A VIDA, ENTÃO, É UMA SÉRIE DE DOLOROSOS DESASTRES?
Não necessariamente. O universo está sempre enviando alguns avisos para nós. Quando
ignoramos os avisos, eles vêm outra vez como se fossem uma marreta. O crescimento é
mais doloroso quando resistimos a ele.
LIÇÕES
Algumas coisas vão além do nosso entendimento... Quando uma criança nasce com AIDS
ou uma jovem mãe é morta num assalto, quando cidades inteiras são devastadas por
enchentes, a gente pergunta: ”Por quê?”. Para essas coisas parece não haver resposta.
Mas em outro nível - no ”nível da vida cotidiana” -, podem-se encontrar algumas dicas.
Você já notou que certas coisas só acontecem a determinadas pessoas? Louise é
demitida mais ou menos de seis em seis meses, Frank é processado uma vez por ano,
Jim se intoxica com comida estragada sempre que viaja de férias.
Determinadas pessoas recebem determinadas lições. Nós podemos reagir a isso de três
maneiras. Ou dizemos:
• ”MINHA VIDA É UMA SÉRIE DE LIÇÕES DAS QUAIS EU PRECISO, E ELAS OCORREM
NUMA ORDEM PERFEITA”. (A abordagem mais sadia garante o máximo de paz interior.)
• ”A VIDA É UMA LOTERIA, MAS EU APROVEITO AO MÁXIMO
O QUE ACONTECE”. (A segunda melhor opinião: oferece uma qualidade de vida
mediana.)
• ”POR QUE COMIGO SÓ ACONTECEM COISAS RUINS?”. (Garante o máximo de
sofrimento e frustração.)
EM POUCAS PALAVRAS
Ninguém está neste mundo para ser punido. Estamos aqui para ser educados. Todo
acontecimento tem o potencial de nos transformar, e os desastres têm potencial ainda
maior de mudar o nosso modo de pensar. BASTA AGIR COMO SE TODO ACONTECIMENTO
TIVESSE UM PROPÓSITO PARA QUE A SUA VIDA TENHA UM PROPÓSITO. Imagine por que
foi que você precisou de uma determinada experiência, conquiste isso, e não tornará a
precisar dela.
EM POUCAS PALAVRAS
Cada um de nós é uma causa. Nossos pensamentos atraem e criam circunstâncias.
Quando mudamos, atraímos circunstâncias diferentes. Enquanto não aprendermos uma
lição sobre endividamento, trabalho, amor ou qualquer outra coisa, a) vamos ficar
repetindo a mesma lição ou b) continuaremos assistindo à mesma aula de formas
diferentes. A vida é assim.
Somos atingidos por pedrinhas: uma espécie de aviso. Se não fizermos caso das
pedrinhas, vem a tijolada. Se não ligarmos para a tijolada, acabamos esmagados por um
rochedo. Sendo sinceros, podemos ver onde foi que fechamos os olhos para o aviso. E
ainda temos a coragem de dizer: ”Por que eu?”.
VIVENDO E APRENDENDO
”Só descendo ao fundo do poço é que a gente recupera os tesouros da vida.
É onde se tropeça que se acha o seu tesouro. A mesma caverna em que a gente tem
medo de entrar acaba sendo a fonte do que estava procurando.”
Joseph Campbell
A vida não precisa ser sempre dolorosa, mas a dor continua sendo a principal razão pela
qual mudamos. Quando não dói, nós podemos fingir. Nosso ego diz: ”Eu estou muito
bem”.
Quando as coisas doem o suficiente, por exemplo, quando estamos sozinhos há tempo
suficiente, ou suficientemente amedrontados, tornamo-nos vulneráveis. Nosso ego já
não tem resposta, e nós nos abrimos. A dor nos anima a levar as coisas a sério.
É sempre mais fácil filosofar sobre a dor alheia! Olhamos para Jim e dizemos: ”A falência
foi uma grande lição para ele”. Olhamos para Mary e dizemos: ”Esse divórcio a ajudou a
ser independente”. E todos concordamos: ”Os desafios nos tornam mais fortes”.
Mas quando chega a hora dos nossos próprios desafios, não ficamos tão entusiasmados
assim. Dizemos: ”Meu Deus, por quê? Dai-me um desafio conveniente!”. Infelizmente, os
verdadeiros desafios não são convenientes.
EM POUCAS PALAVRAS
Toda pessoa que entra em sua vida é um professor. Por mais que o atormente, ela o
ensina porque mostra onde estão os seus limites. O fato de cada uma dessas pessoas
ser um professor não significa que você seja obrigado a gostar delas.
PASSO A PASSO
A vida é um pouco como uma escada de mão. Para subir, temos de firmar o pé no
degrau em que nos encontramos - seja o trabalho, seja a relacão, o dinheiro, seja o que
for. Uma vez escorados, subimos ao degrau seguinte. As pessoas tratam os seus degraus
de diferentes maneiras:
”Eu detesto este degrau - queria estar em outro”. É quando você fica parado no mesmo
lugar.
”Quero a escada do vizinho.” É o que se chama inveja.
”Para o inferno com esta escada.” É o que se chama suicídio.
Toda vez que ficamos parados no mesmo lugar, podemos nos perguntar: ”Onde foi que
eu não firmei o pé?”.
7
ENTÃO, COMO CONSEGUIR NÃO ENLOUQUECER?
Depende de como você lida com a vida.
• Nunca diga: ”Não vou relaxar enquanto não...”. Relaxe e aproveite a vida enquanto
ainda está no meio do caminho.’
• Pergunte constantemente: ”Que estou aprendendo com isto?”.
Jamais conseguimos arrumar a vida em compartimentos bem ordenados. As pessoas
vêem a felicidade como uma espécie de miragem distante - como se estivessem
arrastando-se no deserto e, à frente, houvesse uma placa dizendo ”FELICIDADE”, e elas
pensassem: ”Se conseguir chegar até LA, serei feliz”. Imaginaram isso logicamente:
”Não dá para ser feliz agora porque o banheiro está sendo reformado. Mas no mês que
vem...”. E no mês seguinte as crianças apanham uma gripe, a gata fica no cio, os
parentes vêm passar uma temporada em casa, e elas dizem: ”Quem sabe em abril...”.
EM POUCAS PALAVRAS
Se as pessoas não pedem, geralmente é porque não querem ter a informação!
II
O UNIVERSO NÃO TEM FAVORITOS
Seu sucesso e sua felicidade dependem de leis e princípios naturais - e de como você os
usa.
CAPITULO 2
A Lei da Semente
Causa e Efeito Conforme Você Melhora, o Jogo Vai Ficando Maior
AS LEIS UNIVERSAIS
Ao contar suas histórias, os grandes mestres espirituais falavam em semeadura e rega.
É claro que se referiam às estações do ano, às colheitas e aos peixes porque as pessoas
da época entendiam de agricultura e pesca. Porém a coisa vai mais além. As leis da
natureza é que imperam.
Seja você um pastor de ovelhas, seja um programador de computador, as mesmas
regras se aplicam.
A LEI DA SEMENTE
Em meu primeiro livro, eu falo em algumas leis naturais. Este capítulo é uma ampliação
de tais princípios. Começamos com a lei da semente...
A lição da semente é a seguinte: ”Você colhe depois de ter trabalhado”. É preciso
preparar o solo e regar a semente (esforço) e esperar algum tempo (paciência) para
colher o feijão. Esforço + paciência = resultados.
As pessoas freqüentemente esquecem esse princípio. E dizem: ”Se eu plantar feijão
hoje, o que receberei em troca amanhã?”. E a resposta é: ”Sementes de feijão um pouco
molhadas”. A lei da semente diz: ”Plante hoje e colha... DEPOIS!”. Plante o feijão agora
para colhê-lo dentro de quatro meses. Se todo mundo cultivasse seu alimento, as
pessoas provávelmente entenderiam melhor este conceito. Mas nós estamos na era do
macarrão instantâneo.
Fred diz: ”Se tivesse um emprego decente, eu trabalharia com afinco. Mas sendo apenas
lavador de pratos, quero que se dane ”. Errado, Fred! Se você se tornar o melhor lavador
de pratos da cidade, alguém vai reparar, ou alguém há de promovê-lo, ou você se
sentirá tão bem consigo mesmo que um dia há de conseguir fazer realmente o que quer.
Primeiro o esforço, depois a colheita. É um princípio. Ninguém pode reverter o processo.
Mary diz: ”Se fosse promovida, eu deixaria de cochilar no trabalho”. Frank diz: ”Se me
pagarem mais, eu paro de ficar doente”. Jane diz: ”Se tivesse um bom marido, eu
também seria boa para ele ”.
Os cartões de crédito e os catálogos de venda nos estimulam a comprar imediatamente,
pagar sem juros até fevereiro e ficar inadimplentes em março. Trata-se de jogar com os
mesmos princípios. Receber agora e comprar depois funciona melhor que comprar agora
e pagar depois.
Outra lição que se aprende na roça: quando a gente planta uma dúzia de sementes de
feijão, não fica com uma dúzia de pés de feijão. Fred planta as suas sementes. Algumas
não vingam. Outras morrem. Os insetos comem umas tantas. Os pássaros devoram três
ou quatro. E ele acaba ficando com dois pés de feijão e diz: ”Não é justo!”. Ora, é a vida.
Até para arranjar alguns bons amigos a gente começa com um monte de conhecidos.
Para encontrar o emprego ideal, é preciso passar por cinqüenta entrevistas. Para
conseguir meia dúzia de fregueses regulares, é necessário começar com cem. Para
comer o espaguete à marinara perfeito, você tem de visitar diversos restaurantes.
Muitas de suas idéias, de seus empregos e até de seus amigos não vingarão ou serão
devorados pelos pássaros. Não é uma coisa que se deve combater, é uma coisa que se
deve entender. Uma coisa para a qual precisamos estar preparados.
CAUSA E EFEITO
Se a sua vida está estagnada, é preciso prestar mais atenção no que você faz por ela. A
gente nunca ouve uma pessoa dizer: ”Eu me levanto cedo, faço ginástica, estudo,
cultivo minhas relações, esforço-me ao máximo no trabalho - e NADA DE bom acontece
em minha vida”. A vida é um sistema de energia. Se nada de bom acontece, a culpa é
sua. Assim que perceber que o seu investimento molda as suas circunstâncias, você
deixa de ser uma vítima.
Nós podemos olhar para a vida dos outros e dizer: ”O que aconteceu com a lei de causa
e efeito?”. Ralph é promovido, e nós perguntamos: ”O que ele fez, para merecer tanto?”.
Os vizinhos comemoram quarenta anos de casamento feliz, e nós dizemos: ”Por que
tiveram tanta sorte?”. Pode parecer esquisito, mas as mesmas regras de causa e efeito
funcionam para todo mundo.
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Nós recebemos na vida aquilo que pedimos. Bruce seduz as mulheres com brilhantes e
perfumes. Quando elas o abandonam, põe-se a reclamar que foi usado por causa do
dinheiro. Quem vai pescar com isca de brilhante só pode voltar com peixe que goste de
brilhante. É uma surpresa?
Wendy provoca comoção na cidade com seus decotes exagerados. Ao mesmo tempo
queixa-se de que os homens a querem unicamente por causa de seu corpo. Só que os
caras vêem metade de seus seios a um quarteirão de distância! Onde está o mistério?
EM POUCAS PALAVRAS
Se formos sinceros conosco mesmos, podemos listar quase tudo que nos aconteceu - e
verificar o quanto colaboramos para que tenha sido assim. Não se preocupe com o que
as leis do universo possam ter proporcionado ao seu vizinho. Observe como a lei de
causa e efeito opera em sua vida: nas relações, nos sucessos e nas decepções. Você terá
mais paz interior.
EM POUCAS PALAVRAS
O universo recompensa o esforço, não as desculpas.
O PRINCIPIO DA RÃ
Conta-se muito a história da rã e do balde de água. Ilustra a lei da deterioração...
Se você pegar uma rã inteligente e feliz e a jogar num balde de água fervente, o que ela
faz? Pula para fora! A rã decide instantaneamente: ”Isto não tem a menor graça. Comigo
não, violão!”.
Se você pegar a mesma rã ou um parente dela e jogar num balde de água fria, puser o
balde no fogão e aquecê-lo gradualmente, o que acontece? A rã está relaxada... alguns
minutos depois, pensa com seus botões: ”Puxa, que calor está fazendo aqui!”. E em
pouco tempo você terá uma rã cozida.
Moral da história? A vida acontece gradualmente. Do mesmo modo que a rã, nós
podemos ser enganados e, de repente, é tarde demais. É preciso ter consciência do que
está acontecendo.
PERGUNTA - Se amanhã acordar com vinte quilos a mais, você ficará preocupado? Claro
que sim! Telefonará para um hospital: ”Emergência! Eu engordei de uma hora para
outra!”. Mas quando as coisas acontecem gradualmente, um quilo este mês, um quilo no
próximo, nós tendemos a deixar acontecer.
Se você estourar o seu orçamento em dez dólares hoje, não é grande coisa. Mas se fizer
isso amanhã novamente, e no dia seguinte, e no outro, acabará falido. Para as pessoas
que quebram, engordam, se divorciam, em geral não se trata de um grande desastre: é
um pouquinho hoje, um pouquinho amanhã - e um belo dia, ”zás!”. Então elas dizem:
”Que aconteceu?”.
A vida é acumulativa. Uma coisa SE SOMA a outra - como água mole em pedra dura. O
princípio da rã nos aconselha a observar as tendências. Todo dia nós nos perguntamos:
”Aonde estou indo? Estou mais em forma, com mais saúde, mais feliz, mais próspero que
no ano passado?”. Se a resposta for não, temos de mudar o que estamos fazendo.
Esta é a coisa assustadora: ninguém fica parado. Ou está ganhando ou está perdendo.
DISCIPLINA
Tenha a disciplina de fazer as pequenas coisas de que você não gosta, para
poder passar a vida fazendo as grandes coisas de que gosta.
Disciplina não é a palavra favorita de todos. Em termos de popularidade, situa-se em
algum lugar entre dentista e diarréia. Mas a disciplina própria faz toda a diferença. A
vida é uma barganha entre o prazer do momento e a recompensa a longo prazo.
A disciplina nas pequenas coisas - estudar em vez de assistir à televisão - leva a uma
grande coisa: melhor qualificação. A disciplina nas pequenas coisas - ginástica três
vezes por semana - leva a uma grande coisa: uma vida mais sadia.
A disciplina nas pequenas coisas - economizar vinte dólares por dia em vez de torrá-los
em bebida - leva a uma grande coisa: a casa própria.
A chave para a disciplina própria não é ter uma vontade de ferro. É saber POR QUE você
quer uma coisa. Se souber realmente por que quer saldar as dívidas, fica mais fácil
economizar. Se tiver clareza quanto a por que quer obter qualificação, fica mais fácil
estudar.
Mais uma coisa sobre a disciplina: quem é disciplinado não tem necessidade de que os
outros o disciplinem. Resultado: você governa a sua própria vida e ninguém vem lhe
dizer o que fazer.
Quando lhe falta a disciplina própria, ela acaba vindo de fora. As pessoas que não
conseguem se disciplinar acabam topando com empregos em que recebem ordens.
Quem não tem absolutamente nenhuma disciplina acaba trancafiado.
ORDEM
A primeira lei da expansão é a ”ordem”. Qualquer coisa precisa de um sistema para
crescer.
Olhe para uma flor, corte uma laranja, examine a simetria de uma árvore ou de uma
colmeia de abelhas. Há disciplina. A natureza conserva o que é essencial e se desfaz do
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lixo. Isto se chama organização.
Se quiser que o seu negócio cresça, você precisa ter método. Se quiser que sua vida
floresça, precisa de um mínimo de ordem nela.
Fred diz: ”Meu escritório é uma bagunça, mas uma bagunça organizada. Na verdade, eu
sou muito eficiente!”. É mesmo? Imagine se Fred fosse levado a uma sala de operações,
a fim de se submeter a uma cirurgia no cérebro, e encontrasse a equipe médica em
meio a pilhas de agulhas, ataduras e velhos frascos. O cirurgião diria: ”Calma, Fred. Isto
aqui é uma bagunça mesmo, mas está tudo sob controle!”.
Sempre que o desempenho tem importância, há organização. Os bombeiros sabem
perfeitamente onde encontrar seus capacetes, os motoristas de ambulância têm um
lugar fixo para guardar a chave do carro!
Nada floresce na bagunça. Organize o seu arquivo. Limpe a sua garagem.
Mais uma coisa que você vai notar: ”Por dentro é tal qual por fora”: O seu ambiente
reflete o seu pensamento. Geralmente, quando sua casa está uma bagunça, sua vida
também está.
ONDAS
A vida ocorre em ondas. Nós já ouvimos falar em ondas sonoras, em ondas de luz, em
ondas cerebrais, em microondas. Em termos não científicos, as ondas demonstram que
as coisas têm uma tendência a deslocar-se em fluxos periódicos.
Isso significa que as crises de família, os convites de casamento e os consertos no
carro também tendem a ocorrer em fluxos periódicos. Ter isso em mente é útil. Num
mês sem contas a pagar, você diz consigo: ”vou guardar um pouco para a próxima
onda”. Quando se vê inundado pela onda seguinte, pensa: ”Eu sei como são essas
ondas: é um problema temporário ”.
SEJA ADAPTÁVEL!
Nós vivemos num mundo em que as coisas estão sempre mudando. As estações vêm e
vão, a maré vem e vai, a inflação sobe e cai, as pessoas são contratadas e demitidas...
Era de esperar que aprendéssemos que a lei básica do universo é a mudança! Em vez
disso, ficamos irritados.
Em biologia, no colégio, estudamos a lei da seleção natural: adaptar-se às mudanças.
Aprendemos, por exemplo, que se você for um inseto verde num campo marrom e não
mudar a cor de sua pele, vai ter sérios problemas. Pode-se argumentar: ”O campo é que
devia ser verde... costumava ser verde...”. Mas em breve não haverá mais inseto. A lei é
brutal: ”ADAPTAR-SE ou DESAPARECER!”. É uma pena que os professores de biologia
não digam: ”PRESTEM ATENÇÃO - É UMA LIÇÃO DE VIDA: SEJAM ADAPTÁVEIS”.
No mundo dos negócios, as coisas mudam e até os especialistas erram.
Em 1927, Harry Warner, da Warner Brothers Pictures, disse: ”com os diabos, quem quer
ouvir um ator falar?”.
Em 1943, Thomas Watson, diretor da IBM, disse: ”Eu acho que no mundo há mercado
para cinco computadores ”.
Em 1977, Ken Olsen, presidente da Digital Equipment Corporation, disse: ”Não há
motivo para que um indivíduo tenha computador em casa”.
O que é verdade hoje pode não ser amanhã. O que funciona hoje pode não funcionar
amanhã. A única constante que existe é a mudança. Se você passar três meses fora de
casa, vai descobrir que seus filhos mudaram. De repente o bebê passa a chamá-lo de
”papai!”. Não é uma questão de justiça ou injustiça. Tudo está em movimento.
EM POUCAS PALAVRAS
As pessoas felizes não só aceitam a mudança como a abraçam. São pessoas que dizem:
”Por que eu haveria de
querer que os próximos cinco anos fossem iguais aos cinco passados ? ”
III
CAPITULO 3
As Crenças O Problema É o Meu Emprego!
Fazendo Dinheiro
Mime-se a si Mesmo!
Não É o Que Lhe Acontece, É como Você Vê o Que Lhe Acontece
AS CRENÇAS
”Sempre acontece aquilo em que a gente acredita; e a crença numa coisa faz
com que ela aconteça.”
Frank Lloyd Wright
Ao alegar suas limitações, as pessoas dizem: ”Eu não posso fazer ’tal coisa’ porque...”. A
desculpa comum é: ”É assim que EU SOU”. A verdade mais provável é: ”É assim que EU
PENSO QUE SOU”. Nós podemos aprender sobre as nossas crenças estudando os peixes.
(A experiência abaixo foi realizada no Instituto Oceanográfico Woods Hole.)
Compre um aquário. Divida-o pela metade com uma parede de vidro transparente, de
modo que você tenha uma espécie de dúplex de peixe. Agora, arranje uma barracuda -
podemos batizá-la de Barry - e uma tainha. (A barracuda come a tainha.) Ponha um
peixe de cada lado. No mesmo instante, Barry avança para pegar a tainha e... bumba...
entra de cara na parede. Ela recua e arremete outra vez... bumbal
Em uma semana, Barry vai estar com o nariz bem inchado. Enfim, percebendo que caçar
tainha é sinônimo de dor, acaba desistindo. A gente pode até remover a parede de vidro:
sabe o que acontece? Ela passará o resto da vida no seu lado do aquário. É capaz de
morrer de fome com uma bela tainha nadando a poucos centímetros dela. Conhece os
seus limites e não vai ultrapassá-los.
A história de Barry é triste? Pois essa é também a história de todo ser humano. Nós não
colidimos com paredes de vidro - colidimos com professores, pais e amigos que nos
dizem o que nos convém e o que podemos fazer. Pior ainda, colidimos com nossas
próprias crenças. São elas que delimitam o nosso território, é isso que alegamos para
não ultrapassar os limites.
”Você diz que eu sempre acho que estou certo, mas é nisso que você está errada!”
Barry, a barracuda, diz: ”Eu fiz o melhor que pude uma vez - agora, é preferível nadar
em círculos”. Nós dizemos: ”Eu fiz o melhor que pude uma vez em meus estudos / meu
casamento / meu emprego...”.
Ou seja, criamos nossas gaiolas de vidro e pensamos que é a realidade. Na verdade é
apenas aquilo em que nós acreditamos. E até que ponto as pessoas se apegam a suas
crenças? Basta tentar conversar sobre religião ou política numa reunião social!
EM POUCAS PALAVRAS
Pergunte a si mesmo: ”Que eu faria se não tivesse história alguma?”.
15
FAZENDO DINHEIRO
MAS EU NÃO GANHO O SUFICIENTE!
Mary diz: ”Vocês não entendem. Não é o meu sistema de crenças. É o meu emprego. Eu
não ganho o suficiente onde trabalho”. Ora, Mary, então por que continua trabalhando
nesse lugar? Ela responde: ”Não sei fazer outra coisa!”. (Muito bem, Mary, é nisso que
você acredita.) Mude de crença e conseguirá arranjar outro emprego ou começar um
negócio, reorganizar suas finanças, desenvolver novas habilidades, trabalhar para subir
na vida.
Mary diz: ”Mas a situação está ruim. Os jornais não dizem outra coisa”. É nisso que você
acredita, Mary. Que aconteceria se duvidasse um pouco do que dizem os jornais?
A prosperidade implica pôr a sua própria mente em funcionamento: independentemente
do que pensam os vizinhos e do que dizem os jornais.
EM POUCAS PALAVRAS
Para ter uma coisa na vida e conservá-la, é preciso sentir-se bem com ela.
PARA FAZER DINHEIRO E CONSERVÁ-LO, É PRECISO SENTIR-SE BEM com ELE.
MIME-SE A SI MESMO!
”A vida é engraçada. Se você se recusa a aceitar o que não seja o melhor, com
certeza obterá o melhor.”
W. Somerset Maugham
Para que o mundo nos trate bem, nós temos de nos tratar bem. Quem há de se sentir
poderoso e influente com a cueca toda furada? Fred diz: ”Não importa que minha cueca
esteja rasgada, ninguém a vê”. Mas está faltando alguma coisa, Fred. Você sabe e seu
corpo sente. Ninguém é capaz de fazê-lo sentir-se especial, só você. Se não tiver
orgulho, ninguém poderá lhe dar esse orgulho.
Nossa casa afeta a maneira como nos sentimos. Crie um espaço que lhe faça bem
quando você entrar pela porta da rua. Imprima a sua personalidade em seu lar. Faça um
acordo com o proprietário do imóvel: pinte-o conforme o seu gosto.
O asseio não custa nada. É melhor morar numa quitinete limpa que numa mansão
imunda. Uma senhora perguntou a minha esposa, Julie: ”Que posso fazer com um
orçamento para decoração de vinte dólares?”. Julie respondeu: ”Comprar uma
vassoura!”.
EM POUCAS PALAVRAS
A prosperidade não é necessariamente uma questão de dinheiro. É uma questão de
estilo de vida.
EM POUCAS PALAVRAS
OS ”DESASTRES” DA VIDA NÃO SÃO PROPRIAMENTE DESASTRES, SÃO SITUAÇÕES QUE
ESPERAM QUE VOCÊ MUDE DE ATITUDE.
Você diz: ”Mas será que isso se aplica à MINHA doença, às MINHAS dívidas e ao MEU
marido alcoólatra?
Pode apostar que sim.
A VIDA NÃO PODE SER TÃO DIVERTIDA ASSIM!
Uma mulher me disse: ”Em toda a minha vida eu nunca fiz o que queria”. Foi como se
estivesse dizendo: ”Eu me sacrifiquei - sou uma mártir”. E eu pensei: ”Que pena!”.
A vida deve ser divertida! Os pássaros acordam todo dia cantando. Os bebês riem sem
nenhum motivo. Observe os golfinhos. Observe os cachorros na praia. Quem disse que a
vida não tem graça? O universo é brincalhão. Se você herdou a idéia de que a vida não
foi feita para ser divertida, compreenda o que isso significa. É apenas uma crença da
qual você pode descrer.
Reserve algum tempo para fazer certas coisas unicamente porque são divertidas.
Trabalhar até não poder mais confirma a idéia de que ”a vida é uma luta”. Tenha
paciência consigo mesmo. Até para curtir a existência é preciso de um pouco de prática.
Quando a vida é doce, e aquela vozinha vem lhe dizer: ”Não vai durar muito”, diga a si
mesmo: ”Talvez esteja começando a ficar melhor ainda”.
IV
NO MOMENTO EM QUE FICA DEMASIADO PRESO A COISAS, PESSOAS,
DINHEIRO... VOCÊ ESTRAGA TUDO
O desafio da vida consiste em tudo saber apreciar e não se prender a nada.
CAPITULO 4
Fixação
A Fixação em Dinheiro
Dar
A Fixação no Amante
FIXAÇÃO
”...Existe uma coisa que é tentar para valer...
Você tem de cantar como se não precisasse de dinheiro
Amar como se não pudesse sofrer
Dançar como se ninguém estivesse vendo
Mas tudo tem de vir do fundo do coração para dar certo.
Quando a gente persegue as coisas, elas fogem. Vale para os animais, para os amantes,
até para o dinheiro. Quem nunca conheceu uma pessoa adorável numa festa que lhe
disse ”Eu telefono na semana que vem”? Então, a gente passa uma semana sem sair -
sem ir sequer ao banheiro! Fica junto do telefone... esperando. Quem telefona? Todo
mundo, menos essa pessoa!
Você nunca precisou desesperadamente vender uma coisa? Um carro, uma casa. Quem
queria comprar? Ninguém. Então você baixou o preço. Quem se interessou? Ninguém! O
princípio? Quando a pessoa está desesperada, nada!
Fale com qualquer vendedor, seja de avião a jato, seja de sabão em pó: ele lhe contará a
mesma história. O desespero atrai uma espiral descendente: e quanto mais a gente se
preocupa, menos as pessoas compram! Que acontece quando você está num
restaurante com pressa para comer? Acabam perdendo a sua comanda.
Eu aprendi sobre a lei da fixação nos aeroportos. Fiz dezenas de turnês em diferentes
partes do mundo divulgando meus livros. Essas viagens geralmente duram de seis
semanas a quatro meses. Até há pouco tempo, Julie, minha esposa, tinha o seu próprio
negócio, de modo que eu quase sempre ia sozinho.
Descobri que, se voasse cem vezes, em noventa e nove chegaria mais ou menos na hora
certa. Mas no vôo de volta para casa, quando eu estava contando os minutos,
desesperado para vê-la, havia sempre umas quatro horas de atraso!
No fim de minha última turnê na América do Norte, nós resolvemos nos encontrar em
São Francisco. Julie chegou da Austrália quando eu ainda me achava em Portland. Estava
tão acostumado às demoras na partida que fui ao balcão de bagagem e perguntei:
”Quanto tempo vai atrasar o vôo das seis para São Francisco?”. E o rapaz respondeu:
”Não vai atrasar!”.
”Não vai atrasar?” Eu fiquei radiante. Faltou pouco para que não pulasse o balcão para
abraçá-lo. ”Quer saber por que o vôo não vai atrasar?... Porque foi cancelado!” Às 22:30,
19
consegui lugar num avião para San José, lá tomei um ônibus para São Francisco e
cheguei ao hotel de Julie às quatro da madrugada... com sete horas de atraso!
Toda vez que estamos desesperadamente envolvidos - emocionalmente fixados numa
transação ou num acontecimento - nós os obstruímos. O lado oposto do princípio?
Relaxe um pouco e bingol
Você passa um ano e meio sem namorada e começa a ficar desesperado. Ninguém se
candidata! Por fim acaba desistindo. Diz a si mesmo: ”Eu não sou obrigado a ter uma
parceira. Posso ser feliz sozinho”. E, de repente, é
oito ou oitenta: elas começam a entrar pela janela, a sair pelo ladrão! Um argumento é o
exemplo clássico. Que acontece quando a gente quer que uma pessoa mude de idéia?
Ela muda? Nem pensar! Mas com muita freqüência basta parar de insistir para que essa
pessoa acabe adotando as opiniões da gente.
Sempre que está desesperada por alguma coisa - um telefonema, que o marido pare de
fumar, uma promoção, que o patrão mostre reconhecimento -, a pessoa cria uma
energia ao seu redor que afasta essa possibilidade.
A FIXAÇÃO EM DINHEIRO
”Os únicos que pensam mais em dinheiro do que os ricos são os pobres.”
Oscar Wilde
A fixação, que os budistas chamam de ”sofreguidão”, explica por que muita gente luta
para ganhar dinheiro. Sendo o dinheiro tanto um meio de vida quanto um símbolo de
sucesso, a maioria das pessoas fica fixada nele - mesmo aquelas que insistem em que o
dinheiro não tem importância. Infelizmente, o nosso desespero por ganhá-lo atrapalha
tudo. Em outras palavras, quanto mais emocional a gente é com as coisas, menos
controle tem sobre elas. A grande maioria das pessoas é muito emocional com o
dinheiro - por isso perde o controle.
O desprendimento é o principal motivo pelo qual os ricos ficam mais ricos. Eles não se
importam tanto - não ficam desesperados. Quando a gente não tem dinheiro, precisa
relaxar a ponto de saber que vai tê-lo. Quando tem, precisa ficar à vontade com ele,
inclusive para guardar uma parte - e saber que vai ganhar mais. Há também uma grande
diferença entre a atitude da pessoa pobre - desejar muito ter - e a abordagem da pessoa
sadia - acreditar que vai ter.
DAR
você quer alguma coisa, dê-a! Não parece um despropósito? É mais fácil conseguir o que
se quer abrindo mão de parte do que já se tem. Quando um agricultor quer mais
sementes, pega as que tem e as entrega à terra. Quando você quer um sorriso, oferece
o seu. Quando quer afeto, dá afeto. Quando ajuda as pessoas, elas o ajudam. E quando
quer um beijo na boca? Beija a boca de alguém. E se quiser que as pessoas lhe dêem
dinheiro? Dê um pouco do seu.
Pense nisso. Se a fixação, o apego excessivo, impede o fluxo de coisas boas para a sua
vida, talvez a atitude oposta seja o desprendimento: o de entregarmos uma coisa que
valorizamos muito. O que você dá tende a voltar a suas mãos.
Já ouvi dizerem: ”Eu dei a minha vida inteira e não recebi nada em troca”. Duvido que
tenham dado, acho que estavam regulando, e a diferença é grande.
A FIXAÇÃO NO AMANTE
”A origem do sofrimento é o desejo.” Buda
Mary está desesperada por um homem que a ame e que ela adore. Há muita esperança
de encontrá-lo? Dificilmente. Em primeiro lugar, seu próprio desespero repele os
homens. Em segundo, enquanto estiver desesperada, Mary nada terá de amável.
Fred diz à namorada: ”Eu preciso de você, não vivo sem você!”. Mas isso não é amor, é
fome. É impossível precisar desesperadamente de uma pessoa e amá-la ao mesmo
tempo. (E quem não pode viver sem alguém é um incapaz, um dependente! Você quer
isso?)
Amar uma pessoa significa dar-lhe liberdade para ser o que ela escolher ser. Amar é
permitir que o outro participe de sua vida por escolha. Uma vez mais, estamos falando
de desprendimento. Para ter alguma coisa ou alguém, é preciso saber abrir mão.
v
’’As vezes eu me pergunto: ’por que sempre sou eu o cara de sorte?’ ”
CAPITULO 5
O Porquê do Pensamento Positivo
Como o Pensamento Positivo Molda Seu Subconsciente
A Recompensa do Pensamento São os Resultados
EM POUCAS PALAVRAS
Fred diz: ”Eu penso como penso porque minha vida é uma droga!”. Não, Fred, sua vida é
uma droga por que você pensa como pensa!
23
EXEMPLO: Digamos que seu vizinho o acusa de ser marciano e de ter vindo do espaço
sideral. Valeria a pena entrar numa discussão sobre extraterrestres com ele? Claro que
não. Você sabe que não é marciano, portanto o mais provável é que ache graça na tolice
do outro.
EXEMPLO: Digamos que você seja objeto de fofocas no escritório. Se começar a fazer
declarações públicas afirmando a sua inocência, só estará botando lenha na fogueira.
Basta não fazer caso para que tudo passe. Acaso eu estou dizendo que você não deve se
defender? Não. O que estou dizendo é que, enquanto protestarmos e sofrermos,
enquanto estivermos saltando de um lado para outro, manteremos o problema vivo.
Eu me lembro de ter visto passeatas de protesto nos anos 60. Perguntei ao meu pai:
”Por que eles se espancam assim?”. E ele respondeu: ”Porque querem a paz!”.
A gente não combate a guerra. Concentra-se na paz.
EM POUCAS PALAVRAS
Se você transformar a vida numa campanha contra o que quer que seja, as coisas que
combate se expandirão. Decida do que você está a favor.
GRATIDÃO E ABUNDÂNCIA
”Mostre-me uma pessoa feliz e ingrata!”
Zig Ziglar
Todos os ensinamentos espirituais nos estimulam a agradecer. Fred diz: ”Por que eu
deveria passar a vida satisfazendo o ego de Deus?”. Na verdade, eu duvido que Deus
tenha problema de ego - quem pode mover montanhas, criar universos e viajar no
tempo não precisa provar nada!
Nós agradecemos em benefício próprio, e eis por quê: recebemos na vida as coisas às
quais damos importância. Ao expressar gratidão pelo que temos, sentimo-nos mais ricos
e, assim, recebemos mais.
Quando eu conheci minha mulher, Julie, percebi que, apesar de todas as suas belas
qualidades, ela tinha um defeito. Era incapaz de fazer contas! Mas, embora nunca tenha
certeza de quanto ganhou, de quanto deve e de quanto gastou, ela sempre gozou de
prosperidade. Julie é uma demonstração viva de que, no que diz respeito à qualidade de
vida, um sentimento de gratidão e a firme convicção de que a vida vai nos abençoar são
mais importantes que a lógica e a matemática.
VI
SIGA SEU CORAÇÃO
Sua missão na vida não é não ter problemas - sua missão é entusiasmar-se.
CAPITULO 6
Fazendo o Que Você Gosta
Sua Carreira Mudando de Direção
Há dois temas neste capítulo: 1) Você escolhe a sua atitude. Se quiser, pode gostar
praticamente de qualquer trabalho. 2) Trabalhando numa coisa de que gosta, você tem
mais possibilidade de ser bemsucedido e quase com certeza ganhará mais dinheiro.
Portanto, primeiro eu digo: ”Escolha gostar do que você está fazendo no momento”’.
Depois digo: ”Siga seu coração”. Não é uma contradição? Não. Se você estiver
precisando de dinheiro, pode ser que deva continuar em seu emprego atual enquanto
planeja o futuro. A longo prazo, só se sentirá realizado se fizer o que acha que é bom
para você.
EMPREGOS PERFEITOS
Geralmente parece que a ocupação dos outros é mais fácil e interessante - e rende mais!
As enfermeiras pensam que a vida dos médicos é fácil. Os vendedores acham que os
gerentes de venda é que estão bem. Todo mundo acredita que os políticos levam um
vidão. Até descobrir que não existe trabalho perfeito. Por quê? Porque as pessoas só nos
pagam para fazer o que não sabem ou não querem fazer. Se não houvesse nenhum
problema a resolver, o nosso emprego não existiria.
Se você não gosta do que faz, tem duas opções: MUDAR DE ATITUDE ou MUDAR DE
EMPREGO.
Em nossos devaneios, dizemos: ”Se o meu trabalho fosse mais fácil, eu seria mais
feliz!”. Mas a verdade é que ninguém gosta das atividades fáceis. Quando o trabalho se
torna fácil demais, geralmente nós vamos embora! Gostamos tanto dos desafios que
saímos a sua procura mesmo nas horas de lazer. Por que você acha que o golfe é tão
popular? Porque foi concebido para enlouquecer qualquer um.
Fred diz: ”Se conseguir um trabalho que não seja repetitivo, eu serei feliz!”. Quase todo
trabalho é repetitivo. Se você for secretária, datilografa uma carta atrás da outra. Se for
estrela de cinema, é obrigada a fazer uma tomada após a outra. Tudo repetição.
Quando rotulamos as partes de nossa vida como ”trabalho” e ”prazer”’, nós nos
limitamos. É como se disséssemos: ”Agora eu vou trabalhar, portanto espero sofrer até
as cinco da tarde”. Em vez de pensar em termos de ”trabalho” e ”prazer” - pense em
tudo isso como a sua vida. Amar uma atividade é como amar uma pessoa: a gente pode
estar apaixonada no começo, mas ”amar” a longo prazo é uma decisão que se toma.
DANDO O MELHOR DE SI
25
”Só há dignidade no trabalho quando ele é livremente aceito.”
Albert Camus
SUA CARREIRA
Este livro não é um guia de carreira. É uma filosofia de vida, ou seja, você tem uma vida:
passe-a fazendo as coisas que lhe interessam. Para tanto, é preciso aceitar duas idéias.
1. ”É possível fazer o que a gente gosta: quando não no trabalho, pelo menos nas horas
de lazer.” Alguns preferem bancar os mártires, nunca reservam tempo para si. Se você
não pode fazer o que lhe agrada nos momento de lazer, é muito difícil que se permita
trabalhar num emprego de que realmente gosta.
2. ”É possível ser pagos por uma coisa de que gostamos.” Muita gente cresce
acreditando que o trabalho é um sacrifício. Errado! Milhões de pessoas se divertem no
trabalho e são pagas para isso.
Vamos definir o que NÃO é ”fazer o que a gente gosta”. Fazer o que a gente gosta não é
receber um salário para ficar tomando banho de sol numa praia tropical. É ter paixão por
alguma coisa - e colocar todo amor, toda energia e toda criatividade num trabalho. É
assumir riscos. E geralmente é ter de fazer com que a coisa dê certo a ponto de a gente
poder ganhar a vida com ela!
A incerteza faz parte do prazer. Quando não há luta, fica faltando alguma coisa. É por
isso que tantos filhos de gente rica e famosa acabam tomando uma overdose de heroína
ou estourando os miolos. Eles não têm nenhum desafio. Trabalhando ou não, suas
necessidades materiais já estão satisfeitas.
SUA VIDA SÓ VAI DAR CERTO QUANDO VOCÊ ASSUMIR TODA A RESPONSABILIDADE DE
SUAS ESCOLHAS. A ESCOLHA DA SUA VOCAÇÃO É A PRIMEIRA DA LISTA.
Pergunte a Fred: ”Por que você trabalha nisso?”. Ele diz: ”Todo mundo tem de estar em
algum lugar, fazendo alguma coisa”. Resposta fraca, Fred. Ninguém é condecorado por
passar a vida fazendo o que detesta. Se tem certeza de que exerce uma profissão que
não combina com você, mude de emprego. Faça uma coisa de que goste.
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Simplifique a vida. Pare de fazer as coisas por mero hábito. Elimine parte do lixo de sua
rotina, de modo que você possa ver mais claramente. Passe um mês sem ligar o
televisor. Repare no que você pensa, repare no que lê.
Dê ouvidos a si mesmo. Da próxima vez, a vozinha interior dirá: ”Eu gosto disto, aquilo
me interessa”. ESCUTE-A! Vá à biblioteca municipal, percorra-a de ponta a ponta. Olhe
em cada prateleira. O que lhe chama a atenção?
Tente coisas novas... tente pintura a óleo, bonsai, ser técnico de um time infantil de
futebol, aprender italiano. Experimente dez coisas; é pôssível que nove não lhe
despertem interesse, mas pode ser que a décima abra um novo mundo para você. Se
não der certo, tente mais dez vezes.
Para achar é preciso procurar. Se você perdeu o rumo na vida, talvez não o encontrará
entre dois drinques no botequim. Dê um descanso a si mesmo, reserve algum tempo e
um espaço para examinar o que realmente conta para você. Passe uma semana a sós
consigo nas montanhas ou na praia. Fred diz: ”Eu não tenho tempo para isso”. É a
mesma coisa que dizer: ”Eu errei o caminho - mas estou tão atrasado que não tenho
tempo para dar uma olhada no mapa rodoviário”.
E o que é mais importante: fique à vontade com a idéia de fazer o que gosta. Para fazer
o que a gente gosta, é preciso acreditar que é possível. Ao descobrir o que gosta de
fazer com o seu tempo, você começa a encontrar respostas para a pergunta: ”O que eu
quero da vida?”.
EM POUCAS PALAVRAS
Muita gente não sabe o que quer - e fica contrariada. Se você não sabe exatamente o
que quer, imagine uma coisa próxima disso - e parta daí.
O TALENTO
”Talento” não significa necessariamente pintar obras-primas. Cuidar das pessoas é um
talento. Ensinar é um talento. Fazer com que os outros se sintam bem-vindos é um
talento. Administrar é um talento. Ser pai ou mãe é um talento.
com muita freqüência nós subestimamos as nossas aptidões. O ceramista diz: ”Quem
me dera ser músico, aí, sim, valeria a pena”. O pianista diz: ”Se eu soubesse fazer coisas
com as mãos...”. Não compare as suas habilidades com as dos outros. Faça o que você
sabe fazer. Aceite o talento que tem. A realização vem do desenvolvimento dos seus
dons, não de desejar os alheios.
Mary diz: ”Deus me deu talento para cuidar de crianças, mas talvez eu devesse ser
banqueira”. Se Deus lhe deu literalmente o dom de trabalhar na escola maternal, por
que você há de querer passar a vida mastigando cifras? Dê um pouco de crédito a Ele!
Se você é capaz de imaginar quais são os seus dons, Ele também é.
Outra coisa que eu noto: a maioria das pessoas que dizem que não têm talento não
tentou muita coisa.
Antes de mais nada, o talento pode ser útil, mas não é tudo! Quando se fala do sucesso
de Jack Nicklaus no golfe, quase sempre há uma referência ao seu extraordinário talento.
Quando Jack fala de seu sucesso, menciona o quanto já praticou fora do jogo. Ele sabia
que a diferença entre Jack Nicklaus e mil outros golfistas de talento era a atitude e o
esforço.
Os passivos e os negligentes dão muita ênfase ao talento. Para eles, o talento ou a falta
dele é uma desculpa excelente para não fazer nada. Se há uma importante qualidade
comum aos grandes artistas, cientistas, estrelas do esporte, humanistas e empresários
bem-sucedidos não é o talento: é o enfoque. Uma vez que você saiba o que quer,
concentre-se nisso! Ninguém consegue fazer tudo. Você não pode salvar as baleias,
curar os enfermos e proteger a camada de ozônio, tudo ao mesmo tempo. Deixe
algumas tarefas para o resto da humanidade.
EM POUCAS PALAVRAS
Se você quer ganhar a vida fazendo o que gosta, o seu passatempo é uma possível fonte
de renda. Enquanto não tiver interesses nas horas vagas, suas opções ficam limitadas.
MUDANDO DE DIREÇÃO
Meu pai sempre fez o que quis. Em diferentes épocas, foi marinheiro, açougueiro,
fazendeiro, inventor, paisagista e empreiteiro. Eu fui criado acreditando que trabalho
era qualquer coisa que se quisesse fazer. Supunha que sempre que a gente resolvesse
mudar de ocupação, bastava iniciar uma nova. Portanto, enquanto outras pessoas
precisavam ter coragem para resistir às pressões dos pais e realizar os seus sonhos, eu
não tinha esse problema. Quando disse ao meu: ”vou abandonar a faculdade de direito e
ser artista!”, ele respondeu: ”Se é isso que você quer, tudo bem!”.
Eu pintei retratos até os vinte e poucos anos, quando passei a me interessar pelas
vantagens da ”atitude positiva”. Nesse momento, decidi fazer da pintura a óleo um
passatempo, não minha profissão, e comecei a ganhar a vida dando seminários de
desenvolvimento pessoal. Quando estava com quase trinta anos, comecei a escrever
livros, e, para ilustrá-los, tornei-me cartunista. Atualmente, passo a maior parte das
horas de trabalho dando palestras e participando de convenções.
Estou fazendo um sumário de minha própria experiência para explicar em parte por que
escrevi este livro. Fico chateado porque nem todos vêem a possibilidade de trabalhar no
que gostam. Para encontrar sentido e interesse no trabalho, a gente precisa seguir o
coração. Eu acredito nisso e é isso o que vivo.
É claro que nem todos querem ser seus próprios patrões - não se acham muitos
banqueiros nem pilotos de Jumbo que trabalhem por conta própria! E muitos preferem
ter uma única carreira, não várias. Porém me assombra que tanta gente trabalhe no que
detesta, freqüentemente com desculpas esfarrapadas! O que eu noto é que costumamos
escolher profissões que combinam com o nosso sistema de crença.
Muitos acabam seguindo uma carreira escolhida por um adolescente ignorante: eles
mesmos! Se você escolheu a sua primeira profissão aos dezessete anos, talvez esteja na
29
hora de fazer uma nova escolha. Pense em ter mais de uma carreira na vida.
Digamos que você queria ser professor de música, mas tornou-se engenheiro para não
contrariar seu pai. Todo dia as palavras dele ecoam em seus ouvidos: ”Você está tendo
uma oportunidade que eu nunca tive, eu queria ter aprendido a construir pontes”. Que
você podia fazer? Afinar o piano!
Em primeiro lugar, agir em favor do pai: ninguém pode viver a vida na pele de outra
pessoa. O pai tem de achar interesse em sua própria existência. À medida que se
sacrifica para lhe agradar, você adia o crescimento dele e o seu próprio. Ninguém está
aqui para realizar os sonhos frustrados dos pais.
E agir em seu favor: se você passou quatro anos preparando-se para ser engenheiro, por
que há de passar os próximos quarenta fazendo uma coisa que detesta? É ruim para o
seu espírito, é ruim para a sua saúde e você fica fadado à mediocridade!
Mas será que a gente precisa mesmo amar uma coisa para fazê-la bem? Beethoven
gostava de música? Ferrari gostava de carros velozes? Tome dois médicos. Um é
apaixonado pela medicina. O outro, apaixonado por seu BMW. Qual deles você
escolheria para lhe extrair a vesícula?
Você diz: ”Então eu devo largar meu emprego na agência do correio e formar um
conjunto de rockl” Não sem tomar aulas de música e sem se apresentar algumas vezes
em público! Existe uma coisa chamada risco calculado. Você desenvolve suas aptidões,
expande seus conhecimentos, estuda, cria uma demanda para a sua habilidade... e
então, sim, passa a fazer o que gosta.
Fred diz: ”Eu tenho família para sustentar. Você quer que eu simplesmente largue o
escritório?”. Bem, Fred, se o seu coração está em outro lugar, parece que se trata de
uma opção a longo prazo.
Se você só trabalha por dinheiro, não vai ser feliz, e provavelmente não há de ganhar
muito. É desse modo que o universo o incita a fazer uma coisa de que goste de fato.
No Capítulo 4 falei sobre o desprendimento. Quando a gente tem convicção de que gosta
do que faz, fica menos apegada à remuneração e, assim, quase sempre descobre que
aproveita mais o dinheiro. O dinheiro é um jogo: a gente ganha participando do jogo, não
ficando desesperado diante do placar.
Todos nós podemos gostar de dinheiro, mas a dedicação vai muito além disso. Qualquer
que seja o seu trabalho no momento, você está competindo com pessoas que gostam do
que fazem. Não gostando da profissão que exerce, você acaba sendo eliminado pela
concorrência.
Há espaço para você? Sempre há espaço para a excelência. Oitenta por cento das
pessoas são uma simpatia, mas um tanto medíocres. Quantas vezes a gente toma um
táxi limpo? Quando foi a última vez em que seu médico o atendeu na hora marcada?
com que freqüência você é bem servido num restaurante?
Fazer o que a gente gosta não exige necessariamente anos e anos de treinamento nem
despesas enormes: e muitas vezes isso pode acontecer a partir de um desastre
aparente. Julie tem uma manicura, Danielle, que trabalhava num pequeno espaço
alugado num salão de beleza. Quando o proprietário dobrou o valor do aluguel, ela ficou
arrasada. Guardou todos os apetrechos num estojo de pescador, pegou sua moto e
começou a atender em domicílio. Danielle é pontual, presta bons serviços e, hoje em dia,
para fazer as unhas, é preciso marcar hora com ela com semanas de antecedência.
NÃO É O TRABALHO...
Você pode notar uma coisa nas boas enfermeiras: mais que da medicina, elas gostam
das pessoas.
Aqui há uma pista para achar significado em sua carreira. NÃO SE TRATA DO TRABALHO
EM SI! O que você faz para ganhar a vida, seja o que for, é um veículo de contato com as
pessoas. Sentir-se realizado ou não depende de como você serve às pessoas. Albert
Schweitzer disse: ”...os únicos aqui que serão felizes de fato são os que procurarem e
encontrarem a melhor maneira de servir”.
Infelizmente, ”servir aos demais” parece escravidão ou sacrifício. Não é. Trata-se apenas
de saber que há alegria em dar de si algo que seja únicamente seu. ”Servir” pode ser
dar aulas ou cuidar de doentes. Pode ser vender flores bonitas ou consertar radiadores
com um sorriso nos lábios. Não é a descrição do seu trabalho que importa, é a sua
filosofia.
A sociedade costuma valorizar as carreiras em termos de diplomas e títulos acadêmicos,
e a gente corre o risco de deixar escapar o principal: as conexões entre as pessoas.
Digamos que você seja técnico de um time de basquetebol de garotos de doze anos.
Quem sabe até goste do esporte, e isso é bom. Porém, assim que perceber que o
basquete é o que menos importa, você poderá fazer realmente alguma coisa por esses
meninos.
Talvez alguém diga: ”Um técnico de basquetebol não tem como alterar a vida dos
meninos de doze anos”. Errado! Alguns fazem isso: e são os técnicos que entendem que
estão ensinando as crianças a viver e que o basquete não passa de uma desculpa.
Enquanto isso, um número excessivo de professores diz com seus botões: ”Que
importância eu tenho? Os garotos não dão a mínima para a álgebra”. Claro que não! Se
você dá aulas na sexta série, a sua missão não é a álgebra. São as crianças. Se você é
um banqueiro, a sua missão não são os balanços, são as pessoas.
Há alguns anos fui escritor convidado na livraria Books and Co., em Dayton, Ohio.
Quando estava desenhando cartuns na loja, o pessoal me contou uma história romântica
sobre dois fregueses...
Um dia Rebecca Battles e Ray Cwikowski estavam examinando a seção de livros de auto-
ajuda para os que perderam um ente querido. Ambos haviam perdido o conjugue pouco
tempo antes. Começaram a conversar e resolveram ir juntos a uma sessão de
aconselhamento. E acabaram ficando amigos.
Alguns meses depois, Rebecca voltou à Books and Co. O vendedor lhe perguntou: ”A
senhora encontrou o que estava procurando?”. Rebecca disse: ”Encontrei mais do que
sonhava: não só o livro que estava procurando como também um noivo, tudo na mesma
sessão! Vamos nos casar no dia 15 de setembro”.
O pessoal da Books and Co. ficou tão entusiasmado que ofereceu a própria loja para a
festa de casamento! As estantes de livros foram deslocadas, alugaram-se mesas e
cadeiras, tudo foi decorado com flores e outros enfeites, e a seção de presentes se
converteu num restaurante.
Os proprietários, Annye e Joe, pararam de vender livros e puseram-se a servir o bolo de
casamento. Foi um acontecimento especial e comovente.
A Books and Co. é uma demonstração viva de que a alegria vem da combinação do
esforço com a imaginação. É uma questão de escolher estar envolvido e dizer: ”Eu posso
ajudar”. Teria sido muito mais fácil para Annye e Joe dizer: ”Este não é o nosso
departamento. Nós somos vendedores de livros. Não fazemos casamentos”.
Além de vender livros, a Books and Co. convida uma banda de jazz por semana,
promove leituras de poesia, oficinas e aulas de pescaria. Eles têm até um dia do animal
de estimação. No domingo anterior a minha visita, havia quinhentos cães na loja!
Não é o que a gente faz, mas como faz. Seja você proprietário de uma livraria, seja
construtor de barcos ou babá, pode fazer o que todo mundo faz ou usar um pouco de
31
imaginação.
EM POUCAS PALAVRAS
A alegria está em fazer o que você deve fazer - e um pouco mais, porque é a sua
escolha, não uma obrigação.
Quanto à fama, as pessoas mais famosas acham-na irritante e inconveniente. Para que
alguém há de querer legiões de desconhecidos tentando pular o muro do seu quintal?
Que graça há em ter cinqüenta fotógrafos do outro lado da rua apontando as
teleobjetivas para a janela do seu banheiro?
EM POUCAS PALAVRAS
Fazer o que você gosta não é uma receita para uma vida mais fácil, é uma receita para
uma vida interessante. O mais provável é que você assuma maiores responsabilidades e
tenha mais problemas!
”SER FELIZ!”
Quando levei aos editores o manuscrito de meu primeiro livro, SER FELIZ!, eles
disseram: ”A última coisa de que o mundo precisa é de mais um manual de auto-ajuda”.
Também disseram que para escrever livros como SER FELIZ! era melhor que eu fosse
psiquiatra - sendo que um deles achou melhor que eu consultasse um psiquiatra!
Porém, após um ano e meio de rejeição, acabei encontrando a Media Masters, uma
editora de visão, em Cingapura. A Media Masters não tardou a me contar que o mercado
de livros era extremamente competitivo e que os jornais e a televisão tinham escasso
interesse por autores desconhecidos. Havia necessidade de uma estratégia.
Nós decidimos apresentar SER FELIZ! diretamente às pessoas. Quando lançamos o livro
em Cingapura, eu levei o cavalete e o microfone a quase todas as livrarias da cidade.
Desenhava meus cartuns, falava de minha filosofia e autografava os livros. Nos colégios
e nas universidades, dava palestras aos estudantes, e nas empresas, aos diretores.
Mantivemos esse plano até que SER FELIZ! entrasse na lista dos mais vendidos e
usamos a mesma estratégia na Malásia, depois na Austrália e assim por diante.
Eu passei seis anos viajando pelo mundo. Fiz conferências em lojas de departamentos e
em prisões, desenhei em mil shopping centers - meu livro seguinte devia ser Shopping
Malls of the World. Em geral, eu tinha prazer no projeto. Mas havia dias em que acordava
num quarto de hotel e pensava: ”Se eu entrar em mais uma livraria hoje, sou capaz de
vomitar!”.
Livraria por livraria, cidade por cidade, país por país, nós conseguimos levar SER FELIZ!
ao mercado internacional. E, aos poucos, os jornais e a televisão começaram a nos
convidar!
Não deixou de ser divertido. Nós fizemos toda uma turnê promocional na Austrália
durante uma greve das empresas de transporte aéreo. Na Nova Zelândia, mandaram-me
desenhar cartuns num programa de rádio!
Para lançar SER FELIZ! nos Estados Unidos, organizamos um coquetel para a mídia na
Embaixada da Austrália, na Quinta Avenida, em Manhattan. Mandamos convites para
praticamente todos os jornais, agências de notícias, estações de rádio e de televisão da
Costa Leste do país. Providenciamos comida e bebida para duzentas pessoas. Eu viajei a
Nova York para o lançamento no dia 20 de junho de 1990.
Pois no dia 20 de junho aconteceu de um sujeito chamado Nelson Mandella também
resolver viajar a Nova York. Quantos jornalistas acharam que o pobre Andrew era uma
notícia mais importante que Nelson Mandella? Nenhum.
Caso você já tenha tido um coquetel exclusivamente seu - só você e onze garçons -,
deve saber que o serviço é inesquecível.
As pessoas me perguntavam: ”Como você conseguiu vender um milhão de livros?”. E eu
dizia: ”Voei quase dois mil quilômetros, dei quinhentas palestras, mil entrevistas e perdi
a bagagem vinte e três vezes!”.
Esta história não trata de livros nem de negócios: trata de qualquer prójeto bem-
sucedido que você queira imaginar. A gente começa do jeito que pode. Faz tudo que
pode. É muito mais uma questão de esforço que de sorte.
PAIXÃO
Quando a gente se interessa pelo que faz, o entusiasmo é o que mais ajuda. Quando a
gente está apaixonada, não precisa da motivação de ninguém.
Se você abrir o ”restaurante dos seus sonhos” e ninguém aparecer por lá, tente novas
receitas, idéias e locações até que o estabelecimento fique lotado. Se lhe falta capital no
começo, leve o seu entusiasmo a alguém com mais dinheiro que você - e contará com
um sócio. Pode ser que tenha de passar por algumas frustrações - e alguns chefs - mas,
no fundo, você sabe que está avançando. Decerto é necessária muita determinação,
mas a sua paixão é o seu alicerce.
A vitalidade provém de um senso de propósito. Você tem o dever para consigo e para
com os demais de fazer aquilo que o entusiasma. Já existe muita gente morna no
mundo, que se queima sem nunca ter se aproximado do fogo.
Acompanhar o seu sonho não é nenhuma garantia de viagem fácil. A vida geralmente se
torna mais desafiadora, porém você embarca numa viagem exterior que começa numa
viagem interior. E tem oportunidade de florescer - de ver na verdade quem você é.
EM POUCAS PALAVRAS
Seja onde for, você não está plantando - você é um ser humano, não uma árvore!
33
Mary diz: ”Eu adoraria estudar arqueologia, mas é claro que é impossível”. O que ela
realmente está querendo dizer é: ”para estudar arqueologia eu precisaria: a) obter a
qualificação necessária; b) trabalhar meio período como garçonete do Greasy Joe’s; c)
arranjar um empréstimo; d) parar de jantar fora durante quatro anos; d) todas as
anteriores”.
Ela decide que a arqueologia não vale tanto esforço. Na verdade, Mary diz: ”Se você
acha que eu vou me submeter a tudo isso, deve ter minhoca na cabeça!”.
Jim diz: ”Eu queria muito ter um apartamento meu. Aliás, faz vinte e três anos que ele
repete a mesma coisa. Mas o que está querendo dizer é: ”Eu queria muito ter um
apartamento meu se: a) não tivesse de economizar mais do que economizo; b) não
tivesse de trabalhar mais; c) não fosse obrigado a morar num bairro em que os
apartamentos são mais baratos”. E continua pagando aluguel.
Mary e Jim tomaram decisões compreensíveis, que não são nem certas nem erradas: até
aí tudo bem. Destrutivo seria eles fingirem que não têm escolha.
Quanta gente jura que é impossível mudar de carreira - até que um ataque cardíaco a
convence do contrário? Ou nós damos o tom, ou as circunstâncias ou os outros dão o
tom por nós. POR QUE ESPERAR QUE O MÉDICO VENHA NOS DIZER QUE TEMOS SÓ SEIS
MESES DE VIDA PARA COMEÇARMOS A FAZER O QUE REALMENTE GOSTAMOS NA VIDA?
EM POUCAS PALAVRAS
Nós sempre temos escolha. Se você deixa de fazer uma coisa é porque está
concentrando sua energia em outra. A questão não é: ”Por que isso é impossível?”. A
questão é: ”O que eu não estou disposto a fazer?”.
Quando você diz: ”vou fazer isso, por mais difícil que seja”, a vida começa a lhe dar
apoio.
VII
DEUS NÃO VAI DESCER NUMA NUVEM E DIZER: ”AGORA VOCÊ ESTÁ
AUTORIZADO A TER SUCESSO!”.
Você mesmo tem de se autorizar.
CAPITULO 7
Começar!
A Coragem
Experimentando Coisas Novas
O Segredo do Poder
Por que Você Não?
COMEÇAR!
”O homem que sabe vive agindo, não pensando em agir.”
Carlos Castaneda
”Ninguém constrói uma reputação com base no que PRETENDE fazer”
Henry Ford
Nunca lhe aconteceu? Você está à escrivaninha - em casa ou no trabalho - e o telefone
toca. A pessoa lhe pede que anote um número. Você se desculpa e a faz esperar: ”Só
um minuto, vou procurar lápis e papel”. À procura do lápis, começa a remexer uma
infinidade de coisas inúteis na mesa... montes de receitas médicas, passagens de avião,
apólices de seguro, embalagens de pizza, lenços de papel, xícaras, jornais velhos.
”Desculpe a demora, eu tenho certeza de que há um lápis por aqui, só não sei onde...”
Põe-se a vasculhar as gavetas: encontra pilhas de lanterna, palitos de dentes, suportes
de bola de golfe, prospectos, fotografias de casamento, moedas de Hong Kong, lápis de
cor. Um lápis! Finalmente rabisca o número em verde-limão e desliga.
Você pensa com seus botões: ”Agora que achei estas apólices, vou aproveitar para
guardá-las numa pasta”. Arquiva as passagens na pasta ”viagem” e leva as xícaras para
a pia. Sem se dar conta, você continua... os elásticos vão para a primeira gaveta, as
listas telefônicas, para a estante, as embalagens de pizza, para o lixo. Chega até a
limpar a mancha de chocolate no telefone.
De repente lhe surge uma visão... ”Eu podia ter um escritório arrumado”. Uma sensação
se apodera de seu peito e você começa a planejar: ”vou organizar pastas novas, com
etiquetas de cores diferentes, vou arranjar um vaso especial para as canetas. vou até
passar a esvaziar o cesto de lixo uma vez por semana!”. Agora você está entregue a
uma missão maior que o próprio material de escritório. Está criando o local de trabalho
mais limpo do mundo! À meia-noite, já encontrou uma dúzia de lápis, mas que importa?
É tão divertido usar o aspirador de pó!
Este é o princípio da limpeza do escritório, o qual se aplica a qualquer coisa: redigir
relatórios, cavar canais, fazer a declaração de imposto de renda, lavar o carro. A gente
só fica entusiasmada com o que está fazendo depois de começar. É primeiro mergulhar
para então sentir a energia e o entusiasmo.
Muitas vezes nós cometemos o erro de dizer: ”Quando eu tiver energia, vou começar a
correr todas as manhãs!”. Não! Primeiro a gente começa. ”Quando me sentir mais
entusiasmado, eu faço a lição de casa.” Errado! ”Quando tiver energia, hei de inaugurar
o meu próprio negócio!” Nada disso!
A gente adquire energia e entusiasmo por uma atividade depois de começar. A energia é
o resultado do envolvimento. O segredo é começar.
Outra coisa quanto a começar... você nunca vai estar absolutamente pronto para nada!
Por exemplo: falar em público? Alguém chega a ficar cem por cento preparado para um
discurso? Não. Pouco importa quantas vezes reescreva a sua fala, pouco importa quanto
tempo passe estudando-a, a gente sempre acaba dizendo: ”Se eu tivesse um pouco
mais de tempo...” . E o casamento, então? Alguém está realmente pronto para subir ao
altar? Alguém está totalmente preparado para o que vem depois? Dificilmente. A gente
se prepara o melhor que pode, a seguir, respira fundo e mergulha de cabeça.
Fred diz: ”Eu só quero uma garantia de que não vou fracassar. Então, sim, posso
começar”. Não, Fred. É comprometer-se a fazer uma coisa, preparar-se da melhor
maneira possível e, então, começar sem todas as respostas, sem todas as garantias.
EM POUCAS PALAVRAS
A gente fica motivada quando está fazendo as coisas, não quando está falando nelas. É a
ação que entusiasma e revela a oportunidade. Trata-se de mergulhar de corpo e alma.
SERIEDADE
Todos os motivadores e psicólogos dizem que precisamos ”ter confiança em nós
mesmos”. Faz sentido. Mas antes que alguém possa ter confiança, precisa acreditar em
si mesmo.
Muitos são uma negação quando se trata de promessas e compromisso. Dizem que vão
fazer uma coisa e não fazem. Prometem ajuda e o e esquecem. Prometem pagar as
dívidas e saem do país! Depois não entendem por que sua vida não dá certo.
Só se comprometa com uma coisa se você tiver certeza de que vai cumprir. Se
necessário, limite as suas promessas e assuma menos compromissos, mas faça tudo que
disser que vai fazer. Gradualmente sua palavra será lei para você - só então passará a
acreditar de fato em si mesmo.
35
A CORAGEM
”A comodidade começa como escrava e termina como senhora.”
Khalil Gibran
Há quem componha canções falando em cantar na chuva, mas quando se molha põe-se
a resmungar. Muitos gostam de ver Indiana Jones chafurdando no pântano, com água
até os joelhos, em meio a cobras e lagartos - mas quando o ar-condicionado encrenca,
entram em parafuso. Se tivéssemos menos aventuras em nosso videocassete, talvez
procurássemos mais aventuras na vida cotidiana.
A idéia de ”comodidade” é excessivamente valorizada. Não falo em comodidade
”financeira” - falo em ”situações” cômodas. Boa parte do nosso estresse provém do
apego à comodidade... ”os aviões devem ser sempre pontuais, a carga de trabalho,
sempre confortável, o limite do cheque especial, sempre folgado”.
Comodidade demais acaba se tornando um tédio. Nosso cérebro fica mal-acostumado!
Quanto menos regras houver de como a vida deve ser e de como a gente deve se sentir,
tanto mais fácil será reagir ao que acontece.
Se você persegue um sonho, às vezes há de sentir certo desconforto - será rejeitado,
criticado, ficará sem dinheiro, exausto. Quando a adversidade cruzar o seu caminho,
encare-a como parte do processo. Fique fascinado. Interesse-se. Ache divertido. Veja
como é engraçado estar atrás da bola oito.
Mais uma coisa sobre a comodidade. Você vai notar que, com muita freqüência, a
coragem é mais bem recompensada que o QI: coisa que
95
EM POUCAS PALAVRAS
Coragem não é ausência de medo: ter coragem é agir apesar do medo. As pessoas que
não fazem nada da vida estão com tanto medo quanto as que assumem grandes riscos.
A diferença é apenas que o primeiro grupo teme coisas miúdas. Por que não temer algo
verdadeiramente grande?
** (acho que [e a 96)
AGÜENTAR FIRME
”Se você sente que está entrando em parafuso, provavelmente está.”
Chin Ning Chu
”Seguir o coração” não significa ser mole. O mundo é um lugar duro, e as leis da
natureza são severas. O cordeiro fraco é devorado pela raposa. As pessoas débeis
também acabam sendo devoradas! Quando você é fraco, as raposas o vêem como um
alvo fácil - você é escolhido e picado.
Um dia uma rã estava à beira do rio. Chegou um escorpião e pediu: ”Dona Rã, eu
gostaria de atravessar esse rio, mas, sendo escorpião, não sei nadar. A senhora teria a
bondade de me levar
nas costas até o outro lado?”
A rã disse: ”Mas você é um escorpião e os escorpiões picam
as rãs!”
E retrucou o escorpião: ”Por que eu a picaria? Preciso chegar ao
outro lado!”
”Está bem”, concordou a rã. ”Suba nas minhas costas, eu o levo”.
Eles estavam no meio do rio quando o escorpião cravou o ferrão na rã. Já agonizante, ela
perguntou num último suspiro:
”Por que você fez isso? Agora nós dois vamos morrer!”
”Porque eu sou escorpião”, respondeu o escorpião, ”e os escorpiões picam as rãs!”.
Cuidado com os escorpiões! Há muita gente por aí que não se importa de afogar-se
desde que consiga levá-lo para o fundo também.
Algumas pessoas devem ser evitadas. Às vezes a gente é obrigado a parar e lutar.
Quando é que você fica no seu lugar? Basta perguntar a si mesmo: ”O que eu sinto é
justo?” Então firme a sua posição: pouco importa que os outros gostem ou o achem
legal.
Você pode se desmilingüir para que todos gostem de você ou concordem com as suas
opiniões e, no fim, eles não gostam nem sabem quem você é.
Em última instância, nós só podemos depender de nossa orientação interna - em outras
palavras, seguir o nosso próprio coração.
EM POUCAS PALAVRAS
Não é uma atitude negativa perguntar: ”Qual é a pior coisa que pode acontecer?” É um
modo de avaliar seu compromisso. Decomponha os seus temores em possibilidades
específicas, e arriscar torna-se mais divertido.
O SEGREDO DO PODER
”Quando um arqueiro atira em troca de nada, conta com toda a sua
habilidade.
Se atirar por uma fivela de latão fica nervoso... O prêmio o divide.
Ele se preocupa. Pensa mais em ganhar que em atirar - e a necessidade de
ganhar esgota-lhe o poder.”
Chuang Tzu
Se você já empunhou um taco de beisebol ou já chutou a gol, sabe que o esporte é mais
que um jogo. E também sabe por que tantos adultos - contadores, motoristas de
caminhão, neurocirurgiões, agentes de viagem - passam os fins de semana sob um sol
escaldante ou debaixo de uma chuva torrencial pra-ticando esporte. À mesa de pingue-
pongue, na quadra de peteca, nas pistas de esqui, a gente aprende muito sobre as leis
da vida. Mais do que diversão, o esporte nos ajuda a conhecer o nosso poder pessoal.
Algumas coisas que aprendemos...
Viver o momento presente. É bom pensar demais, mas sem stress. Você acerta todos
os pinos no boliche, faz a melhor jogada no beisebol ou marca um belo gol quando não
37
está preocupado com o placar. Quanto menos se preocupar com a vitória e com o que os
outros vão pensar, melhor será o seu desempenho.
Forçar as coisas nunca dá certo. O poder real aparece quando você está relaxado.
Tente dar uma tacada numa bola de golfe com força bruta! A gente é mais poderosa
quando não está tentando provar que tem poder! Isto também se aplica à administração
das pessoas.
Manter a calma. Ficar irritado nunca dá certo. Você já viu um golfista se irritar? Se isso
acontecer, ele some. E quando os pugilistas ou os pilotos de Fórmula I se enfezam?
Estão liquidados! Isso vale também para os pais e os professores.
EM POUCAS PALAVRAS
Todas as crianças devem ter oportunidade de praticar esporte - não pelos troféus que
possam ganhar, mas pelas lições que aprendem. Uma delas: não importa onde você
começa, e sim como termina.
EM POUCAS PALAVRAS
Ninguém nasceu com autorização especial para ter sucesso. Deus não desce numa
nuvem para dizer: ”Agora é a sua vez!”. Ele não diz: ”Você pode”, ou ”Você não pode”.
VOCÊ PODE, SIM!
EM POUCAS PALAVRAS
UMA VEZ QUE TENHAMOS TOMADO A DECISÃO DE FAZER UMA COISA, OS MEIOS
APARECEM. Podemos explicar esses momentos felizes como mera coincidência se
quisermos. Mas, com um pouco de observação, notamos que eles acontecem
regularmente.
VIII
QUANDO VOCÊ LUTA com A VIDA, A VIDA SEMPRE SAI GANHANDO
Se você quer mais paz interior, pare de rotular de ”bom” ou de ”ruim”
tudo que acontece.
’Eu não posso ajudar. Eu venho de uma família de angustiados.”
CAPITULO 8
A Sorte
Pensamentos
A Paz Interior
O Quadro Completo
A SORTE
Era uma vez um lavrador que tinha um filho e um cavalo. Certo dia o cavalo fugiu, e os
vizinhos foram consolá-lo, dizendo: ”Mas que azar o seu cavalo fugir!”.
E o velho respondeu: ”Quem há de saber se foi azar ou sorte?”.
”Claro que foi azar”, disseram os vizinhos.
Uma semana depois, o cavalo do lavrador voltou para casa acompanhado de vinte
cavalos selvagens. Os vizinhos foram comemorar, dizendo: ”Que sorte a sua! Seu cavalo
voltou com outros vinte!”.
E o velho respondeu: ”Quem há de saber se foi sorte ou azar?”.
No dia seguinte, o filho do lavrador, que estava cavalgando entre os cavalos selvagens,
caiu e quebrou a perna. Os vizinhos vieram consolá-lo, dizendo: ”Que azar!”.
E o homem respondeu: ”Quem sabe se foi azar ou sorte?”.
Alguns vizinhos se zangaram: ”Claro que foi azar, seu velho maluco!”.
Passada mais uma semana, o exército desembarcou na cidade a fim de recrutar moços
que fossem combater num país distante. com a perna quebrada, o filho do lavrador foi
39
dispensado de ir à guerra. Todos os vizinhos foram cumprimentá-lo, dizendo: ”Que sorte,
o seu filho não foi recrutado!”.
E o velho disse: ”Quem há de saber?”.
Pode-se passar a vida inteira imaginando tudo. ”Isso é bom, aquilo é ruim...” Que tolice!
Nós pomos o rótulo ”desastre” nos acontecimentos tendo visto apenas um por cento do
quadro completo.
Enquanto acreditarmos que tudo há de sair errado, tudo continuará saindo errado.
Enquanto a gente passar o dia gritando e esperneando, nada poderá dar certo. Mas no
minuto em que você mudar de ponto de vista, tudo mudará.
Você não consegue lugar no avião e diz: ”É terrível. Eu estou com pres-
105
Sa. Tem gente me esperando. Preciso ir nesse vôo”. Enquanto conservar esse padrão de
pensamento, as pessoas vão pisoteá-lo, derrubar café na sua roupa e extraviar a sua
bagagem. QUANDO VOCÊ LUTA com A VIDA, A VIDA SEMPRE SAI GANHANDO.
As coisas vão melhorar no minuto em que você disser: ”Não há acidentes em minha
vida. Eu estou onde devia estar”. Encontre-se com um velho amigo, faça uma nova
amizade, arranje tempo para ler um livro, e a vida começará a melhorar.
Adotar o ponto de vista lógico nem sempre funciona. Você se candidata a um emprego,
mas não consegue a colocação. E diz a si mesmo: ”Esse emprego era meu. Eu tinha as
qualificações e a experiência requeridas, agora minha vida está arruinada”, e fica
arrasado. Pode ficar uma semana arrasado se quiser, ou a vida inteira. Pode até explicar
o seu caso com uma lógica magnífica. A argumentação funcionará, mas sua vida não,
porque a vida não é lógica!
Se você quer mais paz, pare de rotular de bom ou ruim tudo que acontece! Em seu livro
The Frogship Perspective^, Dean Black cita duas histórias:
”Um astro do basquete de dezesseis anos que perde as duas pernas num acidente.”
”Um homem de meia-idade, cego desde que nasceu, que ganha a visão.
O jogador de basquetebol Curt Brinkman torna-se um extraordinário atleta de cadeira de
rodas. Ao ser entrevistado, diz: ”com ou sem pernas, eu estaria na situação em que me
encontro agora. Não sei como seria se tivesse minhas pernas... Mas sei o que fiz. E sei o
que quero fazer. E é interessantíssimo. É impossível que eu queira ver as coisas de outro
modo”.
Quanto ao homem de cinqüenta e dois anos, que teve a vista restaurada pelo bisturi de
um cirurgião... ”No tempo em que era cego, ele estava indo muito bem”, diz seu
psicólogo, Richard Gregory. ”Porém, quando finalmente começou a ver, seu excelente
desempenho anterior passou a parecer insignificante, e sua situação, quase absurda.”
O homem acha a faculdade de ver uma grande decepção e morre deprimido um ano
depois.
PENSAMENTOS
Em termos bem simples, nós temos duas maneiras de ver o mundo: O mundo é uma
desgraça. O mundo é bom do jeito que é.
”O MUNDO É UMA DESGRAÇA”
Custa muita energia achar defeito em tudo, torturar-se porque certas pessoas enganam
e roubam, porque algumas são preguiçosas, porque há as que comem e gastam demais,
porque uns vivem de caviar, outros de feijão. E o criticismo torna a gente infeliz
também.
Podemos apontar para os famintos de Calcutá e dizer: ”Está tudo errado”. Pode ser uma
desculpa para não fazer com que a nossa própria vida funcione. Se você for indiano - ou
morar em Calcutá e ajudar os indianos -, talvez a situação tenha um pouco mais de
sentido. Mas julgar a distância uma situação que não compreendemos plenamente é
inútil. Se você quer que seja diferente, se quer fazer alguma coisa, é outra história. Mas
atormentar-se não adianta. As Madres Teresas do mundo não se atormentam: elas
agem.
”O MUNDO É bom DO JEITO QUE É”
A segunda alternativa consiste em aceitar o mundo tal qual ele é. Você diz: ”O que prova
que o mundo é bom?”. O fato de ele ser como é! A Lua gira em torno da Terra, e a Terra
gira em torno do Sol, as rosas desabrocham, os passarinhos cantam, as pessoas se
casam... divorciam-se, os vizinhos brigam. Tudo faz parte do grande esquema das
coisas.
Dizer: ”As pessoas não deviam ficar doentes, as pessoas não deviam mentir” é o mesmo
que dizer: ”O Sol é grande demais!”. Ora, as coisas simplesmente são como são.
Mary diz: ”Eu só vou ser feliz quando houver paz no mundo”. Pode parecer nobre, mas
não é muito inteligente! É melhor ser feliz agora - e trabalhar para que haja mais paz no
seu cantinho do mundo. É pôssível aceitar o mundo como ele é e participar da
responsabilidade de melhorar as coisas.
EM POUCAS PALAVRAS
Há alternativas para a irritação. É possível achar as coisas fascinantes ou divertidas.
Quanto menos forem as regras, quanto menos a gente quiser determinar como a vida
deve ser ou como
as outras pessoas devem se comportar, mais fácil será ser feliz.
41
respeito. A única coisa sobre a qual você tem controle total - e a mais importante - é o
seu pensamento, são as suas idéias.
• As coisas externas não nos fazem felizes!
Eu digo: ”Se eu tivesse ’tal coisa’, seria feliz!”. Errado. Eu poderia ser feliz durante umas
vinte e quatro horas, depois acharia um motivo para reclamar... Eu rezo por um Porsche
novinho em folha, e ele cai do céu. E um verdadeiro êxtase. Mas basta dar um pulo ao
supermercado para que um garoto o amasse com o carrinho de compras... Agora eu
digo: ”Não vou ter sossego enquanto não pegar esse capeta!”.
Tente recordar um incidente da semana anterior que o deixou perturbado: você foi
desrespeitado no trânsito, a pessoa amada esqueceu o seu aniversário, bateram sua
carteira. Perceba que não foi o incidente que o perturbou, foram suas idéias sobre ele.
Você diz: ”Qualquer um ficaria irritado”. Errado. A maioria das pessoas. A gente passa a
vida sendo condicionada a ter certas idéias sobre as coisas. São essas idéias que nos
tornam infelizes - e nós podemos mudar nossa maneira de pensar.
EM POUCAS PALAVRAS
Você melhora a qualidade de vida trabalhando as suas idéias, e estas afetam os seus
sentimentos.
A PAZ INTERIOR
POR QUE EU QUERO PAZ?
Quase todo mundo admite que quer mais amor na vida, mas por que preocupar-se com
a paz interior? Porque AMOR E PAZ SÃO INSEPARÁVEIS. O amor não é uma emoção. O
amor não é ”pôssuir” uma namorada ou um namorado. Amar é experimentar sem julgar.
Quem procura amor encontra mais paz - e quem procura paz encontra mais amor.
Paz não é valium. . Paz é equilíbriu.
A primeira lição das artes marciais é o equilíbrio. No caratê, você aprende que o seu
poder depende do equilíbrio e de uma mente tranqüila. Se ficar demasiado excitado,
acaba se dando mal. Os golfistas conhecem a importância do equilíbrio. Em
determinadas situações, as tacadas furiosas não servem para nada. Em vez disso,
relaxe, sinta o seu poder, desanuvie a mente e pronto: tudo dá certo.
O equilíbrio - ou paz interior - é a nossa fonte de poder. Estar em paz não significa viver
feito um sonâmbulo! Estar em paz significa colaborar com as forças em vez de combatê-
las. Estar em paz significa ver o quadro mais amplo, não se prender a detalhes.
ASSIM QUE EU ACABAR DE PAGAR O CARRO, TEREI MAIS PAZ
Fred diz: ”Deixe-me cuidar das contas primeiro, depois eu procuro um pouco de paz”.
Parece bom teoricamente, mas os resultados em geral decepcionam. Simplesmente
porque a nossa principal missão na vida não é amortizar a hipoteca nem ampliar a
piscina.
A gente está aqui para se ajudar mutuamente. Por isso o universo oferece as seguintes
dicas:
• NÓS NOS SENTIMOS MAIS FELIZES QUANDO ESTAMOS AJUDANDO AS PESSOAS.
• SENTIMO-NOS MAIS SOZINHOS QUANDO O PRINCIPAL OBJETIVO É A NOSSA PRÓPRIA
SEGURANÇA.
E se você procura segurança absoluta nesta vida, escolheu o planeta errado.
Fred diz: ”Se conseguir comprar minha casinha num bairro elegante e fazer um pé-de-
meia para a aposentadoria, eu me sentirei seguro”. Claro, Fred. Vá dizer isso a um
ônibus descontrolado numa esquina! Sua única segurança está dentro de você mesmo -
em qualquer outro lugar, a segurança é um mito. Os bancos quebram, as empresas
desaparecem, os Jumbos caem.
Então, como lidar com a incerteza da vida? Aceitando-a. Gozando-a. Você diz: ”Boa parte
da alegria de estar aqui consiste em saber que tudo pode acontecer de uma hora para
outra”. E faz um acordo consigo mesmo: ”Aconteça o que acontecer, eu vou me virar”.
Encara o medo de frente, dizendo: ”Se minha casa pegar fogo, eu me mudo. Se eu for
demitido, arranjo outro emprego! Se for atropelado por um ônibus, acabou”. Fim da
história.
Não é conversa fiada. É realismo. A terra é um lugar perigoso. Muita gente morre aqui!
Isso não significa que se deva viver a vida feito um coelhinho medroso.
A CONSCIÊNCIA
A maioria das pessoas sabe quanto é difícil viver no presente, e boa parte do nosso
tempo se gasta na saudade do passado e no temor do futuro.
Viver o momento é como andar na corda bamba. A gente corre o perigo de cair, mas,
com a prática, consegue manter cada vez mais o equilíbrio. Eis três estratégias para
conservar a mente no presente:
emergência
”Compre prata, venda ouro, marque meu vôo para Frankfurt e diga a
Henderson
que ele está despedido...”
DICAS DE RELAXAMENTO/MEDITAÇÃO:
• A CURA É UMA PRÁTICA DIÁRIA. Portanto, tente praticar todo dia à mesma hora. O
melhor é logo cedo, porque você evita distrações e se prepara para o dia.
• PRATIQUE SENTADO - deitado a gente acaba pegando no sono.
• SE NÃO TIVER TEMPO PARA RELAXAR, RELAXE ASSIM MÊSMO! A meditação lhe dá mais
tempo do que toma. Encare-a como ”régular-se” a si mesmo do mesmo modo como a
gente regula o motor de um carro: vinte minutos por dia a fim de melhorar a eficiência.
EM POUCAS PALAVRAS
Inicie cada dia com a intenção de ser equilibrado e pacífico. Algumas vezes, você vai
conseguir isso até a hora de dormir, outras, só até pouco depois do café da manhã. Se a
paz interior for a sua meta diária, você vai melhorar cada vez mais.
EM POUCAS PALAVRAS
Vale a pena ser seletivo quanto ao lugar aonde a gente leva o corpo. É melhor agüentar
a fome que comer em certos restaurantes, é melhor ficar em casa que dormir em certos
quartos de hotel. Guarde-se zelosamente e confie em sua intuição. Fique longe dos
lugares que o esgotam. Quando um lugar não parece bom, passe ao largo!
Os grandes mestres, como Cristo, Buda e Maomé, iam buscar inspiração na solidão, e
assim fizeram os milhões de monges, místicos e ermitãos que seguiram seus passos.
Todos nós precisamos de um lugar sagrado, onde o telefone não toque, onde não haja
jornais nem relógios, onde seja possível esquecer o saldo bancário. Um canto do quarto,
um terraço ou um bosque. Qualquer deles poderá ser o nosso lugar de contemplação e
criação.
O QUADRO COMPLETO
”Quando tentamos isolar qualquer coisa, descobrimos que ela está ligada a
tudo o mais no universo.”
John Muir
Desde o século XVII a ciência vem adotando a postura newtoniana, ou seja, se quiser
compreender alguma coisa, você a decompõe para examinar as partes. Se continuar
sem entender, decomponha-a em partes menores... vá das moléculas aos átomos e
destes aos elétrons, aos quarks e bozons... e enfim entenderá o universo. Certo?
EM POUCAS PALAVRAS
O contrário da análise é a síntese. A saúde provém de olhar para as coisas como um
todo: olhar para o seu corpo como um todo, olhar para a humanidade como um todo
Quase todos nós crescemos com a impressão de que não somos cem por cento. Logo
decidimos que nossa família, nossos amantes, nossos carros e nossos empregos não são
cem por cento. Prendemo-nos ao que falta. ”Se ao menos tivessem um pouco de
respeito por mim no trabalho, se ao menos eu tivesse um Mercedez Benz...”. Não admira
que achemos a paz interior tão esquiva!
Toda vez que nos sentimos agradecidos por alguma coisa, tornamo-nos mais pacíficos.
Toda vez que dizemos ”obrigado”, estamos afirmando: ”Eu aceito o que tenho e o lugar
onde me encontro. Estou aprendendo o que preciso aprender”.
A PAZ DE ESPÍRITO VEM DA CONCENTRAÇÃO NO QUE A GENTE TEM, NÃO NO QUE
FALTA. Aceitando a vida, nós vemos tudo nela que nos serve.
EM POUCAS PALAVRAS
Se você levar a sério a paz de espírito, em algum estágio precisará de um senso de
gratidão. Eis uma dica: se quiser ser agradecido, acorde agradecido. Quem diz ”quando
minha vida melhorar eu serei agradecido” nunca será.
E DEPOIS?
Num livro sobre o sentido da vida, a morte merece uma menção. A vida não pareceria
mais justa se nunca ninguém morresse? Então pelo menos nós poderíamos aprender
com os nossos erros! Como é possível aplicar um conhecimento recentemente adquirido,
ou seja, ”que é melhor evitar os ônibus que vêm em alta velocidade”, se você só foi
atropelado uma vez? Seria reconfortante ter provas de que aos setenta e cinco anos não
estaríamos no fim da linha.
Einstein é um exemplo animador quanto a isso. Ele demonstrou que a energia não se
cria nem se destrói. Portanto, quando você morrer, alguma coisa terá de acontecer com
o seu espírito. Claro, seus ossos podem fertilizar as margaridas, mas existe algo além
dos ossos e das cartilagens. Seu espírito deve ir a algum lugar!
As experiências extracorporais também sugerem algo mais... Mesmo que você não as
tenha tido, provavelmente conhece alguém que as teve. Tia Molly conta: ”Lá estava eu,
na mesa de operação, e de repente saí de meu corpo. Fiquei assistindo a minha própria
operação. Lembro-me de tudo que os médicos disseram - e você acredita que eles
estavam falando dos Chicago Bulls?”.
Você é mais que apenas um corpo! Que acontece com essa parte de você que não é o
seu corpo?
Tanto Einstein quanto Tia Molly dão peso à premissa segundo a qual a vida continua.
Einstein e o pensamento ocidental concordam em que ainda temos o que aprender
depois de bater as botas. Uma coisa é certa: já que não sabemos exatamente o que há
do outro lado, a morte é um incentivo para que gozemos a vida enquanto a temos. Um
sistema bastante inteligente, sem dúvida.
A pior atitude que se pode tomar é: ”Eu sofro nesta vida, mas o céu há de ser a minha
recompensa”. É um risco grande demais! Portanto é muito melhor dizer: ”Seja o que for
que me aguarda na eternidade, meu objetivo presente é fazer com que minha vida dê
certo aqui e agora!”.
EM POUCAS PALAVRAS
Parece razoável supor que qualquer qualidade e talento desenvolvidos nesta vida - o
amor, a determinação, a compaixão etc. - você os levará consigo. Portanto o melhor é
tratar de desenvolver-se ao potencial máximo aqui e agora - e esperar que o benefício
seja transferível!
IX
COMO AMAR AS PESSOAS?
BASTA ACEITÁ-LAS
CAPITULO 9
Por Que Estamos Aqui?
Perdoar
A Família
Amor e Medo
47
’tal coisa’, ela trará mais amor a minha vida e à vida de meus familiares, de meus
amigos e vizinhos?”.
Para amar não precisamos beijar cada um que conhecemos. Para amar não temos de
distribuir tigelas de arroz no Terceiro Mundo. Basta julgar menos as pessoas. Basta
permitir-lhes que vistam o que queiram vestir, que vivam como queiram viver e que
sejam o que são sem receber a nossa crítica.
PERDOAR
”Perdão é o perfume que a violeta deixa no sapato que a pisou.”
Mark Twain
Eis o que acontece. Nós criamos regras em nossa cabeça sobre como as pessoas devem
se comportar. Quando elas transgridem essas regras, ficamos ressentidos. Ficar
ressentido com alguém que transgrediu as nossas regras é simplesmente absurdo.
A maioria das pessoas cresce acreditando que pode punir os outros recusando-se a
perdoá-los, ou seja: ”Se eu não o perdoar, você sofre”. Na verdade, sou eu que sofro. Eu
que fico com um peso no estômago, eu que perco o sono.
Da próxima vez que estiver magoado com alguém, feche os olhos e experimente os seus
sentimentos. Experimente o seu corpo. Culpar os outros torna você infeliz.
As pessoas fazem o que fazem sabendo o que sabem. O fato de você torná-las culpadas
não muda nada: só serve para arruinar a sua própria vida.
TERAPIA DE CASAL
’Como você agüenta viver com essa besta?”
As coisas são como são. Se um furacão inunda o seu porão, acaso você diz: ”Nunca hei
de perdoar o mau tempo?”. Se uma gaivota faz cocô em sua cabeça, você fica magoado
com as gaivotas? Então por que ficar magoado com as pessoas? Nós não podemos
controlá-las mais do que controlamos as tempestades e os pássaros. O universo não
trabalha com a culpa e a censura: isso é coisa que nós inventamos.
Falando em perdoar, o primeiro passo no sentido de fazer com que sua vida dê certo
consiste em perdoar os pais. Claro que eles não eram perfeitos. Mas, quando você era
criança, seu pai e sua mãe não contavam com os tantos livros de psicologia popular
sobre a ”paternidade bem-sucedida” e tinham muitas outras coisas com que se
preocupar além da sua criação! Seja qual for o erro que eles hajam cometido, são águas
passadas. Toda vez que você se recusar a perdoar sua mãe estará dando um voto para
estragar sua própria vida.
EM POUCAS PALAVRAS
Quando nós nos perdoamos, paramos de criticar os outros.
Isso resulta numa estratégia extremamente prática, que pode nos poupar de muita
frustração e decepção. Como a maioria dos princípios espirituais, é também um
excelente conselho psicológico.
Nós tendemos a dizer: ”Se eu entendesse por que Frank é tão arrogante, talvez
conseguisse até amá-lo”. Se fizermos a escolha de amar Frank, vamos começar por
entendê-lo. O perdão e o amor são exatamente a mesma coisa. Por isso é muito mais
fácil amar os bebês - porque os percebemos como inocentes.
Sempre que escolhemos ver amor numa situação, estamos progredindo: porque é
impossível amar e ter ressentimento pelas pessoas ao mesmo tempo!
EM POUCAS PALAVRAS
Você ama Á alguém? Tente substituir a palavra amar por aceitar. Aceitação total é
amor incondicional.
A FAMÍLIA
”POR QUE TEMOS FAMÍLIA?”
As famílias foram inventadas para nos ensinar o amor incondicional. Nós podemos deixar
os colegas no escritório e os amigos no bar. Mas com a família é diferente. Estamos
presos a essa gente que sabe apertar todos os nossos botões - e temos de aprender a
amá-la de qualquer jeito.
Na família, aprendemos a apreciar as pessoas independentemente de sua aparência ou
do que elas podem fazer por nós. Aprendemos a amar por dentro. Na história The
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Velveteen Rabbit, o Skin Horse parece estar falando em amor incondicional:
Real não é a maneira como a você efeito. E uma coisa que acontece. Quando uma
criança o ama durante muito tempo, não se limita a brincar com você, mas o AMA de
verdade, e então você se torna Real... Não acontece de uma hora para outra. É uma
transformação. Demora bastante. Por isso não costuma acontecer com gente que se
separa facilmente ou é cheia de arestas ou precisa ser tratada com todo cuidado. Em
geral, no momento em que você chega a ser Real, boa parte do seu cabelo já caiu de
tanto amor, e seus olhos já não enxergam tão bem e suas juntas estão frouxas e
trêmulas. Mas essas coisas não têm a menor importância. Porque, quando a gente é
Real, não pode ser feia, a não ser para as pessoas que não entendem nada.
APOIAR O PARCEIRO
Há duas maneiras de ter um relacionamento: uma é como uma equipe, a outra,
como uma competição.
Fred deveria chegar em casa às seis da tarde e já está duas horas atrasado. Mary não
consegue conter a preocupação. ”Que aconteceu ao meu Fred?”. Às oito e quinze, ele
aparece. Vendo-o perfeitamente bem e tranqüilo, ela grita como que para dizer: ”Para
chegar em casa a esta hora, você podia pelo menos ter sofrido um acidente!”.
Fred se põe a gritar, e Mary adota o temível castigo do silêncio. Em breve eles já não se
falam.
Ao se deitar, Mary encontra um bilhete no travesseiro: ”Preciso chegar mais cedo ao
escritório. Acorde-me às sete”. Fred desperta às nove e meia e dá com outro bilhete no
travesseiro: ”São sete horas. Acorde!”.
Em quantos casais um não se dedica a fazer o outro de idiota?
Eu recomendo o trabalho em equipe. Tenho a sorte de contar com uma parceira que
passa a vida ajudando-me e estimulando-me. Peço conselho a Julie em cada página que
escrevo e em tudo que faço. Sem o seu apoio, eu não estaria fazendo o que faço. Quanto
mais nos unimos, é impressionante a freqüência com que os garçons e os comissários de
bordo nos perguntam: ”Vocês estão em lua-de-mel?”. O que é um grande elogio para
nós.
Duas pessoas que resolveram viver juntas precisam se apoiar mutuamente. Se você não
é capaz de apoiar o seu parceiro, é melhor começar a examinar por que está nessa
relação.
AMOR E MEDO
A Course in Miracles indica que existem dois estados de espírito principais: o amor e o
medo. Sugere que o medo seja a fonte de nossas emoções negativas. É um conceito
simples e belo e um ponto de partida útil para examinar os nossos sentimentos.
Jane diz: ”Quando fico zangada é porque estou com raiva! Não com medo!”. Vejamos.
Seu marido Bill chega em casa cheirando a álcool e perfume. Jane fica furiosa. Grita com
ele e se põe a quebrar os pratos na cozinha. Na verdade está se comportando assim por
medo. Medo de que ele já não goste dela, medo de perdê-lo e medo dos fios de cabelo
louros e compridos que achou em seu paletó! Quando ficamos zangados, estamos com
medo.
Jim anda muito preocupado com a hipoteca. E diz: ”Ora, quando eu fico preocupado, fico
preocupado”. Estar ”preocupado” é sinônimo de estar com ”medo”. Como a gente
poderia se preocupar com uma coisa de que não tem medo? Quando você está
preocupado, está com medo.
Quem for procurar por trás da raiva, do ciúme, da preocupação, da depressão, sempre
acaba achando o medo. Mas que utilidade tem esse conceito amor/medo? Ajuda-nos a
ser mais sinceros conosco mesmos. Nós descobrimos que geralmente não ficamos
contrariados pelos motivos que imaginamos.
Se eu quiser eliminar os meus temores, preciso admitir que eles existem. Enquanto
insistir em dizer: ”É falta de consideração você me fazer ficar com ciúme”, eu não saio
do lugar. Só quando conseguir perguntar a mim mesmo: ”Por que fico com medo quando
você conversa com desconhecidos bonitões?” é que vou começar a sair do lugar. Porque
terei reconhecido os meus medos, não os seus erros. Admitindo os meus medos, tenho a
possibilidade de superá-los.
Reconhecer os nossos erros ajuda-nos a explicar nossos sentimentos às pessoas que
amamos:
”Querida, o motivo por que me zanguei é o medo. Eu tenho medo de que, se você
comprar essa roupa de três mil dólares, nós passemos um ano sem comer”.
”Eu brigo quando você chega tarde em casa porque fico com medo de que tenha
acontecido alguma coisa na estrada. Se o perder, eu não sei o que fazer da vida. Tenho
muito medo.”
Quando reconhecemos os nossos temores, paramos de acreditar que os outros estão
errados. Essencialmente dizemos: ”Quero que você saiba que eu estou com medo. Não
estou dizendo que a culpa é sua”.
Quando aceitamos que já não temos de ser perfeitos e passamos a explicar os nossos
sentimentos em termos de medo, a pessoa que amamos reage. Admitir a
vulnerabilidade é melhor que gritar e xingar.
Você diz: ”Mas se o amor e o medo são as duas emoções mais importantes, não significa
que muita gente tem medo?”. Pode apostar que sim! Muita gente morre de medo: medo
de parecer bobo ou de ser gordo, medo de perder o emprego, medo de ficar sem jeito ou
de perder dinheiro, medo de ser roubado, medo de envelhecer, medo de ficar sozinho,
medo de viver e medo de morrer. É por isso que se comete tanta loucura!
Que faz essa gente sentir-se melhor? Ser amada.
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CAPITULO 10
Quando Você Muda... Você Não Está Sozinho!
EM POUCAS PALAVRAS
Nos relacionamentos: TRABALHAR EM SI MESMO FUNCIONA, TENTAR MUDAR OS OUTROS
NÃO FUNCIONA.
EM POUCAS PALAVRAS
Para se consertar: TRABALHAR EM SI MESMO FUNCIONA, TENTAR MUDAR O MUNDO
NÃO.
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Mas é isso que eu noto: as pessoas felizes e eficientes tendem a aceitar o conceito de
”unidade”. Elas vêem cada fato da vida com um feedback significativo. Esperam que as
circunstâncias se sincronizem em seu favor. As pessoas de grande desempenho rejeitam
a idéia de que a vida seja uma loteria.